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HISTÓRIA - PRIMEIRO REINADO INTRODUÇÃO ● Começa em 7 de setembro de 1822, com a Independência do Brasil, e termina em 7 de abril de 1831, com a abdicação de D. Pedro I. ● Esse período caracterizou-se por ser de transição, marcado por uma grande crise econômico-financeira, social e política. ● A efetiva consolidação da independência do Brasil ocorreria, a partir de 1831, com a abdicação de D. Pedro I. ● É historicamente incorreto referir-se a esse período como "primeiro império", já que o Brasil teve um único período imperial contínuo, dividido em primeiro reinado, período regencial e segundo reinado. FATOS IMPORTANTES - Assembleia Constituinte 1823 - Constituição de 1824 - Confederação do Equador 1824 - Guerra da Cisplatina 1825 - Abdicação de D. Pedro I 1831 GUERRAS DE INDEPENDÊNCIA ❖ Dom Pedro precisou usar a força para conseguir o reconhecimento interno da independência. ❖ Buscou retirar possíveis focos de resistência portuguesa dentro do território brasileiro. ❖ Encontrou ferrenha oposição nas províncias de Maranhão, Bahia, Pará, Piauí e Cisplatina ❖ Além da presença das tropas portuguesas que ainda estavam instaladas no Rio de Janeiro e em outras cidades brasileiras. CONSTITUIÇÃO DE 1823 ❏ Em 3 de maio de 1823, com a sessão de abertura presidida pelo próprio Imperador, instalou-se a Assembleia Constituinte. ❏ D. Pedro I declarou que aceitaria a carta constitucional, contanto que ela fosse digna do país e do imperador. ❏ O projeto foi apresentado por Antônio Carlos de Andrada e Silva, irmão de José Bonifácio de Andrada e Silva. ❏ Essa constituição ficou conhecida como “Constituição da Mandioca”. ❏ O nome deve-se ao modo com que instituiu o voto indireto censitário, em que os eleitores do primeiro grau (paróquia) tinham que provar uma renda mínima equivalente a 150 alqueires de plantação de mandioca. ❏ Eles elegeriam os eleitores do segundo grau (província) que necessitavam de uma renda mínima de 250 alqueires. ❏ Esses últimos, elegeriam deputados e senadores que precisavam de uma renda de 500 e 1000 alqueires respectivamente para se candidatarem. ❏ Sendo o primeiro projeto de constituição do país, foi marcado pelas influências das constituições europeias, fato que justifica a organização dos três poderes: ❏ Poder Executivo: exercido pelo imperador, D. Pedro I, e seus ministros de Estado. ❏ Poder Legislativo: constituído pela Assembleia Geral, ou seja, pelos deputados e senadores, sendo os primeiros eleitos de quatro em quatro anos e os segundos com mandato vitalício. ❏ Poder Judiciário: composto pelos juízes e pelos tribunais. Seu órgão máximo, como é até hoje, era o Supremo Tribunal de Justiça 1 ❏ Começou uma disputa de poderes entre os que defendiam poderes absolutos para D. Pedro I, o chamado Partido português. ❏ E os que exigiam que o imperador se submetesse ao parlamento, o chamado Partido brasileiro. ❏ Constava, pois, no projeto da constituição, o predomínio do poder legislativo sobre o executivo, o que contrariou profundamente D. Pedro I, já que tinha ideais absolutistas e centralizadores NOITE DA AGONIA ➔ As rivalidades políticas aumentam e chegam às ruas na “palavra” dos jornais TAMOIO/SENTINELA, que publicaram vários artigos ofendendo os portugueses (lusofobia). Eles exigem providências do imperador. ➔ Por conta desse fato, em 12 de novembro, o imperador cercou e dissolveu a Assembleia Constituinte, pois não aceitou ter seus poderes limitados. ➔ Este episódio ficou conhecido como a “Noite da Agonia”. Aqueles que reagiram ao golpe do imperador foram presos e expulsos do país. ➔ D. Pedro I mandou o Exército invadir o plenário da Assembleia, que resistiu durante horas, mas não conseguiu evitar sua dissolução. ➔ Vários deputados foram presos e deportados, entre eles os irmãos Andradas, José Bonifácio (o Patriarca da Independência), Martim Francisco e Antônio Carlos. ➔ Em documento assinado pelo Imperador e seus conselheiros em 13 de novembro de 1823, adotou-se, além da expatriação de ex-deputados, outras medidas repressivas: a vigilância policial sigilosa em locais de reunião e a prisão de quem se envolvesse em discussões públicas. ➔ Com a dissolução da Assembleia Constituinte, D. Pedro I reuniu dez cidadãos de sua inteira confiança, que, a portas fechadas, redigiram a primeira constituição do Brasil, outorgada em 25 de março de 1824, e que acabou fortalecendo o Poder Moderador. CONSTITUIÇÃO DE 1824 ★ PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS ➔ Concentrava poderes nas mãos do imperador, por meio do poder moderador. ➔ Só os ricos podiam votar, pois o voto era baseado em renda. ➔ Esse sistema eleitoral excluiu a maioria da população brasileira. ➔ Igreja subordinada ao Estado. ➔ Manutenção do sistema que garantia os interesses da aristocracia. A CIDADANIA ➢ “O sistema eleitoral era organizado por meio de eleições indiretas, onde os eleitores de paróquia votavam nos chamados eleitores de província. ➢ Esses, por sua vez, votavam na escolha dos deputados e senadores. ➢ Para exercer tais direitos, o cidadão deveria pertencer ao sexo masculino e ter mais de 25 anos de idade. ➢ Além disso, deveria comprovar uma renda mínima de 100 mil-réis anuais para poder votar”. CARACTERÍSTICAS ● O governo era uma monarquia unitária e hereditária. ● A existência de 4 poderes. ● O catolicismo como religião oficial e submissa ao estado. ● As outras religiões eram permitidas com seus cultos domésticos, sendo proibida a construção de templos com aspecto exterior diferenciado. 2 ● Define quem é considerado cidadão brasileiro, as eleições eram censitárias e indiretas. ● Foi uma das primeiras do mundo a incluir em seu texto (artigo 179) um rol de direitos e garantias individuais. ● O Imperador era inimputável (não respondia judicialmente por seus atos). ● Por meio do Poder Moderador, o imperador nomeava os membros vitalícios do Conselho de Estado, os presidentes de província, as autoridades eclesiásticas e o Senado vitalício. ● Também nomeava e suspendia os magistrados do Poder Judiciário, assim como nomeava e destituía os ministros do Poder Executivo. CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR ❖ “Movimento revolucionário de caráter emancipacionista, republicano e autonomista. Ocorrido em 1824 no nordeste do Brasil, representou a principal reação contra a tendência absolutista e a política centralizadora, do governo de D. Pedro I, esboçadas na carta outorgada em 1824.” ❖ Os jornais “Sentinela da Liberdade na Guarita”, de Pernambuco de Cipriano Barata, e o “Tífis Pernambuco”, de Frei Caneca (ambos liberais), ajudaram a preparar o espírito das pessoas para a revolução. ❖ CIPRIANO BARATA era natural da Bahia e tornou-se notável pela sua atividade jornalística defendendo os valores liberais da época. ❖ FREI CANECA era um dos discípulos de Cipriano e principal líder da Confederação do Equador contra D. Pedro. ❖ Em 1823, as ideias republicanas dominavam o nordeste e acentuaram-se em face das ameaças do Imperador que, com a Constituição de 1824, impôs ao país um estado unitário ❖ Pernambuco não aceitou essa Constituição e, em 2 de julho de 1824, seu presidente Manuel de Carvalho Pais de Andrade proclamou a Confederação do Equador, que uniu Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. ❖ No início, a Constituição adotada foi a Colombiana. ❖ O objetivo era formar um novo estado separado do Império, cujas bases eram um governo representativo e republicano, garantindo a autonomia das províncias confederadas. ❖ Várias tropas foram enviadas para o Nordeste sob o comando do brigadeiro Francisco de Lima e Silva e de Lord Cochrane. ❖ Em setembro de 1824, as forças de Lima e Silva dominaram Recife e Olinda (principais centros de resistência), e dois meses depois foi a vez do Ceará ❖ As penas impostas aos revoltosos foram severas e D. Pedro não atendeu aos pedidos para que elas fossem mudadas. ❖ Frei Caneca foi condenado à forca, contudo, acabou sendo fuzilado diante da recusa do carrasco em executar a sentença. ❖ Muitos companheiros de Caneca receberam a mesma condenação; outros tiveram mais sortee conseguiram fugir RECONHECIMENTO EXTERNO ❏ A primeira nação a reconhecer a independência do Brasil foi os Estados Unidos, em maio de 1824. ❏ Doutrina Monroe: "A América para os americanos“; os EUA visavam, por um lado, lutar contra uma possibilidade de recolonização e, por outro, garantir os promissores mercados da América Latina. ❏ México e a Argentina, em 1825; a França foi o primeiro país da Europa a reconhecer a independência do Brasil. ❏ Portugal reconheceu a independência do Brasil em agosto de 1825, sob pressão da 3 Inglaterra. (Tratado Luso-brasileiro 29 de agosto de 1825). ❏ O governo brasileiro compensou Portugal em 2 milhões de libras, dando origem ao primeiro empréstimo externo contraído pelo Brasil em Londres. ❏ A Inglaterra reconheceu a independência em janeiro de 1826. ❏ Para tanto, exigiu a renovação dos tratados de 1810 por mais 15 anos e a extinção do tráfico negreiro por 4 anos. ❏ Dessa forma, os ingleses preservaram suas vantagens comerciais no Brasil. A GUERRA DA CISPLATINA ➔ A Cisplatina pertencia ao Vice-Reinado do Prata – que se tornara independente em 1816, e anexada ao Brasil em 1821, com o nome de Província Cisplatina. ➔ O Brasil tentou mantê-la como província, enquanto a Argentina pretendia reintegrá-la ao seu território ou recuperar o controle econômico. ➔ No confronto com o Brasil, a Argentina aliou-se aos uruguaios, liderados por Juan Antonio Lavalleja e Fructuoso Rivera e um grupo de guerrilheiros – “Los treinta y três” ➔ Com o apoio do governo argentino, eles conseguiram desembarcar tropas no território da Cisplatina e marchar para Montevidéu. ➔ Cercando a capital, eles proclamaram a independência uruguaia em 1825. ➔ Em resposta, o Brasil mandou uma esquadra bloquear a entrada do estuário do rio da Prata a fim de sitiar Montevidéu. ➔ As tropas foram derrotadas na Batalha do Passo do Rosário, em fevereiro de 1827. ➔ Entre 1827 e 1828, enquanto cresciam as dificuldades brasileiras na Guerra da Cisplatina, a Inglaterra propôs uma saída diplomática. Essa intervenção inglesa levou ao encerramento do conflito. A Convenção de Paz foi assinada no Rio de Janeiro, em 27 de agosto de 1828. ➔ O Uruguai surgiu então como país livre, ocupando um território situado entre a Argentina e o Brasil. ➔ Além das consequências das perdas humanas, materiais e financeiras com a guerra, o governo de dom Pedro I passou a sofrer uma oposição implacável.” “Somado ao descontentamento popular pelos efeitos mais gerais do conflito (a inflação, por exemplo), contribuiu para sua abdicação, em abril de 1831.” CRISE ECONÔMICA ★ O principal fator era a submissão da economia brasileira aos ingleses. ★ O que levou a uma balança comercial desfavorável. ★ Os gastos com conflitos externos e internos aumentaram a dívida externa. ★ Somado a isso, a elevada taxa de juros (10%) fizeram o banco do Brasil falir em 1829. A SUCESSÃO DO TRONO PORTUGUÊS ➢ Com a morte de D.João VI, D. Pedro I foi proclamado seu sucessor. ➢ Mas renuncia em favor de sua filha, Maria da Glória, que deveria se casar com o seu irmão D. Miguel. ➢ D. Miguel prende a sobrinha e se declara rei de Portugal, D. Pedro organiza um exército para lutar contra D. Miguel. ➢ Essa situação aumenta a instabilidade no Brasil, que teme um processo de recolonização. A CRISE POLÍTICA ● Em busca de apoio, D.Pedro, viaja a Minas Gerais e é recebido com rejeição pelo povo. 4 ● Voltando ao Rio de Janeiro, é recebido com uma grande festa, organizada pelos portugueses que o apoiavam. ● Mas a oposição estava aberta nas ruas da capital do Império e os grupos entram em choque. ● Foi a chamada NOITE DE GARRAFADAS em 13/03/1831 ● Para acalmar a crise, D. Pedro I nomeia um ministério composto só por brasileiros. MINISTÉRIO DE 20 DE MARÇO. ❖ O ministério dos brasileiros nega-se a sufocar as manifestações populares. ❖ D. Pedro desmancha esse ministério e cria o MINISTÉRIO DOS MARQUESES só com portugueses. ❖ O povo vai à rua e exige a volta do Ministério de 20 de março. CONTEXTO INTERNACIONAL ❏ As revoluções burguesas na Europa, em 1830, acabam com o governo absolutista de Carlos X. ❏ Esse golpe no absolutismo europeu serve de combustível para a elite brasileira. Essa elite aristocrática exige a abdicação de D.Pedro I “Em 7 de abril de 1831, depois de sucessivas trocas ministeriais e incapaz de deter os distúrbios de rua, promovidos por populares e que contavam agora com a adesão de tropas do governo, D. Pedro abdicou do trono brasileiro, em favor de seu filho, o príncipe D. Pedro de Alcântara, na época com cinco anos incompletos.” “Usando do direito que a Constituição me concede, declaro que tenho muito voluntariamente abdicado na pessoa de meu muito amado e prezado filho, o Senhor D. Pedro de Alcântara. Boa Vista, 7 de abril de mil oitocentos e trinta e um, décimo da Independência e do Império”. Pedro. 5 AULA 43 - PERÍODO REGENCIAL SITUAÇÃO ● O período regencial é o período de transição entre o primeiro e segundo reinado. Os interesses das camadas populares foram esquecidos pelos regentes e têm-se constantes lutas buscando a descentralização do poder. ● É um período marcado por uma intensa agitação política e social. ● Latifundiários brasileiros estavam com o poder nas mãos pela primeira vez na história do Brasil. ● A inexistência de um projeto definido para a nação garantiu a manutenção da estrutura social vigente. FASES - Regência Trina Provisória: Abril a junho (1831), equilíbrio político - elites - Regência Trina Permanente: junho de 1831 a outubro de 1835 - equilíbrio político - geográfico - Regência Una Diogo Feijó - 1835 a 1837 - descentralização - Regência Una de Araújo Lima - 1837 a 1840 - Regresso conservador GRUPOS POLÍTICOS ❖ Partido Liberal Moderado (Chimangos) •Defendiam a monarquia representativa. •Pregavam a manutenção da monarquia e a centralização do poder. •SOCIEDADE DEFENSORA DA LIBERDADE E DA INDEPENDÊNCIA NACIONAL. ❖ Partido Liberal Exaltado (farroupilha/jurujubas) •Defendiam o federalismo das províncias. •Defendiam a implantação de uma república e vão liderar as revoltas regenciais. •SOCIEDADE FEDERAL. ❖ Partido Restaurador (Caramuru) •Defendiam a volta de D. Pedro I. •Vão aliar-se aos Liberais Moderados, após a morte de D. Pedro I, em 1834. •SOCIEDADE MILITAR. - A disputa política entre essas três correntes vai aprofundar a crise nacional, que já era grave devido aos problemas sociais aos quais estava submetida a maioria da população. - A regência é dividida em duas etapas distintas: - AVANÇO LIBERAL - 1831 até 1837 - REGRESSO CONSERVADOR - 1837 até 1840 MEDIDAS EMERGENCIAIS PARA ACALMAR O PAÍS ❏ Expulsou os estrangeiros do exército. ❏ Anistia aos presos políticos. ❏ Reintegra o Ministério de 20 de março. ❏ Fim da censura à imprensa. 6 ❏ Aumento do poder da assembleia nacional, limitando o poder do regente. ❏ Não exercer o poder moderador. ❏ Não dissolver a câmara. ❏ Não conceder títulos e condecorações. ❏ Convocam votação para uma nova regência REGÊNCIA TRINA PERMANENTE - 1831 A 1835 ➔ EQUILIBRIO POLÍTICO GEOGRÁFICO. ➔ DESCENTRALZAÇÃO DO PODER. ➔ MINISTRO DA JUSTIÇA - PADRE DIOGO FEIJÓ. ➔ AVANÇO LIBERAL. GUARDA NACIONAL ➔ Diferente do exército, é uma polícia local. ➔ Criada para conter as tensões e rebeliões provinciais. ➔ Cargos distribuídos por renda aos “homens de bens”. ➔ Os latifundiários recebiam o título de “coronel” e tinham o poder político e militar nas regiões que controlavam. ➔ Brasileiros eleitores eram obrigados a se alistarem na guarda nacional, sendo dispensado o alistamento no exército nacional. ➔ Mais tarde, origina o CORONELISMO. CÓDIGO DE PROCESSO CRIMINAL ★ Descentralização do judiciário. ★ Juízes de paz. ★ Habeas corpus que permitia ao acusado responder ao julgamento em liberdade. ★ Os juízes exerciam o poder judiciário e de polícia em nível local. ★ Eram escolhidos entre os grandes latifundiários que, na maioria das vezes, usavam do título em proveito próprio. ATO ADICIONAL DE 1834 ➢ Foi uma reforma na constituição de1824. ➢ Tentativa conciliadora – MAIOR AUTONOMIA ➢ NA PRÁTICA - Decidiu pela redução da autonomia das províncias . ➢ Não podiam ter constituição própria. ➢ Presidentes das províncias seriam nomeados pelo governo central. ➢ Criam as Assembleias provinciais e os municípios estão totalmente subordinados ao governo provincial. ➢ Extinguiu o Conselho de Estado. ➢ Criou o município neutro – o Rio de Janeiro. ➢ Criação da regência una, com duração de 04 anos (experiência republicana). ➢ Estabeleceu a distribuição de rendas entre governo central, províncias e municípios. ➢ As Assembleias tinham a responsabilidade de fixar as despesas municipais e as despesas provinciais e lançar impostos. ➢ Nomear e demitir funcionários públicos. ➢ Com esse tipo de troca, o serviço público, muitas vezes, funcionou como arma para obtenção de votos. REGÊNCIA UNA DIOGO FEIJÓ - 1835-37 ● O mandatário foi escolhido por meio de eleição direta. ● De caráter extremamente excludente, no sistema político que vigorou no início do Estado brasileiro, apenas 1,5% da população votava. ● O padre Diogo Feijó foi eleito com o apoio dos liberais, superando o conservador Holanda Cavalcanti, mas recebeu apenas um quarto dos votos ● Eclosão de diversas revoltas por todo o país: *Guerra dos farrapos *Cabanagem *Balaiada *Revolta dos Malês *Sabinada ● Formação de dois grupos políticos: PROGRESSISTAS: formado por membros das classes médias urbanas, clérigos e proprietários rurais do Sudeste e Sul do país. 7 REGRESSISTAS: grandes proprietários rurais, comerciantes, burocratas do Estado e magistrados, que defendiam a centralização. ● Diogo Feijó provocou a ira da aristocracia agrária ao apoiar o fim da escravidão. ● Chegou a enviar uma missão a Londres para tratar com o Governo inglês medidas de repressão ao tráfico negreiro. ● Essa atitude aumentou o temor dos proprietários rurais, que passaram a assumir posições mais conservadoras. ● O autoritarismo do regente fazia aumentar, a cada dia, seu grupo de opositores, presentes também na Câmara e no Senado. ● Teve sua atuação bastante limitada, sendo responsabilizado pelas revoltas sociais que se espalhavam por todo o país. Sentindo-se acuado e sem respaldo político, renunciou em 19 de setembro de 1837. ● SE LIGA AI ● Este primeiro momento das Regências (1831 - 1836) é caracterizado pela instabilidade política, sobretudo, pelos projetos de liberdade e democracia. ● É o momento da AÇÃO baseado no princípio da liberdade, que irá se contrapor ao segundo momento, o da AÇÃO, baseado no princípio da autoridade, a partir de 1836, que virá com a posição centralizadora. ARAÚJO DE LIMA - 1837 - 40 ❖ Araújo Lima, então Ministro da Justiça, assume como regente interino e nomeia um novo gabinete composto por políticos regressistas, que ficou conhecido como Ministério das Capacidades. ❖ Em abril de 1838, ocorreu a segunda eleição para Regente Único, lançando-se como candidato, enfrentando com o "progressista" Holanda Cavalcanti de Albuquerque. ❖ Araújo Lima foi eleito com a maioria dos votos e, assim, instalaram-se os regressistas no centro do poder. ❖ Em seu governo, as primeiras revoltas eram consideradas uma consequência das liberdades oferecidas pelo Ato Adicional. Dessa forma, foi homologado, em maio de 1840, a chamada Lei Interpretativa do Ato Adicional, que revisou alguns pontos da reforma de 1834. ❖ Com a reforma, as províncias perderam parte de suas atribuições político-administrativas. De acordo com a nova lei, o governo central teria o direito de nomear funcionários públicos e funcionários de polícia e justiça. LEI DE INTERPRETAÇÃO DO ATO ADICIONAL DE 1834 ❏ Suprimiu a autonomia das Assembleias Legislativas provinciais. ❏ Submetia a Guarda Nacional das províncias ao controle de um delegado nomeado pelo regente. ❏ Reforma do Código de Processo Criminal – substituía os juízes eleitos nas províncias por delegados nomeados pelo regente. Dessa forma, o poder ficava com os conservadores. O GOLPE DA MAIORIDADE 1840 ➢ Em meio às revoltas e às grandes derrotas políticas, os liberais uniram-se em torno do projeto de antecipação do coroamento de Dom Pedro II. ➢ Reunidos no chamado Clube da Maioridade, os representantes liberais argumentavam que a chegada de Dom Pedro II ao trono ofereceria condições para que os problemas políticos e as revoltas fossem contornados. ➢ Na medida em que os conservadores não tinham habilidade para resolver os problemas vigentes, a campanha em prol da antecipação do Segundo Reinado ganhava cada vez mais força. 8 ➢ 23 de julho de 1840: com o apoio do Partido Liberal, pôs fim ao período regencial brasileiro. ➢ Os liberais agitaram o povo, que pressionou o Senado a declarar o jovem Pedro II maior de idade antes de completar 15 anos. ➢ Esse ato teve como principal objetivo a transferência de poder para Dom Pedro II para que ele pudesse pôr fim a disputas políticas que abalavam o Brasil mediante sua autoridade. ➢ Para auxiliar o novo imperador do país, foi instaurado o Ministério da Maioridade, de orientação liberal, conhecido como o Ministério dos Irmãos, pois era formado, entre outros, pelos irmãos Antônio Carlos e Martim Francisco de Andrada e os irmãos Cavalcanti 9