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HEMATOLOGIA Hematopoiese: processo de formação das células sanguíneas, regulado pelo hormônio eritropoietina. Os locais de formação dessas células varia ao longo da vida - Na 5° semana de gestação ela ocorre no saco vitelino, apenas eritrócitos são produzidos. - Na 20° semana elas são produzidas pelo fígado e baço (período hepatoesplênico da hematopoiese: do 4° ao 6° mês de vida), e surgem outras linhagens hematopoiéticas como granulócitos e megacariócitos. - A partir do 7° mês de vida fetal a hematopoiese começa a ser feita na parte esponjosa dos ossos- período medular, nos primeiros dois anos de vida qualquer osso é capaz de produzir células sanguíneas, após esse período são produzidas apenas em ossos longos. O processo de hematopoiese é regulado por citocinas, fatores de crescimento, hormônios, interações célula-célula e célula-matriz estromal. Após o período embrionário e fetal, a eritropoese pode ocorrer fora da medula óssea em duas circunstâncias - Resposta a um estímulo proliferativo intenso → Anemias hemolíticas (Níveis elevados de eritropoetina podem levar à substituição da medula gordurosa por medula ativa → Expansão da produção intramedular) - Como parte de um quadro de proliferação neoplásica do tecido mielóide Todas as células sanguíneas são derivadas da célula tronco pluripotente, essas células têm duas características fundamentais: 1. auto regeneração 2. multipotencial Reticulócitos: Eritroblasto ortocromático perde o núcleo transformando-se em reticulócito. O processo final de maturação do reticulócito pode ocorrer no baço. Pessoas esplenectomizados ou com asplenia pode resultar no acúmulo de hemácias com anormalidades morfológicas A determinação da porcentagem de reticulócitos no sangue periférico constitui um importante indicador da capacidade funcional da medula diante da anemia ● ↓ Reticulócitos - Sem substrato para a produção de hemácias ○ Anemias hipoproliferativas ● ↑ Reticulócitos - Sem deficiência de substrato = Estímulo de produção ○ Anemia hemolíticas O sangue periférico é constituído por três diferentes linhagens celulares: glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. A capacidade de auto renovação permite que a celularidade geral da medula, em condições estáveis de saúde, permaneça constante. A maioria das células está em estado de quiescência (fase G0 do ciclo celular) a fim de se proteger de mutações e agressões genotóxicas. As células da medula óssea perdem a capacidade de autorrenovação com a diferenciação crescente, à medida que amadurecem. ● Estroma: “Ambiente” que possibilita a sobrevida, autorrenovação e formação de células progenitoras diferenciadas. Composto por células que incluem: - células-tronco mesenquimais - adipócitos - fibroblastos - osteoblastos - macrófagos - células endoteliais Esse ambiente disponibiliza moléculas como colágeno, glicoproteínas e glicosaminoglicanos, além de fatores de crescimento necessários. A hematopoese ocorre em um microambiente adequado fornecido pela matriz do estroma na qual as células-tronco crescem e se dividem. Os fatores de crescimento responsáveis por estimular a hematopoiese desempenham diversas funções, como proliferação, diferenciação, maturação, supressão da apoptose e ativação funcional, e têm características gerais. Múltiplos fatores de crescimento atuam na hematopoiese normal, agindo em células progenitoras e primitivas. Os fatores de crescimento hematopoéticos são hormônios glicoproteicos que regulam a proliferação e a diferenciação das células progenitoras hematopoéticas e a função das células sanguíneas maduras. Os fatores de crescimento compartilham certo número de propriedades e agem em diferentes etapas da hematopoese. Células do estroma são as principais fontes de fatores de crescimento, com exceção da eritropoetina, 90% da qual é sintetizada no rim, e da trombopoetina, sintetizada principalmente no fígado. Células progenitoras: A diferenciação celular a partir da célula-tronco passa por uma etapa de progenitores hematopoéticos comprometidos, isto é, com potencial de desenvolvimento restrito. Separação entre linhagem mielóide e linfóide. RESUMO: A hematopoese (formação das células sanguíneas) origina-se de células-tronco pluripotentes na medula óssea. Células-tronco dão origem a células progenitoras que, após divisão e diferenciação, formam eritrócitos, granulócitos (neutrófilos, eosinófilos e basófilos), monócitos, plaquetas e linfócitos B e T. O tecido hematopoético ocupa cerca de 50% do espaço medular na medula óssea normal do adulto. A hematopoese no adulto é confinada ao esqueleto central, porém, em lactentes e crianças jovens, o tecido hematopoético estende-se pelos ossos longos dos membros superiores e inferiores. Células-tronco residem na medula óssea em nichos formados por células do estroma e circulam no sangue. Fatores de crescimento ligam-se a receptores celulares específicos e produzem uma cascata de eventos de fosforilação no núcleo celular. Fatores de transcrição conduzem a mensagem aos genes que devem ser ativados para estimular divisão celular, diferenciação, atividade funcional ou suprimir a apoptose. Moléculas de adesão são uma ampla família de glicoproteínas que medeiam o acoplamento de precursores mieloides, leucócitos maduros e plaquetas à matriz extracelular, ao endotélio e uns aos outros. Epigenética refere-se a alterações no DNA e na cromatina que afetam a expressão de outros genes que não fazem parte da sequência de DNA. Modificação de histonas e metilação do DNA são dois exemplos relevantes para a hematopoese e para as neoplasias hematológicas. Fatores de transcrição são moléculas que se ligam ao DNA e controlam a transcrição de genes específicos ou de famílias de genes. Apoptose é um processo fisiológico de morte celular decorrente da ativação de caspases. A relação intracelular entre proteínas pró-apoptóticas (p. ex., BAX) e proteínas antiapoptóticas (p. ex., BCL-2) determina a suscetibilidade da célula à apoptose. Tec��� i��n�: Agranulócitos: Linfócitos e monócitos/ macrófagos órgãos linfóides: - Primários: Os órgãos linfóides primários produzem os componentes celulares do sistema imunológico. Eles são medula óssea e o timo. - Secundários: são órgãos onde os linfócitos existem em grande quantidade e onde exercem importantes funções de reconhecimento de antígenos e de desencadeamento de respostas imunitárias: linfonodos e baço. - agregado linfonodal Linfócitos: Linfócitos são as células imunologicamente competentes que auxiliam os fagócitos na defesa do organismo contra infecção e outras invasões estranhas. - especificidade antigênica - memória imunológica Existem muitos clones de linfócitos com especificidade distinta que surgem antes mesmo do encontro com o antígeno. O sistema imune desenvolveu mecanismos para gerar receptores de linfócitos B e T extremamente diversos. Os receptores de antígenos são produzidos a partir de vários segmentos gênicos que são separados uns dos outros na linhagem germinativa e se recombinam durante a maturação. A diversidade de receptores é gerada durante o processo de recombinação- variação da sequência de nucleotídeos no local da recombinação. Células NK: As células natural killer (NK) são células CD8+ que não têm receptor de células T (TCR). Le�cóci���: Os leucócitos (glóbulos brancos) podem ser divididos em dois grandes grupos: os fagócitos e os linfócitos. Os fagocitos incluem as células do sistema imune inato, que pode agir rapidamente após uma infecção, ao passo que os linfócitos mediam a resposta imune adaptativa, que pode desenvolver memória imunológica, por exemplo, após a vacinação. Os fagócitos podem ser subdivididos em granulócitos (que incluem neutrófilos, eosinófilos e basófilos) e monócitos. ● Neutrófilos As formas de neutrófilos entre metamielócito e neutrófilo completamente maduros são chamadas de neutrófilos bastonados, “bastonetes” ou “bastões”. Eles estão presentes no sangue periférico e não contêm a separação filamentosa clara entre os lobos nucleares, observada nosneutrófilos maduros. Em caso de estímulo infeccioso, os bastonetes podem ser liberados e usados na defesa do organismo (desvio para esquerda) Leucemia mieloide aguda → Aumenta a produção de mieloblastos ● Eosinófilos Os eosinófilos assemelham-se aos neutrófilos, exceto pelos grânulos citoplasmáticos, que são bem maiores, coram-se em vermelho-alaranjado intenso e, raramente, têm mais do que três lobos nucleares. Mielócitos eosinófilos podem ser identificados na medula, mas estágios mais primitivos são indistinguíveis dos precursores dos neutrófilos. O tempo de trânsito dos eosinófilos no sangue é maior do que o dos neutrófilos. Eles penetram em exsudatos inflamatórios e têm papel especial nas respostas alérgicas, na defesa contra parasitos e na remoção de fibrina formada durante a inflamação, de modo que desempenham um papel na imunidade local e na reparação tecidual. ● Basófilos Basófilos são escassos no sangue periférico, sendo só ocasionalmente vistos. Eles têm numerosos grânulos citoplasmáticos escuros, que contêm heparina e histamina, encobrindo o núcleo. Nos tecidos, eles transformam-se em mastócitos. Os basófilos têm sítios de ligação de imunoglobulina E (IgE) e sua degradação libera histamina. Imu����ficiên�i�� Desordem do sistema imunológico caracterizada pela incapacidade de estabelecer uma imunidade efetiva e uma resposta aos patógenos ● Imunodeficiências primárias: IDP Doenças hereditárias do sistema imune que deprimem a função de defesa contra o microrganismo, as manifestações podem ser mais precoces. Podem comprometer: - produção de anticorpos - função de linfócitos T - função fagocítica - sistema complemento As manifestações clínicas são infecções de repetição que se iniciam na infância ● Imunodeficiências secundárias: IDS O sistema imunológico, que estava intacto, na vigência ou em seguida a uma patologia primária, torna-se transitório ou permanentemente comprometido. São muito mais frequentes que as IDP e decorrem da deficiência na produção de componentes imunológicos, como na desnutrição, ou por excesso de perdas ou catabolismo desses elemento (queimaduras) OBSERVAÇÕES: - Vida média das plaquetas é de 10 dias. os antiagregantes plaquetários inativam as plaquetas, sendo assim, em cirurgias eletivas, é importante suspender a medicação cerca de 10 dias antes do procedimento , já em cirurgias de emergência a escolha é pela transfusão de plaquetas. - A maioria dos pacientes com leucemia mieloide aguda apresentam glóbulos brancos imaturos no sangue, e uma quantidade insuficiente de células vermelhas ou plaquetas. Muitas das células brancas do sangue são mieloblastos, isto é, células imaturas normalmente não encontradas na corrente sanguínea. - Anemia hipoproliferativa: resposta medular insuficiente, com redução do número de reticulócitos (antecessor dos eritrócitos) (provavelmente falta de algum substrato) - anemia hiperproliferativa: aumento da produção de reticulócitos (hemolítica) Ane���� As anemias podem ser classificadas sob dois pontos de vista diferentes: a classificação fisiopatológica e a classificação morfológica. Sob o ponto de vista da classificação fisiopatológica, subdividimos as anemias em hipoproliferativas ou hiperproliferativas. É bastante simples de entender: nas anemias hipoproliferativas há uma proliferação de células vermelhas (hemácias) reduzida, ou seja, observamos um baixo número dos precursores eritrocitários, os reticulócitos, cuja contagem esperada é abaixo dos 25.000/mL. situações carenciais, de deficiência de estímulo ou deficiência de produção. Por outro lado, nas anemias hiperproliferativas há uma proliferação de células vermelhas (hemácias) aumentada, como tentativa de reagir ao quadro de baixa na contagem de hemácias e de hemoglobina. Desta forma, observamos um elevado número dos precursores eritrocitários, os reticulócitos, cuja contagem é superior a 75.000/mL, evidenciando o esforço da medula óssea em reagir ao quadro anêmico. Este cenário costuma acontecer por situações de consumo elevado, como ocorre por exemplo em uma hemorragia, ou destruição elevada, como ocorre por exemplo nos quadros hemolíticos. Agora vamos falar sob o ponto de vista da classificação morfológica. Neste caso, avaliamos o tamanho ou a cor (conteúdo de hemoglobina) das hemácias. Ao avaliarmos o tamanho das hemácias, utilizamos o parâmetro hematológico VCM (volume corpuscular médio) para subdividirmos as anemias em microcíticas (VCM reduzido, ou seja, abaixo de 80fL), normocíticas (VCM normal, ou seja, entre 80fL e 100fL) ou macrocíticas (VCM aumentado, ou seja, acima de 100fL). Uma dica importante, na microscopia, é comparar o tamanho da hemácia ao tamanho do núcleo de um linfócito normal. Uma hemácia normocítica será do mesmo tamanho do núcleo do linfócito, uma hemácia microcítica será menor e uma hemácia macrocítica será maior que núcleo deste linfócito. Já ao avaliarmos a cor (cromia) das hemácias, utilizamos o parâmetro hematológico CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média), ou seja, a concentração de hemoglobina em uma hemácia, o que nos permite subdividir as anemias em hipocrômicas (CHCM reduzido, ou seja, abaixo de 32 pg) ou normocrômicas (CHCM normal, ou seja, entre 32 e 36 pg). Esses valores indicam a coloração que a hemácia apresentará à microscopia, por isso quando os valores estão baixos, o centro da célula ficará mais pálido que o normal, indicando uma falta quantitativa de hemoglobina dentro da hemácia. Correlacionando a classificação fisiopatológica com a classificação morfológica, vemos que as anemias hipoproliferativas carenciais podem ser do tipo microcítica hipocrômica como no caso da anemia ferropriva ou do tipo macrocítica normocrômica como no caso das anemias megalobásticas. As anemias hipoproliferativas por deficiência de estímulo costumam ser do tipo normocítica normocrômica como no caso das anemias de doença crônica. Já as anemias hipoproliferativas por deficiência de produção costumam ser do tipo normocítica normocrômica como no caso das anemias aplásicas. Por fim, tanto as anemias hiperproliferativas por consumo elevado quanto as anemias hiperproliferativas por destruição elevada são normocíticas normocrômicas como no caso das hemorragias e das anemias hemolíticas, respectivamente. A hemoglobina é variável dependendo de sexo, idade e lugar. A anemia pode ser: - verdadeira: redução do volume total de hemácias no organismo - relativa: por diluição devido ao aumento do volume plasmático, sem aumento das hemácias, ocorre na gravidez e na super hidratação. DISTÚRBIOS DA MATURAÇÃO OU DA HEMOGLOBINIZAÇÃO Quando a quantidade de hemoglobina sintetizada por célula é menor, formam-se hemácias com volume menor do que o normal → Anemias microcíticas e hipocrômicas Defeitos que podem levar a uma hemoglobinização deficiente Carência de ferro: A maior parte do ferro corporal encontra-se nas hemácias como parte da Hb Talassemias: Doenças hereditárias em que a síntese de globinas é desequilibrada. A redução do ritmo de síntese acarreta uma diminuição da quantidade total de moléculas completas de hemoglobina por hemácia → Hipocrômia. É ao mesmo tempo microcítica e hipocrômica já que exibem um componente de eritropoiese ineficaz e um componente hemolítico. Anemias sideroblásticas: níveis séricos aumentados de ferro, ferritina e saturação de transferrina, bem como sideroblastos em anel (eritroblastos com mitocôndrias perinucleares com ingurgitamento de ferro). ANEMIAS POR MAIOR DESTRUIÇÃO DAS HEMÁCIAS A redução da vida das hemácias em circulação produz uma síndrome hemolítica. Produção de hemácias pela medula está aumentada, mas o aumento não é suficiente para compensar a acentuada redução de sua sobrevida - Hemólise intravascular: traumas diretos sobre as hemácias, fixação de complemento à membrana eritrocitária e toxinas exógenas. - As células são captadas pelos macrófagos no baço, no fígado e na medula óssea, destruídas intracelularmente e digeridas DISTÚRBIOS NA DIFERENCIAÇÃO A infiltração ou substituição da medulaóssea por um tecido anormal também pode comprometer a produção de outras células mieloides. DISTÚRBIOS DA MULTIPLICAÇÃO CELULAR Os folatos e a vitamina B12 são essenciais para a síntese do DNA ● Deficiências desses nutrientes têm como consequência um retardo ou bloqueio da síntese de DNA ○ Defeito da multiplicação celular ○ Defeito da maturação nuclear ● As anemias resultantes da carência de vitamina B12 ou de folatos são coletivamente conhecidas por anemias megaloblásticas ○ Acentuada hiperplasia eritróide da medula óssea ○ Baixa liberação de reticulócitos ○ Hemácias de volume aumentado (macrocitose e hipercromia). Glossário: ● Macrocítica: eritrócitos anormalmente grandes (VCM > 98fL) ● Microcítica: eritrócitos anormalmente pequenos (VCM < 80fL) ● Hipocrômica: hemácias possuem menos quantidade de hemoglobina que o normal, sendo visualizadas no microscópio com uma cor mais clara (HCM < 28pg) ● Anisocitose: RDW aumentado, podendo ser visto no esfregaço sanguíneo uma grande variação de tamanho entre as hemácias. ● Reticulopenia: Uma diminuição na contagem de reticulócitos (<0.5 a 2.0 % do total dos glóbulos vermelhos.) ● Trombocitopenia: ou plaquetopenia, corresponde à diminuição do número de plaquetas no sangue ( <150 000 / mm3 para adultos) ANEMIA FERROPRIVA: É uma anemia hipoproliferativa, microcítica e hipocrômica, e a mais comum do mundo, sendo um problema de saúde pública. Causas: ● aumento da necessidade ● redução da oferta ● aumento da perda ● causas desconhecidas O organismo não possui via de excreção para o ferro, e em geral as perdas acontecem por hemorragia, mas também não consegue absorver de forma efetiva. . É a causa predominante de anemia microcítica e hipocrômica, na qual os dois índices eritrocitários, volume corpuscular médio (VCM) e hemoglobina corpuscular média (HCM) estão diminuídos, e a microscopia da distensão de sangue mostra eritrócitos pequenos (microcíticos) e pálidos (hi- pocrômicos). Esse aspecto decorre de defeitos na síntese de hemoglobina. O transporte e o armazenamento do ferro são mediados por três proteínas: transferrina, receptor 1 de transferrina (TfR1) e ferritina. A molécula de transferrina pode conter até dois átomos de ferro. Ela conduz e entrega ferro a tecidos que têm receptores de transferrina, principalmente os eritroblastos na medula óssea, que incorporam o ferro na hemoglobina. A transferrina é, então, reutilizada. Os eritrócitos, ao final da sobrevida, são destruídos nos macrófagos do sistema reticu- loendotelial, e o ferro é liberado da hemoglobina, entra no plasma e supre a maior parte do ferro da transferrina. Só uma pequena fração do ferro da transferrina plasmática vem da alimentação, sendo absorvida pelo duodeno e pelo jejuno (cirurgia bariátrica e doenças inflamatórias intestinais podem prejudicar essa absorção). Hepcidina é um polipeptídio produzido pelas células hepáticas. É o regulador hormonal mais importante da homeostasia do ferro. Ela inibe a liberação de ferro dos macrófagos e das células epiteliais intestinais por sua interação com a ferroportina ● Hemocromatose hereditária: o organismo perde a capacidade de regular a absorção de ferro, causando acúmulo principalmente no coração e fígado. Dieta: - proteína animal (bovina), folhas verdes e proteína vegetal, vitamina C- ajuda absorção - cálcio, leite, corantes, fibras- atrapalham absorção Sintomas e sinais: - fadiga - unhas quebradiças - queilose angular - queda de cabelo - disfagia, acloridria e gastrite - perversão alimentar - alteração do sistema neuromuscular exames diagnósticos: ● sangue: hemograma, ferritina (reserva) e IST (índice de saturação de transferrina) ● medula: mielograma (reserva de ferro medular- padrão ouro) hemoglobina baixa hematócrito baixo ferritina baixa IST baixa microcitose e hipocromia plaquetas podem estar aumentadas VCM <80 CTLF aumentado Níveis de hemoglobina abaixo de 13g/dL nos homens e, 12g/dL nas mulheres, com saturação de transferrina e ferritina diminuídas indicam anemia por deficiência de Ferro. Tratamento: ● Dieta ● Suplementação via oral- 180 mg/dia, 2x, barriga vazia, puro ou com suco com vitamina C. A melhora dos sintomas aparece por volta da quarta semana, com aumento de 1g/dl de hemoglobina por semana e dos reticulócitos entre 5 e 10 dias ● Suplementação parenteral- quando existe a necessidade de reposição mais rápida, incapacidade de ingestão, falha repetida ou incapacidade de manter a posologia, perda maior que a capacidade de absorção e IRC (renal crônico precisa de ferritina mais alta para responder a eritropoetina, precisa de suplementação parenteral porque não vai absorver mais ferro oral se a ferritina estiver normal) ● Hemotransfusão A profilaxia é feita de forma oral em crianças e gestantes ANEMIAS MEGALOBLÁSTICAS Grupo de anemias em que os eritroblastos na medula óssea mostram uma anormalidade característica, o atraso da maturação do núcleo em relação ao citoplasma, devido a síntese defeituosa de DNA, caracterizada pela eritropoiese ineficaz. A causa cinética e morfológica da anemia megaloblástica é a eritropoiese ineficaz ou hemólise intramedular, caracterizada por hiperplasia eritróide intensa na medula óssea e reticulocitopenia relativa. ● Vitamina B12- catecolamina. Fonte: Produtos animais são a única fonte nutricional de cobalamina (Cbl) para humanos. A dieta usual contém 5 a 20 mcg/dia, enquanto o mínimo necessário diariamente é 6 a 9 mcg/dia. O estoque total do organismo é de 2 a 5 mg; aproximadamente metade dessa quantia fica estocada no fígado. Absorção: B12 é liberada das proteínas às quais vem ligada e se combina com o fator intrínseco, esse complexo se liga a cubilina, receptor de superfície para IF, que se liga a uma segunda proteína capaz de promover endocitose do complexo cubilina/IF-B12 no íleo distal, a B12 é absorvida e o IF destruído Transporte: A B12 se liga à proteína plasmática transcobalamina, que entrega a B1 à medula e outros tecidos, a TC é essencial para a transferência de B12 e sua deficiência pode causar anemia megaloblástica, mas com níveis séricos de B12 normais. Anemia perniciosa: causada por agressão autoimune à mucosa gástrica, levando à atrofia do estômago. A parede do estômago torna-se delgada, com infiltrado de linfócitos e plasmócitos na lâmina própria. Pode ocorrer metaplasia intestinal, há acloridria, e a secreção de fator intrínseco (FI) torna-se ausente ou quase ausente. A gastrina sérica aumenta. A infecção por Helicobacter pylori pode iniciar uma gastrite autoimune: em pacientes jovens, apresenta-se como anemia ferropênica; em idosos, como anemia perniciosa. Noventa por cento dos pacientes têm, no soro, anticorpos contra células parietais, dirigidos contra a H+/K+-ATPase gástrica. A anemia perniciosa distingue-se de gastrite atrófica ou gas- trite autoimune simples pela presença no soro de anticorpos ao FI; 50% dos pacientes têm um anticorpo que inibe a ligação do FI à vitamina B12. ● Ácido fólico- folato Fonte: O organismo humano é incapaz de produzir o folato, encontrando-o nos vegetais e frutas cítricas principalmente. São consumidos cerca de 300 mcg na dieta e o corpo apresenta uma reserva de até 10000 mcg. Absorção: O folato dietético é convertido em metil-TFH durante a absorção pelo intestino delgado, dentro da célula é convertido em poliglutamato de folato, algumas proteínas presentes nas superfícies celulares facilitam a entrada de folato, não existe proteína plasmática que favoreça esse processo. Deficiência: Fármacos Anticonvulsivantes, sulfassalazina e causas mistas como hepatopatia, alcoolismo e tratamento intensivo. A anemia megaloblástica é uma anemia hipoproliferativa e macrocítica, causada por um defeito na síntese de DNA e consequente desequilíbrio entre crescimento e divisão, núcleo/citoplasma. É comum o aparecimento de neutrófilos hipersegmentados. Etiologia: deficiência na ingestão, menor absorção intestinal, defeito no transporte ou metabolismo, aumento das necessidades fisiológicas, veganismo, gastrite atrófica, anemiaperniciosa, gastrectomia, deficiência de IF e etc. Quadro clínico: A instalação, em geral, é insidiosa com sintomas e sinais gradativamente progressivos de anemia. - icterícia leve, excesso de catabolismo de hemoglobina, resultante do aumento da eritropoese ineficaz na medula óssea. hemólise intramedular, > bilirrubina, > LDH - Fraqueza, dispnéia, palidez - Glossite (língua com aspecto de carne bovina crua, que arde com alimentos ácidos) e estomatite angular. Muitos pacientes assintomáticos são diagnosticados quando o hemograma, solicitado por outros motivos, mostra macrocitose. Deficiência de folato ou de B12 na mãe predispõe a defeitos do tubo neural (DTN) no feto: anencefalia, espinha bífida ou encefalocele. Quanto mais baixos forem os níveis de folato sérico ou eritrocitário, ou de vitamina B12 sérica, maior a incidência de DTNs. No entanto, a suplementação da dieta com ácido fólico na ocasião da concepção e no início da gestação diminui em 75% a incidência de DTN. Diagnóstico: Dosagens de vitamina B12 e de folato séricos são rotineiras. A vitamina B12 sérica é baixa na anemia megalobástica e na neuropatia causada por deficiência de B12. O folato sérico e o eritrocitário estão baixos na anemia megaloblástica causada por deficiência de folato. Na deficiência de B12, o folato sérico tende a aumentar, mas o eritrocitário diminui. Quando não há deficiência de B12, o folato eritrocitário é um guia mais preciso do status do folato tecidual do que o folato sérico. Hemograma: - Hg e Ht baixos - VCM aumentado - anisocitose (variação de tamanho dos eritrócitos) - poiquilocitose (variação do formato dos eritrócitos) - leucopenia - neutrófilos hipersegmentados Tratamento: A maioria dos casos necessita somente de tratamento com a vitamina apropriada. Doses terapêuticas de ácido fólico (p. ex., 5 mg/dia) dadas a um paciente com deficiência de B12 provocam resposta terapêutica da anemia, porém podem agravar a neuropatia. Não devem ser prescritas isoladamente, salvo se a deficiência de B12 tiver sido excluída com segurança. A reposição de B12 é preferencialmente IM, salvo em veganos, que pode ser oral. Já a reposição de folato é feita por via oral, exceto em caso de resgate pelo uso de medicações que interferem na síntese de DNA. Tratamento profilático: A vitamina B12 deve ser administrada periodicamente em pacientes com gastrectomia total, cirurgia bariátrica ou ressecção ileal. Na gestação, o ácido fólico é administrado na dose de 400 mg diários, e recomenda-se que todas as mulheres em idade fértil ingiram pelo menos 400 mg de ácido fólico por dia (aumentando a ingestão de alimentos ricos em folatos ou suplementados com folato ou recebendo ácido fólico), para evitar uma primeira ocorrência de DTN no feto. OUTRAS ANEMIAS Anemias secundárias a outras deficiências, vitamina A, B, C, selênio, etc ● Vitamina A: Problema de saúde pública, principalmente em crianças, gestantes e lactantes. Rara, para causar anemia precisa de uma deficiência de longa data. ● Vitamina B ● Vitamina C: Diminuição do aporte, alcoolismo, hemodiálise, doenças inflamatórias intestinais, síndromes inflamatórias. Anemia secundária a hemorragia. Um achado comum é a leucopenia. ● Vitamina E: Tocoferóis e tocotrienóis, é uma deficiência rara. ● Cobre Função enzimática, defesa imunológica, maturação de glóbulos vermelhos e brancos, deficiência pode causar anemia e leucopenia ● Zinco ANEMIA DE DOENÇA CRÔNICAS - doenças infecciosas - inflamatórias - neoplasias - doença renal - doenças hepáticas - doenças endócrinas Podem levar a distúrbios do metabolismo do ferro, bloqueio dos precursores do metabolismo do ferro, resposta prejudicada da medula óssea ou sobrevida reduzida das hemácias. Plaquetas: valor de referência > 160.000, < 400.000 ANEMIAS HEMOLÍTICAS Anemias hiperproliferativas, reticulócitos altos. ● HEREDITÁRIAS Por motivos genéticos apresentam defeitos de membrana o que acarreta em menor tempo de vida, apresentam esferocitose e eliptocitose esferótica, estomatocitose e acantocitose Drepanocitose- anemia falciforme Na Esferocitose Hereditária há uma alteração da parede do glóbulo vermelho. O resultado deste defeito é que o glóbulo adquire um forma esférica (esferócito), diferente da que apresenta normalmente. Estas células esféricas são mais frágeis e não tão deformáveis, sofrendo destruição precoce e sendo capturadas pelo baço, o que leva à anemia. A Esferocitose também é chamada “Microesferocitose”, porque as hemácias, nesta patologia, são menores que as normais. Eliptocitose ou Ovalocitose Hereditária é uma doença hereditária variante da Esferocitose. Na maioria dos casos há hemólise (destruição dos glóbulos) discreta que é bem compensada, havendo pouca ou nenhuma anemia. Entretanto, nos casos mais severos pode haver anemia, aumento do baço e cálculos de vesícula. Na deficiência de G6PD, a G6PD que protege as hemácias, tornando-as resistentes a determinados tipos de agressão, não é eficaz. Entre estas agressões a principal chama-se oxidação. A oxidação pode lesar estruturas vitais nos glóbulos vermelhos, como a hemoglobina, fazendo com que ela se transforme da forma líquida para a forma sólida, gerando obstáculos na circulação, no transporte de oxigênio, além de facilitar a fragmentação da célula nesse processo. Quando muitas células vermelhas são destruídas, a pessoa desenvolve a anemia. Não há tratamento. Diagnóstico: Anamnese e exame físico: hipocorado, dispnéia aos esforços, astenia, ictérico. Hemograma: ocorre um aumento da hemoglobina, do LDH, do índice de reticulócitos e da bilirrubina livre, sem aumento do potássio, além da diminuição da haptoglobina. Reticulócitos (aumentado) bilirrubina (hemólise, bilirrubina indireta, aumentada) Teste de fragilidade osmótica: confirma a fragilidade da membrana do eritrócito. Tratamento: Suplemento com ácido fólico e transfusão sanguínea. Esplenectomia: A esplenectomia não irá corrigir o defeito apresentado pela hemácia, mas irá retirar o baço, local onde os esferócitos são preferencialmente destruídos levando então à correção dos sintomas. Nos casos leves a cirurgia não é necessária ● ADQUIRIDAS Causas: - autoimunes - aloimunes- pacientes transfundidos com anticorpo irregular. os anticorpos formam-se em outra pessoa e têm acesso à circulação do(a) paciente por via transplacentária ou transfusional. A hemólise por incompatibilidade transfusional é dos glóbulos transfundidos, não dos glóbulos do receptor, daí não haver, propriamente, anemia hemolítica, salvo no caso incomum de infusão de grande volume de plasma incompatível. - infecção- principalmente sepse, malária - agentes físico-químicos IMUNOLÓGICAS: A hemólise imune é a diminuição da sobrevida das hemácias, mediada direta ou indiretamente por anticorpos, os quais podem ser auto-anticorpos ou aloanticorpos. Caracteriza-se pela destruição precoce das hemácias, é mais comum em mulheres abaixo de 40 anos. Pode ser causada por autoanticorpos frios ou quentes, e podem ser primárias ou secundárias. A maioria dos casos de anemia hemolítica autoimune (AHAI) é mediada por auto-anticorpos quentes, na qual a temperatura ótima de reatividade é 37oC e, usualmente, a classe da imunoglobulina é IgG; por outro lado, a síndrome da aglutinina fria (SAF) é geralmente causada por uma IgM cuja reatividade máxima ocorre a 4oC. A diferenciação entre a AHAI a quente e a frio é essencial, pois o prognóstico e as estratégias terapêuticas são distintas. A AHAI referida como idiopática não é associada a nenhuma doença de base; entretanto, a secundária é geralmente associada à infecção, e desaparece após a resolução do quadro infeccioso Anemia hemolítica por anticorpos quentes: os autoanticorpos se ligam aos glóbulos vermelhos em temperatura corporal normal e os destroem. Anemia hemolítica por anticorpos frios (doença de aglutininas frias): os autoanticorpos se tornam mais ativos e atacam os glóbulos vermelhos somente em temperaturas muito abaixo da temperatura corporal normal. Quadro clínico: Palidez, icterícia, esplenomegaliae hepatomegalia Algumas pessoas com anemia hemolítica autoimune podem não manifestar sintomas, particularmente quando a destruição de glóbulos vermelhos é leve e se desenvolve lentamente. Outras pessoas apresentam sintomas similares aos de outros tipos de anemia (tais como fadiga, fraqueza e palidez) especialmente quando a destruição é mais grave ou rápida. Os sintomas de destruição grave ou rápida de glóbulos vermelhos podem incluir icterícia (amarelecimento da pele e do branco dos olhos), febre, dor no peito, desmaio, sintomas de insuficiência cardíaca (p. ex., falta de ar) e até mesmo morte. Quando a destruição persiste por alguns meses ou mais, o tamanho do baço pode aumentar, o que provoca sensação de inchaço abdominal e, ocasionalmente, desconforto Diagnóstico: Anamnese e exame físico teste de hemólise - bilirrubina - reticulócitos https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/insufici%C3%AAncia-card%C3%ADaca/insufici%C3%AAncia-card%C3%ADaca-ic - hemograma - coombs direto, diferencia anemia hemolítica quente e fria, pode demorar para positivar - haptoglobina Após exames de sangue mostraram que a pessoa está com anemia, os médicos buscam a causa. Os médicos suspeitam de aumento da destruição de glóbulos vermelhos quando os exames de sangue acusam um aumento do número de glóbulos vermelhos imaturos (reticulócitos) ou quando há evidência de destruição de sangue em um esfregaço de sangue. os exames de sangue podem indicar um aumento da quantidade de uma substância chamada bilirrubina, produzida pela destruição de glóbulos vermelhos, e diminuição da quantidade de uma proteína chamada haptoglobina, a qual se liga à hemoglobina liberada pelos glóbulos vermelhos destruídos. A anemia hemolítica autoimune é confirmada como a causa quando exames de sangue detectam aumento da quantidade de certos anticorpos, seja aderidos aos glóbulos vermelhos (antiglobulina direta ou teste de Coombs direto) ou na porção líquida do sangue (antiglobulina indireta ou teste de Coombs indireto). Causas: Doença autoimune, doença viral, neoplásica, medicamentos e pós-transfusional (aloimune) Em cerca de metade dos casos, não é possível determinar a causa da anemia hemolítica autoimune (anemia hemolítica autoimune idiopática). A anemia hemolítica autoimune também pode ser causada por outro distúrbio, como lúpus eritematoso sistêmico (lúpus) ou linfoma, ou ocorrer juntamente com tal distúrbio, podendo também ser causada pelo uso de certos medicamentos, como a penicilina Tratamento - corticoides - transfusão (relativo, pode piorar) - imunossupressor - anticorpo monoclonal - esplenectomia - controle de causa secundária A hemoglobinúria paroxística noturna (HPN) é uma anemia hemolítica crônica, adquirida com hemólise intravascular; o paciente pode ter trombose e pancitopenia. A anemia hemolítica é decorrente de uma anormalidade in-tracorpuscular do glóbulo vermelho, causada por uma mutação somática no gene ligado-X, PIG-A, do grupo A da complementação do fosfatidilinositol glican. O PIG-A codifica uma das subunidades da enzima responsável por transferir o N-acetidilglicosamina para o fosfatidilinositol. Essa é a primeira etapa da via complexa biossintética que, no final, produz a glicofosfatidilinositol (GPI), a qual ancora muitas proteínas na membrana celular. ANEMIA FALCIFORME A doença falciforme é uma hemoglobinopatia hereditária, autossômica, caracterizada por substituição de um aminoácido (valina por ácido glutâmico) no sexto códon da cadeia beta da globina, resultando em hemoglobina S (HbS). As doenças falciformes mais frequentes são: anemia falciforme (homozigose HbSS), hemoglobina SC (heterozigose HbS e HbC) e traço falciforme (heterozigose HbS). As manifestações clínicas da doença estão relacionadas com a polimerização da HbS, que altera a forma da hemácia de discóide para a forma de foice, diminuindo sua flexibilidade, resultando em fenômenos vaso oclusivos e hemólise. Os fenômenos vaso oclusivos são recorrentes, dolorosos e afetam vários órgãos, diminuindo a qualidade e a expectativa de vida dos pacientes As manifestações clínicas da doença falciforme não estão presentes no nascimento, pois a alta concentração de hemoglobina fetal (HbF) compensa e mascara o quadro. A criança começa a apresentar sintomas por volta do terceiro ao quarto mês de idade (diminuição de HbF e aumento de HbS). O quadro clínico caracteriza-se por anemia e episódios de dor, recorrentes secundários a fenômenos vaso oclusivos A anemia é geralmente crônica, mantendo uma concentração média de Hb de 7,9 g/dL e hematócrito de 22,9%. A hemólise ocorre de forma compensada pela reticulocitose. Uma hemácia normal apresenta vida média de 120 dias, mas na doença falciforme têm vida média de 17 dias. O quadro anêmico acentua-se agudamente quando ocorre sequestro esplênico, crise aplásica ou hiper hemólise, e, cronicamente, por deficiência de ácido fólico e ferro. anemia falciforme e malária: anemia falciforme, uma doença hereditária que causa mutação nos glóbulos vermelhos do sangue, protege seus portadores contra a malária. mutação em um gene que está na origem dessa anemia é mais comum do que se pensava em populações que vivem em zonas endêmicas de malária, como a África. As hemácias são formadas normais, mas após a desoxidação ficam em forma de foice Manifestações clínico: 1) episódios agudos de dor: causados pelo fenômeno vaso oclusivo. 2) comprometimento do SNC: acidentes cerebrais isquêmicos e hemorrágicos, isquemia ou compressão medular, perda de audição e alteração vestibular. Podem haver alterações cognitivas, devido a infartos silenciosos e vasculopatias 3) infarto e necrose óssea 4) comprometimento cardíaco: hipertrofia ventricular esquerda e cardiomegalia ocorrem devido à necessidade de aumento do débito cardíaco, provocada pela anemia. Infarto agudo do miocárdio pode ocorrer na ausência de coronariopatia (demanda de oxigênio maior que a oferta) 5) complicações dermatológicas: úlceras ocorrem espontaneamente ou após o trauma 6) acometimento pulmonar: hipóxia, hipertensão pulmonar, doença obstrutiva e restritiva https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-sangue/sintomas-e-diagn%C3%B3stico-dos-dist%C3%BArbios-do-sangue/exames-laboratoriais-relacionados-a-dist%C3%BArbios-sangu%C3%ADneos#v44483068_pt https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-sangue/sintomas-e-diagn%C3%B3stico-dos-dist%C3%BArbios-do-sangue/exames-laboratoriais-relacionados-a-dist%C3%BArbios-sangu%C3%ADneos#v44483068_pt https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-%C3%B3sseos,-articulares-e-musculares/doen%C3%A7as-autoimunes-do-tecido-conjuntivo/l%C3%BApus-eritematoso-sist%C3%AAmico-les https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-%C3%B3sseos,-articulares-e-musculares/doen%C3%A7as-autoimunes-do-tecido-conjuntivo/l%C3%BApus-eritematoso-sist%C3%AAmico-les https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-sangue/linfomas/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-o-linfoma 7) Acometimento renal 8) priapismo 9) retinopatia 10) acometimento hepático Consequências: - crise vaso-oclusiva - crise álgica - sequestro esplênico - sequestro hepático - AVC - trombo, sem distúrbio de coagulação - priapismo - crise hemolítica - necrose asséptica da cabeça do fêmur - úlcera de perna - retinopatias - litíase biliar (hiperbilirrubinemia) - colestase intra-hepática - insuficiência cardíaca - síndrome torácica aguda - hipertensão pulmonar Infecções são as complicações que mais geram internações em falciformes, principalmente por agentes germes capsulados. As infecções são decorrentes da disfunção esplênica causada por infartos. Ocorre perda da capacidade de opsonização dos agentes infecciosos encapsulados, aumentando a suscetibilidade a quadros graves causados por Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae tipo B ● Diagnóstico: hemograma e plaquetas hb varia de 5 a 11 g/dL corpúsculo de hawell jolly e pappenheimer eritroblasto ortocromáticos eletroforese de hemoglobina cromatografialíquida de alto desempenho raio x, eco e doppler transcraniano 1. Eletroforese de hemoglobina. 2. Hemograma: presença de anemia leve a moderada, com uma Hb média de 7,9 g/dL. O volume corpuscular médio (VCM) apresenta-se geralmente aumentado. O esfregaço indica presença de hemácias em forma de foice, de policromasia e de corpúsculos de Howell Jolly. 3. Contagem de reticulócitos alta. 4. Bilirrubina indireta e desidrogenase lática (DHL) elevadas, bem como haptoglobina abaixo do normal refletem o quadro hemolítico. 5. O teste de solubilidade mostra-se alterado tanto para a anemia falciforme como para o traço falciforme; pode ser utilizado como teste de triagem. ● Tratamento: Ácido fólico 1mg/dia vacinação contra germes encapsulados- Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae tipo B, hepatite B e influenza; antibiótico (terapêutico e profilático)- penicilina: 125 mg, VO, 2x/dia até o 3o ano de vida, e 250 mg, VO, 2x/dia, até a criança completar 5 anos de idade. Pacientes sem história de infecção por pneumococos e sem esplenectomia podem suspender, com segurança, a penicilina profilática após os 5 anos de idade. hidroxiuréia- aumenta a produção de hemoglobina fetal. O uso prolongado pode causar mielossupressão reversível. Deve-se preocupar com a possibilidade de indução de tumores e leucemia aguda, cuja incidência é baixa. Dose recomendada: 20 mg/ kg/dia, via oral (VO). transfusões: hemocromatose sec e exsanguíneo-transfusão (Transfusão de hemocomponentes: o regime transfusional crônico reduz a porcentagem de HbS circulante por hemodiluição e por supressão da eritropoiese. Os pacientes deverão receber concentrado de hemácias fenotipadas, para diminuir a chance de aloimunização. O acompanhamento do ferro acumulado deve ser feito para se evitar sobrecarga) quelantes de ferro transplante de medula óssea: única cura. Transplante de células progenitoras hematopoiéticas (TCPH) alogênico: oferece oportunidade de cura. Mas o índice de mortalidade e morbidade associadas a esse tratamento não permite sua ampla utilização. Critérios para indicação de transplantes para esses pacientes: � idade < 16 anos; � doença agressiva; � doador relacionado HLA idêntico hidratação analgesia ANEMIAS RARAS ● anemia hemolítica por trauma cardíaco ● hemoglobinúria de marcha ● PTT ● anemia de esporte ● anemias sideroblásticas hereditárias ● anemias diseritropoiéticas congênitas ● anemia por inflamação da medula óssea (mieloptise) TROMBOCITOPENIA causas: - produção diminuída pela medula - destruição imunológica - distribuição anormal - associada a diluição sinais e sintomas: petéquia, equimose, epistaxe, gengivorragia e menorragia. hematúria, sangramento de retina, sangramento do TGI e nervoso (importantes) Geralmente, contagens plaquetárias superiores a 50.000/dL não são acompanhadas de sangramentos, que são apenas esperados com contagens inferiores a 20.000/mm3 As trombocitopenias podem ser: Congênitas, onco-hematológicas, doença vitamínica, medicamentosa, imunológica, não imunológica ● Púrpura trombocitopênica imunológica: PTI A púrpura trombocitopênica imunológica (PTI) caracteriza-se por uma diminuição das plaquetas, com produção aumentada na medula óssea. Tem natureza imunológica, pode ser primária (não tem causa descoberta) ou secundária (sabe-se a causa), aguda ou crônica (> 12 meses com o quadro) e tem cerca de 100 casos por milhão. Apresenta-se em uma forma aguda (autolimitada, geralmente pós-viral, ou pós-vacina, observada em crianças), e em forma crônica recorrente, podendo as formas brandas passar despercebidas por muitos anos, mantendo o paciente assintomático com plaquetas em níveis superiores a 50.000/mm3. Nesses casos, os sintomas podem aparecer em um pós-operatório imediato ou após qualquer processo clínico grave. Fisiopatologia: são formados anticorpos contra glicoproteínas de membrana das plaquetas, que são fagocitadas pelo macrófago, predominantemente no baço, com aumento compensatório da produção medular na maioria das vezes. O diagnóstico com apresentação de sintomas ou apenas um achado laboratorial - Anamnese - Exame físico - Hemograma + plaquetas - Mielograma (faz para diagnóstico diferencial de leucemia aguda em adultos, criança pede quando tem outra citopenia associada) Pesquisa de causa secundária: - doenças autoimunes - sorologia (doenças infecciosas, sobretudo virais, como hepatite C, HIV, HTLV e toxoplasmose podem causar plaquetopenia) - avaliação de doença neoplásica (principalmente neoplasias hematológicas) - pesquisa de anticorpo associado a antígeno plaquetário (controverso NÃO PEDE) O tratamento de plaquetopenias secundária é sobre a causa, Nos casos relacionados com lúpus eritematoso disseminado, leucemia linfocítica crônica (LLC), linfomas etc, o tratamento deve ser dirigido à doença de base, além das medidas preconizadas para PTI. A plaquetopenia primária (antiga púrpura trombocitopênica idiopática) tem o tratamento baseado no sistema imune: corticóides (em doses altas são imunossupressores, atenção para efeitos adversos), imunoglobulinas (faz muito em criança, tem efeito rápido e não duradouro), anticorpo monoclonal, agentes estimuladores de trombopoiese (caro) e esplenectomia. Plaqueta transfundida para PTI só se houver sangramento importante (TGI e nervoso) O tratamento deve ser iniciado com prednisona (1 mg/kg) por, pelo menos, 3 semanas. Dois a três pulsos iguais devem ser tentados, caso não se obtenha resposta, até considerar outras tentativas terapêuticas. Esplenectomia, imunossupressores (vincristina, vimblastina, enduxam e imuran), danazol, colchicina e imunoglobulina endovenosa em altas doses são outras formas terapêuticas utilizadas. Imunoglobulina tem sido a mais usada em situações de pré-operatório, apesar dos riscos tromboembólicos pela hiperviscosidade que provoca. Para casos de PTI refratária, existem protocolos em estudo utilizando anticorpo monoclonal.Transfusões de plaquetas devem ser reservadas a episódios de sangramento com risco de morte, pois a sobrevida das plaquetas transfundidas nessa doença pode ser resumida a minutos, além de agravar a auto-imunidade e piorar o curso da doença. ● Púrpura trombocitopênica trombótica: PTT Microangiopatia trombótica levando a oclusão de arteríolas terminais e capilares por trombos ricos em plaquetas e FvW Podem ser congênitas ou adquiridas. É uma doença rara, a clínica é heterogênea e tem alta mortalidade. Trata-se de síndrome complexa em que a fisiopatologia tem origem na alteração do endotélio. A atividade deficiente da protease clivadora da molécula de von Willebrand, metaloprotease (ADA-MTS13), culmina com a presença de moléculas de von Willebrand anormalmente grandes (MVWAG). Estas moléculas, na microcirculação, causam agregação plaquetária, levando à obstrução vascular e à isquemia tecidual. Há redução de substâncias bloqueadoras da agregação plaquetária (prostaciclina) no leito vascular, ocasionando microtrombos e anemia hemolítica microangiopática. O exame microscópico da microcirculação realizado em biópsias de músculo mostrará microtrombos à custa de grumos plaquetários nos capilares. Há esquizócitos no exame do sangue periférico, e os exames relacionados aos fenômenos hemolíticos estão freqüente-mente alterados: � reticulocitose; � aumento da desidrogenase lática (DHL); � hiperbilirrubinemia com predomínio da fração indireta; � produtos da degradação da fibrina poderão estar presentes. sintomas: não é necessário que estejam todos presentes para o diagnóstico 1) trombocitopenia 2) anemia hemolítica microangiopática 3) alterações neurológicas 4) comprometimento renal 5) febre (reacional) diagnóstico: hemograma e plaquetas exames de hemólise: bilirrubina indireta sobe, reticulócitos sobe, LDH sobe, haptoglobina (baixa) esquizócitos em sangue periférico, quase patognomônico das anemias hemolíticas microangiopáticas anemia hemolítica e plaquetopenia, esquizócitos em sangue periférico, e clínica compatível (alterações neurológicas ou função renal) Tratamento: - congênita: plasma fresco,adans 13 recombinante - adquirida: plasmaférese, corticóides, imunossupressores, esplenectomia e tratamento suportivo. O tratamento deve ser instituído em caráter de urgência, pois o agravamento do quadro pode levar o paciente rapidamente a deterioração clínica e a óbito. O principal tratamento é a plasmaférese terapêutica, com uso de plasma fresco congelado, diariamente, quantas vezes forem necessárias, até atingir uma contagem de plaquetas normal, sustentada por alguns dias. O volume plasmático trocado deve ser, no mínimo, de uma volemia. Outras drogas que podem ser utilizadas como tratamento secundário são os antiagregantes plaquetários, como ticlopidina, ou ácido acetilsalicílico, dipiridamol, heparina, corticosteróides e quimioterápicos. ● Síndrome hemolítica urêmica: SHUA Microangiopatia trombótica, menos urgente que a PTT, cursa com anemia hemolítica, trombocitopenia e insuficiência renal. Pode ser congênita ou adquirida É uma doença grave, caracterizada pelo conjunto de sinais e sintomas que são manifestados por anemia hemolítica microangiopática, trombocitopenia e lesão renal aguda, chamada de tríade, podendo acontecer ou não após episódios de diarreia com sangue. IMPORTANTE: Em geral, todas as pessoas estão vulneráveis a adquirirem infecção por microrganismos que causam a Síndrome Hemolítico-Urêmica (SHU), porém sua ocorrência é mais frequente em menores de 5 anos e em pessoas idosas. A Síndrome Hemolítico-Urêmica (SHU) pode ter origem infecciosa e não infecciosa. A que tem maior relevância epidemiológica é a infecciosa, causada pelas bactérias Escherichia coli produtoras da toxina Shiga (STEC). A doença também pode ocorrer em decorrência de fatores não infecciosos ̶ causas atípicas (uso de medicamentos, herança genética, transplantes, gravidez), secundárias a doenças coexistentes (sepse, hipertensão maligna e tumores) ou causa idiopática Os sintomas estão relacionados ao local do corpo em que os coágulos de sangue se formam A SHU é um distúrbio raro no qual muitos coágulos sanguíneos pequenos (trombos) se formam de forma súbita por todo o corpo. Hemolítico significa que os glóbulos vermelhos se rompem e urêmica significa que a lesão renal causa o acúmulo de ureia (um produto residual) no sangue. A SHU está relacionada à púrpura trombocitopênica trombótica (PTT), mas ocorre mais frequentemente em crianças e causa mais frequentemente insuficiência renal, ao passo que a PTT é mais comum entre adultos. Os pequenos coágulos sanguíneos que se formam na SHU bloqueiam pequenos vasos sanguíneos por todo o corpo, especialmente aqueles no cérebro, coração e rins. O bloqueio de vasos sanguíneos danifica órgãos e pode romper os glóbulos vermelhos que atravessam os vasos parcialmente bloqueados. Os coágulos sanguíneos também significam que um número anormalmente elevado de plaquetas está sendo consumido, o que leva a uma redução aguda do número de plaquetas na corrente sanguínea Diagnóstico: A Síndrome Hemolítico-Urêmica (SHU) geralmente é diagnosticada a partir da avaliação do quadro clínico e dos exames hematológicos, de função renal e de pesquisa de bactérias nas fezes, por meio de coprocultura (que deve ser feita preferencialmente no início da manifestação da doença ̶ primeira semana). Tratamento: - Transfusão sanguínea - Transfusão de concentrado de plaquetas - Diálise - Controle da pressão arterial - Suporte nutricional adequado - plasmaferese - anticorpo monoclonal - transplante renal - ● Púrpuras não trombocitopênicas Causada pelo defeito na função plaquetária que pode ser genético ou adquirido Deficiência de glicoproteínas ou receptores agonistas, alteração da secreção do conteúdo dos grânulos plaquetários ou distúrbios enzimáticos relacionados à síntese de prostaglandinas plaquetárias As manifestações clínicas são variáveis e vão de discretas à graves. É importante investigar história familiar, sangramentos na infância e fluxo menstrual. Para qualquer tipo de púrpura mas principalmente para a não trombocitopênica é importante: - não usar aspirina - não usar AINES - limitação da atividade - uso de antifibrinolíticos - desmopressina ou DDAVP - transfusão plaquetária (as vezes transfunde com 200000 plaquetas e não com 10000, porque não estão ativadas) https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-sangue/dist%C3%BArbios-das-plaquetas/p%C3%BArpura-trombocitop%C3%AAnica-tromb%C3%B3tica-ptt Hemostasia A hemostasia consiste no processo que regula o equilíbrio volêmico, mantendo o sangue em seu estado líquido nos vasos normais, ou seja, não lesados, e permitindo a formação de tampão hemostático (trombo) nas respostas à lesão de um vaso sanguíneo com objetivo de deter a hemorragia. Defeitos nos processos de hemostasia podem causar hemorragias e trombose, que consiste na formação de coágulos sanguíneos (trombos) dentro de vasos normais, o que pode ser causado por vários fatores. O mecanismo hemostático inclui três processos: hemostasia primária, coagulação (hemostasia secundária) e fibrinólise. Endotélio: manter o sangue no espaço interno dos vasos impedindo seu extravasamento. O endotélio vascular, quando saudável, tem um papel muito importante na regulação da integridade e do metabolismo da parede vascular, sendo responsável pela função vasodilatadora, anticoagulante e anti-inflamatória, que são fundamentais para a manutenção da homeostasia Regulação do tônus vascular: permite a vasoconstrição em caso de extravasamento sanguíneo Regulação funcional das plaquetas: mediadores químicos atraem as plaquetas e estas promovem a agregação plaquetária. Plaquetas: fragmentos de células (megacariócitos), 140.000 e 200.000 normalmente. Reconhecem rapidamente a lesão e iniciam o processo de agregação. A presença de proteínas anti e pró coagulantes no processo permite que o efeito de coagulação não seja sistêmico. ● Hemostasia primária É o processo inicial da coagulação desencadeado pela lesão vascular. Consiste na formação do tampão hemostático pela agregação plaquetária. A lesão endotelial expõe a matriz extracelular (MEC), favorecendo a aderência e ativação plaquetária, resultante da alteração de seu formato (de discos arredondados para placas planas). Imediatamente, mecanismos locais produzem vasoconstrição, alteração da permeabilidade vascular com produção de edema, vasodilatação dos vasos tributários da região em que ocorreu a lesão e adesão das plaquetas. A vasoconstrição visa diminuir a perda sanguínea diminuindo o fluxo sanguíneo na região, porém o sangramento pode retornar caso as próximas fases da hemostasia não ocorram. O endotélio é de singular importância no controle de vários aspectos da hemostasia posto que, inicialmente pela capacidade de secretar substâncias tais como a prostaciclina (PGI2), um potente vasodilatador com atividade antiagregante plaquetária. A remoção do endotélio, por qualquer mecanismo, expõe o sangue ao contato com o colágeno da região subendotelial, o que por si só promove a adesão das plaquetas na presença do fator von Willebrand (fator de coagulação VIII- promove a fase de adesão plaquetária da hemostasia. leia mais por meio da ligação com um receptor na superfície da membrana das plaquetas (glicoproteína Ib/IX), ligando assim as plaquetas à parede do vaso. O FVW também é necessário para manter os níveis normais do fator VIII plasmático.). Quando isto ocorre, as plaquetas tornam-se ativadas e liberam o conteúdo dos grânulos citoplasmáticos. Entre outras substâncias, esses grânulos contêm adenosina-difosfato (ADP), responsável pela ativação de outras plaquetas e pela modificação da sua forma. Além de ADP, esses grânulos contêm serotonina e tromboxano A2 (TXA2). Estas plaquetas ativadas vão se agregar umas às outras formando um tampão que fornecerá a superfície adequada ao processo de coagulação do sangue, produzindo um coágulo resistente. ● Hemostasia secundária (coagulação) Nessa fase o início do tampão plaquetário é consolidado. A coagulação sanguínea consiste na conversão de uma proteína solúvel do plasma,o fibrinogênio, em um polímero insolúvel, a fibrina, por ação de uma enzima denominada trombina. Isso ocorre com a exposição do fator tecidual no local da lesão endotelial. O fator tecidual, também chamado de fator III ou tromboplastina, é uma proteína pró-coagulante que atua em conjunto com o fator II, que é o principal ativador da cascata de coagulação e normalmente resulta em trombina. O modelo da cascata dividiu a seqüência da coagulação em duas vias: a via intrínseca na qual todos os componentes estão presentes no sangue e na via extrínseca na qual é necessária a presença da proteína da membrana celular subendotelial, o fator tecidual (TF) 5. A coagulação, pela via intrínseca, é desencadeada quando o fator XII é ativado pelo contato com alguma superfície carregada negativamente (por exemplo, colágeno ou endotoxina). Além do fator XII, estão envolvidos neste processo o fator XI, a pré-calicreína e o cininogênio de alto peso molecular (HMWK = high molecular weight kinogen). Tanto o fator XI quanto a pré-calicreína necessitam da HMWK para efetuar a adsorção à superfície em que está ligado o fator XIIa. Da interação destes elementos é ativado o fator XI, que transforma o fator IX em IXa. O fator IXa e o fator VIIa associam-se à superfície de fosfolipídio através de uma “ponte” de cálcio estimulando a conversão de fator X para Xa. De modo mais simples, na via extrínseca, a coagulação é desencadeada quando os tecidos lesados liberam o fator tecidual (tromboplastina tecidual), que forma um complexo com o fator VII, mediado por íons cálcio. Este complexo age sobre o fator X estimulando sua conversão em Xa. A partir deste ponto, as duas vias encontram um caminho comum em que ocorre a conversão de protrombina em trombina que, por sua vez, estimula a transformação de fibrinogênio em fibrina. A trombina cliva o fibrinogênio circulante em fibrina insolúvel, formando uma rede de fibrina e induzindo o recrutamento e ativação de mais plaquetas, formando um tampão permanente, um trombo sólido A Hemostasia Secundária ocorre paralelamente com a agregação plaquetária e é baseada em três etapas para que a reação da cascata de coagulação aconteça em conjunto, porém em locais diferentes, garantindo a ativação completa do sistema restrito somente ao local da lesão. As etapas são: fase de iniciação, fase da amplificação e fase da propagação e finalização. A fase de iniciação (antiga via extrínseca) é a etapa de resposta do sistema de defesa após a lesão e que dá início a coagulação. Ela acontece nas superfícies de células que contém fator tecidual (FT) (células mononucleares, macrófagos, fibroblastos do estroma e células endoteliais que impedem a exposição do FT ao sangue, até que a inflamação ocorra). Neste processo as plaquetas começam a aderir ao tecido lesionado intermediado por várias interações. O FT do subendotélio, ao ficar exposto vai se ligar a outro fator VII circulante no plasma, que converterá o fator VII em fator VII ativado, originando o complexo FT/FVIIa que ativa os fatores IX e X. O fator Xa vai se ligar ao fator Va, que vai transformar as protrombinas em trombina. A trombina aqui gerada é considerada insuficiente para formar o coágulo, mas através da ativação dos fatores V, VIII, XI e de outros receptores plaquetários, ela é capaz de retroalimentar a coagulação Na fase de amplificação haverá uma preparação para ativação e maior produção de trombina para a fase de propagação. Na fase anterior a pequena quantidade de trombina produzida é escassa para a formação do coágulo, apesar disto, ela possui algumas funções, como por exemplo, ativação de plaquetas, e também a ativação dos fatores V e VIII. Assim a trombina ativa o fator VII promovendo sua desagregação do vWF, resultando na geração de plaquetas ativadas com os cofatores Va e VIIa ligados em sua superfície. Na terceira fase (de propagação, antiga via intrínseca), a principal característica é o recrutamento de grande quantidade de plaquetas para o local lesionado e a produção de protombinase e complexos tenases nas plaquetas ativadas. Ela acontece na superfície das plaquetas que foram ativadas e que passaram pelo processo de adesão e agregação no sítio da lesão. Nesta etapa, teremos o fator IXa se ligando ao fator VIIIa nas plaquetas, formando o complexo fator IXa/VIIIa (complexo tenase) que possui a capacidade de ativar uma maior quantidade de fator Xa. O fator Xa se associa ao fator Va ligado às plaquetas na fase anterior (fase de amplificação) formando o complexo protrombinase. Este complexo ativa a protrombina em grande concentração, levando a quebra de fibrogênio e a formação de fibrina. A trombina gerada também aciona o fator XIII a fator XIIIa, que é uma transglutaminase plasmática. O fator XIIIa ativado, realiza a transformação covalente entre os monômeros de fibrina, que vai tornar o tampão plaquetário estável Depois de formado o coágulo de fibrina no local da lesão é necessário que os processos bioquímicos da coagulação se limite apenas a este sítio lesionado de modo a evitar a ativação excessiva do sistema, formação inadequada de fibrina e uma obstrução trombótica do vaso. E para essa intervenção, entra então em ação quatro proteínas inibitórias fisiológicas, que atua como anticoagulantes naturais; a proteína C (PC), o inibidor da via do fator tecidual (TFPI), a antitrombina (AT), e a proteína S (OS) ● Fibrinólise Com a formação do trombo são ativados os mecanismos anti-trombóticos, que visam limitar o tampão evitando trombose. Um dos principais agentes dessa fase é o ativador de plasminogênio tecidual (t-PA), o qual converte o plasminogênio circulante em plasmina, que é uma enzima fibrinolítica que lisa a rede de fibrina. A antiplasmina, presente no plasma, combina-se com o excesso de plasmina liberada, impedindo o aparecimento de fibrinólise generalizada. Esta proteína está presente na circulação em concentração plasmática 10 vezes maior do que a plasmina. Quando o coágulo se forma, nele é incorporado uma enzima plasmática inativa chamada plasminogênio, que depois de ativada será responsável por dissolver este coágulo. O processo de ativação desta enzima se dá por substâncias sintetizadas nas células endoteliais dos tecidos, que são liberadas no sangue. Entre estas substâncias estão o fator XII ativado, a trombina e o ativador do plasminogênio do tecido. Quando a enzima introduzida ao coágulo for ativada em plasmina, ela vai atuar inativando substâncias como a protrombina, os fatores V e o fibrinogênio e também degradando os filamentos de fibrina, diluindo assim o coágulo formado COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSEMINADA (CIVD) síndrome clínica adquirida, caracterizada pela ativação dos mecanismos da coagulação, induzida por diferentes fatores desencadeantes, levando à formação e à deposição de fibrina intravascular. Na maioria dos casos de CIVD, o sistema fibrinolítico está amplamente inativado, contribuindo para a deposição de fibrina em diferentes órgãos; porém, em algumas situações (p.ex., na leucemia promielocítica aguda), a fibrinólise pode estar acelerada, desencadeando, assim, quadros de sangramento grave. A deposição de fibrina intravascular, principalmente na microvasculatura, acarreta obstrução dos vasos e lesão isquêmica de diversos tecidos e órgãos, o que, em conjunto com alterações metabólicas e hemodinâmicas, contribui para a falência de múltiplos órgãos nos pacientes. O consumo e a consequente depleção dos fatores da coagulação e de plaquetas, resultantes da contínua ativação da coagulação, favorecem o aparecimento de hemorragias, caracterizadas por sangramento difuso; essa é a primeira manifestação clínica notada. É fundamental ressaltar que a CIVD é sempre secundária a uma doença de base e, quase sempre, está associada à resposta inflamatória sistêmica, cuja gravidade depende do tipo de mecanismo desencadeante; portanto, a identificação e o tratamento da condição predisponente são fundamentais para a resolução da síndrome etiologia: A maioria dos casos de CIVD está associada a infecções (principalmentesepses por Gram‐negativos, meningococcemia, infecções virais, malária etc.), neoplasias malignas (carcinoma de próstata, de pulmão e de outros órgãos), leucemia aguda promielocítica, doenças hepáticas, complicações obstétricas, doenças do colágeno, poli‐traumatismos, cirurgias, reações transfusionais hemolíticas, vasculites e picadas por animais peçonhentos. Quadro clínico: As manifestações clínicas dependem da natureza, intensidade e duração da causa que origina o distúrbio hematológico. A CIVD leve frequentemente é assintomática e só é diagnosticada através de anormalidades laboratoriais. As complicações trombóticas ocorrem com maior frequência quando associadas a doenças crônicas. A hemorragia é o achado mais comum na CIVD aguda não compensada. Mas também podem haver manifestações como gangrena dos dedos ou membros, necrose hemorrágica da pele ou púrpura fulminante Diagnóstico: - Histórico de doença de base - plaquetas- normais (no início) ou baixas - tempo de protrombina: aumentado, ta sendo consumida - tempo de tromboplastina: aumentado - fibrinogênio: normal ou elevado - dímero D: elevado (todo paciente que trombosa tem dímero D alto, mas nem todo dímero D elevado é trombose) - Hemograma completo – manifesta-se com trombocitopenia. A associação com leucocitose pode auxiliar no diagnóstico da causa subjacente. - Revisão do esfregaço de sangue periférico – pode-se identificar anemia hemolítica microangiopática, com esquistócitos e células do capacete. Achados como trombocitopenia, baixo fibrinogênio e dímero D elevado são considerados relativamente sensíveis para o diagnóstico, mas não específico. Vale ressaltar que a CIVD é um diagnóstico clínico e laboratorial, baseado em achados de coagulopatia e/ou fibrinólise num contexto clínico sugestivo. Nenhum teste laboratorial pode confirmar ou eliminar com precisão o diagnóstico. > ou igual a 5 é sugestivo de CIVD Tratamento: 1. Controle / Resolução da doença de base. 2. Se ausência de Sangramento ativo. - Manter esquema de profilaxia antitrombótica habitual, preferencialmente HBPM; - Se PLQ < 20.000: Transfusão plaquetária; - Se predomínio de eventos trombóticos como a) trombose arterial ou venosa, b) púrpura fulminante grave associada à isquemia acral ou infarto vascular cutâneo: iniciar a heparinização plena. 3. Se sangramento ativo ou alto risco para sangramento - PLQ < 50.000: Transfusão plaquetária. - TP (INR) > 1,5: Transfusão de plasma fresco congelado (PFC) 10 a 15 ml/kg; - Fibrinogênio < 150 mg/dl: considerar transfusão de Crioprecipitado se os níveis de fibrinogênio se manterem baixos após transfusão de PFC. Transfusão sanguínea Uma transfusão de sangue é a transferência de sangue ou de um dos seus componentes de uma pessoa saudável (um doador) para uma pessoa doente (um receptor). As transfusões são administradas para aumentar a capacidade do sangue de transportar oxigênio, restaurar a quantidade de sangue no corpo (volume sanguíneo) e corrigir problemas de coagulação. Os receptores habituais de transfusões incluem ● Pessoas que sofreram lesões ● Pessoas submetidas a cirurgia ● Pessoas que estão recebendo tratamento contra câncer (por exemplo, leucemia) ● Pessoas que estão recebendo tratamento contra outras doenças (como as doenças do sangue anemia falciforme e talassemia) As transfusões ainda representam riscos para o receptor, como reações alérgicas, febre e calafrios, excesso de volume sanguíneo e infecções bacterianas e virais. Embora a possibilidade de contrair AIDS, hepatite ou outras infecções através de transfusões seja remota, os médicos estão muito cientes desses riscos e solicitam transfusões somente quando https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-sangue/leucemias/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-a-leucemia https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-sangue/anemia/anemia-falciforme https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-sangue/anemia/talassemias https://www.msdmanuals.com/pt/casa/doen%C3%A7as-imunol%C3%B3gicas/rea%C3%A7%C3%B5es-al%C3%A9rgicas-e-outras-doen%C3%A7as-relacionadas-%C3%A0-hipersensibilidade/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-rea%C3%A7%C3%B5es-al%C3%A9rgicas não há alternativa. Antes de solicitar uma transfusão (exceto numa emergência), os médicos explicam os riscos das transfusões às pessoas e pedem que elas assinem um documento no qual afirmam que entendem os riscos e dão seu consentimento para a transfusão (o chamado termo de consentimento livre e esclarecido). Em casos raros, alguns doadores também podem desenvolver efeitos colaterais após a doação, incluindo vertigem, hipotensão arterial, náusea e formigamento/dormência no local da inserção da agulha para a coleta de sangue. Não existe nenhum composto sintético que possa substituir a necessidade de transfusão sanguínea. Tipos de doadores: ● Doação Voluntária ou Espontânea: É feita por pessoas com objetivo de manter o estoque de sangue do Hemocentro. ... ● Doação de Reposição: É a doação para um determinado paciente que já recebeu ou deverá receber a transfusão. ... ● Doação Autóloga (auto doação): Realizada pelo paciente para o seu próprio uso. Etapas da doação: ● 1ª - Cadastro do doador. O processo de doação se inicia na recepção e é realizado o cadastro do doador mediante a apresentação de documento oficial com foto. ● 2ª - Triagem Hematológica. ... ● 3ª - Triagem Clínica. ... ● 4ª - Coleta de Sangue-Doação propriamente dita. ... ● 5ª Lanche Reações moderadas e graves são raras, menos de 5%, reações leves acontecem em cerca de 30% dos doadores. Hemofilia São distúrbios de coagulação hereditários, ligados ao X, fazendo com que homens sejam quase que exclusivamente afetados, mulheres heterozigóticas são portadoras assintomáticas, tendo 50% de chance de ter um filho afetado. A maioria dos casos possuem histórico familiar, mas 30% podem ser de mutações novas. Hemofilia A- clássica: deficiência de fator VIII, 80%dos casos de hemofilia (1/5000 homens nascidos) Hemofilia B- doença de Christmas: deficiência de fator IX Quadro clínico: - depende da gravidade da hemofilia: a família tende a ter a mesma gravidade entre os membros e está relacionada a quantidade de fator: grave (<1%), moderada(1 - 5%) e leve (5 - 40%), quanto manos grave o quadro mais difícil o diagnóstico - a clínica é idêntica para ambos as deficiências, a diferenciação só é feita com exames laboratoriais - histórico de hemorragias desde a infância em traumas de baixo impacto ou procedimentos simples devem ser investigados - Hemartrose: manifestação mais comum, as principais articulações acometidas são joelhos, cotovelos, tornozelos e ombros, o sangramento repetitivo sem tratamento pode evoluir para artropatia crônica grave. - hematúria, hematêmese, melena, sangramento de partes moles e boca, sangramento de sistema nervoso central Diagnóstico: - histórico familiar - dosar fator VIII e IX Tratamento: - Multiprofissional - Reposição do fator deficiênte: sob demanda, profilática ou antes de procedimento - Educação preventiva - Educação adjuvante no uso das medicações - tratar complicações Doença de Von Willebrand É um distúrbio autossômico dominante ou recessivo causado pela redução da produção ou alteração funcional do FVW É a coagulopatia mais frequente, e, apesar de raro, pode ser adquirida a partir de mieloproliferações ou tumores sólidos ● Fisiopatologia O FVW é uma glicoproteína multimérica produzida nos megacariócitos e células endoteliais, ele circula no plasma e promove adesividade plaquetária ao colágeno A partir da lesão endotelial o FVW se liga ao colágeno promovendo ativação, agregação e formação do tampão plaquetário https://www.msdmanuals.com/pt/casa/fundamentos/quest%C3%B5es-%C3%A9ticas-e-jur%C3%ADdicas/consentimento-livre-e-esclarecido https://www.msdmanuals.com/pt/casa/fundamentos/quest%C3%B5es-%C3%A9ticas-e-jur%C3%ADdicas/consentimento-livre-e-esclarecido O FVW forma um complexo com o fator VIII promovendo seu transporte e impede a degradação desse fator. A deficiênciado FVW diante da lesão endotelial causa um distúrbio de adesividade plaquetária e redução do fator VIII a doença é dividida em 3 tipos - DVW tipo 1: deficiência quantitativa parcial do FVW, é a maioria dos casos com uma redução leve a moderada e atividade reduzida à metade da normal - DVW tipo 2: deficiência qualitativa parcial do FVW, os níveis plasmáticos são normais mas com defeitos de atividade - DVW tipo 3: deficiência praticamente completa de FVW, raríssima, atividade de FVIII muito baixa e quadro clínico semelhante ao hemofílico Quadro clínico: Na maioria dos casos é um quadro brando ou até assintomático, com um sangramento após procedimento ou trauma Distúrbio de hemostasia primário: sangramento mucocutâneo Laboratório: tempo de sangramento prolongado- pouco sensível e inespecífico TTPA alargado- deficiência parcial de fator VIII demais provas normais em casos brandos Flutuação dos níveis de FVW- pode ser fisiológico, afetado pelo grupo sanguíneo, hormônios tireoidianos, idade, estresse, estrogênio Diagnóstico: Não é fácil e exige a combinação de vários testes - cofator da ristocetina - aglutinação plaquetária induzida por ristocetina - antígeno do FVW - dosagem de fator VIII- diminuído no subtipo 2N e 3 Tratamento: - evitar drogas antiplaquetárias- AAS e AINES - antifibrinolíticos em caso de procedimentos simples e doença branda- ex- ácido tranexâmico - concentrado de FVW ● Resumo quadro clínico hemofilia e DVW As coagulopatias hemorrágicas congênitas cursam com sangramentos cutâneos ou mucosos, que surgem espontaneamente ou após traumatismos. A intensidade do trauma necessária para desencadear uma hemorragia dependerá da concentração plasmática do fator deficiente, havendo, de modo geral, correlação direta entre esse nível plasmático e a intensidade do trauma. Nas hemofilias, as manifestações clínicas características são os sangramentos intra-articulares (hemartroses) e os sangramentos musculares (hematomas musculares); são, ainda, observados as hemorragias mucosas (epistaxe, gengivorragia), os sangramentos digestivos e urinários, bem como as hemorragias intracranianas. Embora muitas vezes seja dito que as hemartroses são características das hemofilias, elas são observadas também nas formas graves de outras coagulopatias hemorrágicas, como deficiência grave do fator X, deficiência grave do fator VII e deficiência grave do fator II. A DVW tem tendência hemorrágica variável, segundo a gravidade e o tipo da doença, na qual se observa epistaxe, gengivorragia, memometrorragia, equimoses e sangramentos pós-exodontais. As hemartroses e os sangramentos musculares espontâneos não são comuns, exceto nas formas graves (DVW tipo 3). As coagulopatias hemorrágicas congênitas menos comuns podem apresentar sangramentos mucosos, sangramentos cutâneos espontâneos ou pós-traumáticos, hemartroses, sangramentos musculares, sangramentos tardios (deficiência do fator XIII) e, eventualmente, manifestações hemorrágicas associadas a eventos trombóticos (determinados tipos de disfibrinogenemias). De acordo com a concentração plasmática do fator deficiente, essas coagulopatias hemorrágicas podem cursar sem sangramentos. ● Diagnóstico laboratorial Laboratorialmente, as hemofilias apresentam tempo de protrombina e de trombina normais, tempo de tromboplastina parcial ativada prolongado e redução da concentração plasmática do fator VIII na hemofilia A ou do fator IX na hemofilia B. Para o diagnóstico da DVW, há necessidade da realização de um conjunto de testes, visando à caracterização do seu tipo e subtipo. As coagulopatias congênitas hemorrágicas menos freqüentes apresentarão padrão laboratorial que dependerá do fator deficiente ● Tratamento O tratamento das coagulopatias hemorrágicas congênitas baseia-se na reposição do fator deficiente, quando houver manifestações hemorrágicas ou como profilaxia primária em situações como cirurgias, exodontias, partos etc. No tratamento das hemofilias A e B, bem como da DVW, devem ser empregados os concentrados comerciais de fator VIII, fator IX e fator VIII/FVW, respectivamente Trombofilia Tendência determinada geneticamente ao desenvolvimento de trombos venosos ou arteriais, devido a mutações em genes que codificam as proteínas de coagulação. O TEV é uma doença multicausal, quanto mais fatores envolvidos maiores as chances. Fisiopatologia: Deficiência dos anticoagulantes naturais - Antitrombina: inibe fatores II, IX, X, XI e XII ativados, processo acelerado pela heparina. - Proteína C e proteína S: proteína C inativa fator V e VIII e inibe a geração de trombina - Resistência à proteína C ativada e fator V de leiden: O FVa é inativado pela PCa, fator V de leiden é uma molécula variante que possui resistência à inativação pela PCa - Mutação do gene da protrombina: aumento dos níveis plasmáticos de protrombina Diagnóstico: - hemograma - triagem de coagulação: tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial ativado, tempo de trombina, função renal e hepática - testes funcionais para antitrombina e proteína C - análise genética exceto o teste genético, os demais testes podem sofrer alteração devido ao uso de anticoagulantes ou do evento trombótico recente- esperar 3 meses para fazer os testes Tratamento: - Evento agudo: igual a qualquer paciente com TEV, prevenir tromboembolismo pulmonar, extensão do evento e recorrências. - profilaxia secundária: considerar o risco de novos eventos, as consequências desse evento, risco de sangramento por anticoagulação e preferência do paciente- warfarina - profilaxia primária: deficiÊncia de PC, PS, AT, fator V de leiden e mutação PT, não fazer anticoagulantes em portadores assintomáticos e a profilaxia é somente em situações de risco Doenças linfoproliferativas ● Leucemia linfóide aguda Doença clonal mutante, que causa a proliferação de linfoblastos de forma desordenada, fazendo com que sejam encontrados no sangue periférico, é mais comum em crianças e sem etiologia bem definida. Proliferação clonal de precursores linfóides anormais na medula óssea, sendo a doença maligna mais comum na infância A LLA causa fraqueza, cansaço, febre, imunodepressão, linfo e esplenomegalia não são obrigatórias, a clínica é derivada da supressão da medula óssea infiltrada por células leucêmicas. Leucemia linfoblástica aguda (LLA) é o câncer pediátrico mais comum; também afeta adultos de todas as idades. A transformação maligna e a proliferação não controlada de uma célula progenitora hematopoiética de longa vida anormalmente diferenciada, resultam em alto número de blastos circulantes, substituição da medula normal por células malignas e potencial para infiltração leucêmica no SNC e testículos. Os sintomas são fadiga, palidez, infecção, dor óssea, sintomas do SNC (p. ex., cefaleia) hematoma fácil e sangramento. O exame do esfregaço do sangue periférico e da medula óssea fornece, em geral, o diagnóstico. O tratamento tipicamente inclui uma combinação quimioterápica para alcançar a remissão, quimioterapia intratecal, quimioterapia e/ou corticoides para profilaxia do SNC e, às vezes, irradiação cerebral para infiltração leucêmica intracerebral, quimioterapia de consolidação com ou sem transplante das células-tronco e manutenção da quimioterapia por até 3 anos para evitar recidiva. Fisiopatologia: Semelhante à leucemia mieloide aguda (LMA), a causa da leucemia linfoblástica é uma série de aberrações genéticas adquiridas. A malignização costuma ocorrer nas células-tronco pluripotentes, embora, de vez em quando, ocorra na célula-tronco diferenciada com capacidade mais limitada de autorrenovação. Proliferação anormal, expansão clonal, diferenciação aberrante e diminuição de apoptose (morte celular programada) levam à substituição dos elementos sanguíneos normais por células malignas. Sinais e sintomas Os sinais e sintomas da leucemia linfoblástica aguda podem se manifestar desde apenas alguns dias até semanas antes do diagnóstico. Os sintomas iniciais mais comuns são decorrentes da hematopoiese alterada, com consequente ● Anemia