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02 Psicanalise teoria e técnica

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Psicanálise teoria e técnica
PROFESSOR : Armando
Pré AV1 
Autores importantes na Psicanálise
· FREUD 
· LACAN
· MELANIE KLEIN
· JUNG
· ADLER
· REICH
ASSUNTOS ABORDADOS EM SALA
· Primeira Tópica
· Inconsciente 
· Pré- consciente
· Consciente
· Segunda Tópica
· Id
· Ego
· Superego
· FASES PSICOSESUAIS 
· Fase oral
· Fase anal
· Fase fálica
· Fase de latência
· Fase genital
· AULA INVERTIDA
· Pulsões
· Transferência
· Contratransferência
 Apresentação 1- Reflexões acerca da psicanálise 
FREUD
Freud foi um médico vienense que alterou radicalmente o modo de pensar a vida psíquica. O intuito de Freud ao desenvolver as teorias sobre a psicanálise era de colocar os processos misteriosos do psiquismo como problema científico.
Freud descobriu que a maioria dos pensamentos e desejos reprimidos se referia a conflitos de ordem sexual, localizados nos primeiros anos de vida do indivíduo.
Com base nisso ele apresentou a primeira teoria do aparelho psíquico, onde ele se referiu a 3 sistemas: inconsciente, pré-consciente e consciente.
Para Freud o desenvolvimento da sexualidade começa logo após o nascimento, é um processo longo, complexo até chegar à sexualidade adulta. O individuo passa por várias fases, como a fase oral, fase anal, fase fálica, período de latência, fase genital é até mesmo o complexo de Édipo para desenvolver.
Após diversas pesquisas Freud desenvolveu a segunda teoria do aparelho psíquico, que se refere a 3 conceitos: id, ego e superego.
Os mecanismos de defesa segundo Freud são formas de defesa que a mente busca para se proteger das agressões internas e externas. A principal contribuição da psicanálise para o desenvolvimento humano segundo Freud está relacionada com a força que o inconsciente tem para o comportamento humano, com isso faz com que as pessoas compreendam seus conflitos emocionais inconscientes.
Freud abandona hipnose por perceber que os efeitos desejados não surtiam mais.
A hipnose servia apenas para provar que conteúdos podem ser armazenados em um local da mente e ele percebe que a hipnose tem efeitos temporários.
Associação livre é um método em que os doentes abandonem toda reflexão consciente e se entregue aos pensamentos mais espontâneos e involuntários.
 JUNG
 Jung foi considerado discípulo de Freud, a qual o mesmo acreditava que levaria seus trabalhos da psicanálise, porém, depois de mais ou menos sete anos trabalhando juntos, Jung e Freud rompem com seus trabalhos, por algumas diferenças, sendo elas: Freud acredita que a libido é uma energia sexual, e há também a energia de pulsão de autoconservação, e Jung acreditava ser apenas uma energia sexual que é a libido. Outro motivo a qual levou ao rompimento foi o fato de que Jung defendia que a religião não deveria ser ignorada, e Freud era ateu. A psicanálise na época era conhecida como um método judaico. Freud pensou em trazer Jung para modificar a visão que se tratava de religião. De fato Jung ajudou a difundir a Psicanálise em outros países. Em 1910 Jung foi eleito presidente da associação internacional da Psicanálise. Em 1911/1912 Jung publica o livro símbolo das transformações da libido. Freud rompe com Jung, que deixa a presidência da associação. Ele continua a utilizar algumas técnicas de Freud.
Freud se aproximou através de Jung dos casos psicóticos, esquizofrênicos, melancólicos. Antes era algo distante.
Jung definiu o Inconsciente Coletivo como determinados conteúdos simbólicos que podem ser encontrados em cultura totalmente diferentes ou em tempos remotos, conhecimentos que temos mas não sabemos explicar de onde foram extraídos, é um conhecimento transmitido através da evolução humana e ficam armazenados em nosso mais profundo eu.
ADLER
Alfred Adler (1870- 1937) foi um médico vienense que teve um grande impacto nas teorias sobre a mente humana. Juntamente com Freud e Jung fecha o círculo dos fundadores do que é conhecido como "psicologia profunda".
Adler dizia que o indivíduo desde cedo precisa sentir-se integrado a uma comunidade e interessar-se pelo seu bem. Essa integração lhe despertará os verdadeiros valores da existência e lhe dará condições de desenvolver uma personalidade sadia.
Para Adler todo ser humano já nasce com o complexo de inferioridade. O esforço pelo sucesso ou pela superioridade é um dos conceitos centrais na teoria de Adler. De acordo com essa idéia, todos os seres humanos têm uma força dinâmica que orienta o seu comportamento, e essa força dinâmica é o esforço para superar a fragilidade com a qual nascemos e atingir o sucesso.A escola de Adler foi denominada de Psicologia Individual, por valorizar os fatores psicológicos individuais e sociais na formação da personalidade. Adler dizia que o indivíduo desde cedo precisa sentir-se integrado a uma comunidade e interessar-se pelo seu bem. Essa integração lhe despertará os verdadeiros valores da existência e lhe dará condições de desenvolver uma personalidade sadia. Os instintos e a relação do indivíduo na família são fundamentais nesse ajuste, ou no desequilíbrio. Os conflitos estão centrados, assim, entre o indivíduo e no meio ambiente, enquanto para Freud, eles estão dentro do indivíduo. 
Para Adler, a raiz dos sintomas neuróticos não é a sexualidade como afirmava Freud, mas o sentimento de inferioridade.
REICH
Wilhelm Reich (1897-1957) foi um importante neuropsiquiatra, e psicanalista austríaco pioneiro no estudo dos fenômenos psicossomáticos. A partir da psicanálise de Freud, criou uma nova abordagem terapêutica que atenda simultaneamente aos processos orgânicos e energéticos do corpo humano. Sua terapia é denominada hoje como “Psicoterapia Reichiana”.
 Reich alcançou a psicanálise, em 1920, cursando o penúltimo ano de medicina, no seleto grupo de estudos de Freud, convidado pelo mesmo, e passou a trabalhar como psicanalista. Para Reich, a potência orgástica está comprometida para todos os sujeitos neuróticos, sendo a entrega e as sensações sexuais apenas parciais. Isso decorre de seu caráter neurótico, que impede a qualquer neurótico experimentar o orgasmo plenamente.
Em 1954, com a intervenção da Federal Food and Drugs Administration (FDA), no dia 11 de março de 1957, é preso na Penitenciária Federal de Lewisburg, na Pensilvânia. Por ordem judicial, seus livros e instrumentos de pesquisas são destruídos. Wilhelm Reich faleceu em Lewisburg, Pensilvânia, Estados Unidos, no dia 3 de novembro de 1957.
Apresentação 2- A formação da identidade na sociedade contemporânea
O QUE É IDENTIDADE?
Tem esse conceito para descrever algo que é diferente dos demais, porém, idêntico a si mesmo. Ocorre em diferentes níveis. Se processa nos planos sexual, social, profissional, entre outros, a partir de identificações.Para Erik Erikson, um dos primeiros teóricos da Psicologia a estudar os processos de formação da identidade, esta é uma concepção de si mesmo, composta de valores, crenças e metas com os quais o indivíduo está comprometido.
Enfocando na raiz etimológica o termo se refere às características que são inerentes ao indivíduo, aquilo que permanece. Atualmente, se tem uma visão menos essencialista do termo e já se admite que também faz parte da identidade as características que se sobrepõem e permanecem mantendo um percurso existencial que prevê mudanças constantes.
GLOBALIZAÇÃO
Embora ainda exista com força a idéia de identidade nacional não podemos deixar de citar o efeito que o processo de globalização tem proporcionado abrindo espaço para a multiculturalidade. A internet proporcionou a queda das fronteiras entre diferentes nações de maneira que boa parte das pessoas passou a dividir questões de identidade mesmo estando geograficamente distantes.
A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE É UM PROCESSO:
• CULTURAL
• SOCIAL
• RELIGIOSO
• SEXUAL
• ÉTNICO
• GÊNERO
O mundo evolui e a forma de pensar, agir e se moldar de uma sociedade também é alterada. Algumas crenças, costumes, algumas culturas são acrescidas, outras retiradas, construídos e remodelados, misturados, dando uma nova cara para sociedade, uma nova Identidade para a sociedade.
O social tem uma forteinfluência na constituição da nossa identidade. Um exemplo é a
sociedade brasileira moderna que tem por sistema econômico o Capitalismo, em consequência disso vivemos em função de comprar, de estar sempre produzindo e de acumular capitais, pois estamos inseridos nesse contexto social e isso influencia a forma com a qual nos reconhecemos e com os vínculos que estabelecemos.
A Identidade para o psicólogo social Antônio da Costa Ciampa é uma metamorfose, pois estamos em constante mudança, assim como a nossa história e o nosso social. A identidade é um processo assim como a semente
Apresentação 3- A psicanálise contemporânea e as críticas da neurociência 
A psicanálise contemporânea está trilhando o caminho, não mais o de ser só identificada como um processo do passado, mas também acentuada com o presente. Portanto, é sempre importante ressaltar que toda criação humana sofre transformações, e com a psicanálise não é diferente, o conhecimento avançou até pontos antes não explorados. André Green (1927-2012) faz parte de uma vertente psicanalítica francesa conhecida como clássica. Essa vertente é ligada a obra de Freud, que continua sendo visto como um texto da mais extrema atualidade. Encontramos junto a André Green, analistas como J. B Pontalis, Piera Aulagnier, Conrad Stein, Jean Laplanche entre outros. Esses autores passaram pelo furacão Lacaniano e aceitaram a necessidade do retorno de Freud. Surgiu a necessidade de novamente interrogar a obra a Freud, reconstituindo os parâmetros metapsicológicos básicos, selecionando e organizando o conjunto da obra Freudiana que fizesse sentido num contexto contemporâneo e impulsionasse a clínica. A retomada teórico-clínica na qual Green tinha se empenhado, vinha resgatando as diretrizes suscetíveis de abrir uma renovação da teoria, que se impõe para ele como uma questão ligada à própria sobrevivência da psicanálise. 
No momento atual em que se encontra a psicanálise brasileira, cabe dizer que por psicanalise contemporânea, Green entende por um lado o campo da teoria psicanalítica feita pela imensa diversidade teórica pós-freudiana por dentro do campo da clínica. Após a morte de Freud, o saber psicanalítico foi fragmentado, sendo assim o pensamento clínico do qual emergem a conceitualização de Green permanece próximo do espírito da produção criativa da metapsicologia freudiana, no qual o conceito procura remeter ao mundo afetivo que o contato com a experiência geralmente obscura e angustiante da clínica desperta nos analistas. A aproximação teórica de Green deve ser vista como um afiado instrumento contra o dogmatismo vigente nas principais instituições que ensinam psicanálise. O objetivo de contribuir com teorias consiste em se apropriar subjetivamente do conhecimento, ultrapassando o dogmatismo e o reducionismo para qual a psicanálise tende a deslizar. A originalidade e a riqueza da visão de Green vinculam a indicação terapêutica a uma avaliação hipotética preditiva, que considera a possibilidade da utilização criativa por parte do paciente, dos diferentes elementos que constituem a prática psicanalítica clássica. Sendo assim na avaliação preditiva os critérios nos gráficos contam menos do que estes que se correlacionam com o funcionamento mental do paciente. Estes aspectos que deverão ser avaliados ao longo das entrevistas iniciais poderão determinar a indicação de análise ou de psicoterapia, e o ritmo desejável e possível do trabalho, que dependerá também da estrutura do paciente, resistência, da demanda e de sua transferência do consciente para o inconsciente. O analista trabalha com as palavras vindas do sujeito, para que ele mesmo tome suas decisões. Ao postular um funcionamento psíquico dinâmico, a psicanálise trata de um corpo físico que se debate com sua história e seu entorno, e que pode recriar-se em seus atos e suas ideias de mundo.
A psicanálise contemporânea está estruturada em torno de dois eixos interligados de modo inexorável. Além de uma práxis apoiada em uma ética, ela convoca o analista a ocupar o lugar de crítico da cultura que testemunha, sendo aprimorada com linha de estudo do sofrimento humano. Freud sendo neurologista de formação, a psicanálise surgiu de seu interesse sobre os sintomas histéricos, o diálogo com a medicina sempre esteve presente. A psicanálise, cujo objeto de investigação é a formação do inconsciente, desde seu surgimento implicou uma ruptura epistemológica com o campo da medicina. Freud, embora sustentasse o projeto de ciência, afastou-se da medicina de sua época ao ver sintomas que não eram explicáveis pela biologia. Ao investigar a tendência contemporânea de tratar a esfera da subjetividade por um viés biológico e se indagar em que medida essa posição pode se afastar ou se aproximar da teoria e técnica psicanalíticas. A psicanálise aproximou-se da ciência, uma vez que as duas têm os fenômenos como objeto de investigação. 
As manifestações psíquicas vêm sendo vista como sendo parte das manifestações biológicas e estas tem suscitado críticas à psicanálise. Afinal houve alguma transformação ou evolução na psicanálise? A psicanálise atual contribui cada vez mais para compreensão da mente humana, seus distúrbios e seu tratamento. Por outro lado, as neurociências vêm confirmando inúmeros postulados psicanalíticos modernos, no estudo das funções cerebrais mais diferenciadas. Entretanto, os neurocientistas não podem mais deixar de lado as contribuições da ciência do inconsciente, assim como os psicanalistas não desprezam os desenvolvimentos dos conhecimentos das ciências cognitivas e das neurociências em geral. Porém vale ressaltar um exemplo bem conhecido do psicanalista Charles Melman (2003) na tentativa de teorizar o sujeito contemporâneo, declara não haver mais recalque, pois a economia psíquica do sujeito contemporâneo seria organizada pela exibição do gozo. “Não há recalque, não há mais inconsciente!“ Acerca da "neurociência" Ehrenberg (2009) cita o modo como seu domínio passou de doenças neurológicas e funções - como movimento e sentidos - para as emoções, comportamentos sociais e sentimentos morais; ou seja, o domínio do espírito; o que foi facilitado pelos procedimentos de imagética cerebral e biologia molecular. A neurociência contrasta com a psicanálise que propõe a ideia de energia psíquica não mensurável, enfatizam a necessidade do ver para crer, excluem aquilo que não se encaixe num determinado grupo/rótulo. Alguns neurocientistas afirmam que a neurociência avançou mais que a psicanálise, mas não deixam de reconhecer a obra Freudiana, frisando as contribuições importantes e trabalhos pioneiros em usar a extinção de memórias no tratamento de fobias. A psicanálise foi a precursora das psicoterapias e introduziu conceitos que já fazem parte da nossa cultura. O rápido avanço e amplo acesso à tecnologia gera uma perspectiva promissora para quebrar as barreiras existentes.
Apresentação 4- Lacan
Foram quatro vertentes que influenciaram decisivamente o pensamento e a obra psicanalítica de Lacan: 
1. LINGUÍSTICA
Inspirado no linguista Saussure que, ministrou em Genebra uma visão estruturalista da linguagem, no seu famoso Curso de linguística geral. 
2. ANTROPOLÓGICA
Essa vertente foi baseada na “antropologia, de enfoque estruturalista”, concebida e divulgada por Levi-Strauss.
3. FILOSÓFICA
Lacan sofreu uma forte influência da obra Fenomenologia do espírito, do filósofo Hegel, que descreve o “diálogo do amo e do escravo”, em cuja relação, cada um desses dois personagens é indispensável ao outro e, ao mesmo tempo, cada um deles está escravizado ao outro. 
A partir desse modelo, Lacan utilizou para a sua teoria analítica a noção dialética de “tese, antítese e síntese”, assim como também ele formulou a “dialética do desejo” e a do “olhar”. 
4. PSICANALÍTICA
Fundamentada unicamente numa releitura da obra de Freud. 
Também são quatro as principais áreas do psiquismo que Lacan estudou mais original e aprofundadamente:
1. A etapa do espelho com a imagem do corpo
 Com a imagem do corpo: A “etapa do espelho” na constituição dosujeito prolonga-se na criança, dos 6 aos 18 meses, dividida em três fases de seis meses cada uma. 
 Na primeira delas, a imagem da totalidade corporal é antecipada à do esquema corporal real; assim, a criança reage com júbilo diante da imagem visual completa de si mesmo porque essa contrasta com a fragmentação do seu corpo. Tal fragmentação, no original francês é denominado por Lacan como corps morcelé, e costuma ser traduzido por “despedaçamento”, ou seja, são “pedaços corporais” que, por razões neurobiológicas, ainda não se juntaram. 
 De maneira análoga, depreende-se de Lacan que também o ego ideal constitui-se como uma imagem antecipatória, um registro imaginário prévio daquilo que ainda não somos mas queremos ser. Importante enfatizar que nessa fase e na seguinte a imagem corporal da criança, que é sua, é percebida como sendo a do outro, e vice-versa, e isso esclarece os sintomas de despersonalização, os de confusão quanto à identidade corporal dos psicóticos, e também os transtornos psicossomáticos que resultam da sensação fantástica de “um corpo para dois”, conforme J. MacDougall (1987).
2. Narciso e Édipo: na segunda fase da “etapa do espelho”, a criança, ainda num registro narcisístico-imaginário, identifica-se com o desejo da mãe, ou seja, ela deseja ser o falo da mãe (falo não é sinônimo de pênis, mas sim deve ser entendido como símbolo do “poder”).
· Castração paterna: Essa terceira fase ocorre dos 12 aos 18 meses de vida a criança em situações normais assume a castração paterna (aqui o conceito de castração não significa uma privação ou corte de pênis, mas, sim, é uma alusão à função do pai como o portador da lei que interdita e normatiza os limites da relação diádico-simbiótica da mãe com o filho).
 A aceitação, por parte do filho, dessa castração paterna constitui o registro simbólico, o ingresso no triângulo edípico propriamente dito, além de representar o grande desafio às ilusões narcisistas que foram forjadas no registro imaginário das fases anteriores. Além disso, para Lacan, não existe um período pré-edípico absoluto, porquanto o pai do bebê já está presente, no mínimo, no psiquismo da mãe, tal como é a representação que ela tem do seu próprio pai.
3. Linguagem: para Lacan, a linguagem determina o sentido e gera as estruturas da mente, de forma que, afirma ele, o inconsciente não é uma coisa, nem um lugar: ao mesmo tempo em que a linguagem é estruturante do inconsciente, esse também é estruturado como uma linguagem (igual à estrutura gramatical do sonho), embora primordialmente não esteja constituído por palavras, mas, sim, por imagens, como se fossem hieróglifos a serem decifrados.
4. Desejo: Lacan estabelece o funcionamento do psiquismo em três registros imaginário, simbólico e real, os quais interagem concomitantemente, sendo que ele estuda o desejo humano a partir das interações entre o registro imaginário com o simbólico.
 Assim, nas primeiras fases da “etapa do espelho”, o registro imaginário da criança faz-lhe supor que ela e a mãe são a mesma coisa, que ela tem posse absoluta da mãe, e caso a mãe reforce essa ilusão, crescerá na criança a crença de que o seu desejo deve ser o de “ser o falo da mãe”, daí o seu desejo passa a ser o de ser o desejo da mãe. Quando essa criança ingressa no registro simbólico, o que é conseguido pela ação interditora daquilo que Lacan chama como “a lei do pai”, ela vai descobrir que “o desejo de cada um deve-se submeter à lei do desejo do outro”.
 
CRÍTICAS 
pontos alvo dos críticos:
· Radicalismo de Lacan; 
· Descrédito contra concepções clássicas; 
· Falta de ênfase no reconhecimento das repressões primárias, secundárias e fantasias inconscientes; 
· Ignorou o discurso significante dos pais serem compostos pelos valores enigmáticos que habitam a mente inconsciente; 
· Rechaço a sua prática de fazer sessões sem tempo determinado.
FREUD VS LACAN
Em relação à técnica, Lacan modificou muitos dos critérios técnicos clássicos da psicanálise freudiana, sendo que os seguintes merecem ser destacados:
· Modificações no setting: Lacan propôs e aplicou uma modificação revolucionária e, no mínimo, altamente discutível até os dias atuais; é a que se refere ao tempo de duração da sessão. Ao invés de durar os habituais 50 ou 45 minutos, para os lacanianos esse tempo “cronológico” foi substituído pelo “tempo lógico”, que alude ao fato de que o importante é a sessão terminar quando se processa na mente do analisando o “corte simbólico”, isto é, a passagem do plano “imaginário” – onde a palavra do paciente é “vazia” e está a serviço de obstaculizar o acesso à verdade – para o plano do registro simbólico, onde a palavra deve ser “plena” e realmente a favor da comunicação e das verdades. 
· Em relação à transferência, muitas vezes Lacan considera que não se instalará a transferência caso o analista interprete adequadamente. Ele chega a afirmar (1951) que a transferência do paciente resulta de uma resposta deste a uma atitude pré-conceituosa do psicanalista, sendo que Lacan retoma esse aspecto em um trabalho posterior (1970-73) com o nome de “Sujeito Suposto Saber” (SSS) e que, como o nome indica, parte de um pressuposto que o analista sabe tudo aquilo que o paciente ignora.
· Quanto à contratransferência, Lacan não aceita a possibilidade de que a mesma possa constituir-se como um importante instrumento técnico.
· Em relação à interpretação, Lacan adverte que o uso sistemático da interpretação reducionista ao “aqui-agora” pode contribuir para uma fixação do paciente no registro imaginário, narcisista, com o risco de que ele se identifique com os desejos do analista. Na verdade, ele valoriza muito mais as interrupções que representem a castração, o corte simbólico, do que propriamente as interpretações clássicas.
ASSUNTOS ABORDADOS PÓS AV2
· Primeira Tópica
· Inconsciente 
· Pré- consciente
· Consciente
· Segunda Tópica
· Id
· Ego
· Superego

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