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Geovanna Carvalho - T30 - UFCA SINAIS E SINTOMAS OSTEOARTICULARES E EXAME FÍSICO . → O que é a reumatologia? - É a área do conhecimento médico que se ocupa do estudo das doenças que acometem os tecidos conjuntivos, que incluem as articulações, os ossos, os músculos, os tendões e os ligamentos. - Patologias: articulares, pariarticulares, doenças sistêmicas com manifestações reumatológicas → Principais sinais e sintomas: - ósseos: dor, deformidades e manifestações gerais (inapetência, febre, perda peso) - articular: dor, rigidez pós-repouso, fraqueza muscular, sinais inflamatórios (artrite), crepitação e manifestações sistêmicas (febre, astenia, perda de peso e anorexia) → Principal queixa do consultório: DOR - A localização da dor corresponde a área comprometida, mas se houve comprometimento de um nervo a sensação dolorosa pode irradiar para região inervada por ele → comum em afecções da coluna vertebral (lombociatalgia) → Deformidades ósseas - Um tipo especial de deformidade óssea é o arqueamento do osso, sendo exemplo a tíbia em sabre → raquitismo, sífilis e na doença de Paget. - Rosário raquítico → deformidade óssea comum no raquitismo em crianças e caracteriza-se pelo alargamento das extremidades anteriores → Fraqueza muscular - Deve ser diferenciada da fadiga - É um sintoma diretamente associado ao comprometimento muscular (miopatias) - Os acometimentos articulares de longa duração → atrofia muscular → fraqueza muscular Principais causas de dor articular - Osteoartrose (OA) - Artrite Reumatoide (AR) - Artrite Gotosa - Febre Reumática - Bursites - Tendinites - Entorses Geovanna Carvalho - T30 - UFCA - Colagenases - Tensão nervosa Dores articulares agudas Dores articulares crônicas - Gota - Bursite - Osteomielite - Artrite reumatoide - Osteoartrite DOR Anamnese Classificação (dor articular) Tipos Localização Agudo - 14 dias Dor neuropática: segue o caminho de um nervo periférico ou central, associado a sensação de parestesia, frio que dói, em queimação ou em choqueIntensidade (EVN/EVA) Duração (Aguda/Crônica - + de 3 meses) Subagudo - 6 semanas Dor óssea: dor profunda e difusa, não é facilmente determinada Irradiação Qualidade da dor: em pontada, queimação, choque, frio que queima, aperto, dormência, latejante. Crônico - mais de 12 semanas Dor articular: geralmente tem relação com o movimento. Possui bloqueio articular em movimentação passiva. Fatores agravantes ou atenuantes: movimento piora ou melhora? Dor periarticular/partes moles: Não tem limitação da movimentação passiva → amplitude normal Geovanna Carvalho - T30 - UFCA Artralgia X Artrite Dor inflamatória Dor mecânica - Dor na articulação - Inflamação da articulação - Base anatomopatológica é a sinovite (inflamação da membrana sinovial) - Sinais flogísticos presentes: edema, calor, dor e rubor - Causas: traumáticas, imunológicas, infecciosas, metabólicas e neoplásicas. obs.: lesões cutâneas + artrite → sugere LES, Artrite psoriática, A. gonocócica, reação medicamentosa e síndrome de Reiter (artrite reativa). Rigidez matinal de longa duração ( > 1h) Rigidez matinal de curta duração (5 min, 10 min) Melhora com o movimento Piora com o repouso Melhora com o repouso Piora com o movimento Padrão de inflamação sistêmico Sem inflamação sistêmica Responsivo ao uso de corticóide (prednisona) Não é responsivo ao corticoide ex.: artrite ex.: artrose PADRÃO DE ACOMETIMENTO ARTICULAR Quanto ao número Acometimento articular Simetria Sequência do envolvimento Monoartrite: apenas 1 articulação ex.: gota, artrite séptica - Articular periférico: joelhos, mãos, cotovelos… Simétrico: a lesão estará presente bilateralmente, por exemplo acometendo os dois joelhos. ex.: LES, AR Aditivo: quando as articulações se somam, logo a quantidade de articulações acometidas aumentam ao mesmo tempo. ex.: AR, OA generalizada, artrite reativa Oligoartrite: 2 - 4 articulações ex.: artrite reativa, SPA Migratório: quando o acometimento de uma Geovanna Carvalho - T30 - UFCA (espondiloartropatias) articulação melhora, outro sítio articular piora → sem intervalo assintomático. ex.: febre reumática, artrite gonocócica Poliartrite: > 4 articulações ex.: LES (Lúpus eritematoso sistêmico), AR (artrite reumatóide) - Articular axial: estruturas ligadas ao tronco → coluna, sacroilíacas, ombros.. Assimétrico: a lesão estará presente unilateralmente. ex.: SPA, ARe Intermitente: crises alternadas de acometimento articular com intervalos assintomáticos entre elas. ex.: gota, condrocalcinose, LES → Classifique: 1. Paciente com dor em articulações punhos, interfalangeanas, joelhos. Associada: rigidez matinal 60 min, edema, calor. Progressiva, Há 6 meses. (Poliartrite de grande e pequenas articulações, dor inflamatória, simétrico, aditiva, periférica, crônica → Artrite reumatóide) obs.: Sinovite → artrite de interfalangianas proximais → muito comum na AR 2. Dor em joelho D há 3 anos, associada a caminhadas e ao se agachar, Sensação de “estalos” no joelho. nega edema, calor, rubor. (Mono Artralgia de grande articulação, periférica, dor crônica de caráter mecânico, assimétrica → Artralgia de joelho D é indicativo de artrose) OBS.: Varo de joelho —> osteoartrite (OA) primária / Valgo de joelho → Artrite reumatóide Geovanna Carvalho - T30 - UFCA EXAME FÍSICO OSTEOARTICULAR Sequência: Inspeção, Palpação, Mobilidade e Manobras especiais INSPEÇÃO Deformidades - Artrites crônicas - posições fixas por tempo prolongado - Destruição de estruturas - AR: pescoço de cisne, desvio ulnar, boutoniere Tônus muscular - Atrofia: desuso, doenças neurológicas, miopatias inflamatórias, artrite crônica de joelho PALPAÇÃO Dor - Sensível, mas pouco específico Geovanna Carvalho - T30 - UFCA - Palpação de todas as estruturas articulares e circunjacentes - Cápsula articular e periósteo é doloroso / cartilagem articular e menisco são indolores (o que é doloroso é o processo inflamatório) Edema - Efusão sinovial (sinovite) - sensação de “borracha” Temperatura - Articulação é mais fria que a musculatura proximal → fisiológica - A temperatura será percebida com o dorso da mão - Palar comparando com ambos os lados - Variação de 0,5 graus pode ser detectada Crepitação - Sinal de comprometimento da cartilagem (degenerativo) - “Sensação de areia” → estalinhos mais finos → indício de osteoartrite - crepitações grosseiras → osteoartrites avançadas MOBILIZAÇÃO Passiva Quando o examinador faz o movimento Ativa Quando o paciente faz o movimento Ativa contra resistência O paciente faz o movimento e o examinar realiza força contrária → Avaliar: - Amplitude de movimento da articulação - Força muscular → mobilidade ativa - Bloqueios → paciente não realiza o movimento completamente na mobilidade passiva (indicativo de acometimento articular) ou na mobilidade ativa (indicativo de acometimento periarticular) - Rigidez Geovanna Carvalho - T30 - UFCA - Crepitações MANOBRAS ESPECIAIS - Teste de grupos articulares e musculares específicos - Identificação: patologias inflamatórias, lesões ligamentares… - Manobras segmentadas por sistema articular: ombro, joelho, punho, coluna… Ombro Inspeção Palpação Manobras passivas - Postura com acentuada cifose torácica → “corcunda” → enfraquece a musculatura dorsal - Síndrome do ombro caído → luxação no ombro - Sinal do popeye → ruptura do tendão do bíceps - Esterno-clavicular - Acrômio-clavicular - Subacromial - Corredeira bicipital - Axilar - Arco doloroso de simmonds - Mão-nádega oposta - Mão-costas → trocar com o polegar o ângulo inferior da escápula oposta - Mão-ombro oposto → opor a palma da mão a nuca Geovanna Carvalho - T30 - UFCA → Palpação profunda do ombro para identificar sinais de artrite Manobras ativas Neer - Elevação em abdução no plano da escápula de aproximadamente 45º - Investigar sinais de síndrome do impacto → os tendões do manguito rotador batendo no acrômio. Obs.: manguito rotador: supraespinhal, infraespinhal, redondo menor e subescapular. Neerhttps://www.youtube.com/watch?v=il1j3DFMKU0 Geovanna Carvalho - T30 - UFCA Jobe - Teste de supraespinhal - Braço à 45º do tronco do paciente em rotação interna de ombro e deve ser elevado com resistência → se dor: manobra de jobe positiva para lesão de supraespinhal Jobe Gerber - Mão próxima a nádega oposta e o paciente irá fazer uma rotação interna forçada. (o paciente irá forçar a mão do examinador para trás) - Se fraqueza na topografia → rotura - Se dor na topografia → lesão de subescapular Teste de Gerber Teste de cancela - Rotação externa forçada → testa redondo maior e infraespinhal Testes para Infra-espinhoso - rotação exte… https://www.youtube.com/watch?v=NOFZaAzOGOA https://www.youtube.com/watch?v=hbxRYGr308o https://www.youtube.com/watch?v=IeOnnrFnG4A Geovanna Carvalho - T30 - UFCA Sinal do sulco - O examinador vai estabilizar a articulação acrômio-clavicular e irá puxar o úmero para baixo → vai formar um vácuo que irá evidenciar um sulco - Sinal de instabilidade de ombro ou sinal de hipermobilidade (devido ligamentos frouxos) Palm up test - Testa bíceps - Braço do paciente elevado com palma da mão para cima e realizando força para cima, enquanto examinar faz resistência ao movimento. - Paciente irá sentir dor em topografica, na região do bíceps (corredeira bicipital) 20 Palm up teste Teste da gaveta - Examinador estabiliza o ombro e empurra o úmero para frente → caso o úmero se desloque para frente é indicativo de instabilidade anterior. Teste da gaveta https://www.youtube.com/watch?v=RVyHvaFx6KM https://www.youtube.com/watch?v=EFjUy3QRGpU Geovanna Carvalho - T30 - UFCA Yocum Yocum Yergason Teste de Yergarson https://www.youtube.com/watch?v=1-Hgd5hO2sQ https://www.youtube.com/watch?v=36yljDgdfNY Geovanna Carvalho - T30 - UFCA Patte Patte Quadril Inspeção Palpação Manobras - Observar a marcha → deambulação do paciente - Observar cicatrizes, hipertrofias musculares, assimetrias e alterações posturais. - Avaliar a presença de encurtamento de membros (medição) → Trocanter maior: - Trocanter femural é lateralizado e pode ser palpado → inserção de glúteo médio trato ílio-femoral - Bursa trocantérica pode ser dolorosa principalmente em mulheres quando dormem em decúbito lateral do lado da bursa. → Isquiático - Tuberosidade isquiática na face posterior da coxa com o paciente em decúbito lateral e o quadril em flexão - Flexão 0-120º → dobra a coxa por cima do abdome - Extensão 0 - 30º → jogar a perna para trás - Rotação externa 0 - 50º - Rotação interna 0 - 40º - Abdução 0 - 50º -Adução 0 - 30 º → uma perna em cima da outra https://www.youtube.com/watch?v=ZgU5-m4kXSE Geovanna Carvalho - T30 - UFCA - Anteriormente palpar a crista ilíaca, espinha ilíaca anterosuperior, tubérculos ilíacos e púbicos - Posteriormente palpar a crista ilíaca posterior, espinha ilíaca posterosuperior e tuberosidade isquiática Manobras Trendelemburg - Teste da musculatura glútea média contralateral ao achado - Incompetência de glúteo médio → quando o paciente se mantém em pé sobre a perna esquerda e o quadril cai para o lado da perna levantada → lesão de glúteo méd D Geovanna Carvalho - T30 - UFCA Teste de Fadir - Rotação interna de quadril forçando a perna para baixo - Testa patologia acetabular Teste de Ely - É possível observar a musculatura anterior da coxa quando o quadril está em flexão → musculatura de cadeia anterior - O calcanhar encosta no músculo glúteo Teste de Faber ou Patrick - Flexão, abdução e rotação externa do quadril - Segurar a bacia e o examinador força a abertura inguinal do quadril - Caso dor profunda/ na virilha → acometimento coxo-femural - Caso dor no glúteo posterior contralateral ao movimento → teste positivo para acometimento sacroilíaco Geovanna Carvalho - T30 - UFCA Teste de Gaenslen - Dor em sacroilíaca posterior no mesmo lado do movimento Straight leg raise supine - Avaliar alongamento de toda musculatura posterior do membro inferior - Quem não consegue fletir o quadril até perto de 90º está com musculatura posterior encurtada Geovanna Carvalho - T30 - UFCA Teste Ober - Avaliar encurtamento ou déficit de função iliotibial - O examinador vai soltar a o membro inferior na topografia da imagem ao lado e caso a perna descer em movimento contínuo o teste é negativo, mas se o membro descer em cadência pode haver uma lesão iliotibial. Joelho Inspeção Palpação - Varo - Valgo (“quem vem valgo não cavalga”) - Hiperextensão de joelho → sinal de hipermobilidade articular - Osgood schlatter → osteocondrite (calcificação na inserção do ligamento patelar inferior) - Linhas mediais e laterais - Testes de derrame articular - Bursa anserina - Mobilidade patelar Geovanna Carvalho - T30 - UFCA Manobras Teste de gaveta anterior de joelho - Movimento puxando a tíbia para frente → caso positivo denota instabilidade do ligamento cruzado anterior Teste de gaveta posterior de joelho - Movimento puxando a tíbia para trás é indicativo de insuficiência ligamentar de cruzado posterior Teste Pivot shift - Posteriorizar e lateralizar a tíbia para avaliar instabilidade dos ligamentos Teste de estresse em valgo ou varo - (A) Examinador executa um valgo forçado, empurrando o joelho medialmente e o tornozelo lateralmente → se positivo o ligamento colateral medial não está estável Geovanna Carvalho - T30 - UFCA - (B) Teste em varo → empurrando o joelho lateralmente e o tornozelo medialmente → se positivo o ligamento colateral lateral não está estável Teste Macmurray - Testar menisco lateral e medial Geovanna Carvalho - T30 - UFCA Teste Appley - Teste de menisco lateral e medial Coluna Lombar Inspeção - Escoliose - Acentuação da lordose - Alterações posturais - Assimetrias/tropismos musculares Palpação - Espinhas ilíacas - Processos espinhosos Movimentos - Flexão - Extensão - Lateralização - Rotação Geovanna Carvalho - T30 - UFCA Testes radiculares - Lasegue - L2/3 - L4 - L5 - S1 - Hoover