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Fichamento I de Psicopatologia - Concepção de Psicopatologia

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA
FICHAMENTO I DE PSICOPATOLOGIA
CAMPINAS 2022
FICHAMENTO I DE PSICOPATOLOGIA
Relatório apresentado à disciplina de Psicopatologia I, da faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, como parte das atividades de laboratório exigidas para avaliação.
Orientador: 
PUC-CAMPINAS 2022
1. CONCEPÇÕES DE PSICOPATOLOGIA
1.1. Visão Histórica
· São trazidas concepções e contextualizações históricas para definir, explicar e situar conceitos e ideias importantes na Psicopatologia, iniciando pela definição de o que seria um transtorno psicológico.
↳ A definição, mais aceita e difundida é a do DSM-5, que afirma o
transtorno como sendo disfunções comportamentais de ordem tanto biológica quanto psicológica, fugindo às normas culturais e gerando sofrimento e prejuízos ao indivíduo, podendo inclusive levar, em alguns casos, a morte.
· Já a Psicopatologia em si seria “estudo científico de transtornos psicológicos”.
· Dentro da história humana, sempre houve uma busca para compreender e controlar aqueles comportamentos tachados de “problemáticos”.
↳ Dentro desses agentes encontram-se aqueles denominados de
sobrenaturais, que culpabilizavam, por exemplo, demônios, espíritos, bruxas, e superstições, remontando principalmente a tradições mais antigas da humanidade, que tratavam os transtornos a partir de, por exemplo, exorcismos.
↳ Nesse modelo, considerava-se que os transtornos fossem curáveis e
tratados por meio de repouso, sossego, contato com ambientes agradáveis e uso de plantas e ervas com aplicações diversas.
↳ No século XIV, entretanto, já havia contestações sobre os transtornos
não decorrerem de causas místicas e possessões
↳ Ainda há a tradição sobrenatural na sociedade contemporânea e na psicopatologia, mas já é mais limitada a grupos religiosos e a algumas culturas
· Outra tradição fundamental foi a biológica, que também é uma tradição muito antiga, e que possui Hipócrates e Galeno como dois grandes nomes.
↳ Hipócrates atuava na medicina e acreditava que era possível tratar os
transtornos da mesma forma que outras doenças. Suas principais ideias partiam dos transtornos advirem de patologias cerebrais, traumas na cabeça e por influências genéticas, dando uma grande ênfase ao cérebro.
↳ Hipócrates também relacionou os transtornos à mulher, por conta da
etimologia da palavra “histeria”.
↳ Já Galeno se baseou em Hipócrates para formular a teoria humoral dos transtornos, relacionando esses transtornos em questão a fluidos corporais
↳ Os tratamentos de Galeno incluiam modificações no ambiente referentes a temperatura e umidade, de acordo com o que fosse necessário para o reequilíbrio. Além disso, era comum receitar alimentação, atividade física e alguns outros tratamentos mais “agressivos”, como induzir o vômito ao doente
↳ Mesmo com “altos e baixos” da tradição biológica, ela retornou no século XIX, ligada a descoberta da causa da sífilis por John P. Grey, pois se descobriu a primeira forma de recuperar tal doença.
↳ Grey apresentou grande importância nessa tradição, levando a melhores tratamentos, condições hospitalares e humanização de tratamentos, mas acabou ocorrendo uma perda da atenção individual nos tratamentos pela grande massa de pessoas doentes, levando a tratamentos impessoais.
· Os tratamentos biológicos apresentaram um crescimento a partir de 1930, com o surgimento de eletroconvulsoterapia, cirurgia cerebral e fármacos.
↳ Muitas descobertas de tratamento se deram por acidente
↳ Houve também o uso do eletrochoque
↳ É importante frisar as modificações que essa tradição propiciou ao enfocar em diagnósticos, no lugar de enfocar no tratamento
· A terceira tradição foi a psicológica, que é muito vasta
↳ Nesse modelo, pode-se destacar, inicialmente, a terapia moral, que visava tratar pacientes de forma normal e em ambientes reforçadores de interações sociais, inclusive auxiliando para as reformas manicomiais que tornaram tais lugares habitáveis e terapêuticos
↳ Entretanto, tratamentos humanizados como esse foram perdendo força principalmente pelo aumento de pacientes psiquiátricos após a Guerra Civil e pela falta de profissionais suficientes para tratá-los.
↳ A volta da tradição psicológica se deu apenas no século XX, primeiro por conta da Psicanálise e, posteriormente, pelo Behaviorismo
· A psicanálise, elaborada por Freud, teve uma grande trajetória partindo de Breuer e o caso de sua paciente Anna O.
↳ Inicialmente por hipnose, foi-se tentando acessar o inconsciente a fim
de obter catarse e remissão de sintomas.
↳ Algumas ideias fundamentais da psicanálise se relacionam às instâncias psíquicas id, ego e superego, aos princípios de prazer e de realidade,
aos mecanismos de defesa, ao desenvolvimento psicossexual, ao complexo de Édipo, à associação livre, aos sonhos, entre outros.
· Posteriormente, houve o aparecimento das teorias humanistas, com uma base mais positiva e otimista com relação ao homem e suas potencialidades e desenvolvimentos.
↳ Carl Rogers foi um dos mais influentes dessa abordagem
↳ Tal abordagem, entretanto, não foi capaz de enriquecer substancialmente a psicopatologia, já que não houve muita pesquisa na abordagem que fosse direcionada a essa área
· Por fim, pensando em abordagens, uma terceira de grande importância foi a já citada comportamental, com fortíssimo rigor científico e com base inicial nos estudos de Pavlov sobre condicionamento clássico com cães.
↳ Posteriormente a Pavlov, John Watson propôs as primeiras ideias de
behaviorismo, indo contras as tendências da psicologia da época que era voltada para a introspecção
↳ Skinner foi outro pesquisador do behaviorismo e que, assim como
Freud, se voltou tanto a psicopatologia quando a outros aspectos da vida e história humana, como cultura e intelecto. Ele é responsável pelas ideias de condicionamento operante, que se relacionam ao indivíduo emitir comportamentos que operam em seu meio, modificando-o.
1.2. Psicopatologia Fundamental
· O texto apresenta como preocupação central da psicopatologia fundamental, a redefinição do campo psicopatológico através da reflexão crítica acerca de outros modelos existentes na “polis psicopatológica"
↳ Natureza intercientífica, uma fundamentalidade, que reconhece e
dialoga com outras leituras, realizando uma comparação epistemológica dos diferentes modelos teórico-clínicos. Busca transformá-los, ampliando seus limites e operacionalidade.
↳ Se trata de uma transdisciplinaridade, que, através de uma
concepção ética comum, se torna um campo discursivo que possibilita a interação entre os diferentes campos do conhecimento psicopatológico.
↳ Faz parte do campo conceitual da Psicanálise. Compreende que o
sujeito, sua relação com o Pathos e a forma como este é expressado são dotados
de subjetividade. Dessa forma, o sujeito pode transformar o sofrimento (Pathos) em experiência significativa, que enriquece o pensamento e serve à existência do sujeito.
↳ Na Psicologia Fundamental essa experiência se apresenta como terapêutica e metapsicológica. Então se visa a criação de uma psicopatologia própria a cada sujeito, transformando Pathos em experiência através da transferência, que permita ao sujeito a retomada de seus caminhos pulsionais e de suas escolhas objetais.
↳ Não há grande interesse na descrição e classificação da doença mental, mesmo que os saberes construídos por outros campos do conhecimento psicopatológico não sejam ignorados. isso ocorre pois, na psicopatologia fundamental, diagnósticos são vistos como recursos de orientação, e não como mecanismos de classificação do sujeito.
↳ O aparelho psíquico é compreendido dentro dos moldes freudianos do psiquismo, ou seja, é visto como uma parte do sistema imunológico que protege o ser humano contra ataques internos (demandas pulsionais e passionais) e externos (mudanças ambientais e perdas diversas) que representam um risco a sua vida. O adoecer psíquico ocorreria, então, quando o aparelho psíquico nãopossui os mecanismos necessários para esta defesa.
↳ O aparelho psíquico seria patológico em sua origem, surgindo quando a defesa contra o excesso exige uma profunda reorganização psíquica no sujeito. Este seria um processo histórico universal, uma espécie de “sofrimento geneticamente herdado” que coloca o Pathos como parte central da essência humana e da sobrevivência da espécie.
↳ A neurose é um modo de subjetivação frente ao excesso pulsional.
↳ O contato terapêutico provém o recuo necessário para transformar a neurose em experiência.
↳ A formação do psicólogo, na concepção da psicologia fundamental, deve ressaltar a importância de que o estudante entre em contato com toda a multiplicidade das psicopatologias. A transdisciplinaridade fornece diferentes perspectivas epistemológicas, cada qual com suas próprias metodologias, uma vez que a psicologia não é um discurso único e a confrontação entre modelos é essencial ao discurso científico.
1.3 Psicopatologia Crítica
· O texto não aborda a psicopatologia crítica como uma disciplina propriamente dita, mas sim como uma forma de compreender as manifestações psicopatológicas.
↳ Busca estabelecer uma perspectiva a ser tomada em qualquer
perspectiva de estudo da psicopatologia. Defendendo o uso de um olhar crítico, que compreenderia os fenômenos de maneira “não ingênua", isto é, levando em conta sua complexidade, determinações múltiplas e as nuances culturais e ideológicas que a constituem.
↳ Parte da tradição fenomenológica de Merleau-Ponty.
↳ Tem por fundamento uma compreensão não dicotomizada, mundana, que supera a tradição dualista cartesiana.
↳ Esse dualismo coloca os fenômenos em duas dimensões, uma social (externa) e uma individual (interna), esta segunda é o objeto de estudo escolhido pela psicopatologia de maneira geral.
↳ A psicopatologia fenomenológica fornece uma compreensão mais ampla da doença mental, que transcende em grande medida, mas não totalmente, o dualismo tradicional dos moldes positivistas.
↳ Um exemplo disso é Carl Rogers, que coloca a patologia mental como uma forma de expressão do doente em seu mundo. No entanto, ainda é dada prioridade aos aspectos internos.
↳ O conceito de mundano, de Merleau-Ponty, rompe com a dicotomia indivíduo-sociedade, realizando uma leitura dos processos psicológicos formas de relação entre o sujeito e o seu mundo. Busca-se, então, uma prática clínica que vá além da pessoa.
↳ Seria uma perspectiva não individualista que, além da compreensão biológica, também busca uma compreensão cultural e histórica do fenômeno. realizando-se pesquisas transculturais.
↳ Foco no contexto social, uma vez que injustiças e desigualdades contribuem para o sofrimento psíquico.
↳ Não se pretende ter uma neutralidade científica, como nos modelos individualistas e biologicistas. Prioriza-se uma cientificidade ética e moral, comprometida com o bem-estar humano. Avalia o contexto social cultural e ideológico do quadro psicopatológico.
↳ Busca uma compreensão do fenômeno que supere sua sintomatologia, por meio de um resgate do lugar clínico onde o Pathos se expressa através da escuta múltipla e os sintomas são entendidos apenas como linguagem.
↳ Questiona a tendência social a busca pela eliminação rápida dos sintomas, por meio de tratamentos farmacológicos paliativo, que não trazem de fato uma cura.
↳ Prioriza a etiologia, o estudo da origem do fenômeno, buscando compreender o que determina experiência a fim de tratá-la a partir de sua constituição.
↳ Compreende que grande parte dos doentes mentais são frutos de uma sociedade doente. Onde há desigualdade, pobreza, exploração e processos ideológicos que instauram uma sensação de vazio e de falta de significado na vida.
↳ Busca implementar processos políticos e comunitários que possibilitem a saúde mental nesse meio.
↳ Toda experiência psicopatológica surge da despotencialização, ou seja, de uma incapacidade de viver significativamente.
↳ A sociedade ocidental contribui para isso por meio de processos individualistas e narcisistas que perpetuam as desigualdades sociais.
↳ A cultura psicopatológica do mundo moderno trata o sofrimento psíquico como doença. no entanto, apesar de toda patologia mental incluir o sofrimento como critério clínico, nem todo o sofrimento psíquico é patológico.
↳ o “culto a felicidade” na sociedade cria um ideal de felicidade onde há a negação da dor, buscando eliminá-la de forma rápida, pois o sujeito não aguenta sofrer.
↳ O princípio central da abordagem da psicologia crítica é uma tendência desideologizadora. compreende-se a patologia mental como culturalmente produzida e parte de um processo ideológico.
↳ Ideologias são ideias que sustentam injustiças sociais em prol dos interesses particulares de um grupo. Portanto, a compreensão ideológica da situação do doente mental requer estudos acerca da estrutura sócio-histórica em que este está inserido e, então, questionar qual a função da doença neste contexto.
2. COMENTÁRIOS E REFLEXÕES
O primeiro texto apresenta-se como muito completo e oferece todo um panorama da psicologia e psicopatologia. A partir disso, foi possível acompanhar a evolução das ideias humanas com relação aos transtornos mentais e como se chegou ao entendimento que temos hoje acerca desse tema.
O segundo texto, por sua vez, constrói a proposta de uma psicopatologia fundamental que é dotado de uma natureza intercientifica e transdisciplinar, promovendo como ideal a comunicação entre as várias formas de se estudar e entender a psicopatologia, a fim de se ampliar e transformar esta área do conhecimento.
Por fim, o terceiro texto traz, por meio da psicologia crítica, reflexões relevantes a respeito da importância de se levar em consideração as influências que o meio social pode ter na construção e propagação das psicopatologias. É proposta a construção de um conhecimento psicopatológico que estude os contextos sócio-econômico, ideológico, político e histórico que moldam a sociedade, não se limitando a uma visão individualizada e positivista dos fenômenos psicológicos.
Em conclusão, todos os três textos, mesmo com suas diferenças, apresentam ideias interessantes e que contribuem para uma visão mais ampla e completa da Psicopatologia, o que torna a proposta de sua leitura conjunta algo muito interessante e enriquecedor. Além disso, nos três textos é possível estabelecer correlações com outras disciplinas do curso, como o texto da visão histórica, por exemplo, que traz as abordagens psicanalítica, humanista e comportamental; ou o texto da visão crítica, que apresenta ideias e conceitos relacionados a disciplina de Psicologia Social que foi iniciada neste semestre. Isso nos traz a possibilidade de articular os conceitos levantados nos textos com outros conceitos que estamos aprendendo ou com aqueles já conhecidos, contribuindo para uma formação sólida e engrandecedora.
Referências
BARLOW, D.; DURAND, M. Comportamento atípico no contexto histórico. IN: Psicopatologia - uma abordagem integrada, São Paulo, Cengage learning, 2020
CECARELLI, P. O sofrimento psíquico na perspectiva da psicopatologia fundamental, Psicologia em estudo, Maringá, v. 10, n.3, set-dez, 2005.
MOREIRA, V; SLOAN, T. Personalidade, ideologia e psicopatologia critica,S.P., Escuta, 2002.

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