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Prévia do material em texto

| 503 
 
 
 
 
| 504 
Sumário 
 
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ............................................................................................................................ 509 
1. Lei Processual Penal do Tempo: .................................................................................................................... 510 
2. Interpretação do Processo Penal: .................................................................................................................. 510 
INQUÉRITO POLICIAL........................................................................................................................................... 510 
1. Conceito de Inquérito Policial: ...................................................................................................................... 510 
1.1. Finalidade do Inquérito Policial: ........................................................................................................... 510 
1.2. Termo Circunstanciado: ......................................................................................................................... 510 
2. Natureza Jurídica: .......................................................................................................................................... 510 
3. Características do Inquérito Policial ............................................................................................................. 510 
3.1. Regras em relação aos advogados no Inquérito Policial ...................................................................... 511 
4. Formas de Instauração do Inquérito Policial: .............................................................................................. 511 
4.1. Crimes de Ação Penal Privada ou Pública Condicionada. .................................................................. 511 
4.2. Ação Penal Pública Incondicionada: ..................................................................................................... 511 
5. Identificação Criminal: ................................................................................................................................... 512 
6. Incomunicabilidade do Indiciado Preso: ...................................................................................................... 512 
7. Atitudes no Inquérito Policial: ....................................................................................................................... 512 
8. Prazo para conclusão do Inquérito Policial: ................................................................................................. 512 
9. Indiciamento: ................................................................................................................................................... 513 
10. Arquivamento dos Autos do Inquérito Policial: ....................................................................................... 513 
10.1. Desarquivamento e Posterior Oferecimento da Denúncia: ............................................................. 513 
10.2. Art. 28, CPP: ........................................................................................................................................ 513 
10.3. Recorribilidade no Arquivamento: ................................................................................................... 513 
11. Trancamento da Ação Penal: ..................................................................................................................... 513 
12. Providências a serem adotadas pelo MP após ter vista dos autos do Inquérito: ................................... 514 
AÇÃO PENAL ............................................................................................................................................................ 514 
1. Princípios da Ação Penal: .............................................................................................................................. 514 
2. Representação do Ofendido: ......................................................................................................................... 516 
2.1. Retratação da Representação: ............................................................................................................... 516 
2.2. Requisição do Ministro da Justiça: ...................................................................................................... 517 
3. Classificação das ações penais: ...................................................................................................................... 517 
4. Ação Penal Pública ......................................................................................................................................... 517 
4.1. Ação Penal Pública Incondicionada: .................................................................................................... 517 
4.2. Ação Penal Pública Condicionada à representação: ........................................................................... 517 
5. Ação Penal de Iniciativa Privada. ................................................................................................................. 517 
5.1. Ação Penal de iniciativa privada Personalíssima: .............................................................................. 517 
5.2. Ação Penal exclusivamente Privada ..................................................................................................... 517 
 
 
| 505 
5.3. Ação Penal privada subsidiária da pública: ......................................................................................... 517 
6. Ação Penal em crimes específicos: ............................................................................................................... 517 
6.1. Crimes contra a honra: ........................................................................................................................... 517 
6.2. Crimes de Lesão Leve e Culposa praticados com Violência Doméstica e familiar contra a mulher:
 518 
6.3. Crimes contra dignidade sexual: ........................................................................................................... 518 
7. Peça Acusatória: ............................................................................................................................................. 518 
8. Súmulas ................................................................................................................................................................ 518 
COMPETÊNCIA ........................................................................................................................................................ 518 
1. Introdução ....................................................................................................................................................... 518 
2. Critérios para fixação da competência – Art. 69, CP ................................................................................. 518 
3. Classificação da competência: ....................................................................................................................... 519 
4. Passos para determinar a competência ........................................................................................................ 519 
5. Foro por Prerrogativa de função ...................................................................................................................... 519 
6. Competência da Justiça Federal ................................................................................................................... 522 
7. Competência Territorial .................................................................................................................................... 525 
7.1. Lugar da Infração - Regra Geral ............................................................................................................... 5257.2. Domicílio do Réu – Art. 72 e 73, CPP: ..................................................................................................... 525 
7.3. Distribuição ................................................................................................................................................. 526 
7.4. Prevenção ..................................................................................................................................................... 526 
7.5. Conexão e Continência – Art. 76 a 91, CPP ............................................................................................. 526 
6. Súmulas relacionadas ......................................................................................................................................... 526 
QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES ........................................................................................................... 528 
1. Questões Prejudiciais x Questões Incidentais ............................................................................................ 528 
2. Características das Questões Prejudiciais: .................................................................................................. 529 
3. Questões Prejudiciais Devolutivas e Não Devolutivas: ............................................................................. 529 
4. Obrigatoriedade da Questão Prejudicial ..................................................................................................... 529 
4.1. Prejudicial Obrigatória............................................................................................................................... 529 
4.2. Prejudicial Facultativa................................................................................................................................ 529 
4.3. Vinculação temática e eventual correição da decisão ........................................................................ 530 
4.4. Recurso .................................................................................................................................................... 530 
5. Processos Incidentes: ..................................................................................................................................... 530 
6. Exceções .......................................................................................................................................................... 530 
6.1. Exceção de Suspeição ................................................................................................................................. 530 
6.2. Exceção de Incompetência: ........................................................................................................................ 531 
6.3. Exceção de litispendência, ilegitimidade de parte e coisa julgada ....................................................... 532 
7. Incompatibilidade e Impedimento ............................................................................................................... 532 
7.1. Impedimento ................................................................................................................................................ 532 
 
 
| 506 
7.2. Incompatibilidade ....................................................................................................................................... 533 
8. Conflito de Jurisdição .................................................................................................................................... 533 
8.1. Introdução .................................................................................................................................................... 533 
8.2. Casos ............................................................................................................................................................. 533 
8.3. Legitimidade ................................................................................................................................................ 533 
8.4. Competência para Julgamento do Conflito .............................................................................................. 533 
8.5. Procedimento ............................................................................................................................................... 534 
9. Restituição de Coisas Apreendidas .............................................................................................................. 534 
9.1. Momento da Restituição ............................................................................................................................ 534 
9.2. Quem pode determinar a restituição ........................................................................................................ 534 
9.3. Remessa de bens para leilão público ......................................................................................................... 534 
10. Incidente de Insanidade Mental ................................................................................................................. 535 
PROVAS ...................................................................................................................................................................... 535 
1. Princípios............................................................................................................................................................. 535 
2. Prova .................................................................................................................................................................... 537 
2.1 Conceito de prova ......................................................................................................................................... 537 
2.2 Prova x elemento informativo (art. 155, CPP) ......................................................................................... 537 
2.3. Provas cautelares, não repetíveis e antecipadas ...................................................................................... 537 
2.4 Conceito de indícios (art. 239) .................................................................................................................... 537 
2.5 Momento da produção da prova ................................................................................................................. 537 
2.6 Distribuição do ônus da prova .................................................................................................................... 538 
2.7 Prova ilícita ................................................................................................................................................... 538 
2.7 Prova emprestada ......................................................................................................................................... 540 
3. Exame de corpo de delito e perícias em geral - Arts. 158 a 184, CPP .............................................................. 540 
3.1.Obrigatoriedade: ............................................................................................................................................... 540 
3.2. Peritos - Arts. 158 e 159, CPP ..................................................................................................................... 540 
4. Interrogatório: Art. 185 e ss, CPP .................................................................................................................. 540 
5. Confissão: ......................................................................................................................................................... 541 
6.Reconhecimento - Art. 226, CPP ........................................................................................................................ 541 
7.Testemunhas - Arts. 202 e ss, CPP: ..................................................................................................................541 
8.Busca e Apreensão - Arts. 240 e ss, CPP ............................................................................................................ 541 
MEDIDAS CAUTELARES DIVERSAS DE PRISÃO, PRISÃO E LIBERDADE .............................................. 541 
1. Introdução ........................................................................................................................................................... 541 
2. Prisão em Flagrante ........................................................................................................................................... 542 
2.1. Hipóteses de Flagrância - Artigo 302, CPP ............................................................................................. 542 
2.2. Prisões em Flagrante em várias espécies de crime ................................................................................. 543 
2.3. Observações Importantes ........................................................................................................................... 544 
2.4. Prazo ............................................................................................................................................................. 544 
 
 
| 507 
2.5. Vícios Formais ............................................................................................................................................. 544 
2.6. Opções do Juiz ao receber o Flagrante..................................................................................................... 545 
2.7. Relaxamento de Flagrante ......................................................................................................................... 546 
2.8. Liberdade Provisória................................................................................................................................... 546 
3. Prisão Preventiva ............................................................................................................................................... 547 
3.1. Cabimento/Requisitos ................................................................................................................................ 547 
1.1. Pressupostos ............................................................................................................................................ 547 
3.3. Motivação/Fundamentação ....................................................................................................................... 547 
3.4. Excludentes e Falta de Motivos ................................................................................................................ 548 
3.5. Prazo ............................................................................................................................................................. 548 
3.6. Relaxamento da Prisão Preventiva ........................................................................................................... 548 
3.7. Prisão domiciliar ......................................................................................................................................... 548 
4. Prisão Temporária – Lei 7.960/89 ................................................................................................................... 548 
4.1. Momento ...................................................................................................................................................... 548 
4.2. Hipóteses de Admissibilidade .................................................................................................................... 548 
4.3. Pressupostos ................................................................................................................................................ 549 
4.4. Prazo ............................................................................................................................................................. 549 
4.5. Demais artigos: ............................................................................................................................................ 549 
4.6. Relaxamento de Prisão ............................................................................................................................... 550 
4.7. Revogação da Prisão Temporária: ............................................................................................................ 550 
4.8. Quadro Comparativo entre Preventiva e Temporária ............................................................................ 550 
5. Medidas Cautelares diversas de Prisão ........................................................................................................... 551 
5.1. Rol das medidas cautelares: ....................................................................................................................... 551 
5.2. Cabimento das Cautelares .......................................................................................................................... 551 
5.3. Quando não se aplica medidas cautelares diversas da prisão ................................................................ 551 
5.4. Regras gerais ................................................................................................................................................ 551 
6. Súmulas ................................................................................................................................................................ 552 
RITOS PROCESSUAIS ............................................................................................................................................. 552 
TRIBUNAL DO JÚRI - 1ª FASE .............................................................................................................................. 561 
TRIBUNAL DO JÚRI – 2ª FASE .............................................................................................................................. 563 
MEDIDAS ASSECURATÓRIAS .............................................................................................................................. 565 
1. Conceito ........................................................................................................................................................... 565 
2. Sequestro ............................................................................................................................................................. 565 
2.1. Bens ............................................................................................................................................................... 565 
2.2. Decretação ................................................................................................................................................... 566 
2.3. Embargos ...................................................................................................................................................... 566 
2.4. Levantamento .............................................................................................................................................. 566 
3. Hipoteca Legal .................................................................................................................................................... 566 
 
 
| 508 
3.1. Bens ............................................................................................................................................................... 566 
3.2. Procedimento ............................................................................................................................................... 566 
4. Arresto ................................................................................................................................................................. 566 
4.1. Definição ......................................................................................................................................................566 
4.2. Levantamento .............................................................................................................................................. 567 
5. Legitimidade para as Medidas Assecuratórias ............................................................................................... 567 
EMENDATIO LIBELLI E MUTATIO LIBELLI ................................................................................................... 567 
1. Emendatio Libelli ............................................................................................................................................... 567 
1.1. Conceito e Cabimento ................................................................................................................................. 567 
2. Mutatio Libelli .................................................................................................................................................... 568 
2.1. Conceito e Cabimento ................................................................................................................................. 568 
2.4. Segunda Instância ........................................................................................................................................ 569 
3. Súmulas ................................................................................................................................................................ 570 
NULIDADES ............................................................................................................................................................... 570 
1. Nulidade Absoluta x Relativa: ....................................................................................................................... 570 
2. Casos de Nulidade: .......................................................................................................................................... 570 
3. Consequências da Nulidade: .......................................................................................................................... 571 
RECURSOS – LINHAS GERAIS ............................................................................................................................. 571 
1. Princípios Recursais: Aplicáveis a todos os recursos. .................................................................................... 571 
2. Efeitos dos Recursos ...................................................................................................................................... 572 
2.1. Efeito Devolutivo ................................................................................................................................... 572 
2.2. Efeito Suspensivo.................................................................................................................................... 572 
2.3. Efeito Regressivo .................................................................................................................................... 572 
2.4. Efeito Extensivo ..................................................................................................................................... 572 
3. Pressupostos Recursais: ................................................................................................................................. 572 
APELAÇÃO ................................................................................................................................................................ 573 
1. Fundamento Legal: ......................................................................................................................................... 573 
2. Interposição e Razão: ...................................................................................................................................... 574 
3. Legitimidade e Prazo: ..................................................................................................................................... 574 
4. Apelação pelo ofendido e seus sucessores: .................................................................................................... 574 
5. Demais artigos referentes ao tema: ............................................................................................................... 574 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - RESE ........................................................................................................ 574 
1. Introdução: ...................................................................................................................................................... 574 
2. Cabimento: ...................................................................................................................................................... 575 
3. Procedimento e possibilidade de retratação: ................................................................................................ 575 
4. Prazo: ............................................................................................................................................................... 575 
AGRAVO EM EXECUÇÃO...................................................................................................................................... 575 
1. Previsão e Cabimento: .................................................................................................................................... 575 
 
 
| 509 
EMBARGOS INFRINGENTES ................................................................................................................................ 576 
1. Previsão e Cabimento: .................................................................................................................................... 576 
2. Requisitos: ....................................................................................................................................................... 576 
3. Legitimidade e Competência para o Julgamento: ........................................................................................ 576 
4. Prazo: ............................................................................................................................................................... 576 
5. Lógica: .............................................................................................................................................................. 576 
6. É possível alegar algo “fora” do voto vencido? ............................................................................................ 576 
CARTA TESTEMUNHÁVEL ................................................................................................................................... 576 
1. Cabimento: ...................................................................................................................................................... 576 
2. Peculiaridades: ................................................................................................................................................ 576 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ........................................................................................................................... 577 
1. Fundamento Legal: ......................................................................................................................................... 577 
2. Cabimento: ...................................................................................................................................................... 577 
3. Competência: ................................................................................................................................................... 577 
4. Prazo: ............................................................................................................................................................... 577 
HABEAS CORPUS .....................................................................................................................................................577 
1. Cabimento: ...................................................................................................................................................... 577 
2. Modalidades: ................................................................................................................................................... 578 
3. Legitimado Ativo: ........................................................................................................................................... 578 
4. Legitimidade Passiva: ..................................................................................................................................... 578 
5. Competência: ................................................................................................................................................... 578 
6. Liminar em HC: .............................................................................................................................................. 578 
7. Súmulas: ........................................................................................................................................................... 578 
REVISÃO CRIMINAL .............................................................................................................................................. 579 
1. Cabimento e Fundamento Legal: .................................................................................................................. 579 
2. Legitimidade: ................................................................................................................................................... 579 
3. Prazo: ............................................................................................................................................................... 579 
4. Competência da Revisão Criminal: ............................................................................................................... 579 
OUTROS TEMAS DO CPP ....................................................................................................................................... 579 
1. Ação Civil Ex Delicto ...................................................................................................................................... 579 
2. Juiz, Ministério Público, Acusado, Defensor, Assistentes e Auxiliares da Justiça .................................... 579 
3. Citações e Intimações ...................................................................................................................................... 579 
4. Medidas de Segurança .................................................................................................................................... 580 
5. Sentença ........................................................................................................................................................... 580 
6. Procedimentos Especiais ................................................................................................................................. 580 
 
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
Leitura Obrigatória: Artigos 1º ao 3º, CPP 
 
 
 
| 510 
1. Lei Processual Penal do Tempo: 
A lei processual penal tem aplicação imediata, não retroagindo ou ultra-agindo. Cuidado, a lei nova não retroage 
no processo penal, nem mesmo se ela for mais benéfica (diferente do Direito Penal material). É o chamado Tempus 
Regit Actum. 
Art. 2º. A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei 
anterior. 
Há uma exceção: se a norma for MISTA, ou seja, tiver características do Direito Penal e do Direito Processual 
Penal, ela retroagirá para beneficiar o réu. 
 
2. Interpretação do Processo Penal: 
O CPP admite interpretação extensiva, aplicação analógica e o suplemento dos princípios gerais de direito: 
Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos 
princípios gerais de direito. 
Tal matéria cai na OAB de forma decorativa. Ela pergunta exatamente quais são as interpretações possíveis. 
 
INQUÉRITO POLICIAL 
Leitura Obrigatória: Artigos 4º ao 23º + Artigo 28, CPP 
 
1. Conceito de Inquérito Policial: 
É o procedimento administrativo, inquisitório e preparatório, presidido pela Autoridade Policial, com o objetivo 
de colher elementos de informação quanto à autoria e materialidade da infração penal, a fim de permitir que o titular da 
ação penal possa ingressar em juízo. 
1.1. Finalidade do Inquérito Policial: 
É a colheita de elementos de informação quanto à Autoria e Materialidade da Infração penal. 
No Inquérito Policial o juiz só deve intervir quando necessário (ex: Interceptação Telefônica) e desde que seja 
provocado neste sentido. Ele deve ficar o mais distante possível, para preservar sua imparcialidade. 
1.2. Termo Circunstanciado: 
O Termo Circunstanciado é um procedimento investigatório de Infrações de Menor Potencial Ofensivo. É bem 
parecido com um Boletim de Ocorrência 
Infrações de menor Potencial Ofensivo são as Contravenções Penais e crimes com pena máxima não superior a 
dois anos, cumulada ou não com multa. 
 
2. Natureza Jurídica: 
É um mero procedimento administrativo, não é processo, pois dele não resulta a imposição direta de nenhuma 
sanção. Assim, eventuais vícios constantes do inquérito não contaminam de nulidade o processo a que der origem, salvo 
em se tratando de provas ilícitas (ou derivada da ilícita). 
Observe que a Persecução Penal é a atividade desenvolvida pelo Estado para impor a alguém (autor do fato) 
uma sanção. A Persecução Penal possui 2 fases, a Investigatória (com um mero procedimento administrativo) e a Judicial 
(Processo Penal). 
 
3. Características do Inquérito Policial 
a) É um procedimento escrito – art. 9º, CPP. 
Hoje a doutrina prevê que alguns atos podem ser gravados. 
b) Indisponível para a Autoridade Policial: 
A Autoridade Policial não pode arquivar autos de IP. O Delegado possui até uma certa discricionariedade para 
não iniciar o processo, dependendo do caso, mas depois de iniciado o Delegado jamais pode arquivá-lo sem a 
concordância do MP e a permissão do Juiz. 
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. 
A OAB faz uma pegadinha e diz que ele é Indispensável. Está errado: ele é dispensável ao processo, porém 
indisponível para Autoridade Policial. 
c) Procedimento Dispensável: 
Se o titular da ação penal contar com elementos informativos obtidos a partir de procedimento investigatório 
diverso do Inquérito, este poderá ser dispensado. 
d) Procedimento Sigiloso: 
Em regra o sigilo e a consequente surpresa são indispensáveis para se assegurar a eficácia das investigações. 
Mas pode haver casos em que a publicidade pode ser útil para investigações, como a divulgação do retrato falado. 
Não se opõe sigilo ao Juiz/Promotor ou Advogado. 
e) Procedimento Inquisitorial 
A Corrente Majoritária afirma que não é obrigatória a observância do contraditório e da ampla defesa. 
Atenção nesse item! Cai muito na OAB! 
 
 
 
 
| 511 
Quem possui direitos no Inquérito Policial é o advogado! É possível, ainda, fazer requerimentos no Inquérito, 
mas isso não significa que a Autoridade Policial deverá realizá-los. 
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, 
ou não, a juízo da autoridade. 
f) Procedimento temporário: 
Em se tratando de investigado solto, o prazo para a conclusão do IP pode ser prorrogado. 
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso 
preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 
30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. 
§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, eo indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução 
dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz. 
 
3.1. Regras em relação aos advogados no Inquérito Policial 
 Direito do preso à presença de advogado: 
Este acesso é garantido expressamente na CF, no art. 5º, inciso LXIII, que assim diz: 
Art. 5º, inciso LXIII, CF. O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe 
assegurada a assistência da família e de advogado. 
 Procuração: 
O advogado sequer necessita de procuração para acessar o Inquérito, salvo se houver informações relativas à 
vida privada do investigado. 
 Acesso: 
O acesso é ilimitado às informações já documentadas, mas o advogado não terá acesso às diligências em 
andamento. Veja a Súmula Vinculante nº. 14: 
Súmula Vinculante 14, STF. É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova 
que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam 
respeito ao exercício do direito de defesa. 
Também está no art. 14, XIV, do Estatuto da OAB: 
Art. 7º São direitos do advogado: XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo 
sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos 
à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital 
 
4. Formas de Instauração do Inquérito Policial: 
 
4.1. Crimes de Ação Penal Privada ou Pública Condicionada. 
O Inquérito não pode ser instaurado de Ofício, já que a própria lei condiciona a persecução penal a alguma 
espécie de manifestação do interessado, seja essa manifestação o Requerimento da vítima ou Requisição do Ministro da 
Justiça. 
Art. 5º, § 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado. 
 
4.2. Ação Penal Pública Incondicionada: 
a) Instauração de Ofício 
Ocorre quando a AP toma conhecimento do crime por meio de suas atividades rotineiras. 
b) Requisição do Juiz ou do MP: 
Via de regra a Autoridade Policial é obrigada a atender a Requisição. Ela só não atenderá quando a requisição 
for ilegal. 
c) Requerimento da Vítima ou de seu representante legal 
É o Boletim de Ocorrências. 
A Autoridade Policial pode indeferir o pedido de abertura do Inquérito, se ele não abrir a opção é interpor um 
recurso inominado ao “Chefe de Polícia”1. 
d) Notícia Oferecida por qualquer pessoa do Povo 
Denúncia Anônima: Se a Denúncia for anônima o Delegado deve realizar diligências e a partir das diligências 
instaurará Inquérito Policial. Assim, a denúncia por si só, não serve para fundamentar a instauração de um inquérito 
Policial, porém a partir dela pode a Polícia realizar diligências preliminares para verificar a procedência das informações 
e, então, instaurar o inquérito policial propriamente dito. 
e) Auto de Prisão em Flagrante 
 
 
1O chefe de polícia não mais existe, então este chefe maior dependerá do Estado. Em alguns estados há o Delegado 
Geral e em outros o Secretário de Segurança Pública. 
 
Atenção nesse item! Cai muito 
na OAB! 
 
 
 
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5. Identificação Criminal: 
São várias formas: 
I. Identificação Fotográfica. 
II. Identificação Datiloscópia (Impressões Digitais) 
III. Identificação do Perfil Genético (Lei 12.664/12). 
Antes da CF/88 era obrigatória, ainda que houvesse a Identificação Civil. Observe a Súmula 568, do STF, 
superada pelo Art. 5º, LVIII, CF: 
STF Súmula nº 568 - A identificação criminal não constitui constrangimento ilegal, ainda que o indiciado já tenha sido 
identificado civilmente. 
Com o advento da CF/88, mais especificamente o art. 5º, LVIII, Súmula perdeu sua validade: 
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei 
Assim, se o indivíduo não se identificar civilmente, poderá ser submetido à identificação criminal. Da mesma 
forma, o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal (salvo nas hipóteses previstas em lei). 
Veja a Lei de Identificação Criminal - Lei 12.037/09 
Art. 3º. Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando: 
I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; 
II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado; 
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si; 
IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária 
competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa; 
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; 
VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado 
impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais. 
Cuidado: o Inciso IV depende de autorização judicial. É o único que admite identificação genética! 
 
6. Incomunicabilidade do Indiciado Preso: 
Observe o art. 21, do CPP: 
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando 
o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. 
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho fundamentado do 
Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o 
disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil 
A doutrina entende que este artigo não foi recepcionado pelo art. 21, da CF/88, uma vez que a Constituição não 
autoriza a incomunicabilidade sequer no Estado de Defesa. Lembre-se que no Regime Disciplinar Diferenciado não há 
incomunicabilidade, mas sim maiores restrições ao direito de visitas. 
As pessoas que ainda aplicam o dispositivo, aceitando a incomunicabilidade, devem respeitar sempre o acesso 
dos advogados: 
Art. 7º São direitos do advogado: 
III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem presos, 
detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis; 
Para a OAB responda a letra da lei! 
 
7. Atitudes no Inquérito Policial: 
Estão nos artigos 6º e 7º, CPP. Observe os arts. 6º e 7º trazem um rol exemplificativo de diligências a serem 
realizadas pela Autoridade Policial, mas elas não possuem uma ordem a ser seguida, nem são todas obrigatórias, sendo 
o Inquérito discricionário: 
Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá 
proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. 
 
8. Prazo para conclusão do Inquérito Policial: 
 Preso Solto 
CPP 10 dias 30 dias 
Inquérito Policial Federal 15+15 dias 30 dias 
Inquérito Policial Militar 20 dias 40 + 20 dias 
Lei de Drogas 30 + 30 dias 90 + 90 dias 
Economia Popular 10 dias 10 dias 
Prisão Temporária em crimes hediondos/equiparados 30 + 30 dias Não se aplica 
 Em se tratando de investigado solto, é possível a prorrogação deste prazo. 
Art. 10, § 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a 
devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz. 
Leia o artigo 6º, CPP 
 
 
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9. Indiciamento: 
 Há indícios, em sede de investigação – Agente será suspeito 
 Iniciado um processo penal – Agente será indiciado 
 Após o oferecimento da Denúncia – Agente será Acusado/Réu 
 Após a condenação– Agente se torna culpado 
 
10. Arquivamento dos Autos do Inquérito Policial: 
É uma decisão judicial que resulta do consenso entre o MP e a autoridade judiciária. O juiz não pode, de forma 
alguma, arquivar de ofício, já que ele não é o titular da ação penal. 
São fundamentos do Arquivamento: 
I. Ausência dos Pressupostos Processuais ou das condições da Ação: 
Exemplo: vítima de estupro não representa. 
FAZ COISA JULGADA FORMAL, ou seja, pode-se reabrir o Inquérito. No caso do exemplo, a mulher 
pode voltar a representar (dentro do prazo de 6 meses - decadencial). 
II. Ausência de Lastro Probatório (Justa Causa) para o oferecimento da Denúncia. 
Por exemplo, não há indícios suficientes de autoria. Faz Coisa Julgada Formal, ou seja, pode-se reabrir o 
Inquérito. 
III. Manifesta atipicidade formal ou material + Causa Excludente da Ilicitude + Causa Excludente da 
Culpabilidade 
Faz Coisa Julgada Formal e Material, ou seja, não será possível reabrir o Inquérito. 
IV. Presença de uma Causa Extintiva da Punibilidade 
Por exemplo, Prescrição, Decadência, Renúncia ou morte. 
Faz Coisa Julgada Formal e Material, ou seja, não será possível reabrir o Inquérito. 
 
10.1. Desarquivamento e Posterior Oferecimento da Denúncia: 
O Pressuposto é que se tenha NOTÍCIA de provas novas. 
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a 
autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. 
 
10.2. Art. 28, CPP: 
 
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito 
policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará 
remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do 
Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a 
atender. 
Assim, o juiz, no caso de considerar improcedente o arquivamento, fará remessa do inquérito ao procurador-
geral. O procurador-geral, no caso de arquivamento de inquérito poderá: 
a) Oferecer a denúncia ele mesmo 
b) Requisitar Diligências 
c) Designar outro órgão do Ministério Público para oferecê-la 
d) Insistir no pedido de arquivamento, sendo o juiz obrigado a atendê-lo. 
Sobre a designação de outro órgão do MP, veja que ela não pode recair sobre o mesmo promotor que requereu 
o arquivamento. O promotor não pode ser obrigado a fazer algo contra suas convicções. 
O outro promotor deve oferecer denúncia em nome do procurador (Longa Manus). 
 
10.3. Recorribilidade no Arquivamento: 
A decisão de arquivamento é irrecorrível. A partir da homologação do Juiz não há o que fazer, não sendo cabível 
Ação Penal privada subsidiária da Pública. 
Há algumas exceções: 
a. Arquivamento em crimes contra a economia popular 
b. Arquivamento em crimes contra a Saúde Pública 
Em ambos os casos, a lei prevê o “Recurso de Ofício”. 
c. Contravenções do Jogo do Bicho e Corrida de Cavalo, caberão RESE. 
d. Arquivamento do Inquérito pelo PGJ 
A lei prevê um pedido de Revisão ao Colégio de Procuradores 
 
11. Trancamento da Ação Penal: 
Atenção nesse item! Cai 
muito na OAB! 
 
 
Atenção nos itens 10.1 e 10.2! Caem muito na OAB! 
 
 
 
 
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O arquivamento do Inquérito é o consenso entre Juiz e Promotor, o que não deve se confundir com o 
Trancamento, que é uma medida de força que acarreta a extinção prematura das investigações quando a mera tramitação 
do Inquérito configurar constrangimento ilegal. 
O trancamento sempre tem caráter excepcional e ocorre por: 
a. Manifesta atipicidade formal/material 
b. Causa extintiva da punibilidade 
c. Instauração do inquérito em crimes de ação penal privada ou crimes de ação penal pública condicionada 
à representação sem prévio requerimento do ofendido. 
O instrumento apropriado é o Habeas Corpus, desde que haja riscos à liberdade de locomoção. 
 
12. Providências a serem adotadas pelo MP após ter vista dos autos do Inquérito: 
a) Ação Penal Privada: 
O MP deve requerer a permanência dos autos em cartório, aguardando-se a iniciativa do ofendido. Ressalta-se 
que o MP não tem legitimidade para ação penal privada. 
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde 
aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante 
traslado. 
b) Ação Penal Pública: 
b.1. Oferecer Denúncia. 
b.2. Promoção de Arquivamento 
b.3. Requisição de Diligências 
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas 
diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. 
b.4. Declinação de Competência: Deve ser feita se o Promotor entender que o Juiz perante o qual atua não tem 
competência para o julgamento do crime. 
 
AÇÃO PENAL 
Leitura Obrigatória: Artigos 24 a 62, CPP 
 
1. Princípios da Ação Penal: 
É um tema muito recorrente em concursos. 
Em primeiro plano, enxergue um quadro comparativo: 
A.P. Pública A.P. Privada 
Inércia da Jurisdição: Não é dado iniciar de ofício um 
processo penal condenatório 
 
Idem 
Ne bis in idem Processual: Não pode uma pessoa ser 
processada duas vezes pelo mesmo crime 
 
Idem 
 Princípio da Obrigatoriedade: Presentes as condições 
da ação e havendo justa causa, o MP é obrigado a oferecer 
Denúncia. 
Princípio da Oportunidade: Cabe ao 
ofendido decidir se vai exercer seu direito ou 
não. 
 
Princípio da Indisponibilidade: MP não pode desistir do 
processo. 
Princípio da Disponibilidade: o querelante 
pode dispor do processo em andamento, 
através do perdão, da conciliação e desistência 
e da Perempção. 
Princípio da Divisibilidade: MP pode denunciar alguns 
investigados sem prejuízo do prosseguimento das 
investigações em relação aos demais 
Princípio da Indivisibilidade: o processo de 
um obriga ao processo de todos. 
 
Entenda os Princípios: 
 
6.1. Princípio da Inércia da Jurisdição 
Aplica-se às ações públicas e privadas! Ao Juiz não é dado iniciar de ofício um processo penal condenatório (art. 
129, I, CF). Isto porque o juiz seria parcial no processo. 
 
 
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6.2. Ne bis in idem Processual 
Aplica-se às ações públicas e privadas! 
O princípio Ne bis in idem significa que uma mesma circunstância não pode ser levada em consideração duas 
vezes. O ne bis in idem processual é a determinação de não pode uma pessoa ser processada duas vezes pelo mesmo 
crime. É determinado pela Convenção Americana de Direitos Humanos. 
6.3. Princípio da Obrigatoriedade (ou Legalidade Processual) 
Aplica-se APENAS às Ações Públicas! 
Presentes as condições da ação e havendo justa causa, o MP é obrigado a oferecer Denúncia. Não há 
discricionariedade. Está previsto no artigo 24, do CPP. 
São exceções ao Princípio de Obrigatoriedade: 
a) Transação Penal: prevista no art. 76, da Lei 9099. Para a doutrina, neste caso, o Princípio da 
obrigatoriedade é substituído pela Discricionariedade Regrada ou Obrigatoriedade Mitigada. 
b) Acordo de Leniência (Brandura/Doçura): é uma espécie de colaboração premiada em crimes contra a 
ordem econômico-financeira. Está prevista na Lei 12.529/11, artigos 86 (administrativo) e 87 (criminal). 
c) Parcelamento do Débito Tributário: segundo o artigo 83, §2º, da Lei 9430/96, este parcelamento deve 
ser oferecido antes da denúncia, suspendendo o processo. 
d) Termo de Ajustamento de Conduta nos crimes ambientais: Para o STF, enquanto houver o 
cumprimento do TAC, não há necessidade de oferecimento de denúncia. Para o STJ, o cumprimento do termo de 
ajustamento de conduta, que tem natureza administrativa, não impede o oferecimento de denúncia. 
6.4. Princípio da Oportunidade ou Conveniência: 
Aplica-se APENAS às Ações Privadas! 
Cabe ao ofendido decidirse vai exercer seu direito ou não. São critérios pessoais, não importa o porquê. 
São formas do não exercício do direito de queixa: 
a) Decadência: 
É a perda do direito de ação penal privada ou de representação em virtude de seu não exercício no prazo legal. 
É uma causa extintiva da punibilidade em crimes de ação penal exclusivamente privada, personalíssima ou que 
dependam de representação, inclusive na ação penal privada subsidiária da pública. Após os 15 dias que o MP tem para 
oferecer denúncia, começa a correr 6 meses para a vítima oferecer ação penal. Mas, cuidado, neste caso a vítima pode 
perder o direito de ingressar com a ação privada subsidiária, mas não haverá extinção da punibilidade. É chamada de 
Decadência Imprópria. 
b) Renúncia 
É o ato unilateral e voluntário por meio do qual o legitimado ao exercício da ação penal privada abre mão do 
seu direito de queixa. Trata-se de causa extintiva da punibilidade nas hipóteses de ação penal exclusivamente privada 
ou priva personalíssima. 
Observe que ela ocorre antes do início do processo (é uma característica que a diferencia do perdão), bem como 
independe de aceitação por parte do autor do delito. Ademais, a renúncia pode ser expressa ou tácita. 
6.5. Princípio da Indisponibilidade: 
Aplica-se aos crimes de Ação Penal Pública! 
Por óbvio este princípio não obriga o MP a pedir a condenação, conforme demonstra o art. 385, CPP. 
A exceção ao Princípio da Indisponibilidade é a Suspensão Condicional do Processo. Veja o art. 89, da lei 9099: 
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por 
esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a 
quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, 
presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena 
6.6. Princípio da Disponibilidade: 
Aplica-se aos crimes de Ação Penal Privada! 
Por conta deste princípio, o querelante pode dispor do processo em andamento. 
São formas de disposição do processo no curso dele: 
a) Conciliação e desistência no procedimento dos crimes contra a honra de competência do juiz singular. 
b) Perdão do ofendido: 
O perdão é o ato bilateral e voluntário, por meio do qual o querelante resolve não prosseguir com o processo 
que já estava em andamento, perdoando o acusado. Trata-se de causa extintiva da punibilidade, nos casos de ação penal 
exclusivamente privada ou privada personalíssima. Pode ser judicial ou extrajudicial. 
Lembre-se que a renúncia se manifesta antes do início do processo, enquanto o perdão só pode ser concedido 
pelo querelante durante o curso do processo, até o trânsito em julgado da sentença condenatória. Observe que após o 
trânsito, na execução, a ação passa a pertencer ao Estado, não cabendo ao querelante dispor de nada. 
Ademais, a renúncia é unilateral (não necessita de aceitação), enquanto o perdão é bilateral, ou seja, depende 
de aceitação do querelado, que pode ser expressa ou tácita. 
Neste ponto, observe que o silêncio importará em aceitação, conforme o art. 58, do CPP. 
 
 
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Importante saber, por fim, que o perdão do ofendido é diferente do perdão judicial. O perdão do ofendido se 
refere ao inciso V, do art. 107, do CP, enquanto o perdão judicial está no inciso IX do mesmo artigo. O perdão judicial 
é concedido pelo próprio juiz, independentemente do tipo de ação penal. 
c) Perempção: é a perda do direito de prosseguir no exercício da ação pena privada, em virtude da 
negligência do querelante com a consequente extinção da punibilidade nos crimes de ação penal exclusivamente 
privada ou privada personalíssima. 
6.7. Princípio da Indivisibilidade: 
Aplica-se aos crimes de Ação Penal Privada! 
Por conta deste princípio, o processo de um obriga ao processo de todos. O ofendido não é obrigado a iniciar o 
processo, mas se o fizer deve processar todos os que o ofenderam. Não pode o ofendido escolher a quem queira 
processar. Veja o art. 48, CPP: 
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público 
velará pela sua indivisibilidade. 
Isto se repete no perdão (art. 51, CPP): 
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em 
relação ao que o recusar. 
6.8. Princípio da Divisibilidade: 
Aplica-se aos crimes de Ação Penal Pública! 
O MP pode denunciar alguns investigados sem prejuízo do prosseguimento das investigações em relação aos 
demais. 
 
2. Representação do Ofendido: 
A representação é a manifestação do ofendido ou de seu representante legal no sentido de que possui interesse 
na persecução penal do fato delituoso. Vigora em relação a ela o princípio da oportunidade ou conveniência, ou seja, a 
pessoa exerce o direito de representação se quiser. 
Quem tem legitimidade para representar também tem legitimidade para oferecer Queixa-Crime. 
a) Ofendido menor de 18 anos ou mentalmente enfermo ou retardado mental: 
Nestas hipóteses o direito será exercido pelo representante legal. 
Diante da inércia do representante legal, quando o ofendido completar 18 anos poderá exercer o direito de 
queixa ou de representação, desde que a punibilidade não esteja extinta pela prescrição. 
b) Menor sem representante legal ou colidência de interesses: 
Neste caso será nomeado um curador especial. Veja o art. 33, do CPP: 
O curador especial não é obrigado a oferecer queixa, ele é nomeado para decidir se é melhor para o interesse 
do ofendido oferecer ou não queixa. Lembre-se da disponibilidade do direito de queixa. 
c) Morte do ofendido: 
Veja o art. 24, §1º e 31, CPP: 
Art. 24, § 1º No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de 
representação passará ao Cônjuge, Ascendente, Descendente ou Irmão. (CADI) 
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer 
queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
Observe que grande parte da doutrina também inclui o companheiro como um dos sucessores. 
Há uma ordem preferencial no art. 31 se todos tiverem interesse, logo se o cônjuge tiver interesse deve 
prevalecer sobre os demais sucessores. Veja o art. 36, CPP: 
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá preferência o cônjuge, e, em seguida, 
o parente mais próximo na ordem de enumeração constante do art. 31, podendo, entretanto, qualquer delas 
prosseguir na ação, caso o querelante desista da instância ou a abandone. 
Caso haja divergência entre os sucessores, prevalece a vontade daquele que tem interesse na persecução penal. 
 
2.1. Retratação da Representação: 
Retratar-se significa voltar atrás, arrepender-se. Ela pode ser feita até o oferecimento da denúncia. 
Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia. 
Retratação da retratação: 
A maioria da doutrina entende que é possível, desde que antes de esgotar-se o prazo decadencial. 
Lei Maria da Penha: 
Veja o art. 16, da Lei Maria da Penha: 
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será 
admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, 
antes do RECEBIMENTO da denúncia e ouvido o Ministério Público. 
Veja que a retratação no CPP é até o oferecimento da denúncia, na Maria da Penha é até o Recebimento da 
Denúncia. 
 
 
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2.2. Requisição do Ministro da Justiça: 
É a manifestação do Ministro da Justiça demonstrando seu interesse na persecução penal. 
 
3. Classificação das ações penais: 
a) Ação Penal Pública: 
O titular é o MP (art. 129, I, CF) e a peça acusatória é a denúncia. 
b) Ação Penal de Iniciativa Privada: 
É privativa do ofendido, da vítima. A peça acusatória é a queixa crime. 
 
4. Ação Penal Pública 
O titular é oMP (art. 129, I, CF) e a peça acusatória é a denúncia. 
São espécies de Ação Penal Pública: 
4.1. Ação Penal Pública Incondicionada: 
O MP não depende de representação ou requisição. 
É a regra no nosso ordenamento. Se nada disser a lei, será incondicionada, conforme art. 100, CP. Veja: 
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. 
§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação 
do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. 
Cuidado, segundo o §2º, do art. 24, qualquer crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse 
da União, Estado e Município, a ação penal será pública. 
4.2. Ação Penal Pública Condicionada à representação: 
A atuação do MP depende de representação da vítima ou requisição do Ministro da Justiça. 
 
5. Ação Penal de Iniciativa Privada. 
É privativa do ofendido, da vítima. A peça acusatória é a queixa crime. 
Observe que o MP pode aditar a Queixa e intervir em todos os termos subsequentes do processo, mesmo com 
a ação sendo privada. 
Veja as espécies: 
5.1. Ação Penal de iniciativa privada Personalíssima: 
A legitimidade é exclusiva do ofendido. Só a vítima em si pode ajuizar a queixa crime. Se a vítima falecer não 
há transmissão de direitos, ou seja, não há sucessão processual. 
5.2. Ação Penal exclusivamente Privada 
No caso de morte, há sucessão processual. Ela não precisa ser iniciada pelo próprio ofendido. 
5.3. Ação Penal privada subsidiária da pública: 
Está prevista no art. 5º, LIX e no art. 29, CPP. 
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, 
cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos 
os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência 
do querelante, retomar a ação como parte principal 
A Ação Penal é pública, mas diante da inércia do MP a vítima oferece uma queixa-crime. 
Muito importante saber que o nascimento do direito de propositura da queixa subsidiária não afasta a 
possibilidade de o Promotor oferecer denúncia, uma vez que ela ainda é pública e nada impede o promotor de retomá-
la. Assim, há LEGITIMIDADE CONCORRENTE. Por óbvio, o primeiro que exercê-lo implicará na perda do direito 
pelo outro. 
Lembre-se que o direito à Ação Subsidiária também está sujeito ao prazo decadencial de 06 meses, que se inicia 
a partir da inércia do MP. Muito cuidado, esta decadência, contudo, não acarreta a extinção da punibilidade. É a 
chamada Decadência Imprópria. 
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, 
cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos 
os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência 
do querelante, retomar a ação como parte principal. 
 
6. Ação Penal em crimes específicos: 
Observe as ações penais específicas de determinados crimes. 
6.1. Crimes contra a honra: 
A regra é que estes crimes sejam de ação penal privada. 
Contudo, em alguns casos, estes crimes estão sujeitos a diferentes ações penais. Observe: 
 
 
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a) Injúria real: É a injúria praticada de forma física. Se praticada através de lesão leve, será Ação penal 
pública condicionada à representação. Se, contudo, for por meio de lesão grave ou gravíssima, será Ação Penal Pública 
Incondicionada. 
b) Crime contra a honra ou contra Chefe de governo estrangeiro: A Ação Penal será Pública 
Condicionada, condicionada à requisição do Ministro da Justiça. 
c) Crimes Militares contra a honra: Os crimes contra a honra também estão previstos no CPM, tome 
cuidado! A regra nestes crimes é que eles sejam de Ação Penal Pública Incondicionada. 
d) Crimes eleitorais contra a honra: Os mesmos crimes contra a honra do CP se repetem no Código 
Eleitoral, mas se somam ao elemento “durante a propaganda eleitoral”. São crimes de Ação Penal Pública 
Incondicionada. 
e) Injúria Racial: Está prevista no art. 140,§3º, CP. A Ação Penal será Pública Condicionada à 
Representação. Muito cuidado para não confundir Injúria Racial com Racismo (art. 20, Lei 7716/89). O racismo deve 
ser compreendido como uma oposição indistinta à toda uma raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. A injúria, 
por sua vez, se dirige a uma pessoa determinada (e não a coletividade). O crime de racismo é de ação penal pública 
incondicionada. 
f) Crime contra a honra de servidor público em razão das funções: O crime DEVE guardar relação com 
a função. Não se configura se você injuriar o funcionário sem relação com o exercício funcional. Importante observar 
a Súmula 714, do STF: 
Súmula nº 714. é concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do ministério público, 
condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em 
razão do exercício de suas funções. 
Isso se dá porque quando se ofende um funcionário público por sua função, se ofende toda a classe. Assim, há 
duas hipóteses: Pode-se optar pela Ação Penal Privada ou pela Ação Penal Pública condicionada à Representação. 
6.2. Crimes de Lesão Leve e Culposa praticados com Violência Doméstica e familiar contra a 
mulher: 
O art. 88, da Lei 9099 transformou os casos de lesão leve e lesão culposa – que antes eram de ação penal pública 
incondicionada – em ação pena pública condicionada à representação. 
 Contudo, a Lei Maria da Penha veda a utilização da Lei dos Juizados. Assim, se nada da lei 9099 pode ser 
aplicada, sequer pode o art. 88, que transformou os casos de lesão leve e lesão culposa em ação pena pública 
condicionada à representação. 
Assim, excluindo-se a incidência do art. 88, voltamos à regra geral, de que a ação penal é Pública 
Incondicionada. 
6.3. Crimes contra dignidade sexual: 
É de Ação Penal Pública condicionada à representação. 
Exceção (só há uma): Vítima menor de 18 anos ou pessoa vulnerável – Será A.P.P. Incondicionada! 
 
7. Peça Acusatória: 
Em casos de Ação Penal Pública, a peça será a Denúncia. 
Em casos de ação penal privada (seja qual for, subsidiária, personalíssima), a peça será a Queixa-Crime. 
 
8. Súmulas 
STF: 
SÚMULA 524 ARQUIVADO O INQUÉRITO POLICIAL, POR DESPACHO DO JUIZ, A REQUERIMENTO DO 
PROMOTOR DE JUSTIÇA, NÃO PODE A AÇÃO PENAL SER INICIADA, SEM NOVAS PROVAS. 
SÚMULA 594 OS DIREITOS DE QUEIXA E DE REPRESENTAÇÃO PODEM SER EXERCIDOS, 
INDEPENDENTEMENTE, PELO OFENDIDO OU POR SEU REPRESENTANTE LEGAL. 
 
COMPETÊNCIA 
 
1. Introdução 
A competência define o limite dentro do qual, determinado órgão exercerá a jurisdição. 
 
2. Critérios para fixação da competência – Art. 69, CP 
A competência pode ser de três ordens: 
 Competência em razão da matéria (ratione materiae): É definida com base no fato que será julgado; 
 Competência em razão da pessoa (ratione personae): É definida com base nas características da pessoa que 
se encontram no polo passivo, ou seja, dos acusados. 
 Competência territorial (ratione loci): Define a competência do juízo com base no local em que ocorreu a 
infração criminal. 
 
 
 
| 519 
O art. 69 do Código de Processo Penal estabelece sete critérios para a 
fixação da competência: 
I. lugar da infração; 
II. domicílio ou residência do réu; 
III. natureza da infração; 
IV. distribuição; 
V. conexão ou continência; 
VI. prevenção; 
VII. prerrogativa de função. 
 
3. Classificação da competência: 
A competência pode ser Absoluta ou Relativa. A incompetência absoluta enseja a nulidade do processo, enquanto 
que a incompetência relativa, acarreta na anulação do processo. 
a. Casos de competência absoluta: 
 Competência em razão da matéria (leva em conta a natureza da infração: Militar, Eleitoral, etc) 
 Competência por Prerrogativa de Função 
 Competência Funcional (leva emconta a distribuição dos atos processuais: Vara do Júri, VEC e Graus de 
Jurisdição) 
b. Casos de competência relativa: 
 Competência Territorial. 
 
Veja-se tabela comparativa: 
INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA INCOMPETÊNCIA RELATIVA 
Atinge o interesse público: 
- Nível de Hierarquia (TJ/TRF e Juiz ou 
STJ/STF e TJ/TRF); 
- Prerrogativa de Função; 
- Matéria de Atuação (Jecrim e Vara Comum / 
Vara Comum e Vara do Júri / Vara Comum e Vara 
de Execuções Penais). 
Atinge o interesse das Partes: 
É a incompetência Territorial (do local da infração). 
Ela varia de uma CIDADE para outra CIDADE. Por 
exemplo: São Paulo e Guarulhos, Curitiba e Maringá, 
Belo Horizonte e Varginha, etc. 
O pedido é a declaração de NULIDADE, de 
acordo com o 564, I, CPP. Você alega 
preliminarmente na sua peça. 
NÃO SE FAZ EXCEÇÃO DE 
INCOMPETÊNCIA PARA NULIDADE 
ABSOLUTA! 
O pedido é a EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA. 
Não permite prorrogação e pode sempre ser 
arguida, a qualquer tempo e de ofício pelo 
magistrado. 
Permite prorrogação e deve ser oferecida no prazo da 
Resposta à Acusação. Segundo a doutrina, é possível que o 
Juiz reconheça de ofício, desde que dentro do Prazo da 
RA. 
Implica nulidade de todos os atos 
Nulidade dos atos decisórios, e manutenção dos 
instrutórios. 
 
4. Passos para determinar a competência 
Deve-se fazer as seguintes perguntas ao analisar o caso concreto: 
 Há Foro por Prerrogativa de Função? 
 É competência da Justiça Federal? Se não for o caso, a competência é residual da Justiça Estadual. 
 Qual a competência territorial, dentro da JE/JF? 
 
5. Foro por Prerrogativa de função 
5.1. Introdução 
Via de regra, os processos criminais são julgados pelos órgãos jurisdicionais inferiores, entretanto, pode ocorrer 
que, em determinados casos, considerando as características pessoais do acusado o crime seja apreciado pelos Tribunais 
Superiores. Isso ocorre em razão do foro por prerrogativa de função do acusado. 
 
E se o acusado começar o processo sem foro por prerrogativa de função e, posteriormente, passa a ter foro 
por prerrogativa de função? 
 
 
| 520 
O STF firmou entendimento no sentido de que a competência, nesse caso, se desloca para o órgão jurisdicional 
competente em razão do foro por prerrogativa de função, ainda que o processo já esteja em fase recursal. 
 
E se o réu, ao invés de passar a ter foro privilegiado, deixar de tê-lo, ou seja, se deixar de exercer a função, 
o que acontece? 
Neste caso, o STF entende que a competência também se desloca, ou seja, o Tribunal deixa de ser competente e o 
processo vai para a primeira instância. Assim, se o processo contra um Prefeito se inicia em foro privilegiado e, no meio 
do processo o acusado termina o mandato, volta para o Juízo comum. 
EXCEÇÃO: Se o julgamento já se iniciou, o Tribunal continua competente. Além disso, se, embora não tendo se 
iniciado o julgamento (mas apenas a instrução processual), o acusado RENUNCIA ao cargo para fugir do julgamento 
pelo Tribunal, o Tribunal continuará competente, pois adotar entendimento contrário seria privilegiar a fraude 
processual. 
 
5.2. Algumas hipóteses de foro por prerrogativa de função 
STF 
Art. 102, I, “b” e “c”, CF 
Nas Infrações penais comuns 
Presidente da República e Vice-Presidente; 
Membros do Congresso Nacional e seus Ministros***; 
Procurador-Geral da República. 
 
Infrações penais comuns e de responsabilidade: 
Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, 
do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I 
(estabelecendo a competência do Senado Federal para julgar os 
comandantes das forças armadas em crimes de responsabilidade conexos 
com os do Presidente da República e Vice); 
Membros dos Tribunais Superiores, do Tribunal de Contas 
da União; 
Chefes de missão; 
Diplomática de caráter permanente. 
STJ 
Art. 105, I, “a”, CF 
Nas infrações penais comuns: 
Governadores dos Estados e do Distrito Federal. 
 
Infrações penais comuns e de responsabilidade: 
Desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito 
Federal; 
Membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal; 
dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do 
Trabalho; 
Membros dos Conselhos ou Tribunais 
de Contas dos Municípios; 
Membros do Ministério Público da União que 
oficiem perante tribunais. 
TJ DO ESTADO E DF 
Art. 96, III, CF 
Art. 29, X, CF 
Infrações penais comuns e de 
responsabilidade: 
Juízes estaduais e 
do Distrito Federal; 
Membros do MP estadual ou do DF; 
Crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a 
competência da Justiça Eleitoral 
 
Infrações penais comuns e de 
Responsabilidade: 
Prefeito Municipal. 
TRF 
Art. 108, I, “a”, da CF 
Infrações penais comuns e de 
responsabilidade: 
Juízes Federais da área de sua jurisdição, incluídos os da 
Justiça Militar e da Justiça do 
Trabalho; 
Membros do Ministério Público da União (ressalva a 
 
 
| 521 
competência da Justiça Eleitoral); 
Prefeitos Municipais, se praticarem crimes na órbita federal. 
 
Veja por esferas de competência: 
STF 
Executivo Legislativo Judiciário 
Presidente da 
República e Vice-
Presidente 
Ministros 
Deputado Federal 
Senador 
PGR (Procurador Geral da 
República) 
STJ Governador 
Desembargador 
Membro MP em 2º grau 
TJ/TRF Prefeito 
Juiz 
MP 1º grau 
 
 
ATENÇÃO: Na votação do foro privilegiado, por 7 votos a 4, os ministros do Supremo Tribunal Federal 
determinaram que Deputados Federais e Senadores só têm o direito previsto quando os crimes são cometidos no exercício 
do mandato e em função do cargo em que ocupam. Crimes comuns realizados antes de os parlamentares assumirem seus 
cargos ou sem nenhuma ligação com os mesmos serão julgados por tribunais de primeira instância. 
Objetivamente, a decisão não extinguiu, mas determinou a restrição do foro para os 513 deputados federais e os 81 
senadores. 
 
5.3. Observações Importantes 
a) Prefeito – TJ ou TRF: 
Muito cuidado, em relação ao Prefeito o julgamento deve ser feito necessariamente por um Tribunal de 2º Grau, o 
que pode ser TJ ou TRF. Ficam a cargo do TJ os casos de competência da Justiça Estadual e a cargo do TRF, aqueles 
de competência da Justiça Federal. Leia-se a Súmula 702, STF: 
Súmula 702, STF: A competência do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos restringe-se aos crimes de 
competência da Justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de 
segundo grau. 
 
b) Juiz – TJ 
O juiz é julgado pelo TJ a que esteja vinculado, mesmo se o crime for federal. Como exceção, será julgado pelo TRE, 
se praticar crime eleitoral. 
 
c) Tabela TRF x TJ: 
TRF TJ 
Juiz Federal Juiz Estadual 
MPF de 1º grau MP de 1º grau 
Prefeito quando comete crime federal Prefeito quando comete crime estadual 
 
5.4. Conflito aparente de Competência 
a) Crime Comum praticado em concurso de agentes, sendo que um deles tem foro por prerrogativa de 
função: A regra é separar os processos. A Justiça Comum cuida do agente sem prerrogativa e o Foro Privilegiado 
cuida do agente com prerrogativa de função. 
O STF, contudo, reconhece em casos excepcionais, quando o conjunto probatório não pode ser desatrelado e um 
caso influencia diretamente em outro, que o agente comum seja julgado em conjunto com o agente com prerrogativa. 
Trata-se de situação excepcional. 
b) Crime contra a vida praticado em concurso de agentes, sendo que um deles tem foro por prerrogativa de 
função: A regra é separar. O agente comum será julgado pelo Tribunal Júri, enquanto que o agente que possui 
prerrogativa de função será julgado pelo Foro Privilegiado2. 
 
2Em geral, em um concurso de agentes, respeita-se a regra da Conexão (prevista no CPP). Assim, ambos agentes são julgados pelo 
mesmo Juiz. Nesse caso nós temos uma determinação do Júri pela CF (ao agente comum) e outra determinação da Prerrogativa 
de Função, também na

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