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tronco Karib

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O tronco linguístico Karib é bastante grande e conta com cerca de quarenta línguas especificas como o Katxuyana, o Kuikuro e o Makuxi. Além disso, esses quarenta membros encontram-se divididos ao longo da região amazônica, não só no Brasil, mas também há línguas desta família na Colômbia, na Venezuela, na Guiana, no Suriname e na Guiana Francesa.
A posição geográfica onde encontramos essas línguas pertencentes ao tronco Karib muito se deve a forma como essas populações entraram em contato com as invasões europeias. As tribos pertencentes a esse tronco estão entre as primeiras que entraram em contato com as culturas da Europa e a isso devemos o fato da região central da américa ser conhecida como Caribe (associação latina para a palavra Karib). Segundo Sergio Meira, Pesquisador do Departamento de Línguas e Culturas da América Indígena da Faculdade de Letras, Universidade de Leiden, na Holanda: 
A própria palavra “caribe” provém de uma língua desta família (onde há frequentemente termos parecidos, como kari’na, karifna, karipono, karipuna etc., todos significando “ser humano”, “gente”), e foi o termo adotado pelos europeus para se referirem aos falantes de línguas Caribe que encontraram nas ilhas do Caribe e nas costas das três Guianas e da Venezuela. De fato, mesmo hoje em dia, a língua mais falada da família chama-se “caribe” (em inglês, Carib) ou “galibi” (ou Karinya, para os seus falantes). Da palavra “caribe” deriva-se também “canibal” (frequentemente “caribe” ou “caribal” nos primeiros textos europeus), pois os falantes de línguas Caribe tinham a reputação de comerem carne humana, o que impressionou os europeus. (Note-se que, até hoje, um dos nomes da piranha no espanhol dos países amazônicos é “pez caribe”, ou “peixe caribe”.) (MEIRA, p. 162)
Atualmente, o tronco linguístico Karib conta com poucos falantes (como a maioria das línguas indígenas brasileiras) sendo a língua Makushi a mais falada, contando com cerca de doze mil falantes. O desaparecimento dessas línguas também se deve ao contato com o europeu, como o esperado, que levou a morte de muitas línguas pertecnetes ao tronco Karib como o Palmella (falado por tribos do estado de Rondônia) e o Pimenteira (falado por tribos do Piauí). O que restam desses idiomas são pequenos glossários que nos aproximam um pouco da cultura desses povos. 
Referências:
MEIRA, Sergio. A família linguística Caribe (Karíb). Revista de Estudos e Pesquisas, [s. l.], v. 3, ed. 1/2, p. 157-174, 2006. Disponível em: http://etnolinguistica.wdfiles.com/local--files/artigo%3Ameira-2006/meira_2006.pdf. Acesso em: 19 nov. 2021.