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Histórico e Aparelhos de Raios X

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Maria Eduarda de Alencar – Odontologia 2019.2 
Histórico e Aparelhos de Raios X 
Introdução 
- Os raios X são um tipo de radiação 
eletromagnética, invisível, capaz de atravessar 
corpos opacos à luz; 
- Eles foram descobertos em 8 de novembro de 
1895, por Wilhelm Conrad, o que rendeu um 
Prêmio Nobel de Física para ele em 1901; 
→ O Experimento 
- Trabalhando com um tubo de Hittorf-Crookes 
coberto com papelão preto – o papelão foi posto 
por ele para barrar qualquer tipo de interferência 
da luz – uma corrente de alta tensão – bobina de 
Rumkorff – e uma placa de platinocianeto de 
bário, Wilhelm percebeu que ao ligar o 
equipamento, surgia uma luminosidade a uma 
distância de 1 m da sua bancada, na placa de 
platinocianeto de bário; 
- Ele percebeu então que alguma coisa estava 
saindo do aparelho e atingindo a placa de 
platinocianeto e promovendo uma fluorescência – 
um brilho na placa; 
 
- Ao perceber essa luminosidade foi que ele 
começou os seus estudos verdadeiramente, 
buscando descobrir o que era. Nas suas 
experiências iniciais, ele começou a pegar 
objetos e colocá-los entre o equipamento – o 
tubo de Hittorff-Crookes coberto com papelão 
preto e a corrente de alta tensão (bobina de 
Rumkorff) – e a placa de platinocianeto de bário. 
Conseguindo perceber que aquilo que saía do 
equipamento permitia que ele enxergasse 
dentro das estruturas – caixa com pesos – sem 
precisar abrir elas; 
- Ele convidou então Bertha Rontgen – sua esposa 
– a realizar a 1° radiografia humana – mão de 
Bertha. Para tal, ele utilizou filme fotográfico, e 
expos sua esposa por 15 min a radiação – sabe-
se hoje em dia que esse tempo é extremamente 
alto, mas na época não se sabia nada a respeito. 
Como era algo novo, que não se sabia nada, uma 
incógnita, ele deu o nome de raios X; 
→ Limitações do Tubo de Hittorf-Crookes 
- O calor gerado no ponto de impacto levava a 
quebra do tubo, que era feito de vidro; 
- Não havia padronização na produção de raios X; 
- O vidro apresentava um rendimento insatisfatório 
na produção de raios X; 
- Exigia potentes – grandes – bobinas de indução; 
→ William David Coolidge 
- Responsável por viabilizar a aplicabilidade clínica 
dos raios X; 
- Com a evolução, houve uma diminuição das 
bobinas – em relação as utilizadas na época da 
descoberta, pois ainda eram consideravelmente 
grandes. Além de melhorias no tubo utilizado; 
- Tubo de Coolidge 
- Possuía vácuo perfeito; 
- Permitia ajuste da quantidade de raios X; 
- Permitia a padronização das radiografias; 
- Utilizava corrente contínua, em transformadores 
potentes – grandes; 
 
- O tubo possuía duas extremidades, uma positiva 
– ânodo – e uma negativa – cátodo. No cátodo, 
existia um filamento, que ao seu redor ocorria uma 
produção de elétrons, que colidiam com o 
alvo/anteparo, ou seja, o ânodo; 
- Assim como o tubo de Hittorf-Crookes, o tubo de 
Coolidge também possuía limitações: difícil 
locomoção, em função dos grandes geradores de 
tensão; 
- Pressionado pela necessidade que os EUA 
tinham no momento – ter algo que se 
transportasse facilmente para avaliação dos 
combatentes da 1° guerra mundial – Coolidge 
criou o tubo auto-retificador, em 1917; 
- Tubo Auto-retificador 
- Esse tubo funcionava pelo princípio da emissão 
termoiônica – todo metal, quando atravessado 
por uma corrente elétrica no vácuo, produz uma 
carga especial de elétrons (nuvem de elétrons), o 
 
número de elétrons dependerá da natureza do 
metal e da temperatura aplicada a ele; 
 
OBS.: O aparelho de raio X não possui nenhum 
material radioativo, ele só produzirá os raios X se 
conectado à rede elétrica. 
→ 1° Radiografia Dentária 
- No campo da odontologia, a 1° radiografia foi 
realizada por Frederic Otto Walkhoff, utilizando 
uma placa fotográfica de vidro e um tempo de 
exposição de 25 min. 
Propriedade dos Raios X 
- Caminham em linha reta; 
- Possuem a mesma velocidade da luz no vácuo; 
- É divergente; 
- Não são desviados por campos elétricos e 
magnéticos; 
- Pode sensibilizar filmes fotográficos; 
- É invisível; 
- Penetram corpos opacos; 
- Não sofrem reflexão nem refração; 
- Produzem ionização nos sistemas biológicos – 
possuem a capacidade de transformar átomos em 
íons; 
- Provocam fluorescência em certos materiais. 
Radiografia - Resumo 
- A radiografia é uma imagem de um objeto, 
obtida com o emprego de raio X, cuja superfície 
de registro é um filme radiográfico; 
- Parte da obtenção de uma radiografia consiste 
na exposição do paciente à um feixe de radiação 
X, originário de um aparelho; 
- Ao passar pelo paciente, porções do feixe de 
radiação X são atenuadas em maior ou menor 
quantidade e incidem no filme radiográfico 
formando uma imagem invisível, denominada 
imagem latente; 
- Após a exposição do paciente aos raios X, e 
consequente formação da imagem latente no filme 
radiográfico, para que a imagem radiográfica se 
torne visível permanente, é necessário que a 
película radiográfica sofra um tratamento químico, 
denominado processamento radiográfico. 
 
Constituição dos Aparelhos de Raios X 
- Os aparelhos de raios X são constituídos de: 
base, corpo – painel de controle – braço 
articulador e cabeçote; 
 
→ Base 
- Existem aparelhos de base móvel e de base 
fixa; 
- Os aparelhos de base fixa são superiores, uma 
vez que permite movimentos mais amplos; 
- Dependendo do tamanho, o aparelho de base 
móvel pode atrapalhar um pouco a movimentação, 
além de normalmente terem um certo peso, que 
dificulta o transporte; 
→ Cabeçote 
- Componente blindado, onde são produzidos os 
raios X que saem pelo tubo; 
- Constituintes do Cabeçote 
- Tubo/ Ampola de Raios X: Ampola de vidro 
plumbífero com duas extremidades – cátodo (-) e 
ânodo (+). 
- Cátodo: Extremidade negativa, com um 
filamento de tungstênio – metal que será 
aquecido pela corrente elétrica gerando uma 
nuvem de elétrons ao seu redor – enrolado de 
forma espiralada e montado em uma calota 
focalizadora de molibdênio – permite o 
agrupamento dos elétrons; 
- Ânodo: Extremidade positiva, onde os elétrons 
irão se chocar, mais precisamente na área focal 
 
de tungstênio – o material usado para produzir a 
área focal deve ter um alto número atômico, alto 
ponto de fusão e alta condutibilidade térmica – 
com uma haste de cobre – necessária, pois o 
tungstênio usado na área foca não é um excelente 
condutor de calor, diferente do cobre; 
OBS.: A área focal tem uma inclinação de 20°, 
com o objetivo de diminuir o tamanho da área focal 
efetiva – que permite uma melhor qualidade da 
imagem. 
 
- Transformador de Alta Tensão: Ligado ao 
cátodo e ao ânodo. A corrente de alta tensão cria 
uma diferença de potencial – tensão – tendo a 
função de acelerar os elétrons em direção ao alvo, 
para que haja o choque e, consequente, produção 
de raios X; 
- Transformador de Baixa Tensão: Ligado ao 
cátodo. A corrente de baixa tensão aquece o 
filamento de tungstênio, permitindo a produção 
de elétrons – emissão termoiônica; 
- Janela: Permite a saída dos raios X de dentro da 
ampola; 
- Câmara de Expansão: Uma vez que o óleo é 
aquecido ele sofre uma dilatação, e é a câmara de 
expansão que atua compensando a expansão do 
óleo; 
- Óleo Circundante: Fica por fora da ampola. 
Evita a formação de faíscas, atua como isolante, 
carregador de calor para fora do tubo e resfriador; 
- Filtro de Alumínio: Ao sair pela janela, antes de 
chegar no paciente, os raios X passam por 
algumas barreiras, sendo o filtro de alumínio a 
primeira. O filtro atua absorvendo os raios X de 
alto comprimento de onda e baixo poder de 
penetração, sua espessura está associada a 
quilovoltagem do equipamento, de modo que, em 
equipamento com kVp inferior ou igual a 70 sua 
espessura é de 1,5 mm, e naqueles com kVp 
superior a 70 sua espessura é de 2,5 mm; 
- Diafragma de Chumbo: Vem logo após o filtro 
de alumínio. Atua eliminando os raios X mais 
divergentes, evitando que a área de incidência no 
paciente ultrapasse o diâmetrode 7 cm e 
absorvendo a radiação secundária produzida 
quando os raios X passam pelo filtro de alumínio; 
- Colimador: Responsável por reduzir o volume 
de tecido irradiado no paciente; 
- Cilindro Localizador: Porção que indica a 
direção do feixe e ajusta a distância ideal do ponto 
focal à pele do paciente; 
OBS.: O diafragma de chumbo, o colimador e o 
cilindro localizador, juntos, tem a função de 
reduzir a área de incidência na face do 
paciente, permitindo que o diâmetro do campo 
não ultrapasse 6 cm de diâmetro na saída do 
cilindro localizador, e 7 cm na pele do paciente. 
- Revestimento de Chumbo: O cabeçote é todo 
revestido de chumbo, o que confere a ele uma 
proteção contra choque, uma blindagem e atua 
reduzindo a incidência da radiação de fuga; 
→ Braço Articulador 
- Permite movimentos horizontais e verticais; 
- Quanto maior o número de articulações mais fácil 
é o posicionamento; 
- Ele leva os fios elétricos do painel ao cabeçote; 
→ Corpo 
- Possui o painel de controle; 
- Painel de Controle 
- Possui um interruptor – liga e desliga o aparelho 
– disparador de exposição e dispositivo 
sonoro – para exposição, o botão deverá 
permanecer pressionado até o som acabar – e 
marcador de tempo – mecânico, eletrônico ou 
digital; 
- No painel de controle é possível também, regular 
a quilovoltagem (kVp) e a miliamperagem (mA), 
em alguns equipamentos; 
OBS.: A quilovoltagem determina a qualidade dos 
feixes de raios X, ou seja, o poder de penetração 
dos raios X no objeto e, consequentemente, o 
contraste de uma radiografia. Sendo assim, 
quanto maior a quilovoltagem, maior o poder de 
penetração dos raios X e menor será a diferença 
entre o branco e o preto de uma radiografia, o que 
confere uma imagem de baixo contraste. 
 
OBS.: A miliamperagem é responsável pelo 
escurecimento de uma radiografia, ou seja, por 
sua densidade. Sendo assim, quanto maior a 
miliamperagem, maior será a densidade de uma 
radiografia – o escurecimento.

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