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Aula 07 - Histologia Animal

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Livro Digital Aula 07 
Histologia Animal 
 
 
FUVEST 
 
 
 
 
Professora Bruna Klassa 
Professora Bruna Klassa 
Aula 07: FUVEST 
 
 
 
Aula 07 – Histologia Animal 
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SUMÁRIO 
Apresentação ........................................................................................................................................ 3 
1. Tipos de tecidos ................................................................................................................................ 5 
2. Tecido Epitelial .................................................................................................................................. 6 
3. Tecido Conjuntivo ........................................................................................................................... 18 
4. Tecido Nervoso ............................................................................................................................... 35 
5. Tecido Muscular .............................................................................................................................. 41 
6. Lista de questões ............................................................................................................................ 48 
7. Gabarito .......................................................................................................................................... 58 
8. Lista de questões comentadas ........................................................................................................ 59 
Considerações finais ........................................................................................................................... 75 
Referências .......................................................................................................................................... 76 
 
 
 
Professora Bruna Klassa 
Aula 07: FUVEST 
 
 
 
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APRESENTAÇÃO 
Olá, querido aluno! Tudo bem com você? 
Na última aula estudamos o desenvolvimento embrionário de um novo indivíduo, desde a 
fecundação até o momento em que seus órgãos e sistemas são formados, processo chamado de 
organogênese, focando esforços no entendimento da embriogênese humana. 
Vamos relembrar os principais tópicos? 
➢ A fecundação ou fertilização compreende uma sequência de eventos coordenados que começa 
com o contato entre o espermatozoide e o ovócito secundário. A partir da união dos dois gametas 
haploides forma-se um zigoto diploide, a primeira célula de um novo organismo, capaz de se 
diferenciar em qualquer tipo de célula especializada do corpo. 
 
➢ Os eventos que levam à fecundação se iniciam com o reconhecimento e ligação da cabeça do 
espermatozoide às camadas foliculares do ovócito. As enzimas hidrolíticas do acrossomo são 
liberadas e “cavam” o ovócito até que o espermatozoide alcance a membrana plasmática. A 
seguir, ele introduz seu núcleo no citoplasma do ovócito e sua cauda degenera. Por fim, os núcleos 
(do ovócito e do espermatozoide) se unem, em um processo chamado de cariogamia, formando 
o zigoto diploide. 
 
➢ Segmentação (ou clivagens) é o próximo passo no desenvolvimento do embrião. Diversas mitoses 
se sucedem até que a célula-ovo inicial se divida em 12 a 30 novas células, chamadas blastômeros. 
Nesse momento, o zigoto atinge o estado de mórula. 
 
➢ Blástula é a fase seguinte, na qual uma cavidade preenchida por líquido (blastocele) se forma no 
interior da mórula. Além disso, é na fase de blástula que o embrião é implantado no útero. Segue-
se então a gástrula, momento em que ocorre a diferenciação de dois folhetos embrionários 
(ectoderme e endoderme), formação do arquêntero e do blastóporo, e formação dos eixos 
corporais. 
 
➢ A fase seguinte é a nêurula, momento em que ocorre a formação das primeiras estruturas do 
sistema nervoso: tubo neural, notocorda, aparecimento do terceiro folheto embrionário 
(mesoderme) e do celoma. Por fim, segue-se a organogênese, isto é, a formação de todos os 
órgãos do corpo no novo indivíduo. 
 
O desenvolvimento da multicelularidade foi essencial para a diversificação das formas de vida 
na Terra, já que as várias especializações de células atuam de modo integrado na realização das 
diferentes funções que nos mantêm vivos. Quando células semelhantes e que executam atividades 
específicas no organismo se agrupam, elas formam tecidos. 
Sendo assim, organismos unicelulares não podem apresentar tecidos, já que eles são 
formados por apenas uma célula, a qual desempenha todas as funções. Mas nem todos os animais 
multicelulares são formados por tecidos. Multicelularidade não é sinônimo de desenvolvimento de 
tecidos. Veremos que os poríferos, apesar de serem multicelulares e apresentam células 
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especializadas em realizar determinadas funções, não possuem células semelhantes agrupadas e 
desempenhando funções semelhantes. Eles, portanto, não apresentam tecidos. 
Nós vimos na aula passada que a diferenciação celular que ocorre durante o desenvolvimento 
embrionário dos organismos multicelulares dá origem aos tecidos que compõem o corpo dos 
organismos através de um processo chamado organogênese. Os tecidos são formados não só por 
células especializadas, mas também por uma matriz extracelular, composta por células e moléculas 
variadas. 
 
Figura 1. As células-tronco embrionárias desenvolvem-se em todos os tecidos do indivíduo. No corpo humano temos quatro tecidos básicos 
(da esquerda para a direita): tecido epitelial, tecido conjuntivo (formando a estrutura óssea e o sistema circulatório, por exemplo), tecido 
nervoso e tecido muscular. Fonte: shutterstock (modificada). 
 
Nesta aula, iremos estudar todas as especializações teciduais presentes em um organismo 
animal, em particular no organismo humano. Vem comigo! 
 
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1.TIPOS DE TECIDOS 
Vimos que, após a fertilização, o zigoto passa por uma série de divisões mitóticas até atingir 
o estado de blástula, formado pelo embrioblasto, que dá origem aos tecidos do embrião 
propriamente dito, e pelo trofoblasto, que contribui para a formação dos anexos embrionários. 
Essas células embrionárias continuam se multiplicando progressivamente e levam o embrião 
ao estabelecimento de três folhetos embrionários: ectoderme, mesoderme e endoderme. As células 
de cada folheto se dividem, migram, se agregam e se diferenciam em padrões precisos à medida que 
as células constituem os vários sistemas orgânicos. 
A partir da ectoderme se originam os epitélios de revestimento da superfície externa do 
corpo, da cavidade oral, retal e as glândulas associadas, bem como o tecido nervoso. Da mesoderme 
originam-se tecidos epiteliais (endotélio, rins e vias urinárias, gônadas), tecidos conjuntivos, comuns 
e especializados, e tecidos musculares. A endoderme origina os epitélios de revestimento de órgãos 
internos e suas glândulas. 
 
Esses vários tecidos nada mais são que agregados de células organizados para realizar uma 
ou mais funções específicas. Histologia é a ciência que estuda a correlação entre estrutura e função 
celular ou, de maneira mais clara, estuda os vários tecidos que compõem os órgãos. 
 
Além das células, os tecidos também são constituídos pela matriz extracelular (MEC). A MEC 
é composta por muitos tipos de moléculas, que formam estruturas complexas como por exemplo as 
fibras de colágeno e as membranas basais. Essas estruturas têm função de apoio e transporte de 
nutrientes para as células, e delas para fora do corpo (seja por secreção ou por excreção). 
Nos animais vertebrados, é possível distinguir quatro tecidos básicos: 
1)Tecido epitelial: é o tecido de revestimento das superfíciese cavidades do corpo, além de formar 
as glândulas. As células do tecido epitelial são muito unidas e há pouca MEC entre elas. 
2)Tecido conjuntivo: é o tecido que protege e sustenta o corpo, preenchendo espaços e mantendo 
os órgãos unidos, além de participar na nutrição de outros tecidos e no processo imunológico. O 
tecido conjuntivo compreende o tecido ósseo, o tecido cartilaginoso, o tecido adiposo e o tecido 
sanguíneo, e todos apresentam matriz extracelular abundante. 
3)Tecido nervoso: é o tecido especializado na geração e transmissão de impulsos nervosos, 
coordenando as atividades corporais, e na conversão em impulso nervoso das informações 
recebidas tanto do meio interno quanto do meio externo. 
4)Tecido muscular: é o tecido formado por células altamente especializadas em converter energia 
química em energia mecânica através de contração. 
 
A partir de agora, vamos ver cada um deles detalhadamente. 
 
 
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2. TECIDO EPITELIAL 
O tecido epitelial, ou simplesmente epitélio, é derivado dos 3 folhetos embrionários: 
 
 
 
Quanto à organização, o tecido epitelial é constituído por células poliédricas justapostas com 
pouca matriz extracelular. As células epiteliais se aderem firmemente umas às outras por meio de 
das especializações da membrana chamadas junções intercelulares (vimos lá na aula 1 cada 
especialização em detalhe). Essa organização celular proporciona ao tecido o revestimento de 
superfícies externas e das cavidades do corpo. Ainda, os tecidos epiteliais apresentam suas células 
envoltas por uma camada de glicocálice, que também contribui para a união entre elas. 
 
 
 
Além de revestir superfícies externas e internas, muitos epitélios apresentam outras funções 
associadas, como proteção, absorção (de íons e moléculas), excreção de substâncias, secreção, 
percepção de estímulos e contração. 
Todos os epitélios encontram-se sob uma camada de tecido conjuntivo. Entre esses dois 
tecidos existe um acúmulo de fibras proteicas, colágeno e glicoproteínas que formam uma estrutura 
acelular chamada de membrana basal. Como o tecido epitelial é avascular, sua nutrição acontece 
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por difusão dos vasos sanguíneos do tecido conjuntivo. Esses vasos atravessam a membrana basal 
(que é permeável) até atingir os epitélios. 
 
 
Nos vertebrados, a associação entre o epitélio e o tecido conjuntivo que lhe dá suporte, 
revestindo as superfícies externas do organismo, constitui a pele. Quando essa associação reveste 
as cavidades que se comunicam com o meio exterior, temos as membranas mucosas (por exemplo, 
a mucosa bucal, gástrica, nasal etc.). Agora quando a associação reveste externamente os órgãos 
internos, temos as membranas serosas (como a pleura que reveste os pulmões, o pericárdio que 
reveste o coração e o peritônio que reveste os órgãos do sistema digestório). 
Os epitélios apresentam alta capacidade regenerativa (alta taxa de divisão mitótica) e, como 
geralmente não se distingue os limites entre as células, a forma dos seus núcleos dá, indiretamente, 
uma ideia do formato celular e orientam a sua classificação morfológica. 
 
 
Didaticamente, o tecido epitelial pode ser dividido em epitélios de revestimento e 
epitélios glandulares. Porém, essa divisão é arbitrária, pois há epitélios de revestimento 
nos quais todas as células secretam (como, por exemplo, o estômago), ou epitélios com 
células glandulares espalhadas entre as células de revestimento (como as células mucosas 
no intestino e traqueia). 
Mas, para fins de estudo, podemos e iremos dividi-los dessa maneira! 
 
As principais funções do tecido epitelial são revestimento, absorção, excreção e secreção. 
 
2.1 EPITÉLIO DE REVESTIMENTO 
Os epitélios de revestimentos são classificados de acordo com o número de camadas de 
células que o constituem e a forma dessas células. 
A membrana basal se dispõe 
como um “tapete molecular” 
entre as células do epitélio e os 
elementos do tecido conjuntivo. 
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2.1.1 Epitélio simples pavimentoso 
Epitélio caracterizado por uma única camada de células achatadas, com núcleos celulares 
alongados e de forma irregular, que constitui uma superfície contínua. Localiza-se revestindo 
superfícies envolvidas no transporte passivo de gases e líquidos, como a superfície pulmonar 
(pleura), os capilares sanguíneos e linfáticos (endotélio), o coração (pericárdio) e os órgãos do 
sistema digestório (peritônio). 
 
Figura 2A. Epitélio simples pavimentoso. Fonte: Shutterstock. 
 
2.1.2 Epitélio simples cúbico 
O epitélio simples cúbico apresenta uma única camada de células que apresentam altura e 
largura semelhantes (parecem quadradas). Os núcleos celulares, normalmente, são esféricos. 
Esse tecido apresenta funções excretoras, secretoras e absorvente, e é encontrado no 
revestimento externo do ovário, nos túbulos renais, nos ductos secretores (das glândulas salivares 
e do pâncreas) e nos folículos tireoidianos. 
 
Figura 2B. Epitélio simples cúbico. Fonte: Shutterstock. 
 
2.1.3 Epitélio simples cilíndrico ou colunar 
Encontra-se, geralmente, em superfícies de órgãos intensamente absorventes (intestino 
delgado e vesícula biliar) e superfícies secretoras (estômago). Além dessas funções, atua fazendo 
proteção e lubrificação nesses órgãos em que está presente. 
 
Figura 2C. Epitélio simples cilíndrico. Fonte: Shutterstock. 
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Em alguns órgãos, as células do epitélio simples cilíndrico ou colunar apresentam 
especializações como cílios, que auxiliam no transporte dos ovócitos até o útero (tuba uterina), e 
microvilosidades, que aumentam a superfície celular para absorção de nutrientes (intestino 
delgado). Nesses epitélios é comum a presença de células secretoras (células caliciformes, que 
ocorrem no intestino, e células mucíparas ou intercalares, que ocorrem na tuba uterina e secretam 
muco). 
 
2.1.4 Epitélio pluriestratificado pavimentoso 
Esse epitélio apresenta número variável de camadas celulares em transição morfológica e 
funcional, ou seja, tem desde células cúbicas na base até células achatadas no ápice. Está presente 
revestindo a cavidade oral, faringe, esôfago, canal anal e vaginal (superfícies úmidas), especialmente 
porque adapta-se bem à abrasão moderada. 
 
Figura 2D. Epitélio pluriestratificado pavimentoso. Fonte: Shutterstock. 
 
As células basais (próximas à membrana basal) desse tecido são indiferenciadas e apresentam 
o núcleo arredondado e central. Elas sofrem várias divisões mitóticas, dando origem a uma sucessão 
de células que são progressivamente empurradas para a superfície livre. Durante essa migração, as 
células sofrem degeneração, morrem, descamam e são substituídas pelas camadas mais profundas. 
As células mais intermediárias são células poliédricas com o núcleo arredondado e de 
localização central. Já as células nas camadas superiores são mais achatadas e têm o núcleo oval. 
Por fim, as células da camada superficial são altamente diferenciadas, pavimentosas e possuem o 
núcleo achatado e central. Elas estão dispostas paralelamente à superfície livre do epitélio. 
Assim como os demais epitélios estratificados, esse epitélio apresenta função protetora, 
sendo que o grau e a natureza da estratificação se relacionam com os tipos de desgastes físicos aos 
quais a superfície se expõe. Em geral, esses tecidos são desprovidos de função de absorção e 
secreção devido à sua espessura. 
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PeleA pele é um órgão composto por três camadas distintas: a epiderme, mais superficial, a derme 
e a hipoderme, mais interna. As duas últimas são formadas pelo tecido conjuntivo, objeto de estudo 
do nosso próximo capítulo. 
A epiderme é um exemplo de epitélio pluriestratificado pavimentoso queratinizado. Esse 
epitélio é formado por um número variável de camadas celulares cuja espessura é variável 
(chegando a 1,5 cm em algumas regiões do corpo), sendo mais espessa e complexa nas palmas, 
plantas e em algumas articulações - locais nos quais é denominada “pele grossa”. 
As células mais abundantes nesse epitélio são as células de queratina, os queratinócitos, que 
se organizam em cinco camadas: basal, espinhosa, granulosa, lúcida e córnea – cada uma com 
características próprias: 
 
 
Na pele, as células da camada basal sofrem divisões mitóticas regulares dando origem a uma 
sucessão de células que vão se diferenciando e migrando para as camadas superiores, até atingir a 
camada córnea, quando sofrem degeneração, morrem e descamam. 
Durante a migração para o ápice, as células sofrem o processo de queratinização. Assim, a 
camada córnea acelular é constituída da proteína queratina, que evita a perda de água e a 
penetração de materiais químicos e físicos nocivos, e restos de células epiteliais degeneradas que 
não possuem núcleo. A queratina não é um produto de secreção celular, pois ela é produzida nos 
polirribossomos livres e fica acumulada no citoplasma da célula. A presença dessas particularidades, 
garante que o epitélio seja adaptado à abrasão e à dessecação constantes. 
 
 
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2.1.5 Epitélio “pseudoestratificado” cilíndrico ciliado 
Este epitélio apresenta uma única camada de células, porém, a localização dos seus núcleos 
está em diferentes alturas no epitélio – o que dá a impressão de haver mais de uma camada. Por 
isso, o epitélio é chamado pseudoestratificado, mas, na verdade, ele é um epitélio simples e todas 
as células repousam sobre a membrana basal, embora algumas sejam mais curtas. 
 
Figura 2E. Epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado. Fonte: Shutterstock. 
 
O epitélio pseudoestratificado localiza-se no revestimento da traqueia, brônquios e cavidade 
nasal, e o epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado é quase exclusivamente confinado às vias 
aéreas do sistema respiratório de mamíferos. 
A composição do epitélio pseudoestratificado consiste em células chamadas de: 
✓ Principais: com núcleo alongado e localização basal, são células cilíndricas altas com cílios. 
✓ Basais: com núcleo arredondado e central, são células curtas cuja altura não alcança a superfície do 
epitélio. Elas atuam na renovação celular. 
✓ Caliciformes: com núcleo arredondado basal, são células célula cilíndricas com formato de cálice, 
que secretam muco com função lubrificante. Esse muco, carregado de dejetos, é propulsionado com 
o auxílio dos cílios para a nasofaringe, onde pode ser engolido ou expectorado. 
 
2.1.6 Epitélio de transição 
O epitélio de transição reveste a bexiga urinária, o ureter e a parte superior da uretra, e é 
um epitélio estratificado cuja camada mais superficial é formada por células globosas. A forma 
dessas células muda de acordo com o grau de distensão da bexiga. Quando a bexiga está vazia, as 
células da camada superficial são grandes, arredondadas, em forma de cúpula e podem apresentar 
um ou dois núcleos esféricos. Já quando a bexiga está distendida, a espessura do epitélio diminui e 
as células se tornam achatadas, de formato quase pavimentoso. 
 
Esse epitélio é especializado na distensão e na resistência à toxicidade da urina. 
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Figura 2F. Epitélio de transição. 
 
As células epiteliais mais próximas à membrana basal são pequenas e, à medida que originam 
outras células, aumentam de tamanho conforme migram para a superfície. Nestas células, a 
membrana plasmática em contato com a urina é especializada, apresentando placas espessas 
separadas por faixas de membrana mais delgada. Quando a bexiga se esvazia, a membrana se dobra 
nas regiões delgadas e as placas espessas se invaginam e se enrolam, formando vesículas fusiformes, 
que permanecem próximas à superfície celular. Ao se encher novamente, sua parede se distende e 
inicia-se um processo inverso, com a transformação das vesículas citoplasmáticas fusiformes em 
placas que se inserem na membrana, aumentando a superfície das células. 
 
2.2 EPITÉLIOS GLANDULARES 
 Os epitélios glandulares são constituídos por células especializadas na atividade de secreção, 
formando glândulas. As glândulas podem ser unicelulares (consistem em células isoladas) ou 
multicelulares (compostas de agrupamentos de células secretoras). 
A glândula caliciforme, que ocorre no epitélio da traqueia, é um exemplo de glândula 
unicelular. Essa glândula consiste em uma célula cilíndrica que sintetiza e secreta o muco 
lubrificante. Geralmente, elas se localizam entre outras células, principalmente, no revestimento do 
trato respiratório e digestório. O epitélio glandular do intestino grosso, por exemplo, é constituído 
de células caliciformes em abundância, intercaladas com células absortivas, cujas microvilosidades 
participam do processo de absorção de água. 
 
Figura 3. Célula caliciforme. Fonte: Shutterstock 
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O núcleo da célula caliciforme, e grande parte das organelas citoplasmáticas, apresenta 
posição basal. Essa base da célula é mais estreita que o ápice, contêm mitocôndrias e retículo 
endoplasmático rugoso em abundância, e apresenta um complexo de Golgi bem desenvolvido. 
A região apical é mais dilatada e rica em vesículas contendo glicoproteínas (e denominadas 
mucina). Essas mucinas são produzidas no retículo endoplasmático rugoso e modificadas no 
complexo de Golgi, onde são liberadas por exocitose para recobrir os epitélios. No intestino, têm 
também a função de proteção do revestimento intestinal. 
As demais glândulas presentes no corpo são multicelulares. As glândulas multicelulares são 
formadas a partir de invaginações dos epitélios de revestimento, cujas células proliferaram e 
invadiram o tecido conjuntivo subjacente, sofrendo diferenciação adicional. Elas podem ser divididas 
conforme o local onde a secreção produzida é liberada. De acordo com essa destinação, podemos 
classificar as glândulas multicelulares da seguinte maneira: 
 
Glândulas exócrinas: apresentam a porção de 
células secretoras associada a ductos, que 
transportam e lançam suas secreções para fora do 
corpo ou para o interior de outras cavidades 
corporais. Essas secreções podem ser muco, suor, 
óleo, cera, saliva ou enzimas. Exemplos de 
glândulas que lançam secreção para o interior do 
corpo são as glândulas mamárias, sudoríparas, 
lacrimais e sebáceas. Já exemplos de glândulas que 
lançam secreção em outras cavidades são as 
glândulas salivares. 
 
 
As glândulas exócrinas são classificadas de acordo com o método pelo qual suas células 
componentes liberam os produtos de secreção. Elas podem ser: 
 
✓ Glândulas merócrinas ou écrinas, a secreção é liberada por meio de exocitose, sem perda de 
material celular. Ex.: glândulas lacrimais, salivares e sudoríparas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4. As glândulas multicelulares exócrinas são formadas a partir 
da invaginação dos epitélios de revestimento, e apresentam uma 
porção secretora, constituída pelas células responsáveis pelo processo 
secretório, e ductos, que transportam a secreção. Fonte: Shutterstock. 
A porção secretora da glândula sudorípara, chamada 
glomérulo, é composta por um tipo de epitélio simples 
cúbico circundado por células mioepiteliais. Os 
prolongamentos citoplasmáticosdessas células 
mioepiteliais envolvem o túbulo secretor e auxiliam na 
espremedura do fluído para dentro dos ductos. O ducto 
glandular é formado por um epitélio estratificado 
cúbico, cujas células são menores do que as unidades 
secretoras. 
 
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✓ Glândulas holócrinas, o produto de secreção é eliminado juntamente com toda a célula, processo 
que envolve a destruição de células repletas de secreção. Ex.: glândula sebácea. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
✓ Glândulas apócrinas, o produto de secreção é descarregado junto com porções do citoplasma. 
Ex.: glândulas mamárias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Glândulas endócrinas: não apresentam ductos associados à porção secretora, ou seja, não mantêm 
uma conexão com o meio externo. As secreções dessas glândulas entram no sistema vascular para 
serem lançadas diretamente nos vasos sanguíneos e linfáticos e distribuídas por todo o corpo. 
Exemplos de glândulas endócrinas são a hipófise, a glândula da tireoide, as glândulas paratireoides 
e as glândulas adrenais. 
 
Figura 5. As glândulas multicelulares endócrinas são formadas a partir da invaginação dos epitélios de revestimento, mas não mantêm uma 
conexão com o meio externo, lançando as secreções diretamente nos vasos sanguíneos e linfáticos. Fonte: Shutterstock (modificada). 
As glândulas sebáceas são sáculos em formato de 
pera com curtos ductos e circundados por cápsulas de 
tecido conjuntivo. Cada sáculo é preenchido por 
grandes células amorfas com núcleos em vários 
estágios de degeneração. A periferia dos sáculos é 
composta de pequenas células basais cuboides, com 
função regenerativa. À medida que as células se 
movem da periferia do sáculo, se tornam maiores e 
aumentam o seu conteúdo de gordura no citoplasma. 
Próximo do ducto a célula inteira degenera e se torna 
a secreção. Ainda, essas glândulas estão, 
normalmente, associadas a folículos pilosos e 
descarregam sua secreção sebácea dentro dos 
folículos. Associados a esse tipo glandular, estão 
feixes de músculo liso e os músculos eretores do pelo. 
 
A glândula mamária é uma glândula exócrina túbulo-
alveolar, do tipo apócrina, ou seja, junto a secreção 
produzida nas células epiteliais glandulares, uma parte 
do citoplasma é liberada também. Ela é formada pelo 
parênquima, a parte secretora, e pelo estroma, 
constituído de tecido conjuntivo e tecido adiposo, 
responsável por sua sustentação. 
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Glândulas mistas: apresentam funções endócrinas e exócrinas. O principal exemplo é o pâncreas, 
um órgão que possui algumas células especializadas em secreção exócrina (células acinosas) e outras 
especializadas em secreção endócrina (células das ilhotas de Langerhans). A porção exócrina secreta 
enzimas digestivas que são lançadas no duodeno, enquanto a porção endócrina é responsável pela 
secreção dos hormônios insulina e glucagon, que atuam na redução e aumento dos níveis de glicose 
no sangue. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6. O pâncreas é uma glândula mista. As células acinosas são as células exócrinas do pâncreas que produzem e transportam enzimas 
que passam para o duodeno, onde ajudam na digestão dos alimentos. As ilhotas de Langerhans são as células endócrinas, que produzem e 
secretam hormônios na corrente sanguínea. Fonte: Shutterstock. 
 
Formação das espinhas 
A acne é uma doença causada pela inflamação dos folículos pilo-sebáceos. Folículo piloso é o local 
onde nascem os pelos. Associados a ele existe uma glândula sebácea responsável pela produção de sebo 
(substância gordurosa que hidrata a pele). 
Quando ocorre alguma obstrução do canal do folículo, o sebo é impedido de fluir para a pele. 
Normalmente isso ocorre pelo acúmulo de células mortas na superfície da pele, impedindo que o sebo 
extravase. O confinamento do sebo no folículo chama-se comedão, que nada mais é que a substância branca 
com pontinha preta que sai quando esprememos um cravo. 
Quando uma gama de bactérias que costumam ficar na superfície da pele passa a viver e se alimentar 
da gordura de sebo acumulada no folículo, ele inflama e, a partir daí, temos uma espinha (um comedão 
rodeado por pus). 
 
 
 
 
 
 
Figura 7. Processo de formação os cravos e espinhas. Fonte: Shutterstock. 
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(UEPG PR/2015 - modificada) Na figura abaixo são mostrados quatro tipos diferentes de epitélios. 
Associe o tipo de epitélio à sua estrutura e localização em humanos. Assinale o que for incorreto. 
 
Adaptado de: Lopes, S; Rosso, S. Bio. Volume 2. 2ª ed. Editora Saraiva: São Paulo, 2010. 
 
a) Em I tem-se o epitélio simples cúbico. Esse epitélio é formado por uma só camada de células 
cúbicas. Entre outros locais, ocorre nos túbulos renais, tendo a função básica de absorção de 
substâncias úteis presentes na urina, devolvendo-as para o sangue. 
b) Na imagem II tem-se o epitélio simples pavimentoso. Formado por células achatadas e dispostas 
em uma única camada. É um epitélio que permite passagem de substâncias, sendo encontrado nos 
alvéolos pulmonares, revestindo vasos sanguíneos e linfáticos. 
c) Em III é mostrado o epitélio pseudoestratificado. Esse epitélio é formado por mais de uma camada 
de células, com núcleos de tamanhos diferentes. Ocorre na cavidade nasal, na traqueia e nos 
brônquios, onde possui cílios e glândulas mucosas. Auxilia na remoção de partículas estranhas das 
vias aéreas. 
d) Na imagem IV é mostrado o epitélio simples prismático. É formado por uma camada de células 
altas, prismáticas. Ocorre revestindo o estômago e os intestinos. 
Comentários 
 As alternativas A, B e D estão certas. Todo epitélio simples possui apena uma camada de 
células. Além disso, as afirmativas estão corretas nos exemplos citados. 
 A afirmativa C está errada, e é o nosso gabarito. O epitélio pseudoestratificado também é 
composto por uma única camada de células. Mas como os núcleos dessas células ocorrerem em 
posições variadas, ora mais superior, ora mais inferior, o epitélio dá a impressão de ser formado por 
mais de uma camada. 
Gabarito: C. 
 
(FCM MG/2018) Representação esquemática da localização e da estrutura de uma célula secretora: 
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O número que NÃO corresponde à estrutura indicada é: 
a) 1 = Vesícula de Pinocitose 
b) 2 = Complexo Golgiense 
c) 3 = Retículo Endoplasmático 
d) 4 = Célula Acinosa 
Comentários 
A ordem de leitura da ilustração segue uma sequência decrescente de números. À esquerda 
temos o pâncreas demonstrado em detalhes. O número 4 aponta para uma célula exócrina, e 
sabemos disso porque a figura ilustra uma invaginação de células formando um ducto. No pâncreas, 
a porção exócrina é composta por células acinosas que secretam enzimas digestivas. 
À direita, temos uma dessas células acinosas demonstradas em corte transversal. Debaixo para 
cima, temos o número 3 indicando o retículo endoplasmático (organela membranosa responsável 
pela síntese de proteínas e, portanto, enzimas); a seguir, temos o número 2 indicando o complexo 
de Golgi (organela membranosa responsável pelo armazenamento e modificação das proteínas 
secretadas); do complexo de Golgi partem diversas vesículas, que foram liberadas em direção à 
membrana da célula; por fim, temos o número 1, que corresponde a uma dessas vesícula já 
integradas à membrana celular, liberando as enzimas secretadas. 
Assim, o número que não corresponde à estrutura indicada é o número 1, porque não se trata 
de uma vesícula pinocítica. As vesículas de pinocitose são formadas em um processo de endocitose, 
no qual a célula ingere líquidos ou pequenas partículasinespecíficas em solução aquosa, através da 
invaginação da membrana plasmática. 
Gabarito: A. 
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3. TECIDO CONJUNTIVO 
Tecido conjuntivo é a denominação comum para designar um grupo diversificado de tecidos 
com funções variadas e que, de forma geral, estão relacionadas com o estabelecimento e 
manutenção da forma do corpo. Eles têm origem mesodérmica e são os tecidos que possuem maior 
distribuição no corpo humano. 
Diferentemente dos tecidos epiteliais, os tecidos conjuntivos apresentam MEC abundante e 
viscosa, produzida por suas próprias células, com composição variada (pode ser desde fluida até 
calcificada). Essa MEC funciona como estrutura de sustentação e é responsável pela nutrição do 
epitélio de localização superficial a ele, uma vez que possuem grande quantidade de vasos e nervos 
que suprem as necessidades do tecido epitelial. Na pele, por exemplo, a epiderme (tecido epitelial) 
apoia-se e é nutrida pela derme (tecido conjuntivo). 
O tecido conjuntivo abrange: o tecido conjuntivo propriamente dito, o tecido adiposo, o 
tecido cartilaginoso, o tecido ósseo e o tecido sanguíneo. 
A variedade de funções dos tecidos conjuntivos depende da composição e da abundância de 
seus componentes (celulares e intercelulares) nos vários locais do organismo. Por exemplo, tecidos 
especializados em resistir a forças de tração, como os que formam os tendões, são ricos em fibras 
colágenas. Membranas serosas, como o peritônio que reveste estruturas que sofrem alteração de 
forma e volume, são ricas em elastina. Tecidos capazes de absorver forças compressivas, como a 
cartilagem, são ricos em glicosaminoglicanos e proteoglicanos. 
 
Células do tecido conjuntivo 
De maneira geral, o tecido conjuntivo é vascularizado e inervado (exceto as cartilagens), e as 
células encontradas são os fibroblastos, macrófagos, mastócitos, plasmócitos, leucócitos, 
adipócitos, entre outras. 
Elas variam conforme o tipo de tecido conjuntivo, como veremos a seguir, contudo, os 
fibroblastos são as células mais comuns e podem modular a capacidade metabólica do tecido. 
 
Figura 8. Células do tecido conjuntivo: 1) Linfócito, 2) melanócito, 3) Mastócito, 4) Capilar sanguíneo, 5) Macrófago, 6) Fibroblasto e 7) 
Adipócito. Fonte: Shutterstock. 
 
 
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FIBROBLASTOS 
São as células mais comuns do tecido conjuntivo e podem modular sua 
capacidade metabólica. Eles sintetizam colágeno, elastina, 
glicosaminoglicanos, proteoglicanos e glicoproteínas adesivas que formam a 
matriz extracelular. Estão envolvidos na síntese de fatores de crescimento 
(substâncias que controlam a proliferação e a diferenciação celular) e são 
particularmente ativos durante o reparo de feridas no corpo, causadas por lesão 
ou inflamação, quando há perda de tecido por morte celular. 
 
MACRÓFAGOS 
São células que derivam de células precursoras da medula óssea, os monócitos 
(que circulam no sangue). Após penetrar no tecido conjuntivo, os monócitos 
amadurecem e adquirem as características dos macrófagos. Os macrófagos 
formam o sistema fagocitário e estão distribuídos em vários órgãos, atuando 
na defesa imunológica do organismo. 
 
MASTÓCITOS 
São células globosas, grandes, que atuam em reações imunes e têm papel 
fundamental na inflamação, em reações alérgicas e na eliminação de parasitas. 
Uma das reações que podem ser provocadas pelos mediadores dos mastócitos 
é o choque anafilático, uma reação de hipersensibilidade potencialmente fatal. 
 
PLASMÓCITOS 
São células abundantes quando há inflamações crônicas ou penetração de 
bactérias e proteínas estranhas no tecido da região, pois são responsáveis pela 
produção de anticorpos, mas, de modo geral, estão em pequeno número no 
tecido conjuntivo. 
 
LEUCÓCITOS (GLÓBULOS 
BRANCOS) 
São elementos normais dos tecidos conjuntivos e que, quando estão no sangue, 
têm forma esférica. São produzidos na medula óssea vermelha ou em tecidos 
linfoides e protegem o organismo contra infecções. Os leucócitos alcançam o 
tecido conjuntivo ao migrar (diapedese) através da parede dos capilares e das 
vênulas. Quando há processos inflamatórios, a diapedese torna-se acentuada e 
aumenta o número de leucócitos no tecido conjuntivo. 
 
ADIPÓCITOS 
São numerosos no tecido adiposo, uma vez que se tornaram especializadas em 
armazenar gorduras na forma de triglicerídeos. Os adipócitos podem ocorrer, 
isoladamente ou em grupos, em muitos tecidos, mas não em todos. 
 
CÉLULAS-TRONCO 
MESENQUIMAIS 
São células derivadas da mesoderme embrionária, capazes de se diferenciar 
em células maduras do tecido conjuntivo durante o crescimento e 
desenvolvimento normais por toda a vida e, mais notavelmente, na reparação 
de tecidos danificados, na cura de feridas. 
 
Matriz extracelular 
A matriz extracelular (MEC) no tecido conjuntivo é abundante pois suporta outros tecidos e 
fornece o ambiente estrutural para as células nela imersas. Assim, forma o arcabouço no qual as 
células aderem e sobre o qual elas podem se mover. 
A MEC é composta por macromoléculas amorfas e hidrofílicas que formam a substância 
fundamental e por proteínas fibrosas. 
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A substância fundamental da MEC preenche os espaços entre as células e fibras, unindo-as, 
proporcionando suporte e atuando como meio para a troca de substâncias. Ainda, a viscosidade da 
substância fundamental forma uma barreira à penetração de microrganismos invasores que 
provocam doenças. 
Já as fibras garantem a força e sustentação dos tecidos, podendo ser fibras colágenas, 
elásticas e reticulares. 
 
FIBRAS COLÁGENAS 
Constituem cerca de 30% de todas as proteínas do corpo e existem em grande 
variedade e com várias funções na organização e propriedades dos tecidos 
conjuntivos. Essas fibras são duras, inelásticas e resistentes à tração. O colágeno 
está presente principalmente na derme, ossos, tendões, ligamentos e cartilagens. 
FIBRAS RETICULARES 
São estruturas finas e ramificadas, formadas por um tipo específico de colágeno 
(colágeno III) associado a glicoproteínas e proteoglicanas. São produzidas pelos 
fibroblastos e formam redes que sustentam as células. Estão presentes em órgãos 
hematopoiéticos como os linfonodos, baço e medula óssea vermelha, no músculo 
liso e nas células que envolvem as células nervosas. 
FIBRAS ELÁSTICAS 
Consistem em fibras ricas em elastina, capazes de se distender facilmente quando 
submetidas à tração. Abundantes em órgãos que podem sofrer estiramento, como 
os vasos sanguíneos, a pele e os pulmões. 
 
Tipos de tecido conjuntivo 
A classificação do tecido conjuntivo pode ser feita de acordo com os tipos de células e 
características da matriz extracelular que o formam. Assim, pode-se definir uma classificação inicial, 
na qual destacam-se as seguintes categorias: 
 
3.1 TECIDO CONJUNTIVO FROUXO 
 O tecido conjuntivo frouxo contém grupos de fibras colágenas e elásticas frouxamente 
entrelaçadas, e grande quantidade de fibroblastos e macrófagos, não havendo predominância de 
um elemento estrutural em relação a outro. Há também neste tecido as células migratórias – que 
participam de mecanismos de defesa e migram dos vasos sanguíneos locais, em resposta a 
determinados estímulos. 
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O tecido conjuntivo frouxo é flexível, bem vascularizado e resiste pouco a trações. Por isso, 
suporta estruturas que sofrem pequenos atritos ou pressão. Este tipo de tecido conjuntivo pode ser 
encontrado entre grupos de células musculares, atuando como suporte para as células epiteliais, 
derme, hipoderme, membranas serosas e glândulas,e formando as camadas em torno de vasos 
sanguíneos. 
 
Funções básicas: preenchimento dos espaços entre os órgãos viscerais, suporte e nutrição dos 
epitélios, envolvimento dos nervos e vasos sanguíneos e linfáticos e cicatrização de tecidos lesados. 
 
3.2 TECIDO CONJUNTIVO DENSO 
O tecido conjuntivo denso é formado pelos mesmos elementos encontrados no tecido 
conjuntivo frouxo, porém tem fibras mais espessas (com mais colágeno) e mais numerosas, além 
de menor quantidade de células. Este tecido conjuntivo é menos flexível e mais resistente à tensão 
em relação ao tecido conjuntivo frouxo. O tipo celular deste tecido é o fibroblasto, célula que produz 
e mantém as fibras do tecido conjuntivo denso. A orientação das fibras colágenas determina se o 
tecido conjuntivo denso é modelado ou não modelado. 
O tecido conjuntivo não modelado constitui a derme, camada intermediária da pele. 
No tecido conjuntivo denso modelado, as fibras são organizadas paralelas umas às outras e 
alinhadas com os fibroblastos. Esse tipo de tecido é encontrado nos tendões (estruturas que fazem 
a ligação dos músculos com os ossos) e ligamentos (estruturas presentes nas articulações, 
responsáveis por manter os ossos unidos. 
 
Figura 9. Estrutura da pele. A epiderme é formada por várias camadas de células, sendo a camada superficial a mais queratinizada. Note que 
as glândulas sebácea e sudorípara, assim como o folículo piloso são estruturas da epiderme. A derme é a camada intermediária da pele, 
formada por tecido conjuntivo vascularizado e inervado. A hipoderme é a camada mais interna da pele, constituída por adipócitos. Fonte: 
Shutterstock. 
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3.3 TECIDO CONJUNTIVO ADIPOSO 
O tecido adiposo é um dos tecidos conjuntivos especializados, no qual predominam os 
adipócitos, células que armazenam gordura (principalmente triglicérides). Quando os adipócitos 
formam grandes agregados, constituem o tecido adiposo, que é distribuído em várias regiões do 
corpo. A gordura é uma forma eficaz de armazenamento, já que tem cerca do dobro da densidade 
calórica de carboidratos e proteínas. Enquanto os triglicerídeos fornecem 9,3 kcal/g, o glicogênio 
(armazenado em células musculares e hepáticas) fornece apenas 4,1 kcal/g. 
 
Funções básicas: modelar a superfície do corpo, proteger contra choques mecânicos, contribuir para 
isolamento térmico do organismo, preencher espaço entre tecidos, auxiliar a manter certos órgãos 
em posição normal e secretar diversas moléculas. 
 
A camada de tecido adiposo é a camada mais interna da pele chamada de hipoderme, e pode 
ser mais ou menos desenvolvida conforme a região do corpo e o estado nutricional do indivíduo. Em 
geral, a hipoderme é bem desenvolvida na coxa, na parede inferior do abdômen e nas regiões glútea 
e lombar. A diferença de contorno do corpo em homens e mulheres, uma das características sexuais 
secundárias, é resultado de diferentes espessuras da camada de tecido adiposo nas diferentes 
regiões do corpo. 
Em algumas regiões, o tecido adiposo tem função de diminuir impactos, é o caso do que está 
localizado na palma da mão, na planta do pé e do corpo adiposo da órbita (em torno do bulbo do 
olho). O tecido adiposo localizado nestes locais não diminui mesmo em períodos nos quais há 
redução da ingestão de calorias. 
Há dois tipos de tecido adiposo: tecido adiposo marrom e o tecido adiposo branco. 
 
3.3.1 Tecido adiposo marrom (ou multilocular) 
O tecido adiposo marrom é encontrado nos neonatos de todos os mamíferos, mantendo-se 
presente em quantidades consideráveis apenas em indivíduos adultos das espécies hibernantes. Os 
depósitos de tecido adiposo marrom estão praticamente ausentes em humanos adultos, mas são 
encontrados em fetos e recém-nascidos. Ele recebe esse nome devido à sua cor, decorrente da 
vascularização abundante e da presença de mitocôndrias (que são ricas em citocromos que lhes 
confere cor avermelhada). 
Os adipócitos marrons contêm várias gotículas de gordura de tamanho variado na célula. O 
núcleo está localizado na periferia e não é achatado. O citoplasma tem um pequeno aparelho de 
Golgi, pequena quantidade de retículo endoplasmático rugoso e liso e numerosas mitocôndrias. 
Essas mitocôndrias possuem termogenina, uma proteína presente na membrana interna que faz 
com que a célula gere calor sem sintetizar ATP. Isso acontece porque a termogenina interrompe o 
fluxo de elétrons da cadeia respiratória (na respiração celular) e utiliza a energia liberada pela 
oxidação de metabólitos, principalmente ácidos graxos, para gerar calor. 
 
Função básica: produção de calor (termogênese) e regulação da temperatura corporal. 
 
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Em animais que hibernam, o tecido adiposo marrom é abundante e inapropriadamente 
denominado glândula hibernante. Este tecido serve como fonte imediata de energia utilizada pelo 
animal quando acorda da hibernação. Recém-nascidos humanos possuem tecido adiposo marrom 
em grande quantidade, com ampla distribuição nos dez primeiros anos de vida, porém sua 
quantidade diminui gradualmente com o desenvolvimento e desaparece na maior parte das regiões 
do corpo, permanecendo em torno dos rins, aorta, regiões do pescoço e no mediastino (região do 
tórax localizada entre os pulmões). 
 
Figura 10. Urso pardo hibernando. Fonte: Shutterstock. 
 
3.3.2 Tecido adiposo branco (amarelo, comum ou unilocular) 
O tecido adiposo branco tem coloração que pode variar entre o branco e o amarelo, 
dependendo da quantidade de pigmentos carotenoides dissolvidos nas gotas lipídicas. Esse é o 
tecido adiposo predominante em adultos. 
Os adipócitos são grandes e esféricos, mas a presença de uma única grande gota de lipídio 
confere aspecto achatado e deslocado do núcleo, além de uma fina camada de citoplasma entre a 
membrana plasmática e a gota lipídica. A vascularização deste tecido é muito abundante e ele 
apresenta nervos inseridos em septos de tecido conjuntivo. Desses septos partem fibras reticulares 
de colágeno que sustentam as células adiposas. 
 
Figura 11. Adipócito. Fonte: Shutterstock. 
 
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3.4 TECIDO CONJUNTIVO CARTILAGINOSO 
O tecido cartilaginoso (ou somente cartilagem) é um dos tecidos conjuntivos especiais, de 
consistência rígida, no qual as células e a matriz extracelular são altamente especializadas. Ele é 
avascular, o que limita a espessura das cartilagens, e não possui nervos e terminações nervosas. O 
tecido cartilaginoso forma o esqueleto de alguns animais vertebrados, como os cações, tubarões e 
raias, que são, por isso, chamados de peixes cartilaginosos. 
Existem dois tipos de células nas cartilagens, sendo que um deriva do outro: os condroblastos 
produzem fibras colágenas, fibras reticulares e a substância fundamental. Esses componentes 
tornam a matriz extracelular flexível, porém é sólida e firme., com aspecto de borracha. Isso 
possibilita que as cartilagens se adaptem bem à sustentação de peso, particularmente nas 
articulações. Após a formação da cartilagem, os condroblastos diminuem seu metabolismo e sofrem 
uma retração de volume, tornando-se condrócitos. 
Os condrócitos são as principais células das cartilagens e secretam colágeno, proteoglicanos 
e glicoproteínas, portanto, possuem o complexo de Golgi bastante desenvolvido. 
 
Funções básicas: são essenciais para a formação e crescimento de ossos longos, dão suporte às 
estruturas moles e revestem superfícies articulares para absorver choques e facilitar o deslizamento 
de ossos nas articulações. 
As cartilagens são classificadas em elástica, hialina e fibrosa, de acordo com as características 
da matriz extracelular. 
 
Figura 12. Tipos de cartilagem. Fonte:Shutterstock. 
 
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✓ Cartilagem elástica: a característica da cartilagem elástica é a matriz rica em fibras elásticas, além 
de fibrilas de colágeno e da substância fundamental. A maior parte das estruturas que têm 
cartilagem elástica têm funções de vibração, como é o caso da laringe para a formação de som ou 
da orelha externa que capta as ondas sonoras. 
 
✓ Cartilagem hialina: é o tipo de cartilagem encontrada com maior frequência no corpo humano. 
Esta cartilagem forma o esqueleto inicial do feto e é a precursora dos ossos que formarão o 
esqueleto ósseo. Em adultos, ela está presente na articulação dos ossos, nas cavidades nasais, na 
traqueia, na laringe, nos brônquios e nas cartilagens costais. Nas vias aéreas, como a traqueia, 
brônquios e laringe, a cartilagem hialina forma um arcabouço estrutural que mantém esses 
órgãos abertos. 
 
O pericôndrio, tecido conjuntivo que serve como fonte para novas células cartilaginosas, 
geralmente circunda a cartilagem hialina. Ele é importante para que ocorram nutrição, 
oxigenação e eliminação de restos metabólicos, já que ele é vascularizado e a cartilagem, não. 
 
✓ Cartilagem fibrosa ou fibrocartilagem: é um tecido fibroso e denso, resistente à alteração 
degenerativa, que contém fibroblastos e pequenos grupos de condrócitos. Suas células são 
ovoides e a matriz contém feixes grandes de fibras colágenas espessas. A fibrocartilagem ocorre, 
geralmente, em locais nos quais o tecido precisa resistir à compressão e ao desgaste, por 
exemplo, nos discos intervertebrais, nos discos articulares, nos meniscos da articulação do joelho 
e em lugares onde os tendões se ligam aos ossos. 
 
3.5 TECIDO CONJUNTIVO ÓSSEO 
O tecido ósseo se diferencia dos demais tecidos conjuntivos por ter a matriz extracelular 
mineralizada por cálcio, o que torna este tecido extremamente duro. Por isso ele é o principal 
constituinte do esqueleto. 
 
Funções básicas: proteção dos órgãos e sustentação do corpo. Os ossos do esqueleto servem de 
suporte aos tecidos moles e protegem órgãos vitais localizados na cavidade torácica, no canal 
vertebral, na pelve e na caixa craniana. Atuam também como alavancas para os músculos estriados 
esqueléticos neles fixados e produzem movimentos pela contração muscular. Os ossos possuem 
ainda a função de depósito de certos minerais, como o cálcio, o fósforo e alguns íons. 
......... 
O esqueleto tem, aproximadamente, 99% do cálcio do organismo, que pode ser mobilizado 
para manter a calcemia (concentração de cálcio no sangue) constante e, consequentemente, 
garantir o funcionamento normal do organismo. Para que os níveis necessários sejam mantidos, há 
uma troca constante entre o cálcio dos ossos e do plasma do sangue que, uma vez aumentado após 
a alimentação, é rapidamente depositado nos ossos. 
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O interior dos ossos contém a medula óssea, que se apresenta em dois tipos: medula óssea 
amarela, constituída por tecido adiposo, e medula óssea vermelha, constituída por células do 
sangue. Em recém-nascidos, a medula óssea em todos os ossos é vermelha. Com o avançar da idade, 
ela é substituída pela medula óssea amarela, de modo que no indivíduo adulto a medula óssea 
vermelha é encontrada apenas nas epífises dos ossos longos (fêmur e úmero), no osso esterno, nas 
vértebras, nas costelas, nos ossos do crânio e na parte ilíaca do osso do quadril. 
Uma membrana de tecido conjuntivo fibroso chamada periósteo reveste exteriormente os 
ossos, exceto nas cartilagens. Além de envolver e nutrir as faces externas dos ossos, o periósteo 
também deposita tecido ósseo durante consolidações de fraturas formando uma ótima estrutura 
para fixação de tendões e ligamentos. 
 
Figura 13. Estrutura de um osso longo. Fonte: Shutterstock. 
 
Os ossos são compostos por uma matriz extracelular composta por fibras colágenas dispostas 
paralelamente entre si ou em conjuntos concêntricos em torno de um canal central (canal de 
Havers), por onde passam nervos e vasos sanguíneos. Do canal de Havers se ramificam canais 
transversais que realizam a comunicação entre as fibras colágenas, a medula e o periósteo. Assim, 
os ossos constituem estruturas com alta sensibilidade, metabolismo elevado e capacidade de 
regeneração, e são tidos como estruturas “vivas”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 14. À esquerda, seção transversal de um osso, evidenciando as células do tecido ósseo. À direita, um osteócito. Fonte: Shutterstock. 
 
Os tipos celulares do tecido ósseo são: os osteoblastos, os osteócitos e os osteoclastos. Os 
osteoblastos produzem a MEC, os osteócitos possuem baixa atividade metabólica e os osteoclastos 
participam da reabsorção óssea. 
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As células de revestimento ósseo são as células osteoprogenitoras, localizadas na superfície 
interna dos ossos. Estas células podem permanecem em repouso ou entrar em atividade quando há 
produção de osso, desenvolvendo-se em osteoblastos. Assim que o processo de formação óssea é 
concluído, o osteoblasto torna-se um osteócito. Portanto, células osteoprogenitoras, osteoblastos e 
osteócitos podem ser consideradas formas moduladas do mesmo tipo celular, já que cada uma sofre 
transformação de uma forma para outra em relação à atividade funcional. Já os osteoclastos têm 
origem a partir de uma linhagem celular diferente. 
 
Matriz óssea 
A matriz óssea é formada por elementos orgânicos (fibras colágenas, proteoglicanos e 
glicoproteínas) e elementos inorgânicos (íons fosfato, cálcio, bicarbonato, magnésio, potássio, sódio 
e citrato). As fibras colágenas são os elementos mais abundantes da parte orgânica da matriz e 
responsáveis pela dureza e resistência do tecido ósseo. Quando os ossos perdem cálcio, eles 
mantêm sua forma, porém, tornam-se muito flexíveis. Já quando perdem colágeno, o osso torna-se 
quebradiço. 
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Osteoporose 
 
O tecido ósseo pode ser classificado em compacto e esponjoso (ou trabecular) quando se faz a observação 
macroscópica em ossos seccionados. O tecido ósseo compacto tem aparência mais sólida, sem espaços ou 
cavidades visíveis, enquanto no esponjoso há numerosas cavidades. 
Em ossos longos, o corpo do osso ou diáfise (parte tubular entre as extremidades do osso) é quase que 
completamente formado por tecido ósseo compacto, com pequena quantidade de osso esponjoso internamente 
delimitando o canal medular. Nas extremidades dos ossos longos (epífises), há predomínio de tecido esponjoso 
revestido por fina camada de osso compacto. 
 
Figura 15. Os quatro estágios da osteoporose. Fonte: shutterstock. 
 
Com o tempo, a absorção das células velhas aumenta e a formação de novas células ósseas diminui. O 
resultado é que os ossos se tornam mais porosos, perdem resistência. A osteoporose é uma condição metabólica 
assintomática que se caracteriza pela diminuição progressiva da densidade óssea e aumento do risco de fraturas. 
Perdas mais leves de massa óssea caracterizam a osteopenia. Perdas maiores são próprias da osteoporose e 
podem ser responsáveis por fraturas espontâneas ou causadas por pequenos impactos, como um simples espirro 
ou uma crise de tosse, por exemplo. 
 
Fonte: https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/osteoporose/ 
 
 
3.6 TECIDO CONJUNTIVO SANGUÍNEO 
O sangue é um dos tecidos conjuntivos especiais. O corpo de uma pessoa adulta tem, em 
média, cinco litros de sangue circulando e o volume que esse sangue representa é de 
aproximadamente 7% da massa corporal. Os constituintes do sangue são os elementos figurados e 
o plasma que contribuem com,aproximadamente, 45% e 55% do volume do sangue, 
respectivamente. Os elementos figurados do sangue formam a camada celular do tecido e dividem-
se em hemácias (eritrócitos ou glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas, 
todos suspensos no plasma. O plasma é o líquido intercelular que dá as propriedades líquidas ao 
sangue. 
 
Funções básicas: termorregulação, regulação do equilíbrio ácido-básico do meio e do equilíbrio 
osmótico dos tecidos, transporte (de nutrientes, oxigênio, dióxido de carbono, metabólitos e 
nutrientes), combate a infecções e condução de substâncias reguladoras de muitas atividades do 
organismo, tais como os hormônios. 
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/osteoporose/
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3.6.1 Plasma 
O plasma é constituído em sua maior parte por água (91 – 92%), mas também por sais 
minerais, proteínas, aminoácidos, vitaminas, carboidratos, ácidos graxos, hormônios e lipoproteínas. 
Ele é solvente para vários solutos, tais como proteínas, gases, eletrólitos, nutrientes, materiais 
residuais e substâncias reguladoras. 
As proteínas do plasma são as globulinas, albuminas, lipoproteínas, fibrinogênio e 
protrombina. O fibrinogênio é sintetizado no fígado e atua na coagulação do sangue. Albuminas são 
as menores proteínas, também sintetizadas pelo fígado e relacionadas à pressão osmótica exercida 
sobre a parede dos vasos sanguíneos – por isso, sua deficiência causa edema1. As globulinas têm 
como seu maior componente as imunoglobulinas, que são anticorpos (moléculas funcionais do 
sistema imune). 
 
3.6.2 Hemácias (glóbulos vermelhos ou eritrócitos) 
Conhecidas por sua cor vermelho brilhante, as células vermelhas são o 
tipo celular mais abundante no sangue, correspondendo a cerca de 45% de seu 
volume. A forma de um glóbulo vermelho é um disco bicôncavo com um centro 
achatado. 
Ao contrário de muitas outras células, os glóbulos vermelhos não têm núcleo e podem 
facilmente mudar de forma, o que facilita a sua adaptação aos vários vasos sanguíneos do corpo. No 
entanto, enquanto a falta de um núcleo torna um glóbulo vermelho mais flexível, ele também limita 
a vida da célula à medida que viaja através dos menores vasos sanguíneos, danificando as 
membranas da célula e esgotando seu suprimento de energia. O glóbulo vermelho sobrevive em 
média apenas 120 dias. 
Os glóbulos vermelhos contêm uma proteína especial chamada hemoglobina, que ajuda a 
transportar oxigênio dos pulmões para o resto do corpo e, em seguida, retorna o dióxido de carbono 
do corpo para os pulmões, para que ele possa ser exalado. O sangue é vermelho por causa do grande 
número de glóbulos vermelhos, que obtêm sua cor da hemoglobina. 
 
3.6.3 Leucócitos (ou glóbulos brancos) 
Os glóbulos brancos protegem o corpo 
contra infecções. Eles são muito menos 
numerosos que os glóbulos vermelhos, 
representando cerca de 1% do seu sangue, e 
podem ser divididos em granulócitos 
(apresentam grânulos no citoplasma) e 
agrunolócitos. Outra característica marcante 
entre os tipos de leucócitos é a variação que 
apresentam no formato do núcleo. 
 
1 O inchaço causado por excesso de líquido retido nos tecidos do corpo. 
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O tipo mais comum de glóbulos brancos é o neutrófilo, que é a célula de resposta imediata 
e representa 55 a 70% da total de glóbulos brancos. Cada neutrófilo vive menos de um dia, portanto, 
sua medula óssea deve constantemente fabricar novos neutrófilos para manter a proteção contra 
infecções. Os neutrófilos possuem núcleo triblobado. 
Outro tipo de leucócitos são os eosinófilos. Eles são responsáveis por fagocitar apenas 
determinados elementos, e desempenham papel importante na resposta do organismo a reações 
alérgicas. Constituem cerca de 7% dos glóbulos brancos circulante, mas comumente aumentam em 
número na ocorrência de infecções parasitárias, bacterianas ou fúngicas, doenças inflamatórias da 
pele ou ainda outras doenças inflamatórias. Apresentam núcleo bilobado. 
O terceiro tipo de leucócito granular é o basófilo, que apresenta grânulos muito grandes que 
podem mascarar o núcleo. Os basófilos também se relacionam com os casos de alergia e inflamação 
(asma, rinite, urticária) e são responsáveis pela liberação de heparina (um anticoagulante do sangue) 
e histamina (um vaso dilatador). Em processos alérgicos, a combinação dessas susbtâncias permite 
que o sangue flua sem entraves e em maior quantidade para combater o agente invasor. 
 
Figura 16. Leucócitos granulócitos: neutrófilo, eosinófilo e basófilo respectivamente. Fonte: Shutterstock. 
 
Dentre os leucócitos agranulócitos, temos o monócito. Os monócitos possuem um núcleo 
característico em forma de rim, e fagocitam bactérias, vírus, fungos e restos de células mortas. 
O outro tipo principal de glóbulos agranulócitos é o linfócito. Os linfócitos possuem um 
núcleo bastante condensado, que ocupa quase todo o citoplasma celular e estão ligados aos 
mecanismos de defesa do corpo. Existem duas populações principais dessas células. Os linfócitos T 
ajudam a regular a função de outras células do sistema imunológico e atacam diretamente várias 
células e tumores infectados. Os linfócitos B produzem anticorpos, proteínas que visam eliminar 
especificamente bactérias, vírus e outros materiais estranhos. 
 
Figura 17. Leucócitos agranulócitos: monócito, linfócito T e linfócito B respectivamente. Fonte: Shutterstock. 
 
 
 
 
 
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3.6.4 Plaquetas (Trombócitos) 
Ao contrário dos glóbulos vermelhos e brancos, as plaquetas não são células, mas sim 
pequenos fragmentos de células, anucleados. As plaquetas ajudam o processo de coagulação do 
sangue. Quando um ferimento ocorre, os vasos sanguíneos diminuem de calibre (para evitar a perda 
de sangue) e a ação das plaquetas resulta na formação de um coágulo de fibrina, que cobre a ferida 
e impede que o sangue vaze. A fibrina também forma o “piso” inicial sobre o qual novas camadas de 
tecido irão crescer, promovendo assim a cicatrização. 
 
Passo a passo da coagulação sanguínea 
 
 
As plaquetas correspondem a menos de 1% do volume do sangue. Um número de plaquetas 
acima do normal pode causar coágulos desnecessários, acarretando derrames e ataques cardíacos; 
no entanto, graças aos avanços feitos nas terapias antiplaquetárias, existem tratamentos disponíveis 
para ajudar a prevenir esses eventos potencialmente fatais. Por outro lado, as contagens inferiores 
às normais podem levar a hemorragias extensas. 
 
3.6.5 Hematopoiese 
Hematopoiese é o processo de produção de células sanguíneas, no qual ocorre a renovação, 
proliferação, diferenciação e maturação celular. 
 
Ele ocorre na medula óssea vermelha e, em menor grau, nos tecidos linfoides (baço e gânglios 
linfáticos). A medula óssea amarela contém principalmente adipócitos e conserva o potencial 
hematopoiético em situações de hemorragia, alguns tipos de intoxicação e irradiação. Nesses casos, 
a medula amarela pode voltar a ser medula óssea vermelha para que ocorra a produção de novas 
células sanguíneas. 
 Ocorre que, dentro da medula óssea, todas as células sanguíneas se originam das células-
tronco hematopoiéticas. Estas originam duas células precursoras chamadas mieloide progenitor e 
linfoide progenitor. A célula mieloide dá origem às hemácias, às plaquetas e a uma célula 
diferenciada chamada mieloblasto, que por sua vez origina os glóbulos brancos (basófilos, 
neutrófilos, eosinófilos e monócitos). Já o linfoide origina o linfoblasto, que dá origem aos linfócitos 
T e B. 
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Figura18. Hematopoiese. Fonte: Shutterstock. 
 
 
(OBB/2015) 
 
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Embora os tecidos representados na figura tenham diversas diferenças, pode-se afirmar que 
todos são tecidos conjuntivos uma vez que: 
a) sua origem é mesodérmica e possuem muita substância intercelular 
b) sua origem é ectodérmica e possuem muita substância intercelular 
c) sua origem é mesodérmica e possuem pouca substância intercelular 
d) sua origem é ectodérmica e possuem pouca substância intercelular 
e) sua origem é endodérmica e possuem muita substância intercelular 
Comentários 
Tecido conjuntivo é a denominação comum para designar um grupo diversificado de tecidos 
com funções variadas e que, de forma geral, estão relacionadas com o estabelecimento e 
manutenção da forma do corpo. Eles têm origem mesodérmica, ampla distribuição no corpo 
humano e apresentam abundante matriz extracelular entre suas células, variando sua composição 
e consistência (que pode ser desde fluida a calcificada, conforme o tecido em que ocorrem). Fazem 
parte do tecido conjuntivo: o tecido conjuntivo propriamente dito (frouxo e denso), o tecido 
adiposo, o tecido cartilaginoso, o tecido ósseo e o tecido sanguíneo. 
Gabarito: A. 
 
(UFJF MG/2015) Mamíferos aquáticos, como os cetáceos, possuem um revestimento de tecido 
adiposo que serve, principalmente, para evitar a perda de calor. Em humanos, o corpo é mais ou 
menos envolvido por uma camada de gordura que se localiza abaixo da pele. Marque a afirmativa 
CORRETA, a qual mostra o nome das células desse tecido em I, a(s) substância(s) que armazena(m) 
em II e um exemplo de suas funções em III. 
a) I – adiposas; II - hemoglobina; III - isolante térmico. 
b) I – condroblastos; II - triglicerídeos; III - evita choques mecânicos. 
c) I – fibroblastos; II - colágeno; III - preenchimento de espaços. 
d) I – adiposas; II - gorduras ou lipídeos; III - reserva de energia. 
e) I – osteoblastos; II – minerais; III - formação dos ossos. 
Comentários 
 O tecido conjuntivo adiposo possui a função principal de reserva de energia, através do 
armazenamento de lipídios, especialmente triglicérides. 
 A alternativa A está errada, porque a hemoglobina é a proteína que carrega o sangue nas 
hemácias (células sanguíneas vermelhas). 
 A alternativa B está errada, porque os condroblastos são células que compões o tecido 
cartilaginoso, não o adiposo. Os condroblastos são as células que formam a matriz da cartilagem e 
estão presentes no tecido conjuntivo que a nutre (chamado pericôndrio). 
 A alternativa C está errada, porque, apesar de os fibroblastos de fato sintetizarem colágeno, 
uma das substâncias que preenche os espaços entre as células (matriz extracelular), ele não é o tipo 
celular do tecido adiposo, que é tecido tratado no enunciado. 
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 A alternativa D está certa. 
 A alternativa E está errada, porque os osteoblastos são um dos tipos de célula do tecido 
ósseo, responsáveis pela mineralização das células e formação dos ossos. Assim como a letra C, não 
têm nada a ver com o pedido no enunciado. 
Gabarito: D. 
 
(UNISC RS/2015) Os aparelhos ortodônticos exercem forças diferentes daquelas a que os dentes 
estão naturalmente submetidos. Nos pontos em que há pressão ocorre reabsorção óssea, enquanto 
no lado oposto há deposição. Desse modo, o dente é deslocado na arcada dentária, à medida que o 
osso alveolar é remodelado. Este é um exemplo da plasticidade do tecido ósseo, apesar das 
características de rigidez deste tecido. O processo de reabsorção acima descrito ocorre através da 
atividade dos 
a) fibroblastos. 
b) condroblastos. 
c) osteoblastos. 
d) osteócitos. 
e) osteoclastos. 
Comentários 
A reabsorção óssea é a função desempenhada pelos osteoclastos. Os osteoblastos participam 
da mineralização do tecido ósseo e os osteócitos são as células maduras do tecido ósseo, que 
sintetizam e reabsorvem componentes da matriz extracelular, entre eles o cálcio. Assim, a 
alternativa E está certa e é o nosso gabarito. 
Os fibroblastos são células constituintes da matriz extracelular dos tecidos conjuntivos, 
responsáveis, entre outras coisas, pela síntese de colágeno. Já os condroblastos são células do tecido 
cartilaginoso. 
Gabarito: E. 
 
(UECE/2015) Todas as células do sangue são originadas na medula óssea vermelha a partir das 
células indiferenciadas, mas ao final do processo de diferenciação celular, assumem formas e 
funções especializadas. Dentre as células sanguíneas listadas abaixo, as que possuem a função de 
defesa, de coagulação e de transporte de oxigênio, respectivamente, são: 
a) trombócitos, neutrófilos, hemácias. 
b) plaquetas, eritrócitos, leucócitos. 
c) leucócitos, trombócitos, eritrócitos. 
d) eosinófilos, leucócitos, hemácias. 
Comentários 
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Os glóbulos brancos ou leucócitos são as células sanguíneas responsáveis pela defesa do 
organismo. As plaquetas (ou trombócitos) são os fragmentos celulares responsáveis por realizar a 
coagulação do sangue e permitir a cicatrização do tecido. E as hemácias (glóbulos vermelhos ou 
eritrócitos) são as células sanguíneas responsáveis pelo transporte de oxigênio para todo o corpo. 
Neutrófilos e eosinófilos são subtipos de leucócitos. 
Gabarito: C. 
 
4. TECIDO NERVOSO 
O tecido nervoso é sensível a vários tipos de estímulos, tanto internos quanto externos ao 
organismo, e por isso é um dos tecidos mais especializados. Ele inicia seu desenvolvimento no 
embrião com aproximadamente 14 - 16 dias, a partir de um espessamento da ectoderme chamado 
de placa neural. A placa neural sofre profundas modificações e, aos 24 dias, forma o tubo neural e a 
crista neural, como vimos na aula passada. 
O tubo neural dará origem ao sistema nervoso central constituído pelo encéfalo e pela 
medula espinhal. Enquanto a crista neural origina o sistema nervoso periférico, composto pelos 
gânglios, nervos periféricos, além de algumas células da medula da glândula suprarrenal. 
 
Funções básicas: receber e transmitir impulsos elétricos. 
 
No tecido nervoso, a matriz extracelular praticamente não existe, e os componentes 
celulares constituem neurônios e células da glia. Os neurônios têm, de fato, a função de receber e 
transmitir os estímulos nervosos, permitindo ao organismo responder às alterações do meio. Já as 
células da glia, também chamadas de neuróglia, são, na verdade, vários tipos celulares que possuem 
função de nutrição e sustentação das células nervosas, além da produção de mielina (envoltório 
característico que envolve algumas células do sistema nervoso). 
 
4.1 Neurônios 
Os neurônios (ou células nervosas) têm a função de receber e transmitir os estímulos 
nervosos, permitindo ao organismo responder às alterações do meio. Eles são compostos por três 
partes: corpo celular (soma ou pericário), dendritos e axônios. A condução do impulso nervoso se 
dá sempre na direção dendrito → corpo celular → axônio. 
No corpo celular encontra-se um núcleo grande e arredondado, com um nucléolo bem visível, 
e as organelas citoplasmáticas. Dentre elas, destaca-se a grande quantidade de mitocôndrias e o 
retículo endoplasmático rugoso bem desenvolvido. Isso porque esta célula altamente especializada 
necessita de energia para realizar a transmissão do impulso nervoso. 
Do corpo celular partem prolongamentos ramificados chamados dendritos. São eles que 
realizam as conexões nervosas e recebem a maioria dos estímulos nervosos. 
O prolongamento celular único, delgado e alongado, de espessura constante, que parte do 
corpo celular e apresenta ramificações em sua porção terminal é chamado de axônio. O axônio pode 
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medir desde frações de milímetros até quase um metro de comprimento, e é responsável pela 
condução do impulso nervoso para outros neurônios ou tipos celulares. As ramificações finais do 
axônio possuem uma dilatação com pequenas microvesículas portadoras de neurotransmissores. 
 
Figura 19. Estrutura do neurônio. Fonte: Shutterstock. 
 
Em relação aos seus prolongamentos, os neurônios podem se dividir em: neurônios 
multipolares, neurônios bipolares, neurônios pseudo-unipolares e neurônios unipolares. 
Os neurônios multipolares possuem vários dendritos e um axônio, e constituem a maioria 
dos neurônios do tecido nervoso. Os neurônios bipolares possuem apenas dois prolongamentos 
partindo do corpo celular, um dendrito e um axônio. Os neurônios pseudo-unipolares possuem 
apenas um prolongamento deixando o copo celular. E os neurônios unipolares apesentam os 
dendritos partindo do mesmo prolongamento que forma o axônio, ambos de mesmo lado. 
 
Figura 20. Tipos de neurônios. Fonte: Shutterstock. 
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4.2 Células da glia 
As células da glia desempenham as funções de nutrição, sustentação e defesa do tecido 
nervoso. Elas são: os oligodendrócitos, as células de Schwann, os astrócitos, as células ependimárias 
e a micróglia. O conjunto formado por axônio e o envoltório de células gliais que o revestem é 
chamado de fibra nervosa. 
 
Figura 21. Células da glia. Fonte: Shutterstock. 
 
Os oligodendrócitos são as células da glia responsáveis pela formação e manutenção 
da bainha de mielina dos axônios no sistema nervoso central (SNC). Em suas características físicas, 
os oligodendrócitos possuem um corpo celular arredondado e pequeno, com alguns 
prolongamentos curtos, finos e pouco ramificados. Esses prolongamentos têm a função de envolver 
os axônios do neurônio, formando uma bainha de mielina. A bainha funciona como isolante 
térmico, propagando o impulso nervoso ao longo do axônio mais rapidamente. 
Quando o axônio é recoberto por várias camadas (dobras) de mielina, dizemos que ele é uma 
fibra nervosa mieliníca. Já quando apenas uma camada o reveste, ele constitui uma fibra nervosa 
amielínica. A condução do impulso nervoso é, portanto, mais rápida nas fibras mielínicas. 
Contudo, nas fibras mielínicas existem descontinuidades entre as regiões mielinizadas, nas 
quais o axônio fica exposto, chamadas de nó de Ranvier. O impulso nervoso é conduzido “saltando” 
de uma bainha para a próxima. Um único oligodendrócito forma a bainha de mielina de mais de um 
neurônio. 
As células de Schwann possuem a mesma função que os oligodendrócitos, porém formam a 
bainha de mielina do sistema nervoso periférico, e, diferentemente dos oligodendrócitos, não são 
capazes de formar a bainha de várias fibras, apenas de uma. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Neur%C3%B3glia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bainha_de_mielina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ax%C3%B4nio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_nervoso_central
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Figura 22. Formação da bainha de mielina. Os oligodendrócitos (ou as células de Schwann) envolvem o axônio (1) e começam a se enrolar em 
torno dele de forma a construir camadas de células (2). A bainha de mielina se forma, constituída por várias camadas de oligodndrócitos (3). 
Fonte: Shutterstock. 
 
 
VOCÊ SABIA? 
 
Na doença degenerativa conhecida como esclerose múltipla ocorre uma deterioração 
gradual da bainha de mielina, resultando na perda progressiva da coordenação nervosa. 
Essa doença inflamatória é crônica, e por motivos ainda desconhecidos (talvez genéticos 
ou ambientais), o sistema imunológico começa a agredir a bainha de 
mielina comprometendo a função de todo o sistema nervoso. 
A característica mais importante da esclerose múltipla é a imprevisibilidade dos surtos. 
Em geral, a doença acomete pessoas jovens, entre 20 e 30 anos, preferencialmente 
mulheres, e provoca dificuldades motoras e sensitivas. 
 
Os astrócitos são células em formato de estrela responsáveis, principalmente, por sustentar e 
nutrir os neurônios. Eles ligam os neurônios aos capilares e à meninge (membrana protetora do 
encéfalo) e retiram do sangue íons e moléculas que serão utilizadas pelo neurônio. 
As células ependimárias são células epiteliais que revestem partes do SNC e, em alguns locais, 
atuam na movimentação do líquido cefalorraquidiano (fluído corporal incolor encontrado no 
cérebro e na medula espinhal). 
As micróglias atuam como macrófagos, sendo responsáveis pela defesa do tecido nervoso. São 
as menores células da glia e apresentam-se alongadas e com prolongamentos irregulares. 
 
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Nervos e gânglios 
Fazem parte ainda do tecido nervoso os nervos e gânglios. Os nervos são um conjunto de 
fibras nervosas organizadas em feixes e unidas por tecido conjuntivo. Neles podem ocorrer 
combinações de fibras motoras e sensitivas, que podem ser mielínicas ou não. 
Os nervos e as fibras nervosas são revestidos por tecido conjuntivo formando várias 
camadas. São elas epineuro, perineuro e endoneuro. O epineuro é a camada mais externa, que 
envolve todo o nervo. O perineuro reveste cada feixe nervoso e é derivado de invaginações do 
epineuro. É formado por camadas concêntricas de fibroblastos envolvidos por lâmina basal e unidos 
por junções de oclusão. O endoneuro rodeia cada fibra nervosa. É constituído por tecido conjuntivo 
frouxo, produzido pelas células de Schwann, e capilares. 
Os nervos podem ser divididos dependendo de sua origem: os que se conectam diretamente 
ao encéfalo são chamados de nervos cranianos; já os que se conectam à medula espinal são 
chamados de nervos espinhais. Doze pares de nervos cranianos emergem de regiões do encéfalo e, 
funcionalmente, podem ser sensitivos, motores ou mistos. Trinta e um pares de nervos espinhais 
mistos que se conectam à medula espinhal, sendo uma parte composta por axônios sensitivos 
(conectados dorsalmente à medula), e uma parte composta por axônios motores (conectados 
ventralmente à medula). 
 
Figura 23. Estrutura de um nervo. Fonte: shutterstock. 
 
Os gânglios são agregados de corpos celulares de neurônios localizados fora do sistema 
nervoso central e diferenciam-se em dois tipos de gânglios: sensitivos e autônomos. 
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O gânglio sensitivo possui uma cápsula de tecido conjuntivo que representa a continuação do 
epineuro, e cada corpo celular é envolvido por células satélites semelhantes às células de Schwann, 
com a função de sustentação. 
O gânglio autônomo possui corpo celular volumoso, citoplasma com granulações basófilas e 
nucléolo proeminente. Cada neurônio é circundado por células satélites (em menor quantidade em 
relação aos gânglios sensitivos) e por tecido conjuntivo. 
 Veremos detalhadamente o funcionamento do sistema nervoso periférico na aula de 
Fisiologia Humana. 
 
 
(FCM MG/2015) 
 
Tendo como pista o fato de que uma das estruturas indicadas é um tipo de oligodendrócito, 
podemos afirmar que a parte destacada pelas setas no desenho apresentado é um(a): 
a) Retículo endoplasmático secretor. 
b) Complexo lameloso de Golgi. 
c) Sinapse neuro-muscular. 
d) Fibra nervosa mielínica. 
Comentários 
 Os oligodendócitos são as células da glia com poucos prolongamentos curtos que envolvem 
mais de um axônio para formar a bainha de mielina. O conjunto formado por axônio e o envoltório 
de células gliais que o revestem é chamado de fibra nervosa. Como na ilustração é possível ver 
nitidamente uma bainha de mielina,

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