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Maria Eduarda Crispim Prof.: Mayana Sales 2022.1 resumo: PROCESSO PENAL ii 1ª avaliação Medidas cautelares pessoais Conceito · Utilizada para resguardar o objeto jurídico penal · São necessárias quando precisam ser tomadas em momento específico, caso contrário, não irá produzir mais efeitos, para que não seja perdido o resultado final almejado Espécies · Natureza patrimonial: sobre o bem do indivíduo, para evitar que ele se desfaça da coisa · Natureza probatória: produção antecipada de provas · Natureza pessoal: limitação de liberdade (obs.: não confundir com privação) polimorfologia cautelar · Existem várias formas de cautelar, que não vai necessariamente privar o sujeito de liberdade · Antigamente só existia a bipolaridade cautelar: estava preso ou solto Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades; II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; IX - monitoração eletrônica. características · Acessoriedade: não existe ação própria para ela, sendo adotada no seio da investigação/processo criminal · Instrumentalidade: instrumentalidade qualificada Processo: instrumento para salvaguardar o direito do sujeito Medida cautelar: instrumento para salvaguardar o processo “O instrumento do instrumento” · Sumariedade: não existe uma análise profunda, mas simplória (não precisa de certeza) · Preventividade: evitar a ocorrência de danos ao processo · Provisoriedade: existem enquanto for necessário (não é definitivo) · Revogabilidade: revogável de ofício e à requerimento das partes · Referibilidade: o juiz deve fazer referência à situação de risco · Jurisdicionalidade: apenas o juiz pode decretar, com exceção de autoridades policiais excepcionalmente · Legalidade: deve estar prevista em lei (rol do art. 319) PRINCÍPIOS · Presunção de inocência: investigado tem até o trânsito em julgado, sendo ela provisória · Homogeneidade: proporcionalidade entre a medida cautelar e a medida final (análise) · Vedação à prisão por força de lei: não aplica apenas a lei, deve analisar o caso concreto · Excepcionalidade: a regra é a liberdade, sendo adotada em caso excepcional (risco) · Princípio da confiança do juiz: há uma confiança na medida que será tomada pelo juiz pressupostos FUMUS COMISSI DELICTI + PERICULUM LIBERTATIS Fumaça do cometimento de crime Perigo da liberdade poder geral de catela O juiz tem não tem poder geral de cautela x Juiz pode aplicar medida cautelar que não está prevista em lei (que não seja mais grave) Análise de necessidade e adequação legitimidade · A legitimidade para decretar é do Poder Judiciário, apenas sendo provocada por: Processo Investigação MP MP Querelante (APP) Autoridade policial Assistente de acusação · Quando na excepcionalidade, o delegado de polícia decreta, o MP opina antes de judicializar · Apenas pode ser feita a revogação de ofício, não a decretação · Pode ocorrer de forma cumulativa · O juiz pode decretar uma medida cautelar mais drástica, quando a primeira for descumprida pelo sujeito revogação · A medida cautelar não tem um prazo pré-estabelecido · A revogação pode ocorrer de i) ofício, ou ii) a pedido das partes (quando a medida não é mais necessária) prisões conceito Prisão pena (sentença penal transitada em julgado) x Prisão cautelar (salvaguarda o processo, qualquer uma que seja antes da prisão pena) a execução de uma prisão · Mandado de prisão: pedido por escrito que decrete o cárcere do sujeito pela prática de determinado crime · Deve conter: Obs1: valor apenas para crimes afiançáveis Obs2: quando o preso se recusar a assinar, assinam duas testemunhas Obs3: se não souber o nome do sujeito, deve conter as características do mesmo · Cumprido pelo policial ou oficial de justiça · É possível prisão preventiva sem mandado, quando for crime inafiançável · Restrição de horário e inviolabilidade domiciliar · O cumprimento do mandado precisa ocorrer durante o dia · Isso apenas é aplicado caso o sujeito esteja em seu domicilio, caso contrário, não aplica essa regra · Para o cumprimento, pode ser utilizada força policial, e se for de noite, cerca o local até amanhecer · Prisão em flagrante não possui essas restrições · Prisão em perseguição · É possível se ela for finalizada com a prisão, inclusive sendo em outra comarca · Regra para comarca diferente: i. o preso é apresentado à autoridade local, ii. tem 30 dias para encaminhar o preso à comarca competente · Prisão em território diverso da atuação judicial: pode ser cumprido o mandado em outro território, inclusive por e-mail (verificação de autenticidade) Importante: Súmula 11 do STF – casos em que as algemas podem ser utilizadas (excepcional) prisão em flagrante · O flagra não é inerente ao momento especifico do cometimento do crime · Pré-cautelar, antes da análise da cautela, tendo em vista que o auto da prisão em flagrante é encaminhado para que o juiz decida a cautelar. · Fundamentos: · Fazer cessar a prática do delito, para que não ocorra a consumação · Colher o maior número de provas (o crime foi visto acontecendo) · Evitar a fuga do sujeito · Proteger o próprio infrator · Sujeitos: · Ativo: quem realiza a prisão em flagrante - Facultativo: aquele que pode realizar, mas se não quiser, não precisa - Obrigatório: aquele que possui obrigação de realizar (agente de segurança pública) Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: I - está cometendo a infração penal; II - acaba de cometê-la; III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração Espécies de flagrante · Flagrante próprio: quando o flagra acontece no momento do cometimento do delito, ou logo após, ou seja, quando o sujeito ainda está na cena do crime (verdadeiro) – inciso I e II do art. 302 do CPP · Flagrante impróprio: ocorre quando há uma perseguição ininterrupta, logo após (imediatamente) a pratica do crime, e o mesmo é capturado (quase flagrante) – inciso III. Possui 3 fatores necessários: · Flagrante presumido: o sujeito é encontrado com instrumentos que presumem a prática do crime (assimilado) – inciso IV. Possui 3 fatores necessários: Fora das possibilidades já explicadas, o flagrante é ilegal, sendo eles: · Flagrante esperado: quando já se sabe que o crime irá ser cometido, e se espera a execução para a realização da prisão em flagrante · Flagrante preparado/provocado/crime de ensaio: existe uma indução para que o sujeito pratique o crime para ser preso em flagrante· Flagrante prorrogado/retardado/postergado/diferido/ação controladora: quando a polícia deixa o crime acontecer para colher um maior número de provas e pessoas · Flagrante forjado: quando é forjada uma situação fática para tentar legitimar a prisão em flagrante · Flagrante cataléptico: se feito inicialmente, seria legal, mas com a continuidade da prática do crime, passa a ser ilegal o flagrante · Flagrante após apresentação espontânea: não pode ocorrer a prisão em flagrante do sujeito que se apresenta na delegacia flagrante nos crimes permanentes, continuados e habituais · Crime permanente: a consumação se prolonga no tempo, e por isso é possível realizar a prisão em flagrante durante todo o período de cometimento (se consome aos poucos) · Crime continuado: concurso de crimes, onde crimes da mesma espécies são continuações um do outro, podendo haver a prisão em flagrante enquanto houver continuidade · Crimes habituais: necessário que o sujeito pratique a mesma conduta de forma reiterada, apenas sendo possível a prisão em flagrante se a situação demonstrar Flagrante de acordo com a ação penal do delito praticado · Ação penal pública incondicionada: há a prisão em flagrante · Ação penal pública condicionada ou ação penal privada: depende da manifestação do ofendido · Em regra, essa manifestação é rápida, no prazo de 24 horas, já que fora desse tempo, sem a autuação, não tem necessidade de persecução penal Obs.: O delegado faz uma análise do crime x prisão em flagrante formalidades para lavratura do auto de prisão em flagrante · A prisão em flagrante precisa ser realizada dentro das hipóteses previstas · São as formalidades: Condutor – quem levou o preso à delegacia Testemunhas – duas pessoas que presenciaram (comum que sejam policiais) Conduzido – pode exercer o direito de silêncio Art. 5º, LXIII, CF Escrivão da polícia na presença de autoridade policial · Nota de culpa: contém nome do preso e o crime supostamente cometido, que deve ser entregue em até 24h ao sujeito para assinar (geralmente se recusa) em duas vias · Prazo: 24h para finalização (nota de culpa e encaminhamento pra DP, se necessário) · Liberdade concedida pelo delegado de polícia: nos crimes com médio potencial ofensivo (até 4 anos). · Recolhimento do preso: o sujeito pode ser recolhido para delegacia até a audiência de custódia · Audiência de custódia: até 24 do recebimento do auto de prisão em flagrante (48h depois do delito), onde é discutido apenas a necessidade da prisão, não mérito liberdade provisória Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código. Conceito · Medida de contracautela (evitar) que permite que o preso em flagrante responda ao processo em liberdade - Juiz analisa o auto de prisão em flagrante e escolhe: i. liberdade provisória, ii. prisão preventiva ou iii. relaxa Liberdade provisória x revogação x relaxamento Para evitar a prisão preventiva Discussão sobre o fundamento da prisão (HC) Significa que a prisão foi ilegal (fora da lei) · A liberdade provisória pode ser decretada de ofício ou a pedido das partes · Como a prisão em flagrante é feita pela autoridade judicial, é necessária a audiência de custódia para uma análise do juiz ESPÉCIES A. Obrigatória: quando o crime tiver uma pena leve, mas não é adotado na prática B. Vedada: proibido pela lei a concessão, sendo uma medida constitucional, sem análise de necessidade/proporcionalidade (pacote anticrime) Art. 310, § 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares. C. Possível: pode ser com fiança ou sem (os crimes hediondos são inafiançáveis) · Liberdade provisória sem fiança i. Excludente de ilicitude: ii. Desnecessidade de prisão preventiva: se não houver necessidade de fiança, nem prisão preventiva, decretará a liberdade provisória iii. Situação econômica do preso: a fiança não pode limitar a liberdade, e se o preso tiver impossibilidade de arcar, será concedida sem fiança iv. Liberdade provisória obrigatória: crimes do CTB, Lei de Drogas e JEC, é cabível · Recurso cabível: - Concessão da liberdade provisória: é possível que o MP recorra por Recurso em Sentido Estrito, - Decretação da preventiva: é possível apenas HC e pedido de revogação · Liberdade provisória com fiança · Fiança: prestação pecuniária que vincula o sujeito à persecução penal (caução) - O dinheiro poderá ser devolvido ou não · Valor: Critério objetivo e critérios subjetivos Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites: § 1o Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser: I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consideração a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado, as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem como a importância provável das custas do processo, até final julgamento. força da prestação da fiança Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, federal, estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar. Obs.: Geralmente é utilizada a opção do dinheiro obrigações do financiado Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida como quebrada. Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado. · Com o pagamento da fiança, essas obrigações serão atreladas ao sujeito, e o não atendimento às obrigações dos arts. acima, incorre em quebra de fiança. · O juiz pode aplicar diversas medidas previstas no CPP Obs.: as medidas cautelares servem para demonstrarem que a prisão deve ser a última medida a ser adotada (binômio, adequação e proporcionalidade) crimes inafiançáveis Art. 323. Não será concedida fiança: I - nos crimes de racismo; II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; · Deste modo, todos os crimes não elencados no rol do art. possuem pagamento da garantia. momento para conceder a liberdade provisória · Deve ocorrer depois do flagrante e antes da decretação da prisão preventiva. · Pode ser decretada por juiz ou, nos casos de penas máximas de 4 anos, pela autoridade policial consequências processuais para perder a fiança a. Cassação da fiança: quando for indevida. Deve ressaltar que isso não irá incorrer diretamente na prisão, o juiz irá analisar o caso em concreto para tomar a medida cabível (liberdade provisória sem fiança ou outras medidas). Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na espécie será cassada em qualquer fase do processo. b. Reforço da fiança: Art. 340. Será exigido o reforço da fiança: I - quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente; II - quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipotecados ou caucionados, ou depreciação dos metais ou pedras preciosas; III - quando for inovada a classificação do delito. Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu serárecolhido à prisão, quando, na conformidade deste artigo, não for reforçada. · No que é disposto pelo inciso III, é possível que o juiz desconsidere a subsunção feita pela autoridade policial ao qualificar o delito. · Fiança idônea: quando o sujeito não pode arcar com a fiança. Neste caso, o juiz tomará outra medida. Obs.: a cassação ou reforço não significa uma prisão imediata c. Quebra de fiança: Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo justo; II – deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo; III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança; IV - resistir injustificadamente a ordem judicial; V - praticar nova infração penal dolosa. d. Perda de fiança: Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o acusado não se apresentar para o início do cumprimento da pena definitivamente imposta. · Dessa forma, o sujeito não recebe mais valor algum. · Utilizada para pagar as prestações pecuniárias referentes à essa decisão prisão preventiva conceito e momento · Conceito: medida cautelar decretada pelo Poder Judiciário (hipóteses previstas em Lei) · NECESSIDADE E ADEQUAÇÃO · Momento: na investigação ou fase de processo, não sendo uma medida exclusiva da prisão em flagrante legal · Não pode ser decretada de ofício, apenas por provocação das partes. legitimidade · Decretação pelo poder judiciário · Requerimento/representação pelo MP, autoridade policial, assistente de acusação (curso do processo) ou querelante (ação penal privada). Obs.: o mais comum é o MP e autoridade policial, já que no caso do querelante, geralmente são crimes menos ofensivos. originária, derivada, decorrente do descumprimento de outras medidas i. Originária: preventiva na origem, desde o início (1ª prisão) ii. Derivada: deriva de outra prisão em flagrante, convertendo-a em prisão preventiva iii. Decorrente do descumprimento de outras medidas: há o descumprimento de outras medidas cautelares, sendo aplicada a prisão preventiva pressupostos Fumaça do cometimento do delito (evidências) + Perigo de liberdade (ao rito processual) hipóteses de justificação Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado. § 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares i. gravidade concreta do delito ii. periculosiade do agente iii. modus operandi iv. vida pregressa Quando o crime tem repercussão financeira A liberdade do sujeito gera a possibilidade de inexecução da lei A única que não precisa conjugar com o art. 312 A liberdade problematiza a investigação hipóteses de admissibilidade · Poderá ser decretada a prisão preventiva com a incidência do art. 312, os pressupostos, juntamente as hipóteses do art. 313 (não cumulativas): Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; Obs.: O crime deve ser grave II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; Obs.: primeiro será decretada a medida protetiva, e caso o sujeito descumpra, aplica-se a preventiva § 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. Obs.: a prisão serve para conseguir identificar o sujeito duração · Prazo · Não tem um prazo de duração pré-estabelecida, mas não pode configurar uma antecipação de pena, devendo ser decretada apenas com a necessidade demonstrada · Contudo, ainda que não tenha um prazo, o STF estipulou que exista uma reanálise da decretação para uma possível configuração de excesso. · No mesmo sentido, o Pacote Anticrime instituiu que a cada 90 dias o juiz pode fazer a reanálise · Legalmente o juiz pode fazer a reanálise de ofício, mas pela grande demanda na maioria das comarcas, o STF instituiu que o juiz deve ser provocado pelas partes · A configuração do excesso · É realizada uma análise de proporcionalidade: · Quanto mais complexo ou por causa da própria defesa, o excesso não é configurado · Quando reconhecido o excesso e revogada a prisão preventiva, não é impedida a possibilidade de decretação de uma nova · Caso um corréu tenha o excesso reconhecido, não irá necessariamente se estender ao outro, tendo em vista que pode se justificar por motivação ligada a um ou a todos apresentação espontânea · Diferentemente da prisão em flagrante, a prisão preventiva pode ser cumprida através de uma apresentação espontânea. relaxaento e revogação Revogação Relaxamento Sem admissibilidade dentre as hipóteses Hipóteses de admissibilidade (art. 313) Ilícita Lícita Possível pedir cumulado com o pedido de liberdade provisória, mas podem ter fundamentações confrontantes (312 x 313) · Para a prisão em flagrante ser convertida para preventiva, é necessária a provocação (mesma lógica do 311, acima) prisão temporária (lei 7.960/89) introdução · É uma modalidade da fase de investigação (não pode ocorrer na fase processual) decretada pelo Poder Judiciário, conforme os requisitos legais · Natureza jurídica: medida cautelar requisitos Art. 1° Caberá prisão temporária: I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial; · Periculum libertatis, quando necessário para o curso correto da investigação II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade; · Pode ocorrer em qualquer fase do inquérito (indicado = investigado) · O fato de não ter residência fixa não é específico, já que mesmo sem ela, o sujeito pode ser facilmente identificado · Periculum libertatis III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: · Caberá apenas no rol taxativo (deve estar previsto em lei, não abrangendo a discricionariedade do juiz) do artigo e nos crimes hediondos equiparadas · Fumus comissi delicti · Os incisos são cumulativos (I ou II + III), somando o fumus comissi decti e periculum libertatis Rol de crimes que autorizam a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°); b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°); c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°); e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único); i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°); j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285); l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal; m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de suaformas típicas; n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976); o) crimes contra o sistema financeiro; p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. · Acrescenta-se os crimes hediondos · Estando o crime abarcado nesse rol, deve ser analisado se os incisos I ou II estão presentes pROCEDIMENTO · Decretação: Poder Judiciário (juiz) mediante provocação, tendo em vista que não pode ser de ofício · Legitimidade para requerer/representar: Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. Requer Representa Ministério Público Delegado de polícia · O querelante e assistente de acusação não podem requerer a prisão temporária, tendo em vista que, respectivamente, os crimes de ação penal privada não são previstos no rol da lei, e a mesma apenas ocorre em fase de investigação. · Requisitos: · Fumus comissi delict (delitos apenas previstos no rol) e periculum libertatis · Prazo para decidir e de duração da prisão: · Prazo: o juiz tem 24h para decidir, contadas a partir do momento que recebe o pedido (geralmente ocorre no plantão), então é importante que esteja bem fundamentado · Duração: para crimes comuns, 5 dias, para crimes hediondos 30 dias. Ambos são prorrogáveis para as respectivas durações, que não ocorre de forma automática · O prazo é contado a partir do dia da prisão (não importa se a prisão ocorreu apenas no fim do dia) · O juiz pode decretar os 30 dias em blocos (ex.: de 10 em 10 dias), mas respeitando o prazo máximo · O STF decidiu que a prisão temporária deve ter: 1. Imprescindibilidade para investigação; 2. Indicio de autoria e materialidade; 3. Contemporaneidade dos fatos com a decisão e; 4. Gravidade do delito recurso · É cabível recurso em sentido estrito contra decisão que indefere a prisão temporária · É cabível pedido de revogação para o próprio juiz ou HC ao tribunal contra decisão que o juiz decreta a prisão temporária Obs.: é possível que a prisão temporária seja convertida em preventiva prisão domiciliar introdução · Modalidade de prisão cautelar que substitui a preventiva dentro das hipóteses legais: Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: I - maior de 80 (oitenta) anos; II - extremamente debilitado por motivo de doença grave; III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência; IV - gestante; V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos. Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo. · Há a privação da liberdade dentro da casa do sujeito · Neste caso, não é equivalente à prisão domiciliar da LEPE, que seria o cumprimento de pena.
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