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AQUISIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE LINGUAGEM - FONOAUDIOLOGIA
ALUNA: NATIELLE DE CARVALHO RODRIGUES 
Estudo de Caso
Um menino de 6 anos vai à escola desde os 2 anos. Este veio ao atendimento, acompanhado dos pais, para fazer uma avaliação fonoaudiológica, por queixa de atraso na fala. A mãe se queixa que o filho se balança, gosta de brincar com rodas de carrinho e apresenta seleção alimentar. Em avaliação fonoaudiológica, o paciente apresentou ecolalia, não falou palavras concretas, não fez contato visual com a terapeuta e optou por brincar sozinho.
Levando em conta os sintomas relatados, indique a conduta fonoaudiológica e a suspeita diagnóstica.
Autismo
O autismo, cientificamente conhecido como Transtorno do Espectro Autista, é uma síndrome caracterizada por problemas na comunicação, na socialização e no comportamento, geralmente, diagnosticada entre os 2 e 3 anos de idade.
Esta síndrome faz com a criança apresente algumas características específicas, como dificuldade na fala e em expressar ideias e sentimentos, mal-estar em meio aos outros e pouco contato visual, além de padrões repetitivos e movimentos estereotipados.
Principais sintomas
· Dificuldade na interação social, como contato visual, expressão facial, gestos, dificuldade em fazer amigos, dificuldade em expressar emoções;
· Prejuízo na comunicação, como dificuldade em iniciar ou manter uma conversa, uso repetitivo da linguagem;
· Alterações comportamentais, como não saber brincar de faz de conta, padrões repetitivos de comportamentos, ter muitas "manias" e apresentar intenso interesse por algo específico, como a asa de um avião, por exemplo.
Estes sinais e sintomas variam de leves, que podem até passar despercebidos, mas também podem ser moderados a graves, que interferem muito no comportamento e na comunicação da criança.
Diagnóstico
O diagnóstico de autismo é feito através da observação da criança e da realização de alguns testes de diagnóstico, entre os 2 e 3 anos de idade.
Pode-se confirmar do autismo, quando a criança apresenta características das 3 áreas que são afetadas nesta síndrome: interação social, alteração comportamental e falhas na comunicação.
A importância da fonoterapia para o tratamento:
As crianças com TEA têm dificuldade em estabelecer comunicação. Por isso, a relação entre fonoaudiologia e autismo explica que os profissionais da área podem ser grandes aliados. É o caso da fonoterapia, uma das formas de tratamento de TEA que ajuda muitos pacientes.
Apesar da TEA de ser um diagnóstico médico, a fonoterapia também contribui para o tratamento de sintomas. Ela pode auxiliar, por exemplo, com a dificuldade de se expressar e padrões de repetição de fala.
 A dificuldade do diálogo
 O fonoaudiólogo pode auxiliar a criança desde o processo diagnóstico, ao identificar precocemente os sinais que podem indicar o risco para o Transtorno do Espectro Autista. A identificação não vem só quando a criança começa a falar, já que “antes mesmo da emissão verbal, as dificuldades de comunicação apresentadas pelas crianças com TEA podem ser atribuídas à sua inabilidade em se conectar com o interlocutor, sendo tal dificuldade observada na inconsistência ou mesmo na ausência do contato ocular, então, mesmo antes do desenvolvimento da fala, é possível notar que as crianças com TEA podem não responder à comunicação não-verbal.
 Além de auxiliar no diagnóstico, a relação entre fonoaudiologia e autismo pode fazer parte de um plano de tratamento. É importante envolver as famílias durante o processo, mas é necessário explicar as dificuldades. A explicação às famílias parte primeiramente do reconhecimento das inabilidades apresentadas pela criança começando dos aspectos não verbais, precursores da comunicação verbal – contato ocular e atenção compartilhada.
O tratamento deve ser feito de forma gradual e natural, para que seja efetivo e contribua para o aprendizado. Interações forçadas dos cuidadores não são tão efetivas quanto as contextualizadas.
 Mas a aliança entre fonoaudiologia e autismo pode ajudar na inclusão, “Os resultados da intervenção fonoaudiológica já vivenciados em minha prática clínica estão relacionados à ampliação do contato ocular, da atenção compartilhada, do uso funcional da linguagem, da emissão verbal e do aprimoramento dos aspectos melódicos da fala”, diz.
Apesar do autismo não ter cura, o tratamento, quando é realizado corretamente, pode facilitar o cuidado com a criança, amenizar o grau, tornando a qualidade de vida melhor.