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1- Caracterizar os neurotransmissores Os neurotransmissores são biomoléculas que transmitem a informação de um neurônio para outro, unidos através de uma sinapse (transmissão da informação entre uma célula e outra através de impulsos elétricos). Características: Podem produzir diferentes tipos de respostas no neurônios pós- sinápticos, podendo ser excitatório ou ser inibitório). A velocidade das respostas pós- sinápticas produzidas por diferentes neurotransmissores também varia (Baixo peso molecular tem ações sinápticas rápidas, enquanto os neuropeptídios tem ações mais lentas). Classificação: Aminas Biogênicas Acetilcolina (ACh), Noradrenalina (NA), Epinefrina, Dopamina (DA), Serotonina (5-HT) e Histamina. Aminoácidos Acido gama- aminobutirico (GABA), Glicina (Gli), Glutamato (Glu). ❖ Acetilcolina - Neurotransmissor de baixo peso molecular. - Participa da sinapse neuromuscular cardíaca - É o neurotransmissor de todos os neuro ̂nios pré- ganglionares e pós-ganglionares parassimpáticos. - É o principal do sistema que modula o alerta, o sono, a vigília e outros aspectos da consciência. - É o usado por todos os neurônios que fazem sinapse com fibras musculares. - No SNP age como neuromodulador regulando a frequência cardíaca e outras funções autonômicas. Liberação: A despolarização de uma terminação nervosa possibilita o influxo de cálcio através de canais voltagem-sensíveis. Este influxo de cálcio facilita a fusão da membrana vesicular com a membrana plasmática da terminação nervosa, resultando na extrusão do conteúdo das vesículas. Ação: Sist. Cardiovascular- Vasodilatação, Redução da frequência cardíaca, Diminuição da força de contração cardíaca, Queda da condução nervosa no nodo sinoatrial e nodo atrioventricular. ❖ Glutamato O Glutamato é um dos principais agentes excitatórios do SNC, mais abundante e despolarizantes. Atua em receptores ionotrópicos (fluxo iônico). Com isso, ele pode se ligar a esses receptores, ativa-los e fazer com que haja influxo de sódio, fazendo com que haja uma despolarização na célula. Obs: Não atravessa a barreira hematoencefálica, assim, sintetizado no tecido nervoso a partir de glicose e outros precursores. Liberação: Após um estímulo despolarizante seguido pelo influxo de cálcio (Ca2+), o glutamato vesicular é liberado na fenda sináptica. Uma vez liberado na fenda sináptica, o glutamato é captado pelas células gliais nas quais é convertido à glutamina pela enzima glutamina sintetase e posteriormente liberado por transportadores de glutamina no meio extracelular. A glutamina então é captada pelas células neuronais e reconvertida a glutamato. Ação: No ponto de vista fisiológico, os receptores Ampa e KA estão relacionados à transmissão sináptica rápida no SNC e são caracterizadas pelas rápidas cinéticas de ativação e desativação. ❖ GABA É o principal neurotransmissor inibitório do SNC. Ele está presente em quase todas as regiões do cérebro. Liberação: Por sinapse química Ação: Controla a excitabilidade neuronal ao atuar como inibitório em diferentes regiões do SN. Importante em processos fisiológicos, modulando funções cardiovasculares, função renal, inibição da metástase em células cancerígenas e fertilidade. O GABA induz a inibição do SNC, causando a sedação, pois os neurônios possuem receptores específicos para ele. Quando ele se liga aos receptores, abre-se canais por onde entra íons cloreto no neuronio, fazendo com que a célula fique hiperpolarizada, dificultando a despolarização e, como consequência, dá- se a diminuição da condução neuronal. ❖ Norodrenalina Ação: O principal neurotransmissor nas células ganglionares simpáticas, que empregam o sistema motor visceral. É utilizada como neurotransmissor no locus ceruleus, onde influencia o sono e a vigília, a atenção e o comportamento alimentar. ❖ Dopamina Flávia Licia Mendes de Assis - Sabe-se que esse neurotransmissor está envolvido com processos como controle motor, cognição, compensação, prazer, humor e algumas funções endócrinas, além de ser precursora de outros neurotransmissores: a norepinefrina e a epinefrina (adrenalina). - É a área onde tem mais dopamina o corpo estriado, que recebe importantes aferências oriundas da substância negra e desempenha um papel especial na coordenação dos movimentos corporais. - Ela está envolvida na motivação, na recompensa e no reforço, e muitas drogas de abuso atuam afetando sinapses dopaminérgicas no SNC; - Estimula a excreção renal de sódio, supressão da liberação de aldosterona, relaxamento do esfíncter esofágico e retardo do esvaziamento do estômago. Ação: Por ela ter 4 vias dopaminérgicas, isso faz com que ela tenha diferentes funções no corpo. Via mesolímbica: Liga a área tegumentar ventral do mesencéfalo ao sistema límbico e está relacionada com o reforço e a estimulação, ou seja, a dopamina é enviada quando o indivíduo é exposto a situações de prazer e recompensa. Via mesocortical- Liga a área tegumentar ventral do mesencéfalo aos lobos frontais do córtex cerebral e está relacionada com a atenção, cognição e orientação. Via nigrostriatal- Contém 80% da dopamina no cérebro e que estimulam os movimentos voluntários, ou seja, locomoção e movimento (substância negra do cérebro até os glânglios da base). Via tuberoinfundibular- Compreende ao eixo hipotálamo- hipófise, a dopamina regula a prolactina (produção de leite) e atua no metabolismo, satisfação sexual e sist.. imunológico. ❖ Serotonina Ação: A serotonina é encontrada principalmente em grupos de neurônios da região da rafe da ponte e da parte superior do tronco encefálico, as quais apresentam projeções difusas ao prosencéfalo e regulam o sono e a vigília. 1.1 Sinapse As sinapses são locais especializados de comunicação neuronal. - Há duas formas básicas de transmissão sináptica: elétrica e química - As sinapses elétrica irão, prioritariamente, favorecer a transmissão de impulsos elétricos rápidos, por consequência, mais corriqueiros/ básicos. - Enquanto as sinapses químicas são responsáveis pela transmissão de impulsos elétricos complexos, que demandam maior plasticidade neural. - Podem passar adiante estímulos inibitórios ou excitatórios. Potencial de ação O potencial de ação possui quatro propriedades: • Limiar de iniciação • Característica de tudo ou nada • Período refratário • Propagação sem decremento (amplitude constante, mesmo em longas distancias). Como funciona? Tipos: ❖ Sinapse Química - Há separação entre os neurônios pré-sinápticos e pós-sinápticos por meio da fenda sináptica - São unidirecionais, uma vez que o neurônio pré- sináptico libera neurotransmissores para a captação por receptores pós-sinápticos - Depende da difusão do neurotransmissor na fenda sináptica, e sua posterior ligação aos receptores da membrana pós-sináptica - No terminal axonal, estão localizadas as vesículas sinápticas, as quais possuem moléculas de neurotransmissores. - Por conta da cascata biomolecular, até chegar à exocitose dos neurotransmissores, há um certo atraso sináptico em relação a sinapses elétricas A importância principal das sinapses químicas, além da capacidade de integrar procedimentos mais complexos, é a alta capacidade de amplificar a respostas neuronais, uma vez que em uma única vesícula sináptica há milhares de moléculas de neurotransmissores. Mecanismo: Durante a passagem do potencial de despolarização, há a abertura dos canais de Cálcio dependentes de voltagem, que favoreceram a exocitose dos neurotransmissores na fenda e se ligam a receptores específicos na membrana neuronal pós-sináptica. A ligação de neurotransmissores aos receptores causa a abertura ouo fechamento de canais na membrana pós-sináptica, alterando, portanto, a permeabilidade iônica nas células pós-sinápticas, aumentando ou diminuindo a probabilidade do neurônio de desencadear um potencial de ação. ❖ Sinapse Elétrica - Há comunicação celular entre os neurônios , por meio dos canais das junções comunicantes (gap). - São bidirecionais e com atraso extremamente curto - Os sinais são passados adiante por meio da abertura dos canais iônicos dependentes de voltagem - O propósito mais geral das sinapses elétricas é sincronizar a atividade elétrica entre populações de neurônios Ex: Neurônios do tronco encefálico que controlam o ritmo da atividade elétrica envolvida na respiração ou do coração estão sincronizados por sinapses elétricas. 2- Descrever o sistema de recompensa 2.1 Áreas Envolvidas ❖ Sistema Mesolímbico O sistema mesolímbico é composto por projeções dopaminérgicas que partem da área tegumentar ventral. Onde é o local de convergência para estímulos procedentes da amígdala (processamento do conteúdo emocional de estímulos ambientais), hipocampo (aprendizagem e memória espaciais), córtex entorrinal, giro do cíngulo anterior e parte do lobo temporal. Do núcleo accumbens partem eferências para o septo hipocampal, hipotálamo, área cingulada anterior e lobos frontais. ❖ Sistema Mesocortical O sistema mesocortical é composto pela área tegumentar ventral, pelo córtex pré- frontal, pelo giro do cíngulo e pelo córtex orbito frontal. O córtex pré- frontal é responsável pelas funções cognitivas superiores e pelo controle do sequenciamento de ações. O giro do cíngulo, por estar localizado acima do corpo caloso, tem conexões com diversas outras estruturas do sistema límbico e tem as seguintes funções: atenção, memória, regulação da atividade cognitiva e emocional; O córtex orbito frontal é responsável pelo controle do impulso e da tomada de decisão. 2.2 Funcionamento do sistema O sistema de recompensa do cérebro, também conhecido como sistema mesolímbico- mesocortical é caracterizado por seus componentes centrais (núcleo acumbente, área tegumentar ventral e córtex pré- frontal) e seu envolvimento com o sistema límbico (associado às emoções) e com os principais centros responsáveis pela memória (amígdala e hipocampo). Para ativar o núcleo acumbente apenas precisamos realizar algo que nosso cérebro considere bem- sucedido, ou que tenha causado a sensação de prazer. Assim que o córtex cerebral reconhece que houve bem-estar ele libera para o núcleo acumbente uma dose do neurotransmissor chamado dopamina. Quanto maior for a liberação desse neurotransmissor, maior atividade da estrutura e maior prazer nosso organismo vivencia como um todo. Este padrão de ativação serve de base para que nosso cérebro aprenda e/ou lembre o que é prazeroso, e serve como base de satisfação e da autoestima, por conseguinte ativação do núcleo acumbente não só oferece uma recompensa direta e imediata pelo comportamento satisfatório, como serve também de um retorno positivo para o aprendizado do cérebro, para o aperfeiçoamento das tomadas de decisões/ações. Além disso, a associação entre uma ação e uma sensação de prazer é registrada em nossa memória. Consequentemente, uma lembrança de algo que deu certo no passado nos motiva para repetir o comportamento no futuro. 3- Compreender o sistema límbico O sistema límbico compreende todas as estruturas cerebrais que estão relacionadas com o comportamento emocionais, sexuais, aprendizagem, memoria e motivação e que atribui um conteúdo afetivo (positivo ou negativo) aos estímulos, registrando e relacionando com as informações e com as memorias pré-existentes, levando a produção de uma resposta emocional adequada, consciente ou não. Funções: Controla a atividade em áreas regiões cerebrais Motivação para aprendizagem Prazer e punição Agrado e desagrado Afetividade Sentimento Memória 3.1 Componentes Corticais: Córtex pré-frontal, giro do cíngulo, hipocampo, lobo piriforme, área septal e a insula. Subcorticais: Amigdala, núcleo anterior do tálamo, hipotálamo, corpo mamilar fornix e FX. 3.2 Emoção A emoção é uma alteração fisiológica de acordo com o estímulo que ele recebeu. - Uma informação gera uma alteração fisiológica e depois o córtex cerebral junta essa alteração fisiológica com o estímulo e gera uma emoção consciente do que aconteceu. Processo O córtex primário vai receber a informação e o córtex secundário vai processar, depois essas informações entram para o sistema líbico (circuito de Papez) e essas informações vão incorporar aspectos emocionais (positivos ou negativos) relacionados a informação. No Sistema límbico, no circuito, que vai ser originado (antes da informação voltar para o córtex) ela vai acionar o hipotálamo desencadeando alterações fisiológicas. Quando a informação volta para o córtex, o córtex também recebe essas alterações. 4- Conceituar os tipos de memória Conceitos: Aprendizado é o nome dado ao processo pelo qual uma nova informação é adquirida pelo sistema nervoso e pode ser observado por meio de mudanças no comportamento; Memória é o nome dado ao mecanismo de codificação, armazenamento e evocação dessa informação; - A memória é um dos mais importantes processos psicológicos, pois além de ser responsável pela nossa identidade pessoal e por guiar em maior ou menor grau nosso dia a dia, está relacionada a outras funções corticais igualmente importantes, tais como a função executiva e o aprendizado; Amnésia é definida como a incapacidade de aprender novas informações ou de evocar informações que já tenham sido adquiridas. Tipos de memoria: Memoria quantitativa • Declarativa É o armazenamento e a lembrança do material que está disponível para a consciência e pode ser expresso mediante a linguagem » memória explícita; Ex: São a capacidade de se recordar de um número de telefone, de uma canção ou das imagens de algum evento passado; ❖ A expressão memória declarativa refere-se a possibilidade de evocação consciente de fatos e eventos e o fato de se poder fazê-lo mediante verbalização (i.e., empregando linguagem simbólica); ❖ Quanto à formação, as memórias declarativas são frequentemente fáceis de formar e também são facilmente esquecidas. Subtipos: ❖ Episódica- quando envolve eventos datados, isto é relacionados ao tempo; Ex: quando lembramos do ataque terrorista em 11 de setembro. ❖ Semântica- abrange a memória do significado das palavras; - É a coparticipação partilhada do significado de uma palavra que possibilita às pessoas manterem conversas com significado; - A memória semântica ocorre quando envolve conceitos atemporais; Ex: Usamos este tipo de memória ao aprender que Einstein criou a teoria da relatividade. Áreas cerebrais envolvidas: ❖ Na memória declarativa participam o hipocampo (uma região cortical filogeneticamente antiga), a amígdala, ambos localizados no lobo temporal, e várias regiões corticais (pré-frontal, entorrinal, parietal, etc.) ❖ Formação: Hipocampo; ❖ Evocação: Córtex parietal. • Não declarativa A memória não declarativa não está disponível à percepção consciente, logo envolvem habilidades e associações que são adquiridas e evocadas em um nível inconsciente; Ex: Lembrar como discar o telefone. ❖ Esse tipo de memória refere-se a habilidades e destrezas motoras cujo aprendizado/ memorização parece envolver outras áreas do encéfalo e cuja execução não implica evocação consciente da mesma » memória implícita. ❖ A formação tende a requerer repetição e prática durante um período mais longo, mas essas memórias têm menor probabilidade de serem esquecidas; ❖ Referente ao aprendizado e ao armazenamento de associaçõessensoriais e motoras que não são dependentes das porções temporais mediais do encéfalo (consolidação); Subtipos: ❖ Memória adquirida e evocada por meio de "dicas" (Priming)- Corresponde à imagem de um evento, preliminar à compreensão do que ele significa; - Considera-se que a memória pode ser evocada por meio de "dicas" (fragmentos de uma imagem, a primeira palavra de uma poesia, certos gestos, odores ou sons). ❖ Memória de procedimentos- refere-se às habilidades e hábitos. Ex: Nadar, dirigir um carro. ❖ Memória associativa- está estreitamente relacionada a algum tipo de resposta ou comportamento; Ex: Quando começamos a salivar pelo simples fato de olhar para um alimento. ❖ Memória não- associativa- também está estreitamente relacionada a algum tipo de resposta ou comportamento; Quando, sem nos darmos conta, aprendemos que um estímulo repetitivo. Ex: O latido de um cão, não traz riscos, o que nos faz relaxar e ignorá-lo. Áreas cerebrais envolvidas: ❖ Nas memórias de procedimentos ou hábitos, o hipocampo parece estar envolvido apenas nos primeiros momentos após o aprendizado, sendo elas dependentes basicamente de circuitos subcorticais que incluem o núcleo caudado e circuitos cerebelares; Memoria temporal • Imediata É a capacidade rotineira de manter na consciência, durante frações de segundo, experiências em andamento; - A capacidade desse registro é muito ampla, e todas as modalidades sensoriais (visual, verbal, tátil e assim por diante) parecem ter seu próprio registro de memória. • De trabalho É a capacidade de manter e manipular informações na consciência durante segundos a minutos, enquanto ela é utilizada para atingir um determinado objetivo comportamental; ❖ A memória de trabalho é uma forma temporária de armazenamento da informação, de capacidade limitada, e que exige repetição/ensaio para ser conservada, mesmo que por pouco tempo; Ex: Quando alguém lhe diz seu número de telefone, você pode retê-lo por um tempo limitado, repetindo o número para si mesmo. • Longo prazo Compreende a retenção de informação de forma mais permanente, durante dias, semanas ou mesmo durante toda a vida; - Acredita-se que parte da informação armazenada na memória imediata ou na memória de trabalho seja armazenada como memória de longa duração, embora a maior parte desses registros seja evidentemente esquecida. 4.1 Amnesia É uma grave perda da memória e/ou da capacidade de aprender; - Concussão, alcoolismo crônico, encefalite, tumor cerebral e acidente vascular cerebral, todas essas condições podem causar prejuízos à memória; Após um trauma cerebral, a perda de memória pode manifestar-se de duas formas: • Amnésia retrógrada: A amnésia retrógrada é caracterizada por perda de memória para eventos anteriores ao trauma; - Em casos graves, pode haver completa amnésia para toda informação declarativa aprendida antes do trauma; - Porém, a amnésia retrógrada segue um padrão em que eventos ocorridos nos meses ou anos que precedem o trauma são esquecidos, mas a memória é progressivamente mais forte à medida que os fatos são mais antigos; • Amnésia anterógrada: A amnésia anterógrada, por sua vez, é a incapacidade de formar novas memórias após um trauma cerebral; - Se a amnésia anterógrada for grave, a pessoa pode tornar- se incapaz de aprender qualquer coisa nova; - Em casos menos graves, o aprendizado torna-se lento e requer mais repetição do que o normal. 4.2 Aprendizagem Aprendizado é a aquisição de novos conhecimentos ou habilidades. Memória é a retenção da informação aprendida. O aprendizado de procedimentos envolve aprender uma resposta motora em reação a um estímulo sensorial. Tipicamente é dividido em dois tipos: Não- associativo O aprendizado não-associativo descreve a alteração na resposta observada no comportamento que ocorre ao longo do tempo, em resposta a um único tipo de estímulo. ❖Habituação: É aprender a ignorar um estímulo que não tenha significado. Ex: O ar- condicionado está fazendo barulho, mas isso não é importante pra mim e eu ignoro. ❖ Sensitização: Os fortes estímulos sensoriais (o blecaute) causam sensitização; você aprendeu a intensificar suas respostas a todos os estímulos, mesmo àqueles que previamente evocavam pouca ou nenhuma reação. Aprendizado associativo Durante o aprendizado associativo, formamos associações entre eventos. ❖ Condicionamento clássico: O condicionamento clássico envolve a associação entre um estímulo que evoque uma resposta mensurável e um segundo estímulo que, normalmente, não evoca essa resposta; - O treino consistia em apresentar, repetidamente e de forma concomitante, o som e a carne; - Após muitas dessas apresentações concomitantes, a carne foi retirada, e o animal salivava apenas com a apresentação do som; ❖ Condicionamento instrumental: No condicionamento instrumental, o indivíduo aprende a associar uma resposta, um ato motor, a um estímulo significativo, tipicamente uma recompensa. - Aprende-se que um determinado comportamento está associado a uma determinada consequência. MECANISMOS DE MEMÓRIA ❖ Memórias podem resultar de alterações sutis em sinapses, e essas alterações podem estar amplamente distribuídas no encéfalo; - A sinapse é um importante sítio de armazenamento da informação. Memória declarativa e o processamento da memoria explicita ❖ Codificação: É o processo pelo qual novas informações são observadas e conectadas com informações preexistentes na memória; - A intensidade desse processo é criticamente importante para determinar quão bem o material aprendido será lembrado; - Para uma memória persistir e ser bem lembrada, a informação que chega deve ser codificada de forma completa. Isso é feito percebendo-se atentamente a informação e associando-a a conhecimentos que já estejam bem estabelecidos na memória. ❖ Armazenamento: Refere-se aos mecanismos e sítios neurais que permitem a retenção da memória ao longo do tempo; - Não existe limite conhecido para a quantidade de informação possível de ser armazenada a longo prazo. Em contraste, o armazenamento na memória de trabalho é muito limitado. ❖ Consolidação: É o processo que faz a informação ainda lábil e armazenada temporariamente ficar mais estável; - O processo de consolidação começa logo após o registro do estímulo e pode se estender por horas, dias, meses e até mesmo anos; - As experiências novas estabelecem contato com as informações “velhas”, anteriormente armazenadas, através das estruturas temporais mediais, e as representações da memória vão continuamente sendo ativadas e reativadas; - A partir disso, pode-se dizer que a consolidação é um processo que continua virtualmente por toda a vida; - Envolve a expressão de genes e síntese proteica que produzem alterações estruturais nas sinapses. ❖ Evocação: Processo pelo qual a informação armazenada é evocada; - Envolve trazer novamente à mente diferentes tipos de informação, armazenados em diferentes lugares do encéfalo; - Dados comportamentais e de neuroimagens indicam o córtex pré-frontal como responsável pelo processo de recuperação da memória explícita de longo prazo; - As principais áreas envolvidas na evocação de memórias declarativas e de procedimentos são basicamente as mesmas utilizadas para sua formação, menos o hipocampo e a amígdala passam a ter um papel menos importante. - A evocação é fortemente modulada em todas elas pela dopamina, noradrenalina e acetilcolina, e inibida pela serotonina; - É inibida também por corticoides procedentes da suprarrenal, que, são liberados em situações de estresse. -Os corticoides explicam os famosos “brancos” na hora da evocação. 5- Identificar asáreas do cérebro envolvidos na memoria. LOBOS TEMPORAIS: MEMÓRIA DECLARATIVA Os lobos temporais contêm o neocórtex temporal, que pode ser um sítio de armazenamento da memória de longo prazo; - Estruturas no lobo temporal medial sejam essenciais para a formação de memórias declarativas; - Se essas estruturas forem lesionadas, temos, como resultado, uma grave amnésia anterógrada, a memória de trabalho estava intacta, e a consolidação estava gravemente prejudicada. AMÍGDALA A amígdala desempenha um papel especial na memória de experiências emocionais e o hipocampo quando lesado especificamente apresenta déficits brandos de memória. HIPOCAMPO - A atividade hipocampal pode refletir no reconhecimento; - No hipocampo sugerem que neurônios sejam especializados para memória de localização. Possivelmente o hipocampo tenha se especializado na criação de um mapa espacial do ambiente. - A função do hipocampo, juntamente com outras estruturas do lobo temporal medial, como envolvendo memória relacional; -Memória relacional: A informação sensorial é processada chega ao hipocampo e as regiões corticais adjacentes, levando ao armazenamento de memórias de forma tal que relaciona todas as coisas que acontecem ao mesmo tempo em que as memórias são armazenadas. Ex: Um cheiro lembrar um acontecimento, ou uma música lembra um evento. ESTRIADO: MEMÓRIA DE PROCEDIMENTOS - Evidências indicam o envolvimento do estriado no aprendizado de hábitos e na memória de procedimentos. - Os núcleos da base são importantes para o controle dos movimentos voluntários. Dois componentes dos núcleos da base são o núcleo caudado e o putâmen, que, juntos, formam o corpo estriado; - O estriado situa-se em uma localização-chave no circuito motor, recebendo aferentes dos córtices frontal e parietal e enviando eferentes aos núcleos talâmicos e áreas corticais envolvidas no movimento. - Quando o estriado é lesionado, não há efeito sobre o desempenho da memória de reconhecimento, demonstrando, ao mesmo tempo, que a formação da memória declarativa é ainda possível e que o animal consegue discriminar estímulos visuais, é incapaz de formar o hábito de conseguir alimento associado a um determinado estímulo. NEOCÓRTEX: MEMÓRIA DE TRABALHO - A memória de trabalho diferente da declarativa e a de procedimentos, representa informação mantida em mente para alguma necessidade imediata; - As funções do córtex pré-frontal presume-se frequentemente que o córtex pré-frontal seja responsável por aquelas características que nos distinguem de outros animais, como a autoconsciência, a capacidade de planejamento complexo e de resolução de problemas; - O córtex pré-frontal esteja envolvido na memória de trabalho para a resolução de problemas e planejamento do comportamento, logo pessoas com lesões pré-frontais apresentam grandes dificuldades em realizar tarefas com comandos recentes. Ex: Pede-se a uma pessoa com lesão pré-frontal que trace um caminho em um labirinto desenhado. - Embora compreenda a tarefa, o paciente comete repetidamente os mesmos erros. - Em outras palavras, esses pacientes não aprendem de sua experiência recente da mesma forma que uma pessoa normal.