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Portfólio 1ª Unidade de Saúde Coletiva

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P O R T F Ó L I O
L U Í S V I C T O R S . R I B E I R O
O D O N T O L O G I A E M S A Ú D E C O L E T I V A I I
Olá, querido leitor!
Seja bem-vindo ao meu manual de conhecimento, o meu nome é Luís
Victor e eu sou estudante do 5º semestre de Odontologia na
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. 
Este será o meu espaço para registrar um pouco do meu aprendizado a
respeito dos conteúdos ministrados pelas docentes Patrícia Matos e
Selma Nunes da disciplina de Odontologia em Saúde Coletiva II. 
Este material didático é baseado em um diário, onde contarei minhas
experiências com a disciplina e tudo que aprendi no decorrer do
semestre de forma simples e educativa. 
Espero que você, caro leitor, possa compreender de forma interativa e
fácil cada um dos temas que serão abordados ao decorrer deste
portfólio.
 Faça uma boa leitura!
P R E F Á C I O
S U M Á R I O
Capítulo 1
Metodologia de Ensino-Aprendizagem
Capítulo 2
Importância da Análise Crítica.
Capítulo 3
Avanços e Desafios do SUS.
Capítulo 4
Atenção Primária.
Capítulo 5
A saúde enquanto dever do Estado.
Capítulo 6
Estratégia de Saúde da Família.
Capítulo 7
O Agente Comunitário de Saúde.
Capítulo 8
O papel da APS no contexto da pandemia do COVID - 19. 
 
4
8
12
16
22
26
30
33
C A P Í T U L O 1
M e t o d o l o g i a s A t i v a s d e
E n s i n o - A p r e n d i z a g e m
 Roman et al. (2017) afirma que o ensino tradicional consiste num modelo
clássico em que o professor expõe suas opiniões, ensinando como fazer, como
resolver um dado problema, sem a participação direta do aluno. Nos dias
atuais, busca-se compreender melhores condições para o
ensino/aprendizagem, pois, é sabido que para o processo da construção do
conhecimento a participação do estudante é de fundamental importância
(PAIVA et al., 2016). É através da participação e por meio da relação
interpessoal que se tem acesso a experiências coletivas que levam a
reorganização e reformulação do próprio conhecimento (MELLO et al., 2014).
 Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PNC – Brasil, 1997), consta que
uma educação de qualidade deve desenvolver as capacidades interrelacionais,
cognitivas, afetivas, éticas e estéticas, visando a construção do cidadão em
todos os seus direitos e deveres.
 A lei nº 9.394/ 96 da LDB (Lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional),
trata a escola e o aluno com uma ênfase que não havia sido ainda dada pelas
leis que antecederam. A nova LDB apresenta varias possibilidades para a
organização de educação, dando sugestões para que as instituições adotem
alternativas, currículos que atendam as diferenças regionais, privilegiando os
interesses no processo da aprendizagem. Na área da saúde, seus
conhecimentos devem ser aprimorados e comprometidos com o
desenvolvimento das competências e habilidades que permeiam ao individuo
intervir na realidade para transformá-lo em profissional competente e
preparado para transmitir experiências coletadas com a aprendizagem 
 (ROMAN et al., 2017).
 
C A P Í T U L O 1
 Desta forma, surge as metodologias ativas, que, como afirmado por
Valente et al. (2017), são estratégias pedagógicas criadas com o intuito de
transferir o foco de ensino e aprendizagem para o aprendiz com o objetivo de
engajar o aluno a desenvolver atividades práticas e de classe, garantindo
melhores experiências para o desenvolvimento de habilidades profissionais
(MELLO et al., 2014). Ainda segundo Mello et al. (2014) essas habilidades são
adquiridas através do processo de participação do discente, fazendo destes
instituidores do próprio conhecimento e não somente receptores de
informações. 
 As metodologias envolvidas no processo de formação de profissionais
da área da saúde precisaram serem reavaliadas (ROMAN et al., 2017), a fim de
tornar os estudantes em futuros profissionais capacitados para atuar na
resolução de problemas da população (MELLO et al., 2014). Segundo Frota et
al. (2013), uma estratégia pedagógica adotada por algumas instituições de
nível superior é o Portfólio, estimulando o discente a desenvolver seu próprio
conhecimento através da escrita e criatividade. 
 Em um estudo realizado por Frota em 2013, foi possível analisar o
desempenho dos alunos entrevistados com relação a esta estratégia aplicada.
Em seu estudo, Frota e alguns outros pesquisadores coletaram informações
de 60 alunos matriculados no curso de Odontologia em uma faculdade no
Ceará. A pesquisa apontou que a maior parte dos alunos tiveram dificuldade
para confeccionar o portfólio, mas preferem realiza-lo do que fazer provas
tradicionais. Estes alunos (100%) avaliaram o portfólio como excelente para
método de avaliação (FROTA et al., 2013).
 Assim, entende-se que o portfólio faz parte de uma nova estratégia
pedagógica avaliada de forma positiva para a promoção de um pensamento
reflexivo entre os estudantes da área de saúde, contribuindo para o
conhecimento próprio e desenvolvimento de novas habilidades. 
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da Republica Federativa
do Brasil, DF, 20 de dezembro de 1996. Disponível em: http//WWW.mec.gov.br.
FROTA, M. M. A.; MENEZES, L. M. B. de; ALENCAR, C. H.; JORGE, L. da S.; ALMEIDA, M. E. L.
de. O portfólio como estratégia facilitadora do processo de ensino-aprendizagem para a
formação em odontologia. Adequação de metodologias de ensino utilizando o ambiente virtual
de aprendizagem. Revista da ABENO, [S. l.], v. 11, n. 1, p. 23–28, 2013. DOI:
10.30979/rev.abeno.v11i1.34. Disponível em:
https://revabeno.emnuvens.com.br/revabeno/article/view/34. Acesso em: 14 set. 2021.
MELO, Myllena Cândida de; QUELUCI, Gisella de Carvalho e; GOUVÊA, Mônica Villela.
Problematizando a residência multiprofissional em oncologia: protocolo de ensino prático na
perspectiva de residentes de enfermagem. Revista da Escola de Enfermagem da USP. 2014, v. 48,
n. 04.
MELLO, Carolina de Castro Barbosa; ALVES, Renato Oliveira; LEMOS, Stela Maris Aguiar.
Metodologias de ensino e formação na área da saúde: revisão de literatura. Rev. CEFAC, [S. l.], v.
16, n. 6, p. 2015-2028, 14 dez. 2014. DOI https://doi.org/10.1590/1982-0216201416012. Disponível
em: https://doi.org/10.1590/1982-0216201416012. Acesso em: 5 ago. 2021.
PAIVA, Marlla Rúbya Ferreira et al. METODOLOGIAS ATIVAS DE ENSINOAPRENDIZAGEM:
REVISÃO INTEGRATIVA. Rev. de políticas Públicas Sanare, [S. l.], v. 15, n. 02, p. 145-153, 6 dez.
2016.
ROMAN, Cassiela et al. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem no processo de ensino em
saúde no Brasil: uma revisão narrativa. Clinical and biomedical research, Porto Alegre, v. 37, n.
4, p. 349-357, 28 nov. 2017. DOI http://dx.doi.org/10.4322/2357-9730.73911. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.4322/2357-9730.73911. Acesso em: 4 ago. 2021.
VALENTE, V. A.; ALMEIDA, M. E. B.; GERALDINI, A. F. S. Metodologias ativas: das concepções
às práticas em distintos níveis de ensino. Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 17, n. 52, p. 455-478,
abr./jun. 2017. Disponível em: http://dx.doi.org/10.7213/1981-416X.17.052.DS07. DOI:
http://dx.doi.org/10.7213/1981-416X.17.052.DS07.
R E F E R Ê N C I A S
http://dx.doi.org/10.7213/1981-416X.17.052.DS07
http://dx.doi.org/10.7213/1981-416X.17.052.DS07
I m p o r t â n c i a d a A n á l i s e C r í t i c a
C A P Í T U L O 2
 A filosofia antiga aponta, certamente, para a necessidade de um
pensamento crítico, onde diversos filósofos, por exemplo, Sócrates cita a
importância de explorar a própria mente a fim de conhecer a si próprio e ao
próprio mundo que estamos inseridos. Mas nem sempre isso foi assim. 
 Durante a Idade Média o pensamento teológico pairava sobre todas as
civilizações feudais, se opondo ao saber científico e condenando todos que
"conspirassem" contra a Igreja através de qualquer pensamento que não
viesse das Escrituras Bíblicas (ZILLES, 2013). Contudo, durante esse período,
um forte influenciadordos mosteiros – Santo Augostinho – influenciou junto
com alguns filósofos a Reforma Protestante e a Reforma Científica,
derrubando o teocentrismo através da junção entre a fé e a razão (VILELA et
al., 2013). 
 Assim surge René Descartes, o qual escreve em seu Discurso do Método
a necessidade constante de conhecer a verdade através das pluralidades das
correntes filosóficas, recusando seguir pensamentos, julgados por ele como
céticos, que moldavam a sociedade em seus tempos (VILELA et al., 2013).
Descarte então gerou através das suas indagações o pensamento crítico. 
 Segundo Farias et al. (2016), o pensamento crítico se forma através de
processos de orientação da mente, podendo ser classificado como habilidade
mental que deve ser utilizada para a tomada de decisões. Isso se torna
essencial para diversas áreas de atuação, a fim de formar profissionais
críticos e competentes que sabem o que estão fazendo (SORDI et al., 1998).
 Desta forma, formar profissionais com habilidade de desenvolver o
pensamento crítico tornou-se um desafio mediante as metodologias de
ensino tradicionais de educação, fazendo necessária a implantação de
estratégias de ensino que promova a indagação dos alunos diante de
problemas do cotidiano (CHIESA et al., 2007). 
C A P Í T U L O 2
 Como citado no capítulo anterior, as metodologias ativas contribuem
positivamente para o desenvolvimento do pensamento reflexivo dos
estudantes, permitindo que os mesmos não fiquem presos ao método de
memorização, mas que desenvolva habilidades capazes de influenciar na sua
atuação quando profissional formado.
 Uma maneira de induzir os estudantes a desenvolver essa habilidade
mental é através da criação de programas nas universidades que influenciem
os discentes a buscar esse conhecimento. Rodrigues et al. (2017), cita a
importância da pesquisa durante a graduação para melhorar as habilidades
profissionais durante a prática. Isso se aplica muito aos estudantes dos cursos
da área de saúde, pois estes futuros profissionais precisam conhecer as
necessidades sociais que serão palco para a sua atuação (SORDI et al., 1998).
CHIESA, A.M; NASCIMENTO, D.D.G do; BRACCIALLI, L.A.D. A d formação de profissionais da
saúde: aprendizagem significativa à luz da promoção da saúde. Cogitare Enferm. 12(2):236-40.
2007 Abr/Jun.
RODRIGUES, Juliane et al. Pesquisa na Graduação para a prática profissional. Rev. Uningá.
Vol.51(2),pp.11-14. 2016. Online ISSN: 2318-0579
PEINADO, Maria Rita Sefrian de Souza. Santo Agostinho, o teórico da Igreja na Idade Média.
NPUH – XXV SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – Fortaleza, 2009. 
SORDI, M.R.L.de; BAGNATO, M.H.S. Subsídios para uma formação profissional crítico-
reflexiva na área da saúde: o desafio da virada do século. Rev.latino-am.enfermagem, Ribeirão
Preto, v. 6, n. 2, p. 83-88, abril 1998.
VILELA, Augusto Nilo de Oliveira; IZIDORO, José Luís. Os fundamentos da verdade no
pensamento de René Descartes: uma relação à sua época, uma proposta à nossa época. CES
Revista. Juiz de Fora. v.7 n.1. p. 53-71. 2013.
R E F E R Ê N C I A S
A v a n ç o s e D e s a f i o s d o S U S
C A P Í T U L O 3
 Sabe-se que o SUS foi implementado no ano de 1988 através da
Constituição Cidadã tornando o Estado como o maior responsável pela
garantia da saúde pública para os brasileiros. Nos últimos anos, o Sistema
Único de Saúde tem sofrido impactos na sua organização, principalmente no
que diz respeito às alterações de suas diretrizes (MOROSINI et al., 2018).
Entretanto, as políticas e estratégia de saúde pública têm contribuído para o
avanço do SUS no Brasil (PAIM, 2018). 
 Ainda segundo Paim (2018), o SUS tem sido ameaçado constantemente,
principalmente nos últimos anos devido à falta de prioridade por parte dos
governantes. A Emenda Constitucional 95 de 2016 congela o orçamento na
saúde por um período de 20 anos. Além disso, o Plano Nacional de Atenção
Básica sofreu uma série de alterações na portaria nº 2436 de 2017,
promovendo uma política regressa ao sistema de saúde nacional (MOROSINI
et al., 2018). Além disso, podemos citar problemas como a falta de apoio dos
sindicatos e partido, a falta de infraestrutura e de planejamento, falha na
profissionalização e grande precarização do trabalho, e, limitação dos
recursos essenciais para realizar atendimento em diferentes níveis de
atenção. 
 Contudo, mesmo diante de um cenário ameaçador, o SUS contribuiu de
forma positiva para o controle de doenças através de ações preventivas, como
imunização, e paliativa através da assistência médica-farmacêutica (LIMA et
al., 2018). A formulação dos Programas de Saúde da Família (ESF) contribuiu
para a diminuição dos casos de mobi-mortalidade através do pré-natal
realizado pelas gestantes com o médico inserido na equipe profissional da
Unidade Básica de Saúde. 
C A P Í T U L O 3
 Segundo Sanches (2010), uma das grandes contribuições do SUS foi a
implementação da vacinação contra o Papiloma Vírus Humano (HPV). O HPV
constitui parte das doenças sexualmente transmissíveis capaz de gerar câncer
de colo de útero, podendo ser fatal para algumas mulheres. Em 2006, a
Agência de Vigilância Sanitária aprovou a vacinação do público alvo no Brasil,
porém estas vacinas estvam disponíveis somente em clínicas particulares,
sendo disponibilizada pelo SUS somente no ano de 2014 (MOURA, 2019).
Além disso, podemos citar o controle do tabagismo, a criação da lei 8.080/90
que assegura o direito social a saúde garantindo o funcionamento do Sistema
Nacional de Transplantes de tecidos e órgãos, e o tratamento gratuito de
pacientes com HIV (LIMA et al., 2018).
LIMA, Luciana Dias de; CARVALHO, Marilia Sá; COELI, Cláudia Medina. Sistema Único de
Saúde: 30 anos de avanços e desafios. Cadernos de Saúde Pública. 2018, v. 34, n. 7. Disponível
em: <https://doi.org/10.1590/0102-311X00117118>. Epub 06 Ago 2018. ISSN 1678-4464.
https://doi.org/10.1590/0102-311X00117118.
MOROSINI, Márcia Valéria Guimarães Cardoso; FONSECA, Angélica Ferreira; LIMA, Luciana
Dias de. Política Nacional de Atenção Básica 2017: retrocessos e riscos para o Sistema Único de
Saúde. Saúde em Debate [online]. 2018, v. 42, n. 116, pp. 11-24. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/0103-1104201811601>. ISSN 2358-2898. https://doi.org/10.1590/0103-
1104201811601.
MOURA, Lívia de Lima. Cobertura vacinal contra o Papilomavírus Humano (HPV) em meninas e
adolescentes no Brasil: análise por coortes de nascimentos. 2019. 91 f. Dissertação (Mestrado em
Epidemiologia em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação
Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2019.
PAIM, Jairnilson Silva. Sistema Único de Saúde (SUS) aos 30 anos. Ciência & Saúde Coletiva.
2018, v. 23, n. 6, pp. 1723-1728. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1413-
81232018236.09172018>. ISSN 1678-4561.
SANCHES, Eliete Batista. Prevenção do HPV: A Utilização da Vacina nos Serviços de Saúde.
Revista Saúde e Pesquisa, v. 3, n. 2, p. 255-261, maio/ago. 2010 - ISSN 1983-1870. Disponível em:
https://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/saudpesq/article/view/1257/1082.
R E F E R Ê N C I A S
A t e n ç ã o P r i m á r i a
C A P Í T U L O 4
C A P Í T U L O 4
 A Constituição Federal de 1988 no artigo 198 caracteriza as ações e
serviços de saúde como uma rede regionalizada e hierarquizada, formando
assim redes de atenção em diferentes níveis (BRASIL, 1990). Desta forma,
surge à Atenção Primária em Saúde (APS), responsável por promover
atendimento assistencial através de serviços ambulatoriais não
especializados, a fim de suprir as necessidades básicas de saúde da
população. É sabido que a APS corresponde ao primeiro nível de atenção
dentro de um sistema de saúde (PORTELA, 2016; LAVRAS 2011). 
 A Portaria 2.488 de 21 de outubro de 2011 define a Atenção Primária em
Saúde como: 
 [...] um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e
coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a
prevenção de agravos,o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação,
redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de
desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde
e autonomia das pessoas e nos determinantes econdicionantes de
saúde das coletividades. É desenvolvida por meio do exercício de
práticas de cuidado e gestão, democráticas e participativas, sob
forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios
definidos, [...] (BRASIL, 2011).
 Segundo Lavras (2011) o conceito de Atenção Primária a Saúde foi
introduzindo em 1920 através do Relatório de Dawson, um documento escrito
pelo Ministério da Saúde da Inglaterra que posteriormente viria a contribuir
para a criação de um sistema de saúde público no país. Este documento tinha
como principal objetivo propor uma reorganização do sistema de saúde
britânico através da criação de níveis de atendimento, os quais se
diferenciavam segundo a sua complexidade e custo de tratamento (PORTELA,
2016). 
 Lavras (2011) também aponta outro momento histórico que contribuiu
para a configuração da APS foi a Declaração da Alma-Ata em 1978 através da
Conferência Internacional sobre cuidados primários de saúde. Tal Declaração
colocava a Atenção Primária como o primeiro contato de um indivíduo e
comunidade dentro do sistema de saúde para que estes pudessem receber um
atendimento de qualidade. Porém, somente em 1990 a União Europeia
promoveu uma reestruturação da Atenção Primaria que consistia em
transferência dos cuidados hospitalares para o nível ambulatorial (LAVRAS,
2011).
ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE NO BRASIL
 Desde a criação dos Centros de Saúde Escola, o Brasil tem tentado
implementar diferentes tipos modelos de assistência individual e coletiva na
APS (LAVRAS, 2011). Ainda segundo Lavras (2011) podemos citar uma série de
eventos que aconteceram no Brasil até a implementação da atua organização
da APS. Durante esse período houve a criação da Fundação Serviço Especial
de Escola Pública (SESP) que tinha como objetivo organizar e operar as ações
de serviços em saúde principalmente nas regiões norte, nordeste e centro-
oeste. Em 1970, com o apoio das universidades brasileiras e com o movimento
da reforma sanitária houve as primeiras experiências da medicina
comunitária com a participação dos municípios. Em 1980, durante o processo
de redemocratização do país houve a criação de Ações Integrativas de Saúde
(AIS) e do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS) que
posteriormente se tornaria o Sistema Único de Saúde (SUS) em 1988. Nos
anos de 1994 houve a criação dos Programas de Saúde da Família e do
Programa de Agente Comunitário em Saúde (PACS) como políticas
estrategistas de organização da atenção primária (LAVRAS, 2011).
 Segundo Mendes (2010), para se aderir um modelo adequado que vise
organizar a atenção primária, deve-se fazer uma análise sobre as
necessidades da população, observando os dados epidemiológicos e
demográficos do país. Assim, é possível observar que a sobrevida da
população brasileira tem aumentado juntamente com o desenvolvimento de
algumas doenças crônicas. Desta forma, implica dizer que o Brasil precisa
promover uma assistência capaz de suprir as necessidades individuais e
coletivas da população (MENDES, 2010). 
 Devido a isso, a criação das Redes Regionalizadas de Atenção a Saúde
(RAS) foram criadas para garantir a integralidade e continuidade assistencial
ao usuário (LAVRAS, 2011). Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde
(OPAS), rede de atenção à saúde é considerada: 
 [...] uma rede de organizações que presta, ou faz esforços para
prestar, serviços de saúde equitativos e integrais a uma população
definida, e que está disposta a prestar contas por seus resultados
clínicos e econômicos e pelo estado de saúde da população a que
serve (OPAS, 2010 apud OPAS, 2011).
 Além disso, Portela (2016) aponta quatro atributos que são essenciais
da APS, sendo eles: o primeiro contato / o acesso, a longitudinalidade, a
coordenação e a integralidade. 
1) O Acesso: é a porta de entrada do usuário ao sistema através da formulação
de políticas publicas que facilitem essa entrada para tentar solucionar os
problemas mais comuns da população. Nesse atributo, o profissional da APS
irá identificar o problema do paciente e tentar solucionar, diminuindo assim
os custos para o sistema e para o próprio usuário. 
2) Longitudinalidade: esse atributo defende o vinculo entre o usuário e o
profissional da APS, a fim de manter um acompanhamento duradouro,
evitando internações hospitalares. 
3) Coordenação do Cuidado: visa trabalhar com a disponibilidade de
informações sobre os serviços prestados pela atenção primária, facilitando o
fluxo de informações entre os profissionais de diferentes níveis a respeito do
paciente, pois, quanto maior a transferência e reconhecimento de
informações por esses profissionais, maiores serão as chances deste paciente
obter um bom tratamento. 
4) Integralidade: a unidades de saúde envolvidas na atenção primária precisa
garantir acesso integral aos usuários, permitindo que os indivíduos recebam
todos os serviços ofertados pela APS, além de realizar transferências quando
necessário para outros níveis de atenção. 
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5
de outubro de 1988. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1990.
LAVRAS, Cramen. Atenção Primária à Saúde e a Organização de Redes Regionais de Atenção à
Saúde no Brasil. Rev Saúde Soc. São Paulo, v.20, n.4, p.867-874, 2011
MENDES. Eugênio Vilaça. As redes de atenção à saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 15(5):2297-
2305, 2010. 
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE - OPAS. A atenção à saúde coordenada pela APS:
construindo as redes de atenção no SUS - Contribuições para o debate. Brasília: OPAS, 2011. 
PORTELA, Gustavo Zoio. Atenção Primária à Saúde: um ensaio sobre conceitos aplicados aos
estudos nacionais. Physis Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 27 [ 2 ]: 255-276, 2017. DOI:
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-73312017000200005
R E F E R Ê N C I A S
“ A s a ú d e p ú b l i c a e n q u a n t o
d e v e r d o E s t a d o ”
C A P Í T U L O 5
 De acordo com a Constituição Federal de 1988, o Estado tem um papel
fundamental na promoção e prevenção da saúde pública para os cidadãos
brasileiros, mais especificamente no artigo 196: "A saúde é direito de todos e
dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem
à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação"
(BRASIL, 1988). Contudo, é possível observar uma série de problemas que o
sistema de saúde nacional enfrenta para garantir o acesso à saúde aos
brasileiros. Entretanto, mesmo com tais adversidades, o Sistema Único de
Saúde ocupa um lugar de destaque quando comparado com o sistema de
saúde de outros países. 
 Para uma breve comparação, é possível encontrar uma vasta literatura
científica apontando às contribuições do SUS e o modelo de assistência à
saúde adotado por outros países. Além disso, as Constituições Federais
refletem diretamente no papel do Estado como responsabilidade diante desta
temática. O Brasil possui a palavra saúde citada 188 vezes na CF, enquanto na
Constituição Americana, a mesma palavra só é mencionada uma única vez,
sem se referir como um como saúde pública, mas como saúde individual. 
 O filme Sicko – SOS Saúde (2008) traz uma crítica ao sistema de saúde
americano apontando um mercantilismo a vida e uma medicina capitalista,
sem o investimento de verbas públicas para o financiamento da saúde dos
americanos. Além disso, filme compara com o modelo de assistência dos
países europeus, os quais possuem uma medicina social empenhada em
promover uma assistência de qualidade para os europeus (SICKO, 2007).
C A P Í T U L O 5
 Após a Guerra Fria, o socialismo passou a ser conhecido de forma maisacentuada pela população mundial, o que motivou os Estados Unidos a
bloquear qualquer tipo de interesse não liberal, implicando até mesmo na não
formulação de uma Medicina Social. Contudo, a medicina social não está
ligada com o socialismo e capitalismo, mas os Americanos criaram uma
conexão que poderia dificultar o avanço do liberalismo na América, não
aderindo a um sistema de saúde soci al, que garantisse a assistência médica
para população de forma gratuita (GARCIA et al., 2015). 
 No Brasil foi diferente, a luta social pela democracia ainda na Ditadura
Militar, contribuiu para a unificação de forças democráticas que garantisse os
direitos sociais da população brasileira (SILVEIRA et al., 2015). 
 Segundo Michel Foucault (1982), o conceito da medicina social surgiu no
século XIX quando a população mais pobre se tornou uma força política
ameaçadora capaz de se revoltar e participar de revoltas. Foi assim que a
medicina social ganhou destaque para promover o controle de doenças entre
os mais pobres, garantindo a sua participação no mercado de trabalho.
 No Brasil a medicina social começou a ganhar visibilidade após os
movimentos operários, os quais eram chefiados por trabalhadores que
buscavam melhores condições de higiene e segurança nas indústrias (LACAZ,
2007). Sendo assim, no governo Vargas, houve a criação da Consolidação das
Leis Trabalhistas, um documento criado para assegurar os direitos sociais no
que compete a segurança e saúde dos trabalhadores (BRASIL, 1943), iniciando
assim, a participação direta do Estado como dever em promoção, prevenção,
e reabilitação em saúde para os cidadão.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5
de outubro de 1988. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1990.
BRASIL. Decreto-lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943. Aprova a consolidação das leis do trabalho..
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm
FOUCAULT, M. (1982). O nascimento da medicina social. In R. Machado (Org.), Microfísica do
poder (pp. 79-88). Rio de Janeiro: Graal.
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https://www.reciis.icict.fiocruz.br/index.php/reciis/article/view/999/1974
LACAZ, F. A. de C. Conhecimentos, práticas em Trabalho-Saúde e as abordagens da medicina
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Psicologia Social do Trabalho, [S. l.], v. 10, n. 1, p. 93-103, 2007. DOI: 10.11606/issn.1981-
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R E F E R Ê N C I A S
E s t r a t é g i a S a ú d e d a F a m í l i a
C A P Í T U L O 6
 Nos primeiros anos do século XX, Abraham Flexner, um educador
médico, reformou as escolas médicas através de um estudo conhecido como
Relatório de Flexner (PAGLIOSA; DA ROS, 2008). Ainda segundo Pagliosa e
Da Ros (2008), este relatório foi escrito após Flexner visitar 155 escolas
médicas dos Estados Unidos e do Canadá e perceber que a prática médica
nessas instituições eram caóticas, com diferentes abordagens terapêutica e
até mesmo sem equipamentos. 
 Sendo assim, segundo Bessen (2007), Flexner propôs uma série de
mudança no estudo e prática da medicina, incluindo a criação de Programas
Educacionais com embasamento científico. Contudo, o Modelo Flexneriano
colaborou para formação de profissionais de saúde hospitalocêntricos,
biologicistas e fragmentados, contribuindo para uma medicina curativa ao
invés de preventiva, além do crescimento da indústria farmacêutica.
 Assim, foi necessário o desenvolvimento de novos modelos de educação
em saúde para formar profissionais que entendesse a importância da
medicina preventiva e humanizada, surgindo assim políticas públicas como a
Estratégia da Saúde da Família em 1994 (BESEN et al., 2007).
 Ainda segundo Basen et al. (2007), o Programa de Estratégia de Saúde
da Família tem como objetivo principal implementar um novo modelo de
Atenção Primária a saúde visando promover solucionar a maior parte dos
problemas da população, reduzindo o surgimento de doenças através de
políticas públicas preventivas. Para isso, a criação do programa pretendia
inserir novas práticas educativas para garantir a integralidade e assistência os
usuários do SUS. 
C A P Í T U L O 6
 O Ministério da Saúde estabelece um padrão para a composição de
profissionais da área saúde que deve atuar no programa. Para isso a equipe
multidisciplinar precisa ser composta por um médico generalista ou
especializado em medicina da família, um enfermeiro generalista ou também
especializado em medicina da família, além de um técnico em enfermagem e
agentes comunitários. Contudo, a equipe também pode conter a presença de
um cirurgião-dentista e técnico e/ou em saúde bucal (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2012). 
 O Ministério da Saúde lançou em 2012 um livro chamado “Política
Nacional de Atenção Básica” o qual possui uma série de normativas e
especificações que devem ser seguidas para o funcionamento do ESF, uma
delas é que cada equipe de profissionais só podem cobrir 4.000 pessoas,
porém é necessário analisar o critério de equidade para identificar o grau de
vulnerabilidade das famílias de determinado local (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2012). Na Política Nacional de Atenção Básica de 2017 esse número passa a ser
de 2000 a 3500 pessoas por equipe de saúde (MELO et al., 2018). Além disso,
cada profissional de saúde pode ser cadastrado em somente uma equipe, mas
o médico foi estar inscrito em duas equipes (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012).
 De tal modo, entende-se que a ESF fez parte da reorganização da
Atenção Primária do SUS, servindo como um programa de expansão na
promoção e prevenção de doenças, contribuindo positivamente para a
assistência integral aos usuários do Sistema Único de Saúde (ARANTES et al.,
2016). 
Fonte: Google Imagens.
ARANTES, Luciano José; SCHIMIZU, Helena Eri; MERCHÁN-HAMANN, EdgarContribuições e
desafios da Estratégia Saúde da Família na Atenção Primária à Saúde no Brasil: revisão da
literatura. Ciência & Saúde Coletiva. 2016, v. 21, n. 5, pp. 1499-1510. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/1413-81232015215.19602015>. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde,
2012. (Série E. Legislação em Saúde);
DA ROS, M. A. Estilos de pensamento em saúde pública: um estudo de produção FSP – USP e
ENSP – Fiocruz entre 1948 e 1994, a partir da epistemologia de Ludwick Fleck. 2000. Tese
(Doutorado em Educação e Ciência) - CED, UFSC, Florianópolis, 2000.
MELO, Eduardo Alves et al. Mudanças na Política Nacional de Atenção Básica: entre retrocessos e
desafios. Saúde em Debate. 2018, v. 42, n. spe1, pp. 38-51. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/0103-11042018S103>.
PAGLIOSA, Fernando Luiz; DA ROS, Marco Aurélio. O relatório Flexner: para o bem e para o mal.
Revista Brasileira de Educação Médica, [S. l.], v. 32, n. 4, p. 492-499, 13 fev. 2008. DOI
doi.org/10.1590/S0100-55022008000400012. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0100-
55022008000400012.
VERDI, M.I.M; DA ROS, M.A.; CUTOLO, L.R.A.; SOUZA, T.T. de; Saúde e Sociedade Modelos
Conceituais em Saúde. Universidade Federal de Santa Catarina, 2018. Disponível em:
<https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/33307/mod_resource/content/1/Unidade%201/to
p1_1.html>.
R E F E R Ê N C I A S
O p a p e l d o A g e n t e
C o m u n i t á r i o e m S a ú d e ( A C S )
C A P Í T U L O 7
 Em 1991, após a redemocratização do Brasil e a criação do Sistema
Único de Saúde (SUS) em 1988, o Ministério da Saúde instituiu o Programa de
Agentes Comunitários de Saúde (PACS) na tentativa de promover melhores
condições de saúde para a população (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001; FARIA
et al., 2020). Sendoassim, o programa surge como uma estratégia de saúde
pública através de ações de prevenção e promoção a saúde. O PACS é
constituído por agentes escolhidos dentro da própria comunidade para atuar
junto com a população (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001). Estes agentes
tornaram-se então grandes atores no processo de fortalecimento do SUS
(FARIA et al., 2020).
 Segundo Assis e Castro-Silva (2018), o ACSs são responsáveis por
mediar a população e a unidade de saúde, os cada agente é responsável por
cobrir até 750 pessoas de uma determinada localidade (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2001). Esse vínculo social entre os ACSs e a população contribui para
o melhor desenvolvimento de políticas públicas preventivas através das
atividades educativas no âmbito individual e coletivo (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2001).
 O Plano Nacional de Atenção Básica (2011) afirma que os ACSs têm o
papel de realizar visitar domiciliares junto com as equipes de saúde da família
priorizando as famílias de maiores vulnerabilidade; orientar as famílias a
respeitos dos serviços de saúde disponíveis; desenvolver atividade de
promoção a saúde e prevenção de doenças; além disso, o ACSs deve incentivar
o aleitamento materno; orientar a respeito de doenças infectocontagiosas;
entre outras. 
C A P Í T U L O 7
Fonte: Google Imagens.
ASSIS, Audrey Silva de e CASTRO-SILVA, Carlos Roberto de. Agente comunitário de saúde e o
idoso: visita domiciliar e práticas de cuidado. Revista de Saúde Coletiva. 2018, v. 28, n. 03.
Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0103-73312018280308>. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde,
2012. (Série E. Legislação em Saúde);
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CAÇADOR, B. S. et al. O papel do agente comunitário de saúde: percepção de gestores
municipais de saúde. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 13, n. 8, p. e8580, 21 ago. 2021.
Disponível em: <https://doi.org/10.25248/reas.e8580.2021>.
FARIA, C.C.M da Veiga; PAIVA, C.H.A. O trabalho do agente comunitário de saúde e as
diferenças sociais no território. Trab. Educ. Saúde, Rio de Janeiro, 2020; Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/1981-7746-sol00251>.
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O p a p e l d a A P S n o c o n t e x t o
d a p a n d e m i a d o C O V I D - 1 9
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 A COVID – 19 é uma doença viral causada pelo coronavírus. Identificada
pela primeira vez em 2019 na China, esta doença se espalhou pelo mundo
através do seu alto grau de contágio, apresentando sintomas similares aos da
gripe, mas com um potencial de letalidade 14 vezes maior que a Influenza.
(DAUMAS et al., 2020). 
 Desta forma, ainda segundo Daumas (et al., 2020) a Organização Mundial
de Saúde (OMS) precisou adotar medidas intervencionista para conter o
avanço da doença, formulando protocolos de segurança e educação em saúde
para controlar a nova crise sanitária provocada pela pandemia do
coronavírus. Uma dessas recomendações foi o aumento de números de leitos
e a criação de um sistema de telecomunicação para facilitar a comunicação
entre os profissionais de saúde e a população a fim de reduzir a busca por um
de atendimento presencial por parte dos indivíduos nos hospitais, Unidades
de Pronto Atendimento e Unidades Básicas de Saúde. 
 Sendo assim, houve, no Brasil, a necessidade de reestruturar a Atenção
Primária em Saúde (APS) para que a população recebesse o atendimento
necessário diante do novo cenário pandêmico (RIBEIRO et al., 2020). Vale
ressaltar que a APS compreende parte de uma estratégia em saúde que visa
garantir a promoção, prevenção, proteção e reabilitação de pacientes,
reduzindo agravos no âmbito individual e coletivo através de uma atenção
integral e universal para a população (CABRAL et al., 2020). 
Contudo, mesmo diante de uma crise sanitária, os serviços de atendimento
voltado à atenção básica da população não pode ser interrompido, sendo
necessária uma reformulação estrutural em todos os setores de assistência a
saúde. 
 
 
 
 
 
C A P Í T U L O 8
 Segundo Medina (et al., 2020), o enfrentamento da COVID pela APS
precisa de um plano de gerenciamento que vise a proteção do profissional de
saúde e da população a ser acompanhada, além de realizar um mapeamento
territorial para identificar as potencialidades e dificuldades de cada
território. Para isso, a APS precisa ser dividida em quatro eixos, sendo ele:
i)Vigilância em saúde nos territórios: a vigilância em saúde atua impedindo o
avanço da COVID através de um sistema que visa identificar, notificar, e
acompanhar os casos. Além disso, o Agente Comunitário em Saúde (ACS)
pode contribuir para conscientizar a população a respeito do isolamento
social e combater as Fake News.
ii)Atenção aos usuários com COVID-19: para fazer o controle de forma
organizada e adequada, os pacientes precisam ser identificados quanto ao seu
grau de sintomatologia, pois em caso de suspeita de quadros graves o
paciente precisa ser orientado corretamente e encaminhado para outros
níveis de atenção caso haja necessidade. Nessa modalidade surge os canais de
atendimento online como o teleantedimento para facilitar a comunicação
entre os pacientes e os profissionais de saúde. 
iii)Suporte social a grupos vulneráveis: as Estratégias de Saúde da Família
(ESF) tem como objetivo suprir as necessidades dos grupos de riscos e das
populações socialmente vulneráveis, promovendo apoio sanitário, financeira
e social, além de garantir a proteção social a estes grupos. A APS busca
solucionar problemas graves e diversos, desde doações de cestas básicas, até
combate da violência física contra as mulheres.
iv)Continuidade das ações próprias da APS: entende-se que mesmo diante de
um novo cenário, as atividades da APS precisam ser preservadas,
promovendo atendimento nas UBS para pacientes com necessidade de
diferentes procedimentos.
CABRAL, E. R. DE M.; BONFADA, D.; MELO, M. C. DE; CESAR, I. D.; OLIVEIRA, R. E. M. DE;
BASTOS, T. F.; BONFADA, D.; MACHADO, L. O.; ROLIM, A. C. A.; ZAGO, A. C. W.
Contributions and challenges of the Primary Health Care across the pandemic COVID-19.
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RIBEIRO, M.; JÚNIOR, D. G. A.; CAVALCANTE, A. S. P.; MARTINS, A.; DE SOUSA, L.;
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SARTI, Thiago Dias et al. Qual o papel da Atenção Primária à Saúde diante da pandemia
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TEIXEIRA, Maria Glória et al. Reorganização da atenção primária à saúde para vigilância
universal e contenção da COVID-19. Epidemiologia e Serviços de Saúde. v. 29, n. 4. Disponível
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R E F E R Ê N C I A S
E S T E L I V R O F A L A S O B R E O S P R I N C I P A I S C O N C E I T O S D E
S A Ú D E C O L E T I V A E A T U A Ç Ã O D O C I R U R G I Ã O D E N T I S T A
F R E N T E A O S D E S A F I O S E N F R E N T A D O S P E L O S I S T E M A D E
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H U M A N I Z A Ç Ã O , A P A R T I R D A S A N Á L I S E S F E I TA S E M
A R T I G O S E A U L A S M I N I S T R A D A S .
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Muito Obrigado