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RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ADRIELY BLANDINO ANA CLARA VALENTE BRUNA CAMPELO UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS FACULDADE DE MEDICINA PROPEDÊUTICA MÉDICA II - RADIOLOGIA CECILIA ANTONIETA ERICA ORTET INARA LOURENÇO HISTÓRICO 1924: Wolgang Pauli: sugeriu que partículas tinham momento angular, hoje “spin”, rotação em torno do próprio eixo. 1937: Isidor Rabi: realizou experimento que possibilitou medir o deslocamento dos núcleos atômicos. Recebeu o Nobel de física de 1944, pelo “Método de registro de propriedades de ressonância magnética de núcleos atômicos”. 1946: Felix Bloch e Edward Purcell experimentos com RM para estudar a análise química das estruturas: Espectroscopia. Em 1952: Prêmio Nobel de física - Medição de campos magnéticos: Fenômeno de ressonância nuclear magnética. FELIX BLOCH E EDWARD PURCELL HISTÓRICO 1971: Raymond Damadian demonstrou a utilidade diagnóstica no câncer: observou diferença no comportamento dos tecidos patológicos diante da exposição ao campo magnético. 1972: Paul Lauterbur: primeira imagem de RM. 2003: Lauterbur e Peter Eansfield partilharam o Nobel de Medicina pelo trabalho de RM em imagem. Reconhecidos pela criação de modelos teóricos e aparelhos capazes de traduzir a resposta dos átomos em imagens bidimensionais e, depois, tridimensionais. DR. RAMADIAN E LARRY MINKOFF FUNCIONAMENTO IMÃ PRINCIPAL (MAGNETO) BOBINAS DE GRADIENTE SISTEMA RECEPTOR DE IMAGEM COMPUTADOR BOBINAS DE RADIOFREQUÊNCIA FUNCIONAMENTO Hidrogênio: abundante no corpo humano: 85% do corpo contém íons H+. As características de RNM se diferem bastante entre o H+ presente no tecido normal e no tecido patológico. Cargas elétricas em movimento geram corrente elétrica e toda corrente elétrica gera campo magnético; SPIN - ROTAÇÃO EM TORNO DO PRÓPRIO EIXO: propriedade de prótons e nêutrons. H+: Dipolo magnético produz e responde à presença de um campo magnético. Produz o maior rádio sinal de todos os núcleos estáveis. FUNCIONAMENTO Magneto alinha e orienta os núcleos dos átomos. MOVIMENTO DE PRECESSÃO: os prótons se movimentam em torno do eixo criado pelo campo magnético principal. FUNCIONAMENTO BOBINAS: aplicam pulso de radiofrequência na frequência de precessão do hidrogênio, denominado pulso de 90 graus, dando energia ao próton para que se desvie do eixo longitudinal do campo magnético para o eixo perpendicular. Produzem uma variação linear do campo magnético ao longo de cada uma das três direções cartesianas. RELAXAÇÃO: Após o término desse pulso de radiofrequência, o próton volta ao estado inicial, liberando energia, que é captada pelas bobinas e transmitida aos computadores. As bobinas de radiofrequência transmitem e recebem o sinal do tecido através dos pulsos de radiofrequência. E são responsáveis pela seleção de cortes, formação de imagens, codificação de fase e codificação de frequência. FUNCIONAMENTO O sistema receptor de imagem converte o sinal de radiofrequência recebido da bobina e o computador gera imagens. A imagem é matematicamente construída e consiste em uma exibição dos sinais de radiofrequência que foram emitidos e captados no processo da geração da imagem FORMAÇÃO DA IMAGEM A Relaxação dos Spins que gera o sinal de indução livre é causada pelas trocas de energia entre Spins e a sua vizinhança (rede). Essas interpretações são chamadas de Relaxação Spin-Spin e Spin-Rede e juntas fazem o vetor magnetização retornar ao seu equilíbrio. A CONSTANTE T1 ESTÁ RELACIONADA AO TEMPO DE RETORNO DA MAGNETIZAÇÃO PARA O EIXO LONGITUDINAL E É INFLUENCIADA PELA INTERPRETAÇÃO DOS SPINS COM A REDE A CONSTANTE T2 FAZ REFERÊNCIA À REDUÇÃO DA MAGNETIZAÇÃO NO PLANO TRANSVERSAL E É INFLUENCIADA PELA INTERAÇÃO SPIN-SPIN FORMAÇÃO DA IMAGEM UM ASPECTO FUNDAMENTAL PARA A COLETA DE SINAL QUE IRÁ GERAR A IMAGEM DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA É O FENÔMENO DE FORMAÇÃO DE ECOS DUAS GRANDES FAMÍLIAS DE SEQUÊNCIAS DE PULSO SÃO USADAS PARA FORMAR IMAGENS: SPIN ECO E GRADIENTE ECO ÁGUA LIPÍDIOS FORMAÇÃO DA IMAGEM SÃO NECESSÁRIAS TRÊS ETAPAS PARA A CODIFICAÇÃO DO SINAL DE FORMA A OBTER UMA IMAGEM SELEÇÃO DE CORTE CODIFICAÇÃO DE FASE CODIFICAÇÃO DE FREQUÊNCIA Os eixos de coordenadas deste espaço são, o gradiente de codificação de frequência e o gradiente de codificação de fase. FORMAÇÃO DA IMAGEM NOMENCLATURA HIPOSSINAL ISOSSINAL HIPERSINAL AUSÊNCIA DE SINAL PRINCIPAIS SEQUÊNCIAS SEQUÊNCIA: configuração particular de pulsos e gradientes de radiofrequência, que resulta em uma aparência singular da imagem. T1 T2 FLAIR PRINCIPAIS SEQUÊNCIAS IMAGENS PONDERADAS EM T1 ● TR e TE curtos; ● Mede a “rapidez” com que o tecido se torna magnetizado; ● Sequência anatômica; ● Hipersinal: Gordura, fluidos ricos em proteína, melanina, substâncias paramagnéticas (gadolínio); ● Hipossinal: osso, líquido. ● Substância branca mais clara e substância cinzenta mais escura; * Sem contraste * Com contraste PRINCIPAIS SEQUÊNCIAS T1 IMAGENS PONDERADAS EM T2 ● TR e TE longos; ● Mede a “rapidez” com que o tecido perde a magnetização; ● Sequência patológica; ● Hipersinal: Fluidos, LCR, edemas, tumores, infartos, hemorragia crônica; ● Hipossinal: Gordura, osso, calcificações. ● Substância branca mais escura e substância cinzenta mais clara; PRINCIPAIS SEQUÊNCIAS T1T2RECUPERAÇÃO DE INVERSÃO ATENUADA POR FLUIDOS (FLAIR) ● TR e TE mais longos que os que T2; ● Sequência T2 com supressão do sinal de líquido; ● Sequência muito útil quando se trata de neuroimagem; ● Importante para identificação de hemorragia subaracnóide, meningite, placas de esclerose múltipla; ● Substância branca mais escura e substância cinzenta mais clara; T1 T2 FLAIR REALIZAÇÃO DO EXAME ● Um segmento corporal por vez; ● Tempo de realização: 15 minutos - 60 minutos; ● O paciente deita na mesa e ela desliza para o centro da máquina; ● Para garantir uma boa imagem, é necessário que o paciente fique imóvel; ● Em alguns casos, pode ser necessário o uso de sedação para realização do exame. PREPARAÇÃO E SEGURANÇA DO PACIENTE ● Condições clínicas + segurança magnética do paciente + funcionamento tranquilo = bons resultados; ● Segurança magnética: principal aspecto; ● Vestimentas adequadas; ● Responsabilidade multiprofissional; ● Conforto durante a realização do exame - proteção auricular e botões de emergência; ● Claustrofobia; ● Imobilização do paciente. PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS Exame caro Riscos de acidentes Exige mais tempo para obter as imagens Claustrofobia Disponibilidade Avaliação completa de vários segmentos do corpo Múltiplas técnicas Elimina sobreposição Menores riscos de reações alérgicas Não utiliza radiação ionizante x Contraindicações Absolutas Clips de Aneurisma Cerebral Ferromagnético Expansores mamários dos tipos MCGHAN ou INFALL Desfibrilador implantável Fios metálicos de localização pré-cirúrgica mamária (exceto aqueles especificamente compatíveis) Clips de Aneurisma Cerebral Ferromagnético (todos implantados antes de 1995 são Ferromagnético) Aparelhos Auditivos não removíveis Clamp Carotídeo do tipo POPEN-BLAYLOCK Bombas de infusão (Inclusive implantáveis) Cateter de SWAN-GANZ e outros com eletrodos Cápsula endoscópica Contraindicações Absolutas Monitor de PIC (Pressão Intracraniana) Neuro-estimulantes e moduladores Expansores mamários dos tipos MCGHAN ou INFALL Marca-Passo Cardíaco Halos Cranianos ) ● Implante (Prótese) Coclear/Otológicos ou Implante dentário magnéticos HOLTER Contraindicações Relativas Paciente com insuficiência renal Sonda Naso-Enteral com ponta metálica Próteses ortopédicas, placas, parafusos, pinos Projéteis ou Rastilhos Metálico por ferimento de arma de fogo Material de Imobilização Ortopédica Aparelhos Auditivos Gestante e mulheres amamentando Lentes de Contato Claustrofobia Cânula de TraqueostomiaMetálica Contraindicações Relativas Próteses Valvares e Foraminais Cardíaca (mesmo metálicas); (4 meses após a cirurgia) Aparelhos Ortodônticos Stents Vasculares, Traqueobrônquicos e Biliares Tintura de Cabelo Acupuntura Tatuagem e/ou Maquiagem Definitiva Próteses Penianas (4 meses após a cirurgia) (exceto tipo DURAPHASE e OMNIPHASE) Válvulas de DVP de Pressão Ajustável/Programáveis Próteses ou Expansores Mamários(4 meses após a cirurgia) (exceto tipo MCGHAN ou INFALL) DIU MEIOS DE CONTRASTE Promovem modificação do campo magnético local, alterando processo de relaxamento. Diferenciam tecidos e órgãos saudáveis de regiões com alterações, aumentando a precisão do diagnóstico. Manganês Negativos Óxidos de ferroGadolínio (Gd) Positivos ● Encurtam o tempo de T1 e T2; ● Efeito predominante em T1 ● Encurtamento do tempo de decaimento de T2; ● Reduzem acentuadamente o sinal. MEIOS DE CONTRASTE Gadolínio (Gd) ● Livre tende a ligar-se a proteínas nos tecidos do corpo; ● Utilizado agregado a um quelato: ○ Reduz a meia vida, ○ Evita que Gd se ligue a tecidos ● Administração: ○ IV, ○ Injetado diretamente em articulação, ○ VO; ● Excreção renal; ● Restrições: ○ IRC grave, ○ IRA de qualquer gravidade, ○ Período pré-operatório de transplante hepático, ○ Recém-nascidos de até quatro semanas, ○ Gestantes e lactentes. Complexos Gd mais utilizados ● Gd-DTPA (gadopentato) ○ Primeiro agente de contraste oral negativo, ○ Utilizado em exames para tratamento gastrointestinal, ○ Usado para diagnóstico de: lesões no encéfalo, rins, neoplasias, isquemia miocárdica e lesões inflamatórias/infecciosas; ● Gd-DOTA (gadoterate) ○ Mais utilizados - mais estável, ○ Usado para visualização de lesões intracranianas com vascularização anormal ou anomalias na BHE. MEIOS DE CONTRASTE Negativos ● Biocompatíveis e biodegradáveis; ● Atualmente estão em desuso; ● Estudos recentes - nanopartículas superparamagnéticas de óxido de ferro (SPIONs) modificadas com moléculas de anticorpos no diagnóstico de tumores; ● Magnetita ○ Mais utilizado, ○ Alta estabilidade química, ○ Baixo custo; ● Ferroxita. ● Presença em sucos de fruta (abacaxi, mirtilo e açai); ● Menos tóxicos para o organismo; ● Menor custo; ● Usado VO para exames de abdome. ManganêsÓxidos de ferro MEIOS DE CONTRASTE Materiais híbridos ● Mais comuns com parte inorgânica e orgânica; ● Capazes de alterar ambos os tempos de relaxação; ● Partículas de Polímero de Coordenação em Nanoescala (CPPs): ○ Alta biocompatibilidade, baixa toxicidade, ○ Podem ser incluídas funções adicionais. SPION@CPP-Fe ● Nanopartículas de polímeros de Coordenação Fe3+ à base de catecol (CPP-Fe): ○ Atuam como meios de contraste ponderadas em T1, ○ Atuam como matrizes funcionais para encapsular SPIONs; ● SPIONs: ○ Encurtam o tempo de decaimento de T2. Fonte: Gonçalves e Ramalho, 2017 Referências BONIN, João Eliton et al. Nanopartícula de óxido de gadolínio amino-modificada utilizada como agente de contraste para imagens em ressonância magnética. 2018. Acesso em 09 dez. 2021. Disponível em: http://clyde.dr.ufu.br/handle/123456789/22878 CHEN, Michel Y. M.; POPE, Thomas L.; OTT, David J. Radiologia Básica. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. GONÇALVES, M. A.; RAMALHO, C. T. 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