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1 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Cadeia de Suprimentos de uma Empresa Aula 05 Plano Estrutura Operações Táticas Adquirir Produção Converter Entregar Dar Suporte Cumprir Gestão de Suprimentos Logística Pós-venda Gestão de Demanda De acordo com a figura, observam-se cinco processos genéricos desenvolvidos numa cadeia de suprimentos: Gestão de Suprimentos: responsável pela aquisição de materiais e serviços Produção – responsável por converter materiais em bens e serviços Logística – Responsável pela entrega de materiais e produtos acabados Serviço de Pós-Venda – responsável por dar suporte à entrega de bens e serviços Gestão da Demanda – responsável por prever, receber e cumprir pedidos 2 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Gestão da Cadeia de Suprimentos Para uma boa compreensão da gestão da cadeia de suprimentos, é importante avaliar a evolução da logística, desde a gestão baseada em funções, passando pela prática de processos, até alcançar o atual estágio de gestão da cadeia de suprimentos. Essa evolução, com os detalhes, pode ser avaliada por meio da ilustração mostrada a seguir: Aula 05 3 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Visões de processos de uma Cadeia de Suprimentos Visão cíclica: Os processos são divididos em ciclos, cada um realizado nas interfaces entre dois estágios sucessivos da cadeia. Cada ciclo ocorre na interface entre dois estágios sucessivos: ▪ o ciclo de pedido do cliente (cliente/varejista); ▪ o ciclo de reposição (varejista/distribuidor); ▪ o ciclo de produção (distribuidor/fabricante); ▪ o ciclo de aquisição (fabricante/fornecedor). A visão cíclica define claramente os processos envolvidos e os responsáveis por cada um. Além disso, especifica os papéis, as atribuições de cada membro e o resultado desejado em cada processo. Aula 05 4 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Visões de processos de uma Cadeia de Suprimentos Visão empurrar/puxar: Os processos são divididos em duas categorias: se são executados em resposta a um pedido do cliente (puxar) ou em antecipação a um pedido do cliente (empurrar). Aula 05 5 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Evolução da Cadeia de Suprimentos Os conhecimentos logísticos acumulados e desenvolvidos no período posterior à Segunda Guerra Mundial deveriam proporcionar mudanças significativas na produtividade industrial no Brasil. Isso acabou não ocorrendo em função da pouca atenção dada ao controle de custos. A razão principal era que a economia crescia, a partir dos anos 70 e, ao mesmo tempo, ocorria o mesmo com a inflação. As características da economia eram de inelasticidade, vendia-se tudo o que era produzido. A inflação crescente atingiu seu auge nos anos 80 de modo que as indústrias preocupavam-se mais em negociar preços com base em planilhas de custos do que em controlá-los. O cenário no Brasil mudou com a implantação do Plano Real, em 1994, que estabilizou a moeda e provocou mudanças nas empresas, que passaram a se preocupar com o controle de custos. No resto do mundo, o comportamento gerencial era outro, com preocupação em modernizar a gestão empresarial, particularmente o uso dos recursos de produção. Aula 05 6 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Evolução da Cadeia de Suprimentos Os seguintes princípios eram gradativamente implantados: ▪ integração de marketing, pesquisa e desenvolvimento, engineering, design, produção e distribuição, para oferecimento de produtos ao mercado, com rapidez; ▪ respostas rápidas às mudanças de demandas, com pequenos lotes de produção e minimização do setup; ▪ redução do número de fornecedores, com maior qualificação e envolvimento dos mesmos em cada fase do processo de produção; e ▪ maior delegação de responsabilidade operacional para os setores de design e de fabricação. Esses princípios podem ser considerados como fundamentos para a gestão da cadeia de suprimentos. Entretanto, isso foi conquistado, passo a passo, vencendo barreiras de sistemas antigos e desconectados dos objetivos das empresas. Aula 05 7 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Evolução da Cadeia de Suprimentos Evolução da cadeia de suprimentos, com base em cinco abordagens ou focos Aula 05 Integração Logística Integração Corporativa Parceria Colaborativas Colaboração na Cadeia de Valor Rede Total Conectada Função Processo Intra Empresa Inter Empresa Relações Externas Sistema Total de Negócios 8 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Resposta eficiente ao consumidor (ERC) O ECR é considerado uma inovação dentro da cadeia de suprimento. Com o objetivo de aumentar a eficiência e reduzir o ruído (de comunicação e de trabalho) entre fabricantes, distribuidores e varejistas, o Efficient Consumer Response está ganhando mais adeptos no Brasil. Sua origem foi na década de 90 que foi marcada por uma transformação do cliente, que passou a ser mais exigente ao que compra. Essa mudança passa pela procura por produtos, preços e estabelecimentos alternativos, além da valorização do serviço prestado com qualidade. Assim, para melhor atender esse novo tipo de cliente surgiu o ECR. O Efficient Consumer Response foi desenvolvido nos EUA em 1992 e rapidamente chegou na Ásia, Europa e América Latina. Aula 05 9 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Resposta eficiente ao consumidor (ERC) Antes do desenvolvimento da Resposta Eficiente ao Consumidor havia muitos problemas de comunicação entre fabricantes, distribuidores e os varejistas. Isso prejudicava a cadeia de suprimento dos estabelecimentos, gerando produtos, preços e serviço sem nenhuma preocupação com o cliente final. Empresas de todos os portes podem adotar o ECR, mas alguns fatores podem dificultar sua implementação: ▪ Inflexibilidade para mudanças de processo ▪ Processos centralizados ▪ Falta de controle de estoque e fiscal ▪ Profissionais sem qualificação Aula 05 10 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Resposta eficiente ao consumidor (ERC) Vale reforçar que o Efficient Consumer Response não é exclusivo de supermercados, conseguindo impactar positivamente os processos de outros tipos de negócios. A implementação do ECR transforma as rotinas internas e externas das empresas. Mas este esforço vale a pena! Uma das principais vantagens de implementar a Resposta Eficiente ao Consumidor é: ▪ Redução de custos operacionais, ▪ Maior colaboração entre os membros da cadeia ▪ Reduzir retrabalhos (internos e externos, quando uma tarefa similar é executada mais de uma vez por parceiros dentro da cadeia) ▪ Otimização de processos ▪ Melhoria no controle e mitigação de ruptura de estoque. Aula 05 11 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Resposta eficiente ao consumidor (ERC) Segundo a ECR Brasil, com a adoção do Efficient Consumer Response, supermercados do mundo todo conseguem ter uma redução média de 6% a 10% dos custos dentro do volume total de negócios na cadeia de suprimento, isso apenas com a eliminação de processos ineficientes. Toda essa eficiência só é possível graças a uma melhor gestão aplicada pelo ECR dentro da cadeia de suprimento. Assim, os resultados são repassados para o shopper (comprador) na forma de melhores preços, qualidade dos produtos e atendimento exemplar. No Brasil, esse modelo de gerenciamento de supermercados proporcionou ótimos dados para os empresários. Ainda segundo a ECR Brasil: ▪ Estoques reduzidos de 25 dias para apenas 15 dias; ▪ Redução da 15% para 4% na falta de produtos dentro dos estoques; ▪ Redução de 69% no tempo de carregamento das entregas entre indústria e varejo. Isso, apenas com a aplicação da entrega agendada e de programas de entrega noturna. Aula 05 12 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Métodos e técnicas de precisão de demanda O emprego de modernas técnicas de redução de estoques, lastreadas na tecnologia da informação e na filosofia JIT, é essencial para a gestão econômica das empresas. A despeito disso, os estoques são necessários, porque há um descompasso entre demanda e oferta de produtos nos setores industriais, comerciais e, também, no setor público, um grande cliente de produtos. Comefeito, ainda é válido o conceito de que gerir estoques compreende o planejamento e a programação das necessidades e o controle de materiais que são acumulados para utilização próxima, com vistas a atender regularmente aos usuários quanto a quantidades, prazos, valores e qualidade requeridos. Aula 05 Fonte: Google Imagens 13 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Métodos e técnicas de precisão de demanda A gestão dos estoques compreende, em termos gerais, os seguintes pontos: ▪ previsão de demandas; ▪ métodos de controle de estoques; ▪ técnicas alternativas para a redução dos estoques; ▪ uso de recursos físicos para racionalizar o custo dos estoques; ▪ indicadores de desempenho. Aula 05 Fonte: Google Imagens 14 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Métodos e técnicas de precisão de demanda Previsões, em qualquer área do conhecimento, têm sido objeto da humanidade, como um todo. São as mais diversas, envolvendo questões pessoais, econômicas, meteorológicas e muito mais. Poucos ou ninguém previu, com exatidão, a crise financeira que atingiu os Estados Unidos em 2008 e que ainda hoje permanece e se expandiu para a Europa. Economistas explicam, com grande propriedade, o passado, possíveis causas de crises, mas não conseguem prever o que vai, de fato, acontecer. Isso não é privilégio dos economistas, ocorre igualmente com administradores, médicos e outros profissionais. Aula 05 Fonte: Google Imagens 15 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Métodos e técnicas de precisão de demanda Nas empresas e, particularmente, nas áreas relacionadas diretamente com a produção de bens e de serviços, é essencial que se busque alguma forma de prever demandas, mesmo que estas sejam decorrentes de variáveis complexas e muitas vezes aleatórias. Realizar previsões para planejar operações é atividade essencial, mesmo que se saiba, de antemão, que erros irão ocorrer. Aí reside uma diferença entre as previsões em geral, comentadas no início desse texto, e as previsões operacionais. Nessas, já sabemos que erros ocorrerão e, para minimizá-los, empregamos recursos, tanto subjetivos, como, principalmente, os objetivos, com o auxílio matemático. Aula 05 Fonte: Google Imagens 16 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Métodos e técnicas de precisão de demanda O desenvolvimento da tecnologia tem proporcionado à gestão de estoques instrumentos para controlar um dos ativos mais valiosos de qualquer organização, seja pelo valor ou pela criticidade. Se for considerada uma empresa comercial – uma cadeia de supermercados, por exemplo –, esse é o principal gerador das receitas, devendo ser gerido da maneira mais racional possível. Por outro lado, se considerarmos uma empresa de serviços – eletricidade, por exemplo –, os estoques de peças de manutenção, mesmo sem representarem um grande ativo, em termos de valores envolvidos, passam a ser críticos, porque a confiabilidade do sistema de distribuição de energia elétrica dependerá da capacidade de resposta às demandas. Situação semelhante ocorre com hospitais, onde não pode ocorrer falhas no suprimento de medicamentos ou de serviços essenciais como eletricidade, oxigênio e outros assemelhados. Aula 05 17 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Métodos e técnicas de precisão de demanda A despeito desses novos recurso, o erro continua sendo o grande desafio dos previsores de demandas. Chopra e Meindl (2010) discorrem sobre as características das previsões, dividindo-as em quatro categorias: ▪ previsões são sempre imprecisas e assim devem incluir seu valor esperado e uma medida de seu erro; ▪ previsões de longo prazo são, em geral, menos precisas que as de curto prazo; ▪ previsões agregadas são mais precisas que as desagregadas; ▪ em geral, quanto mais à montante uma empresa estiver na cadeia de suprimentos (longe do consumidor final), maior será a distorção percebida por ela (efeito chicote). Aula 05 Fonte: Google Imagens 18 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Previsão de demanda Existem dois tipos básicos de demandas: dependente e independente. A demanda dependente está presente nos casos em que um determinado produto exige um número conhecido de itens para sua montagem. Exemplo: indústria automobilística – os carros possuem uma lista de materiais e o planejamento estabelece a quantidade de veículos de determinado modelo que serão produzidos durante um certo tempo. Está relacionada à produção puxada. Aula 05 Fonte: Google Imagens 19 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Previsão de demanda A demanda independente é aquela que está ligada a ocorrências de natureza aleatória e, por essa razão, é objeto de estudos que têm produzido diversos métodos, estatísticos ou não, voltados para sua previsão. Exemplo: indústria de alimentos, que depende de fatores passados e futuros, estes relacionados à economia, à capacidade financeira dos consumidores, a políticas tributárias e a outros fatores aleatórios. Está relacionada à produção empurrada. Aula 05 Fonte: Google Imagens 20 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Previsão de demanda O principal objetivo de qualquer método aplicável à previsão de demandas é o de reduzir incertezas, portanto não existe um método infalível de prever o futuro de vendas, de preços, de consumo, de tempos de ressuprimento (lead time) ou de qualquer outra forma de necessidade. Para simplificar, sem nos aprofundarmos em tantas teorias a respeito, consideramos como de duas naturezas as principais técnicas de previsão: Qualitativas (qualiquantitativas) Envolvem intuição, experiência e julgamento, feitos individualmente ou por um grupo de pessoas. Em muitas situações, sofisticadas e dispendiosas técnicas baseadas em dados objetivos podem ser substituídas, muitas vezes com vantagens, por processos que consideram a experiência acumulada de profissionais atuantes em determinada área. Em situações em que ocorram mudanças frequentes de tecnologia, por exemplo, a intuição baseada em experiência poderá ser a vantagem competitiva, na medida em que se admita correr riscos calculados. Aula 05 21 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Previsão de demanda Um exemplo de previsão feita em base subjetiva é a compra de mercadorias no mercado futuro, quando se faz uma previsão de ocorrência de um certo preço ou uma demanda no futuro e, com base nisso, aceita-se o risco de que isso não ocorra. Base subjetiva não significa ausência de técnica, pelo contrário, é necessário usar métodos adequados para extrair conhecimentos dos especialistas. Na realidade, consideramos mais adequado o termo qualiquantativo, porque muitas variáveis assumidas são de origem ou transformadas em dados numéricos. Aula 05 Fonte: Google Imagens 22 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Previsão de demanda Um desses métodos é o Delphi, que tem sido empregado como uma das mais poderosas ferramentas subjetivas para realizar previsões. Consiste em reunir um grupo de pessoas especializadas no objeto cuja previsão deverá ser feita, e aplicar ao mesmo um processo não identificado de iteração controlada. Cada componente é submetido a uma entrevista estruturada (baseada em um questionário-padrão) sem que possa comunicar-se com os demais integrantes do grupo. As informações recebidas são tabuladas, sintetizadas e retornam para conhecimento de cada componente. Cada integrante do grupo é estimulado a comparar as suas previsões com o que seria a opinião média do grupo. Poderá, então, modificar (ou não) a sua previsão inicial. O processo poderá ser repetido uma ou mais vezes até que um resultado próximo ao consenso seja alcançado. Aula 05 Fonte: Google Imagens 23 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Previsão de demanda Quantitativas São aquelas baseadas em Estatística, ainda utilizadas intensivamente para a realização de previsões. Estas dependem, primordialmente, de dois fatores: os intrínsecos e os extrínsecos. Os primeiros estão relacionados ao comportamento usual dos itens de material em relação às operações regulares da organização. Os fatores extrínsecos são aqueles que modificam o comportamentodas demandas em função de ocorrências externas, tais como regulação governamental, guerras, retaliações comerciais, mudanças cambiais, variações climáticas, efeitos de moda, etc. Em geral, são de natureza aleatória ou, no máximo, dependentes de cenários que possam ser desenhados com antecedência. As técnicas objetivas serão detalhadas a partir deste ponto. Aula 05 24 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Previsão de demanda A previsão de demandas, por meio de recursos estatísticos, é realizada pela projeção de dados históricos para um futuro predeterminado. Como regra geral, isso é realizado ajustando-se graficamente os dados em relação a uma variável independente (o tempo, por exemplo), extrapolando-se a curva obtida para um período futuro desejado. Em situações estatisticamente estáveis, essa técnica poderá ser utilizada com sucesso. Na prática, entretanto, isto não ocorre com a frequência que seria desejável, razão por que instrumentos estatísticos mais sofisticados devem ser empregados. Aula 05 Fonte: Google Imagens 25 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Principais componentes associados à previsão de demandas ▪ demanda média; ▪ tendência da média; ▪ grau de correlação; ▪ graus de sazonabilidade e de ciclicidade; ▪ variações estocásticas, caracterizadas pela média, desvios, tendência, sazonabililidade e ciclicidade. Aula 05 Fonte: Google Imagens 26 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Principais componentes associados à previsão de demandas Aula 05 Demanda regular, sem as variações decorrentes de tendência, sazonabilidade ou variações outras. Este gráfico representa um item com crescimento (tendência) a partir da semana 5. Não se percebe a presença de características sazonais. 27 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Principais componentes associados à previsão de demandas O gráfico representa um item que deve, em princípio, ser caracterizado por uma variação sazonal, caracterizada por picos e vales, além de tendência Aula 05 Fonte: Google Imagens 28 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Previsão de demandas Existem dezenas de métodos para previsão de demandas, alguns redundantes. A escolha do método estatístico mais adequado dependerá da contribuição de cada um dos componentes citados para o caso considerado. Com base nessa avaliação, deverá ser tomada a decisão aplicável à previsão das demandas necessárias para a programação de compras, de produção e de vendas de uma empresa. Para cada um dos casos, poderá ser empregado um método diferente. Os métodos mais comuns no mundo real das empresas, dependendo de tamanho e complexidade, são: ▪ média aritmética; ▪ média móvel; ▪ média ponderada exponencialmente; ▪ regressão; ▪ modelos econométricos (Box-Jenkins). Aula 05 Fonte: Google Imagens 29 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Média aritmética É o processo mais comum, dada sua simplicidade de conceituação e cálculo. Ainda é muito empregado, mesmo considerando-se a distorção que, em geral, apresenta. Trata-se de uma medida de tendência central obtida a partir de uma massa dispersa de dados. O grau de confiabilidade da média aritmética é baixo por não levar em conta a dispersão dos dados considerados. É obtida a partir de uma certa quantidade de dados dispersos. Por exemplo, dois conjuntos de dados – um com os números 3, 9 e 18, e outro com 8, 9 e 13 – têm a mesma média, 10, e são, obviamente, completamente diferentes. O primeiro é menos uniforme, com maior dispersão de dados, enquanto o segundo é menos disperso. A média aritmética somente deverá ser empregada em situações que apresentem pequeno grau de variação, de tendência e de sazonabilidade. Aula 05 Fonte: Google Imagens 30 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Média aritmética Exemplo: Determine a média aritmética do consumo semanal de fraldas infantis durante o primeiro trimestre do ano, em semanas (13). Dados: Aula 05 ഥ𝒙 = σ𝒙 𝒏 ҧ𝑥 = 2000 + 1800 + 2100 + 1900 + 2400 + 2300 + 2500 + 2200 + 2400 + 2600 + 2500 + 2400 + 2100 13 ഥ𝒙 = 𝟐𝟗. 𝟐𝟎𝟎 𝟏𝟑 = 𝟐. 𝟐𝟒𝟔 31 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Média aritmética No Excel: Utilizaremos a função =MÉDIA() Aula 05 32 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Média Ponderada Aula 05 ഥ𝒙 = σ𝒇𝒙 𝒏 ഥ𝒙 = 𝟒𝟎𝟎 + 𝟕𝟓𝟎 + 𝟏𝟓𝟎𝟎 + 𝟑𝟏𝟓𝟎 + 𝟏𝟐𝟎𝟎 + 𝟗𝟎𝟎 + 𝟓𝟎𝟎 𝟐𝟓 ഥ𝒙 = 𝟖𝟒𝟎𝟎 𝟐𝟓 = 𝟑𝟑𝟔 33 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Média Móvel Simples É uma outra forma de calcular médias, com maior precisão. Trata-se de uma média aritmética, calculada período a período, de uma série de dados, com a substituição, a cada período, do dado mais antigo, substituído pelo mais recente. O número de dados para a determinação da média móvel é constante. O conceito pode ser representado, matematicamente, pela fórmula a seguir: xm = média móvel, calculada no período t t = período atual, o mais recente n = número de períodos considerados para o cálculo da média móvel xt-n+1 = consumo (demanda) mais antigo Aula 05 ഥ𝒙𝒎 = ഥ𝒙𝒕 + ഥ𝒙𝒕−𝟏 + ഥ𝒙𝒕−𝟐……+ ഥ𝒙𝒕−𝒏+𝟏 𝒏 34 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Média Móvel Simples Exemplo: Uma empresa, fabricante de peças WR, teve neste ano, o seguinte volume de vendas de seu produto AM. Determine a previsão para agosto, considerando método da média móvel n=3: Aula 05 Mês Quantidade Janeiro 4.100 Fevereiro 3.800 Março 3.800 Abril 4.000 Maio 4.100 Junho 4.200 Julho 4.900 𝑀𝑀𝑆 = 4.900 + 4.200 + 4.100 3 = 13.200 3 = 4.400 35 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Média Móvel Simples Exercício: Pelo método da média móvel simples (n=4), uma determinada empresa que fazer sua previsão de demanda para os meses de Janeiro, Fevereiro e Março. Abaixo as demandas do ano de 2.019: Aula 05 Mês Quantidade Janeiro 3.500 Fevereiro 3.675 Março 3.859 Abril 4.052 Maio 4.254 Junho 4.467 Julho 5.003 Agosto 5.603 Setembro 6.276 Outubro 7.029 Novembro 7.872 Dezembro 8.817 𝐽𝑎𝑛 = 8.817 + 7.872 + 7.029 + 6.276 4 = 7.499 𝐹𝑒𝑣 = 7.499 + 8.817 + 7.872 + 7.029 4 = 7.804 𝑀𝑎𝑟 = 7.804 + 7.499 + 8.817 + 7.872 4 = 7.998 36 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Média móvel ponderada exponencialmente É um método semelhante ao da média móvel, com cálculos simples, apesar de um conceituação matemática complexa. A vantagem do ajustamento exponencial é que ele pode ser ampliado, considerando-se, por exemplo, situações de demandas com tendência e mesmo demandas sazonais. A formulação se baseia na última previsão realizada (xt-1), na demanda atual (Dt) e em um coeficiente ( com valor entre 0 e 1) semelhante ao n da média móvel, porém com valor inverso. O cálculo da nova média xt consiste em aplicar esses valores, de acordo com a seguinte equação: Aula 05 Seção 4 1)1( −−+= ttt xDx 37 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Média móvel ponderada exponencialmente A equação apresentada para o ajustamento exponencial pode ser interpretada assim: Para se calcular a média no período atual, válida como previsão para o próximo, é necessário conhecer apenas a demanda (consumo) mais recente (Dt) e a previsão feita no período imediatamente anterior (xt-1). Com esses dados, mais o coeficiente , pode-se calcular qualquer média, para qualquer número de termos, dependendo do valor de que for escolhido. Assim, o coeficiente é quem determina o nível de ponderação da média a ser calculada. Quando for igual à unidade, significa que 100% de ponderação estarão sendo dados ao dado mais recente, não havendo, portanto, determinação da média e, sim, a repetição da demanda mais recente como previsão para o próximo período. Na prática, o valor de está situado entre 0,10 e 0,40. Aula 05 Seção 4 38 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Média móvel ponderada exponencialmente Como afirmado anteriormente, há uma relação entre n e , estabelecida pelas seguintes equações: Aula 05 Seção 4 -2 =n 1 2 + = n A tabela a seguir estabelece a relação entre os dois coeficientes. -2 =n 𝑛 = 2 − 0,40 0,40 = 4 𝛼 = 2 𝑛 + 1 𝛼 = 2 5 + 1 = 0,33 39 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Exemplo: Considerar que a demanda a longo prazo para um certoproduto é relativamente estável, e a constante de ajuste (Suavização Exponencial) igual a 0,30 é a satisfatória. Se o método de média ponderada com suavização exponencial foi utilizado, como uma prática contínua, uma previsão teria que ter sido feita para o período anterior. Considerando que a previsão para o período anterior foi de 1100 unidades, e que 1000 unidade foi a demanda real, em vez de 1100 unidades, qual a previsão para esse mês? 𝑀𝑀𝑃𝐸 = 𝐶𝑅𝑒𝑎𝑙 × 𝛼 + 1 − 𝛼 × 𝑃𝑎𝑛𝑡 Onde: 𝐶𝑅𝑒𝑎𝑙 = Consumo Real 𝑃𝐴𝑛𝑡= Previsão anterior 𝑀𝑀𝑃𝐸 = 1.000 × 0,30 + 1 − 0,30 × 1.100 = 1.070 Aula 05 Seção 4 40 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Ciclo de vida do produto O ciclo de vida do produto são as fases de que um produto passa. Desde seu lançamento até o momento que é descontinuado. Ter o ciclo de vida do produto bem definido capacita a empresa a identificar em qual momento um produto está. Se ele já alcançou seu pico de lucratividade, quando é necessário fazer um novo lançamento e da importância de investir em Pesquisa e Desenvolvimento para desenvolver novos produtos. A administração do ciclo de vida do cliente envolve o estudo de várias métricas importantes para se definir o estágio em que um produto está e qual ação tomar frente a isso. As métricas que devem ser essencialmente observadas são: ▪ Número de vendas; ▪ Custo do investimento; ▪ Concorrência; ▪ Lucro. Aula 05 41 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Ciclo de vida do produto O ciclo de vida do produto pode ser dividido em 4 fases: introdução no mercado, estágio de crescimento, estágio de maturidade e estágio de declínio. Aula 05 42 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Ciclo de vida do produto Fase de introdução no mercado A introdução no mercado é o momento em que o produto é lançado. Essa é a etapa mais cara do ciclo de vida de um produto. Os investimentos de marketing para alcançar os primeiros clientes são elevados. Como é um momento de “criar” a demanda pelo produto é comum que o número de vendas seja baixo e não haja lucratividade na operação. Os esforços são focados em visibilidade e distribuição. Aula 05 Fonte: Google Imagens 43 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Ciclo de vida do produto Estágio de crescimento do produto Neste estágio o investimento no lançamento começa a dar resultados. O produto já é reconhecido pelos clientes, as vendas por indicação começam a crescer e a taxa de recompra por um mesmo cliente são maiores. É importante reforçar que na fase de introdução o Custo de Aquisição (CAC) tende a ser bem maior, esses primeiros clientes, que gostam do produto, recompram e indicam aos amigos e familiares, fazem com que essa conta estabilize sem novos gastos. Também é na fase do crescimento que surgem a maioria dos concorrentes. Com o sucesso do produto lançado outras empresas naturalmente aproveitam a oportunidade, com mais opções de escolha a tendência é uma baixa nos preços. Por exemplo: a redução de preços da Uber quando a 99 começou a se popularizar. Aula 05 44 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Ciclo de vida do produto Estágio de maturidade No estágio de maturidade existe um grande volume de vendas, mas a taxa de crescimento começa a estagnar. O produto está conhecido no mercado, os custos está estáveis com o aumento das vendas e a redução do preço. Esse é o momento em que o mercado é quase 100% atendido e está cheio de concorrentes. É comum que nessa fase comece a “guerra por participação de mercado”. As promoções começam a surgir, os preços são ainda mais reduzidos e se a empresa se descuidar acaba sendo empurrada para a quarta etapa do ciclo de vida do cliente de forma precoce. Aula 05 Fonte: Google Imagens 45 de 45 MFP – 01/2020 – v1 Ciclo de vida do produto Estágio de declínio O declínio é o fim do ciclo de vida de um produto. Nessa fase as vendas começam a cair, seja por pressão dos concorrentes ou pelo surgimento de novas tecnologias. O declínio também pode ser causado pela inercia, os clientes simplesmente se cansaram daquele produto e estão procurando por uma experiência nova. No declínio o mercado se torna “oceano vermelho“. Existem muitos concorrentes, o preço de venda do produto despenca e é o momento da empresa reduzir os investimentos em marketing e comercial. Nesse cenário a empresa pode tomar algumas atitudes: ▪ Fazer o lançamento de novas funcionalidades no produto ou variações (sabores diferentes, aplicações em outros mercados, etc) buscando prolongar o ciclo de vida do produto. ▪ Ativar a equipe de pesquisa e desenvolvimento e lançar um novo produto e reiniciar o ciclo. Aula 05