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Índice pág. 1. Introdução............................................................................................................... 2 1.1. Objectivo Geral...................................................................................................... 3 1.2. Objectivos Específicos .......................................................................................... 3 1.3. Metodologia do Trabalho ...................................................................................... 3 2. OS LIVROS OBRIGATÓRIOS DA CONTABILIDADE .................................... 4 2.1. Definição da Contabilidade ................................................................................... 4 2.2. Funções da Contabilidade...................................................................................... 4 2.3. Finalidades Básica da Contabilidade..................................................................... 4 2.4. Áreas de actuação da contabilidade em geral ........................................................ 6 3. Livros Contábeis ................................................................................................... 6 3.1. Definição de Livros Contábeis .............................................................................. 6 3.2. A influência digital nos processos de escrituração................................................ 7 3.3. Formalidades da escrituração contábil .................................................................. 7 3.4. PRINCIPAIS LIVROS CONTÁBEIS................................................................... 8 3.4.1. Livro-Diário........................................................................................................... 8 3.4.2. Livro Razão ......................................................................................................... 12 3.4.3. Livro-caixa........................................................................................................... 15 3.5. LIVROS CONTÁBEIS COMPLEMENTARES ................................................ 17 3.5.1. Livro Inventário ............................................................................................... 18 3.5.2. Livro Registro de Duplicatas ........................................................................... 19 3.5.3. Livros de Entrada e Saída de Mercadorias ...................................................... 20 3.5.4. Livro de Registro de Prestação de Serviços..................................................... 22 3.5.5. Livro de balancetes, diários e balanços ........................................................... 23 3.5.6. Livro Contas-correntes .................................................................................... 23 4. Conclusão ................................................................................................................ 24 5. Referências Bibliográficas ...................................................................................... 25 2 1. Introdução O presente trabalho da cadeira de Contabilidade Geral abordará sobre "Os livros obrigatórios da contabilidade desde a sua definição, até o registo de possíveis factores patrimoniais". Contabilidade é a ciência que estuda e pratica, controla e interpreta os fatos ocorridos no património das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do património, suas variações e o resultado económico decorrente da gestão da riqueza económica. Os livros contábeis são registros de operações envolvidas nos negócios, isto é, escriturações contábeis. As informações registadas nesses livros são fundamentais para que a empresa compreenda a sua própria identidade, pois elas exibem o histórico e o panorama actual — detalhe que ajuda a elaborar planejamentos mais precisos. Por meio dos livros contábeis é possível entender, por exemplo, como a empresa chegou a determinado resultado de Balanço Patrimonial. Afinal todas as operações de crédito e débito estão presentes nos relatórios. As principais funções da Contabilidade são: registar, organizar, demonstrar, analisar e acompanhar as modificações do património em virtude da actividade económica ou social que a empresa exerce no contexto económico Existem diferentes tipos de livros contábeis com os quais uma empresa deve trabalhar. Os principais deles são os livros Diário e Razão, embora os demais (considerados facultativos) também contribuam significativamente para a análise de desempenho contábil. Os livros geralmente facultativos são obrigatórios em casos específicos — ou seja, não são livres de obrigatoriedade. No caso do Livro de Registro de Duplicatas, Livro de Inventário; Livros de Entrada e de Saída de Mercadorias, Livro Contas-correntes e Livro de balancetes, diários e balanços. 3 1.1.Objectivo Geral O objectivo geral do presente trabalho é compreender os livros obrigatórios da contabilidade desde a sua definição, até o registo de possíveis factores patrimoniais. 1.2.Objectivos Específicos Apresentar conceitos e definições inerentes a contabilidade e livros contábeis. Identificar os livros obrigatórios da contabilidade e, Descrever cada tipo de livre obrigatório da contabilidade. 1.3.Metodologia do Trabalho A Metodologia tem como função mostrar a você como andar no “caminho das pedras” da pesquisa, ajudá-lo a reflectir e instigar um novo olhar sobre o mundo: um olhar curioso, indagador e criativo. Para a realização do presente trabalho de investigação, foi possível com ajuda das consultas de alguns manuais ou bibliográficas digitais e não digitais, assim como alguns sites da internet e módulo de Contabilidade Geral da UCM, ensino a distância. As mesmas obras estão devidamente citadas no desenvolvimento deste trabalho e destacadas na bibliografia final. 4 2. Os Livros Obrigatórios da Contabilidade 2.1.Definição da Contabilidade É a ciência que estuda e pratica, controla e interpreta os fatos ocorridos no património das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do património, suas variações e o resultado económico decorrente da gestão da riqueza económica (SZUSTER, 1999). A Contabilidade permite o controlo da movimentação do Património das empresas. O Património de uma empresa é movimentado em função dos acontecimentos diários, tais como compras, vendas, pagamentos, recebimentos etc (SZUSTER, 1999). Registrando esses acontecimentos, a Contabilidade terá condições de fornecer informações sobre a situação do Património, sempre que solicitada. 2.2.Funções da Contabilidade Segundo SZUSTER, (1999), as principais funções da Contabilidade são: registrar, organizar, demonstrar, analisar e acompanhar as modificações do património em virtude da actividade económica ou social que a empresa exerce no contexto económico. Registrar: todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor monetário; Organizar: um sistema de controlo adequado à empresa; Demonstrar: com base nos registros realizados, expor periodicamente por meio de demonstrativos, a situação económica, patrimonial e financeira da empresa; Analisar: os demonstrativos podem ser analisados com a finalidade de apuração dos resultados obtidos pela empresa; Acompanhar: a execução dos planos económicos da empresa, prevendo os pagamentos a serem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros, e alertando para eventuais problemas. 2.3.Finalidades Básica da Contabilidade A finalidade básica da Contabilidade é o acompanhamento das actividades realizadas pela empresa, no sentido indispensável de controlar o comportamento de seus 5 patrimónios, na função elaboração e comparação dos resultados obtidos entre períodos analisados. A contabilidade faz o registro metódico e ordenado dos negócios realizados e a verificação sistemática dos resultadosobtidos. Ela deve identificar, classificar e anotar as operações da entidade e de todos os fatos que de alguma forma afectam sua situação económica, financeira e patrimonial (RIBEIRO, 2009). Com esta acumulação de dados, convenientemente classificados, a Contabilidade procura apresentar de forma ordenada, o histórico das actividades da empresa, a interpretação dos resultados, e através de relatórios produzir as informações que se fizerem precisas para o atendimento das diferentes necessidades (RIBEIRO, 2009). Para RIBEIRO (2009), as finalidades fundamentais da Contabilidade referem-se à orientação da administração das empresas no exercício de suas funções. Portanto a Contabilidade é o controlo e o planejamento de toda e qualquer entidade socioeconómica. Controle: a administração através das informações contábeis, via relatórios pode certificar-se na medida do possível, de que a organização está agindo em conformidade com os planos e políticas determinadas. Planejamento: a informação contábil, principalmente no que se refere ao estabelecimento de padrões e ao inter-relacionamento da Contabilidade e os planos orçamentários, é de grande utilidade no planejamento empresarial, ou seja, no processo de decisão sobre que curso de acção deverá ser tomado para o futuro. Todo e qualquer levantamento de informações administrativas e gerenciais deve ter como alicerce a Contabilidade. Relatórios baseados em informações nas quais não são provenientes dos livros contábeis são meros especulativos, pois não reflectem a realidade da empresa, não têm consistência, não têm amparo na escrituração, não podem ser usados como prova contábil, são inexactos (RIBEIRO, 2009). Somente os dados retirados dos livros contábeis merecem boa-fé, tanto para fins comerciais, tributários, civis e principalmente para decisões judiciais. 6 2.4.Áreas de actuação da contabilidade em geral Segundo RIBEIRO, (2009), áreas de actuação da contabilidade são as seguintes: Fiscal: auxilia na elaboração de informações para os órgãos fiscalizadores, do qual depende todo o planejamento tributário da entidade. Pública: é o principal instrumento de controlo e fiscalização que o governo possui sobre todos os seus órgãos. Estes estão obrigados à preparação de orçamentos que são aprovados oficialmente, devendo a Contabilidade pública registrar as transacções em função deles, actuando como instrumento de acompanhamento dos mesmos. A Lei nº 4.320/64, constituindo-se na carta magna da legislação financeira do País, estatui normas gerais para a elaboração e controle dos orçamentos e balanços públicos. Gerência: auxilia a administração na optimização dos recursos disponíveis na entidade, através de um controle adequado do património e dos custos. Financeira: elabora e consolida as demonstrações contábeis para disponibilizar informações aos usuários externos. Auditoria: compreende o exame de documentos, livros e registros, inspecções e obtenção de informações, internas e externas, relacionadas com o controle do património, objectivando mensurar a exactidão destes registros e das demonstrações contábeis deles decorrentes. Perícia Contábil: elabora laudos em processos judiciais ou extrajudiciais sobre organizações com problemas financeiros causados por erros administrativos. 3. Livros Contábeis 3.1.Definição de Livros Contábeis Os livros contábeis são registros de operações envolvidas nos negócios, isto é, escriturações contábeis. As informações registradas nesses livros são fundamentais para que a empresa compreenda a sua própria identidade, pois elas exibem o histórico e o panorama actual — detalhe que ajuda a elaborar planejamentos mais precisos (IUDICIBUS & MARION, 1999). Por meio dos livros contábeis é possível entender, por exemplo, como a empresa chegou a determinado resultado de Balanço Patrimonial. Afinal todas as operações de crédito e débito estão presentes nos relatórios (IUDICIBUS & MARION, 1999). 7 Aliás, existem diferentes tipos de livros contábeis com os quais uma empresa deve trabalhar. Os principais deles são os livros Diário e Razão, embora os demais (considerados facultativos) também contribuam significativamente para a análise de desempenho contábil (IUDICIBUS & MARION, 1999). Vale ressaltar, contudo, que os livros geralmente facultativos são obrigatórios em casos específicos — ou seja, não são livres de obrigatoriedade. No caso do Livro de Registro de Duplicatas, por exemplo, há situações em que a companhia deve apresentar a escrituração à Receita Federal (IUDICIBUS & MARION, 1999). 3.2.A influência digital nos processos de escrituração Com os incentivos do governo para a modernização do processo de escrituração, a autenticação dos livros actualmente pode ser realizada por meio do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) desde que se apresente, também, a Escrituração Contábil Digital (ECD). A Receita Federal já definiu, inclusive, a agenda para cada tipo de empresa comece a utilizar o EFD-Reinf (Escrituração Fiscal Digital de Retenções e Outras Informações Fiscais) — a tendência é que até 2021 a obrigação vigore para todos os contribuintes. Sem dúvida nenhuma, o uso de sistemas de escrituração digital torna o processo mais fácil e menos burocrático. Cabe ao contador, todavia, entender como operar o sistema e as necessidades para validar as transferências de informação — uso de certificado digital. 3.3.Formalidades da escrituração contábil A escrituração contábil é feita com respeito às leis e normas vigentes no país — no caso, as Normas Moçambicanas de Contabilidade. Logo, qualquer desobediência ou irregularidade sujeita o relatório à invalidação e a possíveis penalidades (multas), consequentemente (IUDICIBUS & MARION, 1999). De acordo com as Normas Moçambicanas de Contabilidade quanto à escrituração contábil, ela deve ser realizada com observância aos Princípios de Contabilidade, além de conter registos em níveis de detalhe proporcionais à complexidade das operações corporativas e dos requisitos a elas aplicáveis (IUDICIBUS & MARION, 1999). 8 Ou seja, a normativa não estabelece o quão detalhado deve ser o relatório, porém ele deve conter os seguintes itens: Data do registro contábil, ou seja, a data em que o fato contábil ocorreu; Conta devedora; Conta credora; Histórico que represente a essência económica da transacção ou o código de histórico padronizado, neste caso baseado em tabela auxiliar inclusa em livro próprio; Valor do registo contábil e, Informação que permita identificar todos os registos que integram um mesmo lançamento contábil. O conteúdo de cada escrituração contábil deve ser elaborado “em idioma e em moeda corrente nacionais; em forma contábil; em ordem cronológica (dia, mês e ano); sem espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras ou emendas; e com base em documentos de origem externa, interna ou que comprovem os fatos contábeis” (NBC TG – Escrituração Contábil) (IUDICIBUS & MARION, 1999). 3.4.Principais livros Contábeis 3.4.1. Livro-Diário É um livro contábil de preenchimento obrigatório (exigido por lei) e de maior importância, onde são lançadas as operações DIÁRIAS de uma empresa (SOUZA, 2003). O Livro-diário é um livro contábil obrigatório pela legislação comercial e sua escrituração deve obedecer as Normas Brasileiras de Contabilidade, conforme dispõe os artigos 257 e 258 do Decreto nº 3.000/99: Art. 257. A pessoa jurídica é obrigada a seguir ordem uniforme de escrituração, mecanizada ou não, utilizando os livros e papéis adequados, cujo número e espécie ficam a seu critério. Art. 258. Sem prejuízo de exigências especiais da lei, é obrigatório o uso de Livro Diário, encadernado com folhas numeradas seguidamente, em que serão lançados, dia a dia, directamente ou por reprodução, os actos 9 ou operações da actividade, ou que modifiquem ou possam vir a modificar a situação patrimonial da pessoa jurídica. (SOUZA, 2003). Nele, são registados os fatos contábeisem partidas dobradas, ou seja, os totais débito e crédito deverão ser sempre iguais, sendo a conta débito lançada SEMPRE antes da conta crédito. Suas principais características são: Obrigatório, Cronológico e Fundamental ao processo contábil. O livro-diário tradicional pode ser substituído por fichas (contínuas, em forma de sanfona, soltas ou avulsas). Porém, a adopção desse sistema não exclui a empresa de obediência aos requisitos intrínsecos, previstos na lei fiscal e comercial para o livro- diário (SOUZA, 2003). As empresas que utilizam fichas, são obrigadas a adoptar o livro próprio para a inscrição das demonstrações financeiras. Em resumo, o Diário registra oficialmente todas as transacções de uma empresa. Sendo assim, é necessário que ele atenda determinadas exigências e preencha certas formalidades. Estas formalidades têm a ver com sua apresentação exterior (formalidades extrínsecas) ou com a escrituração (formalidades intrínsecas) (SOUZA, 2003). Formalidades extrínsecas O livro Diário deve: Ser encadernado; Ter suas folhas numeradas tipograficamente; Se for empresa, deverá ser autenticado pelas Juntas Comerciais ou repartições encarregadas do Registro do Comércio; Se for Sociedade Simples ou entidade sem fins lucrativos, deverá ser autenticado no cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas; Conter termo de abertura e de encerramento (na primeira e última página, respectivamente) devidamente preenchidos e autenticados. Termo de abertura: finalidade a que se destina o livro, o número de ordem, o número de folhas, a firma individual ou o nome da sociedade a que pertença, o local da sede ou 10 estabelecimento, o número e data do arquivamento dos actos constitutivos no Órgão de Registro estipulado e o número de registo no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) (SOUZA, 2003). Por exemplo: Modelo de Termo de Abertura LIVRO-DIÁRIO Número de Ordem ____ TERMO DE ABERTURA Contém o presente livro ____ (____ número por extenso) páginas tipograficamente numeradas, compondo o livro-diário número ___ (_______ número por extenso) da empresa ______ sita à Rua _________ cidade ___ Estado ____, com seu contrato social arquivado na Junta Comercial deste Estado sob número ______ em _______, inscrita no CNPJ sob número ________. Local e data: _______ _______________________________ Nome e Assinatura do Administrador CPF: _______________________________ Nome, CRC e Assinatura do Contabilista Termo de encerramento: indica o fim a que se destinou o livro, o número de ordem, o número de folhas e a respectiva firma individual ou sociedade mercantil. 11 Modelo de Termo de Encerramento LIVRO DIÁRIO Número de Ordem ____ TERMO DE ENCERRAMENTO Contém o presente livro ____ (_______ número por extenso) páginas tipograficamente numeradas, compondo o livro diário número ___ (_______ número por extenso) das operações compreendidas no período de ____/___/____ a ____/___/____, da empresa ______ sita à Rua _________ cidade ___ Estado ____, com seu contrato social arquivado na Junta Comercial deste Estado sob número ______ em _______, inscrita no CNPJ sob número ________. Local e data: _______ _______________________________ Nome e Assinatura do Administrador CPF: _______________________________ Nome, CRC e Assinatura do Contabilista Formalidades intrínsecas Utilização do idioma nacional e da moeda corrente do país; Uso da linguagem mercantil; Individualização e clareza dos lançamentos neles feitos; O registro dos fatos em rigorosa ordem cronológica de dia, mês e ano; A inexistência, na escrituração, de intervalos em branco, entrelinhas, borrões, rasuras, emendas, ou transportes para as margens. Se estas formalidades não forem respeitadas, será invalidado apenas os registos onde ocorrerem. Escrituração do Manual É necessário que o Livro-diário contenha: Data da operação (transacção); Título da conta débito e da conta crédito; Valor do débito e do crédito; 12 Histórico (alguns dados fundamentais sobre a operação em registo: número da nota fiscal, cheque, terceiros envolvidos, etc. O histórico deve ser o mais breve possível, escrito de forma reduzida). Por exemplo: LIVRO-DIÁRIO Empresa: Dário Construções Exercício: 18/05/2021 a 31/12/2021 Data: DD/M M/AAAA* Debito Crédito D – Conta devedora 5.000.00 C – Conta Crédito 5.000.00 Histórico: Detalhes da informação e documentos ou norma DD = Dia; MM = Mês ; AAA = Ano. 3.4.2. Livro Razão Definição do livro razão SOUZA (2003), define que o Livro Razão consiste no agrupamento de valores em contas de mesma natureza e de forma racional, de modo que o registro das contas seja realizado individualmente. A individualização no registro de contas oferece muitas vantagens, pois ela torna possível o mapeamento de todas as transacções que ocorrem na empresa, sobretudo quando é feito o desdobramento de uma conta (SOUZA, 2003). Na prática, o Livro Razão é composto de contas que correspondem a elementos que influenciam directamente no Balanço Patrimonial. Tomando como exemplo uma loja qualquer, sabe-se que os activos estão atrelados à venda de mercadorias (SOUZA, 2003). As mercadorias estão directamente ligadas ao conceito de estoque, enquanto em termos financeiros elas envolvem entrada de dinheiro imediato ou a prazo (duplicatas a receber). O crédito movimenta a conta bancária e leva a aquisições de mais produtos com o fornecedor (SOUZA, 2003). 13 Isso é uma evidência de que estamos trabalhando com Razão. Contudo, a Razão pode ser tanto generalista quanto específica, isto é, Razão Sintética e Razão Analítica. Razão Sintética x Razão Analítica Enquanto a Razão Sintética é aplicada similarmente ao exemplo da loja, a Analítica serve para fragmentar uma determinada conta. Abaixo, confira três exemplos didácticos de como a Razão Analítica é praticada (SOUZA, 2003). Situação 1: a empresa trabalha com quatro instituições financeiras e todas as contas são movimentadas. Sendo assim, em vez de manter uma só conta para elas, é interessante dividi-la em quatro partes: Banco 1, Banco 2, Banco 3 e Banco 4. Situação 2: um comércio de electrónicos precisa controlar as informações sobre os fornecedores. Nesse caso, convém criar uma conta analítica para cada um deles: Fornecedor de hardware, Fornecedor de smartphones, Fornecedor de acessórios etc. Situação 3: uma determinada fábrica tem de administrar as parcelas de empréstimo que recebeu. Para organizar os débitos adequadamente, o contador deve criar contas auxiliares correspondentes a cada instituição de crédito, assim como nos exemplos anteriores. Lançamentos no Livro Razão Como o Livro Razão é um livro que controla contas patrimoniais de forma individual, sua estrutura contém as seguintes características: Cada uma das contas registadas no Livro Diário terá uma folha de controle exclusiva no Livro Razão; Todos os lançamentos deverão conter as seguintes colunas: data e histórico para os lançamentos a débito e, igualmente, data e histórico para os lançamentos a crédito. Embora seja um pouco mais detalhado, o princípio de operacionalização do Livro Razão é muito semelhante aos calculados elaborados via razonetes. 14 A importância da correta elaboração do Livro Razão fundamenta-se no fato de que é por meio da apuração do saldo final de suas contas que é obtém-se o resultado final do exercício. Modelo de Termo de Abertura do Livro Razão LIVRO RAZÃO Número de Ordem ____ TERMO DE ABERTURA Contém o presente livro ____ (_______ número por extenso) páginas tipograficamente numeradas, compondo o livro razão número ___ (_______ número por extenso) da empresa ______ sita à Rua _________ cidade ___ Estado ____, com seu contrato social arquivado na Junta Comercial deste Estado sob número ______ em _______, inscrita no CNPJ sob número ________. Local e data: _______ ________________________ Nome e Assinatura do Administrador CPF: ______________________________ Nome, CRC e Assinatura doContabilista Modelo termo de Encerramento do Livro Razão LIVRO RAZÃO Número de Ordem ____ TERMO DE ENCERRAMENTO Contém o presente livro ____ (_______ número por extenso) páginas tipograficamente numeradas, compondo o livro razão número ___ (_______ número por extenso) das operações compreendidas no período de ____/___/____ a ____/___/____, da empresa ______ sita à Rua _________ cidade ___ Estado ____, com seu contrato social arquivado na Junta Comercial deste Estado sob número ______ em _______, inscrita no CNPJ sob número ________. Local e data: _______ ______________________________ Nome e Assinatura do Administrador CPF: ______________________________ Nome, CRC e Assinatura do Contabilista 15 3.4.3. Livro-caixa Definição do livro-caixa É um livro auxiliar de registro contábil, e seu uso é facultativo. O Livro Caixa se destina ao controle dos lançamentos exclusivos de entrada e saída, da conta Caixa da empresa. O Livro-caixa é obrigatório somente às empresas do regime Simples Nacional, mas altamente recomendado para todas as empresas; visto que as informações registradas nele servem de suporte para a elaboração do Livro-diário (SOUZA, 2003). Quando se inicia uma empresa, é necessário que ela possua um controle financeiro de seus lucros e despesas. Neste livro é feito um controle pessoal da empresa, que pode no futuro auxiliar na declaração do Imposto de Renda. As anotações devem ser metódicas, diárias e detalhadas. Não deve-se anotar rendimentos futuros (notas que ainda não compensaram e cheques pré-datados). Todas as Notas Fiscais e comprovantes de pagamentos devem ser guardados pois são eles que ajudarão a preencher o Livro-caixa correctamente (pode ser de gastos de energia eléctrica, aluguel, água, telefone, material de expediente (escritório) e de limpeza, bem como reparos e conservação do local, etc.) (SOUZA, 2003). A principal característica do Livro-caixa é a simplicidade com a qual são feitos os registros. Na prática, os dados são inseridos cronologicamente e só dizem respeito às transacções do caixa, isto é, entrada e saída de dinheiro. Estrutura do Livro-caixa Deve-se conter no Livro-caixa: Data do registro; Breve histórico; Entradas e saídas (débito e crédito, respectivamente, lembrando que não usa-se os dois em um mesmo registro); Saldo actual da conta caixa (saldo anterior mais débito ou menos crédito da conta em questão). 16 Por exemplo: LIVRO-CAIXA Data Histórico Débito (entradas) Crédito (saídas) Saldo 01/05/2021 Saldo do mês anterior ----- ----- 7.500,00 07/05/2021 Recebimento da factura mês 10/2012 cfe doc nº140 8900,00 16.400,00 15/05/2021 Compra material de expediente cfe NF nº89367 2.500,00 10.390,00 20/05/2021 Pagamento aluguel mês 11/12 cfe documento nº127 5.200,00 8.700,00 22/05/2021 enda de mercadorias cfe NF nº39561 10.000,00 18.700,00 Saldo do mês 11.200.00 Saldo do mês 7.500,00 Saldo actual 18.700.00 Todavia, quando obrigatório, este livro deve conter os termos de abertura e encerramento, assinaturas e autenticação. Modelo de Termo de Abertura do Livro-caixa LIVRO-CAIXA Número de ordem: ____ TERMO DE ABERTURA O presente Livro _____ possui ___ folhas1 (ou páginas) numeradas do nº 01 ao nº ___ e servirá para a escrituração dos lançamentos próprios da sociedade empresária abaixo identificada: Nome empresarial: ________________________________________________ Município: ________________________________________________________ Registro na Jucesp – Nire: __________________________________________ Data do arquivamento dos actos constitutivos: ___/___/___ CNPJ: ___________________________________________________________ Local e data: ____________________ _______________________________ Nome completo do responsável: Função/cargo: _______________________________ Nome completo do contador: CRC nº: 17 Modelo termo de Encerramento do Livro-caixa LIVRO-CAIXA Número de ordem: ____ TERMO DE ENCERRAMENTO O presente Livro _____ possui ___ folhas2 (ou páginas) numeradas do nº 01 ao nº ___ e serviu para a escrituração do período de ___/___/___ a ___/___/___ da sociedade empresária ____________________________. Local e data: ____________________ _______________________________ Nome completo do responsável: Função/cargo: _______________________________ Nome completo do contador: CRC nº: 3.5.Livros contábeis complementares Definição de Livros contábeis complementares Os livros complementares (ou auxiliares, se preferir) são aqueles que não representam, necessariamente, um dever para todas as companhias. Geralmente, eles têm a função de ajudar a organizar e controlar as informações contábeis, tornando a Contabilidade mais eficiente (SOUZA, 2003). Nesse sentido, exploraremos os seguintes livros de escrituração contábil: Livro de Inventário; Livro de Registro de Duplicatas; e Livros de Entrada e de Saída de Mercadorias. 18 3.5.1. Livro Inventário Definição de Livro Inventário O livro Registro de Inventário é obrigatório para todas as empresas, e tem o objectivo de registrar todas as mercadorias em estoques quando do levantamento do balanço da empresa. As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real deverão escriturar o Livro Registro de Inventário ao final de cada período: trimestralmente ou anualmente quando houver opção pelos recolhimentos mensais durante o curso do ano-calendário, com base na estimativa (RIR/1999, art. 261). As demais empresas (optantes pelo Lucro Presumido ou Simples Nacional) escrituram o livro no final de cada ano calendário. A lei fiscal determina que, além dos livros de contabilidade previstos em leis e regulamentos, as pessoas jurídicas devem possuir um livro de registro de inventário das matérias-primas, das mercadorias, dos produtos em fabricação, dos bens em almoxarifado e dos produtos acabados existentes na época do balanço. Nessas condições estará a autoridade tributária autorizada a arbitrar o lucro da pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real, quando esta não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais (RIR/1999, art. 530). A ausência de escrituração do Livro de Inventário implica também em infracção, perante a legislação do IPI e do ICMS de cada estado, sujeita às penalidades dos respectivos regulamentos. A escrituração deverá ser efectivada dentro de 60 (sessenta) dias, contados da data do balanço ou, no caso de empresa que não mantém escrita contábil, do último dia do ano civil. Portanto a sua elaboração se torna obrigatória sempre que a companhia mantém produtos estocados no período de balanço; que pode ocorrer trimestralmente ou anualmente — a primeira opção é válida somente para empresas que atuam no regime de lucro real. 19 Modelo do Livro Inventário 3.5.2. Livro Registro de Duplicatas Definição de Livro Registro de Duplicatas O Livro Registro de Duplicatas é opcional para as empresas, excepto quando é adoptado um regime no qual ocorra vendas de mercadorias que gerem duplicatas. Segundo a Lei de nº 5.474, que dispõe acerca das Duplicatas, elas devem conter as seguintes informações: Denominação “duplicata”, a data de sua emissão e o número de ordem; Número da factura; Data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista; Nome e domicílio do vendedor e do comprador; Importância a pagar, em algarismos e por extenso; Praça de pagamento; Cláusula à ordem; 20 Declaração do reconhecimento de sua exactidão e da obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite, cambial; e Assinatura do emitente. Portanto, quando ocorre a emissão desse documento, o vendedor é obrigado a escriturar o Livro de Registro de Duplicatas. No conteúdo do livro são dispostas as duplicatas registradas cronologicamente, incluindo: Número de ordem; Data e valor de cada factura expedida; Nome e domicílio do cliente etc. Quanto à formalidade do Livro de Registro de Duplicatas (em forma não digital), a lei, assim como as normas brasileiras,estabelece que nenhum tipo de rasura, borrões, emendas ou entrelinhas estejam presentes no documento. 3.5.3. Livros de Entrada e Saída de Mercadorias Definição de Livros de Entrada e Saída de Mercadorias Os livros de Registro de Entrada e Saída de Mercadorias são obrigatórios para quem actua no sector comercial. Eles são voltados à escrituração de documentos fiscais que conferem a entrada e saída de mercadorias, respectivamente (SOUZA, 2003). Além do registro desses fatos, a Contabilidade deve considerar, também, as aquisições de serviços de transporte e comunicação por parte da empresa, procedência e destino da mercadoria, impostos, discriminação, entre outros factores (SOUZA, 2003). A elaboração desse livro ocorre similarmente ao Livro-diário, visto que as operações devem ser inseridas de maneira individual e cronologicamente, na ordem exacta da entrada / saída (independentemente da natureza) de cada produto que transitou pelo estabelecimento (SOUZA, 2003). Contudo, todos os registros que envolvam alíquotas de impostos e natureza de operações devem estar de acordo com o Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP). 21 Modelo do Livros de Entrada de Mercadorias Modelo do Livros de Saída de Mercadorias 22 3.5.4. Livro de Registro de Prestação de Serviços O Livro de Registro de Prestação de Serviços também é de elaboração obrigatória e tem por objectivo registar os documentos fiscais relacionados a empresas que exerçam actividades sujeitas a apuração de ISS (Imposto Sobre Serviço) (SOUZA, 2003). É importante lembrar que a apuração desse imposto é de competência dos municípios e, portanto, as especificidades de escrituração obedecem a legislação local. Modelo do Livro de Registro de Prestação de Serviços LIVRO DE REGISTRO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 001 MÊS: ANO ALÍQUOTA % ATIVIDADE ECONÔMICA DIA NOTAS FISCAIS DOCUMENTOS GERENCIAIS VALOR TOTAL DOS SERVIÇOS VALOR DAS DEDUÇÕES VALOR DA BASE DE CÁLCULO OBSERVAÇÕES: DE Nº A Nº DE Nº A Nº 1 2 3 4 5 6 7 8 9 SOMA VALOR ISSQN A RECOLHER R$ 1 2 3 4 5 6 7 8 = (6 - 7) PAGO EM / / 23 3.5.5. Livro de balancetes, diários e balanços Somente o Banco Central regulamentou a utilização deste livro e, praticamente, só é encontrado em instituições financeiras. A legislação não obsta a utilização concomitante do livro “Balancetes Diários e Balanços” e de livros auxiliares (SOUZA, 2003). Existe controvérsia sobre a obrigatoriedade de autenticação, pelas empresas não regulamentadas pelo Banco Central, das fichas de lançamento já que o Código Civil determina: Art. 1.181. Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser autenticados no Registro Público de Empresas Mercantis. 3.5.6. Livro Contas-correntes Os livros auxiliares, tais como Caixa e Contas-Correntes, que também podem se escriturados em fichas, são dispensados de autenticação quando as operações a que se reportarem tiverem sido lançadas, pormenorizadamente, em livros devidamente registrados (SOUZA, 2003). 24 4. Conclusão Terminando o trabalho conclui que os livros contábeis são registros de operações envolvidas nos negócios, isto é, escriturações contábeis. As informações registadas nesses livros são fundamentais para que a empresa compreenda a sua própria identidade, pois elas exibem o histórico e o panorama actual — detalhe que ajuda a elaborar planejamentos mais precisos. Por meio dos livros contábeis é possível entender, por exemplo, como a empresa chegou a determinado resultado de Balanço Patrimonial. Afinal todas as operações de crédito e débito estão presentes nos relatórios. As principais funções da Contabilidade são: registar, organizar, demonstrar, analisar e acompanhar as modificações do património em virtude da actividade económica ou social que a empresa exerce no contexto económico Existem diferentes tipos de livros contábeis com os quais uma empresa deve trabalhar. Os principais deles são os livros Diário e Razão, embora os demais (considerados facultativos) também contribuam significativamente para a análise de desempenho contábil. Os livros geralmente facultativos são obrigatórios em casos específicos — ou seja, não são livres de obrigatoriedade. No caso do Livro de Registro de Duplicatas, Livro de Inventário; Livros de Entrada e de Saída de Mercadorias, Livro Contas- correntes e Livro de balancetes, diários e balanços. 25 5. Referências Bibliográficas SOUZA, Ernesto Dias de. Como elaborar demonstrações contábeis. São Paulo: IOB - Thomson, 2003. IUDICIBUS, Sérgio de, MARION, José Carlos. Curso de contabilidade para não contadores. 2. ed.- São Paulo: Atlas, 1999. Ribeiro, Osnir de, Moura, Contabilidade Geral. 3. ed. - São Paulo: Saraiva 2009. SZUSTER e Cardoso. Contabilidade Geral, 2009. 3ed. São Paulo : Atlas São Paulo: Atlas, 1999.