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Relatório SUS - Atenção Básica


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81
CAMPANHA NACIONAL DE ESCOLAS DA COMUNIDADE
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNICNEC DE BENTO GONÇALVES
BACHARELADO EM ENFERMAGEM
GABRIELE FERREIRA DA LUZ
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO II 
ATENÇÃO BÁSICA
BENTO GONÇALVES
2021
GABRIELE FERREIRA DA LUZ 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO II
ATENÇÃO BÁSICA
Relatório SUS apresentado à disciplina de Estágio Curricular Supervisionado II, do Curso de Bacharelado em Enfermagem, do Centro Universitário UNICNEC de Bento Gonçalves, como requisito parcial para avaliação da disciplina, sob a orientação da profª MSc. Zuleica Alessio Orso. 
BENTO GONÇALVES
2021
RESUMO
INTRODUÇÃO: O presente Relatório de Estágio foi elaborado durante o Estágio Curricular Supervisionado II, no decorrer do décimo semestre do curso de Bacharelado em Enfermagem do Centro Universitário Cenecista de Bento Gonçalves. A prática disciplinar do estágio ocorreu em âmbito de Saúde Pública e foi realizada na Unidade de Estratégia de Saúde da Família (ESF) Zatt no período de agosto a dezembro de 2021. Está dividido em uma breve explanação sobre o Sistema Único de Saúde (SUS). OBJETIVO: O objetivo do relatório é aperfeiçoar os conhecimentos a respeito do Sistema Único de Saúde, como também, conhecer os serviços ofertados à população município de Bento Gonçalves. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo exploratório e descritivo embasados na metodologia da pesquisa-ação. Segundo Thiollent (1986) A revisão mostra importantes aspectos referentes à história do SUS, onde ao desenrolar da evolução são criadas políticas de saúde para o país, amparadas por leis, diretrizes e normas operacionais. CONCLUSÃO: O SUS, em conjunto com as demais políticas, deve atuar na promoção, prevenção de ocorrência de agravos e recuperação dos doentes.
Palavras-chave: Enfermagem. Sistema Único de Saúde (SUS). Leis. Diretrizes. Normas. 
SUMÁRIO
1.	O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS	8
1.1.	A SAÚDE PÚBLICA ANTERIOR AO SÉCULO XX	8
1.2.	O MODELO BISMARCKIANO	8
1.3.	O INSTITUTO DE APOSENTADORIA E PENSÕES – IAPS	9
1.4.	A CRIAÇÃO DOS SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS	10
1.5.	A REGULAMENTAÇÃO DO SUS NO INÍCIO DOS ANOS 90	11
1.6.	CONSELHOS E CONFERÊNCIAS	12
1.7.	A ATENÇÃO PRIMÁRIA	12
1.8.	O FINANCIAMENTO DO SUS	13
2.	PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS E ORGANIZATIVOS DO SUS	14
2.1.	UNIVERSALIDADE	14
2.2.	EQUIDADE	14
2.3.	INTEGRALIDADE	14
2.4.	REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO	14
2.5.	DESCENTRALIZAÇÃO E COMANDO ÚNICO	14
2.6.	PARTICIPAÇÃO POPULAR	14
3.	CONSTITUIÇÃO FEDERAL	15
3.1.	LEI ORGÂNICA Nº 8.080/90	15
3.2.	LEI N° 8.142/90	15
4.	NORMAS OPERACIONAIS BÁSICAS DE SAÚDE	17
4.1.	NORMAS OPERACIONAIS BÁSICAS DO SUS DE 1991	17
4.2.	NORMAS OPERACIONAIS BÁSICAS DO SUS DE 1992	17
4.3.	NORMA OPERACIONAL BÁSICA DE 1993	18
4.4.	NORMA OPERACIONAL BÁSICA DE 1996	18
4.5.	NORMAS OPERACIONAIS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE (NOAS) DE 2001 E 2002	19
5.	PACTO PELA SAÚDE	21
5.1.	PACTO PELA VIDA	21
5.2.	PACTO EM DEFESA DO SUS	21
5.3.	PACTO DE GESTÃO DO SUS	22
6.	POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE SAÚDE	23
6.1.	ESTRATÉGIAS DE SAÚDE DA FAMÍLIA	23
6.2.	REDE CEGONHA	23
6.3.	PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA DO ACESSO E DA QUALIDADE DA ATENÇÃO BÁSICA (PMAQ)	23
6.4.	ACADEMIA DA SAÚDE	24
6.5.	PROGRAMA AMAMENTA E ALIMENTA BRASIL	24
6.6.	PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA	24
6.7.	BRASIL SORRIDENTE	24
6.8.	PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA	25
6.9.	MELHOR EM CASA	25
6.10.	FARMÁCIA POPULAR	26
6.11.	CARTÃO NACIONAL DE SAÚDE	26
6.12.	UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO – UPA 24H	26
6.13.	SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA – SAMU	27
6.14.	PROGRAMA DE VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA – PROVAB	27
6.15.	NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA	27
6.16.	UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS – UNASUS	27
6.17.	POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER	28
6.18.	POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM	28
6.19.	POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA INTEGRAL À SAÚDE DO IDOSO	28
6.20.	POLÍTICA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA (PNAISC)	29
6.21.	POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE INTEGRAL DE ADOLESCENTES E JOVENS NA PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E RECUPERAÇÃO DA SAÚDE	29
6.22	POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR E DA TRABALHADORA	30
6.22.	PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO	30
6.23.	AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE	31
6.24.	COMBATE À DENGUE	32
6.25.	SAÚDE DOS POVOS INDÍGENAS	32
6.26.	PROGRAMA DE VOLTA PRA CASA	32
6.27.	QUALISUS – REDE	33
6.28.	PROJETO EXPANDE	33
6.29.	DOAÇÃO DE ÓRGÃOS	33
6.30.	OLHAR BRASIL	34
6.31.	PROGRAMA DE CONTROLE AO TABAGISMO E OUTROS FATORES DE RISCO DO CÂNCER	34
6.32.	PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DO CÂNCER DE MAMA	35
6.33.	PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO	35
6.34.	REDUÇÃO DA MORTALIDADE – QUALINEO	35
6.35.	PROGRAMA NACIONAL DE SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA A	36
7.	INDICADORES DE SAÚDE	37
8.	SISTEMA DE AVALIAÇÃO (PMAQ)	38
9.	MODELO TÉCNICO ASSISTENCIAL EM SAÚDE	40
10.	O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) E O RIO GRANDE DO SUL	41
11.	O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) NO MUNICÍPIO DE BENTO GONÇALVES	43
11.1 SERVIÇOS PRIMÁRIOS	44
11.1.1 Unidades Básicas de Saúde	44
11.1.2 Unidades da Estratégia Saúde da Família	44
11.1.3 Núcleo de Apoio a Saúde da Família	45
11.2 SERVIÇOS SECUNDÁRIOS	45
11.2.1 Unidade de Pronto Atendimento – UPA 24h	46
11.2.2 Pronto Atendimento Zona Norte - PA Zona Norte	46
11.2.3 Serviço de Assistência Domiciliar – Melhor em Casa	47
11.2.4 Centro de Referência Materno Infantil	47
11.2.5 Serviço de Atendimento Especializado e Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA)	48
11.2.6 Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS II)	48
11.2.7 Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD)	48
11.2.8 Centro de Atenção Psicossocial Infantil - CASPI	48
11.2.9 Centro Municipal de Fisioterapia	49
11.2.10 Centro de Especialidades Odontológicas - CEO Tipo I	49
11.2.11 Serviços de Apoio e Diagnóstico	50
11.2.12 Bloco Cirúrgico	50
11.2.13 Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU	50
11.2.14 Comunidade Terapêutica Rural de Bento Gonçalves	51
11.2.15 Atendimentos especializados	52
11.3 SERVIÇOS TERCIÁRIOS	52
11.4 VIGILÂNCIA EM SAÚDE	53
11.5 ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA	53
11.6 SERVIÇOS TERCEIRIZADOS	54
11.6.1 Hospital Tacchini	54
12.1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA ACADÊMICA EM CAMPO DE ESTÁGIO	56
12.1.1 Atividades Assistenciais	56
12.1.2 Atividades Administrativas	56
12.1.3 Atividades Educativas	56
CONCLUSÃO	57
REFERÊNCIAS	58
1. O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS 
1.1. A SAÚDE PÚBLICA ANTERIOR AO SÉCULO XX
As primeiras iniciativas em saúde pública no Brasil datam de 1808, com a vinda da corte portuguesa para o país antes desse período, o atendimento era feito por médicos formados no exterior que prestavam serviço as camadas eletrizadas da população brasileira, e por pajés e curandeiros para os demais cidadãos (HACK, 2019).
De meados do século XIX até o início do século XX, as ações governamentais em saúde estavam voltadas, principalmente, ao combate às endemias e as iniciativas de saneamento. As demais ações eram feitas por instituições de caráter filantrópico e incomum para profissionais de saúde filantropos. A característica da gestão de saúde pelo império era de centralização (HACK, 2019).
Dom Pedro II, em seu reinado, instituiu a fiscalização a higiene pública. O principal foco nesta época era estruturar o sistema de saneamento básico, visando evitar contaminações e doenças. No início do Século XX, visando o desenvolvimento populacional saudável, iniciou-se, por parte dos sanitaristas, campanhas em prol da vacinação, especialmente em relação a varíola.
As intervenções desse período eram bastante autoritárias, tanto no processo de humanização quando a interferência de agente de saúde e, até mesmo, de agentes policiais nas residências circula chegando a ser bens considerados de risco à saúde (HACK, 2019).
Uma das ações e, cuja repercussão estão histórica, foi a vacinação compulsória contra a varíola, iniciada em 1904.logo no início da aplicação da sua proposta, surgiu o movimento que ficou conhecido como a revolta da vacina. No qual os cidadãos negavam-se a ser vacinados (HACK, 2019).
1.2. O MODELO BISMARCKIANOAinda no início do Século XX foi adotado o modelo Bismarckiano, com o sistema universal de saúde e seguro social, financiado com base em contribuições obrigatórias. No Brasil ocorreu a criação da Caixa de Aposentadoria e Pensão - CAPS, visando garantir a proteção dos trabalhadores na velhice. No governo Getúlio Vargas o CAPS tornou-se IAPS – Instituto de Aposentadoria e Pensões. Nesta época, igualmente, foram adquiridos direitos aos trabalhadores como assistência médica e licença-gestante.
O modelo biomédico desenvolvido e amplamente adotado em meados do século XIX, atribuiu o grande centralidade doença, não compreendendo um plano ampliado de promoção de saúde e prevenção (HACK, 2019).
Inicialmente, a saúde pública era deferida para atender aos interesses do mercado e do governo e replicava práticas autoritárias (HACK, 2019).
Até a década de 1980, no Brasil, parte do atendimento em saúde era considerada como a assistência previdenciária, ou seja, uma cobertura de proteção social para aqueles que trabalhavam formalmente e contribuíram com as estruturas de seguridade social da época (HACK, 2019).
Tem-se, assim um período de forte relação de política de saúde com a política de previdência social (HACK, 2019).
Na sequência, na negociação entre trabalhadores e empregadores, foram sendo constituídas as Caixas de Aposentadoria e Pensões - CAPs nesse modelo, trabalhadores contra entregadores contribuíram com o fundo que segurava a proteção de aposentadoria, cobertura em caso de impossibilidade para o trabalho por adventos involuntários ou proteção e saúde (ESCOREL; TEIXEIRA, 2012).
Com a constituição das capas, a partir de 1917, a perspectiva de participação do Estado nessa relação foi sendo ampliada, bem como a incorporação da cobertura por serviços de Saúde de responsabilidade estatal (ESCOREL; TEIXEIRA, 2012).
1.3. O INSTITUTO DE APOSENTADORIA E PENSÕES – IAPS
Os INPS eram um sistema militar, que apesar de visar a melhora da saúde e a construção de hospitais para cada classe de trabalhador, era centralizado, possuía problemas financeiros, com desvios de recursos para outras finalidades, misturava dinheiro público e privado e sucateou os hospitais existentes. Quando mudou o nome para INAMPS, a situação permaneceu a mesma, uma vez que a corrupção prejudicava muito o sistema, além de seu acesso ser restrito e dava ênfase apenas a cura.
Em 1953 houve a criação do Ministério da Saúde, sendo o primeiro órgão do governo com atuação exclusiva na criação de políticas de saúde. As Conferencias de Saúde ocorriam e foram de grande importância, uma vez que estudavam sobre a criação de um sistema universal de saúde.
A partir de 1933, sobre o governo de Getúlio Vargas, ou reunificação das CAPs em Institutos de Aposentadorias e Pensões - IAPS ampliando os direitos assegurados por empresa com a equiparação de todos os profissionais de uma mesma categoria nos IAPs, a participação e a intervenção estatal na gestão dos recursos também foram ampliados (ESCOREL; TEIXEIRA, 2013).
Segundo Hack, 2019 p. 35:
Em 1966, a cobertura de previdência social foi expandida a todos os trabalhadores devidamente registrada sob o regime de Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT, passando a ser gerido por um único instituto, de abrangência nacional: o Instituto Nacional de Previdência Social - INPS, que compreende a cobertura as previdenciárias e de saúde. Em 1977, as questões de saúde passaram a ser de responsabilidade do instituto nacional de assistência médica da previdência social – Inamps, e pela Central de Medicamentos - Ceme, que compunham o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social Simples ao lado do – Sinpas, ao lado do INPS e de outros institutos de campo previdenciária de assistência social neste contexto, grande volume das ações governamentais no campo da Saúde vinculada ao ministério da previdência e assistência social e no ministério da Saúde.
Quanto aos trabalhadores informais ou não compreendidos no regime de previdência social vigente na época, aos desempregados e os demais estados não vinculados ao mercado formal de trabalho, não existe uma oferta consistente de serviço pela saúde pública.
Aqueles excluídos da cobertura previdenciária eram atendidos pela assistência, em que se destaca a participação dos hospitais filantrópicos, como as unidades de Santa casa de misericórdia.
1.4. A CRIAÇÃO DOS SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS
No final dos anos 80 estudiosos se reuniam visando aprimorar a saúde pública. Havia o princípio de a saúde ser um direito de todos e um dever do Estado para com o povo, para isso, deveria ser criado um sistema universal e descentralizado, que trata-se a todos com igualdade e possuísse participação social.
O movimento sanitário foi constituído, inicialmente, por um grupo de intelectuais profissionais, com forte característica acadêmica, e ampliou-se para as bases, acolhendo debate populares sobre a saúde e suas demandas da população brasileira (HACK, 2019).
Em 1988 seria criado, na Constituição Federal, o Sistema Único de Saúde – SUS, focado em três princípios: universalização, onde o acesso deveria abranger todos os cidadãos, sem distinção; Integralidade, passando por todas as etapas dos pacientes, desde a prevenção, até a cura e a reabilitação; e a Equidade, tratamento igualitário entre as pessoas, visando atingir estado de real igualdade entre pacientes.
Segundo Hack, 2019 p. 48:
Os princípios centrais a serem defendidos na luta pela reforma sanitária:
· Direito universal à saúde;
· Caráter Inter setorial dos determinantes da Saúde papel regulador do estado com relação ao mercado de saúde; nova linha de centralização, regionalização e hierarquização do sistema;
· Participação popular e controle democrático;
· Integração entre saúde previdenciária e Saúde pública.
Sua organização operacional era focada na descentralização, uma vez que havia a divisão dos poderes no trato a saúde; a municipalização, pois os municípios passavam a ter controle e autonomia na organização da saúde; a participação social, uma vez que há Conselhos e Conferências de Saúde e a Complementariedade, uma vez que era possível contratar o setor privado, principalmente tendo como base o terceiro setor (entidades filantrópicas e sem fins lucrativos), para boa prestação com base nos princípios do SUS.
Segundo Hack, 2019 p. 52:
· 1986: realização da VIII Conferência Nacional de Saúde durante o período de redemocratização do país, com mais de 5.000 participantes, ocasião e quem foi aprovado SUS como diretriz para o avanço da política de saúde no Brasil segundo as prerrogativas defendidas pelo movimento da reforma sanitária.
· 1988: reconhecimento da saúde como direito universal e responsabilidade estatal no texto da CF aprovado nesse ano;
· 1990: regulamentação dos artigos constitucionais referentes ao direito à saúde pela lei nº 8.080/1990 e nº 8.1 42/1990; e implementação do SUS 
· 2011: aprovação do decreto nº 7.508/2011 que regulamenta a lei nº 8.080/1990.
1.5. A REGULAMENTAÇÃO DO SUS NO INÍCIO DOS ANOS 90
Em 1990 foi elaborada a Lei 8.080/90, a qual visava regulamentar e complementar o Sistema Único de Saúde. Esta lei estipulou a participação em nível Federal na saúde como definir as políticas públicas de saúde, em nível estadual coordenar as políticas definidas pela esfera Federal e cabia a esfera Municipal a execução das políticas em questão (BRASIL, 1990a).
Apesar da divisão na esfera de competência, a esfera Federal, em situações excepcionais, pode executar as políticas de saúde, como nos portos, aeroportos e nas fronteiras. O setor privado, igualmente, pode atuar na saúde de forma livre e complementar (BRASIL, 1990a).
Ainda em 1990 foi elaborada a Lei 8.142/90 que regulamentava os recursos e dispunha sobre as instâncias de composição do SUS. A lei em questão trata sobre o recebimento dos recursos e a forma de alocação dos mesmos, bem como diretrizes para seu destino em relação aos Municípios e Estados e as divisões orçamentárias referentes a saúde (BRASIL, 1990b).
1.6. CONSELHOS E CONFERÊNCIAS
Os Conselhos da saúdeeram organizados por meio de reuniões mensais, além de deterem controle nos gastos e na execução da saúde, com poder permanente e deliberativo, sem o legislativo poder intervir para com o mesmo. Os Conselhos ou o Poder Executivo convocavam as Conferências da saúde, com reuniões a cada quatro anos, objetivando a avaliação e a criação de medidas visando a melhora da Política de Saúde. (BRASIL, 2003a)
A composição dos conselhos de saúde compreende representantes dos governos e da sociedade civil tendo como função de defender o direito à saúde, bem como assegurar a participação social em sua gestão e fiscalização. (BRASIL, 2003a)
1.7. A ATENÇÃO PRIMÁRIA
As Portarias 648/2006 e 2488/2011 estipularam a atenção primária, tentando definir e organizar a operacionalização da saúde em relação aos pacientes. Os princípios da atenção primária tinham como base o primeiro contato, a longitude, integralidade e coordenação, havendo acessibilidade, acompanhamento integral de forma completa, o enfoque familiar, contato com a comunidade e a facilitação da relação (BRASIL, 2003a).
Art. 1º As prioridades do Pacto pela Saúde, no componente Pacto pela Vida, para o biênio 2010 - 2011 serão as seguintes:
I - atenção à saúde do idoso;
II - controle do câncer de colo de útero e de mama;
III - redução da mortalidade infantil e materna;
IV - fortalecimento da capacidade de respostas às doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária, influenza, hepatite e aids;
V - promoção da saúde;
VI - fortalecimento da atenção básica;
VII - saúde do trabalhador;
VIII - saúde mental;
IX - fortalecimento da capacidade de resposta do sistema de saúde às pessoas com deficiência;
X - atenção integral às pessoas em situação ou risco de violência; e
A Atenção primária atuava em áreas estratégicas e possuía oito características: Seus princípios principais, a reabilitação, ser integral, possuir equipe multidisciplinar, acolhimento do paciente, centrado na pessoa, de elevada complexidade e territorialização (BRASIL, 2003a).
1.8. O FINANCIAMENTO DO SUS
A Seguridade Social, conforme estipulado na Constituição e nas legislações complementares, financia a saúde e a previdência social. Impostos pagos pelas empresas como a Contribuição Social sobre Lucro Líquido – CSLL e o COFINS complementam a arrecadação da Seguridade Social. Há também o desconto em folha do INSS, mas este recurso é especifico para previdência (BRASIL, 2003a).
O financiamento do SUS é de competência dos três poderes: Federal, Estadual e Municipal, conforme definido na Emenda Constitucional 29/2000, na Lei 141/2012 e na Emenda Constitucional 86/2015, estipulando a seguinte forma de participação: 15% das receitas da União, 12% das receitas dos Estados e 15% das Receitas dos Municípios (BRASIL, 2003a).
2. PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS E ORGANIZATIVOS DO SUS
2.1. UNIVERSALIDADE
Assegura a assistência à saúde a todo e qualquer indivíduo; e o acesso a esses serviços deve ser garantido a todas as pessoas, sem distinção de cor, raça, sexo ou outras características sociais ou pessoais (BRASIL, 2017a).
2.2. EQUIDADE
Oferece ações e serviços conforme a necessidade de cada caso individualmente, investindo onde a necessidade é maior (BRASIL, 2017a).
2.3. INTEGRALIDADE 
A população deve ser atendida integralmente com ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação oferecidas pelo sistema de saúde (BRASIL, 2017a).
2.4. REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO 
Os serviços de saúde devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, limitados a uma determinada área, planejados a partir de critérios epidemiológicos, com definição e conhecimento da população a ser atendida (BRASIL, 2017a).
2.5. DESCENTRALIZAÇÃO E COMANDO ÚNICO
Descentralizar é redistribuir o poder e a responsabilidade entre os três níveis de governo. Em relação à saúde, tem o objetivo de prestar serviços com maior qualidade e garantir o controle e a fiscalização por parte da população (BRASIL, 2017a).
2.6. PARTICIPAÇÃO POPULAR 
A sociedade deve participar ativamente no sistema. Para isso, houve a criação dos Conselhos e Conferencias de Saúde, com o objetivo de formular estratégias, controlar e avaliar as políticas de saúde (BRASIL, 2017a).
3. CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
3.1. LEI ORGÂNICA Nº 8.080/90
A criação da lei 8.080 foi estabelecida no dia 19 de setembro de 1990, sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes (BRASIL, 2003a). 
A lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, executados isolados ou em conjunto, em caráter permanente ou eventual, por pessoas ou jurídicas de direito público e privados (BRASIL, 2003a).
A Lei 8.080/90 trata: 
· Da organização, da direção e da gestão do SUS; 
· Das competências e atribuições das três esferas de governo; 
· Do funcionamento e da participação complementar dos serviços privados de assistência à saúde; 
· Da política de recursos humanos; 
· Dos recursos financeiros, da gestão financeira, do planejamento e do orçamento (BRASIL, 2003a).
3.2. LEI N° 8.142/90
A criação da lei 8.142 foi estabelecida no dia 28 de dezembro de 1990, e dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências (BRASIL, 2003a).
A Lei 8.142/90 trata da alocação dos recursos do Fundo Nacional de Saúde, do repasse de forma regular e automático para os Municípios, Estados e Distrito Federal. Para o recebimento destes recursos Municípios, Estados e Distrito Federal devem contar com: 
· Fundo de Saúde; 
· Conselho de Saúde; 
· Plano de Saúde; 
· Relatório de Gestão; 
· Contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento; 
· Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) (BRASIL, 2003a).
4. NORMAS OPERACIONAIS BÁSICAS DE SAÚDE 
Estas normas definem as competências de cada esfera de governo e as condições necessárias para que Estados e municípios possam assumir as responsabilidades e prerrogativas dentro do Sistema (BRASIL, 2003c).
4.1. NORMAS OPERACIONAIS BÁSICAS DO SUS DE 1991
A primeira Norma Operacional Básica, NOB/1991, foi editada pela Presidência do Inamps (Resolução n. 258, de 7 de janeiro de 1991) e reeditada com alterações pela Resolução n. 273, de 17 de janeiro de 1991 (BRASIL, 2003c).
As principais características da NOB/SUS 01/91 são:
· Equipara prestadores públicos e privados;
· Centraliza a gestão do SUS no nível federal; 
· Estabelece o instrumento convenia como forma de transferência de recursos do INAMPS para os Estados, Distrito Federal e Municípios;
· Considera como “municipalizados” dentro do SUS, os municípios que atendam aos requisitos básicos;
· Nos estados, a função continua essencialmente como prestadores;
· Os municípios mantêm–se como prestadores (BRASIL, 2003c).
4.2. NORMAS OPERACIONAIS BÁSICAS DO SUS DE 1992
Seguiu–se a NOB de 1992, de 7 de fevereiro de 1992. Seus objetivos foram normatizar a assistência à saúde no SUS; estimular a implantação, o desenvolvimento e acionamento do sistema; e dar forma concreta e fornecer instrumentos operacionais à efetivação dos preceitos constitucionais da saúde (BRASIL, 2003c).
4.3. NORMA OPERACIONAL BÁSICA DE 1993
A NOB de 1993 foi editada por meio da Portaria GM/MS n. 545, de 20 de maio de 1993. Formalizou os princípios aprovados na IX Conferência Nacional de Saúde, institucionalizou as Comissões Intergestores Tripartite e Bipartite, criando, dessa forma, um sistema decisório compartilhado pelas diferentes instâncias (BRASIL, 2003c).
As principais normas são:
· Desencadeia processo de municipalização da gestão com habilitação dos municípios nas condições de gestão criadas (incipiente, parcial e semiplena); 
· Cria a transferência regular e automática fundo a fundo do teto global da assistência para municípios em gestão semiplena;
· Habilita municípios como gestores, criando a terceira instânciado SUS;
· Apresenta frágil definição do papel dos estados, que, entretanto, também passam a assumir seu papel de gestor do sistema estadual de saúde;
Como principais resultados, observaram–se: 
· Avanços na municipalização da gestão, com o êxito da gestão semiplena; 
· Superposição de responsabilidades, com falta de visibilidade sobre qual era a autoridade responsável por determinada ação. (BRASIL, 2003c)
4.4. NORMA OPERACIONAL BÁSICA DE 1996
A NOB–SUS/96 consolidou a política de municipalização, estabelecendo o pleno exercício do poder municipal na função de gestor da saúde. Instituiu a gestão plena do sistema municipal e a gestão plena da atenção básica e redefiniu as responsabilidades da União e dos estados (BRASIL, 2003b).
Os objetivos são:
· Definir as responsabilidades, prerrogativas e requisitos das condições de gestão;
· Caracterizar a responsabilidade sanitária de cada gestor, explicitando um novo pacto federativo para a saúde;
· Estabelecer vínculo entre o cidadão e o SUS, conferindo visibilidade quanto à autoridade responsável pela sua saúde;
· Fortalecer a gestão do SUS, compartilhada entre os governos municipais, estaduais e federal;
· Reorganizar o modelo assistencial, descentralizando aos municípios a responsabilidade pela gestão e execução direta da atenção básica de saúde;
· Regulamentar as relações entre os sistemas municipais e destes com as instâncias estadual e federal (BRASIL, 2003c).
4.5. NORMAS OPERACIONAIS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE (NOAS) DE 2001 E 2002
A Portaria GM/MS n. 95, de 26 de janeiro de 2001, cria a NOAS/2001, que instituiu os Planos Diretores de Regionalização e de Investimentos e introduziu a ideia de redes de assistência (BRASIL, 2003c).
A NOAS/2001 amplia as responsabilidades dos municípios na Atenção Básica; define o processo de regionalização na assistência; cria mecanismos para o fortalecimento da capacidade de gestão do Sistema Único de Saúde e precede os critérios de habilitação de estados e municípios (BRASIL, 2003c).
A NOAS/2002 foi instituída pela Portaria GM/MS n. 373, de 27 de fevereiro de 2002. Seu objetivo era promover maior equidade na alocação de recursos e no acesso da população às ações de saúde em todos os níveis de atenção (BRASIL, 2003c).
Os destaques da NOAS/02 são: 
· O processo de elaboração do Plano Diretor de Regionalização – PDR e da Programação Pactuada e Integrada – PPI, coordenados pelo gestor estadual, com a participação dos municípios; 
· A ampliação da atenção básica por meio do aumento do componente de financiamento federal calculado em uma base per capita com a ampliação do Piso de Atenção Básica e a criação do PAB–A; 
· A qualificação das regiões/microrregiões; 
· A política para a alta complexidade. (BRASIL, 2003c)
 
5. PACTO PELA SAÚDE 
5.1. PACTO PELA VIDA 
O pacto pela vida é um compromisso entre os gestores do SUS com enfoque nas prioridades que apresentam impacto na situação da saúde da população brasileira (BRASIL, 2006).
São seis as prioridades pactuadas:
· Saúde do Idoso;
· Controle do câncer de colo de útero e de câncer de mama; 
· Redução da mortalidade materna e infantil;
· Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza;
· Promoção da Saúde; 
· Fortalecimento da Atenção Básica (BRASIL, 2006).
5.2. PACTO EM DEFESA DO SUS
O trabalho das três esferas de governo dentro do Pacto em Defesa do SUS devem considerar as seguintes diretrizes:
· Expressar os compromissos entre os gestores do SUS com a consolidação da Reforma Sanitária Brasileira, explicitada na defesa dos princípios do SUS;
· Desenvolver e articular ações que visem qualificar e assegurar o SUS como política pública (BRASIL, 2006).
Também deve firmar-se através de iniciativas que busquem a:
· Repolitização da saúde, como um movimento que retoma a Reforma Sanitária Brasileira, aproximando-a dos desafios atuais do SUS;
· Promoção da cidadania tendo a saúde como um direito;
· Garantia de financiamento de acordo com as necessidades do sistema (BRASIL, 2006).
5.3. PACTO DE GESTÃO DO SUS
O Pacto de Gestão do SUS valoriza a relação entre gestores. Sendo assim devem ser definidas as diretrizes e responsabilidades, onde a contribuição impulsiona para o fortalecimento da gestão em cada eixo de ação:
· Descentralização; 
· Regionalização; 
· Financiamento; 
· Planejamento; 
· Programação Pactuada e Integrada – PPI; 
· Regulação; 
· Participação e Controle Social; 
· Gestão do Trabalho; 
· Educação na Saúde (BRASIL, 2006).
6. POLÍTICAS, PROGRAMAS E AÇÕES DE SAÚDE 
6.1. ESTRATÉGIAS DE SAÚDE DA FAMÍLIA
O Programa Estratégia Saúde da Família (ESF) tem o objetivo de promover qualidade de vida da população brasileira e intervir nos fatores que colocam a saúde em risco, como sedentarismo, má alimentação, tabagismo, entre outros. Com atenção integral, igualitária e contínua, a ESF se fortalece como porta de entrada do SUS (BRASIL, 2017b).
A proximidade da equipe de saúde com a população garante uma maior adesão dos usuários aos tratamentos e às intervenções propostas. Os resultados são problemas de saúde resolvidos na Atenção Básica, sem a necessidade de intervenção de média ou alta complexidade, como Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24H) ou hospitais (BRASIL, 2017b).
A ESF é composta por uma equipe multiprofissional que possui, no mínimo, um médico, um enfermeiro, um técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde. Também há uma equipe de Saúde Bucal, composta por, um cirurgião-dentista e um técnico em saúde bucal (BRASIL, 2017b).
6.2. REDE CEGONHA 
O programa busca garantir a toda mulher o direito ao planejamento reprodutivo e atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, além de garantir às crianças o direito ao nascimento seguro e o crescimento e desenvolvimento saudável (BRASIL, 2017c).
Tem como objetivo reduzir a mortalidade materna e infantil e garantir os direitos sexuais e reprodutivos de mulheres, homens, jovens e adolescentes (BRASIL, 2017c).
6.3. PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA DO ACESSO E DA QUALIDADE DA ATENÇÃO BÁSICA (PMAQ)
O PMAQ tem como objetivo principal incentivar os gestores e as equipes de saúde a melhorar a qualidade dos serviços oferecidos à população. E para isso, preconiza um conjunto de estratégias de qualificação, acompanhamento e avaliação do trabalho das equipes de saúde (BRASIL, 2015a).
O programa repassa recursos de incentivo federal para os municípios participantes que atingirem melhora no padrão de qualidade no atendimento. Atualmente conta com a participação de todas as equipes de saúde da Atenção Básica, incluindo as equipes de Saúde Bucal, Núcleos de Apoio à Saúde da Família e Centros de Especialidades Odontológicas (BRASIL, 2015a).
6.4. ACADEMIA DA SAÚDE
O Programa Academia da Saúde, lançado em 2011, é uma estratégia de promoção da saúde e produção do cuidado. Tem como objetivo promover práticas corporais e atividade física, promoção da alimentação saudável e educação em saúde, além de contribuir para modos de vida saudáveis e sustentáveis da população. Para isso, o Programa promove a implantação de polos de Academia da Saúde, que são espaços públicos compostos por infraestrutura, equipamentos e profissionais qualificados (BRASIL, 2015b).
6.5. PROGRAMA AMAMENTA E ALIMENTA BRASIL 
A “Estratégia Nacional para Promoção do Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável no SUS – Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB)”, lançada em 2012, tem como objetivo qualificar o processo de trabalho dos profissionais da Atenção Básica com o intuito de reforçar e incentivar o aleitamento materno e a alimentação saudável para crianças menores de dois anos no âmbito do SUS. Essa iniciativa é resultado da integração de duas ações importantes do Ministério da Saúde: a Rede Amamenta Brasil e a Estratégia Nacional para a Alimentação Complementar Saudável (BRASIL, 2017d).
6.6. PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA 
O Programa Bolsa Família é um programa federal de transferência direta de renda às famíliasem situação de pobreza ou extrema pobreza em todo país, de modo que consigam superar a situação de vulnerabilidade e pobreza (BRASIL, 2019).
O objetivo do Programa é garantir a oferta das ações básicas, potencializar a melhoria da qualidade de vida das famílias e contribuir para a sua inclusão social (BRASIL, 2019a).
6.7. BRASIL SORRIDENTE 
A implementação do Programa Brasil Sorridente tem o objetivo de universalizar o acesso à saúde bucal, com o avanço na melhoria da organização do sistema de saúde como um todo. A ação garante ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal dos brasileiros, entendendo que é fundamental para a saúde geral e qualidade de vida da população (BRASIL, 2011a).
As principais linhas de ação do Brasil Sorridente são:
· Reorganizar a Atenção Básica em saúde bucal, principalmente por meio do Programa Saúde da Família;
· Ampliar e qualificar a Atenção Especializada, por meio da implantação de Centros de Especialidades Odontológicas e Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias;
· Viabilizar a adição de flúor nas estações de tratamento de águas de abastecimento público (BRASIL, 2011a).
6.8. PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA 
O Programa Saúde na Escola (PSE) foi instituído em 2007. Nele, as políticas de saúde e educação voltadas às crianças, adolescentes, jovens e adultos da educação pública brasileira se unem para promover saúde e educação integral dos estudantes da rede pública de ensino (BRASIL, 2011b).
6.9. MELHOR EM CASA 
O Programa Melhor em Casa é indicado para pessoas que apresentam dificuldades temporárias ou definitivas para sair de casa até uma unidade de saúde, ou ainda que estejam em situações nas quais a atenção domiciliar é a mais indicada para o seu tratamento. A atenção domiciliar tem o objetivo de proporcionar ao paciente um cuidado mais próximo da rotina da família, evitando internações hospitalares desnecessárias e diminuindo o risco de infecções (BRASIL, 2017d).
O atendimento é realizado por equipes multidisciplinares, formadas principalmente por médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, fisioterapeuta e assistente social. Cada equipe poderá atender, em média, 60 pacientes, simultaneamente (BRASIL, 2017d).
6.10. FARMÁCIA POPULAR 
O Programa Farmácia Popular do Brasil foi criado em 13 de abril de 2004, pela Lei nº 10.858, e regulamentado pelo Decreto nº 5.090, de 20 de maio de 2004. A legislação autoriza a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) a disponibilizar medicamentos mediante ressarcimento, através de unidades próprias (BRASIL, 2018a).
O Programa foi criado com o objetivo de oferecer à população uma alternativa de acesso aos medicamentos considerados essenciais. Atualmente, são oferecidos medicamentos para hipertensão, diabetes e asma, além de medicamentos com até 90% de desconto para dislipidemias, rinite, doença de Parkinson, osteoporose e glaucoma. O programa também oferece anticoncepcionais e fraldas geriátricas (BRASIL, 2018a).
6.11. CARTÃO NACIONAL DE SAÚDE 
O Cartão Nacional de Saúde (CNS) é o documento de identificação do usuário do SUS. Esse registro contém informações dos indivíduos, como dados pessoais, contatos e documentos. Atualmente, o número do CNS é utilizado nos sistemas de saúde que demandam identificação dos indivíduos. Assim, possibilita a criação do histórico de atendimento de cada cidadão no Sistema Único de Saúde. O usuário também pode conferir as informações de suas internações hospitalares, com dados sobre o atendimento ambulatorial de média e alta complexidade e aquisição de medicamentos no programa Farmácia Popular (BRASIL, 2017e).
6.12. UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO – UPA 24H
As Unidades de Pronto Atendimento 24h são estruturas de complexidade intermediária, compondo uma rede organizada de atenção às urgências em conjunto com a atenção básica, atenção hospitalar e o SAMU. A UPA 24h oferece uma estrutura simplificada, contando com raio-x, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de exames e leitos de observação. Podem atender grande parte das urgências e emergências. Presta atendimento resolutivo aos pacientes com quadros agudos, presta o primeiro atendimentos aos casos cirúrgicos e traumáticos e garante o referenciamento aos pacientes que precisarem de atendimento (BRASIL, 2019b).
6.13. SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA – SAMU 
O SAMU tem como objetivo principal chegar até a vítima, no menor tempo possível, sempre que houver uma situação de urgência ou emergência que possa acarretar sofrimento, sequelas ou à morte. São atendidas situações de urgências clínicas, cirúrgicas, traumáticas, obstétricas, pediátricas, psiquiátricas, entre outras. O SAMU realiza atendimentos em qualquer lugar e as equipes contam com médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e condutores socorristas. O acesso a esse serviço se dá através de uma ligação gratuita ao número 192. Funciona 24 horas e é acionado através da Central de Regulações, a qual realiza a prestação de orientações e o envio de veículos (BRASIL, 2019c).
6.14. PROGRAMA DE VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA – PROVAB 
O Programa de Valorização dos Profissionais da Atenção Básica, instituído em 2011, tem como objetivo valorizar e estimular os profissionais de nível superior a comporem as equipes multiprofissionais da Atenção Básica, em especial da Estratégia de Saúde da Família nos municípios com maior percentual de pobreza em áreas remotas e de difícil acesso, e fixação dos profissionais em áreas com populações em maior vulnerabilidade (BRASIL, 2017f).
6.15. NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA 
Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), criados em 2008 pelo Ministério da Saúde, tem como objetivo apoiar a consolidação da Atenção Básica no Brasil, ampliando as ofertas de serviços nas redes de saúde, bem como a resolutividade, a abrangência e o alvo das ações (BRASIL, 2017g).
Atualmente os núcleos são compostos por equipes multiprofissionais que atuam de forma integrada com as equipes de Saúde da Família, as equipes de atenção básica para populações específicas e com o Programa Academia da Saúde (BRASIL, 2017g).
6.16. UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS – UNASUS 
O Sistema Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) foi instituído para atender às necessidades de capacitação e educação permanente dos profissionais de saúde que atuam no SUS. Tem como objetivo a educação permanente, visando a resolução de problemas presentes no dia a dia dos profissionais de saúde que atuam no SUS (BRASIL, 2017h).
6.17. POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER 
Esse programa tem como objetivos principais aumentar a cobertura e a concentração do atendimento pré-natal; melhorar a qualidade de assistência ao parto; aumentar os índices de aleitamento materno; implantar ou ampliar as atividades de identificação e controle do câncer de colo uterino e de mamas, bem como as doenças transmitidas sexualmente e outras patologias de maior prevalência no grupo; desenvolver atividades de regulação da fertilidade humana e planejamento familiar e evitar o aborto provocado, mediante a prevenção da gravidez indesejada (BRASIL, 2004).
 
6.18. POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM
A Política Nacional de Saúde Integral à Saúde do Homem (PNAISH) tem como maior objetivo promover ações de saúde que contribuam significativamente para a compreensão da realidade singular masculina nos seus diversos contextos socioculturais e político-econômicos; outro, é o respeito aos diferentes níveis de desenvolvimento e organização dos sistemas locais de saúde e tipos de gestão. Este conjunto possibilita o aumento da expectativa de vida e a redução dos índices de morbimortalidade por causas que podem ser prevenidas e evitadas na população (BRASIL, 2018e).
6.19. POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA INTEGRAL À SAÚDE DO IDOSO
A proposta de envelhecimento ativo e saudável busca oferecer qualidade de vida por meio da alimentação adequada, prática regular de exercícios físicos, convivência social estimulante, busca de atividades que reduzam o estresse, diminuição dos danos decorrentes do consumo de álcool e tabacoe diminuição significativa da automedicação, tendo como meta o aumento da qualidade dos serviços oferecidos pelo SUS para com a pessoa idosa (BRASIL, 2018b).
6.20. POLÍTICA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA (PNAISC)
A PNAISC foi instituída pela Portaria nº 1.130 de 5 de agosto de 2015, que reúne conjunto de ações programáticas e estratégias direcionadas ao desenvolvimento integral da criança. Está associada as iniciativas e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). Visa a promoção da saúde, prevenção de doenças e agravos, assistência e reabilitação do indivíduo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018).
A Política tem como objetivo promover e proteger a saúde da criança e aleitamento materno, cuidados integrais e integrados desde a gestação até os 9 anos de idade para a redução da morbimortalidade infantil e um ambiente facilitador e condições dignas da existência (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018).
6.21. POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE INTEGRAL DE ADOLESCENTES E JOVENS NA PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E RECUPERAÇÃO DA SAÚDE
A Política Nacional de Atenção à Saúde Integral de Adolescentes e Jovens na Promoção Proteção e Recuperação da Saúde tem marco legal sobre o Estatuto da criança e do Adolescente, lei nº8.069 de 13 de julho de 1990; as Leis Orgânicas de Saúde, lei nº8.080 de 19 de setembro de 1990 e lei nº 8.142 de 28 de dezembro de 1990, e a Lei Orgânica da Assistência Social Lei nº 8.742 de 07 de dezembro de 1993 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010).
Esta política tem como objetivos comover e estimular a participação dos gestores para inclusão de ações, políticas e programas de estratégia que agreguem na atenção integral a saúde de adolescentes e jovens. O processo de saúde e doença dos adolescentes e jovens está diretamente relacionado com determinantes sociais e estilo de vida. Dessa forma é necessário o envolvimento de vários setores de saúde para poder traçar estratégias e garantir a saúde integral ao adolescente e ao jovem. Na análise de dados da situação de saúde deste grupo foram reveladas dificuldades de acesso à educação, desemprego, desigualdade social, ambiente desfavorável, e morbimortalidade por violência. Isso causa grande impacto na saúde. Em virtude disso os adolescentes e jovens ficam mais vulnerais a situações de uso de álcool e drogas, violência, infecções sexualmente transmissíveis, mortalidade e sexualidade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010).
As políticas de saúde se caracterizam por ações coletivas e individuais, as evidencias mostram que a maioria dos problemas de saúde poderiam ser solucionados na atenção primaria se os adolescente e jovens fossem vistos dentro do seu contexto e faixa etária (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010).
6.22 POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR E DA TRABALHADORA 
A Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora tem por finalidade definir os princípios, as diretrizes e as estratégias a serem observados nas três esferas de gestão do SUS – federal, estadual e municipal, para o desenvolvimento das ações de atenção integral à Saúde do Trabalhador, com ênfase na vigilância, visando a promoção e a proteção da saúde dos trabalhadores e a redução da morbimortalidade decorrente dos modelos de desenvolvimento e dos processos produtivos (POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR E DA TRABALHADORA, 2012).
A Política tem como objetivos fortalecer a Vigilância em Saúde do Trabalhador e a integração com os demais componentes da Vigilância em Saúde, promover a saúde, os ambientes e processos de trabalhos saudáveis, garantir a integralidade na atenção à saúde do trabalhador, ampliar o entendimento de que a Saúde do Trabalhador deve ser concebida como uma ação transversal, devendo a relação saúde-trabalho ser identificada em todos os pontos e instâncias da rede de atenção (POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR E TRABALHADORA, 2012).
6.22. PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO 
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Brasil é referência mundial de políticas públicas de saúde. O pais já erradicou, por meio da vacinação, doenças de alcance mundial. A população brasileira tem acesso gratuito a todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) (BRASIL, 2015c).
Desde a sua criação, em 1973, o programa busca a inclusão social, assistindo todas as pessoas, sem distinção de qualquer natureza. As vacinas estão dispostas em todos os postos de saúde, ou com as equipes de vacinação, cujo empenho permite levar a vacinação a todos os locais (BRASIL, 2015c).
Há mais de 100 anos foi realizada a primeira campanha de vacinação em massa no país. Foi idealizada por Oswaldo Cruz, fundador da saúde pública no Brasil, e tinha o objetivo de controlar a varíola. O êxito das campanhas de vacinação contra a varíola na década dos anos 60 mostrou que a vacinação em massa conseguia erradicar doenças (BRASIL, 2015c).
Com o passar do tempo, a atuação do PNI apresentou diversos avanços. As metas mais recentes contemplam a erradicação do sarampo, do tétano neonatal e o controle de doenças imunopreveníveis, como difteria, coqueluche, tétano acidental, hepatite B, febre amarela, formas graves de tuberculose, rubéola, caxumba, entre outros, além da manutenção da erradicação da poliomielite (BRASIL, 2015c).
Desde a sua criação, o PNI é uma das prioridades do Governo Federal. Atualmente, o Brasil conta com mais de 36 mil salas de vacinação, que aplicam 300 mil imunobiológicos por ano. Entre eles, 27 vacinas, 13 soros e 4 imunoglobulinas, todos distribuídos gratuitamente com materiais seguros e de qualidade. Há também vacinais especiais para grupos em condições clinicas especificias, como portadores de HIV, disponíveis em Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) (BRASIL, 2015c).
6.23. AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE 
O Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), oficialmente implantado em 1991 pelo Ministério da Saúde, visava a buscar alternativas para melhorar as condições de saúde das comunidades brasileiras. Era uma nova categoria de trabalhadores, formada pela e para a própria comunidade, atuando e fazendo parte da saúde prestada nas localidades (BRASIL, 2017i).
Hoje, o agente comunitário de saúde tem um papel muito importante no acolhimento, pois é membro da equipe que faz parte da comunidade, o que permite a criação de vínculos mais facilmente, propiciando o contato direto com a equipe (BRASIL, 2017i).
6.24. COMBATE À DENGUE 
O Ministério da saúde convoca a população brasileira a continuar, permanentemente, com a mobilização nacional pelo combate ao mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, doenças que podem gerar outras enfermidades, como microcefalia e Guillain-Barré (BRASIL, 2018c).
O período do verão é o mais propício à proliferação do mosquito, por conta das chuvas, e consequentemente é a época de maior risco de infecção por essas doenças. Porém, a recomendação é não descuidar e manter todas as ações possíveis para prevenir focos em qualquer época do ano (BRASIL, 2018c).
6.25. SAÚDE DOS POVOS INDÍGENAS 
Para garantir o atendimento à saúde aos povos indígenas, foi criado o Subsistemas de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, em 1999. O SasiSUS é um programa de serviços implantado nas terras indígenas, a partir de critérios geográficos, demográficos e culturais. Seguindo os princípios do SUS, esse subsistema considera a participação indígena como um argumento fundamental para o melhor controle e planejamento dos serviços, bem como uma forma de reforçar a autodeterminação desses povos (BRASIL, 2021).
A coordenação da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e todo o processo de gestão do SasiSUS é de responsabilidade da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde. A Sesai surgiu em 2010, a partir da necessidade de reformulação da gestão da saúde indígena no país, demanda reivindicada pelos próprios indígenas durante as Conferências Nacionais de Saúde Indígena (BRASIL, 2021).
6.26. PROGRAMA DE VOLTA PRA CASA
A Lei nº 10.708, de 2003 inaugura o Programa De Volta Para Casa (PVC), que garante o auxílio-reabilitaçãopsicossocial para a atenção e o acompanhamento de pessoas em sofrimento mental, egressas de internação em hospitais psiquiátricos ou tratamento psiquiátrico, onde a duração tenha sido por um período igual ou superior a dois anos (BRASIL, 2003b).
O PVC visa à restituição do direito de morar e conviver em liberdade nos territórios e também a promoção de autonomia e protagonismo do usuário. Dessa forma, assume papel central nos processos de desinstitucionalização e reabilitação psicossocial das pessoas com história de internação de longa permanência, conforme indicado pela Lei da Reforma Psiquiátrica, nº 10.216, de 2001 (BRASIL, 2003b).
6.27. QUALISUS – REDE 
O Programa é resultado de uma articulação entre o Ministério da Saúde e os estados e municípios. O QualiSUS-Rede tem o objetivo de apoiar a consolidação de um sistema integrado de serviços de saúde (BRASIL, 2017j).
A iniciativa tem duração e recursos definidos para a implantação de quinze experiências nos vários estados brasileiros. Deste total, dez experiências em Regiões de Saúde são vinculadas às regiões metropolitanas (RM), e as outras cinco às Regiões denominadas Tipo. Todas as quinze regiões escolhidas contemplam as macrorregiões brasileiras, o que possibilita a presença da diversidade nacional e incorpora as singularidades das regiões de saúde e suas bases territoriais (BRASIL, 2017j).
6.28. PROJETO EXPANDE 
O Projeto de Expansão da Assistência Oncológica – Projeto Expande – foi implantado em 2000 pelo Ministério da Saúde, com a coordenação do Instituto Nacional de Câncer (INCA, 2018a).
O plano foi instituído pela Portaria MS/GM nº 931 de 10 de maio de 2012, tem por objetivo reduzir os vazios assistenciais e atender as demandas regionais de assistência oncológica e as demandas tecnológicas do SUS (INCA, 2018a).
6.29. DOAÇÃO DE ÓRGÃOS 
O transplante de órgãos é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão ou tecido de uma pessoa doente por outro órgão ou tecido saudável de um doador, vivo ou morto (BRASIL, 2018d).
Para ser um doador, basta conversar com a família sobre o seu desejo de ser doador e deixar claro que eles, seus familiares, devem autorizar a doação. Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) (BRASIL, 2018d).
Existem dois tipos de doadores:
· Doador vivo: qualquer pessoa que concorde com a doação, desde que não prejudique a sua própria saúde. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. No caso de não parentes, somente com autorização judicial;
· Doador falecido: São pacientes com morte encefálica. Podem ser doados o coração, pulmão, fígado, rim, pâncreas, córneas e tecidos (BRASIL, 2018d).
6.30. OLHAR BRASIL 
O Projeto Olhar Brasil ocorre em parceria dos Ministérios da Saúde e da Educação, e tem como objetivo identificar e corrigir problemas visuais relacionados à refração e garantir assistência integral em oftalmologia para os casos em que forem diagnosticadas outras doenças que necessitarem de intervenções (BRASIL, 2013).
O público-alvo são alunos de escolas vinculadas ao Programa Saúde na Escola (PSE). Objetiva contribuir para a redução das taxas de repetência e evasão escolares e facilitar o acesso da população à consulta oftalmológica e a óculos corretivos (BRASIL, 2013).
6.31. PROGRAMA DE CONTROLE AO TABAGISMO E OUTROS FATORES DE RISCO DO CÂNCER 
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) é o órgão do Ministério da Saúde responsável por coordenar e executar o Programa de Controle do Tabagismo no Brasil. O programa tem como objetivo prevenir doenças e reduzir a incidência do câncer e de outras doenças relacionar ao tabagismo, através de ações que estimulem a adoção de comportamentos saudáveis (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003).
6.32. PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DO CÂNCER DE MAMA 
O câncer de mama é o mais incidente na população feminina mundial e brasileira, excetuando-se os casos de câncer de pele não melanoma. Políticas públicas nessa área vêm sendo desenvolvidas e foram impulsionadas pelo Programa Viva Mulher, em 1998 (INCA, 2021).
O controle do câncer de mama é hoje uma prioridade de saúde do país e integra o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, lançado pelo Ministério da Saúde, em 2011 (INCA, 2021).
6.33. PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO
O câncer do colo do útero é o terceiro mais incidente na população feminina brasileira, excetuando-se os casos de câncer de pele não melanoma.  Políticas públicas também vêm sendo desenvolvidas e foram impulsionadas pelo Programa Viva Mulher, em 1996 (INCA, 2020).
O controle do câncer do colo do útero também é uma prioridade da agenda de saúde do país e integra o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, lançado pelo Ministério da Saúde, em 2011 (INCA, 2020).
 
6.34. REDUÇÃO DA MORTALIDADE – QUALINEO
A promoção de saúde da criança e as estratégias de redução da mortalidade infantil são eixos centrais nas políticas de saúde do Brasil. No país, nascem por ano, aproximadamente 3 milhões de crianças em 4.705 maternidades (públicas e privadas) (BRASIL, 2017d).
Com o objetivo de diminuir a mortalidade neonatal, o Ministério da Saúde apresenta a “Estratégia QualiNEO (EQN)”, que visa ofertar apoio técnico de forma sistemática e integrada às maternidades prioritárias para qualificação das práticas de gestão e atenção ao recém-nascido para que possam contribuir para a redução da mortalidade infantil (BRASIL, 2017d).
6.35. PROGRAMA NACIONAL DE SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA A 
No Brasil, a deficiência de vitamina A é um problema de saúde pública, que ocorre, principalmente, na região Nordeste e em alguns locais das regiões Sudeste e Norte (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).
O Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A foi implantado em 2005, e seu objetivo é reduzir a deficiência nutricional de vitamina A em crianças de 6 a 59 meses de idade e puérperas no pós-parto imediato (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).
7. INDICADORES DE SAÚDE 
Indicadores de saúde são medidas na qual contém informações relevantes sobre determinados atributos e dimensões do estado de saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde. Em conjunto, devem refletir a situação sanitária da população e servir para a vigilância das condições de saúde (BRASIL, 2008).
A construção de um indicador é um processo cuja complexidade pode variar desde a simples contagem direta de casos de uma determinada doença, até o cálculo de proporções, razões, taxas ou índices mais sofisticados, como a esperança de vida ao nascer. A qualidade de um indicador vai depender das propriedades dos componentes utilizados em sua formulação (frequência de casos, tamanho da população em risco) e da precisão dos sistemas de informação empregados (registro, coleta, transmissão dos dados) (BRASIL, 2008).
O grau de excelência de um indicador deve ser definido por sua validade (capacidade de medir o que se pretende) e confiabilidade (reproduzir os mesmos resultados quando aplicado em condições similares). No geral, a validade de um indicador é determinada por sua sensibilidade (capacidade de detectar o fenômeno analisado) e especificidade (capacidade de detectar somente o fenômeno analisado). Podemos destacar outros atributos de um indicador como: a mensurabilidade (basear-se em dados disponíveis ou fáceis de conseguir), relevância (responder a prioridades de saúde) e custo-efetividade (os resultados justificam o investimento de tempo e recursos) (BRASIL, 2008).
Espera-se que os indicadores possam ser analisados e interpretados com facilidade, e que sejam compreensíveis pelos usuários da informação, especialmente gerentes, gestores e os que atuam no controle social do sistemade saúde do país (BRASIL, 2008).
8. SISTEMA DE AVALIAÇÃO (PMAQ)
O Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica é um Programa que procura induzir a instituição de processos que ampliem a capacidade das gestões federal, estaduais e municipais, além das Equipes de Atenção Básica, em ofertarem serviços que assegurem maior acesso e qualidade, de acordo com as necessidades concretas da população (BRASIL, 2011c).
O Programa busca induzir a ampliação do acesso e a melhoria da qualidade da atenção básica, com garantia de um padrão de qualidade comparável nacional, regional e localmente de maneira a permitir maior transparência e efetividade das ações governamentais direcionadas à Atenção Básica em Saúde em todo o Brasil (BRASIL, 2011c).
O PMAQ está organizado em quatro fases que se complementam e que conformam um ciclo continuo de melhoria do acesso e da qualidade da AB (Adesão e Contratualização; Desenvolvimento; Avaliação Externa; e Recontratualização) (BRASIL, 2011c).
A primeira fase do PMAQ consiste na etapa formal de adesão ao Programa, mediante a contratualização de compromissos e indicadores a serem firmados entre as Equipes de Atenção Básica com os gestores municipais, e destes com o Ministério da Saúde num processo que envolve pactuação local, regional e estadual e a participação do controle social (BRASIL, 2011c).
A segunda fase consiste na etapa de desenvolvimento do conjunto de ações que serão empreendidas pelas Equipes de Atenção Básica, pelas gestões municipais e estaduais e pelo Ministério da Saúde, com o intuito de promover os movimentos de mudança da gestão, do cuidado e da gestão do cuidado que produzirão a melhoria do acesso e da qualidade da Atenção Básica. Esta fase está organizada em quatro dimensões (Autoavaliação; Monitoramento; Educação Permanente; e Apoio Institucional) (BRASIL, 2011c).
A terceira fase consiste na avaliação externa que será a fase em que se realizará um conjunto de ações que averiguará as condições de acesso e de qualidade da totalidade de municípios e Equipes da Atenção Básica participantes do Programa (BRASIL, 2011c).
E, a quarta fase é constituída por um processo de pactuação singular das equipes e dos municípios com o incremento de novos padrões e indicadores de qualidade, estimulando a institucionalização de um processo cíclico e sistemático a partir dos resultados alcançados pelos participantes do PMAQ (BRASIL, 2011c).
9. MODELO TÉCNICO ASSISTENCIAL EM SAÚDE 
“Modelo técnico assistencial constitui-se na organização da produção de serviços a partir de um determinado arranjo de saberes da área, bem como de projetos de ações sociais específicos, como estratégias políticas de determinado agrupamento social. Entendemos desse modo, que os modelos tecno-assistenciais estão sempre apoiados em uma dimensão assistencial e tecnológica, para expressar-se como projeto de política, articulado a determinadas forças e disputas sociais.” (MALTA; JORGE, 2007)
10. O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) E O RIO GRANDE DO SUL
O Sistema Único de Saúde (SUS) do Rio Grande do Sul desenvolve suas competências através das redes de atendimento em linhas de cuidado que priorizam o acesso ao atendimento, garantindo a continuidade do cuidado em áreas específicas e prioritárias para toda a população, em todas as regiões do estado, ciclos de vida e problemas de saúde (BRASIL, 2019).
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul (2014), para a continuidade do atendimento, o estado disponibiliza leitos, consultas e exames especiais previstas nas redes como: Rede Cegonha, Rede de Urgência e Emergência, Rede de Saúde Mental, entre outras, seguindo linhas de cuidados específicos. No Rio Grande do Sul, a Rede Integral de Saúde, que organiza, garante e da continuidade aos atendimentos recebe o nome de Rede Chimarrão (BRASIL, 2019).
À direção estadual do Sistema Único de Saúde compete: 
· Promover a descentralização para os municípios dos serviços e das ações de saúde;
· Acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema Único de Saúde;
· Prestar apoio técnico e financeiro aos municípios e executar supletivamente ações e serviços de saúde;
· Coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços: de 79 Vigilância Epidemiológica, de Vigilância Sanitária, de alimentação e nutrição e de saúde do trabalhador;
· Participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agravos do meio ambiente que tenham repercussão na saúde humana;
· Participar da formulação da política e da execução de ações de saneamento básico;
· Participar das ações de controle e avaliação das condições e dos ambientes de trabalho;
· Em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar e avaliar a política de insumos e equipamentos para a saúde;
· Identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir sistemas públicos de alta complexidade, de referência estadual e regional;
· Coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e hemocentros e gerir as unidades que permaneçam em sua organização administrativa;
· Estabelecer normas, em caráter suplementar para o controle e avaliação das ações e serviços de saúde;
· Formular normas e estabelecer padrões, em caráter suplementar, de procedimentos de controle de qualidade para produtos e substâncias de consumo humano;
· Colaborar com a União na execução da Vigilância Sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;
· O acompanhamento, a avaliação e divulgação dos indicadores de morbidade e mortalidade (BRASIL, 2019).
11. O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) NO MUNICÍPIO DE BENTO GONÇALVES 
Bento Gonçalves localiza-se no Nordeste do Rio Grande do Sul, a 124 quilômetros da capital Porto Alegre, a uma altitude de 618m do nível do mar e caracteriza-se como área de clima subtropical de altitude. Destaca-se no cenário nacional pelo título de ‘Capital Brasileira do Vinho'. É pioneira na produção vinícola do Brasil e no desenvolvimento do Enoturismo e se consolida como maior Polo Moveleiro do Brasil. A população estimada de Bento Gonçalves é de 121.803 habitantes, de acordo com dados do IBGE de 2020 (BENTO GONÇALVES SMS, 2021a).
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Bento Gonçalves tem atualmente como secretária da saúde a Sra. Tatiane Misturini Fiorio e como secretário adjunto Sr. Gilberto Júnior. Conta com uma rede de atendimentos formada por Unidades Básicas de Saúde - UBS nos bairros, Unidades da estratégia Saúde da Família - ESF, 49 Unidades Avançadas de atendimento em três turnos, Pronto Atendimento 24 horas e Unidades Móveis. O horário de atendimento da SMS é das 7h30min às 11h30min e das 13h15min às 17h30, através do telefone (54) 3055-7257, ou pelo e-mail: saude@bentogoncalves.rs.gov.br (BENTO GONÇALVES SMS, 2021e). 
As competências da Secretaria Municipal de Saúde, de acordo com Bento Gonçalves (2021e) são:
· O planejamento operacional e a execução da política de Saúde do Município, através da implementação do Sistema Único de Saúde (SUS) e o desenvolvimento de ações de promoção;
· A proteção e recuperação da saúde da população, bem como a realização integrada de atividades assistenciais e preventivas;
· A vigilância epidemiológica, sanitária e nutricional, a orientação alimentar e a saúde do trabalhador;
· A prestação de serviços médicos e ambulatoriais de urgência e emergência;
· A promoção de campanhas de saúde da população;
· A implantação e fiscalização das posturas municipais relativas à higiene e à saúde pública.
11.1 SERVIÇOS PRIMÁRIOS
Os serviços primários contam com 12 Unidades Básicas de Saúde – UBS e 12 Unidades da Estratégia Saúde da Família – ESF e 1 Núcleo de Apoio a Saúde da Família – NASF (BENTO GONÇALVES SMS, 2021e).
11.1.1 Unidades Básicas de Saúde
As Unidades Básicas de Saúde (UBS) são a porta de entrada do SUS. Nelas a comunidade pode buscar desde orientações básicas de saúde e consultas, até o encaminhamento para os mais diversos exames, cirurgias ou especialidades médicas. As UBS priorizam a promoção e prevenção da saúde.Hoje existem em Bento Gonçalves UBS na zona urbana e na zona rural, além da Unidade Móvel, que atende os bairros que não possuem UBS (BENTO GONÇALVES SMS, 2021d). 
As UBS ainda segundo Bento Gonçalves SMS (2021d), são: 
· Unidade de Saúde 15 da Graciema;
· Unidade de Saúde Central;
· Unidade de Saúde Cohab;
· Unidade de Saúde Faria Lemos;
· Unidade de Saúde Maria Goretti
· Unidade de Saúde São Pedro;
· Unidade de Saúde São Roque;
· Unidade de Saúde São Valentim;
· Unidade de Saúde Tuiuty;
· Unidade de Saúde Fenavinho;
· Unidade de Saúde Zona Sul.
 A SMS também conta com o Espaço de Saúde do Idoso, unidade especializada para atendimento multiprofissional para pessoas acima de 60 anos (BENTO GONÇALVES SMS, 2021d).
11.1.2 Unidades da Estratégia Saúde da Família
As ESF foram implantadas em áreas estratégicas que estão submetidas a maior risco social, definidas em conjunto com o Conselho Municipal de Saúde. O modelo de assistência tem a saúde da família como estratégia básica de atenção. O processo de trabalho da equipe é a organização de ações destinadas prioritariamente à promoção da saúde e prevenção de enfermidades. Para a operacionalização deste modelo de programa é necessária a programação dos serviços, planejamento local e participação da comunidade. (BENTO GONÇALVES SMS, 2021d). 
As ESF ainda segundo Bento Gonçalves (2021d), são:
· Unidade da Estratégia da Saúde da Família Aparecida;
· Unidade da Estratégia da Saúde da Família Barracão;
· Unidade da Estratégia da Saúde da Família Conceição;
· Unidade da Estratégia da Saúde da Família Tancredo;
· Unidade da Estratégia da Saúde da Família Eucaliptos;
· Unidade da Estratégia da Saúde da Família Licorsul;
· Unidade da Estratégia da Saúde da Família Municipal; 
· Unidade da Estratégia da Saúde da Família Ouro Verde;
· Unidade da Estratégia da Saúde da Família Progresso II;
· Unidade da Estratégia da Saúde da Família Santa Helena I e II;
· Unidade da Estratégia da Saúde da Família Santa Marta;
· Unidade da Estratégia da Saúde da Família Vila Nova II;
· Unidade da Estratégia da Saúde da Família Zatt.
11.1.3 Núcleo de Apoio a Saúde da Família 
O Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) é composto por fisioterapeuta, nutricionista e psicólogo, e dá apoio as equipes de ESF (BENTO GONÇALVES, 2021d).
11.2 SERVIÇOS SECUNDÁRIOS
Os serviços secundários oferecidos na rede de saúde são constituído por serviços especializados em nível ambulatorial, com densidade tecnológica intermediária entre a atenção primária e a terciária. Esse nível compreende atendimentos de urgência e emergência e serviços médicos especializados de apoio diagnóstico e terapêutico (BENTO GONÇALVES SMS, 2021d). É composto pela Unidade de Pronto Atendimento III (UPA III 24h), Pronto Atendimento Zona Norte (24H), Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II), Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD), Centro de Atenção em Saúde Mental Infantil (CAPSi), Comunidade Terapêutica, Centro de Referência Materno Infantil (CRMI), Serviço de Atendimento Especializado e Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA), Centro Municipal de Fisioterapia (CMF), Serviços de Apoio e Diagnóstico, Bloco Cirúrgico, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), Programa Melhor em Casa (BENTO GONÇALVES SMS, 2021d). 
11.2.1 Unidade de Pronto Atendimento – UPA 24h 
A UPA 24h efetua atendimentos de urgência e emergência durante 24 horas todos os dias da semana. A unidade é composta por cerca de 120 funcionários, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e radiologia, farmacêuticos, assistentes sociais e atendentes, que se revezam em turnos de 6 e 12 horas. Ao atender um chamado de urgência, o SAMU/192, após prestar o primeiro atendimento ao paciente, o encaminha para a UPA ou, em situações mais graves, para o hospital conveniado (BENTO GONÇALVES SMS, 2021d).
Conta com salas estruturadas para observação, intervenções de emergência, inalação, gesso, sutura, medicação, coleta de material para exames, esterilização, área de higienização, de lavagem e descontaminação, dois consultórios médicos adultos e dois pediátricos, assistência social, classificação de risco, repouso masculino e feminino, almoxarifado, banheiros/vestiários internos (masculino e feminino), administração e recepção entre outros setores. Na UPA, os pacientes podem permanecer em observação por um período de 24 horas para elucidação diagnóstica ou estabilização do quadro clínico. Para tanto, conta com 16 leitos de observação (BENTO GONÇALVES SMS, 2021d). 
11.2.2 Pronto Atendimento Zona Norte - PA Zona Norte
O Pronto Atendimento Zona Norte realiza atendimentos de urgência e emergência durante 24 horas todos os dias da semana. A unidade é composta por cerca de 90 funcionários, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, farmacêuticos, auxiliares administrativos e higienização, que se revezam em turnos de 6 e 12 horas (BENTO GONÇALVES SMS, 2021d). 
O PA Zona Norte está alocado na mesma estrutura física da UBS São Roque e conta com salas para observação, intervenções de emergência, inalação, sutura, medicação, esterilização, área de higienização, de lavagem e descontaminação, três consultórios médicos adultos e um pediátrico, classificação de risco, repouso masculino e feminino, almoxarifado, banheiros/vestiários internos (masculino e feminino), administração, farmácia e recepção entre outros setores (BENTO GONÇALVES SMS, 2021d). 
11.2.3 Serviço de Assistência Domiciliar – Melhor em Casa 
A atenção domiciliar complementa as ações existentes nas áreas da promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação prestadas em domicílio, integrada às redes de atenção à saúde. A equipe é multidisciplinar, com médico, enfermeira, técnica de enfermagem e fisioterapeuta, que realizam um conjunto de procedimentos e ações de saúde baseado na necessidade do paciente, em domicílio, estabelecendo uma relação entre equipe de saúde, paciente e cuidadores que humaniza o cuidado e oportuniza o paciente ao mínimo de intervenções possíveis (BENTO GONÇALVES SMS, 2021d). 
Os usuários entram no programa através de critérios de necessidades estabelecidos pelo Ministério da Saúde e são encaminhados através das Unidades Básicas, da Unidade de Pronto Atendimento – UPA III, alta hospitalar e procura pelo usuário (BENTO GONÇALVES SMS, 2021d). No serviço de Oxigenioterapia domiciliar, os pacientes que necessitam desse tratamento recebem o auxílio do oxigênio pelo Município quando da desospitalização, até a liberação do Estado, com monitorização de sua saúde através de visitas trimestrais (BENTO GONÇALVES SMS, 2021d). 
11.2.4 Centro de Referência Materno Infantil 
O Centro de Referência Materno Infantil é um serviço especializado reconhecido pela Sociedade Brasileira de Pediatria - SBP. Atende exclusivamente à população de Bento Gonçalves e por protocolos pré-estabelecidos na saúde da mulher e da criança, através de referenciamento. Disponibiliza aos pacientes atendimento integral nas áreas da ginecologia, obstetrícia, pediatria, nutrição, psicologia, psiquiatria e assistência social (BENTO GONÇALVES SMS, 2021d). 
11.2.5 Serviço de Atendimento Especializado e Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA) 
O Serviço de Atendimento Especializado / Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA) presta acompanhamento clínico, pediátrico, ginecológico, psicológico e de Assistente Social à pacientes portadores do vírus HIV, causador da Aids. O Centro também promove a distribuição gratuita de preservativos e medicamentos, atividades preventivas e oferece apoio às vítimas de estupro ou abuso sexual (BENTO GONÇALVES SMS, 2021d).
11.2.6 Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS II) 
O Centro de Atendimento Psicossocial tem por objetivo promover o atendimento psíquico de adultos na área da saúde mental. O CAPS é voltado ao acolhimento humanístico e integral e desenvolve inúmeros projetos de inserção social do doente mental. O atendimento é realizado por profissionais de medicina (clínica e psiquiatria), psicologia, assistência social, terapia ocupacional,enfermagem e massoterapia (BENTO GONÇALVES SMS, 2021d). 
11.2.7 Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD) 
É um serviço especializado, constituindo-se num centro de referência para o tratamento ambulatorial do indivíduo que enfrenta algum problema relacionado ao uso de álcool e outras drogas, bem como de seus familiares. O serviço oferece aos pacientes atendimento médico clínico, psiquiátrico, psicológico, assistência social e enfermagem, além de grupos terapêuticos (BENTO GONÇALVES SMS, 2021d). 
O CAPS-AD presta o serviço de demanda livre, isto é, o paciente que se dirigir a este serviço, será acolhido no momento da procura, não havendo necessariamente o agendamento prévio para seu primeiro atendimento. Os grupos de acolhimento continuam acontecendo nas 2ª feiras às 14h e nas 5ª feiras às 8h, independentemente do acolhimento na demanda livre (BENTO GONÇALVES SMS, 2021d). 
11.2.8 Centro de Atenção Psicossocial Infantil - CASPI 
O serviço tem como objetivo melhorar a qualidade de vida de crianças e adolescentes, assim como de suas famílias, visando a prevenção e tratamento de transtornos mentais, reinserção social e estímulo à autonomia dos usuários. São atendidos crianças e adolescentes de 0 a 18 anos incompletos que apresentem transtornos mentais (BENTO GONÇALVES SMS, 2021d). 
O atendimento é realizado por profissionais da psiquiatria, neuropediatria, enfermeiro, psicólogos, fonoaudiólogos, assistente social e nutricionista para dar apoio às suas diversas atividades como: atendimento individual, em grupos, em oficinas terapêuticas, atendimento à família, atividades comunitárias e desenvolvimento de ações intersetoriais junto às áreas de assitência social, educação e justiça (BENTO GONÇALVES SMS, 2021d). 
O acesso ao CASPI se dá através das Unidades Básicas de Saúde - UBS, Conselho Tutelar, Poder Judiciário e Ministério Público, que agendam as consultas junto à Central de Regulação (BENTO GONÇALVES SMS, 2021d). 
11.2.9 Centro Municipal de Fisioterapia 
O Centro Municipal de Fisioterapia (CMF) é um centro de reabilitação física pioneiro na região. Atende pacientes com patologias traumato-ortopédicas, reumatologias, ocupacionais (LER/ DORTs), patologias correlacionadas à coluna vertebral e algumas patologias respiratórias e neurológicas. Além da fisioterapia 55 convencional, dispõem de uma equipe qualificada em acupuntura, grupos de atividades com pacientes de Parkinson e modernos recursos de eletroterapia (BENTO GONÇALVES SMS, 2021d). 
11.2.10 Centro de Especialidades Odontológicas - CEO Tipo I 
O Centro de Especialidades Odontológicas - CEO funciona de segunda a sexta e atende pacientes encaminhados pelo serviço da Atenção Básica, para tratamentos de canal, cirurgias orais maiores, diagnóstico de lesões bucais com potencial cancerígeno, tratamento periodontal (doenças da gengiva e tecidos de suporte dentário), tratamento especializado infantil (seja pela complexidade do problema ou por problemas de comportamento) e atendimento a pessoas com deficiência, que não puderam ser atendidas nas unidades básicas de saúde. O paciente é encaminhado ao Centro com a consulta agendada com data e horários definidos, evitando filas ou longos períodos de espera (BENTO GONÇALVES SMS, 2021d). 
As pessoas com algum tipo de deficiência que dificulte seu deslocamento podem agendar a consulta odontológica no Centro de forma direta. O responsável vai até uma unidade de Atenção Básica, munido de todos os documentos pessoais da pessoa cuidada e recebe o encaminhamento para atendimento no CEO (BENTO GONÇALVES SMS, 2021d). 
11.2.11 Serviços de Apoio e Diagnóstico 
Os Serviços de Apoio e Diagnóstico são compostos pelo Laboratório, Exames Especializados e Raio X. O Laboratório realiza exames laboratoriais de todo o município e atende à coleta de exames na UPA. Os exames que não são realizados na secretaria da saúde são comprados em laboratórios conveniados (BENTO GONÇALVES SMS, 2021d). 
Os exames especializados são comprados em serviços e clínicas conveniadas. Fazem parte deste serviço especializado os seguintes exames: tomografia, ecografia, eletrocardiograma com laudo, holter, Ecocardiograma Bidimensional c/ doppler, Ecodopplercardiograma fetal, Ecodopplercardiograma transesofágico, Ergometria, Cintilografia óssea, Cintilografia miocárdica perfusão stress, Cintilografia miocárdica perfusão repouso, Cintilografia renal com DMSA ou DTPA, Cintilografia pulmonar perfusão, Cintilografia pulmonar por inalação e Cintilografia óssea com gálio (BENTO GONÇALVES SMS, 2021d).
 O setor de Raio X atende à demanda advinda da atenção básica, secundária e serviços de Pronto Atendimento, atendendo no prédio Dr. Walter Galassi (BENTO GONÇALVES SMS, 2021d). 
11.2.12 Bloco Cirúrgico 
O Bloco Cirúrgico realiza procedimentos cirúrgicos em diversas áreas, como ginecologia, urologia, dermatologia, buco maxilofacial e cirurgia geral. Além dos procedimentos cirúrgicos, o Bloco também presta atendimento ambulatorial nestas áreas (BENTO GONÇALVES SMS, 2021e)
11.2.13 Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU 
O SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência é um serviço de saúde desenvolvido pela Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul em parceria com o Ministério da Saúde e as Secretarias Municipais de Saúde que atua nas emergências na área de saúde, ajudando a organizar a prestação de socorro à população na rede pública (BENTO GONÇALVES, 2021b). 
O SAMU de Bento é regido pelo Ministério da Saúde, através da Normativa 2048. A Unidade Básica do SAMU de Bento iniciou suas atividades em fevereiro de 2011 e a Unidade Avançada em dia 1º de junho. As ambulâncias do SAMU, a serviço da população dividem-se em Unidade de Suporte Básico - USB e Unidade de Suporte Avançado - USA. As USB atendem casos de menor complexidade e contam com equipamento básico de suporte à vida. A equipe é composta por condutor socorrista e técnico de enfermagem. As USA são equipadas com aparelhos e equipamentos semelhantes aos de uma UTI hospitalar e tem sua equipe formada por condutor socorrista, enfermeiro e médico. O SAMU funciona 24 horas por dia. A chamada é gratuita para o telefone 192 (BENTO GONÇALVES, 2021b). 
Bento Gonçalves foi o primeiro município do Brasil a contar com a Regulação Compartilhada de forma Remota do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU, em 2019. Com a implantação total do sistema em dezembro de 2019, o tempo do acionamento das ambulâncias na cidade foi acelerado possibilitando um atendimento mais rápido ao cidadão. O horário de funcionamento na cidade é diariamente das 8h às 24h (BENTO GONÇALVES, 2021b). 
O aplicativo do SAMU para smartphones 'Chamar 192', a partir de janeiro de 2020, facilita o acionamento do serviço do SAMU. O médico regulado que conversar 57 com o solicitante tem acesso à informações básicas e localização por GPS, agilizando o procedimento (BENTO GONÇALVES, 2021b). 
11.2.14 Comunidade Terapêutica Rural de Bento Gonçalves 
A Comunidade Terapêutica Rural para reabilitação e tratamento de dependentes químicos está disponível desde 19 de março de 2011. É a única no Brasil com atendimento totalmente custeado pelo município e entidades apoiadoras. Os trabalhos são coordenados pelo Centro de Apoio Psicossocial Álcool e Drogas - CAPS-AD, que realiza a triagem inicial e encaminha para tratamento, através da equipe de psicólogos, psiquiatras e demais profissionais. O CAPS-AD realiza também o acompanhamento constante com os familiares dos residentes, buscando o sucesso do tratamento (BENTO GONÇALVES, 2021d). 
Na casa de acolhimento os pacientes recebem auxilio psicológico, psiquiátrico, de enfermagem, clínico, medicações e participam de grupos de autoestima. Recebem também a colaboração de entidades. Participam de atividades cotidianas, como limpeza, organização e alimentação. Para atividades físicas a casa possui aparelhos de musculação. Uma das atividades é a produção de casinhas para cachorros, ação que faz parte do projeto 'Posse Responsável', em conjunto com o Gabinete da Primeira-Dama, e que

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