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Terapias Integrativas Energéticas


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Terapias Integrativas Energéticas
UNIDADE 1 - Reiki e Imposição de Mãos
 Reiki, uma terapia vibracional que utiliza a imposição de mãos para equilibrar a energia e melhorar aspectos físicos, mentais e espirituais de quem o recebe, contribuindo para a melhora da saúde e do bem-estar. Também verá como o Reiki surgiu no Japão e chegou até o Brasil, onde faz parte das práticas integrativas e complementares em saúde. Verá as bases do Reiki, para quem ele se destina e como se tornar um reikiano. Por fim, você verá os cinco princípios básicos do Reiki.
As bases do Reiki
O Reiki (imagem abaixo) integra desde 27 de março de 2017 o rol das Práticas Integrativas e Complementares no SUS, sendo considerada uma prática de cura vibracional, que compõe o arcabouço de técnicas de imposição de mãos. A técnica busca canalizar a energia vital, visando promover o equilíbrio energético, necessário ao nosso bem-estar físico e mental (BRASIL, 2018).
Segundo Bratman (1998), praticamente todas as práticas integrativas e complementares creem na existência de uma energia vital ou força vital. Na medicina tradicional chinesa essa energia é denominada Qi, e flui por todas as células do nosso corpo. Quando a energia vital floresce, há o bem-estar; já quando está bloqueada, surge a doença. 
A cura consiste em ir além de combater as doenças e em ajudar a energia vital a realizar a sua tarefa. 
A energia vital está presente em todo o universo, e em tudo que é vivo: pessoas, animais e plantas. 
O Reiki ativa e dirige a energia vital, permitindo equilibrar as energias das pessoas, dos animais, das plantas e dos ambientes. 
A palavra Reiki é formada pela junção de Rei, a energia universal, com a palavra Ki, a energia vital individual. Assim, pode ser definido como a energia vital universal, que se encontra dentro e ao redor de tudo que é vivo, e em todo o universo. 
“O campo da energia humana é a manifestação da energia universal intimamente envolvida na vida humana. Pode ser descrito como um corpo luminoso que cerca o corpo físico e o penetra, emite sua radiação, característica própria e é habitualmente chamado aura” (BRENNAN, 2006, p. 67). 
A aura humana (imagem abaixo) divide-se em sete camadas, denominadas de corpos energéticos ou corpos sutis: 
corpo extrafísico, 
corpo físico, 
corpo mental, 
corpo emocional, 
aura espiritual, 
aura celestial e 
aura divina. 
O Reiki harmoniza o campo áurico, melhorando tanto os aspectos físicos quanto mentais e espirituais do indivíduo que o recebe.
Outro conceito importante para o Reiki é o dos chacras, os centros de energia vital. 
Existem sete chacras principais (imagem abaixo), dispostos ao longo da coluna vertebral. 
São eles (em ordem ascendente): Chacra Base (Muladhara); 
Chacra Umbilical (Svadhisthana); 
Chacra Plexo Solar ou Umbilical (Manipura); 
Chakra Cardíaco (Anahata); 
Chacra Laríngeo (Vishuddha); 
Chacra Frontal ou 3º olho (Ajna); 
Chakra Coronário (Sahasrara). 
Os chakras agem como canais de troca e assimilação de todas as energias que integram nosso corpo físico, emocional, mental e espiritual.
O profissional que aplica o Reiki posiciona suas mãos sobre os chacras, restabelecendo um fluxo harmônico de energia. 
O Reiki pertence às antigas práticas orientais de cura e foi decodificado por Mikao Usui, um sacerdote e médico japonês que viveu entre 1858 e 1930. 
Muito além de ser uma terapia, o Reiki é considerado uma filosofia de vida. 
A filosofia do Reiki é baseada em cinco princípios (MACHADO, 2020): 
-Seja grato; 
-Não sinta raiva; 
-Não se preocupe; 
-Trabalhe honestamente; 
-Seja bondoso. 
Ao equilibrar nossos chacras, o Reiki mantém e restaura a saúde. Tem sido muito utilizado como terapia complementar em casos de estresse, ansiedade, depressão e outras disfunções psicofisiológicas, além de proporcionar conforto, bem-estar e melhor qualidade de vida.
História e fundamentos do Reiki
A imposição de mãos (imagem abaixo) é uma manobra religiosa relatada desde tempos primordiais. 
Está presente em várias religiões: cristianismo, espiritismo, xamanismo, budismo e hinduísmo, entre outras. 
Também é aplicada em terapias de cura de caráter não religioso, como o Reiki, a terapia Karuna Reiki e o toque terapêutico (ROHDE, 2021). 
Quem redescobriu o Reiki foi o Dr. Mikao Usui, no final do século XIX. Nascido no Japão, era sacerdote, médico e diretor de faculdade. 
A partir de seu interesse pelas curas feitas por Jesus, descritas na Bíblia, passou a estudar as antigas escrituras cristãs e as escrituras dos discípulos de Buda, que também exercia a cura com o uso de símbolos e mantras. 
Passou a executar e a ensinar um método que curava não apenas o corpo físico, mas também o emocional, o mental e o espiritual. Um dos seus discípulos mais dedicados foi o Dr. Chujiro Hayashi, médico que fundou uma clínica em Tóquio para o atendimento do Reiki e criou o sistema de ensino da técnica por níveis. 
Machado (2021) nos conta que o Reiki chegou no Brasil em 1983, com a realização de um curso ministrado pelo norte-americano Stephen Cord Saiki, da American International Reiki Association (AIRA). Nesse mesmo ano houve a fundação da Associação Brasileira de Reiki (ABR), pela mestra Claudete França.
O Reiki pode ser utilizado em tudo que é vivo: plantas, animais e pessoas. 
Para aplicar o Reiki em plantas utiliza-se a energização da água com a qual as plantas serão regadas. 
Isso porque a energia curativa pode ser armazenada em água para uso futuro. 
Também é possível aplicar o Reiki na base da planta, através da terra, e nas sementes, antes do plantio (MACHADO, 2020).  
Animais também podem receber o Reiki. “Cães e gatos são os mais comuns, mas também se incluem os pássaros, peixes, coelhos, entre outros” (MACHADO, 2020, p. 35). 
Bebês podem receber o Reiki ainda no útero materno, o que contribuirá para sua formação e para o parto. 
Após o nascimento, podem continuar recebendo para tratar as cólicas, por exemplo. 
Em crianças um pouco maiores, o Reiki fornece calma para lidar com as emoções e a vivência social (MACHADO, 2020). 
Objetos também podem receber o Reiki, como alimentos, remédios, roupas, carros e dinheiro. Pode-se aplicar também o Reiki à distância, bastando o terapeuta emanar mentalmente a energia e direcioná-la para quem precisa. O terapeuta pode se autoaplicar o Reiki, experimentando as sensações energéticas como o calor, o frio, o formigamento, a repulsão e a atração.  
Os ensinamentos do Reiki, no Ocidente, são divididos em 4 níveis (MACHADO, 2000): 
Nível 1: abertura dos canais para o fluxo de energia. Capacita o terapeuta para aplicar a técnica com foco nos aspectos físicos.
 
Nível 2: estudos dos símbolos (imagem abaixo) e de como aplicar o Reiki à distância, com foco nos aspectos emocionais e mentais.
Nível 3: aprofundamento da prática, com foco na consciência. 
Nível 4: capacitação do terapeuta para ensinar o Reiki, tornando-se mestre.
Aplicação e princípios do Reiki
A aplicação do Reiki deve ser feita preferencialmente em um local silencioso, estando o receptor – quem irá receber o Reiki – deitado ou sentado. 
O terapeuta sintoniza mentalmente a energia e direciona suas mãos nos chacras, fluindo a energia vital. 
Essa energia entra pelo chacra coronário (na cabeça), passa pelo chacra do coração (no meio do tórax) e é distribuído pelas mãos.  
Segundo Babenko (2004, p. 63),  
as palmas das mãos do reikiano são sempre voltadas para baixo e os cinco dedos mantêm-se unidos e estendidos. 
As mãos ficam relaxadas e não exercem pressão sobre o corpo de quem irá receber a aplicação energética (seja o cliente, seja o próprio reikiano) podendo ser posicionadas diretamente sobre o corpo da pessoa ou ligeiramente acima dele. 
A imposição de mãos sob cada ponto ao longo do corpo tem duração de aproximadamente três minutos e, totalizando, são vinte e três os pontos que podem ser “energizados” durante as sessões. 
Algumas pessoas referem sentir, durante a aplicação, calor, frio, vibrações ou formigamentos.
Durante a aplicação do Reiki (imagem abaixo) háuma recomposição da energia vibracional (aura), cuja frequência fica mais alta. Com isso, as células são ativadas, assim como o sistema imunológico, glandular, nervoso e digestório. 
Os bloqueios energéticos são dissolvidos e eliminados, promovendo dessa forma equilíbrio e cura. Os chacras também são energizados, melhorando o funcionamento físico, mental e emocional (SENAC, 2010).
O Reiki não apresenta contraindicações e nem efeitos colaterais. A energia do Reiki é a energia universal, portanto o reikiano não transfere sua energia pessoal, mantendo-se dentro de um campo altamente energizado durante a aplicação.  
O reikiano deve buscar seguir os princípios do Reiki e divulgá-lo a quem for atendido por ele. São esses princípios: 
1. Seja grato. 
Ao nos sentirmos agradecidos por tudo que recebemos do universo, estamos mais dispostos a compartilhar essas bênçãos. A gratidão abre o caminho para a abundância e o sucesso em todas as áreas da nossa vida (BABENKO, 2004).
2. Não sinta raiva. 
Os praticantes de Reiki consideram o zangar e o criticar atos inúteis, ineficazes e prejudiciais (BABENKO, 2004). 
3. Não se preocupe. 
Ter pensamentos de dor e sofrimento representam uma fuga do presente e podem interferir em nossas energias. O universo tem seu propósito e não devemos tentar interferir com preocupações desnecessárias. 
4. Trabalhe honestamente. 
Gostar daquilo que se faz, ser verdadeiro em nossos pensamentos, emoções e ações, trabalhando sem contrariedades e ressentimentos. 
5. Seja bondoso. 
Respeitar os outros, atender suas necessidades, ter compaixão.
Partindo desses princípios, tem-se que as qualidades requeridas aos praticantes de Reiki são: complacência, 
serenidade, 
resignação, 
honestidade e respeito. 
Esses princípios devem ser praticados diariamente, reformulando antigos hábitos e costumes para que assim se chegue ao autoconhecimento, chave da transformação pessoal, preconizada por Mikao Usui como o verdadeiro caminho para a cura (BABENKO, 2004). 
Unidade 1 / Aula 2 Teorias de base do Reiki
Bases do Reiki. Uma delas é a energia vital, a energia que está em todo o universo e que nos dá vida e saúde. Conhecerá os chacras, os centros de energia que permitem a circulação dessa energia por todo nosso corpo. Por fim, aprenderá sobre a aura ou os corpos sutis, a energia eletromagnética que circunda nosso corpo físico. 
como o Reiki mobiliza a energia vital através da aura até chegar nos chacras, liberando bloqueios energéticos que causam problemas psíquicos e físicos.
Relação do Reiki com a energia vital, os chacras e os corpos sutis
Para entendermos a proposta do Reiki é necessário ir além do corpo físico e conhecer os sistemas de energia que existem no universo e nos seres vivos. Todo ser vivo – pessoas, animais e plantas – é um ser de energias multidimensionais, afetado pelas energias ao seu redor. 
A base de muitas das terapias integrativas e complementares vem da antiga China, que visa os seres humanos como um microcosmo dentro de um macrocosmo universal.  
Segundo Gerber (2007, p.143), 
os princípios que regem o funcionamento da maquinaria interna dos seres humanos se refletem nos relacionamentos universais do fluxo energético. 
Um dos conceitos básicos do fluxo de energia é a existência do chi ou qi, uma singular substância energética que flui do ambiente para o corpo. 
Essa energia Qi é também chamada de energia vital ou de Prana, nos textos hindus. É uma energia sutil que impregna o ambiente, nutre e organiza as células. 
Ela é absorvida pelo corpo humano através dos meridianos (imagem abaixo), que estão logo abaixo da pele e se estendem até nossos órgãos mais profundos. 
A energia vital é processada pelos chacras, para assim poder influenciar as atividades celulares, fisiológicas e do organismo como um todo. 
Segundo Gerber (2007, p. 303), os chacras, por meio do sistema endócrino, “transformam em manifestações biológicas os inputs vibracionais dos corpos etérico, astral e de outros corpos de dimensões superiores”.  
Os chacras (imagem abaixo), esses centros de energias especializados que nos ligam ao universo multidimensional, estão espalhados pelo corpo, sendo que os sete principais localizam-se ao longo da coluna. São eles, de baixo para cima: 
chacra básico, 
chacra umbilical, 
chacra do plexo solar, 
chacra cardíaco, 
chacra laríngeo, 
chacra frontal e 
chacra coronário.
A parte do campo de energia universal associada ao corpo humano denomina-se aura ou corpos sutis. 
Segundo Brennam (2006), o campo áurico é composto por sete camadas, sendo que da mais interna – mais próxima ao corpo físico – à mais externa temos: 
corpo etérico, 
corpo emocional, 
corpo mental, 
corpo astral, 
corpo etérico padrão, 
corpo celestial e 
corpo causal. 
Cada camada do campo áurico está associada a um chacra. 
Com o Reiki é possível não apenas expandir, mas também “limpar” a aura, de tal forma que os chacras consigam receber a energia universal de forma mais fácil. 
O Reiki é a terapia por imposição de mãos mais conhecida. Mas também existe a terapia Karuna Reiki, o Toque Terapêutico e o Toque de Cura, entre outros.  
A Karuna Reiki foi proposta nos Estados Unidos por William Lee Rand. Ela utiliza a imposição de mãos sobre o corpo físico, aplicando os símbolos nos chacras e permitindo que a energia alcance os locais necessários de ação nos meridianos ou canais de energia (ROHDE et al., 2021). 
O Toque Terapêutico foi inventado pela enfermeira Dolores Krieger, em 1972. Com a imposição de mãos, feita por pessoas com um corpo razoavelmente sadio, o corpo energético dos pacientes é reequilibrado e harmonizado, induzindo ao processo de cura.  Ela formou várias enfermeiras na técnica, a qual é usada em ambientes hospitalares (GERBER, 2007). 
O Toque de Cura foi criado pela enfermeira Janet Mentgen, em 1989, e utiliza as mãos do praticante sobre e no corpo do paciente, para desbloquear a energia, promovendo a cura física e o equilíbrio das emoções, da mente e do espírito (POST-WHITE et al., 2003 apud MOTTA; BARROS, 2015). 
As técnicas de imposição de mãos são de fácil aplicação e baixo custo, e suas aplicações têm se mostrado benéficas na promoção do bem-estar e da saúde, desde que utilizadas como terapias complementares aos tratamentos convencionais. 
Funções da energia vital, dos campos áuricos e dos chacras
A energia vital – energia Qi – é a substância fundamental que mantém a vitalidade do corpo e nos protege das doenças. Os seres humanos são os centros transformadores dessa energia. Parte dessa energia nos é transmitida no momento da concepção, sendo chamada de pré-celestial (energia inata ou congênita). 
Outra parte do Qi é dita pós-celestial ou adquirida: recebemos por meio dos alimentos e da respiração. 
Essa energia circunda o corpo humano como um campo eletromagnético. 
Vários cientistas tentaram comprovar a existência dessa energia, sendo o mais conhecido o russo Semyon Kirlian, que no início dos anos 1940 desenvolveu uma técnica capaz de medir alterações nesse campo energético por meio de eletrofotografia (GERBER, 2007). 
Esse campo eletromagnético é chamado pelas terapias tradicionais de campo áurico ou aura. É dividido em sete camadas. Do ponto de vista da ciência, cada camada pode ser considerada um nível de vibrações mais elevadas, que ocupa o mesmo espaço dos níveis de vibração inferiores, e se estende além deles. Segundo Brennam (2006), da camada mais interna à mais externa, temos: corpo etérico, corpo emocional, corpo mental, corpo astral, corpo etérico padrão, corpo celestial e corpo causal. 
1ª camada: corpo etéreo. É nossa parte material, e serve como um intermediário entre o corpo físico e as emoções. 
2ª camada: corpo emocional. Ligado aos sentimentos, sofre influência da racionalidade. 
3ª camada: corpo mental. Está associado aos pensamentos e aos processos mentais.  
4ª camada: corpo astral. Corpo dos sentimentos, do afeto, das relações amorosas e familiares. 
5ª camada: corpo etérico padrão. Fonte da intuição,da criatividade e dos desejos. 
6ª camada: corpo celestial. Onde se encontra a real sabedoria, é o nível emocional do plano espiritual. 
7ª camada: corpo causal. Também chamado de espiritual, é a consciência pura, a iluminação. 
É a camada que faz a conexão mais profunda com o divino e o universo.  
Os chacras são centros de energia especializados que nos ligam ao universo multidimensional. Eles podem ser definidos como “portais dimensionais, existentes no interior dos corpos sutis, que captam e processam energia de natureza vibracional superior de modo que ela possa ser corretamente assimilada e utilizada para transformar o corpo físico” (GERBER, 2007, p. 304).   
Os sete chacras principais, de baixo para cima, são (BARROCO; TOMBI, 2019; MACHADO et al., 2021):  
Chacra básico ou da raiz: localiza-se no final da coluna e está ligado à terra e à vontade de viver, de realizar. Relaciona-se com as glândulas suprarrenais e os rins, e seu equilíbrio é importante para a saúde física.  
Chacra sacral ou sexual: localiza-se abaixo da cicatriz umbilical, relacionando-se com as gônadas, os rins e as suprarrenais. Tem influência na nossa autoestima e nos relacionamentos interpessoais. 
Chacra do plexo solar: está localizado acima da cicatriz umbilical, estando ligado ao sistema digestório. Em equilíbrio, mantém a vitalidade e a força de vontade para realizações. 
Chacra cardíaco: localizado no centro do tórax, relaciona-se com o coração, o sistema cardiorrespiratório, o amor e a empatia. 
Chacra laríngeo: na região do pescoço, é o chacra relacionando à glândula tireoide e à habilidade de comunicação. 
Chacra frontal: também chamado de “terceiro olho”, localiza-se entre as sobrancelhas.  Relaciona-se com o sistema nervoso e com a glândula pituitária; do ponto de vista emocional, ele se liga à intuição e à criatividade. 
Chacra coronário ou da coroa: localiza-se no alto da cabeça, está relacionado com o sistema nervoso e a glândula pineal. Capta a energia celeste e se liga à espiritualidade e ao divino. 
A prática do Reiki
O Reiki ativa, direciona e aplica a energia vital, ou energia vital universal. É essa energia que assegura o estado de saúde das pessoas, e o reikiano, por meio da imposição de mãos, restabelece esse fluxo energético (BABENKO, 2004). 
Ao iniciar a sessão, o reikiano deve estar vibrando na energia do amor incondicional, sintonizando mentalmente essa energia. A energia deve entrar pelo chacra coronário (Figura 5) e passar pelo chacra cardíaco (SENAC, 2010).
Após entrar pelo chacra coronário, a energia segue o trajeto da medula espinal e dos gânglios nervosos existentes ao longo do eixo central do corpo, fluindo para baixo. Os chacras vão absorvendo as energias sutis e convertendo-as em sinais hormonais, liberando hormônios na corrente sanguínea. Também distribuem a energia vital para os órgãos ao seu redor (GERBER, 2007).  
Durante uma sessão de Reiki são energizados 23 pontos, incluindo os sete chacras principais. A primeira sessão costuma durar de 45 a 60 minutos, e as subsequentes, 30 minutos. 
O reikiano permanece com suas mãos sobre cada ponto por 3 minutos. 
Conforme a energia vital transita pelos chacras (Figura 6), as perturbações psíquicas que podem estar ocorrendo devido a algum bloqueio são minimizadas. 
Essas perturbações são, de acordo com cada chacra (BABENKO, 2004): 
Chacra básico: medo, depressão e insegurança; 
Chacra sacral: ansiedade e ilusões; 
Chacra do plexo solar: sentimentos de superioridades e egoísmo; 
Chacra cardíaco: indiferença e egoísmo; 
Chacra laríngeo: fobias, terror, inibição e rigidez; 
Chacra frontal: neuroses; 
Chacra coronário: alienação, psicose, confusão mental e dificuldades de aprendizagem. 
O Reiki, ao liberar o fluxo de energia pelos chacras, também minimiza ou elimina as perturbações físicas resultantes dos bloqueios. São elas (BABENKO, 2004):  
Chacra básico: obesidade, anorexia e problemas ósseos; 
Chacra sacral: problemas nos órgãos reprodutores; 
Chacra do plexo solar: hiperatividade, úlceras e diabetes; 
Chacra cardíaco: asma e outras enfermidades pulmonares, hipertensão e doenças cardíacas;  
Chacra laríngeo: dores de garganta e torcicolos;  
Chacra frontal: enxaquecas, otite e doenças relacionadas à visão; 
Chacra coronário: perda de habilidades físicas, de interagir em grupo e de suportar dores e desconfortos físicos. 
Além de melhorar questões psíquicas e físicas, o Reiki pode ajudar a resolver problemas cotidianos e a ter uma vida mais plena. Por exemplo, segundo Frazier (2021), o Reiki pode: 
Remover os bloqueios energéticos que impedem o progresso na vida; 
Ajudar a resolver questões emocionais como luto, ressentimento e baixa autoestima; 
Proporcionar cura e apoio energético após desastres naturais ou acontecimentos traumáticos; 
Fortalecer o indivíduo para que viva sua vida de forma plena, a favor do seu bem maior.  
O Reiki vai muito além do reequilíbrio energético. Ele é uma filosofia de vida, uma prática diária de bondade, gratidão e amor por tudo que é vivo.
Unidade 1 / Aula 3 Aplicações clínicas do Reiki
Os conceitos de saúde e de doença são tratados de forma holística e integrativa pela Medicina Tradicional Chinesa, assim como a relação entre saúde e energia vital. 
Você aprenderá ainda sobre a ligação entre o Reiki e as disfunções psicofisiológicas, como a ansiedade e a depressão. 
Verá que o Reiki é capaz de controlar o estresse, já que ele é algo inevitável na vida de todos nós. 
Também verá como a prática regular do Reiki tem ação positiva em todos os domínios que compõem a qualidade de vida.
Efeitos do Reiki no equilíbrio do organismo e na saúde
O Reiki tem suas origens na Medicina Tradicional Chinesa, portanto, devemos entender como essa medicina aborda os conceitos de saúde e de doença. 
A base da Medicina Tradicional Chinesa é o equilíbrio: saúde é um estado de equilíbrio, enquanto a doença é um distúrbio desse equilíbrio, o qual é influenciado por aspectos físicos, emocionais, ambientais e genéticos, sendo papel dos terapeutas ajustar esse equilíbrio (BRATMAN, 1998).
Outro conceito importante na Medicina Tradicional Chinesa é o conceito de energia, particularmente a energia vital e a energia eletromagnética. 
A energia vital é uma energia presente em tudo o que é vivo, no ambiente e no universo. 
Ela nutre todas as células vivas, portanto, ela precisa circular livremente por todo o corpo. 
Caso haja escassez, excesso ou bloqueio dessa energia, nosso equilíbrio é perturbado, podendo surgir desconfortos e doenças. 
Muitas das terapias ditas energéticas buscam trabalhar esse fluxo de energia: o Reiki é um exemplo.  
Todos os seres vivos são circundados por uma aura energética, um campo eletromagnético, em que as três dimensões do ser interagem: corpo, mente e espírito. Dessa forma, os tratamentos ditos integrativos tratam dessas três dimensões (imagem abaixo), pois não vêm sentido em tratá-las isoladamente, como o faz a medicina ocidental.
Dessa forma, a manutenção do equilíbrio é a base da saúde. Muitos fatores buscam alterar esse equilíbrio, sejam fatores externos, como microrganismos e lesões mecânicas, ou fatores internos, como as emoções e os distúrbios psicológicos. Muitas vezes, o que vemos é uma combinação de fatores externos e internos interferindo no nosso bem-estar e até mesmo causando doenças.  
As chamadas disfunções psicofisiológicas são uma associação de doenças orgânicas (somáticas) com fatores psicossociais (psíquicos, comportamentais, ambientais e culturais). 
Para entendê-las e tratá-las é necessária uma visão holística da saúde, que reconheça a interdependência das manifestações biológicas, físicas, psicológicas e emocionais dos indivíduos.  
Ansiedade, depressão e estresse, por exemplo, são muito comuns atualmente e impactam a saúde física e mental, gerando um desequilíbrio que acaba abalando todas as áreas da vida do sujeito. Do ponto de vista da Medicina Tradicional Chinesa, essas condições abalam o equilíbrio da energia vital, afetandoo físico e o emocional. 
A ansiedade (imagem abaixo) é “uma emoção orientada ao futuro, caracterizada por percepções de incontrolabilidade e imprevisibilidade sobre eventos potencialmente aversivos e um desvio rápido na atenção para o foco de eventos potencialmente perigosos ou para a própria resposta afetiva do indivíduo a esses eventos” (BARLOW Apud CLARK; BECK, 2012, p. 16-17). Muitos dos seus sintomas são de natureza fisiológica, mas também aparecem sintomas cognitivos, comportamentais e afetivos.
A depressão pode se confundir com a ansiedade, mas enquanto os pensamentos da ansiedade são de dano e de perigo, os da depressão são de perda e fracasso. Na depressão há uma desesperança global em relação a problemas existenciais específicos (CLARK; BECK, 2012).
Outro fator que desequilibra nossas energias é o estresse. Segundo Rohde (2021, p. 443), o estresse “é considerado um estado de desequilíbrio do organismo em resposta às influências ambientais. O organismo tenta se adaptar a situações que exigem dele uma resposta mais forte que a habitual.”
O Reiki tem sido muito utilizado como tratamento complementar em casos de ansiedade, depressão e estresse. Também é utilizado de forma preventiva, já que um de seus objetivos é manter o equilíbrio interno do indivíduo para que ele permaneça saudável e evite o adoecimento, resultando em uma melhora global da sua qualidade de vida. 
As disfunções psicofisiológicas, o estresse e a qualidade de vida
Segundo Clark e Beck (2012, p. 17), 
ansiedade é um sistema de resposta cognitiva, afetiva, fisiológica e comportamental complexo que é ativado quando eventos ou circunstâncias antecipadas são consideradas altamente aversivas porque são percebidas como eventos imprevisíveis, incontroláveis, que poderiam potencialmente ameaçar os interesses vitais de um indivíduo.  
A ansiedade, produz sintomas de ordem física, cognitiva, comportamental e afetiva, desequilibrando o indivíduo em todas as esferas de sua existência.
Clark e Beck (2012) citam alguns desses sintomas: 
Fisiológicos: aumento da frequência cardíaca e respiratória, dor ou pressão no peito, tontura, agitação e tensão muscular; 
Cognitivos: medo de perder o controle, pensamentos aterrorizantes, confusão e dificuldade de raciocínio; 
Comportamentais: agitação, fuga e dificuldade para falar; 
Afetivos: a pessoa sente-se constantemente nervosa, assustada, irritável e impaciente.  
A depressão, é uma alteração específica de humor, considerada uma síndrome devido a seus vários sintomas, de ordem emocional, cognitiva, motivacional e físicos/vegetativos (BECK; ALFORD, 2011).
As queixas principais dos deprimidos envolvem a sensação de tristeza, preocupação, falta de esperança, falta de objetivos ou falta de vontade de fazer coisas que antes lhe eram agradáveis. Em relação às queixas físicas, as mais comuns são o cansaço e a falta de energia. A depressão também pode causar perda dos vínculos emocionais e crises de choro.  
O estresse, é uma alteração fisiológica que se processa no organismo quando ele tenta se adaptar a situações que exigem mais do que ele pode corresponder (VASCONCELLOS apud ROHDE, 2021). 
Na sua fase inicial – fase de alarme – há taquicardia e taquipneia, secreção de hormônios como adrenalina e cortisol e deslocamento de parte do sangue da periferia para o centro do corpo. 
Passada essa fase, vem a fase de resistência, na qual os sintomas físicos dão lugar às sensações de medo, irritabilidade, nervosismo e ansiedade. 
Qualidade de vida é algo que todos nós queremos, mesmo sem sabermos ao certo no que ela consiste. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), qualidade de vida é definida como “a percepção que o indivíduo tem sobre a sua posição na vida e no contexto de sua cultura, de acordo com os sistemas de valores da sociedade em que vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” (WHOQOL Apud DINIZ, 2013, p. 22). A qualidade de vida tem quatro domínios: físico, psicológico, social e ambiental, conforme a seguir:  
Físico: engloba a presença ou não de dores e desconfortos, o nível de energia para realizar tarefas, a qualidade do sono, a capacidade de fazer atividades cotidianas, de se locomover e trabalhar, entre outros. 
Psicológico: engloba os sentimentos positivos e negativos, a capacidade de pensar e aprender, a autoestima, a imagem corporal, as crenças pessoais e a espiritualidade e a religião, entre outros. 
Social: engloba as relações pessoais e o suporte e apoio social, entre outros. 
Ambiental: engloba a segurança, o ambiente físico (poluição, ruído, trânsito, clima), os transportes, a disponibilidade e qualidade de serviços de saúde e de lazer e os recursos financeiros, entre outros. 
Compreender a integralidade do ser humano, em que corpo, mente e espírito não são dissociados, mas, sim, uma unidade, é fundamental para o cuidado global com a saúde. Nesse contexto encontram-se as práticas integrativas e complementares, a exemplo do Reiki. 
Efeitos do Reiki nas disfunções psicofisiológicas, no estresse e na qualidade de vida
Qualquer doença, na perspectiva energética, representa uma condição de desarmonia. O Reiki é compatível com todos os tratamentos médicos e de saúde, mas de forma complementar, pois não é recomendável suspender nenhum medicamento para substituí-lo pela técnica.  
No caso de pessoas com disfunções psicofisiológicas e de estresse, o Reiki pode ajudar não somente com questões físicas, mas também melhorando as emoções e promovendo uma melhor atitude em relação à vida e aos seus desafios. 
A pessoa que recebe o Reiki consegue maior serenidade e tranquilidade, o que reduz os transtornos da ansiedade, da depressão e do estresse. Esse relaxamento leva ao autoconhecimento e a uma nova perspectiva de ver os problemas e a vida, proporcionando mais felicidade. E, quando a mente e o espírito estão felizes, o corpo tem boa saúde. 
Segundo Ruiz (2019), o Reiki atua de forma precisa em casos de ansiedade ou estresse, quando níveis altos de descontrole emocional geram desarmonia das funções básicas do corpo, resultando em um desequilíbrio interno e na redução das defesas.  
O Reiki auxilia na diminuição dos níveis de estresse. Segundo Machado (2020, p. 65-66), “seu efeito costuma ser rápido justamente por conseguir recuperar desequilíbrios mais agudos, possibilitando a retomada da visão da realidade e dos sentidos plenos gradualmente. O Reiki busca nos trazer de volta à nossa realidade”.  
A Organização Mundial de Saúde afirma que ter saúde não é apenas não estar doente, mas ter um bem-estar físico, psíquico e social. Dessa forma, o Reiki pode ser útil não apenas em quem passa por algum tratamento médico, mas também para todo aquele que deseja se manter saudável. O Reiki tem um importante papel em melhorar a qualidade de vida, mantendo as boas condições de saúde. A energia que o Reiki fornece auxilia no equilíbrio em todas as áreas da vida. 
O Reiki pode ser aplicado para melhorar aspectos de todos os domínios que envolvem a qualidade de vida:  
Domínio físico: o Reiki fornece mais ânimo e energia para a realização de atividades físicas e promove um sono de qualidade. Também é capaz de reduzir dores e desconfortos.
Domínio psicológico: com o Reiki, a energia vital flui de forma harmônica e abundante por todos os chacras, o que melhora todos os aspectos psicológicos do indivíduo. 
Os sentimentos positivos afloram e há fortalecimento da autoestima e da imagem corporal. 
Aspectos mentais como o pensar e o aprender, assim como a memória e a concentração, também melhoram. 
O Reiki desenvolve a espiritualidade e as crenças pessoais. 
Domínio social: com o Reiki, as pessoas passam a se importar mais com as relações pessoais de qualidade, incluindo o aspecto sexual dos seus relacionamentos. 
Domínio ambiental: o Reiki desperta nas pessoas a vontade de viver melhor, o que inclui buscar formas de ter mais recursos financeiros e melhor qualidade em todos os ambientes, incluindo o doméstico e o de trabalho. 
O Reikipode ser entendido não somente como uma técnica, mas como uma maneira de viver diferente, mais plena e mais feliz.
Unidade 1 / Aula 4 Níveis de formação Reiki
O conteúdo desenvolvido em cada um dos três níveis de formação: nível 1, aspectos físicos do Reiki, início da aplicação em outras pessoas; nível 2: aspectos mentais e emocionais do Reiki, aplicação à distância; nível 3: aspectos espirituais e aprofundamento dos níveis anteriores. Por fim, aprenderá sobre os rituais do Reiki, tanto na formação quanto no dia a dia dos reikianos.
Como aprender a aplicar o Reiki
Qualquer pessoa pode aprender a aplicar o Reiki, devendo para isso passar por um curso de iniciação com um mestre Reiki. Uma vez tendo ativados seus canais energéticos, ela passa a ser um canal de Reiki por toda a vida, e quanto mais praticar o Reiki, mais intensamente fará fluir a energia (SENAC, 2010). 
Machado (2020) nos conta que originalmente os ensinamentos do Reiki se subdividiam em três níveis: 
Nível 1 (Shoden): subdividido em seis outros níveis. 
Nível 2 (Okuden): subdividido em dois níveis, Okuden Zenki e Okuden Koki.  
Nível 3 (Shinpiden): nível adicionado posteriormente, que permitia aos alunos se tornarem professores. 
No Ocidente, a formação também passou por modificações, tendo cada nível um propósito diferente. 
O processo de formação em Reiki é composto, hoje, por três níveis de aprendizado, sempre ministrados por um mestre Reiki. Para se tornar um reikiano é necessário cursar no mínimo os 2 primeiros níveis e isso habilitará o aluno a aplicar o Reiki em si mesmo e em outras pessoas. Para se tornar um mestre em Reiki é necessário cursar um terceiro estágio, que geralmente se desdobra em dois níveis (BABENKO, 2004). 
Os níveis de aprendizado são (MACHADO, 2020): 
Nível 1: esse nível foca nos aspectos físicos. Há a abertura dos canais por onde flui a energia Reiki e o aprendiz se capacita para aplicar em pessoas próximas (imagem abaixo), animais e plantas, e se autoaplicar. 
Nível 2: foco nos aspectos mentais e emocionais. Esse é o nível ideal para iniciar a aplicação do Reiki em desconhecidos. Os ensinamentos são aprofundados, com o uso dos símbolos (imagem abaixo) e da aplicação do Reiki à distância.
Nível 3a: o foco é na consciência. 
Esse nível se aprofunda no Reiki, tanto em tratamentos presenciais quanto à distância.  
Nível 3b: nesse nível o praticante torna-se mestre, podendo ensinar o Reiki.
A partir da conclusão do nível 2, já é possível tornar-se terapeuta em Reiki. Porém, a experiência de viver seguindo os princípios do Reiki e de se autoaplicar é fundamental para um tratamento de qualidade. 
Machado (2020) coloca alguns pontos importantes antes de atender alguém profissionalmente: 
Compreender as variadas respostas de um tratamento por meio do Reiki: cada pessoa responde de um jeito diferente ao tratamento, e por isso deve-se ter paciência e persistência. 
Compreender o funcionamento da energia Reiki (Figura 3): o terapeuta não manipula a energia, ele a direciona. 
Obter base de fortalecimento energético: o terapeuta deve estar relaxado para auxiliar o fluxo de energia. 
Conhecer anatomia básica: reconhecer a localização dos chacras principais (imagem abaixo) e de outros pontos em que deve realizar a imposição das mãos.
Conhecer conceitos científicos sobre a mente humana: sobretudo compreender que o receptor deve aceitar o tratamento. 
Obter experiência: passar por um período de estágio supervisionado por um mestre Reiki. 
O Reiki é capaz de realizar mudanças não somente em quem o recebe, mas sobretudo em quem o aplica. Babenko (2004) lista algumas delas: melhor compreensão de si próprio e de suas responsabilidades, maior tolerância com as outras pessoas e abandono de vício e adoção de hábitos alimentares mais saudáveis. 
Assim, além de uma terapia, o Reiki torna-se um estilo de vida. 
Os níveis de aprendizado do Reiki
O foco do nível 1 é o aspecto físico do Reiki, que, segundo Machado (2020, p. 28), “liga-se à percepção que temos sobre nossa realidade imediata, o mundo físico, palpável, facilmente percebido de forma direta através dos nossos cinco sentidos”. 
O aluno é sintonizado com a energia do Reiki e aprende sua história e as posições básicas das mãos para o tratamento.
O processo de iniciação ao Reiki, ou de sintonização à energia universal, é um ritual que precisa ser seguido corretamente.
Antes da iniciação, o aluno precisa purificar sua mente e eliminar toxinas de seu corpo, restabelecendo a harmonia individual. Para tanto, durante sete dias antes da iniciação, não pode comer carne vermelha, fumar e nem ingerir bebidas alcoólicas. Deve refletir sobre o significado de se tornar um reikiano e de suas responsabilidades, procurando manter a mente equilibrada e sem pensamentos indesejados (BABENKO, 2004). 
O nível 2 foca-se nos aspectos mentais e emocionais. O aspecto mental “liga-se às nossas faculdades do pensamento, que nos auxiliam a mapear escolhas, propósitos e projetos, através da lógica e da razão” (MACHADO, 2020, p.28). 
Já o aspecto emocional “liga-se às nossas capacidades sensoriais em um âmbito mais sutil. 
O emocional ajuda-nos a sentir a nós próprios e ao outro, com empatia e compaixão, além de capacitar uma breve e inicial compreensão do ser” (MACHADO, 2020, p. 28-29).  
O aluno recebe três símbolos, com seus respectivos mantras, que aumentarão a intensificação da energia cósmica do terapeuta, tanto atuando em si quanto nos outros (SENAC, 2010).
Nesse nível, o aluno aprende como enviar o Reiki à distância, para outras pessoas, animais ou plantas.  
O nível 3 foca-se no aspecto consciencial ou espiritual. Segundo Machado (2020, p. 29), “este aspecto está ligado à nossa capacidade de expansão da consciência e de compreensão profunda de nós mesmos e do outro; ou seja, a percepção da completa realidade que nos cerca através da experiência física, mental e emocional, nos elevando então a novos patamares evolutivos”. 
Nesse estágio, o aluno desenvolve sua sensibilidade e aprimora o uso da intuição. 
Caso o aluno deseje se tornar um mestre, ele deve continuar sua formação. Ao se tornar mestre, teoricamente, o aluno se igualou ou superou o seu mestre. Cada mestre agrega os ensinamentos dos mestres que o sucederam. O conceito de linhagem é importante dentro do Reiki. Mikao Usui foi o primeiro mestre e a partir dele todo conhecimento foi passado de mestre a mestre.  
Recomenda-se um espaço mínimo de três meses entre cada nível, para dar tempo para a expansão da consciência. Segundo Machado (2020, p. 29), “não é o nível que potencializa a capacidade do praticante, é o praticante que se capacita ao próximo nível”.  
Os rituais do Reiki
No nível 1, o aluno passa pelo ritual de iniciação, que será repetido em todos os estágios de aprendizagem. 
Ele se senta em uma cadeira, com a coluna ereta, pés apoiados no chão e mãos em posição de prece à frente do chacra cardíaco.  
O mestre traça os símbolos do Reiki com suas mãos primeiramente sobre alguns dos chacras do aluno e depois nas palmas das suas mãos. O ritual começa com a abertura do chacra coronário (BABENKO, 2004). 
Os símbolos do Reiki foram encontrados por Mikao Usui, sendo considerados extremamente poderosos e sagrados. 
O primeiro símbolo que o aluno aprende é o Cho-ku-rei, que significa “poder aqui e agora” 
Esse símbolo atua na cura do corpo físico, sendo um amplificador de energia. 
Outro símbolo é o Sei He Ki, “a união entre o céu e a terra”. 
Esse símbolo ativa a cura por meio do subconsciente, selando a aliança entre a energia universal e o homem.
O terceiro símbolo é o Hon-sha-ze-sho-ne (“sem passado, nem presente, nem futuro”). É um símbolo que trabalha o corpo mental, e é usado para a aplicação do Reiki à distância. 
O quarto e último símbolo é o Dai-ko-myo (“Deus brilhe sobre mim e seja meu amigo”). 
Esse é o símbolo mestre, que trabalha no corpo espiritual e amplia os outros três símbolos do Reiki.  
No nível 2, o aluno aprende a trabalhar com o Reiki à distância. Existemvárias formas de se enviar o Reiki à distância. 
Pode-se usar uma fotografia da pessoa, ou alguma roupa ou objeto que lhe pertence. 
Outra técnica é a do caderno, em que o terapeuta escreve em um caderno os símbolos e tudo aquilo que deseja curar. 
Também inclui nesse caderno o nome de todas as pessoas que deseja atingir com a energia Reiki, reativando essa energia diariamente. 
Técnica semelhante é a da caixa, na qual o terapeuta coloca em uma caixa os nomes das pessoas para quem quer enviar a energia, desenhando na caixa os símbolos. 
Essa técnica permite atender muitas pessoas ao mesmo tempo (SENAC, 2010).  
Ao se tornar um reikiano, o aluno assume um compromisso perante todos os mestres reikis – de todas as linhagens atuais e passadas – e perante seus pares. Machado (2020) elenca algumas atitudes obrigatórias aos reikianos: 
Não deve prometer a cura a ninguém; 
Não deve pedir que o receptor abandone os tratamentos médicos convencionais; 
Não deve receitar medicamentos, chás, ervas ou alimentos; 
Não deve se envolver pessoalmente; 
Não deve dar conselhos; 
Não deve terminar o tratamento repentinamente. 
Por fim, o reikiano deve praticar diariamente os cinco princípios deixados por Mikao Usui (BABENKO, 2004):  
Hoje eu conto com todas as minhas bênçãos; 
Hoje eu abandono a raiva; 
Hoje eu abandono as minhas preocupações; 
Hoje eu faço meu trabalho honestamente; 
Hoje eu sou gentil com todas as criaturas vivas.
Unidade 1 / Aula 5 Revisão da unidade
Conhecimento da terapia Reiki
O Reiki é uma terapia vibracional por imposição de mãos, que pertence ao rol de terapias integrativas e complementares oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 
Foi redescoberto pelo sacerdote e médico japonês Dr. Mikao Usui, no final do século XIX, que praticava e ensinava  a cura por meio da imposição de mãos (imagem abaixo). 
O princípio do Reiki é a canalização da energia vital – energia Qi –, presente no universo, para o receptor da energia. 
Essa energia que fornece vida e saúde quando está em desequilíbrio causa diversos transtornos ou doenças de ordem física, mental, emocional e espiritual. 
O reikiano aprende a direcionar essa energia para tudo que é vivo – pessoas, animais e plantas –, para objetos – alimentos, água, dinheiro, carro –, e para si próprio. 
A energia vital entra e percorre o corpo físico pelo chacras, que são os centros de energia. Os sete chakras principais, de baixo para cima: basal, sacral, plexo solar, cardíaco, laríngeo, frontal e coronal, estão indicados na imagem abaixo.  
Além dos chacras, a energia flui pela aura (imagem abaixo), também chamada de corpos energéticos ou sutis, constituídos por sete camadas: corpo extra físico, corpo físico, corpo mental, corpo emocional, aura espiritual, aura celestial e aura divina. 
O Reiki harmoniza os chacras e o campo áurico, tratando e prevenindo problemas de ordem física, mental e emocional, como as disfunções psicofisiológicas e o estresse. 
A ansiedade, a depressão e o estresse são queixas muito comuns, gerando desequilíbrios energéticos que impactam todos os setores da vida do sujeito: físico, mental, emocional, social e espiritual. 
Agindo como um complemento às terapias convencionais (médicas e psicoterapêuticas), o Reiki se propôs a equilibrar as energias, capacitando o sujeito a desenvolver um processo de autocura. 
Também pode-se usar o Reiki de forma preventiva, melhorando a qualidade de vida. O objetivo é manter um equilíbrio energético entre todos os domínios: físico, psicológico, social e ambiental. 
Mais que uma terapia, o Reiki é uma filosofia de vida, baseada em cinco princípios: seja grato, não sinta raiva, não se preocupe, trabalhe honestamente e seja bondoso. O aprendizado do Reiki é feito por níveis: 
Nível 1: nível focado nos aspectos físicos, em que o mestre Reiki abre os canais de energia do aluno, capacitando-o a aplicar o Reiki em pessoas próximas, animais e plantas, e a se autoaplicar. 
Nível 2: focado nos aspectos mentais e emocionais, nos quais os ensinamentos do Reiki são aprofundados, os símbolos Reiki são ensinados e o aluno capacita-se para aplicar a técnica à distância. 
Nível 3: subdivide-se em duas partes, com foco na consciência. Terminando a parte 2 desse nível o aluno torna-se um mestre Reiki.  
O Reiki não apresenta contraindicações e pode ser aplicado em pessoas de todas as idades, condições de saúde e religiões. Vêm sendo muito utilizado por profissionais de saúde, inclusive nos hospitais, devido a seus benefícios, associados à praticidade de uso.
Guia de Reiki: conhecendo a terapia 
O Reiki é uma terapia que utiliza a imposição de mãos para equilibrar as energias dos seres vivos. Em uma sessão de Reiki, o terapeuta – chamado de reikiano – coloca suas mãos acima do corpo de quem está sendo tratado e mentaliza alguns símbolos e mantras que mobilizam a energia vital, contribuindo para um melhor equilíbrio e saúde.
E o que é essa energia vital? 
Como o nome diz, é a energia que dá a vida, que dá a saúde. Essa energia existe no universo e em todos os seres vivos. Quando temos um nível adequado dessa energia fluindo por nosso corpo – sem excesso, falta ou bloqueio –, temos disposição, bem-estar e saúde. Porém, estando desequilibrada, essa energia pode causar diversos transtornos ou até mesmo doenças de ordem física, mental ou emocional. 
Estou tomando remédios para controlar a pressão alta. Posso receber o Reiki? 
Sim, o Reiki é uma terapia complementar e pode ser usado junto com os tratamentos convencionais. Aliás, o Reiki ajuda a controlar a pressão, pois promove melhora das emoções negativas e acalma a mente. 
O Reiki é uma terapia japonesa? 
Sim, o Reiki foi redescoberto no final do século XIX pelo Dr. Mikao Usui, um médico e sacerdote japonês, que fazia e ensinava a cura pela imposição de mãos. 
Quem pode aplicar o Reiki? 
O terapeuta de Reiki – ou reikiano – deve cursar no mínimo dois níveis do Reiki para aplicar a técnica em outras pessoas. 
O Reiki à distância funciona? 
Sim, o Reiki pode ser aplicado tanto presencialmente quanto à distância, desde que o terapeuta tenha a formação em pelo menos os 2 primeiros níveis do Reiki. 
 PRINCÍPIOS DO REIKI – SÓ POR HOJE: 
Seja grato. 
Não sinta raiva. 
Não se preocupe. 
Trabalhe honestamente. 
Seja bondoso. 
Resumo Visual
REIKI 
Terapia por imposição de mãos 
O Reiki é uma terapia integrativa e complementar vibracional, que utiliza a imposição de mãos para canalizar a energia vital.
Quem redescobriu o Reiki foi o Dr. Mikao Usui, no Japão, no final do século XIX.
O Reiki tem cinco princípios: 
Seja grato 
Não sinta raiva 
Não se preocupe 
Trabalhe honestamente 
Seja bondoso 
 Sua aplicação pode ser feita em:  
 Pessoas 
Animais;
Plantas
Objetos (alimentos, roupas, chaves, etc.) 
Autoaplicado
Algumas indicações do Reiki são: 
Retomar o equilíbrio das energias
Diminuir a ansiedade
Auxiliar no tratamento da depressão 
Controlar o estresse
Melhorar a qualidade de vida
A formação em Reiki é composta por 3 níveis: 
Nível 1: o aluno tem seus canais de Reiki desbloqueados pelo mestre e aprende a aplicar o Reiki presencialmente e a se autoaplicar.  
Nível 2: o aluno aprende a aplicar o Reiki à distância.  
Nível 3a: o aluno aprofunda seus conhecimentos no Reiki.  
Nível 3b: o aluno torna-se mestre.
UNIDADE 2 - Terapia Bioenergética
Unidade 2 / Aula 1 Estudo da personalidade humana por meio da terapia bioenergética
Os fundamentos da terapia bioenergética, de que maneira nosso desenvolvimento e a forma como lidamos com os sentimentos e traumas afetam nosso organismo, como nos defendemos destes eventos criando as chamadas couraças e bloqueando o que precisamos para sobreviver de forma saudável sem presença de tensões de cunho físico e mental. Faremos uma abordagem sobre o trabalho da terapia bioenergética com os anéis corporais e sua relação com as estruturas presentes no organismo, com destaque para o modo  como são afetadas por momentos que passamos em nossa vida, trazendo sinaise sintomas especialmente a nível físico, ainda que corpo e mente sejam iguais e indissociáveis.
Processos energéticos do corpo, relação entre corpo e mente, conceito de vibração e movimento
A terapia bioenergética – hoje conhecida como terapia corporal – surge a partir das ideias do psicanalista Wilhelm Reich. Este profissional trabalhava com técnicas que agiam no corpo, desde melhora da respiração até possibilidade de uma experiência emocional, depois este trabalho foi ampliado para um método terapêutico, denominado de análise bioenergética (OLIVEIRA; LIMA, 2015).  
A terapia bioenergética trabalha com muitos movimentos e posturas, com destaque para o grounding, trazendo nestas posturas vibrações involuntárias no corpo, as quais, junto com a respiração, com sons e palavras, movimentos do corpo, são usadas para melhorar a energia corporal e as emoções, tornando-as mais conscientes. Os movimentos voluntários despertam os involuntários, trazendo à tona sentimentos inconscientes que são gravados na memória corporal (PARABONI, 2010).  
A energia é responsável por todo o movimento que existe no organismo e influencia no processo orgânico de cada indivíduo. Existe um fluxo de carga e descarga de energia, o qual deve ser equilibrado. A bioenergética visa aumentar o nível de energia do paciente, melhorar a autoexpressão, melhorar os sentimentos do indivíduo, especialmente trabalhando respiração e movimento e relacionando os movimentos à história de vida do paciente. A resolução dos conflitos internos aumenta a energia e o seu fluxo, inclusive influenciando a criatividade do indivíduo (OLIVEIRA, 2006). 
A bioenergética é considerada ainda uma palavra reichiana (ou seja, originada do Reich) que determina energia biológica, forma de interpretação do corpo e de sua energia, a qual flui no organismo e é produzida pela respiração e pelo metabolismo, mas também analisa a expressão de nossos sentimentos e como lidamos com cada um deles, em um conjunto que é o básico para a vida. Esta terapia parte da ideia que mente e corpo são iguais, ou seja, aquilo que se passa no corpo reflete na mente e o que se passa na mente é refletido no corpo, chamada de terapia da personalidade, sendo um modelo holístico que verifica os aspectos biopsicossociais do ser humano, ou seja questão física, mental, emocional, energética e ambiental que agem sobre cada ser humano (BARROS, 2002; MONTEIRO, 2007). 
A análise bioenergética trabalha com uma ligação homem-corpo-emoção-razão, analisando o corpo, os pensamentos, as atitudes e as emoções, trabalha com couraça muscular e com as divisões desta couraça, terapias corporais, grounding (base, entrar em contato com o chão) e a vegetoterapia que trabalha com objetivo de liberar as couraças que são adquiridas ao longo da vida (CANDIDO; MATTOS, 2009).  
O corpo e a mente estão ligados pelo sistema nervoso central, através da memória que existe nas células, em que toda experiência é registrada, assim como a reação a elas. Ou seja, se as experiências forem traumáticas, lesivas e ameaçadoras, a tensão muscular aumenta e isto protege o indivíduo contra ações externas e tudo que for traumático. Por outro lado, isto tudo dificulta a respiração, diminui a relação entre os seres humanos, dificulta a autopercepção, diminui a sensibilidade em relação ao amor, ao afeto e à compaixão, e o ser humano não consegue viver de forma completa. O corpo traduz suas necessidades em forma de sinais e sintomas, lemos o corpo, ou seja, o corpo revela as expressões de nossas emoções vivenciadas até o momento (MOYZÉS; LÉLIS, 2004).
Ação dos processos energéticos no corpo e mente, interligados e iguais
A terapia bioenergética se baseia em alguns conceitos, dentre eles vibração, carga e descarga de energia, trabalha com respiração, relacionamentos e pensamentos, e procura alinhar corpo, mente e o espírito. A análise bioenergética permite um autoconhecimento, resolução de crises pessoais, traz vitalidade, criatividade e alegria (OLIVEIRA; LIMA, 2015).
A visão bioenergética postula que existe ligação entre corpo e mente, considera emoções não apenas da natureza subjetiva, mas também um evento que pode mudar o estado corporal de cada ser humano. Cada um recebe cargas emocionais desde a vida intrauterina até a adolescência, estas cargas vêm do ambiente e isto influencia como cada um lida com suas emoções ao longo da vida. As emoções são ligadas à energia corporal e ela se desenvolve conforme a experiências relacionais e como cada um se entrega a essas experiências, especialmente nos primeiros anos de vida (VOLPI; VOLPI, 2006).  
As atitudes corporais de cada pessoa criam couraças musculares, ou seja, o corpo vai acumulando tensão emocional que passamos ao longo da vida. Apesar de nascemos sem estas couraças e sem problemas no fluxo energético, ao longo da vida vamos criando estas couraças como uma forma de defesa contra os problemas, o que causa rigidez e tensão cada vez maiores no corpo (OLIVEIRA; OLIVEIRA; FREITAS, 2013).  
Toda vez que contraímos a musculatura por muito tempo, esta ação se torna inconsciente e é passada ao sistema nervoso autônomo; se esta contração for crônica é a couraça muscular que age como uma proteção, uma cápsula gigante, não deixando a energia fluir. O resultado é que o ser humano não consegue vivenciar suas emoções e elas são congeladas, com isso surgem as patologias que têm como fundamento reprimir a expressão; o indivíduo não consegue desfazer esta proteção e passa a não conseguir mais expressar qualquer sentimento (SANTANA, 2006). 
Reich, psiquiatra e psicanalista, trabalhou com as teorias de Freud e mapeou o corpo em sete divisões em que a couraça está estabelecida, não deixando a energia fluir. Estas couraças se posicionam na frente, aos lados, atrás do corpo, formando os anéis: 
ocular, 
oral, 
cervical, 
torácico, 
diafragmático, 
abdominal e 
pélvico. 
Os anéis se movimentam e cada um deles tem órgãos e músculos ligados, podendo ser expressados de forma emocional. 
Estes anéis são interligados, mas não há influência entre eles e onde um termina o outro começa (CANDIDO; MATTOS, 2009). 
Alterações nestes anéis fazem com que o corpo precise adotar posturas compensatórias para elas, dentre elas: 
ombros caídos, 
dores e alterações de coluna, 
presença de rigidez ou flacidez, 
tensão na região dos maxilares. 
Os bloqueios vão ocorrendo como forma de defesa para evitar os sentimentos e as sensações ruins; em geral, este bloqueio ocorre por meio dos olhos e já se inicia com o bebê evitando contato visual com estímulos ruins; 
já na fase de sexualidade, esse bloqueio ocorre na região da pelve (MONTEIRO, 2007).  
Monteiro (2007) postula que a análise bioenergética visa equilibrar o ser humano, desbloquear a energia parada, de tal forma que ocorra autopercepção, a pessoa se conheça, conheça seus traumas e dificuldades, para que o organismo flua naturalmente. Fazem parte da avaliação bioenergética três pontos principais: a história da pessoa, a sua postura corporal e a maneira como se comporta.
Ações para trabalhar nos processos energéticos do corpo, relação entre corpo e mente e influência no equilíbrio 
A bioenergética trabalha com a ideia holística de saúde, trabalhando os aspectos biopsicossociais, avalia a saúde da pessoa tanto no sentido físico, mental, suas emoções, aspectos religiosos, energéticos e influência do ambiente sobre ela. Esta terapia tem como base a teoria do psicanalista Reich que fala da couraça muscular, seus segmentos e a postura grounding (contato com a terra, chão), respiração e massagem. A bioenergética trabalha com liberação das tensões por meio da liberação de couraças musculares que são adquiridas ao longo da vida (OLIVEIRA; SILVA; ROLIM, 2013).  
As atitudes corporais se ligam às couraças musculares, mostram as tensões e os problemas emocionais que vivemos. Temos muita vitalidade, sem qualquer bloqueio de energia, mas as relações com o mundo, com as pessoas e a vida em si fazem com que surjam defesas, as couraças, para que o ego e o próprio corpo sejam protegidos.Se estas ficam muito tempo no corpo, vai aumentando a tensão e o corpo vai ficando cada vez mais rígido, isto bloqueia a energia, limita os movimentos e as expressões do indivíduo (OLIVEIRA; OLIVEIRA; FREITAS, 2013).  
A bioenergética trabalha com o conceito que emoções, sentimentos e ações atuais e passados afetam o corpo, influenciando seu caráter, seu comportamento e afeta inclusive a forma do corpo se movimentar. O corpo, por sua vez, expressa as emoções e o nosso jeito de ser: quando fica rígido, o corpo denota rigidez psíquica, em que nossas tensões corporais bloqueiam as emoções e este fato acaba sendo percebido pelos outros (OLIVEIRA, 2006).  
A bioenergética visa auxiliar a vivência e expressão de cada dor e prazer, tristezas e alegrias, raiva e amor, ou seja, a alegria de estar vivo, que vem de um estado de vibração do ser, expansão e contração pulsátil do organismo, sistema vegetativo, respiratório, circulatório e inclusive o digestório (WEIGAND, 2006). 
Vamos aprender um pouco mais sobre os anéis em que o psiquiatra Reich dividiu o corpo, a saber: 
ocular, 
oral, 
cervical, 
torácico, 
diafragmático, 
abdominal e 
pélvico. 
O ocular está na base do crânio envolvendo vários músculos tais como os oculares, palpebrais e os da testa, neste segmento os olhos que recebem e mandam energia. 
O anel oral envolve a musculatura do queixo, faringe, região occipital e ao redor da boca, se relaciona com a ação de sugar; 
o anel cervical abrange a musculatura do pescoço, tais como platisma e esternocleidomastóideo, também a língua, onde se localiza a voz.
O anel torácico abrange músculos dos membros superiores e dos membros inferiores, além dos órgãos coração, pulmão e ainda a caixa torácica; 
o anel diafragmático abrange o músculo diafragma e os músculos que estão ao longo das vértebras torácicas mais baixas; 
o anel abdominal abrange músculo reto abdominal, transversos, partes inferiores dos músculos da coluna e todos os órgãos que estão no abdômen, por último, 
o anel pélvico pega todos os músculos da pelve, adutores da coxa, esfíncter anal, músculos do glúteo, quadris, pernas, pés e dedos (CANDIDO; MATTOS, 2009). 
Cada um dos caracteres denominados defesas, conhecidas como bloqueios, acaba por se localizar em um destes anéis e conforme está o desenvolvimento do indivíduo e o momento em que, por exemplo, um trauma ocorra, afetará a formação deles, podendo ser desfeito por massagens, exercícios e por uma respiração adequada. O paciente deve procurar melhorar, ou seja, reorganizar os pensamentos, entrando em contato com suas emoções e queixas da infância, para que o movimento se torne espontâneo, sendo isto uma das bases da teoria bioenergética (MONTEIRO, 2007).
Unidade 2 / Aula 2 Terapia Bioenergética
Origem da bioenergética e sua evolução ao longo do tempo, o que caracteriza a energia vital e como ela influencia o funcionamento do organismo, bem como bloqueios que podem ocorrer nesta energia. A análise bioenergética permite verificar os problemas apresentados pelos seres humanos e o trabalho por meio de respiração e posturas, possibilitando o tratamento dos bloqueios e problemas pessoais, emocionais e físicos de cada paciente, atuando, assim, no tratamento de várias patologias. A terapia bioenergética tem como base autoconhecimento, respiração adequada, posturas corporais, bem como a forma de lidar com emoções e sentimentos para liberação da energia bloqueada.
Histórico da bioenergética
A terapia bioenergética foi inicialmente proposta por Wilhelm Reich. O estudioso partiu da teoria freudiana que tratava da terapia corporal e das expressões do corpo conforme sentimentos e emoções - para ele, as couraças psíquicas agem como defesas e se manifestam no corpo com dores musculares crônicas e fixas (REGO, 2003). Esse estudo tem como princípio o inconsciente, que é a base da metapsicologia de Freud. Wilhelm Reich nasceu em março de 1897, na Galícia, um império austro-húngaro. Estudou Direito em Viena, depois Medicina e, em 1919 participou de um seminário em que teve seu primeiro contato com Freud.
O corpo foi mapeado por Reich em sete segmentos ou tipos de couraças musculares. Ele começou a trabalhar, então, para desfazer tais couraças e bloqueios, para que a musculatura e o fluxo energético ficassem saudáveis. Essa ação foi chamada de desencouraçamento e se dá por movimentos denominados actins. Com suas pesquisas, Reich descobriu a existência de uma energia, a qual chamou de orgone e conhecemos por bionergia, e, então, passou a verificar a possibilidade de manipular tal energia em busca da cura (QUADROS, 2017). O bem-estar físico e mental, ou seja, a qualidade de vida depende do fluxo normal da energia vital no organismo, a qual precisa se movimentar da cabeça até os pés.
A vida em si pode ser considerada energia vital e ela se movimenta no universo (REICH; ZORNÀNSZKY, 1997). A energia se manifesta em emoções, ideias, percepções, pensamentos e por vários níveis de energia chamadas de 
etérea/sutil 
e densa/somática, 
usadas nas terapias para equilíbrio energético. 
Qualquer desequilíbrio físico ou mental bloqueia a energia e tanto a falta ou o excesso dela traz prejuízos aos sistemas funcionais, gerando o primeiro estágio de doenças funcionais ou orgânicas, ou seja, as primeiras alterações corporais, demonstrando os primeiros sinais da patologia (SIVIERO; LORENZETTO, 2004). Nesta terapia pode ser realizada também uma análise bioenergética – por meio de uma análise do ser humano e com auxílio para que sua energia volte a fluir e entre em equilíbrio –, a qual tenta levar o ser humano a recuperar sua natureza primária, ou seja, quando o organismo pode ser livre e a pessoa pode levar uma vida com alegria e saúde.
Esta análise bioenergética surge aproximadamente em 1953, por meio dos estudos de dois alunos de Reich, Alexander Lowen e John Pierrakos. Lowen se tratou com Reich e por problemas enfrentados pela sua ligação com Reich e decidiu seguir seu caminho, iniciando estudos do aspecto analítico da psicoterapia reichiana; junto com Pierrakos começaram a discutir casos clínicos, criando seminários. Começaram a desenvolver a percepção de campos energéticos, fundando em 1956 o Instituto de Análise Bioenergética em Nova York (RUSSO, 1996).
Lowen trabalhou principalmente na estrutura defensiva do caráter e nas relações entre as pessoas, além da compreensão da constituição do eu, tanto no sentido psicossomático como também em como isto é um fator que deixa o ser vulnerável e pode auxiliar e influenciar o desenvolvimento dos sintomas orgânicos (FONAGY; TARGET, 1997).
Ação da bioenergética no organismo e análise pela bioenergética
Reich iniciou seus estudos por meio das pesquisas de Freud. Posteriormente, ele desenvolveu melhor sua técnica criando uma terapia chamada de Análise do Caráter, em que conseguiu fazer a divisão dos segmentos da couraça e a partir daí criou uma nova forma de terapia, a Vegetoterapia, a qual pretendia equilíbrio biofísico, fazendo trabalhos corporais para desfazer couraças (QUADROS, 2017). Reich no fim da sua vida não fazia mais terapias individuais, trabalhava muito com prevenção em especial de neuroses, pensando bastante em profilaxia.
Sua filha, Eva Reich, dá continuidade nestes trabalhos criando a chamada terapia bioenergética suave, que tem como premissa evitar o surgimento das couraças desde o nascimento, trabalhando na visualização de como estes bloqueios se instalam e na tentativa de prevenir que surjam (REICH; ZORNANSZKY, 1997).
A energia tem vários significados: em uma visão ocidental, de forma genérica, vem da ideia de energia cósmica, em que todos os seres vivos estão submetidos a ela e ela influencia o ciclo da vida chamado de “pulsação universal”, a qual se manifesta de várias formas no organismo. Em relação à cura, a energia se divide em alguns níveis de cuidados, como busca pelo equilíbrio físico, a alimentação adequada e o equilíbrio espiritual, os quais podem ser alcançados por práticas meditativas e sempre tentando readquirir o equilíbrio. Na visãooriental é chamada de Qi e está no universo, no homem, na terra (SIVIERO; LORENZETTO, 2004).
Cada paciente manifesta sua energia de uma forma por meio de sinais e sintomas no corpo, especialmente quando esta energia está de alguma forma bloqueada. por exemplo, uma digestão lenta, uma algia na cabeça, entre outros sinais. Cada indivíduo tem marcas pessoais e um modo particular para que a energia flua. A terapia, então, deve ser personalizada e feita de acordo com a história do paciente. A terapia bioenergética se desenvolveu por meio da psicanálise, que era liderada por Freud, trabalhando o funcionamento da mente. Reich, porém, foi além da descrição da mente, trazendo alguns aspectos sobre o funcionamento somático no campo terapêutico, considerando a ideia de funcionamento unificado da pessoa, ou seja, mente e corpo como unidade única.
Abrangendo os domínios de experiência e comportamento, sua descrição da pessoa desenvolveu o self corporal, expandindo a descrição mente-corpo e a mobilidade dos dois, para enxergar a pessoa, sua mente e seu corpo (HELFAER, 2015). A análise bioenergética se baseia em prática clínica para compreensão da personalidade, tanto no sentido orgânico como energético, partindo para uma análise psicodinâmica, possibilitando pelos aspectos corporais, atitudes de comportamento e a linguagem do corpo a condução clínica, especialmente nos casos de sofrimento (LOWEN, 2015). A análise bioenergética trabalha com o entendimento da história de cada ser humano, analisando sua postura e o comportamento do organismo.
Pela união do corpo com a mente procura trabalhar para que pessoa consiga organizar seus pensamentos, emoções, sentimentos, que são ligados a seu histórico de vida e expressos na forma de queixas, traumas, bloqueios, tensões na musculatura, trabalhando para que seus movimentos sejam mais conscientes e espontâneos (BRASIL, 2018).
Terapia por meio da análise bioenergética
Wilhelm Reich desenvolve a terapia bioenergética após seu rompimento com Freud, quando cria sua própria escola, para entender os seres vivos como unidades energéticas. Sua teoria postula sobre o psiquismo, em que mente e corpo são elementos paralelos, não se separam e um influencia o outro, e toda sua teoria parte da premissa do desbloqueio das couraças presentes no organismo. Reich acabou por perceber que os pacientes tinham bloqueios e dificuldades de cura porque criavam certas resistências, as quais vinham do caráter, e levavam a mudanças no comportamento, no modo de falar, nas posturas corporais e emoções (QUADROS, 2017).
Na visão oriental, a energia é uma combinação de formas opostas e complementares, Yin e Yang, uma negativa e outra positiva, e ambas são necessárias ao universo e sua sobrevivência. A energia se movimenta atuando sobre o organismo e está presente também no homem; na visão oriental, ela é chamada de Qi, e na visão ocidental, ela é denominada de energia cósmica. Para os orientais, a energia é chamada de sopro de vida, sendo considerada fundamental à manutenção da vida e seu movimento contínuo rege as atividades fisiológicas, existindo o Qi ancestral, energia recebida de nossos pais, e o Qi adquirido que recebemos dos alimentos que ingerimos e do ar que respiramos (SIVIERO; LORENZETTO, 2004).
Todo ser humano tem ao ser redor um campo de energia específico, o que o diferencia dos demais, em um sistema no qual cada um tem um campo energético próprio. Este campo tem movimento próprio e se inter-relaciona com os demais campos de energia, surgindo sinais e marcas que aparecem pelo contato entre diferentes energias. As marcas no corpo vêm de acúmulo de energia, se manifestando em tensões musculares, alterações na fisiologia, mudanças em pensamentos e atitudes, sendo influenciadas pela maneira como cada um se relaciona com a natureza e com outros sujeitos que também têm seus campos energéticos. Reich denominou a relação do sujeito com os demais campos energéticos de caráter, sendo este influenciado pelo campo energético; já o campo energético é gerado pelas emoções e sentimentos de cada pessoa (PAULA, 2010).
A análise bioenergética faz com que por meio da respiração seja desenvolvida a consciência, o que melhora o fluxo energético de forma livre e profunda, restabelecendo a saúde, por isto postula a importância da respiração em algumas etapas: inspiração, pausa, expiração e pausa, para que haja batimento cardíaco adequado e uma boa circulação sanguínea (ALVES; CORREIA, 2015). No núcleo da análise bioenergética está o grounding, ou seja, o enraizamento (conceito-chave da bioenergética), feito por meio dos pés no chão, contato com a realidade e tão importante quanto a respiração é a postura corporal.
No conceito grounding a pessoa fica em contato com a terra por meio de seus pés e pernas, além da conexão com as realidades de sua vida e de sua existência. Na análise energética, o paciente está em contato consigo mesmo, com o mundo ao seu redor, e estar bem “plantado no chão”, além de sua conexão com os sentimentos, corpo, vida, são fatores que permitem com que a pessoa seja saudável. A pessoa precisa estar consciente de energia vital, prazer na vida, autoconfiança e segurança (grounding) (LOWEN, 2015).
Unidade 2 / Aula 3 Bases da Bioenergética
A respiração indicada para auxiliar no fluxo energético adequado e na forma como cada um reage aos sentimentos, como as energias são bloqueadas conforme não conseguimos lidar com nossas emoções. Além disso, você vai conhecer sobre a forma e importância do toque terapêutico usado na terapia bioenergética para auxílio de fluxo energético e equilíbrio do paciente, sendo este toque usado para desfazer os bloqueios e tensões, conhecidos na técnica de bioenergética como couraças musculares, que podem ser trabalhadas por meio do autoconhecimento, mas também pelo uso do toque terapêutico e da respiração adequada.
Respiração, energia e mundo e toque bioenergético
Todos os dias, nós passamos por diversas experiências que nos fazem reagir de várias formas (imagem abaixo) sejam elas com alegria, tristeza ou raiva, sendo que estas reações, ou seja, nossas emoções atuam sobre nosso corpo, inclusive afetando a velocidade (ritmo) e profundidade da respiração. Geralmente, quando estamos mais tranquilos, a respiração é mais lenta e suave; já em momentos de grande emoção, a respiração fica mais forte e com maior intensidade (LOWEN, 2007).
Lowen (2007) afirma que uma respiração adequada de forma profunda permite sentir e libertar os sentimentos que estão reprimidos. Quando as emoções são liberadas, as tensões que estão nos músculos também são liberadas, os músculos deixam de ficar de forma defensiva, as couraças musculares vão sendo desfeitas, a energia é liberada e as lembranças da infância que podem ser o motivo dos problemas presentes podem ser resolvidas (VOLPI; VOLPI, 2003).
Respiramos de forma involuntária, não percebemos este ato, por este motivo várias práticas de meditação usam a respiração para ter seus efeitos terapêuticos. A respiração é usada para equilibrar o corpo e a mente, sendo uma forma de integração entre os dois (LOZANO, 2016).
Passamos por várias emoções em nossa vida, precisamos ficar saudáveis emocionalmente, estando em contato com nosso corpo e nossa mente, nossos pensamentos, devendo expressá-los somente no momento adequado por meio de riso ou choro e até mesmo por meio de briga.
A respiração reforça o ego, permite ao indivíduo sentir o mundo real e faz com que não tenha medo das sensações que o mundo pode oferecer. Fato é que estamos normalmente acostumados com uma respiração inadequada, precisando esta ser trabalhada de forma gradual para que se alcancem níveis elevados de vitalidade, devendo ser trabalhadas a inspiração e a expiração para melhorar em especial os bloqueios emocionais (BOADELLA, 1992).
Devemos saber de nossa realidade interna e externa e uma prática para isto é estarmos conectados com chão, relacionando o chão com a realidade, chamada de postura de grounding. O contato das pernas com o chão é muito importante, como tambéma flexão do corpo para frente para que os dedos toquem o chão, com as pernas na posição adequada em que os músculos e tendões da parte posterior das pernas estejam no máximo de comprimento para alongar-se. Quanto mais em contato com o chão, mais o paciente consegue estar ciente de si mesmo, mais consegue suportar cargas e melhor lida com seus sentimentos (PIAUHY, 2014).
Na bioenergética, o toque direto em um músculo que está bloqueado, ou seja, onde se formou a couraça muscular (defesa em relação a sentimentos ruins), proporciona ao paciente relaxamento; este toque é feito pelos polegares, para que por meio do estímulo a tensão seja desfeita. O ponto sensível é chamado de ponto nevrálgico e o relaxamento trará resposta terapêutica somente se forem tratados os sentimentos, as emoções e todos os pensamentos que são reprimidos, o que traz diretamente contenções musculares (ALVARENGA, 2019). 
Importância da energia, respiração e toque na terapia bioenergética
A respiração é ligada à maneira como estamos nos sentindo emocionalmente, quando mais o corpo está estimulado, mais rápido será o ritmo respiratório, podendo ser dito que a respiração pode ser descrita como um reflexo de nossa saúde, especialmente a saúde emocional. Quando passamos por algum tipo de sentimento ou emoção de maior magnitude, a primeira coisa que manifestamos é uma contenção da respiração para não permitir que sejam manifestadas as sensações e emoções (NAVARRO, 1995; LOWEN, 2007).
Na respiração, a expansão e contração do tórax indicam sinais de força vital do organismo. A respiração é a principal manifestação da movimentação do ser humano e quando existe saúde os movimentos da respiração se espalham por todo o corpo, sendo sentidos de forma profunda. A respiração correta e completa mobiliza as regiões da couraças musculares permitindo sua flexibilização e melhora dos bloqueios energéticos causados por problemas emocionais (LOWEN, 2007).
A respiração adequada (Figura 2) faz com que as ondas da respiração sejam levadas a todo o corpo, porém, quando os músculos estão contraídos, a respiração fica dificultada e isto diminui a energia e a vivacidade do indivíduo. Esta respiração ideal deve ter inspiração com movimento do abdômen, contração do diafragma, depois o tórax se expande e, na sequência, na expiração, o tórax baixa e a onda chega até a pelve trazendo sensação de fluidez (LOWEN, 1984).
A respiração está presente em técnicas que visam liberar tensões específicas no corpo, para que sejam desfeitos bloqueios que não permitem a energia de fluir, isto também permite melhora do padrão respiratório, otimizando a relação pessoal entre as pessoas e destas com o ambiente. A técnica respiratória é usada para melhorar sua própria funcionalidade, proporcionando uma respiração sadia, inclusive para aqueles que não conseguem se entregar à terapia de bioenergética (BOADELLA, 1992).
A bioenergética objetiva liberar a tensão física na musculatura que está muito tensa e trabalha além de problemas psicológicos do paciente, avaliando de que maneira o problema se manifesta no corpo e em seu movimento. Na terapia bioenergética, existe o contato físico, sendo que o objetivo é que o paciente seja o principal centro das atenções, por meio do trabalho de seu lado afetivo e físico, demandando uma maior atenção por parte do terapeuta para lidar com as emoções e as tensões decorrentes delas que podem estar presentes no organismo (LOWEN, 1958).
O ser humano desenvolve como primeiro sentido o tato. Um pequeno pedaço de pele com apenas três centímetros de diâmetro tem três milhões de células, glândulas sudoríparas, terminações nervosas e vasos sanguíneos, em torno de seiscentos e quarenta mil receptores sensoriais estão presentes na pele e 12% do peso corporal equivale a nossa pele (ALVARENGA, 2019).
Ainda para Alvarenga (2019), podem ser usados vários tipos de toque de acordo com a situação emocional do paciente e existe um toque tanto para carregar o sistema energético como para descarregá-lo. Como exemplo um paciente apático e lento precisa de toque para aumentar a energia; há também o toque para descarregar energia de pacientes com grande carga energética, portanto, deve-se direcionar de forma adequada a energia individualmente. 
Respirar bem, energia equilibrada e toque bioenergético
Toda vez que passamos por uma emoção mais forte, acabamos por contrair toda a musculatura corporal, para que a sensação desagradável não chegue à superfície corporal, lugar onde sentimos e percebemos este sentimento. A contração muscular é consciente, mas pode se tornar inconsciente quando se torna crônica, de tanto haver contenção dos sentimentos. A respiração saudável é profunda, traz sensação de liberdade, permite atuar sobre todo o corpo, já os quadros de ansiedade, irritação, estresse, cansaço, depressão, entre outros, traz uma respiração fora do padrão normal evocando tais sintomas relacionados às patologias (LOWEN, 2007).
Quando não conseguimos respirar, não é possível ter saúde emocional, a terapia bioenergética começa com a respiração, para que sejam propagadas as ondas respiratórias, sem nenhum bloqueio, agindo sobre o sistema muscular e permitindo a expressão dos sentimentos de forma natural (LOWEN, 1984).
O toque é muito importante para que haja desenvolvimento do ser humano e possibilita que sejam transmitidos sentimentos. Por exemplo: as mãos quentes geralmente surgem em momentos bons, e as mãos ficam frias em momentos de medo; as mãos podem suar em momentos de ansiedade, portanto, toda emoção se manifesta no funcionamento do corpo, ou seja, em sua fisiologia normal. Com esta ideia, quando o corpo é estimulado pelo toque existe ação sobre as emoções, podendo haver redução do estresse e ansiedade nos clientes com sessões em que haja toque por meio das mãos do terapeuta (Figura 3) (ALVARENGA, 2019).
Por exemplo: um paciente com bloqueio na voz pode fazer um autotratamento por meio de um movimento de colocar o polegar da mão direita abaixo do ângulo do queixo, aproximadamente 2,5 centímetros, dedo médio no outro lado do pescoço, além disso os músculos esternocleidomastóideos e escaleno são trabalhados com pressão firme, quando o paciente fala algo alto. Isto deve ser feito várias vezes no meio e base do pescoço, fazendo com que a voz fique mais forte é desfeito o bloqueio da garganta (LOWEN, 1982).
O toque age de forma mecânica sobre um músculo tenso, existe uma movimentação de energia que promove o relaxamento, trazendo uma sensação de conforto, especialmente uma pressão maior em local mais tenso, como o local onde está a couraça, dispersando a energia que fica acumulada e aliviando as tensões musculares (ALVARENGA, 2019).
O toque pode ser instrumental, que consiste no desempenho de tarefas, como administrar uma medicação ou fazer um curativo. Já no toque afetivo há o contato espontâneo, transmitindo sentimentos. O toque terapêutico trabalha com energia universal, isto é, com a energia vital que fica mais concentrada ao redor de seres vivos, dirigindo a energia do paciente e promovendo sua vitalidade. O toque harmoniza o campo universal de forma consciente, alivia a congestão e equilibra os locais em que a energia está desiquilibrada, podendo ser feito por meio de imposição as mãos (SILVA; JUNIOR, 1996).
O toque terapêutico por meio da bioenergética permite um estímulo ao hipotálamo, permite que sejam liberadas endorfinas e encefalinas, reduzindo dor, dando sensação de prazer. Este efeito ocorre porque o estímulo tátil chega mais rápido ao cérebro que os estímulos dolorosos, o estímulo tátil, portanto, inibe o doloroso (RAMADA et al., 2013).
Dentro da terapia bioenergética existe a técnica chamada bioenergética suave criada por Eva Reich, que tem como princípio o estímulo mínimo e muito sutil, tanto que é comparada com a suavidade da borboleta, por isso a massagem é chamada de toque de borboleta. Essa técnica também tem como objetivo a liberação das couraças que impedem o fluxo normal de energia vital, trabalhando todos os segmentos já citados (REICH,

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