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ECONOMIA EM TEMPOS DE PANDEMIA (Monica de Bolle) - TEMPORADA 1

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ECONOMIA EM TEMPOS DE PANDEMIA, por Monica de
Bolle
Anotações por Bruno Pilla (@pillabr)
TEMPORADA 1: A CHEGADA
12/03/2020 - PANDEMIA GLOBAL E O QUADRO ECONÔMICO - VÍDEO 01
- O Brasil precisa se preparar para essa crise econômica inédita advinda de
uma pandemia global;
- Os gestores de polí ca econômica podem apenas atenuar esse choque,
uma vez que ele decorre de questões de saúde;
- Será preciso flexibilizar o Teto de Gastos no Brasil, expandindo o
inves mento público e a rede de proteção social;
- Este é um momento de ruptura da normalidade.
15/03/2020 - MEDIDAS ECONÔMICAS PARA ENFRENTAR A CRISE - VÍDEO
02
- Esta é uma crise sem precedentes resultante das medidas adotadas para
conter o avanço do coronavírus: forte retração da demanda e da oferta; a
parada súbita na economia será maior que a do 11 de Setembro e da crise
de 2008;
- Os gestores públicos devem adotar a estratégia de atenuar o pico da crise,
achatando a curva de transmissão do vírus, para que os sistemas de saúde
não colapsem;
- A economia mundial será paralisada por muitos meses se não forem
adotadas as medidas necessárias;
- A situação macroeconômica brasileira já não era favorável antes da crise;
- O Brasil precisa capacitar o SUS para que dê respostas imediatas, bem
como proteger os mais vulneráveis (idosos de renda baixa, informais, os que
trabalham em empregos precários);
- O suporte a esses vulneráveis deveria vir por meio do aumento do Bolsa
Família em 30% ou 40% e de uma renda básica universal (mínimo de renda
para sobrevivência);
- Medidas setoriais: recursos em crédito para micro, pequenas e médias
empresas;
- Medidas macroeconômicas: inves mento público em infraestrutura para
sustentar a demanda; BNDES também deve contribuir;
- Na área fiscal, é preciso flexibilizar a meta fiscal, u lizar créditos
extraordiários e suspender temporariamente o Teto de Gastos por 2 anos;
- Na crise, os inves dores privados fugirão justamente dos países que não
agirem bem para mi giar os efeito da paralisação.
20/03/2020 - PANDEMIA E ECONOMIA: O QUE É PRECISO SABER - VÍDEO
03
- A pandemia está chegando e vai a ngir o Brasil; deve-se achatar a curva de
transmissão para que os sistemas de saúde não colapsem;
- O governo brasileiro insiste errônea e irresponsavelmente que esta será
uma crise de curto prazo;
- A curva da recessão também precisa ser achatada por meio de medidas;
- As es ma vas de crescimento do PIB brasileiro de 1,5% até 2,5% para 2020
foram revisadas em poucos dias para baixo (queda de 2%); a recessão pode
a ngir pelo menos 6% frente à inércia das autoridades;
- As reformas de médio prazo não são a resposta adequada para esta crise;
- O SUS necessitará de R$ 50 bilhões ou mais: o vírus também afeta jovens
(1/3 dos hospitalizados nos EUA estão na faixa dos 20 aos 44 anos); muitos
precisarão de equipamentos de ven lação mecânica;
- A população economicamente vulnerável no Brasil corresponde a 2/3 do
total e precisará de auxílios;
- O Bolsa Família precisa de maior abrangência e de valor (mais 50% por pelo
menos 12 meses);
- O governo brasileiro anunciou uma renda básica emergencial, o que fora
levantado pelo sociólogo Marcelo Medeiros e pela economista Monica de
Bolle; porém o valor de R$ 200,00 proposta pelo governo é muito pouco (o
valor deveria ser de pelo menos R$ 500,000);
- As medidas setoriais para empresas podem custar até R$ 30 bilhões;
- Os vulneráveis que não recebem o Bolsa Família somam 36 milhões de
pessoas e estão registradas no Cadastro Único;
- Se o auxílio emergencial fosse de R$ 1.000,00, o gasto corresponderia a 7%
do PIB, o que seria financiado pela emissão de dívida; esta é uma conjuntura
de guerra, como destacou a chanceler alemã Angela Merkel;
- Não é o momento de u lizar as reservas internacionais.
21/03/2020 - ESCLARECIMENTO SOBRE CLOROQUINA E A IMPORTÂNCIA
DA RECONVERSÃO INDUSTRIAL - VÍDEO 04
- O alarde do Presidente Trump, seguido por Bolsonaro, sobre a eficácia da
cloroquina no combate ao coronavírus levou à escassez do produto em
farmácia, deixando pacientes com doenças autoimunes que a u lizam sem
acesso;
- No Brasil, a Anvisa tornou o medicamento controlado após o alarde;
- Os estudos envolvendo a cloroquina ainda suscitam dúvidas; ainda não
existe cura para COVID-19;
- Reconversão industrial: u lização de fábricas de engenharia (automóveis,
autopeças) e dos seus empregados para produzirem equipamentos médicos
(ven ladores mecânicos, EPIs) devido à insuficiência dos mesmos no Brasil;
Reino Unido, Alemanha e EUA já estão fazendo isso;
- BNDES deveria fornecer linhas de créditos para micro, pequenas e médias
empresas; o BNDES também deveria ser u lizado na reconversão industrial
das maiores empresas;
- O BNDES possui um corpo técnico bastante capacitado;
- As menores cidades brasileiras têm a desvantagem de estruturas
hospitalares insuficientes.
22/03/2020 - ECONOMIA DE PANDEMIA: E OS TRIBUTOS? - VÍDEO 05
- O Brasil está começando a ficar defasado nas respostas necessárias à crise;
- As medidas de tributação podem ser imediatas ou mediante novas leis;
- Medidas imediatas: reoneração de dividendos (para uma contribuição
equita va); reinterpretação da isenção de dividendos e de juros sobre
capital próprio para que sejam enquadradas como renúncia fiscal no art. 14
da Lei de Responsabilidade Fiscal;
- Dessa forma, o governo poderá reduzir o escopo dessas isenções, gerando
mais recursos para combater a crise;
- Medidas mediatas: inversão da pirâmide tributária brasileira (taxar mais
renda e patrimônio, de forma progressiva, e menos produção e consumo);
- Esta é a pior crise econômica das nossas gerações.
23/03/2020 - ECONOMIA DE PANDEMIA: OS ERROS DO GOVERNO - VÍDEO
06
- A MP 927, que previa a suspensão temporária dos contratos de trabalho
por até 4 meses no seu art. 18, deveria ser completamente revogada;
- A revogação posterior do art. 18 comprova como o governo brasileiro está
desorientado sem um plano;
- O governo anunciou aumento de R$ 4 para R$ 8 bilhões nos recursos
des nados ao SUS, o que é muito pouco; o SUS precisa no mínimo de R$ 50
bilhões;
- Surge consenso sobre a necessidade de uma renda básica emergencial aos
mais vulneráveis, o que até o Presidente Trump está fazendo;
- Essa renda básica deveria ser de no mínimo R$ 500,00, por 12 meses e para
36 milhões de brasileiros não assis dos pelo Bolsa Família;
- A pressão sobre o governo já tem dado resultados posi vos;
- São os cien stas da área de saúde, sobretudo infectologistas e
epidemiologistas, que devem ser ouvidos sobre as medidas sanitárias
necessárias contra a pandemia, e não inves dores e economistas;
- As linhas de créditos a taxas subsidiadas devem ser fornecidas por bancos
públicos para as menores empresas sobreviverem na crise.
24/03/2020 - ECONOMIA versus SAÚDE - VÍDEO 07 
- Esse é um debate falacioso por várias razões; estudos empíricos não
mostram que pessoas morrem mais em períodos de depressão econômica;
ao contrário, as taxas de mortalidade sobem em tempos de expansão;
- Gravidade da COVID-19: taxa de letalidade ainda indefinida (possivelmente
entre 1% a 2%) somada à alta taxa de contágio (bem maior que a do SARS);
- Estudos demonstram que há grande variação de quadros clínicos nos
diferentes pacientes contagiados pelo novo coronavírus;
- Muitos jovens também acabam hospitalizados devido à doença;
- Os governos devem agir para sustentar a economia durante o período de
isolamento e achatar a curva de transmissão;
- A população precisa se conscien zar da importância de ficar em casa.
25/03/2020 - PRIMEIRO A SAÚDE, DEPOIS A ECONOMIA - VÍDEO 08
- Governadores reúnem-se para tomar as medidas necessárias apesar do
posicionamento do Execu vo federal;
- Sem nenhuma medida sanitária, estudos mostram que 60% da população
brasileira (mais de 100 milhões de pessoas) será contaminada rapidamente
pelo coronavírus;
- Se 20% dos contaminados são hospitalizados (nãoé uma “gripezinha”), isso
representaria 20 milhões de brasileiros precisando de internação quase ao
mesmo tempo; isso geraria uma situação caó ca que desmantelaria a
sociedade;
- As economias podem ser reconstruídas após a crise, por isso a saúde das
pessoas deve ser priorizada;
- As medidas econômicas necessárias no Brasil equivalem a elevar em 5% a
relação dívida/PIB; nos EUA foi aprovado um pacote que elevará essa razão
em 10%;
- Uma das razões pelas quais o uso das reservas das internacionais neste
momento não é o mais adequado é que isso desvalorizaria ainda mais o real;
- O isolamento ver cal no contexto brasileiro não é o mais viável;
- Projeções de queda do PIB devem aparecer nas próximas semanas;
- CPMF emergencial também não seria uma boa medida, pois incidiria sobre
bancos e empresas que estão em dificuldade na crise;
- São os supersalários de servidores públicos que devem ser atacados;
- Os EUA aprovaram um pacote de US$ 2 trilhões, que também servirá à
renda básica emergencial;
- No Brasil, o Ministério da Economia já deveria ter tomado as medidas há 2
semanas;
- O governo deve ajudar as empresas para que con nuem pagando os
salários de seus empregados: linhas de crédito subsidiadas por meio de
bancos públicos; para as microempresas o melhor seria o auxílio direto.
26/03/2020 - A RENDA BÁSICA EMERGENCIAL - VÍDEO 09
- Proposta inicial no Congresso: voucher de R$ 500,00 para trabalhadores
informais por 3 meses; o valor deveria ser maior para atender às famílias
mais numerosas, e o prazo no mínimo de 6 meses (a crise será longa);
- No cenário mais o mista, não haverá vacina antes de 12 meses;
- O auxílio também deveria atender a todos os trabalhadores do Cadastro
Único, que somam 77 milhões;
- A professora e a vista polí ca Ta ana Roque aponta que o valor de R$
500,00 por adulto, sem incluir crianças, coloca em desvantagens mães
solteiras com vários filhos nesta crise;
- O governo tem exigido a duração de 3 meses como forma de minimizar a
crise, a qual não vai cessar nesse período;
- Nem todos os informais estão no Cadastro Único, mas o governo pode
iden ficá-los pelo NIS (Número de Iden ficação Social);
- Os especialistas dizem que cerca de 2/3 da população brasileira se
encontram em situação de vulnerabilidade;
- Essa renda básica custaria em torno de 7% do PIB para o Brasil, por meio
de emissão de dívida, o que não quebraria de forma alguma o país, contanto
que se faça uma reforma tributária progressiva;
- No pacote trilionário estadunidense, inclui-se renda básica de US$ 1.200,00
em cheques que as pessoas receberão nas suas casas;
- Monica e Ta ana defendem que a renda básica se torne permanente;
- Essa renda básica não gerará inflação porque a economia se encontra em
retração geral de oferta e de demanda;
- Os mais pobres têm maior propensão marginal para consumir, portanto a
renda básica se reverte posi vamente para a economia.
29/03/2020 - ECONOMIA, SAÚDE E ISOLAMENTO: É HORA DE SE PROTEGER
E DE SE INFORMAR - VÍDEO 10
- O sistema de saúde de Nova York já se encontra em situação limite;
- A epidemia ganhará força no Brasil nas próximas semanas: se todos se
contaminarem ao mesmo tempo, o SUS vai colapsar;
- A inicia va da renda básica emergencial foi da sociedade civil e dos
parlamentares, e não do Execu vo que tenta se apropriar dela;
- O PIB brasileiro deverá cair de forma significa va em 2020; inflação não é a
preocupação no momento, e a responsabilidade fiscal é importante, mas o
foco deve ser a superação da crise;
- A crise financeira de 2008 abriu novos debates pelo mundo sobre polí ca
macroeconômica envolvendo redução de desigualdades sociais;
- A revista britânica liberal The Economist chamou Bolsonaro de “Bolsonero”
devido à sua posição negacionista sobre os efeitos da pandemia;
- Es ma-se que os mortos nos EUA por COVID-19 devem ficar entre 100.000
e 200.000 mortes a despeito das medidas tomadas;
- O ano de 2021 não será de forte retomada econômica como muitos no
governo querem afirmar;
- A renda básica emergencial deveria ser estendida a todos os 77 milhões
que estão no Cadastro Único, com os ajustes para quem já recebe o Bolsa
Família se necessário; o prazo de 3 meses também deveria ser ampliado
para 12 meses, e depois para virar permanente.
30/03/2020 - EPIDEMIA, LENIÊNCIA E COLAPSO - VÍDEO 11
- Virgínia e Washington D.C. entraram em lockdown: circulação de pessoas
limitada a a vidades essenciais sob pena de multa e prisão;
- Nova York já tem 66.000 casos de pessoas contaminadas pelo novo
coronavírus, e o sistema hospitalar está em situação grave;
- Os passeios pelas ruas de Brasília do presidente Bolsonaro transmitem uma
sinalização errônea às pessoas na prevenção de contágio;
- As informações de esclarecimento sobre o pagamento da renda básica
emergencial ainda não foram repassadas pelo governo à população;
- Ministério da Economia, BACEN e bancos públicos deveriam pressionar os
bancos privados para reduzir os juros às pessoas sicas e jurídicas.
31/03/2020 - A CRISE E A REFORMULAÇÃO DA POLÍTICA
MACROECONÔMICA / PAGUEM A RENDA EMERGENCIAL JÁ! - VÍDEO 12
- A desigualdade tem sido um dos principais fatores nas crises polí cas dos
úl mos anos em vários países, e a crise atual expõe como é importante
enfrentá-la;
- Proteção social e meio ambiente deverão ser centrais na reordenação das
polí cas macroeconômicas; as relações de trabalho também devem mudar;
- A MP 927, no ar go que suspendia os contratos de trabalho por até 4
meses, causou prejuízos devido às poucas horas em vigor;
- O orçamento de guerra em separado é importante para que os gastos
feitos durante a crise fiquem mais transparentes;
- A infraestrutura verde, incluindo saneamento básico, será necessária como
reconstrução após as medidas emergenciais;
- A renda básica emergencial é o primeiro passo para uma renda básica
universal (renda mínima para toda a população atrelada a um sistema
tributário progressivo); os recursos virão pela emissão de dívida em um
primeiro momento;
- Diferente das famílias, os governos podem emi r tulos públicos e se
endividar para cobrir gastos;
- O saque do FGTS, embora possa ajudar, não subs tui a renda básica e não
é o suficiente;
- Em 2013, o Chipre teve uma crise bancária que levou o país a limitar os
depósitos, já que não emite sua própria moeda (Euro); na crise atual os
bancos centrais têm agido para garan r que os bancos tenham liquidez;
- Ao contrário do que disse o Ministério da Economia, não é necessária uma
PEC para o pagamento da renda emergencial; o governo tem superávit
financeiro (lucro considerável do BACEN com operações de câmbio), além de
outras fontes; os primeiros des natários estão no Cadastro Único. 
01/04/2020 - TUDO O QUE VOCÊS PRECISAM SABER SOBRE RENDA BÁSICA
- VÍDEO 13
- O PL 1185 criou a renda básica emergencial, mas o governo tenta emplacar
o termo errado “coronavoucher”;
- Voucher significa um vale recebido de forma específica;
- Renda é um fluxo con nuo de recursos recebidos (salário, dividendos,
transferências de programas sociais); os des natários do auxílio emergencial
receberão uma renda, e não um vale;
- Uma parte considerável dos que receberão o bene cio já estão no Cadastro
Único; o governo deveria estar mapeando os demais;
- A RBE deveria abrangir todas as 77 milhões de pessoas do Cadastro Único;
o prazo do recebimento deveria ser de no mínimo 6 meses, chegando a 12
meses prorrogáveis;
- A renda recebida no ano de 2019 (limite de R$ 28.600) não deveria ser
restrição para receber a RBE nesta crise atual;
- O governo já deveria ter emi do uma MP indicando como fonte para o
pagamento do bene cio o superávit financeiro da União;
- A CF tem a chamada “Regra de Ouro” que limita a emissão de dívida pelo
governo brasileiro; no contexto de calamidade pública, é possível suspendê-
la com uma MP sobre emissão de dívida atrelada a um projeto de lei;
- MiltonFriedman, professor da Escola de Economia de Chicago, de linha
ultraliberal, foi um dos proponentes da ideia de renda mínima universal
(com imposto de renda nega vo);
- A alíquota máxima do imposto de renda no Brasil (27,5%) é rela vamente
baixa;
- Na Escandinávia, o imposto de renda é progressivo (alíquotas sobre renda e
patrimônio elevadas, chegando a 60% combinadas);
- Debates sobre redução de salários durante a crise não são oportunos;
- Muitas cadeias globais de produção passam pela China, mas os países
buscarão maior independência na área química/farmacêu ca.
02/04/2020 - REDUÇÃO DE SALÁRIOS? O BRASIL NA CONTRAMÃO DO
MUNDO, E A MP 936 - VÍDEO 14 / REDUÇÃO DE SALÁRIOS? A MP 936
PARTE II - VÍDEO 15:
- A MP 936 evidencia como o trabalhador formal que recebe até 3 salários
mínimos se encontra em situação precarizada; a MP prevê redução de até
70% dos salários (com mecanismo compensatório grada vo como
percentual do seguro-desemprego);
- No final das contas, os salários acabam reduzidos em algum montante, o
que incen va as pessoas a romperem o distanciamento social para
complementarem sua renda;
- Os trabalhadores que ganham mais de 3 salários mínimos negociarão por
meio de sindicatos;
- A MP prevê suspensão dos contratos de trabalho por até 60 dias, porém a
compensação não é suficiente;
- O governo brasileiro deveria compensar a redução dos salários, exigindo
em contrapar da que as empresas não demi ssem no período da crise;
Reino Unido e Alemanha têm agido assim;
- Não faltarão interessados em adquirir os tulos de governo; mesmo em
momento fiscais piores houve compradores;
- A emissão de dívida é preferível à emissão de moeda, pois esta pode
fragilizar a posição do governo quanto à sua capacidade de honrar os meios
de pagamento (os valores prome dos no papel-moeda que é uma nota
promissória que não rende juros) da sua economia;
- A crise do coronavírus está expondo como metade dos brasileiros se
encontram em posição de grande vulnerabilidade econômica;
- O mul lateralismo foi uma resposta à necessidade de coordenação no pós-
Segunda Guerra; a reconstrução pós-pandemia também demandará isso;
- Pela MP 936 do governo brasileiro, cerca de 70% dos trabalhadores formais
(que ganham até 3 salários mínimos conforme a RAIS de 2018) terão no final
das contas uma redução de aproximadamente 30% da sua renda mensal;
- Essa redução massiva de salários gera um processo deflacionário (queda
generalizada de preços da economia), favorecendo uma recessão;
- A reconversão industrial contratando pessoas para produzir equipamentos
de proteção individual poderia amenizar o impacto da crise;
- Nos EUA, nas duas úl mas semanas, houve cerca de 10 milhões de pessoas
pedindo o seguro-desemprego;
- No Brasil a taxa de desemprego antes da crise era de 11,6% (e pode chegar
a 20% na crise), enquanto nos EUA era de apenas 3,5%;
- Demissões em massa podem acontecer no segundo semestre se as
medidas governamentais não forem adequadas;
- No Brasil, as alíquotas de tributos sobre os bancos chegam a 45% (os lucros
advêm mais da alta concentração e dos juros elevados); a questão é garan r
que a injeção de liquidez nos bancos seja repassada para as empresas.
03/04/2020 - A “PEC DOS BANCOS”, OU MELHOR, DO BANCO CENTRAL
VÍDEO 16:
- A PEC 10 permite ao BACEN tomar medidas excepcionais; o BACEN tem
autonomia apenas operacional, pois é vinculado ao Ministério da Economia,
diferente do Fed nos EUA;
- O BACEN zela pela solidez do sistema financeiro, afinal os bancos são
responsáveis pelos meios de pagamento na economia (crises bancárias são
muito disrup vas);
- A PEC permite ao BACEN comprar tulos do Tesouro, viabilizando a
absorção de parte da emissão da dívida necessária para custear os gastos
extraordinário frente à crise;
- A liquidez recebida pelos bancos privados deve ser repassada na forma de
linhas de crédito para seus clientes;
- Também é previsto que o BACEN ofereça linhas de crédito emergenciais
diretamente a empresas, como o Fed fez na crise de 2008;
- A PEC também permi rá que o BACEN compre tulos privados dos bancos;
- O ponto-chave que falta na PEC são as garan as para que o dinheiro
repassado aos bancos não fique nos seus balanços ou como depósitos no
BACEN, e sim que cheguem até as empresas necessitadas;
- A simples impressão de dinheiro tem problemas: o papel-moeda é uma
nota promissória do governo, portanto a emissão desmedida de dinheiro
pode minar a confiança das pessoas na economia;
- Na crise de 2008, o Fed comprou “ tulos podres” de ins tuições
financeiras para evitar uma crise generalizada;
- Um programa de perdão ou renegociação de dívidas de famílias, como
proposto pelo candidato Ciro Gomes na campanha presidencial de 2018,
deveria ser mais uma das medidas adotadas em meio à crise;
- O uso das reservas cambiais neste momento agravaria a desvalorização
cambial; é melhor que elas sirvam para abater a dívida gerada na crise;
- Em situação de crise, não é recomendável aumentar a tributação; na saída
da crise é que se deve ar cular uma reforma tributária progressiva;
- O endividamento público brasileiro pode chegar a 100% do PIB.
04/04/2020 - COMPRA DE TÍTULOS PELO BACEN: O QUE É PRECISO
ENTENDER - VÍDEO 17:
- No Brasil, embora o sistema bancário seja muito concentrado e distorcido,
é comum que as menores empresas contraiam emprés mos junto a bancos
pequenos e médios; o sistema bancário como um todo deve ser preservado;
- A emissão de moeda desenfreada pelo Banco Central no histórico brasileiro
foi uma das causas da hiperinflação; a CF de 1988 limitou a atuação do
BACEN nesse sen do;
- A crise atual requer que o BACEN tenha maior autonomia, como o Fed,
tomando dívida pública;
- Nos EUA, aprovou-se um pacote fiscal de US$ 2 trilhões (parte da emissão
da dívida está sendo absorvida pelo Fed);
- O BACEN atuando como comprador de tulos públicos faz com que os juros
pagos pelo governo sejam menores no longo prazo;
- A compra de tulos governamentais e privados pelo BACEN eleva a
quan dade de moeda na economia, contanto que os bancos aumentem a
concessão de créditos;
- Contrapar da: o governo deveria exigir que o pagamento de dividendos
dos maiores bancos não ocorresse, e sim o repasse da liquidez para os
clientes;
- O BNDES deveria estar atuando de forma muito mais incisiva nesta crise;
- O risco tomado da carteira dos bancos pelo BACEN, por meio dos
dividendos gerados, deve ser ressarcido aos cofres públicos;
- Os bancos públicos são instrumentos relevantes no combate à crise;
- Em 2008, a liberação dos depósitos compulsórios foi suficiente para que o
governo brasileiro evitasse a crise bancária;
- Linhas de swap cambial: Fed res tuiu sua polí ca de 2008 de prover
dólares aos bancos centrais de países em que há en dades com passivos em
dólares, em troca do equivalente na moeda nacional por um período;
- Uma das contrapar das exigidas dos bancos privados pode ser par cipação
acionária do Estado, o que seria uma nacionalização parcial;
- É o Congresso que deve controlar essa socialização dos riscos.
05/04/2020 - OS RISCOS FINANCEIROS DO BRASIL - VÍDEO 18:
- O governo brasileiro segue sem efetuar o pagamento do auxílio
emergencial aprovado pelo Congresso;
- A parada súbita na economia provoca queda expressiva nos a vos ( tulos,
ações, debêntures) que se encontram nas carteiras de ins tuições
financeiras, como fundos de pensão, gestores de patrimônio, e sobretudo
bancos;
- Os bancos são os principais atores do sistema financeiro brasileiro,
caracterizando-se pelos depósitos à vista que podem ser sacados nos caixas;
- Exemplos de a vos dos bancos privados: emprés mos, ações, tulos
públicos e tulos privados; passivo dos bancos: depósitos;
- No limite, uma profunda crise econômica pode gerar perda de patrimônio
líquido dos bancos ao reduzir os valores das açõese dos tulos privados, o
que a nge a capacidade de devolver os depósitos aos clientes;
- Até meados de março, a Bolsa de Valores brasileira havia perdido R$ 1,5
trilhão (cerca de 33% do valor médio das ações); os bancos menores que
financiam as empresas de menor porte (intensivas em mão de obra) são os
mais afetados;
- No mercado interbancário (primário de liquidez), ocorrem diariamente
emprés mos entre os próprios bancos; em situação de crise pode haver o
chamado empossamento de liquidez quando os bancos com sobra de caixa
não emprestam para os bancos em dificuldade (risco de contraparte);
- O empossamento de liquidez pode gerar uma crise geral de crédito, por
isso o BACEN atua comprando a carteira desses bancos, destravando o
mercado interbancário;
- No a vo do balanço do BACEN, há tulos públicos e privados, além de
carteiras de emprés mos; no lado do passivo, há a moeda emi da;
- Em crises, os bancos centrais independentes aumentam seu a vo ao
comprar tulos públicos e privados de ins tuições em risco, injetando
liquidez do mercado interbancário;
- Se o BACEN atuar dessa forma, após uma emenda cons tucional, também
estará socializando os riscos;
- Hoje o BACEN publicou a Resolução 4797 que prevê a suspensão do
pagamento de dividendos e bônus, porém essa determinação não é
suficiente para garan r as contrapar das;
- É necessário também impedir que os bancos paguem dividendos e bônus
logo na saída da crise, por meio de uma lei complementar (que não seja
revogada como resoluções) que exija primeiro o ressarcimento aos cofres
públicos;
- Na crise de 2008 nos EUA, o Ci bank recebeu um socorro do Tesouro
americano de aproximadamente US$ 300 milhões e, em troca, o governo
virou acionista do banco;
- Passada a crise, o Tesouro dos EUA vendeu essas ações e teve até lucro;
- The Goldman Sachs, que era um banco de inves mentos, foi transformado
em um banco comercial para que fosse controlado pelo Fed após o socorro
recebido;
- O BNDES também poderia ser u lizado na crise para fortalecer empresas
de menor porte, o que ajudaria a sustentar os bancos que detêm seus
compromissos financeiros;
- Os elevados spreads são em geral pra cados pelos grandes bancos devido
à alta concentração bancária no sistema brasileiro.
07/04/2020 - COMO OS BANCOS PÚBLICOS PODEM AJUDAR? - VÍDEO 19:
- O governo anunciou que o auxílio emergencial começará a ser pago a par r
do dia 14 de abril;
- Na Espanha, um programa de renda básica universal está em organização;
- Os bancos públicos brasileiros (Caixa Econômica, Banco do Brasil e BNDES)
são instrumentos importantes de provisão de crédito;
- A ideologização dos bancos públicos pelo atual governo tem impedido sua
plena atuação na crise;
- Após terem relevante papel na crise de 2008, os bancos públicos brasileiros
foram u lizados de forma desmedida nos anos seguintes; o BNDES
privilegiou de maneira desnecessária grandes empresas com taxas
subsidiadas;
- Nesta crise, o BNDES deveria ser u lizado diretamente para fornecer
créditos às empresas mais necessitadas;
- O crédito subsidiado dos bancos públicos às empresas precisa ser
condicionado à manutenção dos empregos;
- Parlamentares estão trabalhando em projetos de lei para estender o
pagamento da renda básica emergencial para pelo menos 6 meses;
- O Senado tem discu do as contrapar das necessárias dos bancos na PEC
10 (Orçamento de Guerra);
- Uma MP foi editada para permi r que o superávit financeiro da União seja
usado para pagar a renda básica emergencial; a unificação de fundos da
União também pode servir como fonte de pagamento;
- Uma renda básica permanente no valor de R$ 600,00 deve custar 7% do
PIB anualmente, porém há retorno à economia na forma de consumo.
08/04/2020 - O QUE É MOEDA? VAMOS TER INFLAÇÃO? O GOVERNO DEVE
IMPRIMIR DINHEIRO? - VÍDEO 20:
- Uma moeda pode ter valor intrínseco, como a de ouro, mas os atuais
sistemas monetários operam com moedas sem valor intrínseco (papel-
moeda ou fiduciária);
- A moeda sem valor próprio depende de um respaldo ou lastro fiscal dado
pela capacidade de pagamento dos governos: as polí cas monetária e fiscal
estão entrelaçadas;
- O desequilíbrio fiscal advindo da crise do coronavírus não é resultado da
imprudência dos governos, e sim uma resposta à própria crise; tanto a oferta
quanto a demanda estão sofrendo queda expressiva: não há pressão
inflacionária;
- Desde a crise de 2008, os bancos centrais pelo mundo passaram a adquirir
tulos no mercado secundário, o que significa aumento de moeda em
circulação (operação de emissão monetária);
- Um banco central também pode emi r moeda diretamente; a chamada
Teoria Monetária Moderna (MMT) defende que essa operação não causa
inflação;
- No entanto, a MMT parte da visão da economia estadunidense que tem a
par cularidade de ter o dólar como moeda internacional de reserva;
diversos bancos centrais detêm como parte de suas reservas tulos do
Tesouro americano, que são líquidos e seguros;
- O dólar como moeda de reserva internacional (porto-seguro) é preferido
nos momentos de incerteza econômica; nas crises os fluxos de capitais vão
para os EUA;
- Impressão monetária num país como o Brasil, onde o real não é moeda
internacional de reserva, geraria quebra de confiança e processo
inflacionário;
- O PIB do Brasil é equivalente a R$ 7,3 trilhões;
- O pagamento da renda básica emergencial será feito pcom o lucro
financeiro do BACEN (centenas de bilhões de reais); não é necessária a
impressão de moeda para isso;
- As operações de quan ta ve easing dos bancos centrais (uma forma de
mone zação da dívida) como resposta à crise de 2008 não geraram a
inflação que muitos alardeavam;
- O desenvolvimento de um país passa por inves mentos públicos na área de
infraestrutura;
- É o governo federal que deve auxiliar financeiramente os estados e os
municípios, pois permi r que estes emitam dívida seria temerário;
- A reforma tributária progressiva deve ser prioritária na saída da crise.
09/04/2020 - CRISES E DOGMAS, ORGULHO E PRECONCEITO - VÍDEO 21:
- A economia é um sistema social, orgânico, aberto e dinâmico; os atores
econômicos estão entrelaçados;
- Os princípios básicos da teoria econômica tendem a valer para situações
normais, mas o sistema socioeconômico não é está co;
- As crises são situações que demandam medidas excepcionais (variância
indefinida), pois eventos extremos têm maior chance de acontecer nelas;
- O Brasil tem histórico de imprudência na polí ca macroeconômica, o que
dificulta o entendimento de medidas contra choques externos;
- Em crises, as polí cas monetária e fiscal adquirem outro aspecto;
- O Banco da Inglaterra, embora tenha metas de inflação, está considerando
financiar os déficits do governo por meio de emissão monetária;
- O presidente do BACEN afirmou que a emissão de moeda pode elevar os
chamados juros neutros (juros de equilíbrio inflacionário), entretanto na
crise atual não há parâmetro para determinar os juros neutros;
- Em termos econômicos, os países são divididos em avançados, emergentes
(de renda média) e em desenvolvimento (os mais pobres);
- Os EUA têm interferido no comércio internacional para garan r
equipamentos hospitalares, prejudicando os países menos avançados;
- A crise global tende a afetar mais os países exportadores de matérias-
primas;
- A resposta dos países à crise da pandemia pode ser em direção à
cooperação e ao mul lateralismo em torno de bens públicos como saúde e
direitos de proteção social; alterna vamente, outro po de resposta pode
exacerbar o nacionalismo e o unilateralismo;
- O quadro econômico no Brasil deverá ser de recessão (o PIB pode cair até
mais de 5%) e deflação;
- Mais de 15 milhões de pessoas pediram o seguro-desemprego nos EUA nas
úl mas semanas (a taxa deve superar a de 2008 e 2009);
- Diferente dopassado, o Brasil não se encontra endividado em dólar para
ter que recorrer ao FMI.
10/04/2020 - BORGES, CRISES, ECONOMIA E MAIS LITERATURA - VÍDEO 22:
- A Economia, que não funciona de maneira linear e deveria ter mais
interdisciplinariedade, também decorreu da Filosofia;
- Nas exatas, a Economia estaria mais para Física Quân ca do que
Newtoniana (há eventos não previstos que afetam os agentes econômicos);
- Crises são momentos picos de ruptura e não linearidade;
- Países ricos terão mais facilidade para lidar com o endividamento do pós-
crise;
- O Líbano no início dos anos 2000 era o mais endividado do mundo (relação
dívida/PIB em 250%), o que se repe a há 30 anos sem moratória; os
detentores da dívida eram os bancos;
- O Teto de Gastos do Brasil deveria ser mais flexível (é uma amarra
cons tucional, diferente de outros países); a atual crise será longa e
dependerá de inves mentos públicos;
- A PEC do orçamento de guerra subentende flexibilização do Teto;
- Mone zação de déficits: o Banco Central compra os tulos públicos, ou o
Banco Central emite moeda cobrindo déficit do Tesouro; o Banco da
Inglaterra mone zará o déficit do tesouro britânico por um período;
- O momento de excepcionalidade da crise atual permite essas medidas
alterna vas;
- A crise de 2008 provocou mudanças na polí ca monetária dos países
desenvolvidos; as medidas de austeridade fiscal acabaram abandonadas;
- O Plano Real foi um dos planos macroecônomicos que podem ser vistos
como heterodoxos: criação de uma moeda virtual (URV) que virou a moeda
real;
- As leis trabalhistas acabam flexibilizadas em detrimento do trabalhador nas
crises;
- Principais razões para a perda de dinamismo econômico do Brasil: indústria
pouco compe va, nível baixo de produ vidade, pouca inovação e mão de
obra não qualificada;
- Desindustrialização: a indústria brasileira precisa se expor à concorrência
internacional (tradição do modelo de subs tuição de importações no país) e
se integrar às cadeias de valor;
- Brasil deve encolher de 6% a 9% em 2020;
- Livro indicado: “A Consciência de Zena”, de Italo Svevo.
13/04/2020 - O GOVERNO DEVE VENDER RESERVAS INTERNACIONAIS
PARA FINANCIAR OS GASTOS COM A CRISE? - VÍDEO 23
- As reservas internacionais são acumuladas a par r do balanço comercial e
financeiro dos países; é o Banco Central que aloca essas reservas,
u lizando-as para compensar a vola lidade cambial;
- As reservas internacionais são man das em a vos como dólar e ouro, pois
devem ter liquidez para quando forem u lizadas;
- O Brasil tem hoje cerca de US$ 370 bilhões em reservas internacionais
(acumuladas sobretudo na década de 2000);
- O FMI tem uma metodologia de custo e bene cio para determinar a
quan dade de reservas internacionais adequada aos países: excedente do
Brasil em torno de US$ 120 bilhões;
- O uso de reservas internacionais para compensar as perdas da crise não
seria uma boa medida: a maioria dos países estão flexibilizando a questão
fiscal (emissão de dívida);
- O excedente de reservas internacionais poderá ser u lizado para pagar a
dívida gerada pela crise, evitando maior austeridade fiscal; as reservas
também poderão ser úteis para fins cambiais;
- A recuperação econômica mundial após a crise não será linear;
- As taxas de juros baixas no Brasil já não estavam es mulando a economia;
a melhor atuação do governo deve ser na direção da PEC 10 (Orçamento de
Guerra) quanto ao BACEN;
- Uma situação de colapso de demanda e de oferta faz com que a meta de
inflação não tenha centralidade, embora a deflação deva ser controlada;
- Não pagar a dívida significa calote e pode complicar a situação do país nos
mercados internacionais;
- Até os anos de 1990, grande parte das obrigações financeiras do Brasil
eram em dólar, o que obrigava o país a recorrer ao FMI; hoje os
comprome mentos brasileiros são em real, diferente da Argen na e do
Equador;
- A economia equatoriana desde os anos 2000 é totalmente dolarizada
(adoção do dólar como moeda); o país depende do fluxo de dólares que
entram pelo balanço de pagamentos, sobretudo pela exportação de
petróleo; houve uma massiva contração monetária no país devido à queda
no preço do petróleo;
- A inflação ocorre quando os salários crescem acima da produ vidade;
- Para não emi r dívida, o ministro Paulo Guedes já sugeriu u lizar as
reservas internacionais ou retomar a CPMF, o que não seria adequado;
- Operações compromissadas: o Banco Central compra ou vende tulos com
o compromisso de recomprar ou revender, buscando controlar a liquidez da
economia; o problema no Brasil é que elas são feitas em excesso,
comprometendo as relações entre o BACEN e o Tesouro.
14/04/2020 - P EC 10, SUBSTITUTIVO E CONTROVÉRSIAS: OS BANCOS 
OUTRA VEZ - VÍDEO 24: 
- A MP 905 (Carteira Verde e Amarela) não deveria estar sendo votada em
meio à crise, pois flexibiliza os contratos de trabalho (menos bene cios e
temporários até 2 anos); as empresas vão demi r e recontratar nessa
situação mais precária se for aprovada;
- No subs tu vo do senador Antonio Anastasia (PSD-MG), o comitê gestor
do Orçamento de Guerra que seria formado por integrantes do governo
Bolsonaro foi re rado;
- Outra controvérsia é a atuação do BACEN no mercado secundário (compra
de tulos privados e públicos delimitados), assis ndo ins tuições
financeiras;
- No Brasil, a alta concentração bancária é a resposável pelas taxas de juros e
pelo spread elevadíssimo; os bancos grandes respondem por 85% da nossa
economia; os menores são mais frágeis em tempos de crise econômica (seus
balanços ficam comprome dos);
- A intermediação financeira feita pelos bancos é muito importante, por isso
uma crise bancária seria grave;
- Fed, Banco da Inglaterra, Banco Central Europeu e bancos de países
emergentes já estão fazendo esse socorro;
- As contrapar das devem ser aprovadas pelos parlamentares; os bancos
beneficiados deverão ressarcir o BACEN quando a situação se normalizar
antes de pagar acionistas, distribuir dividendos, fazer recompras de ações;
- As contrapar das devem estar presentes na própria EC; o subs tu vo do
acatou parte dessa exigência, com a ressalva de que muitos tulos do
mercado secundário são de origem indefinida;
- O senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) preparou uma emenda exigindo a
contrapar da dos bancos que receberem maiores recursos de volta ao
Tesouro, como ocorreu nos EUA na Crise de 2008;
- Esse socorro aos bancos é chamado de risco moral (as contrapar das
devem ser garan das);
- Outros dois pontos vantajosos do subs tu vo: maior papel dado ao
Congresso na prestação de contas pelo BACEN (transparência); maior
exigência na compra de tulos para evitar os “podres”, embora isso seja
di cil de averiguar;
- Reformulação do sistema financeiro brasileiro é importante, mas não pode
ser o foco no meio da crise;
- Há 3 meses o FMI projetava crescimento de 3% do PIB global, o que passou
a ser de retração de 3% (um número de época de guerras); para os EUA a
projeção é de queda de 6%, e para o Brasil de 5,3%;
- No médio prazo, inves mentos públicos em infraestrutura (compa vel com
meio ambiente e saneamento básico) e flexibilização do Teto dos Gastos
serão necessários para a retomada econômica; a agenda de descarbonização
também deve ser considerada;
- O governo Bolsonaro está fadado a ser um governo de gestão de crise;
- Priva zações também não devem ser feitas no meio da crise; os bancos
públicos estão mostrando seu papel contra a crise;
- A equipe econômica federal con nua perdendo tempo.
15/04/2020 - ENTRE A REALIDADE E A FANTASIA É PRECISO IMAGINAR A
ECONOMIA PÓS-PANDEMIA - VÍDEO 25:
- Um estudo da Revista Science apontou para um futuro econômico de
quarentenas/isolamentos intermitentes conforme o controle da
disseminação do vírus;
-Mul disciplinaridade será necessária para relacionar economia e pandemia
no pós-crise;
- Recuperação linear e apenas crescente das economias é uma aposta
fantasiosa, a qual não corresponde ao estudo da Science;
- A recuperação econômica não será linear: a curva ao longo do tempo será
em ziguezague; os dois próximos anos devem ser di ceis para a economia
brasileira;
- O governo não conseguirá abrir mão tão cedo das medidas de apoio à
economia: a renda básica deveria se tornar permanente;
- Dado que é a capacidade hospitalar que vai ditar o tempo entre as
quarentenas, é necessária a reconversão industrial no país (mais hospitais,
mais respiradores mecânicos, mais EPIs);
- Os créditos extraordinários foram permi dos pela decretação do estado de
calamidade pública, porém o governo ainda não os u lizou;
- A questão do saneamento básico e água tratada será fundamental;
- A crise adveio durante uma recuperação econômica lenta do Brasil (cresceu
em torno de 1% desde 2017);
- A saúde integrará de vez a noção de segurança nacional (menor
dependência de importações);
- A Carteira Verde e Amarela (contrato de trabalho temporário de 2 anos)
re rará proteção dos trabalhadores na crise (muitas empresas vão demi r
para recontratar os 25% possíveis no novo formato);
- A inversão da pirâmide tributária também será necessária (cobrar mais de
renda e patrimônio e menos de produção e consumo);
- O Teto de Gastos deverá ser revisto, pois já não foi criado de acordo com as
realidades nacionais; o SUS deverá ser recapacitado, além do inves mento
público.
16/04/2020 - LIVE COM RANDOLFE RODRIGUES SOBRE PEC 10 - VÍDEO 26:
- Em 1918, a pandemia da gripe espanhola ocorreu em contexto diferente
do atual, mas a importância do isolamento social foi evidente; estudo do Fed
mostrou que as cidades estadunidenses que não impuseram a quarentena
sofreram mais com a crise econômica na época;
- Após a fase aguda da crise, haverá períodos de quarentenas intermitentes;
- O Brasil tem muitos trabalhadores em situação informal e precária: a renda
mínima impôs-se como essencial;
- A origem teórica da renda mínima encontra-se no século XVIII no contexto
de liberalismo clássico; houve uma primeira experiência na Inglaterra;
- No final dos anos de 1960, a proposta foi defendida pelo economista
Milton Friedman por meio do chamado imposto de renda nega vo;
- No Brasil, o polí co Eduardo Suplicy foi pioneiro na ideia de renda mínima;
- O subs tu vo à PEC 10 com as contrapar das dos bancos privados adveio
da contribuição da economista Monica de Bolle aos senadores Randolfe
Rodrigues (REDE-AP) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE);
- Desde a crise financeira de 2008, o debate global sobre o problema da
desigualdade social intensificou-se;
- Nos EUA, os novos pedidos de seguro-desemprego das úl mas quatro
semana superam os 20 milhões (pior do que na Grande Depressão de 1929);
- No século XIX, as potências concorrentes da Inglaterra buscavam suas
revoluções industriais a par r de bases nacionalistas; a influência teórica
advinha de Alexander Hamilton, primeiro Secretário do Tesouro americano,
e do economista alemão Friedrich List, considerados pais do argumento da
indústria nascente ou subs tuição de importações;
- Nessa época, os EUA começaram a rivalizar economicamente com a
Inglaterra, a qual passou a adotar posições protecionistas;
- Essa mudança é análoga ao debate recente nos EUA em que se retomam
medidas econômicas protecionistas diante da ascensão chinesa;
- O pós-pandemia demandará o mesmo esforço de reconstrução econômica
mul lateral do pós-Segunda Guerra Mundial;
- As polí cas econômicas deverão ser reestruturadas em torno de três eixos:
saúde, proteção social e meio ambiente (bens públicos);
- O debate europeu sobre descarbonização da economia (carbon trade,
tributação de carbono) deverá avançar no pós-pandemia em relação a uma
nova infraestrutura verde (Green New Deal).
16/04/2020 - O BNDES E A TLP EM TEMPOS DE PANDEMIA - VÍDEO 27:
- As contrapar das necessárias em relação ao socorro aos bancos foram
inseridas no subs tu vo à PEC 10;
- Em 2008, o crédito subsidiado do BNDES foi u lizado para impulsionar com
inves mentos a economia brasileira (crescimento de 7,6% em 2010);
- O problema foi que o BNDES começou a ser u lizado em demasia para dar
crédito subsidiado para grandes empresas envolvidas na Lava Jato; esses
emprés mos geraram distorções na economia brasileira por causa das taxas
subsidiadas como a TJLP (entre 2010 e 2014);
- A TLP foi criada no Governo Temer como uma forma de mudar a taxa de
juros cobrada pelo BNDES anteriormente, a TJLP;
- A TLP estava mais atrelada às variações do mercado, removendo o
componente de subsídio;
- No entanto, a TLP criou o problema de limitar a atuação do BNDES
enquanto banco de desenvolvimento por estar sujeito a distorções em
tempos de crise;
- O BNDES tem R$ 100 bilhões em caixa neste momento, o que poderia ser
u lizado como auxílio ao capital de giro de pequenas e médias empresas;
- A TLP varia de acordo com a inflação e com a NTN-D de 5 anos (um tulo
público com parte pré-fixada e parte variável), o que acaba muito elevada
para as pequenas empresas (juros altos demais);
- As micro e pequenas empresas precisam de crédito com taxa de juros
conhecida (sem elementos de pós-fixação); o BNDES deveria emprestar
também com base em outras taxas de referência do Tesouro além da TLP
(bastaria uma nova LC para isso), mesmo sem elementos de subsídio;
- Um pouco de subsídio poderia ser u lizado em úl ma hipótese como fator
redutor da TLP se as empresas necessitarem;
- A reconversão industrial será importante para aumentar o tempo entre as
quarentenas intermitentes, e é o BNDES que pode auxiliar as empresas
nesse processo (ex.: pequenas empresas da área têx l reconver das com
ajuda do BNDES para produzirem EPIs); as linhas créditos não podem estar
atreladas apenas à TLP;
- A resposta à crise deve ser sistêmica e conectada;
- Normalmente o BNDES empresta às pequenas empresas de forma indireta
por meio de linhas de crédito dadas aos bancos e ficando com os riscos;
- O BNDES pode começar a atuar de forma direta a exemplo dos bancos de
desenvolvimento da França (o BPI criado em 2008) e da Alemanha (o KFW
que foi esta zado pelo governo alemão e hoje é chamado de “bazuca”);
- A Colômbia também dispõe de um banco de desenvolvimento de
destaque;
- As pequenas e médias empresas empregam grande quan dade de mão de
obra no Brasil e são importantes para reduzir a concentração econômica;
- No Brasil, são as grandes empresas que emitem debêntures e outros
papéis no mercado de capitais, o que potencializa a concentração
econômica na saída da crise; o BNDES atuando pelas menores empresas
auxiliaria na desconcentração;
- No Governo Dilma, o BNDES foi u lizado de forma mais polí ca; no atual
governo, o BDNES é menosprezado por mo vos polí cos; o corpo técnico
acaba seguindo as diretrizes governamentais;
- Inves mentos estrangeiros não devem chegar devido à crise mundial;
- O próprio mercado brasileiro tem capacidade de absorção da dívida
emi da pelo Tesouro Nacional.
17/04/2020 - UM MÊS DE ECONOMIA EM TEMPOS DE PANDEMIA… -
VÍDEO 28
- O Brasil segue pouco preparado para enfrentar o futuro da crise;
- Os países com mais de 30.000 casos de COVID-19 têm em média mais de
4.400 pessoas testadas por 1 milhão; o Brasil tem apenas 292 por 1 milhão;
- Há grande subno ficação de casos no Brasil de coronavírus;
- O colapso dos sistemas de saúde estaduais começará a ocorrer, por isso a
ajuda federal é muito importante; os estados não podem emi r dívida para
se financiar como a União;
- Indicação de livro: “Ubiquity: Why Catastrophes Happen”, de Mark
Buchanan; é nesse livro que se encontra a metáfora da borboleta azul que
deu tulo ao livro sobre o Governo Dilma;
- A MP 936 permi u a reduçãode 70% dos salários atrelada ao bene cio
equivalente a 70% do seguro-desemprego, o que acaba sendo uma redução
de 30%; as pessoas acabam incen vadas a saírem de casa para
complementar sua renda perdida;
- A MP 905 (Carteira Verde e Amarela) permite a demissão e recontratação
de pessoas por empresas nos novos termos mais precários;
- Na imprensa dos EUA, Bolsonaro é visto de forma nega va pela sua posição
negacionista;
- O uso das cole vas sobre a pandemia por Trump para fazer polí ca não
repercu u bem na opinião pública;
- A PEC 10 foi aprovada em dois turnos no Senado e retornou à Câmara; as
contrapar das exigidas dos bancos ficaram bem colocadas;
- Armadilha de liquidez ocorre quando os juros estão muito baixos e o
inves mento não é suficiente para mover a economia, gerando depressão
econômica; a ação governamental pelo mundo ocorre para evitá-la;
- “Japanização” (ou estagnação secular) refere-se à situação econômica do
Japão após a bolha imobiliária dos anos de 1990 com deflação e recessão,
levando as taxas de juros a zero; até hoje o Japão cresce pouco;
- A inflação do Brasil pode ficar abaixo de zero pela primeira vez na história;
- Hoje não há risco de desvalorização cambial resultante de inflação;
- Estagflação (economia estagnada com inflação) é possível na saída da crise.
20/04/2020 - MONETIZAÇÃO DE DÍVIDAS? E O PETRÓLEO? - ENGASGO +
VÍDEO 29:
- Os mercados de contratos futuros de petróleo são aqueles em que ele é
comprado e vendido a um preço pré-determinado e com prazo de
vencimento (muitos vencendo hoje);
- Quando a data de vencimento chega, os traders podem comprar o produto
sico (petróleo) ou reverter o contrato em outro de venda (o mais comum);
- O mercado futuro de petróleo é muito líquido e dinâmico;
- A crise econômica derivada da pandemia gerou a situação de aperto
(se lement squeeze) em que muitos traders não querem receber o produto,
mas não conseguem revendê-lo, provocando queda no preço do petróleo;
- Essa situação revela um quadro grave da economia mundial: pela primeira
vez o aperto fez com que o preço do petróleo ficasse nega vo;
- A PEC 10 permite que o BACEN compre tulos do Tesouro no mercado
secundário (dívida que havia sido emi da pelo Tesouro e se encontra com
algum agente no momento);
- Essa é uma forma par cular de mone zação da dívida e tem poucas
consequências inflacionárias;
- Quando o BACEN compra esses tulos, é créditado um valor na conta de
depósito do banco detentor no próprio BACEN; não há aumento de moeda
em circulação se os bancos deixarem o valor recebido como depósito no
BACEN; essa operação é chamada de afrouxamento quan ta vo
(quan ta ve easing);
- No longo prazo, pode haver pressão inflacionária se o Tesouro não honrar o
pagamento dos tulos no vencimento; o pós-crise de 2008 não gerou a
inflação que alguns apontavam;
- Se o Tesouro der um calote no BACEN, os bancos vão trocar depósito por
moeda em circulação, provocando inflação;
- Moeda fiduciária (papel-moeda) precisa ter um lastro por não ter valor
intrínseco; o lastro é a capacidade do governo de honrar seu valor; a moeda
entrará em circulação sem lastro;
- A dívida pública emi da pelo Brasil na crise estará na moeda nacional,
reduzindo o risco de calote;
- Um aumento excessivo e repen no da relação dívida/PIB geraria
desconfiança de que o governo vai provocar inflação para reduzir o valor da
dívida;
- A relação dívida/PIB pode aumentar também se o governo não agir para
conter a recessão, e a maioria dos países estão emi ndo dívida;
- Não é necessário que a taxa de juros chegue a zero para que se adote o
afrouxamento quan ta vo devido ao inedi smo da situação atual;
- Os bancos públicos têm papel destacado na ajuda a empresas por meio de
créditos; a Caixa Econômica Federal tem atuando posi vamente, mas o
BNDES segue inerte;
- A emissão de tulos por estados e municípios não seria recomendada; nos
EUA há mecanismos que inibem excessos dos estados, mas no Brasil esses
entes já estão em colapso econômico;
- Recomendável seria a União repassar recursos aos demais entes e
controlar as dívidas geradas a par r disso; há disputa polí ca entre o
Execu vo federal e os governadores;
- A Teoria Quan ta va da Moeda já não é tão válida há algum tempo;
- A Argen na anunciou a interrupção dos pagamentos da dívida,
caminhando para uma moratória;
- O BACEN vem tendo maior autonomia nos úl mos anos, mas é o Ministério
da Economia que segue letárgico na crise.
21/04/2020 - O QUE É DEFLAÇÃO? E AS QUARENTENAS INTERMITENTES? -
VÍDEO 30
- O mercado futuro de petróleo (compras e vendas futuras de petróleo)
envolve sobretudo traders, fundos de commodi es e hedge funds que
operam esses contratos como a vos; nesta crise esse mercado segue
disfuncional: queda acentuada nos preços desses contratos;
- O que tem ocorrido no mercado futuro do petróleo sinaliza deflação
(queda geral dos preços); as empresas que u lizam petróleo estão com
grandes estoques devido à queda abrupta da demanda;
- A Venezuela nos úl mos anos teve a pior hiperinflação da história da
América La na;
- A deflação também não é um bom sinal econômico devido às expecta vas
deterioradas que podem levar a uma espiral deflacionária: a demanda é
postergada, a produção acaba caindo, e o desemprego aumentando;
- Nos anos de 1930, houve processos deflacionários que foram con dos por
medidas governamentais e pela própria Segunda Guerra Mundial;
- O outro exemplo de processo deflacionário é o do Japão nos anos de 2000
após uma crise imobiliária que colapsou bancos e empresas; até hoje o
Japão não resolveu totalmente essa situação;
- O risco de deflação atual é maior inclusive que durante a crise de 2008 (os
es mulos governamentais foram suficientes na ocasião);
- O colapso dos sistemas de saúde derivado de uma quarentena não imposta
ou respeitada gera também forte crise econômica;
- O Brasil está sendo visto com desconfiança por agentes econômicos
internacionais;
- Os estados e os municípios brasileiros já estão em dificuldade pela queda
de arrecadação e necessitam de socorro federal;
- O presidente do Fed tem evitado projeções econômicas devido à atual
imprevisibilidade da crise;
- É muito di cil projetar o que ocorrerá com a taxa cambial brasileira (preço
em reais de um dólar); em momentos de crise o dólar se fortalece por ser
moeda de reserva internacional em que todos confiam;
- Se as reservas internacionais fossem u lizadas para cobrir os gastos atuais,
isso geraria desvalorização do real; o melhor é emi r dívida para cobrir esses
gastos e u lizar as reservas no longo prazo para abatê-la;
- A capacidade de arrecadação de todos os entes vai encolher mesmo com
medidas de socorro aos estados e municípios;
- Autonomia de endividamento para estados e municípios é um risco para as
contas públicas brasileiras, pois é a União que absorverá essa dívida;
- Não existe PIB privado, apenas PIB;
- A renda básica deve o mizar o prazo, o valor e a abrangência do bene cio
para que seja fiscalmente sustentável.
22/04/2020 - IMAGINANDO O NOVO NORMAL, PARTE I - VÍDEO 31:
- Dica de livro: “Complexity”, de M. Mitchell Waldrop;
- Restaurantes terão que reduzir número e proximidade de pessoas em seu
espaço sico, bem como aumentar os serviços de entrega;
- Em geral, crises econômicas aprofundam a desigualdade social (guerras são
a única exceção);
- Moeda fiduciária é simplesmente o dinheiro sico do dia a dia, o qual não
tem valor intrínseco, pois o seu valor depende da promessa do governo;
- Notas e moedas tornam-se veículos de transmissão do coronavírus; o site
“Where’s George” serviu para um estudo da Revista Nature mapear a
disseminação de epidemias a par r dos padrões de disseminação de notas
de 1 dólar;
- O debate de moedas digitais deve retornar com força (passagem do
sistema papel-moeda para o sistema de moeda digital); criptomoedasnão
entram nesse conceito de moeda digital, pois são emi das por agentes
privados, e não por bancos centrais;
- Essa inicia va já era cogitada por bancos centrais de países escandinavos,
onde as pessoas usam cada vez menos dinheiro vivo;
- Os cartões de débito u lizados para pagamentos funcionam de forma
digital debitando dos depósitos pessoais em bancos;
- No Brasil, o problema de par da é a exclusão financeira de muitas pessoas
sem conta em banco;
- A automação no mercado de trabalho será acelerada, o que reafirma a
importância de uma renda mínima universal;
- Nos EUA, também há problema de exclusão financeira que deverá ser
superada antes de se digitalizar o dólar;
- O economista Rodrigo Zeidan compar lhou gráficos no Twi er mostrando
a queda nos preços de commodi es agrícolas, o que sugere deflação;
- Somente o setor privado não é suficiente para os inves mentos em
infraestrutura, porque os riscos são elevados e o retorno é de longuíssimo
prazo; o papel do Estado é fundamental (no máximo com parcerias público-
privadas);
- Priva zações no meio de uma crise significa vender a vos públicos a preços
a picamente baixos, o que não é posi vo para um país.
23/04/2020 - O “NOVO NORMAL”: BENS PÚBLICOS - VÍDEO 32:
- A Economia surgiu da Filosofia como economia polí ca, com componente
moral e é co (Adam Smith era filósofo), no entanto, em meados do século
XX, a Economia foi reinventada em bases muito matemá cas;
- Bens públicos são bens não excludentes (não exclui consumidores por
causa do preço ou outro fator) e não rivais (pode ser consumido por mais de
uma pessoa ao mesmo tempo); exemplos: ar, meio ambiente, saúde,
conhecimento, proteção social, defesa;
- O Governo Bolsonaro tem se colocado contra os principais bens públicos,
precarizando o acesso das pessoas;
- Não há solução de mercado para a oferta adequada de bens públicos (é
inviável precificá-los); obras públicas não entram no pensamento radical de
Estado mínimo de Paulo Guedes;
- Quando não é o Estado o provedor de bens públicos como saneamento
básico, coleta de lixo, energia elétrica, ele deve atuar como regulador;
- Estado e mercado devem funcionar de forma interligada;
- A provisão de bens públicos sobretudo em crises é questão moral e é ca:
as pessoas vulneráveis não podem ser largadas pelo poder público;
- Nos anos de 1980 e 1990, o FMI enfa zava demais metas fiscais com corte
de gastos, o que provocava prejuízos a bens públicos como saúde e
educação nos países endividados;
- Nos anos 2000, o FMI aperfeiçoou essa abordagem, levando em conta
questões sociais como renda básica e distribuição de renda; exemplo: o FMI
orientou Macri a não cortar em saúde e educação na Argen na;
- A desindustrialização do Brasil levou o país a ficar mais dependente do
agronegócio, o que é posi vo para a segurança alimentar em tempos de
crise;
- O professor emérito da London School of Economics, Amartya Sen, tem
extensa pesquisa sobre pobreza, renda básica e desenvolvimento humano;
- A par cipação do Estado na economia aumentará nos próximos anos.
24/04/2020 - A NECESSIDADE DE INVESTIMENTO PÚBLICO + LITERATURA…
- VÍDEO 33:
- Um programa de inves mentos públicos demanda uma agenda com
prioridades seguida de projetos especificados e de controle na aplicação;
- Os inves mentos públicos (em infraestrutura) serão essenciais para a saída
da crise, pois os inves dores privados terão de início aversão ao risco;
- Evidências (dados reais de países) demonstram que inves mentos públicos
bem aplicados se correlacionam com crescimento econômico;
- No Brasil, um programa de inves mentos públicos demandará a
flexibilização da EC 95 do Teto de Gastos;
- Estudos do FMI demonstram que o Teto de Gastos implementado no Brasil
é exagerado, o que se evidencia em tempos de crise;
- A projeção de queda do PIB no Brasil está cada vez mais próxima de bater
os 9%;
- A credibilidade internacional do Brasil foi se deteriorando com o Governo
Bolsonaro, especialmente após a polêmica da Amazônia; o real é uma das
moedas mais desvalorizadas entre os países emergentes;
- O inves mento público deve ser direcionado para obras de infraestrutura
na área de saúde, como saneamento básico;
- Haverá grandes mudanças na área de educação, por isso inves mentos
públicos nessa área serão fundamentais;
- Nos anos de 1950, o BNDE foi criado conjuntamente por Brasil e EUA para
inves mentos em infraestrutura;
- O recomendado é que o novo normal seja ancorado em saúde, proteção
social e agenda ambiental, com infraestrura no meio;
- O agronegócio é muito importante para a economia brasileira por ser
compe vo, inserindo o país nas cadeias globais de alimentos;
- Dicas de livros: “A Imaginação Econômica”, de Sylvia Nasar; “Sobre Heróis e
Tumbas”, de Ernesto Sabato.
27/04/2020 - LIVE MONICA E LAURA - VÍDEO 34: 
- O governo brasileiro tem apresentado dificuldades em executar o
programa de auxílio emergencial para informais e linhas de crédito para
empresas de pequeno porte;
- A taxa de desemprego no Brasil chegar a 20%;
- O “Plano Pró-Brasil” do general Braga Ne o demonstrou precariamente a
intenção de inves r cerca de R$ 30 bilhões até 2022;
- O Brasil tem como pontos posi vos a capacidade de endividamento em
moeda nacional e as reservas internacionais excedentes;
- O Teto de Gastos precisará ser revisto no enfrentamento da crise, pois ele
foi aprovado de forma excessivamente rígida;
- Países da Zona do Euro, como a Itália, terão dificuldade em lidar com seus
endividamentos por não controlarem suas polí cas monetária e cambial; o
Banco Central Europeu (BCE) terá de adotar os chamados eurobonds;
- Uma reforma tributária progressiva deve ser prioridade para sair da crise;
- A carga tributária brasileira em dólares per capita é cinco vezes menor do
que a do Reino Unido;
- Serão necessários mais recursos para a educação pública à distância;
- Apenas 40% das moradias brasileiras recebem tratamento de esgoto; a
atual crise expõe problemas de saneamento no país; são locais em que a
inicia va privada não tem es mulos suficientes para inves r;
- Os inves mentos públicos estagnaram de 2011 a 2014 no Brasil (foram
subs tuídos por desonerações e incen vos fiscais ineficientes); o PAC
expandiu os inves mentos entre 2005 e 2010 quando houve crescimento do
país.
28/04/2020 - DE RESPONSABILIDADE FISCAL PARA SEGURANÇA FISCAL:
LIVE MONICA E ELIDA - VÍDEO 35:
- A queda da arrecadação de impostos tem agravado a situação fiscal de
estados e municípios, os quais precisam prestar serviços como os de saúde;
- A União repassou apenas R$ 5 bilhões (apenas 2% do total) para os demais
entes lidarem com os gastos do SUS em plena pandemia;
- O governo federal também travou o debate sobre a renovação do Fundeb,
que finda em 31 de dezembro deste ano;
- O piso salarial do magistério é de R$ 2.800,00;
- A EC do Teto de Gastos atacou apenas as despesas primárias (respondem
pelos direitos fundamentais), sem rever renúncias fiscais, tributação
regressiva ou despesas financeiras;
- O gasto acima do Teto está permi do apenas para o ano de 2020 pelos
créditos extraordinários;
- O Teto de Gastos, embora inserido em nível cons tucional, não é cláusula
pétrea: em setembro de 2019, foi feita alteração para permi r repasses do
leilão do pré-sal para estados e municípios (EC 102);
- A Agência Nacional de Saúde (ANS) liberou R$ 15 bilhões das reservas
técnicas dos planos de saúde, os quais atendem apenas 25% da população
brasileira;
- As polí cas monetária e fiscal são entrelaçadas na macroeconomia;
- A chamada responsabilidade fiscal deveria ser entendida à luz dos serviços
públicos e das atribuições sociais do Estado previstas na CF de 1988;
- A CF rege-se pelo princípio da igualdade material (os desiguais tratados
conforme as suas desigualdades);
- O Brasil ainda tem elevado índice de analfabe smo funcional; o Ensino
Médio só foi tornado obrigatório em 2016;
- Oplanejamento é fundamental para a administração dos recursos públicos.
29/04/2020 - ECONOMIA E SAÚDE: LIVE MONICA DE BOLLE E ATILA
IAMARINO - VÍDEO 36:
- O Brasil conseguiu conter a disseminação de doenças tropicais, como a
malária, a febre amarela, a esquistossomose (barriga d’água) e a filariose
(elefan ase), em centros urbanos graças a sanitaristas como Osvaldo Cruz,
Adolfo Lutz e Evandro Chagas; países tropicais tendem a ter mais parasitoses
e viroses (devido aos mosquitos);
- São os países menos desenvolvidos que demandam maiores esforços em
termos de isolamento social devido à facilidade pela qual a doença se
dissemina nas moradias com muitas pessoas;
- A Suécia apostou na chamada imunidade de rebanho da população, porém
o índice de mortalidade por COVID-19 é rela vamente alto; o Japão retardou
o avanço do coronavírus pelo autoisolamento, porém os leitos de UTI
grada vamente começaram a faltar (os casos foram aumentando);
- A reabertura em países como Cingapura provocou uma segunda onda de
contaminação a par r de alojamentos de trabalhadores estrangeiros em
condições mais precárias;
- Os testes em Nova York revelaram que apenas cerca de 30% da população
contraiu o coronavírus, indicando que a desaceleração no número de casos e
mortes decorreu do isolamento social;
- Em 1919, a gripe espanhola vi mou aproximadamente 150 milhões de
pessoas (10% do total na época) devido à quarentena insuficiente;
- É necessário um controle na reabertura para evitar novas ondas piores de
contaminação pelo novo coronavírus;
- O número de novos casos e mortes no Brasil está ocorrendo porque o vírus
está chegando em cidades menos populosas do interior do país.
30/04/2020 - A VOLATILIDADE DE GUEDES E… LIVROS! - VÍDEO 37:
- A “primeira temporada” destas lives girou em torno do entendimento da
ruptura provocada pelo coronavírus na sociedade;
- O ministro Paulo Guedes ainda não entendeu que a crise econômica terá
longa duração, tornando a agenda de reformas e priva zações inadequada;
- A atual crise gerou tanto um choque de oferta quanto um choque de
demanda: o nível de preços no novo equilíbrio é bem menor, e o PIB sofre
retração;
- Em um contexto deflacionário, a mone zação não gera inflação;
- A queda de preços pode provocar insolvência de empresas e demissões;
- Somente o governo é capaz de conter uma espiral deflacionária;
- O Teto de Gastos chega a ser um fe che de alguns economistas brasileiros;
não se trata de cláusula pétrea e deve ser flexibilizado;
- Os gastos necessários em 2021 não podem ocorrer por créditos
extraordinários: sistemas de saúde estaduais e municipais demandarão mais
inves mentos;
- A hipótese mais provável é a de que a epidemia siga como desafio pelos
próximos anos;
- Dicas de livros: “Analy cal Economics”, de Nicholas Georgescu-Roegen
(1966); “The Origins of Order”, de Stuart A. Kauffman;
- Dogmas não funcionam na Economia, pois se trata de um sistema em
constante evolução;
- Antes da crise, o Brasil já se encaminhava para um déficit fiscal em torno de
R$ 150 bilhões; hoje a previsão chega a R$ 600 bilhões; a razão dívida/PIB
deve aumentar;
- O cálculo da dívida/PIB feita pelo FMI inclui as operações compromissadas;
o BACEN não as inclui, o que resulta numa relação menor;
- A relação dívida/PIB do Brasil segundo o FMI é de 85%; com a atual crise
essa razão pode chegar aos 100% do PIB;
- O Brasil tem a vantagem de emi r sua dívida em moeda nacional, não
dependendo do dólar para financiá-la, ao contrário da Argen na;
- Deflação significa queda geral dos preços na economia, não apenas uma
categoria de produtos;
- O PIB dos EUA caiu 4,8% no primeiro trimestre, quando a pandemia apenas
começava; quase a metade dessa queda veio da área da saúde (o sistema
privado de saúde nos EUA acaba sofrendo pela alta inadimplência).
01/05/2020 - IMPRESSÃO DE MOEDA, COMPRA DE RESPIRADORES E
DESINFORMAÇÃO - VÍDEO 38:
- O sistema de saúde do Rio de Janeiro já desenha um sistema de pontuação
para priorizar o acesso a camas de UTI;
- O gasto público nesta crise pode ser por emissão de dívida ou de moeda
propriamente dita; não tem sen do em se preocupar com inflação no atual
cenário de queda geral de preços e colapso dos sistemas de saúde;
- A Inglaterra já anunciou que vai mone zar seus déficits;
- Os fenômenos inflacionários acabam concentrando renda ao impor na
prá ca um imposto regressivo sobre os mais pobres;
- Em um cenário de deflação, porém, o efeito é contrário: a emissão de
dívida ou moeda distribui renda;
- A reconversão industrial é necessária para gerar oferta de equipamentos
hospitalares, como respiradores;
- A impressão de moeda, no sen do de dinheiro sico, faz sen do em países
como o Brasil em que boa parte da população mais pobre ainda realiza
transações dessa forma;
- Os riscos de desabastecimento têm a ver com a adequação das empresas
para que sua produção não facilite a propagação do coronavírus.
T EMPORADA 2 (EM BREVE)