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Processo de enfermagem em adultos com alterações renais e urinárias Insuficiência Renal Aguda Conceito: Súbita perda da função renal caracterizada por aumento da uréia (15 a 30 mg/dL) e creatinina (1 a 2 mg/dL) séricas (azotemia). Classificação: 1. Pré-renal 2. Intra-renal 3. Pós-renal Pré-Renal Insuficiência proveniente da chegada de sangue no rim, ou seja, proveniente da diminuição do fluxo sanguíneo (vasoconstrição ou diminuição da pressão de perfusão renal). Exemplos: ● Depleção de volume (hemorragias e queimaduras); ● Doenças cardíacas (ICC); ● Vasodilatação periférica (sepse); ● Aumento da resistência vascular renal (cirurgias, e antiinflamatório não esteróide); Intra-Renal Insuficiência proveniente de um processo infeccioso dentro do rim. Exemplos: ● Infecção (sepse, pancreatite, peritonite); ● Glomerulares; ● Tubulares: ○ Isquêmicas (pré-renais em evolução); ○ Tóxicas (antibióticos, anestésicos, contrastes radiológicos, metais pesados); Pós-Renais: Obstrução do fluxo urinário. Exemplos: ● Obstrução ureteral (cálculos e coágulos); ● Obstrução do colo vesical (hiperplasia prostática); ● Tumores; ● Fibrose retroperitoneal; Complicações: Alterações hidroeletrolíticas: 1. Balanço de água: Normalmente se perde 850 ml por dia. O metabolismo produz 450 ml por dia, por isso a ingesta deve ser de 400 ml por dia. 2. Balanço de sódio: Balanço Positivo na fase oligúrica. Solução salina isotônica é suficiente para equilibrar o sódio. Infecções; Complicações cardiovasculares e neurológicas; Intervenções de Enfermagem: ● Monitoramento do equilíbrio hidroeletrolítico; ● Redução da taxa metabólica; ● Prevenção de infecção; ● Promoção da função pulmonar; ● Prevenção de lesões cutâneas; Insuficiência Renal Crônica Fisiopatologia: A velocidade de declínio da função renal e da progressão da doença renal terminal está relacionada com o distúrbio subjacente, excreção urinária de proteína e presença de hipertensão. A doença tende a progredir mais rapidamente nos pacientes que excretam quantidades significativas de proteína ou que apresentam hipertensão, em comparação com aqueles sem essas condições. Estágios: Os estágios baseiam-se na TFG. A TFG normal é de 125 ml/min/1,73m3. Estágio I ➔ TFG maior ou igual a 90 ml/min/1,73m3. ➔ Lesão renal com TFG normal ou elevado. Estágio II ➔ TFG igual a 60-89 ml/min/1,73m3. ➔ Diminuição discreta do TFG Estágio III ➔ TFG igual a 30-59 ml/min/1,73m3. ➔ Diminuição moderado do TFG Estágio IV ➔ TFG igual a 15 a 29 ml/min/1,73m3. ➔ Diminuição intensa do TFG Estágio V ➔ TFG menor que 15 ml/min/1,73m3. ➔ Doença renal terminal ou insuficiência renal crônica. Manifestações clínicas: 1. Neurológicas: Fraqueza e fadiga; Confusão; Incapacidade de concentração; Desorientação; Tremores; Convulsões; Asterixe; Inquietação das pernas; Sensação de queimação nas plantas dos pés; Alterações no comportamento; 2. Cardiovasculares: Hipertensão; edema depressível (pés, mãos, sacro); edema periorbital; atrito pericárdico; pericardite; derrame pericárdico; tamponamento pericárdico; hiperpotassemia; hiperlipidemia; ingurgitamento das veias do pescoço; 3. Pulmonares: Estertores; escarros espesso e viscoso; reflexo da tosse deprimido; dispneia; taquipneia; respiração do tipo Kussman; dor pleurítica; pneumonite urêmica; 4. Tegumentares: Pele de coloração cinza bronzeada; pele seca e escamosa; prurido; equimoses; púrpura; unhas finas e quebradiças; pelos ásperos e finos; Tratamento para as Doenças Renais Crônicas É um tratamento conservador. Terapias renais substitutivas (TRS): Em casos de doença renal terminal Nessas situações, a taxa de filtração glomerular está menor que 10ml/min/1,73m3. Além disso, a escolha do método ideal deve levar em consideração a escolha do paciente, a condição clínica, e a avaliação da equipe multiprofissional. 1. Hemodiálise; 2. Diálise Peritoneal; 3. Transplante Renal; Diálise Peritoneal e Hemodiálise Indicação: 1. Insuficiência Renal; 2. Hipercalemia; 3. Hipervolemia refratária a diuréticos; 4. Acidose metabólica; 5. Uremia; 6. Intoxicações por drogas; 7. Tratamento alternativo de sepse; Difusão As pequenas moléculas atravessam mais rapidamente a membrana celular, sendo este o processo de diálise. Hemodiálise Procedimento por meio do qual uma máquina limpa e filtra o sangue como se fosse um rim artificial. ● O procedimento elimina do corpo os resíduos prejudiciais à saúde, controla a pressão arterial e ajuda o corpo a manter o equilíbrio de substâncias como o sódio, potássio, ureia e creatinina. Procedimento: É realizada através de uma máquina que recebe o sangue do paciente por um acesso vascular, e depois é impulsionado por uma bomba até o filtro de diálise (dialisador). No dialisador o sangue é exposto à solução de diálise (dialisato) através de uma membrana semipermeável que retira o líquido e as toxinas em excesso e devolve o sangue limpo para o paciente pelo acesso vascular. Acessos para hemodiálise 1. Cateter Duplo Lúmen (Shilley) Acesso temporário (3 meses); Veias jugulares direita e esquerda e femorais direita e esquerda; Curativo em toda a extensão; 2. Permcath Acesso de longa duração; Veia subclávia ou femoral; Curativo até a cicatrização do cu�. Após isso, os cuidados domiciliares são orientados pelo profissional. 3. Fístula arteriovenosa Acesso permanente; Membros superiores; Punção com agulhas; Se indicação de cirurgião vascular (prótese de politetrafluoretileno); Fístula arteriovenosa no antebraço É um acesso permanente criado por meio cirúrgico para unir uma artéria a uma veia, de modo lateral ou terminolateral. O segmento arterial da fístula é empregado para o fluxo arterial para o dialisador, e o segmento venoso, para a reinfusão do sangue dialisado. ● Esse acesso necessita de tempo (2 a 3 meses) para “amadurecer” antes que possa ser utilizado. ● Uma vez alcançada uma dilatação suficiente, ela irá acomodar duas agulhas de grande calibre (calibre de 14, 15 ou 16), que são inseridas para cada tratamento de diálise. Cuidados de enfermagem: 1. Incentivar o paciente a realizar exercícios com as mãos; 2. Higienização da fístula adequada; 3. Explicar os cuidados diários com a fístula; Cuidados de enfermagem para hemodiálise 1. Realizar cuidados gerais durante a montagem do sistema na máquina de hemodiálise e durante a sessão; 2. A pressão arterial e peso antes e depois da sessão; 3. Instalar paciente na máquina de hemodiálise; 4. Configurar a máquina de hemodiálise conforme prescrição médica; 5. Acompanhar a sessão e resolver intercorrências; 6. Realizar curativo em cateter CDL ou em Permcath (quando necessário); 7. Oferecer orientações gerais ao paciente sobre cuidados com acesso em domicílio; 8. Oferecer orientações gerais sobre controle do ganho de peso interdialítico; 9. Realizar evolução de enfermagem ao menos semanalmente e evoluir intercorrências; 10. Supervisionar equipe técnica de enfermagem; 11. Supervisionar reuso; 12. Avaliar qualidade de hemodiálise individualmente e discutir com a equipe médica; 13. Realizar gestão do salão de hemodiálise (qualidade dos equipamentos insumos vírgulas qualidade da água, recursos humanos, treinamentos da equipe); Diálise Peritoneal Conceito: Tratamento em que é usado um filtro natural como substituto da função renal: peritônio. É uma membrana porosa e semipermeável, que reveste os principais órgãos abdominais. O espaço entre esses órgãos é a cavidade peritoneal. Um líquido de diálise é colocado na cavidade e drenado (composto basicamente por cloreto de sódio, bicarbonato e um agente osmótico, como a glicose). É uma opção de tratamento através do qual o processo ocorre dentro do corpo do paciente, com auxílio de um filtro natural como substituto da função renal. Esse filtro é denominado peritônio. Troca de fluido: Durante a permanência do líquido na cavidade peritoneal, a solução entre em contato com sangue e isso permite as substâncias que estão acumuladas no sangue ( com ureia, creatinina e potássio) sejam removidas, bem como o excesso de líquido que não estásendo eliminado pelo rim; Acesso para a diálise peritoneal: 1. Tenckho� Acesso permanente e indolor; Implantado cirurgicamente no abdome; Necessidade de curativo somente até a cicatrização; Contraindicações: Cuidados de Enfermagem: 1. Realizar consulta prévia de enfermagem ( antes da entrada do paciente no programa de diálise peritoneal); 2. Avaliar a viabilidade desta terapia para o paciente antes de sua entrada no programa ( juntamente com a equipe multiprofissional); 3. Acompanhar o implante de Tenckho� e o PO; 4. Realizar lavagens da cavidade no PO para avaliar a funcionalidade do cateter e características do líquido drenado; 5. Realizar curativo na inserção do cateter durante o PO e avaliar seu Impacto e presença ou não de sinais flogísticos; 6. Oferecer treinamento para paciente familiares sobre o funcionamento da diálise peritoneal e sobre as etapas para a sua realização em domicílio; 7. Avaliar paciente e família sobre os conhecimentos adquiridos durante o treinamento de diálise peritoneal, verificando a capacidade ou não do procedimento ser realizado em domicílio; 8. Realizar consulta mensal de enfermagem para avaliação constante do paciente e da eficácia da realização do procedimento em domicílio; 9. Oferecer assistência em caso de intercorrência; 10. Oferecer assistência em caso de dano ao material ou máquina; 11. Programar e realizar troca de extensão quando necessário; 12. Realizar gestão de equipamentos e materiais; Transplante Renal Implante de um rim saudável no paciente portador de insuficiência renal crônica avançada, de forma que o implantado o paciente passa a exercer as funções de filtração e eliminação de líquidos e toxinas. ➔ Doador vivo ou falecido; ➔ Transplante preemptivo (estágio 5); ➔ Noventa dias após o início de algum tratamento dialítico, o serviço de diálise deverá, obrigatoriamente, apresentar ao paciente apto a opção de inscrição na central de notificação, captação e distribuição de órgãos. O serviço de diálise deverá encaminhar formalmente o paciente ao centro de transplante, comprometendo-se a atualizar os dados do paciente sempre que necessário (exames trimestrais e situação clínica como falta de condições químicas para o transplante, gestação, transfusão e óbito)
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