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finança pessoal


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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
CAMPUS TRINDADE - CENTRO SOCIOECONÔMICO 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Giovana Francine Dos Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Finanças Pessoais: 
Proposição de um modelo de planejamento financeiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Florianópolis – SC 
2021 
Giovana Francine Dos Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FINANÇAS PESSOAIS: 
Proposição de um modelo de planejamento financeiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado como 
requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel 
no Curso de Graduação em Administração, do 
Centro Socioeconômico, da Universidade Federal de 
Santa Catarina. 
 
Orientadora: Prof. Ani Caroline Grigion Potrich. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Florianópolis – SC 
2021 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
Finanças Pessoais: Proposição De Um Modelo De Planejamento Financeiro 
 
 
Este Trabalho de Curso foi julgado adequado e aprovado na sua forma final pela 
Coordenadoria Trabalho de Curso do Departamento de Ciências da Administração da 
Universidade Federal de Santa Catarina. 
 
 
 
Florianópolis, XX de setembro de 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. XXXXXXX 
Coordenador de Trabalho de Curso 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliadores: 
 
 
 
Profª. Ani Caroline Grigion Potrich, Dra. 
Orientador 
Universidade Federal de Santa Catarina 
 
 
 
 
 
Profª. Marcus Vinicius Andrade de Lima, Dr. 
Avaliador 
Universidade Federal de Santa Catarina 
 
 
 
Vanessa Martins Valcanover 
Avaliadora 
Universidade Federal de Santa Catarina 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esta pesquisa aos meus pais, sempre muito 
carinhosos e participativos. 
6 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Primeiramente, gostaria de agradecer às duas pessoas sem as quais nada na minha vida 
teria sido possível, meus pais, Sônia e Benê. Vocês me possibilitaram realizar um grande 
sonho, de estudar na Universidade Federal de Santa Catarina. Tive o privilégio de me mudar e 
correr atrás dos meus sonhos, o que continuo fazendo, graças a vocês. Espero um dia, 
trilhando meu sucesso profissional, poder retribuir pelo menos um pouco da vida que vocês 
me doaram. Amo vocês dois da forma mais sincera possível. A vocês, todo meu amor e 
gratidão. 
Agradeço imensamente pelos meus pais terem me ensinado a importância de Deus, e 
da família, maiores motivos de agradecimentos que considero em minha vida. Ter uma 
família tão unida, feliz e ligada a Deus trouxe muita força para seguir em todo o meu 
percurso. Agradeço a todas as minhas tias, que sempre me trataram como filha, me apoiando e 
ajudando imensamente. Em especial, gostaria de agradecer minha tia Má, a qual sempre tive 
um enorme carinho e que sempre foi tão presente em minha vida, mas hoje, olha por mim do 
céu. 
Gostaria de agradecer, especialmente, meu irmão, Estéfano, o qual sempre me apoiou 
em todos os diferentes âmbitos de minha vida e sempre esteve ao meu lado. Você é sem 
dúvidas, uma das pessoas mais importantes da minha vida. 
Aos meus amigos, que fizeram desse percurso um percurso mais leve e feliz. Vocês 
foram a minha família que constitui em Florianópolis. Gostaria de deixar alguns nomes: 
Ariadne Lima, Bruna Alves, Helena Tamanini, Ronaldo Ribeiro e Samir Capistrano. Todos 
vocês fizeram parte de momentos importantes durante a minha caminhada pela Universidade, 
lembrarei sempre dos nossos momentos. 
À Invest Jr., que me trouxe as maiores experiências da minha graduação. Participando 
dessa empresa júnior, até me tornar vice-presidente, desenvolvi minhas soft skills e adquiri 
muito conhecimento. Junto a ela gostaria de agradecer todos os membros que vivenciaram 
isso comigo, e se tornaram grandes amigos meus, principalmente Luisa Lino, Gabriel 
Guimarães, Felipe Rahn, Maria Júlia e Arthur Reitz, responsáveis por me ajudar e transmitir 
tanto conhecimento. 
Por fim, gostaria de agradecer a minha orientadora, Ani, que é uma profissional 
incrível e que merece muito reconhecimento, ao Fabricio Michell, que me ajudou com sua 
experiência em planejamento financeiro, e a todos os outros professores da minha graduação. 
7 
Agradeço por me transmitirem tanto conhecimento, me possibilitando e inspirando a me 
tornar uma boa profissional. 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"O investimento em conhecimento é aquele que traz maiores retornos." 
 
(FRANKLIN, Benjamin. 1706-1790) 
9 
RESUMO 
 
 
O conhecimento acerca de finanças pessoais ainda é muito escasso dentre a população nos 
dias de hoje. Por isso, propor um projeto de planejamento financeiro, principalmente para 
quem ainda não possui experiência com organização financeira, e mostrar a experiência de 
realizar esse planejamento, os quais são objetivos do presente estudo, é fundamental para o 
desenvolvimento financeiro da sociedade. Esse estudo desenvolve uma proposição de 
planejamento financeiro que contribui com as finanças pessoais de grupos distintos de perfil, 
mostrando a experiência e dificuldades durante esse percurso, além de ensinar como é 
possível organizar as finanças e realizar um planejamento financeiro pessoal. 
 
Palavras-chave: Planejamento Financeiro, Finanças Pessoais, Investimentos. 
10 
ABSTRACT 
 
 
Knowledge about personal finance is still very scarce among the population today. Therefore, 
proposing a financial planning Project and showing people the experience of doing this 
financial planning, which are the objectives of this study, is essential for the financial 
development of Society, especially for those who do not yet have financial planning 
experience. This study develops a financial planning proposition that contributes to personal 
finances for different profile groups, showing the experience and difficulties during this 
journey, besides teaching people how possible it is to organize their finances and do a 
personal financial planning. 
 
Keywords: Financial Planning, Personal Finance, Investments. 
11 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1 – Funcionamento do Tesouro Selic ................................................................ 25 
Figura 2 – Funcionamento do Tesouro Prefixado. ....................................................... 26 
Figura 3 – Funcionamento do Tesouro Prefixado com Juros Semestrais .................... 27 
Figura 4 – Funcionamento do Tesouro IPCA+ ............................................................ 28 
Figura 5 – Funcionamento do Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais. ....................... 29 
12 
LISTA DE GRÁFICOS 
Gráfico 1 – Despesas: Pessoa A .................................................................................... 72 
Gráfico 2 – Despesas: Pessoa B .....................................................................................73 
Gráfico 3 – Despesas: Pessoa C. ................................................................................... 74 
13 
LISTA DE QUADROS 
 
 
Quadro 1 – Sujeitos do Estudo. ..................................................................................... 50 
 
Quadro 2 – Perfis dos Sujeitos. ..................................................................................... 50 
 
Quadro 3 – Coleta de Dados. ........................................................................................ 51 
 
Quadro 4 - Bloco 1 de Perguntas. ................................................................................. 54 
 
Quadro 5 - Bloco 2 de Perguntas. ................................................................................. 54 
 
Quadro 6 - Bloco 3 de Perguntas.................................................................................. 55 
 
Quadro 7 - Perfil de Investidor. .................................................................................... 56 
 
Quadro 8 - Fontes de renda .......................................................................................... 58 
 
Quadro 9 - Já realizou um acompanhamento de planejamento financeiro? ................. 58 
 
Quadro 10 - Nível de organização financeira ................................................................59 
 
Quadro 11 - Você gasta mais do que ganha? ................................................................ 59 
 
Quadro 12 - Objetivos, metas e sonhos de curto prazo. ................................................ 60 
 
Quadro 13 - Objetivos, metas e sonhos de longo prazo. ............................................... 60 
 
Quadro 14 – Prioridades. ............................................................................................... 61 
 
Quadro 15 - Em quanto tempo pretende se aposentar ou atingir a independência 
Financeira?......................................................................................................................61 
 
Quadro 16 - Inadimplência e dívidas. ........................................................................... 62 
 
Quadro 17 - Reserva de Emergência ............................................................................. 62 
 
Quadro 18 - Principais Gastos ....................................................................................... 63 
 
Quadro 19 - Objetivo Financeiro. .................................................................................. 63 
 
Quadro 20 - Investimentos. ............................................................................................ 64 
 
Quadro 21 - Conhecimento sobre Planejamento Financeiro e sua importância. ............ 65 
 
Quadro 22 - Onde se informa sobre educação financeira e investimentos. ................... 65 
 
Quadro 23 - Ajuste do Bloco 1 de Perguntas. ................................................................ 77 
14 
Quadro 24 - Ajuste do Bloco 2 de Perguntas. .............................................................. 77 
Quadro 25 - Ajuste Bloco 3 de Perguntas. ................................................................... 78 
Quadro 26 - Bloco 4 de Perguntas. .............................................................................. 79 
15 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1 – Controle Orçamentário. ............................................................................... 39 
 
Tabela 2 – Compras de grande valor. ............................................................................ 42 
 
Tabela 3 – Organização das Dívidas. ............................................................................ 45 
 
Tabela 4: Planilha de Investimentos. ............................................................................. 47 
 
Tabela 5 - Informações Básicas. .................................................................................... 66 
 
Tabela 6 – Fontes de Renda ........................................................................................... 67 
 
Tabela 7 – Expectativa da vida profissional. ................................................................. 67 
 
Tabela 8 – Experiência financeira ................................................................................. 68 
 
Tabela 9 – Cartão de Crédito. ....................................................................................... 68 
 
Tabela 10 – Controle Patrimonial ................................................................................. 69 
 
Tabela 11 – Sonhos. ...................................................................................................... 70 
 
Tabela 12 – Orçamento Mensal: Pessoa A .................................................................... 71 
 
Tabela 13 – Orçamento Mensal: Pessoa B .................................................................... 72 
 
Tabela 14 – Orçamento Mensal: Pessoa C. ................................................................... 74 
16 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 17 
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA DE 
PESQUISA .............................................................................................................. 17 
1.2 OBJETIVOS...................................................................................................... 18 
1.3 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 18 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 20 
2.1 FINANÇAS PESSOAIS ................................................................................... 20 
2.1.1 Planejamento Financeiro Pessoal ............................................................... 21 
2.1.2 Planejamento Financeiro de Curto, Médio e Longo Prazo ...................... 22 
2.2 TIPOS DE INVESTIMENTO ........................................................................... 22 
2.2.1 Investimentos de Renda Fixa ...................................................................... 23 
2.2.2 Investimento de Renda Variável ................................................................. 31 
2.3 MODELOS DE PLANEJAMENTO FINANCEIRO........................................ 34 
2.3.1 Modelo da Planejar ...................................................................................... 34 
2.3.2 Modelo de Cerbasi ........................................................................................ 37 
3. MÉTODO ................................................................................................................... 49 
3.1 TIPO DO ESTUDO .......................................................................................... 49 
3.2 SUJEITOS DO ESTUDO ................................................................................. 50 
3.3 COLETA DE DADOS ...................................................................................... 51 
3.4 ANÁLISE DE DADOS ..................................................................................... 52 
3.5 LIMITAÇÃO DO ESTUDO ............................................................................. 52 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................. 53 
4.1 DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA DE PLANEJAMENTO FINANCEIRO 
................................................................................................................................. 53 
4.2 ANÁLISE DOS INDIVÍDUOS DOS CASOS E SEUS OBJETIVOS FINANCEIROS 
................................................................................................................................. 57 
4.3 DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA DE REALIZAÇÃO DE UM PLANEJAMENTO 
FINANCEIRO ......................................................................................................... 75 
4.4 AJUSTE PÓS-EXPERIMENTAÇÃO DO MODELO DESENVOLVIDO ..... 76 
4.5 PROPOSIÇÕES PARA O PLANEJAMENTO FINANCEIRO DE CADA PERFIL 
................................................................................................................................. 80 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 87 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 89 
APÊNDICE A - Roteiro para a entrevista de Planejamento Financeiro ........................ 94 
APÊNDICE B - Roteiro para a entrevista de Planejamento Financeiro Ajustado ......... 96 
APÊNDICE C - Entrevista para o Planejamento Financeiro: Entrevistado A ............... 97 
17 
 
APÊNDICE D- Entrevista para o Planejamento Financeiro: Entrevistado B ............. 100 
APÊNDICE E - Entrevista para o Planejamento Financeiro: Entrevistado C .............. 103 
APÊNDICE F - Planilha de Captação de Dados: Dados Pessoais ............................... 107 
APÊNDICE G - Planilha de Captação de Dados: Controle Patrimonial ...................... 109 
APÊNDICE H - Planilha de Captação de Dados: Sonhos............................................ 110 
APÊNDICE I - Planilha de Captação de Dados: Orçamento Mensal .......................... 111 
APÊNDICE J – Dados Pessoais: Pessoa A .................................................................. 113 
APÊNDICE K – Controle Patrimonial: Pessoa A ........................................................ 115 
APÊNDICE L – Sonhos: Pessoa A .............................................................................. 116 
APÊNDICE M – Orçamento Mensal: Pessoa A .......................................................... 117 
APÊNDICE N – Dados Pessoais: Pessoa B ................................................................. 119 
APÊNDICE O – Controle Patrimonial: Pessoa B ........................................................ 120 
APÊNDICE P – Sonhos: Pessoa B ............................................................................... 121 
APÊNDICE Q – Orçamento Mensal: Pessoa B ........................................................... 122 
APÊNDICE R – Dados Pessoais: Pessoa C ................................................................. 124 
APÊNDICE S – Controle Patrimonial: Pessoa C ......................................................... 125 
APÊNDICE T – Sonhos: Pessoa C .............................................................................. 126 
APÊNDICE U – Orçamento Mensal: Pessoa C ........................................................... 127 
18 
1. INTRODUÇÃO 
 
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA DE 
PESQUISA 
 
O planejamento financeiro pessoal é uma ferramenta de extrema importância para se 
atingir objetivos, pois ele faz com que o dinheiro trabalhe a favor de suas metas, levando em 
consideração as características de cada indivíduo. Apesar de toda sua importância, o costume 
de se realizar um planejamento pessoal não é forte no Brasil, não havendo a valorização da 
educação financeira para crianças nas escolas, e nem mesmo para os adultos, que muitas 
vezes precisam contratar profissionais da área para desenvolvê-lo. 
Se organizar financeiramente é a base do triunfo para controlar o dinheiro e conseguir 
alcançar os objetivos almejados. Ele consiste em diversos meios para que os indivíduos 
consigam cobrir todos os seus gastos pessoais de forma organizada, permitindo a realização 
de sonhos. Apesar de o dinheiro não ser a única prioridade da vida das pessoas, elas 
dependem diretamente dele, o que o torna extremamente importante e de grande impacto na 
vida pessoal. O planejamento financeiro educa as pessoas financeiramente, melhorando a 
relação com o dinheiro em diferentes casos, transformando pessoas ao aprenderem a 
economizar e investir para que se alcance a independência financeira. 
Muitas pessoas colocam a culpa na quantidade de dinheiro que se recebe, em que não 
conseguem poupar e se organizar financeiramente porque o dinheiro é escasso, mas até onde 
isso deve ser levado como crença? O autor Halfeld (2001, p.17) cita: “conheço pessoas que 
ganham muito dinheiro, mas não conseguem poupar. Conheço outras que ganham pouco, mas 
são boas poupadoras. Qual a diferença entre elas? A capacidade de não cair nas tentações do 
consumismo”. Ou seja, independentemente da quantidade de dinheiro envolvida, em grande 
parte dos casos, existe sim uma maneira de se poupar, por meio da realização um 
planejamento financeiro pessoal. 
No entanto, apesar da sua importância, não existem muitos modelos na literatura sobre 
planejamento financeiro, porém é um assunto que está cada vez mais se difundindo. Existem 
alguns autores que modelaram o planejamento financeiro, além de alguns autores mais atuais 
que tratam bastante sobre a importância de se organizar financeiramente, dos quais alguns 
serão retratados nesse estudo. 
Além dessa escassez de modelos na literatura, tem-se a dificuldade de que os modelos 
que são encontrados não se aplicam para a utilização em diferentes perfis, ou seja, não existe 
19 
um padrão específico que se encaixe para qualquer tipo de pessoa. É necessário sempre 
analisar caso por caso, pois a vida financeira e pessoal de cada indivíduo possui muita 
diferença de um caso para o outro, precisando levar em consideração elementos subjetivos e 
qualitativos, não sendo possível enxergar a todos com o mesmo padrão. 
Com isso, é formado o seguinte problema de pesquisa: como desenvolver uma 
proposição de planejamento financeiro que contribua com as finanças pessoais de grupos 
distintos de perfil? 
 
1.2 OBJETIVOS 
 
Para que seja respondida a questão problemática do presente estudo, foram elaborados 
um objetivo geral e quatro objetivos específicos. 
 
1.2.1 Objetivo Geral 
 
Desenvolver uma proposição de planejamento financeiro que contribua com as 
finanças pessoais de grupos distintos de perfil. 
 
1.2.2 Objetivos Específicos 
 
a) Detalhar os modelos de planejamento financeiro existentes; 
b) Analisar os indivíduos dos casos e seus devidos objetivos financeiros; 
c) Descrever a experiência da realização de um planejamento financeiro; 
d) Construir um planejamento financeiro para cada perfil. 
 
 
1.3 JUSTIFICATIVA 
 
O planejamento financeiro das pessoas é algo que não pode mais ser deixado de lado 
pela sociedade. Conhecer as finanças pessoais é indispensável para que se consiga realizar 
sonhos e manter um bom padrão de vida, feitos que são buscados pela maior parte da 
população. 
Apesar de ser algo fundamental para as pessoas, a maior parte da população não se 
dedica as próprias finanças e não sabem se organizar financeiramente, o que deve ser um 
alerta, não somente aos profissionais financeiros, e sim para todos. Por esse motivo, o tema de 
planejamento financeiro, inserido em finanças pessoais, foi escolhido para estudo. Cerbasi (p. 
20 
19) descreve que futuro de vocês e de seus filhos é consequência não só das decisões de hoje, 
mas também do que gastam no dia a dia, além do orçamento familiar ser a única maneira de 
fugir de situações financeiras difíceis e principalmente de endividamentos. 
O presente estudo é relevante pois mostra como é o processo de se realizar um 
planejamento financeiro em diferentes casos, ensinando a todos o passo a passo de se realizar 
a organização das finanças, controle de gastos e investimentos. Quanto a sua originalidade, o 
presente estudo demonstra a experiência de uma pessoa ao propor realizar um projeto de 
planejamento financeiro em casos únicos, sedo assim, um estudo exclusivo e inovador. Não 
há muitos registros de trabalhos acadêmicos desse nível realizado com foco na construção e 
na experiência do processo de planejamento financeiro, de acordo com pesquisa feita no 
Google Scholar. 
Realizando trabalhos dessa forma, o objetivo de difundir cada vez mais a importância 
do planejamento financeiro e mostrar que é possível para qualquer pessoa se organizar 
financeiramente será alcançado, contribuindo para a sociedade. 
21 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
Para que se tenha uma boa base para chegar aos resultados do estudo, é necessário 
construir uma boa fundamentação teórica, que será utilizada como base dos resultados. Os 
assuntos que serão tratados na fundamentação teórica do presente estudo são sobre finanças 
pessoais, planejamento financeiro e sua importância, passando pelos principais tipos de 
investimento, tanto de renda fixa, quanto renda variável, até chegar aos diferentes modelos de 
planejamento financeiro existentes. 
 
2.1 FINANÇAS PESSOAIS 
 
Finanças pessoais é um campo de estudo direcionado a umapessoa ou família para 
que obtenha sucesso em suas decisões financeiras com base em conceitos financeiros, 
podendo também adaptar conceitos empresariais. De acordo com Cherobim e Espejo (2010), 
finanças pessoais é a ciência que estuda a aplicação de conceitos financeiros nas escolhas 
financeiras das pessoas e das famílias. Em finanças pessoais são considerados os eventos 
financeiros de cada pessoa, bem como sua fase de vida para auxiliar no planejamento 
financeiro. 
“As finanças pessoais têm por objeto de estudo e análise as condições de 
financiamento das aquisições de bens e serviços necessários à satisfação das necessidades e 
desejos individuais” (PIRES, 2007, p.13). Já para Bodie e Merton (1999, p. 10) “são o estudo 
de como as pessoas alocam seus recursos escassos ao longo do tempo”. Segundo Vilain 
(2018, p.10), “o objetivo básico das finanças pessoais é fazer com que se comece a 
administrar sua vida financeira de forma controlada, obtendo reservas financeiras que lhe 
darão uma melhor qualidade de vida no futuro”. 
De acordo com Domingos (2007) o sucesso financeiro não depende de quanto cada 
indivíduo ganha, mas de como ele lida com o que ganha. Uma das primeiras lições da 
educação financeira é saber dar valor ao dinheiro (apud VETORELLO; GAVIOLI; 
SEIBERT, 2018, p.5). O cuidado com as finanças pessoais proporciona aos usuários uma vida 
mais confortável e menor dificuldade financeira para atingir as metas por eles estabelecidas 
(CERBASI, 2004). 
Existe uma diversidade de conteúdos parar serem tratados em finanças pessoais. De 
acordo com Sandroni (2008), o tema finanças pessoais estuda problemas como o orçamento 
22 
familiar, as formas para utilizar os créditos disponíveis no mercado financeiro, as aplicações 
vantajosas e a diversificação das fontes de renda pessoal. 
Ao se tratar de finanças de uma família, deve-se tratar na mesma lógica de finanças 
pessoais, somando as rendas e despesas dos demais indivíduos dependentes na família, como 
é tratado por Pires (2007), ao afirmar que as finanças de uma família seguem a mesma lógica 
das finanças pessoais, apresentando a diferença de que consideram a soma de indivíduos 
(cônjuges, com ou sem filhos) ao invés de apenas o singular. Além disso, quando só um deles 
tem fonte de renda, os demais são dependentes e as finanças pessoais do que aufere renda 
devem ser geridas de modo a satisfazer as necessidades e desejos de todos. 
 
2.1.1 Planejamento Financeiro Pessoal 
 
Sendo parte essencial das finanças pessoais, o tema planejamento financeiro está se 
tornando cada vez mais presente no dia a dia dos indivíduos, tanto em pesquisas, quanto em 
livros como “Pai Rico Pai Pobre”, “Do Mil ao Milhão”, “A árvore do dinheiro”, entre outros. 
Conhecimentos financeiros como o quanto investir, onde investir, como gastar menos, como 
gastar bem, que vão desde conhecimentos matemáticos aos psicológicos, estão sendo 
buscados por diferentes pessoas em diferentes níveis sociais. 
Planejamento financeiro é a administração das finanças pessoais para garantir que 
possam ser cumpridos objetivos de curto, médio e longo prazo e realizado possíveis sonhos 
dos indivíduos. Para isso, é preciso disciplina, pois o planejamento não é feito por uma 
semana ou um mês, e sim por anos. Para Gitman (2001, p.434), “O processo de planejamento 
financeiro começa com planos financeiros de longo prazo, ou estratégicos, que por sua vez 
guiam a formulação de planos em curto prazo ou operacionais”. 
Segundo Macedo Junior (2007, p. 26), “planejamento financeiro é o processo de 
gerenciar seu dinheiro com o objetivo de atingir a satisfação pessoal”. Para Gitman (2001, 
p.434), “O Planejamento Financeiro é um aspecto importante das operações nas empresas e 
famílias, pois ele mapeia os caminhos para guiar, coordenar e controlar as ações das empresas 
e das famílias para atingir seus objetivos”. 
Para que seja feito o planejamento financeiro deve-se incluir primeiramente as 
entradas de dinheiro, como salários e rendimentos, considerar todos os gastos previstos do 
indivíduo ou família, não esquecendo de considerar possíveis despesas extraordinárias ou 
emergenciais. Com isso, deve-se colocar objetivos futuros e realizações de sonhos, estudando 
23 
então, quanto tempo é necessário para atingi-los, de que forma podem ser atingidos, quanto o 
indivíduo precisa ganhar ou quanto gostaria de ganhar. 
O fator comportamento é extremamente importante para que funcione o planejamento 
financeiro na vida das pessoas, Vilain (2011) cita que o planejamento financeiro é uma 
questão de complemento entre comportamento e planejamento. Havendo um planejamento 
financeiro bem estruturado, que demarque objetivos reais e possíveis dentro de um intervalo 
de tempo definido, entra em cena o comportamento, fator essencial para se atingir o sucesso. 
Segundo Macedo Junior (2007), o planejamento financeiro bem realizado permite a realização 
de sonhos como parar de trabalhar e estudar fora do país, procurar um emprego melhor sem 
ficar depender financeiramente de um, realizar uma viagem de férias entre outros planos. 
 
2.1.2 Planejamento Financeiro de Curto, Médio e Longo Prazo 
 
As finanças pessoais, no conceito de Ferreira (2006, p. 17) são “o processo de 
planejar, organizar e controlar nosso dinheiro, tanto em curto quanto em médio e longo prazo” 
(apud AGUIAR JUNIOR, 2013, p.19). De acordo com Macedo (2007, apud AGUIAR 
JUNIOR, 2013, p.20), planejar possibilita que o indivíduo assuma o controle de sua vida e 
cita alguns passos em etapas: programação de orçamento; racionalização de gastos; e 
otimização de investimentos. 
Com isso, se entende que é uma questão de traçar uma estratégia temporal, a curto, 
médio e longo prazo e, “estratégia” segundo Hoji (2007) é o caminho para atingir o objetivo 
(apud AGUIAR JUNIOR, 2013, p.21). Segundo Gitman (1997, p.588) “os planos financeiros 
a curto prazo são ações planejadas para um período curto (de um a dois anos) acompanhado 
da previsão de seus reflexos financeiros”. 
Já o planejamento financeiro de longo prazo, também para Gitman (1997), se dá pelos 
planos financeiros a longo prazo, que são ações projetadas para um futuro distante, 
acompanhado da previsão de suas consequências financeiras. Para ele, esses planos tendem a 
cobrir um período de dois a dez anos, sendo comumente descobertos em planos quinquenais 
que são revistos de tempos em tempos à luz de novas informações significativas. 
 
2.2 TIPOS DE INVESTIMENTO 
 
Conhecer os principais tipos de investimento que estão disponíveis no mercado 
financeiro é fundamental para o sucesso da vida financeira e seu planejamento. Neste tópico 
24 
serão vistos quais são os principais investimentos dentro de renda fixa, como poupança, 
tesouro direto, debênture e CBD, assim como também será visto quais os principais 
investimentos em renda variável, como ações, fundos de investimento, imóveis, fundos 
imobiliários e commodities. 
 
2.2.1 Investimentos de Renda Fixa 
 
Investimentos em renda fixa se dão pela principal característica de possuírem uma 
rentabilidade previsível, já que pode ser fixa em algum percentual mensal ou atrelada a algum 
índice como o CDI, Selic ou a inflação. Neste tópico serão apresentados quais os principais 
tipos de investimento dentro de renda fixa. 
 
2.2.1.1 Caderneta de Poupança 
 
A caderneta de poupança é um tipo de conta bancária que em que pode ser aberta para 
guardar dinheiro ganhando uma porcentagem a mais sobre essa aplicação. Dessa forma, a 
poupança, como normalmente é chamada pelas pessoas, funciona como um investimento fácil 
e prático. 
É o tipo de investimento mais comum e conhecido dentre a população, já que é 
considerado muito seguro e permite sacar o dinheiro aplicado em caixas eletrônicos, a 
qualquer momento. Assim como fala Fortuna (2002), a caderneta de poupança é a aplicação 
mais simples e tradicional, sendo uma das poucas, senãoa única, em que se podem aplicar 
pequenas somas e ter liquidez, apesar da perda de rentabilidade para saques fora da data de 
aniversário da aplicação. 
Por ser prática e funcionar mais como uma conta de banco do que propriamente uma 
fonte de investimentos, a poupança não é indicada para quem realmente quer lucrar 
investindo. Apesar da segurança oferecida pela caderneta de poupança, seu rendimento é 
muito baixo. De acordo com Oliveira e Pacheco (2006, p. 98), “a caderneta de poupança é a 
modalidade mais popular e tradicional de investimento destinada de maneira geral, ao público 
de mais baixa renda”. 
O rendimento da poupança depende, diretamente, do valor da taxa Selic (Sistema 
Especial de Liquidação de Custódia), que é a taxa básica de juros do país. Se a Selic for 
superior a 8,5%, a remuneração da poupança é de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial. Se a 
Selic for igual ou menor do 8,5% ao ano, o rendimento da poupança é de 70% da Selic mais a 
25 
Taxa Referencial. Em setembro de 2021, a taxa Selic se encontra em 5,25%, sendo então o 
rendimento de apenas 3,68% ao ano (70% de 5,25%), o que é mais baixo que a inflação do 
país, que fechou 2020 em 4,52%. 
 
2.2.1.2 Tesouro Direto 
 
 
O Tesouro Direto é um programa que permite pessoas físicas a comprarem papéis do 
governo federal pela internet. Criado em 2002, pelo Tesouro Nacional, é o tipo de 
investimento que equilibra a dívida pública, pois funciona como se os investidores estivessem 
emprestando dinheiro ao governo. Proite (2009) se refere ao Tesouro Direto como “um 
programa do Tesouro Nacional de venda de títulos públicos federais da dívida interna 
diretamente a pessoas físicas por meio da internet no Brasil”. 
Sendo passível de aplicação por meio de uma grande variedade de bancos e corretoras, 
o tesouro direto é um tipo de investimento que permite fazer aplicações com valores baixos, a 
partir de R$30 e oferece liquidez diária para todos os papéis. Tendo em vista atender a 
demanda de pequenos investidores “o Tesouro Direto tem como um de seus objetivos, 
democratizar o acesso a títulos públicos e torná-lo mais heterogêneo a partir do aumento da 
base de investidores na dívida pública doméstica” (DIAS, 2016, p.24). 
Existem três tipos de títulos públicos à venda no Tesouro Direto: os prefixados, os 
pós-fixados e os híbridos. Nos prefixados sabe-se o quanto irá se receber de retorno logo no 
momento da compra, com a condição de que o resgate só poderá ser feito no vencimento do 
título. Nos papéis pós-fixados, sabe-se os critérios de remuneração, mas o retorno total do 
investimento depende do momento do resgate e de suas condições, podendo se modificar, 
pois esses papéis são atrelados a uma variação. Já os títulos híbridos são uma mistura de 
prefixado e do pós-fixado, pois tem uma parte da remuneração definida no momento da 
compra e o restante é variável, em que depende da inflação. 
Existem cinco tipos de tesouro direto, são eles o Tesouro Selic, Tesouro Prefixado, 
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais, Tesouro IPCA+ e Tesouro IPCA+ com Juros 
Semestrais. 
26 
2.2.1.2.1 Tesouro Selic 
 
O Tesouro Selic é um título pós-fixado que varia de acordo com a taxa básica de juro 
básico da economia, definida pelo Banco Central. Como o preço do papel desse investimento 
não possui uma alta oscilação ao longo do tempo, o Tesouro Selic é pouco instável, sendo seu 
rendimento adicionado à aplicação diariamente. 
“A remuneração segue a variação da taxa SELIC diária entre a data de compra e a data 
de vencimento do título, acrescida de ágio ou deságio no momento da compra” (DIAS, 2016, 
p.30). Caso o investidor opte por vender o papel antes de seu vencimento, o mesmo não perde 
dinheiro, sendo pago o retorno até a data da venda. Com isso, é uma boa opção para quem 
quer guardar uma reserva de emergência, pois é também o único título que não possui 
rentabilidade negativa. 
Abaixo a Figura 1 demonstra o funcionamento do Tesouro Selic. 
 
Figura 1 - Funcionamento do Tesouro Selic 
 
Fonte: Tesouro Direto. Acesso em: 23 mai. 2021. 
27 
2.2.1.2.2 Tesouro Prefixado 
 
O Tesouro Prefixado, como o próprio nome mostra, é um investimento em que o seu 
retorno é informado logo na data em que foi aplicado. Assim, sabe-se exatamente o quanto 
será devolvido se mantido o papel até a data de vencimento do mesmo. Porém, caso o 
investidor decida resgatar o dinheiro antes dessa data, esse valor poderá ser menor do que o 
investido, entrando numa situação de prejuízo. Isso ocorre pois o valor do título varia ao 
longo do tempo, tanto para mais quanto para menos, dependendo da situação de mercado. 
Abaixo a Figura 2 ilustra como funciona o Tesouro Prefixado. 
 
 
Figura 2 - Funcionamento do Tesouro Prefixado 
 
 
Fonte: Tesouro Direto. Acesso em: 23 mai. 2021. 
 
 
2.2.1.2.3 Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 
 
 
O Tesouro Prefixado com Juros Semestrais, também prefixado, como mostrado em 
seu próprio nome, é o investimento em que também se sabe o retorno que obterá no 
vencimento do papel logo no momento da compra do título. No entanto, a diferença dele para 
o Tesouro Prefixado, é que duas vezes no ano ele retorna juros provenientes até aquela data, 
chamado de cupom, possibilitando possíveis aumentos de liquidez e reinvestimentos. 
28 
Conforme Dias (2016), as datas de pagamento dos cupons são determinadas 
retrospectivamente a cada seis meses a partir da data de vencimento. Nesse título tem-se a 
vantagem de possuir um fluxo de caixa sem vender o título, e não somente receber um valor 
na data final. Esses juros recebidos podem ser reaplicados ou retirados para uso. Porém, todas 
as vezes em que o cupom for recebido, será descontada a alíquota de imposto de renda de 
22,5% sobre o ganho. 
Abaixo se tem a Figura 3 ilustrativa de como funciona o Tesouro Prefixado com Juros 
Semestrais. 
 
Figura 3 - Funcionamento do Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 
 
Fonte: Tesouro Direto. Acesso em: 23 mai. 2021. 
 
 
2.2.1.2.4 Tesouro IPCA+ 
 
 
O Tesouro IPCA+ é um título híbrido, em que possui uma parte prefixada, definida no 
momento da compra do papel e outra parte pós-fixada, em que é seguida pela variação do 
índice de inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o que lhe 
proporciona rentabilidade real. Esse papel é protegido contra a inflação, contra a 
desvalorização do capital, tendo isso como uma grande vantagem. 
O Tesouro IPCA+ não possui pagamento de cupons de juros, como é o caso do 
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais, que será visto a frente, assim, seu fluxo de pagamento 
29 
é simples e a rentabilidade é dada pela taxa anual de juros mais a variação da inflação até o 
vencimento. 
Abaixo a Figura 4 apresenta de forma ilustrativa como funciona o Tesouro IPCA+. 
 
Figura 4 - Funcionamento do Tesouro IPCA+ 
 
Fonte: Tesouro Direto. Acesso em: 23 mai. 2021. 
 
 
2.2.1.2.5 Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 
 
 
O Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais é também um papel híbrido, sendo sua parte 
prefixada a parte definida no momento da compra do papel, e sua parte pós-fixada relacionada 
a variação do IPCA, assim como o Tesouro IPCA+. Porém, a diferença desse título é que, 
duas vezes por ano, será paga uma proporção da remuneração combinada. 
Essa remuneração precisa ser tributada pelo Imposto de Renda, 22,5% sobre o ganho 
semestral no primeiro pagamento, depois seguindo uma tabela regressiva de até 15%. 
Assim como o Tesouro Prefixado, o Tesouro IPCA também depende da situação de 
mercado do momento, assim, se o investidor retira seus recursos antes da data demarcada, fica 
sujeito às condições de mercado naquele momento, podendo receber mais ou menos do que 
era esperado. 
A Figura 5 ilustra como funciona o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais. 
30 
Figura 5 - Funcionamento do Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 
 
 
Fonte: Tesouro Direto. Acesso em: 23 mai. 2021. 
 
 
2.2.1.3Debênture 
 
As Debêntures são títulos de crédito emitidos por empresas, que são negociados no 
mercado de capitais. De acordo com Assaf Neto (2014), as debêntures são títulos privados de 
crédito, emitidos exclusivamente por companhias de capital aberto e colocadas no mercado à 
disposição de investidores interessados, representando uma alternativa de captação de 
empréstimo no mercado. 
As debêntures são também classificadas como valores mobiliários, porém, ao contrário 
das ações, são títulos que conferem renda fixa aos seus investidores (ASSAF NETO, 2014, 
p.176). 
 
A autorização de emitir esses valores, assim como a definição de suas principais 
características (prazo de resgate, rendimentos previstos e forma de pagamento etc.) 
são de competência da assembleia de acionistas da empresa, respeitada a legislação 
em vigor (ASSAF NETO, 2014, p.585). 
 
De acordo com Assaf Neto (2014), existem dois tipos de debêntures, as simples, em 
que somente podem ser resgatadas em dinheiro, e as conversíveis em ações, em que é 
permitido que o debenturista possa converter o montante acumulado em ações da empresa. 
Também pode ocorrer ágio, quando o título é negociado no mercado mais alto do que seu 
31 
valor de emissão, ou deságio, quando o título é negociado no mercado com o valor mais baixo 
que em sua emissão. 
 
2.2.1.4 Previdência Privada 
 
 
A Previdência Privada é um investimento simples que consiste em acumular capital, 
para depois resgatá-lo. Um investimento inicial é feito, tendo aplicações mensais, em que se 
passam anos investindo, para a conta de um beneficiário. Depois de um prazo definido, ocorre 
o recebimento de juros do capital acumulado. 
Segundo a Caixa Seguradora (2017), a previdência privada corresponde a um 
investimento, com uma quantia em dinheiro depositada por um determinado período e esse 
valor fica rendendo. Após dado período, o investidor é permitido sacar todo o montante 
acrescido das remunerações, de uma só vez ou de forma parcelada. 
Existem duas categorias de planos de Previdência Privada, que são o PGBL ou VGBL, 
sendo a principal diferença sobre eles a tributação. De acordo com a Caixa Seguradora 
(2017), no Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL), a incidência do imposto de renda 
ocorre sobre o total que será resgatado, podendo ter os aportes abatidos do Imposto de Renda, 
limitado a 12% da sua renda anual. Com isso, ele é possível somente para quem realiza a 
declaração completa de IR. 
Já o plano Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), o Imposto de Renda incide 
somente sobre a rentabilidade conquistada. De acordo com a Caixa Seguradora (2017), são 
destinados aos clientes que se encaixam na Declaração Simplificada e aos que não fazem a 
declaração do IR. Durante a fase de acumulo de capital, não se pode deduzir os valores 
aplicados no plano de previdência do IR, porém, quando houver o recebimento da renda, não 
há incidência de IR sobre o capital investido, e sim somente nos rendimentos. 
 
2.2.1.5 CDB 
 
O Certificado de Depósito Bancário, conhecido como CDB, é um título considerado 
rentável e seguro emitido por bancos, com o objetivo de captar dinheiro para financiar as 
atividades do banco, como projetos e dívidas. É um dos investimentos mais conhecidos pelos 
investidores da renda fixa. Assim como aborda Assaf Neto (2011, p.147), os CDBs 
32 
“constituem-se em títulos de renda fixa emitidos pelos Bancos Comerciais, Múltiplos e 
Bancos de Investimentos destinados a lastrear operações de financiamento de capital de giro”. 
As vantagens do CDB são que ele conta com a proteção do Fundo Garantidor de 
Créditos (FGC), até o limite de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, e tem sua taxa de rentabilidade 
definida no momento da compra. Os CDBs que possuem um prazo maior de vencimento 
normalmente possuem uma rentabilidade maior, assim como geralmente os CDBs emitidos 
por instituições bancárias menores tendem a oferecer taxas de rendimentos mais altas. De 
acordo com Assaf Neto (2011) sobre os rendimentos auferidos com o CDB ocorre a 
incidência de Imposto de Renda, que é tributado no momento do seu resgate e de acordo com 
uma tabela regressiva. 
 
 
2.2.2 Investimento de Renda Variável 
 
 
2.2.2.1 Ações 
 
 
As Ações são um tipo de investimento do mercado financeiro em que se compra uma 
fração do capital social de uma empresa. Com isso, o investidor se torna um dos sócios da 
empresa, fazendo parte dos riscos desta empresa, assim como de seus lucros. Assim como diz 
Assaf Neto (2011, p.42), “Ação é um valor mobiliário representativo de uma parcela (fração) 
do capital social de uma sociedade, com prazo de emissão indeterminado e negociável no 
mercado”. 
Existem dois tipos de ações, as ações ordinárias e as ações preferenciais. Os 
investidores das ações ordinárias têm direito a voto para eleger membros do conselho de 
administração da empresa, como confirma Assaf Neto (2011, p.42) “proporcionam aos seus 
titulares o direito de voto em assembleias gerais de acionistas e participação nos lucros da 
sociedade mediante o recebimento de dividendos”. Porém, nessa modalidade, os dividendos 
são variáveis, não sendo garantidos. 
Já as ações preferenciais, como o próprio nome se refere, da prioridade no recebimento 
de dividendos da determinada empresa. Esse tipo de ação da a garantia de recebimento de 
dividendos fixos aos acionistas, normalmente. Porém, geralmente esses investidores não 
possuem direito de voto na assembleia, assim como fala Assaf Neto (2011, p.42) “as ações 
preferenciais, ao contrário, não possuem o direito a voto, oferecendo em contrapartida 
algumas vantagens ou preferências, como a prioridade no recebimento de dividendos”. 
33 
Resumidamente, as ações são valores que conferem ao seu titular a propriedade de certa parte 
(fração) do capital da empresa emissora (ASSAF NETO, p.176). Sendo os rendimentos das 
ações variáveis, dependendo principalmente dos resultados apurados pela sociedade emitente 
e das condições de mercado e da economia (ASSAF NETO, p.42). 
 
2.2.2.2 Fundo de Investimento 
 
 
Um fundo de investimento é composto por uma carteira de ativos financeiros, em que 
são oferecidos por administradoras que disponibilizam cotas para captação de recursos, 
cobrando taxas para as decisões que são tomadas, proporcionais à porção de cotas adquiridas. 
Segundo o site da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (ANBID, 2017), um 
fundo de investimento é “um tipo de investimento coletivo, organizado por instituições 
financeiras, no qual você compra uma cota do fundo e recebe a valorização dela no período 
em que você investir nela”. 
Quando o investidor, chamado de cotista, aplica em um fundo, ele adquire cotas, que 
são menores partes de um fundo. O patrimônio do investidor é composto pela somatória de 
cotas que possui, sendo todas as cotas do mesmo valor. 
Existem diferentes tipos de fundos, em que são divididos pelo tipo de ativos que 
investem. De acordo com a Associação Nacional dos Bancos de Investimento (ANBID, 2017) 
existe o fundo de renda fixa, em que são feitas aplicações em papeis de renda fixa, como 
exemplo títulos públicos e privados. Existe o fundo de ações, em que são feitas aplicações em 
renda variável, como ações. Há o fundo cambial, em que se aplica em papeis atrelados à 
variação de preços de moedas, como o dólar ou o euro. Há também o fundo multimercado, em 
que se pode investir em parte em renda fixa, parte em renda variável e parte em moedas. 
 
2.2.2.3 Imóveis e Fundo Imobiliário 
 
 
O investimento em imóveis e fundo imobiliário é como se fosse o ato comum de se 
comprar um imóvel, mas a diferença é de que se compra o mesmo imóvel com vários outros 
investidores. “Ao investir em um fundo imobiliário, em vez de comprar um imóvel sozinho, 
você estará se associando a vários outros investidores que também têm interesse em entrar no 
mercado imobiliário” (NIGRO, 2018). 
34 
O fundo imobiliáriofunciona da seguinte maneira: existe um fundo em que vários 
investidores colocam seu capital, e esse fundo realiza as compras no mercado imobiliário. 
Com isso, tem-se o sistema de cotas, em que o investidor recebe proporcionalmente à sua cota 
obtida, possibilitando pessoas com um capital menor de investimento de entrar no mercado 
imobiliário. 
“Investimentos diretos em imóveis exigem elevado desembolso de capital de 
cada investimento corresponde ao valor de cada imóvel adquirido. Já o Fundo 
de Investimento Imobiliário possibilita o acesso ao pequeno investidor que, 
com um valor relativamente baixo, pode investir no setor imobiliário” 
(SCOLESE; BERGMANN; SILVA; SAVOIA, 2015). 
 
Uma vantagem de investir em fundos imobiliários é que o rendimento do mesmo é 
isento de imposto de renda quando pessoa física. Porém na compra e venda de fundos 
imobiliários, ocorre a incidência de imposto. Para as pessoas físicas que investem em fundos 
imobiliários, 
“A Lei nº 11.033/04 confere a isenção de imposto de renda para os 
rendimentos distribuídos pelo fundo, desde que se trate de fundo com no 
mínimo 50 quotistas e tenham suas cotas negociadas exclusivamente em 
bolsa ou mercado de balcão organizado” (SCOLESE; BERGMANN; SILVA; 
SAVOIA, 2015). 
 
2.2.2.4 Commodities 
 
 
Outro tipo de investimento são as Commodities, em que se investe em matérias-primas 
essenciais de baixa industrialização, “in natura”, produzidas em grande escala e sem 
diferenciação de marcas. De acordo com Cunha et al. (2011) “commodities são bens 
diretamente originados na natureza, como minérios, petróleo, produtos agropecuários, 
florestais, e seus derivados a partir de algum grau de processamento industrial”. 
Esse tipo de investimento é feito no mundo inteiro, ou seja, as commodities são 
comercializadas em alta escala globalmente. Existem quatro principais tipos de commodities: 
Mineral, como, por exemplo, o ouro; Financeira, como em moedas (Euro, Dólar, entre 
outras); Agrícola, como a soja; e por fim, de Recursos Energéticos, como por exemplo, o 
Etanol. O investimento nas Commodities é feito pela bolsa de valores, em que o preço oscila 
dependendo da oferta e da procura da mercadoria. 
35 
2.3 MODELOS DE PLANEJAMENTO FINANCEIRO 
 
 
Para ser possível realizar um estudo de proposição de um modelo de planejamento 
financeiro, é necessário conhecer os modelos já existentes no mercado. Neste tópico será 
abordado o modelo de planejamento financeiro da Planejar, Associação Brasileira de 
Planejadores, e também o modelo de Cerbasi, sendo ambos referências no mercado. Esse 
estudo da fundamentação teórica possibilitará que seja proposto um novo modelo nos 
resultados. 
 
2.3.1 Modelo da Planejar 
 
 
A Associação Brasileira de Planejadores, conhecida como Planejar, é uma associação 
que atua com planejamento financeiro para pessoas e famílias, portanto possui um modelo de 
planejamento financeiro, que será abordado nesse tópico. Esse modelo da Planejar (2019) é 
composto por seis etapas: definição do relacionamento com o cliente, coleta das informações 
para elaboração de um plano financeiro, análise dos objetivos, necessidades, valores e 
informações do cliente, desenvolvimento de recomendações e apresentação ao cliente, 
implementação das recomendações de planejamento financeiro, e monitoramento da situação 
do cliente. 
 
2.3.1.1 Definição do relacionamento com o cliente 
 
 
A primeira etapa do modelo de planejamento financeiro da Planejar é a definição do 
relacionamento com o cliente, em que a Planejar (2019) afirma que apesar de ser uma 
“profissão ainda pouco conhecida, muitas podem ser as formas de relacionamento entre um 
planejador financeiro e seu futuro cliente”. 
Nessa etapa, pode-se ter um relacionamento pontual com o cliente, quando o mesmo 
procura assessoria para uma necessidade específica; pode-se ter um relacionamento com 
prazo determinado; ou um relacionamento permanente, em que se trabalhará com o cliente 
variadas situações e necessidades com o decorrer do tempo. 
Outra variável importante para o processo é a forma como o profissional que possui a 
CFP (Certified Financial Planner), certificação internacional para o exercício da atividade de 
planejador financeiro pessoal, conduz sua prática. O profissional deve, de acordo com a 
36 
Planejar (2019), explicar e documentar seus serviços, definir sua responsabilidade e a 
responsabilidade do cliente durante o trabalho e explicar como ele será remunerado e por 
quem. 
O planejador financeiro informa seu cliente sobre o processo em que está passando, 
além de poder passar variadas informações, as quais podem ser “como o planejamento 
financeiro pode ajudar o cliente e atingir objetivos; descrição da metodologia para a prestação 
do serviço de planejamento financeiro; informações sobre as licenças necessárias, experiência 
e conhecimento do profissional” (PLANEJAR, 2019). 
 
2.3.1.2 Coleta das informações para elaboração de um plano financeiro 
 
 
A segunda etapa do modelo de planejamento financeiro da Planejar é a coleta das 
informações para elaboração de um plano financeiro, na qual já se definiu o tipo de 
relacionamento com o cliente, e então dará início a um aprofundamento de troca de 
informações entre o planejador e o cliente. 
A troca de informações entre planejador e cliente pode ocorrer, de acordo com a 
Planejar (2019), “mediante entrevista pessoal com o cliente e as pessoas importantes para o 
planejamento, [...], por meio de questionários com perguntas abertas que permitem respostas 
mais amplas [...] ou de perguntas fechadas que geram respostas pontuais”. 
Segundo a Planejar (2019), o profissional financeiro deve identificar a situação 
patrimonial de seu cliente, compreender os objetivos de curto, médio e longo prazo do cliente, 
avaliar valores e expectativas do cliente, e por fim, determinar o perfil de risco do cliente. Por 
meio dessas informações que devem ser precisas, e documentos necessários, o profissional se 
torna capaz de entender a situação geral do cliente, e ajuda-lo a construir um planejamento 
financeiro eficiente. 
 
2.3.1.3 Análise dos objetivos, necessidades, valores e informações do cliente 
 
 
A terceira etapa do modelo de planejamento financeiro da Planejar é a análise dos 
objetivos, necessidades, valores e informações do cliente, que é pegar as informações obtidas 
do cliente na etapa anterior, e analisá-la. O planejador deve identificar os objetivos financeiros 
e objetivos pessoais do cliente, além de possíveis situações específicas. É importante 
diferenciar necessidades, que são objetivos financeiros essenciais, de desejos, que são 
37 
objetivos não-obrigatórios, pois nem sempre todos os objetivos desejados pelo cliente poderão 
ser atingidos. 
De acordo com a Planejar (2019), o profissional deve coletar e analisar dois tipos de 
informações: as quantitativas, como informações relacionadas a fontes de renda do cliente, 
suas despesas, obrigações financeiras e fiscais; e as qualitativas, em que se analisa: fatores 
comportamentais e culturais do cliente, seu ambiente socioeconômico, necessidades e desejos. 
 
2.3.1.4 Desenvolvimento de recomendações e apresentação ao cliente 
 
 
A quarta etapa do modelo de planejamento financeiro da Planejar é o desenvolvimento 
de recomendações e apresentação ao cliente, após ter obtido as informações do cliente e feito 
a análise. Segundo a Planejar (2019), nessa etapa o planejador deve garantir o entendimento 
do cliente acerca dos fatores e premissas atuais que foram fundamentais para as 
recomendações; riscos da estratégia sugerida; e provável impacto das recomendações sobre a 
capacidade de o cliente atingir seus objetivos, devendo evitar apresentar sua opinião como um 
fato. 
“Após a identificação e avaliação de diversas estratégias e da atual situação do cliente, 
o profissional elabora as recomendações de planejamento financeiro que podem atenderaos 
objetivos, necessidades e prioridades do cliente” (PLANEJAR, p.272, 2019). A recomendação 
pode ser apenas uma ação independente, ou várias ações combinadas, sendo então uma 
mudança, que pode chegar a ser uma modificação de um objetivo do cliente. O profissional 
deve mostrar ao cliente a situação, os fatores e as premissas que foram fundamentais para 
chegar nas suas recomendações, assim como os riscos da estratégia. 
 
2.3.1.5 Implementação das recomendações de planejamento financeiro 
 
 
A quinta etapa do modelo de planejamento financeiro da Planejar é a implementação 
das recomendações de planejamento financeiro, que pode estar na responsabilidade do cargo 
do planejador financeiro ou não. Se estiver a cargo do planejador, de acordo com a Planejar 
(p.272, 2019), “um cronograma deverá ser definido e os passos da execução detalhados e 
apresentados ao cliente para conhecimento e aprovação”. 
“O profissional obtém a concordância do cliente para implementar as recomendações e 
provê a documentação necessária, podendo alterar o escopo da contratação, como 
38 
inicialmente definido, com base no acordo celebrado com o cliente” (PLANEJAR, p.273, 
2019). 
 
2.3.1.6 Monitoramento da situação do cliente 
 
 
A sexta e última etapa do modelo de planejamento financeiro da Planejar é o 
monitoramento da situação do cliente. A vida das pessoas, e assim do cliente, está sempre em 
constante mudança, seja em âmbito familiar, econômico ou pessoal, por isso é de grande 
importância realizar um monitoramento da situação do cliente. “Cabe ao profissional 
monitorar a evolução do planejamento e compará-la com os resultados previstos, 
eventualmente tomando medidas corretivas em caso de não conformidade” (PLANEJAR, p. 
274, 2019). 
De acordo com a Planejar (2019) é indicado realizar reuniões periódicas de 
monitoramento com o cliente, identificando se o cliente está nas mesmas condições ou não, 
em relação à sua renda, família, saúde física e mental, e também se os seus objetivos 
permanecem o mesmo ou se mudaram. É importante também avaliar se o resultado da carteira 
de investimentos está de acordo com o que havia previsto, e se houveram mudanças no 
mercado de forma geral. 
Assim como as mudanças julgadas necessárias ao processo podem demandar com que 
haja uma revisão em todo o processo de planejamento financeiro, “O processo de análise pode 
demandar mudanças no escopo original da contratação ou até mesmo uma nova contratação” 
(PLANEJAR, p. 274, 2019). 
 
2.3.2 Modelo de Cerbasi 
 
 
O Modelo de Cerbasi (2015) é um guia de planejamento financeiro focado para 
qualquer pessoa que esteja interessada em ter uma vida melhor, mais planejada, equilibrando 
dinheiro e trabalho. Em seu livro “Como organizar sua vida financeira”, Cerbasi divide em 
capítulos o que julga importante para realizar um planejamento financeiro, englobando 
autoconhecimento, orçamento doméstico, declaração de imposto de renda, compras, crédito, 
dúvidas e segurança. 
39 
2.3.2.1 Autoconhecimento 
 
O autoconhecimento é o primeiro passo para se realizar um planejamento financeiro 
eficaz, já que, até mesmo quando se contrata um profissional da área, o mesmo faz inúmeras 
perguntas para conhecer o máximo de seu cliente, realizando um diagnóstico de sua situação 
financeira. Cerbasi (2015) fala sobre equilíbrio financeiro, que “para identificar o seu ponto 
de equilíbrio financeiro, não basta saber se o dinheiro que você ganha dá para pagar as 
contas” e sim considerar que na maioria das vezes as pessoas não pretendem ou não são 
capazes de trabalhar o resto da vida, portanto, há outras variáveis a serem consideradas. 
Já no que tange à situação patrimonial, Cerbasi (2015) distingue quatro indicadores 
para avaliar a situação patrimonial. O primeiro indicador é o Patrimônio Mínimo de 
Sobrevivência (PMS), que é uma reserva para situações como perda de emprego ou tentativa 
frustrada de negócio, sendo seis vezes o gasto médio mensal da família. Porém, como o 
próprio nome diz, ela é o mínimo necessário para sobreviver até a situação se estabilizar. 
O segundo indicador é o patrimônio mínimo recomendado para sua segurança, que são 
reservas financeiras que devem ser guardadas para qe se tenha segurança em casos de 
mudança, este deve ser de doze vezes o gasto médio mensal familiar para empregos estáveis, 
e de vinte vezes o gasto médio mensal familiar para baixa empregabilidade. 
O terceiro indicador é o patrimônio ideal para sua idade e sua situação de consumo, 
em que leva em consideração que além de ter reservas suficientes para alguma situação 
presente, deve-se levar em consideração a idade do poupador, pois quanto mais velho, maior 
deve ser a reserva financeira. O número recomendado é de 10% do gasto médio anual familiar 
vezes a idade da pessoa. 
O quarto e último indicador é o patrimônio necessário para a independência financeira, 
em que, nós humanos não sabemos quantos anos iremos viver, portanto, a melhor opção é 
planejar-se para viver dos rendimentos líquidos do patrimônio, tendo a garantia de que nunca 
mais será necessário trabalhar. Deve se dividir o gasto anual médio familiar pela rentabilidade 
líquida anual de investimentos, o resultado dessa conta é o quanto é necessário se ter de 
patrimônio líquido. 
 
2.3.2.2 Orçamento doméstico 
 
O orçamento doméstico é o segundo requisito para se realizar um planejamento 
financeiro eficaz, em que se deve encontrar o equilíbrio orçamentário, ou seja, gastar menos 
40 
do que ganha e investir essa diferença. Cerbasi (2015) afirma que “o ideal é ter conhecimento 
detalhado de seus gastos mensais e agir de acordo com essa informação, adotando iniciativas 
que viabilizem uma poupança regular”. Esse conhecimento detalhado se faz possível através 
de planilhas de orçamento doméstico mensais, podendo esta ser em uma folha de papel ou 
eletrônica, usando, por exemplo, o Excel. 
Cerbasi (2015) cria uma tabela de controle orçamentário com a estrutura apresentada 
na Tabela 1. 
 
Tabela 1: Controle Orçamentário 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Descrição dos nomes 
das contas lançadas 
Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 ... 
Relação de suas receitas líquidas 
- ou – 
Relação de suas receitas brutas 
(-) Relação dos tributos na fonte 
= Total da receita líquida no período 
(-) Relação de suas despesas fixas com: 
- Habitação 
- Saúde 
- Educação 
- Alimentação 
- Transporte 
- Impostos 
- Despesas pessoais 
(-) Relação de suas despesas eventuais 
+ Sobra de caixa do mês anterior 
(-) Aplicações financeiras feitas no período 
= Sobra de caixa no mês 
= Sobra de caixa total 
Fonte: Cerbasi (2015). 
 
 
Com base na Tabela 1, Cerbasi (2015) cita que é importante se ter um controle na 
periodicidade da realização da planilha, sendo que essa periodicidade muda de acordo com a 
disciplina de cada pessoa. Após essa decisão, as receitas devem ser inseridas na planilha, com 
41 
o desconto de impostos, inserindo a receita líquida do período. Logo após, deve-se subtrair as 
despesas fixas, que são as que são certeza de ter em todos os períodos, como despesas com 
habitação, saúde, transporte, educação, entre outras. Em seguida, deve-se subtrair também as 
despesas eventuais ocorridas naquele período. Com isso, tem-se o saldo disponível do 
período, que deve ser utilizado para investimentos, para aplicações financeiras. Depois de se 
realizar todo esse processo, tem-se a sobra de caixa, que, de acordo com Cerbasi (2015), é o 
grande medidor de sucesso de seu orçamento, pois se esse valor não ficou negativo, o objetivo 
de controle financeiro obteve sucesso. 
 
2.3.2.3 Utilize seu orçamento com Inteligência 
 
Criar um controle orçamentário apenas listando os gastos não é o suficiente para ter 
um bom planejamento financeiro, há muito mais a ser feito. Atividades como guardar 
comprovantes de gastos, organizar gastos para ter noção do padrão de consumo, comparara 
evolução desse padrão, refletir sobre escolhas, estipular alterações nesse padrão, se policiar, 
estimar consequências para as escolhas e visualizar situações extremas são essenciais para o 
sucesso da realização do orçamento com inteligência (CERBASI, 2015). 
Cerbasi (2015) propõe algumas recomendações úteis para realizar o orçamento 
doméstico, como sempre destinar uma parte da verba para imprevistos e organizar de forma 
cronológica as datas de vencimento das contas a serem pagas. Outro facilitador é deixar as 
contas para serem pagas em débito automático, o que ajuda a poupar tempo, e principalmente 
evitar atrasos, que normalmente geram grandes juros. É importante sempre lembrar dos 
tributos anuais, como IPTU e IPVA, sendo a melhor estratégia deixar parte dos ganhos de 
final de ano, como 13º e bônus, para pagá-los, se possível. 
Despesas eventuais também devem ser consideradas, assim como se for o caso da 
família, contabilizar a mesada dos filhos, e inclui-los nessa organização financeira, para que 
desde cedo tenham contato com isso. Deve-se guardar todos os comprovantes em alguma 
pasta ou caixa, para que não haja necessidade de alimentar a planilha orçamentária todos os 
dias, e sim estabelecer uma periodicidade (CERBASI, 2015). Seguindo esses passos, o 
orçamento será feito de forma inteligente, o que ajudará a chegar ao sucesso dos objetivos 
pré-estabelecidos. 
42 
2.3.2.4 Declaração de Imposto de Renda 
 
O quarto requisito para que se tenha um bom planejamento financeiro é a realização da 
declaração de imposto de renda, a qual deve ser feita todo ano. Declarar impostos é 
importante porque além de ser uma obrigação para com o governo, é a melhor forma de 
conhecer melhor sua situação financeira (CERBASI, 2015). 
A declaração, apesar de ser temida por muitos que acham que é algo difícil de se fazer, 
não é complicada, desde que se tenha uma organização pessoal com seus gastos. Além disso, 
deve se fazer com calma, e não perto do prazo final de entrega, sempre com informações 
verídicas. Gastos com educação, hospitais, médicos, dentistas, planos de saúde, doações, 
advogados, entre outros, contabilizam no imposto de renda (CERBASI, 2015). 
As pessoas a quem a declaração de renda é obrigatória são as pessoas residentes no 
Brasil, que não estejam como dependentes no imposto de outra pessoa, que tenha tido um 
total de rendimento tributável superior ao piso da renda tributável, ou que tenha obtido um 
total de rendimentos superior a R$40.000,00, ou tenha um patrimônio igual ou superior a 
R$300.000,00, ou que obteve lucro à incidência do imposto na venda de bens, ou que realizou 
operações na bolsa de valores, ou, por fim, quem optou pela isenção do Imposto de Renda na 
venda e compra de imóvel (CERBASI, 2015). 
O prazo de envio do Imposto de Renda é entre o início de março e fim de abril, 
anualmente. Caso haja atraso, é cobrado uma multa por atraso na entrega. É importante 
ressaltar que há como pagar menos imposto ou aumentar a restituição, declarando feitos como 
contribuição à previdência social, pensões alimentícias, médicos, hospitais e outros 
profissionais, número de dependentes e doações. “O principal fator de economia de Imposto 
de Renda, no Brasil, é a declaração de despesas aceitas pela Receita Federal como dedutíveis 
da renda do ano-base” (CERBASI, p.56, 2015). 
 
2.3.2.5 Compras 
 
O quinto passo que deve ser feito para que se tenha um bom planejamento financeiro é 
se preparar para as compras, diferenciando o que é necessidade e o que é vontade. Cerbasi 
(2015) cita que é fundamental definir exatamente as metas de consumo, o prazo de para 
realiza-las e o seu custo, para que seja possível torna-las realidade. 
Antes de sair para realizar alguma compra, alguns preparativos são essenciais, como: 
fazer uma lista com os produtos que são necessários comprar, o que ajuda a focar somente 
43 
neles, e não a comprar outros não tão necessários; saber o teto de compra, ou seja, quanta 
verba está disponível para esse consumo; ter em mente limites de possíveis financiamentos, 
assim como qual é a prestação máxima que pode se pagar, quando o teto não é suficiente para 
o necessário; sair de casa de “barriga cheia”, literalmente quando sair para o supermercado, e 
figurativamente para todos os tipos de compra, como por exemplo, antes de sair comprar 
roupas, reveja as suas próprias para reavaliar a necessidade de compra; por fim, deve-se 
pesquisar sempre, em várias lojas diferentes, para se obter o melhor custo benefício 
(CERBASI, 2015). 
Para as compras de grande valor, que exigem um planejamento melhor, primeiramente 
deve-se traçar os objetivos de consumo, o custo de cada um deles, o prazo em que será 
realizado, e o nível de prioridade. Cerbasi (2015) coloca como exemplo a Tabela 2. 
 
Tabela 2 - Compras de grande valor 
 
Objetivo Custo Prazo Conclusão Prioridade 
Independência Financeira R$1.500.000,00 20 anos dd/mm/aaaa 1 
Reformar a casa R$10.000,00 2 anos dd/mm/aaaa 5 
Trocar de carro R$12.000,00 1 ano dd/mm/aaaa 3 
Bicicletas para as crianças R$400,00 6 meses dd/mm/aaaa 4 
Férias na praia R$2.000,00 8 meses dd/mm/aaaa 2 
Televisão de LED R$4.000,00 1 ano dd/mm/aaaa 6 
Fonte: Cerbasi (2015). 
 
 
A Tabela 2 demonstra como podem ser planejadas as compras de alto valor, sendo de 
maior prioridade a que possui a prioridade como número 1, e a menor o número 5, assim 
sucessivamente. De acordo com Cerbasi (2015), o próximo dever é montar um plano, 
determinando qual é o melhor tipo de investimento para cada objetivo, quanto deve ser 
investido por mês para cada objetivo, e se necessário, adiar ou eliminar alguns dos objetivos 
para que seja possível a realização de outros. Após esse passo, deve se dar finalidade aos 
objetivos, ou seja, manter o foco, revisando periodicamente o planejamento feito, e também 
controlar o desempenho dos investimentos que são feitos pra o cumprimento desses objetivos. 
Cerbasi (2015) coloca também que é importante se policiar na hora da compra, em 
relação a não demonstrar sentimentos, como, por exemplo, demonstrar necessidade ou paixão 
por algum produto, pois com isso o vendedor percebe que não será necessário esforço e 
44 
negociação para a venda do produto. Além disso, deve-se sempre ver se não é possível 
descontos no pagamento à vista, sempre tentar negociar com o vendedor, e controlar 
impulsos, decidindo a compra não dento da loja, e sim em casa, refletindo sobre a mesma. 
Com isso, é possível se fazer compras com responsabilidade, fazendo com que o dinheiro 
renda mais, e o tornando mais produtivo. 
 
2.3.2.6 Crédito 
 
Outro ponto importante a ser revisto no planejamento financeiro é a utilização do 
crédito a seu favor, pois existem ainda muitas pessoas que não sabem utilizá-lo, o 
transformando de algo benéfico, criado para ajudar, a algo maléfico, que coloca medo nas 
pessoas. 
De acordo com Cerbasi (2015), erros comuns são: evitar o uso do crédito, achando que 
o mesmo não é bom; ceder o nome a terceiros; emprestar dinheiro a parentes e amigos; 
decidir contratos de crédito por impulso; não pesquisar alterativas de créditos; não ler os 
contratos, antes de fechar algum contrato de crédito; desfrutar do cheque especial 
simplesmente pela sua facilidade, assim como o uso do crédito rotativo do cartão de crédito; 
permitir o acúmulo de dívidas, sem negociá-las ou até mesmo realizar alternativas para novas 
dívidas, se for viável e valer a pena; esperar caducar uma dívida, em que o nome sairá das 
listas, mas não deixará de ser um devedor, podendo ser processado na justiça; e por fim, 
solicitar crédito quando não é necessário, ou seja, fazer dívida atrás de dívida por motivos que 
poderiam tomar outro rumo. 
A disponibilidade de crédito é diferente de pessoa para pessoa, quanto mais a pessoa 
ter comprovações de ter pago dívidas, por exemplo, mais opções benéficas de crédito ela terá. 
Para se ter um bom perfilde crédito, Cerbasi (2015) cita regras para a construção desse perfil, 
as quais são: negocie até mesmo quando você não precisar; prefira financiamentos, em vez de 
empréstimos; tenha um bom histórico no uso de crédito; substitua suas dívidas, se for viável; 
use o crédito com cautela e consciência, ou seja, assim como citado anteriormente, não faça 
dívidas que poderiam ser evitadas. 
Existem algumas alternativas e oportunidades de crédito, que devem ser conhecidas 
pelas pessoas para que se possa encontrar qual a melhor para cada situação. Segundo Cerbasi 
(2015), as alternativas são: cartões de crédito, em que se deve pagar sempre o valor gasto até a 
data de vencimento; programas de fidelização, em que os bancos disponibilizam aos seus 
clientes de acordo com o relacionamento, podendo reverter em vantagens de custo; dinheiro 
45 
fácil encontrado em esquinas, que geralmente, são casos exploradores, dos quais se deve 
fugir; cheque especial, proporcionado pelo banco, que pode ser utilizado, desde que se pague 
dentro do período sem acréscimo de juros, provido pelo banco; milhas, já que quando se tem 
um cartão de crédito e se realiza compras e viagens de avião, são acrescidas milhas na conta, 
que podem ser utilizadas para novas compras; e compensação de tributos, em que governos 
estão instituindo programas no qual o contribuinte solicita notas fiscais de mercadorias e 
serviços, e posteriormente é beneficiado com descontos e créditos. 
“Use o crédito de forma equilibrada. Ao fugir dos juros e custos dos financiamentos, 
você passa a vida adquirindo o máximo de conforto que o seu bolso pode pagar sozinho” 
(CERBASI, P.93, 2015). Além disso, também é viável sim considerar a possibilidade, em 
situações específicas, a aquisição de dívidas, desde que não comprometa a segurança 
financeira. 
 
2.3.2.7 Dívidas 
 
As dívidas fazem parte do planejamento financeiro, já que em muitos deles não há 
como as evitar totalmente, o importante é saber o limite da situação, e até onde contrair 
dívidas é viável. 
Quando a situação está crítica, com relação a dívidas, Cerbasi (2015) sugere que se 
tome providências. A primeira providência é estancar a saída de dinheiro, em que os gastos da 
família devem ser reduzidos a um nível abaixo da subsistência, como por exemplo: não 
realizar compras parceladas, economizar energia, tanto em tempo de banho quanto a assistir 
menos televisão, usar mais o fogão do que o micro-ondas, pois o gás é mais barato, não 
utilizar ar condicionado e ventiladores, preparar suas próprias receitas ao invés de comprar 
comida pronta, trocar o carro pelo uso de bicicletas ou transporte público, pausar cursos, 
como os de idioma ou academia, entre outros. 
A segunda providência a ser tomada, de acordo com Cerbasi (2015), é organizar as 
dívidas, identificando qual deve ser eliminada primeiro. A planilha apresentada na Tabela 3 
pode ajudar nessa providência. 
46 
Tabela 3: Organização das Dívidas 
 
Dívida Tipo Credor 
Taxa de 
Juros 
Total de 
Prestações 
Prestações a 
Pagar 
Valor das 
Prestações 
Valor em 
atraso 
Valor a 
pagar 
Total a 
pagar 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tipo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Credor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Taxa de 
Juros 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Total de 
Prestações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prestações a 
Pagar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Valor das 
Prestações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Valor em 
atraso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Valor a 
pagar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Total a 
pagar 
2 
3 
4 
5 
6 
7 
 
Dívida 
9 
10 
Total R$ - R$ - R$ - 
Fonte: Cerbasi (2015). 
 
 
Na planilha criada por Cerbasi (2015) deve-se primeiro identificar o tipo de dívida, 
conforme sua denominação (Tipo), identificar para quem se está devendo (Credor), descrever 
a taxa de juros mensal cobrada na dívida (Taxa de juros), informar o número de prestações 
previsto (Total de prestações), informar o número de prestações que ainda faltam ser pagas 
(Prestações a pagar), informar o valor atual de cada prestação, feitos reajustes (Valor das 
prestações), adicionar qual o valor total em atraso, se houver atraso (Valor em atraso), 
informar o valor que ainda falta pagar, multiplicado pelo número de parcelas faltantes (Valor 
a pagar) e por fim informar o valor total da dívida, considerando o que já foi pago e o que 
ainda precisa pagar (Total a pagar). 
A terceira providência, de acordo com Cerbasi (2015), é equilibrar as dívidas, as quais 
devem ser acompanhadas de perto, com a ajuda da planilha anterior. Iniciativas como contatar 
credores o quanto antes para falar sobre saldar compromissos atrasados, solicitar empréstimo 
pessoal para cobrir dívidas no cheque especial ou no cartão de crédito, refinanciar 
automóveis, construir um fluxo de eliminação de dívidas, vender de bens que não estão sendo 
usados, parcelar dívidas e consultar advogados, em casos de falta de acordo, são ações 
interessantes para que se atinja o equilíbrio do planejamento financeiro. 
47 
Por fim, a quarta providência é celebrar o que foi feito, de acordo com Cerbasi (2015), 
o esforço e sacrifício intenso merecem ser celebrados, após ter passado pelos três pilares: o 
sacrifício intenso por tempo indeterminado, a substituição de dividas e a disciplina, atingindo 
o objetivo. 
 
2.3.2.8 Segurança 
 
 
A segurança é o sentimento buscado pela maioria das pessoas, mas principalmente por 
aquelas que realizam um planejamento financeiro, conquistando um equilíbrio financeiro, e 
assim, conquistando a segurança financeira. Essa segurança para o futuro se torna possível 
com atitudes no presente, com a disciplina no uso da renda (CERBASI, 2015). 
Cerbasi (2015) lista algumas variáveis nas quais o trabalhador está exposto, o que 
influencia diretamente na segurança financeira, como: o nível de segurança de emprego e 
empregabilidade, se existem múltiplas fontes de renda, o impacto familiar se uma pessoa for 
impedida de trabalhar, tanto temporariamente quanto definitivamente, quanto tempo levará 
para voltar as situações normais se algum bem for roubado ou se houvesse uma situação 
judicial com uma indenização pesada, entre outras situações. 
Para reduzir riscos e aumentar a proteção Cerbasi (2015) sugere algumas iniciativas: 
buscar estabilidade profissional, diversificar a carteira, realizar seguros profissionais, cuidar 
da saúde, criar múltiplas fontes de renda, criar rendas passivas, as quais não dependem de 
esforço próprio, incluir multas contratuais se parte da renda decorrer de contratos, exercitar a 
negociação, procurar estabilidade, utilizar do seguro-desemprego e realizar seguros de 
propriedades e de vida. Com isso, há uma garantia maior de que haverá segurança, um melhor 
bem-estar e tranquilidade da família. 
 
2.3.2.9 Investimentos 
 
 
Realizar investimentos é fundamental para que se multiplique as reservas financeiras, 
afinal, até agora muito se foi falado sobre poupar, mas somente ter uma poupança não 
significa enriquecer. Além disso, conhecer sobre diferentes tipos de investimento é muito 
importante para que se colha ótimos resultados. 
Cerbasi (2015) recomenda alguns cuidados ao consultar fontes alternativas de 
investimentos, como: tomar cuidado com o gerente da conta bancária, pois ele pode trabalha 
48 
primeiramente para o banco, indicando a melhor opção para o mesmo, assim como o 
consultor de previdência, corretor de valores mobiliários, corretor de imóveis, leiloeiros, 
conselhos de amigos e parentes, analistas de mercado, consultor financeiro pessoal, 
educadores ou livros. Ou seja, pode-se ter uma ajuda de fora, ou de algum especialista, mas 
sempre saiba e tenha noção sobre os investimentos. 
Cerbasi (p.139, 2015) cita que “se conhecer aquilo