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CONTESTACAO ESTAGIO OBRIGATORIO 1^^

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MERITISSIMO JUÍZO DO ____ JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE...
Processo nº...
COLOMBIANAS.COM, já devidamente qualificada no processo em epígrafe, vem por meio de seu advogado, qualificação completa, apresentar
CONTESTAÇÃO
pelos fatos e fundamentos a seguir:
I – DOS FATOS:
Trata-se de ação movida por Jenifer, objetiva o cumprimento da obrigação de fazer para que a televisão seja entregue, bem como a condenação da empresa ré por danos morais.
Aduz a requerida que no dia 05/03/2022 efetuou a compra no site da empresa de uma SmartTV LED 55 polegadas, ultra HD 4k da marca Samsung, no valor de R$ 998,90 (novecentos e noventa e oito reais e noventa centavos), conforme número de pedido: 010203-4.
Informa que, logo após a compra a Jennifer recebe um e-mail de confirmação, contendo todos os detalhes da compra e do produto, aparentemente comprado, além da informação de que tal item era vendido e entregue pela COLOMBIANAS.COM, conforme print do e-mail em anexo.
Juntamente com o e-mail, veio o boleto para realização do pagamento do bem, contendo também a informação de que, após a confirmação o bem seria entregue em até 10 dias uteis.
Ocorre que, o citado boleto, que está comprovadamente pago, possui como beneficiário um terceiro estranho a suposta relação alegada incialmente, bem como conta corrente em banco diverso do utilizado pela empresa COLOMBIANAS.COM, conta esta vinculada à uma pessoa física, razão pela qual requer a improcedência da ação.
II – DAS PRELIMINARES:
II.I- DA ILEGITIMIDADE DA PARTE
No caso em tela, observa-se que houve algumas irregularidades, um impedimento para construção do devido processo legal, qual seja a ilegitimidade de parte e falta de representação adequada, como já disciplina o já mencionado no art. 337 do CPC, XI, in verbis:
“Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;”
Bem como o art. 17 do CPC: 
“Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade”
No caso em questão, nota-se que a requerida nunca celebrou negócio jurídico com a requerente, pois o site que a requerente alega ter efetuado a compra não é o site verdadeiro da requerida, tendo em vista que possui como beneficiário um terceiro estranho, bem como conta corrente em banco diverso do utilizado pela empresa, conta esta vinculada à uma pessoa física.
III – DO MÉRITO
III.I - DA FRAUDE ELETRÔNICA
Denota-se crível que a parte requerida não observou os protocolos habituais ao comprar pela internet. Assim, não parece aceitável que a loja demandada, que não possui qualquer culpa quanto aos atos de terceiros – estelionatários, que utilizaram indevidamente seu nome para enganar consumidores e cometer crimes – seja obrigada a arcar com prejuízos que poderiam ter sido evitados pela simples ponderação da parte requerida. 
Insta salientar que a razão social da demandada é totalmente divergente da razão apresentada no boleto colacionado pela demandante, portanto não é justo que seja imputada à parte recorrida a responsabilidade pela entrega do produto ou restituição de qualquer valor, uma vez que não recebeu a devida prestação financeira.
Dessa maneira, espera-se uma razoabilidade mínima por parte do consumidor ao analisar uma oferta suspeita, como denota-se no caso em tela, em que o valor da SmartTV LED 55 polegadas, ultra HD 4k da marca Samsung está claramente muito abaixo do mercado.
III.II - DA EXCLUDENTE DO NEXO DE CAUSALIDADE (CULPA OU FATO EXCLUSIVO DA VÍTIMA)
Uma das condições essenciais à responsabilidade civil é a presença de um nexo causal entre o fato ilícito e o dano por ele produzido. Trata-se do elo etiológico, do liame, que une a conduta do agente (positiva ou negativa) ao dano.
Defende-se não se tratar, na hipótese, de relação de consumo, pois a compra efetuada em site desconhecido não tem relação com o requerente.
De todo modo, ainda que fosse a situação abordada pela legislação consumerista, mesmíssimo destino tomaria o resultado da querela, ou seja, a improcedência do pedido indenizatório.
Com respeito à responsabilidade civil do prestador de serviços, vale conferir a dicção contida no Código de Defesa do Consumidor:
 
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
[ ... ]
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. 
 
Dito isso, nada mais lógico afirmar-se que inexiste culpa àquele que, nada obstante participe da cadeia de consumo como fornecedor de produto ou serviços, não tenha minimamente dado azo ao resultado danoso do evento. Em outras palavras, não compõe o nexo de causalidade.
Como afirmado alhures, a própria parte requerida, ao não tomar os cuidados de informar suas alergias à requerente, trouxe para si a responsabilidade das consequências que esse ato a traria. Portanto, é nítida a culpa exclusiva do consumidor.
Com a sensibilidade de sempre, considerando-se uma existente relação de consumo, Sérgio Cavalieri vaticina que:
 
A culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro é, igualmente, causa de exclusão do nexo causal. Lamenta-se que o Código, que tão técnico foi ao falar em fato do produto e fato do serviço, tenha, aqui, falado em culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, em lugar de fato exclusivo dos mesmos. Em sede de responsabilidade objetiva, como a estabelecida no Código do Consumidor, tudo é resolvido no plano do nexo de causalidade, não se chegando a cuidar da culpa.
Fala-se em culpa exclusiva da vítima quando a sua conduta se erige em causa direta e determinante do evento, de modo a não ser possível apontar qualquer defeito no produto ou no serviço como fato ensejador da sua ocorrência. Se o comportamento do consumidor é a única causa do acidente de consumo, não há como responsabilizar o produtor ou fornecedor por ausência de nexo de causalidade entre a sua atividade e o dano. É o caso do motorista que provoca acidente automobilístico por sua exclusiva imprudência ou negligência, do consumidor que faz uso do medicamento em doses inadequadas e contrariando prescrição médica e assim por diante. Não há como responsabilizar o fabricante de automóvel, nem o fornecedor do medicamento porque o dano não foi causado por defeito do produto. Inexiste nesses casos relação de causalidade entre o prejuízo sofrido pelo consumidor e a atividade do produtor ou fornecedor. [ ... ]
 
Disso não se afastam Flávio Tartuce e Daniel Amorim Assumpção Neves:
 
4.4.3. A excludente da culpa ou fato exclusivo do próprio consumidor
A culpa exclusiva do próprio consumidor representa a culpa exclusiva da vítima, outro fator obstativo do nexo causal, a excluir a responsabilidade civil, seja ela objetiva ou subjetiva. Tem-se, na espécie, a auto exposição da própria vítima ao risco ou ao dano, por ter ela, por conta própria, assumido as consequências de sua conduta, de forma consciente ou inconsciente. Mais uma vez, por razões óbvias de ampliação, prefere-se o termo fato exclusivo do consumidor, a englobar a culpa e o risco, o que também é acompanhado pela melhor jurisprudência (veja-se: TJPR – Apelação Cível 0640090-8, Curitiba – Décima Câmara Cível – Rel. Juiz Convocado Albino Jacomel Guerios – DJPR 16.04.2010, p. 270; TJRJ – Apelação 2009.001.16031 – Oitava Câmara Cível – Rel. Des. Gabriel Zéfiro – DORJ 15.06.2009, p. 151; e TJMG – Apelação Cível 1.0701.03.039127-3/001, Uberaba – Décima Primeira Câmara Cível – Rel. Designado Des. Maurício Barros – j. 22.05.2006 – DJMG 21.07.2006).
Há também e inicialmente a culpa ou o fato exclusivo do consumidor quando foi comprovado que a parte autora foi vítima de fraude virtual, golpe conhecido como “phishing”, pois acessou site falso, acreditando estar adquirindo produto da empresa requerida.III.III- DA AUSÊNCIA DE DANOS MORAIS
 Sabe-se que a indenização, decorrente de experiência danosa extrapatrimonial, encontra suporte no art. 5º, X, da Constituição Federal. Além disso, igualmente à luz dos ditames dos arts. 186 e 927, combinados, um e outro do Código Civil Brasileiro, bem assim sob a égide do art. 6º, VI, do Código de Defesa do Consumidor.
Nesse sentido, necessário se faz mencionar o magistério de Sérgio Cavalieri Filho, que preconiza, in verbis:
 
Nessa linha de princípio, só́ deve ser reputado como dano moral a dor, vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindo à normalidade, interfira intensa- mente no comportamento psicológico do indivíduo, causando-lhe aflições, angústia e desequilíbrio em seu bem-estar. Mero dissabor, aborrecimento, mágoa, irritação ou sensibilidade exacerbada estão fora da órbita do dano moral, por- quanto, além de fazerem parte da normalidade do nosso dia a dia, no trabalho, no trânsito, entre os amigos e até no ambiente familiar, tais situações não são intensas e duradouras, a ponto de romper o equilíbrio psicológico do indivíduo. Se assim não se entender, acabaremos por banalizar o dano moral, ensejando ações judiciais em busca de indenizações pelos mais triviais aborrecimentos.
Dor, vexame, sofrimento e humilhação são consequência, e não causa. Assim como a febre é o efeito de uma agressão orgânica, dor, vexame e sofrimento só́ poderão ser considerados dano moral quando tiverem por causa uma agressão à dignidade de alguém.
Como julgador, por quase 40 anos, sempre utilizei como critério aferidor do dano moral se, no caso concreto, houve alguma agressão à dignidade daquele que se diz ofendido (dano moral em sentido estrito e, por isso, o mais grave) ou, pelo menos, se houve alguma agressão, mínima que seja, a um bem integrante da sua personalidade (nome, honra, imagem, reputação etc.). Sem que isso tenha ocorrido, não haverá́ que se falar em dano moral, por mais triste e aborrecido que alega estar aquele que pleiteia a indenização. [ ... ]
 
Não seria despiciendo, a título ilustrativo, igualmente lembrar Sílvio de Salvo Venosa:
 
Dano moral é o prejuízo que afeta o ânimo psíquico, moral e intelectual da vítima. Sua atuação e dentro dos direitos da personalidade. Nesse campo o prejuízo transita pelo imponderável, daí porque aumentam dificuldades de se estabelecer ajusta recompensa pelo dano. E muitas situações, cuida-se de indenizar o inefável. Não é também qualquer dissabor comezinho da vida que pode acarretar indenização. [ ... ]
 
Com efeito, a situação fática, descrita na inicial, nem de longe representa qualquer forma de dano à parte requerida. Sendo assim, é incapaz de ser considerado ato ilícito capaz de ensejar um dano à mora desse.
O instituto da indenização por dano moral não pode ser banalizado ao ponto de levar qualquer inconveniente da vida social aos Tribunais, sob pena de ser judicializada toda a vida social e até a tornar inviável.
Acrescente-se que não há qualquer prova mínima de ofensa efetiva à honra, à moral ou imagem da parte prejudicada, como in casu. Os danos ventilados pela requerente não passam de conjecturas.
Não fosse isso o suficiente, afirma-se que a dor moral, decorrente da ofensa aos direitos da personalidade, conquanto subjetiva, deve ser diferenciada do mero aborrecimento. Isso qualquer um está sujeito a suportar. Nesse compasso, o dever de indenizar por dano moral reclama um ato ilícito capaz de imputar um sofrimento físico ou espiritual, impingindo tristezas, preocupações, angústias ou humilhações. É dizer, o abalo moral há de ser de tal monta que adentre na proteção jurídica e, por isso, necessária cabal prova de acontecimentos específico e de sua intensidade.
Dessarte, os transtornos, levantados pela parte requerida, não passam de meros aborrecimentos. E esses, bem como quaisquer chateações do dia a dia, desavenças ou inadimplemento negocial, são fatos corriqueiros e não podem ensejar indenização por danos morais. Afinal, faz parte da vida cotidiana, com seus incômodos normais.
Com efeito, para que se possa falar em dano moral, é preciso que a pessoa seja atingida em sua honra, sua reputação, sua personalidade, seu sentimento de dignidade, passe por dor, humilhação, constrangimentos, tenha os seus sentimentos violados. Em nada disso se apoia a peça vestibular.
É de se concluir, assim, que o fato narrado não teve maiores consequências e não passou de percalço no cotidiano de qualquer um, não sendo apto a causar constrangimento e dor a parte requerente. Por via de consequência, improcedente o pedido de indenização sob o enfoque de dano moral. 
III – DOS PEDIDOS:
Diante do exposto, requer:
a) O acolhimento da preliminar alegada.
b) A improcedência total dos pedidos da parte requerente.
IV – DAS PROVAS:
Pugna por todos os meios de provas em direito admitidas, na forma do artigo 32, L. 9099/95.
Nestes termos
Pede deferimento
Município, DATA
ADVOGADO
OAB/UF ….