Prévia do material em texto
Portuguesa Prof. Marcelo Martins Língua Indaial – 2022 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2022 Elaboração: Prof. Marcelo Martins Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: M386l Martins, Marcelo Língua portuguesa. / Marcelo Martins – Indaial: UNIASSELVI, 2022. 193 p.; il. ISBN 978-65-5663-802-7 ISBN Digital 978-65-5663-797-6 1. Língua portuguesa. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 469 Olá, acadêmico! É com alegria que apresentamos a você a disciplina de Língua Portuguesa. Como nossa disciplina está inserida no curso de Letras Libras, o propósito aqui é dar subsídios para conhecer e lembrar os elementos da Língua Portuguesa, que são de fundamental importância, tanto com relação ao português, como para os seus estudos em Libras. Na Unidade 1, nós abordaremos as classes gramaticais. Nosso propósito, nesta primeira unidade, é compreender as classes gramaticais do português. A morfologia é o estudo a respeito da estrutura, da formação e da classificação das palavras. Vamos passar pelas dez classes gramaticais – artigo, substantivo, adjetivo, preposição, conjunção, pronome, numeral, verbo, advérbio e interjeição. Um bom conhecimento dessas classes propicia um avanço importante na compreensão da língua e de seus elementos gramaticais, bem como contribuirá no estudo da Libras. Em seguida, na Unidade 2, estudaremos os elementos textuais na Língua Portuguesa. Iremos verificar os usos da coesão e da coerência como elementos indispensáveis na construção de um bom texto, bem como seguindo a mesma linha, os usos e funcionamento das anáforas e catáforas. Passaremos pelos gêneros textuais para vermos como são e quando são usados, e a importância de conhecê-los na hora de construir textos, e então, com esta base compreender os diferentes tipos de textos com que nos deparamos na leitura e escrita. Por fim, na Unidade 3, aprenderemos a respeito de práticas de leitura e produção textual, assim como procuraremos entender a perspectiva bilíngue como a mais indicada para a escolarização dos Surdos. Olharemos alguns aspectos de funcionalidade referentes à leitura e à escrita para os alunos Surdos para que possam desenvolver atitude crítica em relação à leitura e à produção de textos. Com relação ao papel do profissional TILSP atuante na comunidade Surda, iremos observar algumas estratégias linguísticas e técnicas utilizadas. E, finalmente, conceituar, resumidamente, o ato de traduzir e interpretar as línguas orais e de sinais. Desejamos que a sua caminhada seja de grande crescimento e aprendizado no conhecimento da Língua Portuguesa e de alguns aspectos atrelados à Libras! Bons estudos! Prof. Marcelo Martins APRESENTAÇÃO Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos. GIO QR CODE Olá, eu sou a Gio! No livro didático, você encontrará blocos com informações adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender melhor o que são essas informações adicionais e por que você poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto estudado em questão. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um novo visual – com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada também digital, em que você pode acompanhar os recursos adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Preparamos também um novo layout. Diante disso, você verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os seus estudos com um material atualizado e de qualidade. ENADE LEMBRETE Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conheci- mento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa- res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, acessando o QR Code a seguir. Boa leitura! SUMÁRIO UNIDADE 1 - MORFOLOGIA: O ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS NA LÍNGUA PORTUGUESA ............................................................................ 1 TÓPICO 1 - O ARTIGO, O SUBSTANTIVO E O ADJETIVO ......................................................3 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3 2 O ARTIGO ............................................................................................................................4 3 O SUBSTANTIVO ................................................................................................................. 7 4 O ADJETIVO ...................................................................................................................... 13 RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................................... 16 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 17 TÓPICO 2 - A PREPOSIÇÃO, A CONJUNÇÃO, O PRONOME E O NUMERAL ...................19 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 19 2 A PREPOSIÇÃO ................................................................................................................. 19 3 A CONJUNÇÃO ................................................................................................................ 23 4 O PRONOME ...................................................................................................................... 25 4.1 PRONOME PESSOAL ...........................................................................................................................264.2 PRONOME DEMONSTRATIVO ......................................................................................................... 27 4.3 PRONOME POSSESSIVO .................................................................................................................. 27 4.4 PRONOME INTERROGATIVO ........................................................................................................... 27 4.5 PRONOME RELATIVO .......................................................................................................................28 4.6 PRONOME INDEFINIDO......................................................................................................................28 5 O NUMERAL ..................................................................................................................... 29 RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 32 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 33 TÓPICO 3 - O VERBO, O ADVÉRBIO E A INTERJEIÇÃO ..................................................... 35 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 35 2 O VERBO .......................................................................................................................... 35 2.1 MODO ....................................................................................................................................................36 2.2 TEMPO ................................................................................................................................................... 37 2.3 VOZ ........................................................................................................................................................39 2.4 NÚMERO ..............................................................................................................................................39 2.5 PESSOA .................................................................................................................................................39 3 CONJUGAÇÕES DO VERBO ............................................................................................. 41 4 A INTERJEIÇÃO ................................................................................................................ 44 5 O ADVÉRBIO ......................................................................................................................47 LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 50 RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 54 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 55 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................57 UNIDADE 2 — ELEMENTOS TEXTUAIS NA LÍNGUA PORTUGUESA ...................................59 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 61 TÓPICO 1 — COESÃO E COERÊNCIA .................................................................................... 61 2 COESÃO ........................................................................................................................... 63 3 COERÊNCIA .......................................................................................................................73 4 ANÁFORA E CATÁFORA ...................................................................................................79 RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................ 85 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 86 TÓPICO 2 - OS GÊNEROS TEXTUAIS ................................................................................. 89 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 89 2 APRESENTAÇÃO DOS GÊNEROS TEXTUAIS ................................................................. 90 2.1 OS DIFERENTES GÊNEROS TEXTUAIS ..........................................................................................92 3 O USO DOS DIFERENTES GÊNEROS TEXTUAIS ............................................................. 94 3.1 ROMANCE ..............................................................................................................................................94 3.2 POEMA ...................................................................................................................................................95 3.3 RESENHA ..............................................................................................................................................96 3.4 E-MAIL ................................................................................................................................................... 97 3.5 VERBETE DE DICIONÁRIO ................................................................................................................98 3.6 BILHETE ................................................................................................................................................99 3.7 CRÔNICA .............................................................................................................................................100 RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................102 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................103 TÓPICO 3 - OS DIFERENTES TIPOS DE TEXTOS ..............................................................105 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................105 2 O TEXTO NARRATIVO .....................................................................................................107 3 O TEXTO DISSERTATIVO ................................................................................................ 110 4 O TEXTO DESCRITIVO .................................................................................................... 112 5 O TEXTO INJUNTIVO ....................................................................................................... 114 LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................117 RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................120 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 121 UNIDADE 3 — LÍNGUA PORTUGUESA E LIBRAS: BILINGUISMO, PRODUÇÃO E INTERPRETAÇÃO TEXTUAL ......................................................................125 TÓPICO 1 — PRODUÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS................................................ 127 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 127 2 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS ....................................................................129 3 MÉTODOS E TÉCNICAS NA PRODUÇÃO E INTERPRETAÇÃO TEXTUAL ...................... 131 4 PRODUÇÃO TEXTUAL ....................................................................................................135 RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................................140 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................142 TÓPICO 2 - BILINGUISMO E A COMUNIDADE SURDA ......................................................145 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................145 2 O BILINGUISMO ...............................................................................................................145 3 O PROFESSOR BILÍNGUE ...............................................................................................150 4 A LÍNGUA PORTUGUESA NA MEDIAÇÃO DA APRENDIZAGEM DOS SURDOS .............155 5 LER E ESCREVER NA LÍNGUA PORTUGUESA – BREVE PERCEPÇÃO DA SURDEZ ...................................................................................... 157 RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................160 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 161 TÓPICO 3 - A IMPORTÂNCIA DA PRODUÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS NO PROCESSO DE TRADUÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA LIBRAS ......................163 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................163 2 O TRADUTOR/INTÉRPRETE E O CONHECIMENTO DAS LÍNGUAS ..............................165 3 O TRADUTOR E A COMUNIDADE SURDA – BREVE RELATO .........................................168 LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................171 RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................... 176 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 177 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 179 1 UNIDADE 1 - MORFOLOGIA: O ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS NA LÍNGUA PORTUGUESA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • verificar cada uma das classes de palavras da língua portuguesa; • compreender as classes gramaticais do português; • reconhecer as diferenças entre as classes gramaticais variáveis e invariáveis; • entender o conceito e o funcionamento de cada uma das classes de palavras; • saber identificar e diferenciar das classes gramaticais; • perceber a importância do uso das classes de palavras; • verificar exemplos do uso de palavras em suas classes. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – O ARTIGO, O SUBSTANTIVO E O ADJETIVO TÓPICO 2 – A PREPOSIÇÃO, A CONJUNÇÃO, O PRONOME E O NUMERAL TÓPICO 3 – O VERBO, O ADVÉRBIO E A INTERJEIÇÃO Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 CONFIRA A TRILHA DA UNIDADE 1! Acesse o QR Code abaixo: 3 O ARTIGO, O SUBSTANTIVO E O ADJETIVO 1 INTRODUÇÃO Prezado acadêmico! Iniciamos agora nossos estudos em língua portuguesa. Nosso propósito nesta primeira unidade é compreender as classes gramaticais do português. A morfologia é o estudo a respeito da estrutura, da formação e da classificação das palavras. O objetivo da Morfologia é estudar as palavras isoladas e não a partir da sua função na frase ou período, como ocorre com a Sintaxe. Entretanto, em nossos estudos nesta unidade nos concentramos somente no aspecto específico das classes de palavras. Um bom conhecimento destas classes propicia um avanço importante na compreensão da língua e de seus elementos gramaticais, bem como contribuirá no estudo de Libras. Na língua portuguesa encontramos dez classes de palavras, que também são chamadas de classes gramaticais. Confira no Quadro 1 quais são elas: TÓPICO 1 - UNIDADE 1 QUADRO 1 – CLASSES DE PALAVRAS FONTE: O autor Artigo Pronome Substantivo Numeral Adjetivo Verbo Preposição Advérbio Conjunção Interjeição Algumas destas classes de palavras são chamadas variáveis, pois, flexionam- se em número e gênero. São elas: artigo, substantivo, adjetivo, numeral, pronome e verbo. As outras classes de palavras são chamadas de invariáveis, pois, não se flexionam. São elas: advérbio, preposição, conjunção e interjeição. 4 FIGURA 1 – CLASSES DE PALAVRAS FONTE: <https://bit.ly/3GauHve>. Acesso em: 27 jul. 2021. Aquelas palavras que pertencem à mesma classe possuem caraterísticas comuns, e quando ordenadas nas frases, cabe, a cada uma determinada função sintática. De acordo com Cegalla (2010, p. 127), “o substantivo e o verbo destacam-se como as duas mais importantes classes de palavras, porque constituem a base das frases, ou seja, da comunicação”. Acadêmico! No Tópico 1, nós abordaremos em nossos estudos as primeiras classes de palavras: o Artigo, o Substantivo e o Adjetivo. Assista ao vídeo intitulado Classes de palavras, disponível em: https://bit.ly/3Ga7HwP. DICA 2 O ARTIGO Na língua portuguesa, conforme Cegalla (2010, p. 153), “artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para dar aos seres um sentido determinado ou indeterminado. O artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o número dos substantivos”. De acordo com Mesquita (1994, p. 198), “artigo é uma palavra variável que serve para substantivar as palavras, caracterizando-as como seres determinados ou indeterminados e indicando-lhes o gênero e o número”. 5 FIGURA 2 – ARTIGO FONTE: <https://bit.ly/3Grkk6F>. Acesso em: 13 ago. 2021. QUADRO 2 – ARTIGOS FONTE: O autor O artigo substantiva qualquer outra categoria gramatical. É a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica se ele está empregado de maneira definida ou indefinida. Os artigos são categorias flexionáveis e podem ser classificados em: • Definidos: o, a, os, as. Neste caso, seu uso pode ser exemplificado em: o menino, a menina, os meninos, as meninas. Nos exemplos citados, note como os artigos definidos se antepõem a substantivos que designam seres definidos, como no caso de “o menino”, ou seja, o menino referido, determinado. • Indefinidos: um, uma, uns, umas. Neste caso, seu uso pode ser exemplificado por: um menino, uma menina, uns meninos, umas meninas. Nos exemplos citados, note como os artigos indefinidos se antepõem aos substantivos que designam seres indefinidos, como no caso de “um menino”, isto é, um menino não conhecido, não determinado. Algumas peculiaridades do Artigo: • O uso da forma simples do Artigo. Observe o Quadro 2 com a forma simples do Artigo. ARTIGO DEFINIDO ARTIGO INDEFINIDO Singular Plural Singular Plural Masculino Feminino o a os as um uma uns umas 6 No português antigo havia as formas lo, la, los, las, e el do artigo definido. INTERESSANTE • O artigo definido pode se unir às preposições, por exemplo, a, de, em e por, e assim formar combinações ou contrações antes dos substantivos. Observe o Quadro 3 com as formas combinadas do artigo definido. QUADRO 3 – FORMAS COMBINADAS DO ARTIGO DEFINIDO FONTE: O autor PREPOSIÇÕES ARTIGO DEFINIDO FORMA COMBINADA SINGULAR a o ao de o da em o no por (per) o pelo a a à de a da em a na por (per) a pela PLURAL a os aos de os das em os nos por (per) os pelo a as às de as das em as nas por (per) as pelas • O artigo indefinido pode contrair-se com as preposições em e de. Veja os exemplos no Quadro 4: 7 QUADRO 4 – ARTIGO INDEFINIDO, CONTRAÇÃO FONTE: O autor PREPOSIÇÃO ARTIGO INDEFINIDO CONTRAÇÃO SINGULAR Em um num De um dum Em uma numa De uma duma PLURAL Em uns nuns De uns duns Em umas numas De umas dumas Observe alguns usos do artigo definido na língua portuguesa:º Quando antecede nomes estados, países e rios. Ex.: O Mato Grosso do Sul; O Japão; O rio São Francisco. º Para relacionar nomes em alguma numeração. Ex.: Os jogadores, as torcidas, e os árbitros ficaram apreensivos. º Para se referir a criações literárias. Ex.: Obras maravilhosas como, o “Grande Sertão Veredas” e a “Senhora”. Agora, note alguns usos do artigo indefinido: º Para enfatizar o que se diz. Ex.: Selma se comportava com um certo desprezo. º Antes de numerais, nesse caso indicam aproximação numérica. Ex.: Ele usava umas três meias no frio. 3 O SUBSTANTIVO A mais comum conceituação de substantivo é: os substantivos são palavras que designam seres. Para Cunha e Cintra (1985, p. 171), “substantivo é a palavra com que designamos ou nomeamos os seres em geral”. Pode-se dizer que substantivo é tudo o que existe e é ser, e cada ser tem um nome. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos também nomeiam lugares, sentimentos, estados, qualidades. 8 No aspecto funcional, dentro da frase ele exerce um papel bem importante. De acordo com Cunha e Cintra (1985, p. 171): Do ponto de vista funcional, o substantivo é a palavra que serve, privativamente, de núcleo do sujeito, do objeto direto, do objeto indireto e do agente da passiva. Toda palavra de outra classe que desempenhe uma dessas funções equivalerá forçosamente a um substantivo (pronome substantivo, numeral ou qualquer palavra substantivada). FIGURA 3 – SUBSTANTIVO FONTE: <https://bit.ly/3JR6AnP>. Acesso em: 13 ago. 2021.FONTE: <https://bit.ly/3JR6AnP>. Acesso em: 13 ago. 2021. QUADRO 5 – CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS Segundo Cegalla (2010), os substantivos podem ser divididos conforme a seguinte classificação: SUBSTANTIVOS Comuns Os que designam seres da mesma espécie: menino, galo, palmeira. Próprios Os que se aplicam a um ser em particular: Deus, Brasil, Roma, São Paulo, Gonçalves Dias, Tiradentes, Minerva. 9 FONTE: O autor Concretos Os que designam seres de existência real ou que a imaginação apresenta como tais: avô, mulher, pedra, leão, alma, fada, lobisomem. Abstratos Os que designam qualidades, sentimentos, ações e estados dos seres, dos quais se podem abstrair e sem os quais não podem existir: - beleza, coragem, brancura, rapidez (qualidades); - amor, saudade, alegria, dor, fome, frio (sentimentos, sensações); - viagem, estudo, doação, esforço, fuga, afronta (ações); - vida, morte, cegueira, doença (estados). Simples Os que são formados de um só radical: chuva, pão, lobo. Compostos Os que são formados por mais de um radical: guarda-chuva, passatempo. Primitivos Os que não derivam de outra palavra da língua portuguesa: pedra, ferro, dente, trovão. Derivados Os que derivam de outra palavra: pedreira, ferreiro, dentista, trovoada. Coletivos Os que exprimem um conjunto de seres da mesma espécie: exército, rebanho, constelação. Obs.: os coletivos podem ser: - Específicos: os que se aplicam a uma só espécie de seres: matilha (cães de caça); boiada (bois). - Indeterminados: os que se aplicam a diversas espécies de seres: bando (de aves, crianças etc.); manada (bois, búfalos, elefantes). - Numéricos: os que exprimem um número exato de seres: semana, dúzia, século, par, dezena, centena, biênio etc. Bechara (2003) nos apresenta uma lista dos substantivos coletivos mais conhecidos: • Conjunto de pessoas: º Alcateia, bando, caterva, corja, horda, farândola, malta, quadrilha, récova, súcia, turba: de ladrões, desordeiros, assassinos, malfeitores e vadios. º Associação, clube, comício, comissão, congresso, conselho, convenção, corporação, grêmio, sociedade: de pessoas, reunidas para fim comum. º Assistência, auditório, concorrência, aglomeração, roda: de assistentes, ouvintes ou espectadores. º Cabido: de cônegos de uma catedral. º Caravana: de viajantes. º Claque, torcida: de espectadores para aplaudir ou patear. º Clientela: de clientes, de advogados, de médicos etc. 10 º Comitiva, cortejo, séquito, acompanhamento: de pessoas que acompanham outra por dever ou cortesia. º Comunidade, confraria, congregação, irmandade: ordem de religiosos. º Concílio, conclave, consistório, sínodo, assembleia: de párocos ou de outros padres. º Coro: conjunto, bando de pessoas que cantam juntas. º Elenco: de artistas de uma companhia, peça ou filme. º Equipagem, marinhagem, companha, maruja, tripulação: de marinheiros. º Falange: de heróis, guerreiros, espíritos. º Junta: de credores, de médicos. º Pessoal: de uma fábrica, repartição pública ou escola, loja. º Plêiade ou plêiada: de poetas, artistas, talentos. º Ronda: de policiais que percorrem as ruas velando pela ordem pública. º Turma: de estudantes, trabalhadores, médicos. • Grupo de animais: º Alcateia: de lobos, panteras ou outros animais ferozes. º Bando, revoada: de aves, pardais. º Cáfila: de camelos. º Cardume, boana, corso (ô), manta: de peixes. º Colmeia, enxame, cortiço: de abelhas. º Correição, cordão: de formigas. º Fato: rebanho de cabras. º Fauna: conjunto de animais próprios de uma região. º Gado: conjunto de animais criados nas fazendas. º Junta, obesana, cingel, jugo, jugada: de bois. º Lote: de burros, grupos de bestas de carga. º Malhada, oviário, rebanho: de ovelhas. º Manada: de cavalos, de porcos, éguas. º Matilha: de cães. º Ninhada: rodada de pintos. º Nuvem, miríade, onda, praga: de gafanhotos, marimbondos, percevejos. º Piara, vara: de porcos. º Récova, récua: de cavalgaduras. º Rebanho, armento, armentio, grei, maromba: de bois, ovelhas. • Grupo de coisas: º Acervo, chorrilho, enfiada: de asneiras, tolices. Acervo também se aplica aos bens materiais: É grande o acervo da Biblioteca Nacional. º Antologia, analecto, crestomatia, coletânea, florilégio, seleta: de trechos literários ou científicos. º Aparelho, baixela, serviço: de chá, café, jantar. 11 º Armada, esquadra, frota: de navios de guerra. º Bateria, fileira: de peças de artilharia. º Braçada, braçado, buquê, ramo, ramalhete (ê), festão: de flores. º Cacho: de uvas, de bananas. º Cancioneiro: de canções. É erro empregar o vocábulo como sinônimo de cantor em expressões como cancioneiros românticos. º Carrada: de razões. º Chuva, chuveiro, granizo, saraiva, saraivada: de balas, pedras, setas. º Coleção: de selos, quadros, medalhas, moedas, livros. º Constelação: de estrelas. º Cordilheira, cadeia, série: de montes, montanhas. º Cordoalha, cordame, enxárcia: de cabos de um navio. º Feixe, lio, molho (ó): de lenha, capim. º Fila, fileira, linha: de cadeiras. º Flora: conjunto de plantas de uma determinada região. º Galeria: de quadros, estátuas. º Gavela ou gabela, paveia: feixe de espigas. º Herbário: coleção de plantas para exposição ou estudo. º Hinário: de hinos. º Instrumental: de instrumentos de orquestra, de qualquer ofício mecânico, de cirurgia. º Mobília, mobiliário: de móveis. º Monte, montão: de pedras, palha, lixo. º Penca: de bananas, laranjas, chaves. º Pilha, ruma: de livros, malas, tábuas. º Réstia: de cebolas, alhos. º Sequência: série de cartas do mesmo naipe. º Troféu: de bandeiras. Os substantivos podem ser flexionados, isto é, para indicar o gênero, o número e o grau eles podem sofrer flexibilização. Quando nos referimos ao gênero (no sentido gramatical, e não gênero biológico), estamos tratando da propriedade que as palavras possuem para indicar o sexo real ou fictício. Na língua portuguesa temos dois gêneros: o masculino e o feminino. Outras línguas possuem três gêneros: masculino, feminino e neutro. É o caso, por exemplo, do inglês. No português são masculinos os nomes a que se pode antepor o artigo “o”. Veja os exemplos: • Masculino O linho, o sol, o raio, o prazer, o filho, o beijo. 12 São femininos os nomes a que se pode antepor o artigo a: • Feminino A flor, a casa, a mosca, a nuvem, a mãe. Há alguns substantivos que podem assumir um sentido ou outro, conforme o gênero empregado. Exemplos: o rádio (aparelho de difusão sonora), a rádio(emissora, canal); o guia (pessoa ou entidade responsável por dar a direção a alguém), a guia (documento); o capital (relacionado à economia), a capital (sede administrativa de algum lugar); o cabeça (mentor), a cabeça (parte do corpo). FONTE: PAVAN, M. G. de R. O que é adjetivo? Brasil Escola, [s. l.], c2021. Disponível em: https://bit.ly/3r2TwmH. Acesso em: 13 ago. 2021. Ao nos referirmos ao número do substantivo, estamos tratando da quantidade. Na língua portuguesa há dois números gramaticais: singular e plural. A característica principal do português para o plural e o uso da letra “s” no final. Veja os exemplos: O grau dos substantivos é a propriedade que as palavras possuem para expressar as variações dos tamanhos dos seres. Na língua portuguesa temos dois tipos de graus: o aumentativo e o diminutivo. Por exemplo, observe algumas palavras e seus aumentativos e diminutivos: Singular Plural Aluno Alunos Caneta Canetas Formato normal Formato no aumentativo Formato no diminutivo Carro Carrão Carrinho Casa Casarão Casinha Ademais, o substantivo é uma classe de palavra que exerce várias funções sintáticas. Conforme Bechara (2003, p. 120): NOTA 13 A Academia Brasileira de Letras, órgão regulador da língua portuguesa no Brasil, disponibilizou a versão eletrônica do VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa). Caso tenha dúvida sobre a grafia de qualquer palavra, basta fazer a consulta em: https://bit.ly/3ndOHEZ. DICA Função sintática do substantivo – Quanto à função sintática, o substantivo exerce por excelência a função de sujeito (ou seu núcleo) da oração e, no domínio da constituição do predicado, as funções de objeto direto, complemento relativo, objeto indireto, predicativo, adjunto adnominal e adjunto adverbial. Em geral, na função de sujeito e de objeto direto dispensa o substantivo o concurso de qualquer outro elemento; nas outras, acompanha-se de índice funcional. 4 O ADJETIVO De acordo com Bechara (2003, p. 121), o adjetivo “é a classe de lexema que se caracteriza por constituir a delimitação, isto é, por caracterizar as possibilidades designativas do substantivo, orientando delimitativamente a referência a uma parte ou a um aspecto do denotado”. Para Cegalla, (2010, p. 154), “adjetivos são palavras que expressam as qualidades ou características dos seres”. O adjetivo é um modificador do substantivo ou de um pronome, trata-se de uma palavra variável que caracteriza o substantivo atribuindo-lhe qualidade, estado, aparência. Normalmente, o seu uso na frase exerce função sintática de predicativo e adjunto adnominal. FIGURA 4 – ADJETIVOS FONTE: <https://bit.ly/3HPTipx>. Acesso em: 13 ago. 2021. 14 Como são formados os adjetivos? Em relação à formação, os adjetivos podem ser: • Primitivos – que não derivam de outra palavra, por exemplo: feliz, triste, baixo, alto etc. • Derivados – que derivam de substantivos ou verbos, por exemplo: felicidade, magreza, fortaleza, bondade etc. • Simples – que são formados por mais de um elemento, como nos seguintes exemplos: claro, alemão, estrangeiro etc. • Compostos – que são formados por mais de um elemento, como nos seguintes exemplos: castanho-claro, luso-brasileiro etc. Cabe destacar também alguns pontos importantes sobre os adjetivos: • Os chamados adjetivos pátrios São os adjetivos que designam a origem, a nacionalidade de alguém ou alguma coisa. Observe alguns exemplos: goiano, baiano, paranaense, londrino, indiano, egípcio etc. • Locução adjetiva Trata-se de uma expressão usada que equivale a um adjetivo. Observe na sequência alguns exemplos: aves da noite = aves noturnas; amor de filho = amor filial; homem de coragem = homem corajoso; etc. • Adjetivos eruditos Adjetivos eruditos normalmente são mais bem compreendidos quando pensamos em algo “próprio de”, “semelhante a”, “relativo a”. De certa forma, equivalem a locuções adjetivas. Note os exemplos a seguir (Quadro 6): QUADRO 6 – ADJETIVOS ERUDITOS FONTE: O autor Substantivo Adjetivo Erudito Substantivo Adjetivo Erudito chuva pluvial porco suíno coração cardíaco Platão platônico fábrica fabril mar marinho lua lunar limão cítrico Da mesma forma que os substantivos, os adjetivos podem flexionar-se em: número, gênero e grau. NÚMERO – Os adjetivos podem tomar a forma no singular ou no plural do substantivo que ele qualifica. Observe os exemplos: 15 Aluna estudiosa. Alunas estudiosas. Cão feroz. Cães ferozes. GÊNERO – Diferentemente do substantivo que possui sempre um gênero, o adjetivo assume o gênero do substantivo. Em relação ao gênero, os adjetivos se dividem em uniformes e biformes. º Uniformes – são aqueles que têm a mesma forma em ambos os gêneros. Por exemplo: jovem, feliz, simples, gentil, superior, inferior, audaz etc. º Biformes – são aqueles que possuem duas formas, uma para o feminino e outra para o masculino. Por exemplo: bom – boa; vilão – vilã; cru – crua; bonito – bonita. GRAU – Conforme Cegalla, (2010, p. 162), “o grau do adjetivo exprime a intensidade das qualidades dos seres”. São dois os graus do adjetivo: o comparativo e o superlativo. O grau comparativo. Por meio da comparação pode-se indicar que um dos elementos é igual, superior ou inferior. Assim, pode-se dizer que o grau comparativo pode estabelecer superioridade (mais... que, mais... do que); inferioridade (menos... que; menos... do que) ou igualdade (tão... quanto; tão... como; tanto... quanto; tanto... como). Veja os exemplos: º De igualdade: “José é tão alto como Jeferson”. º De superioridade: “O rio é maior que a lagoa”. º De inferioridade: “Silvia é menos inteligente do que Selma”. O grau superlativo. No grau superlativo não há elementos a serem comparados, contudo há um grau mais intenso da característica dada ao substantivo. Os adjetivos podem aparecer no grau superlativo, que pode ser absoluto ou relativo. Veja os exemplos: º Absoluto: “A torre é altíssima”. º Relativo: “Celso é o mais alto de todos”. Sintaticamente, os adjetivos desempenham as funções de adjunto adnominal (quando acompanham o substantivo) e de predicativo do sujeito ou do objeto (quando caracterizam o sujeito ou o objeto). FONTE: PAVAN, M. G. de R. O que é adjetivo? Brasil Escola, [s. l.], c2021. Disponível em: https://bit.ly/3r2TwmH. Acesso em: 13 de ago. 2021. ATENÇÃO 16 Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como: • Na língua portuguesa, encontramos dez classes de palavras, que também são chamadas de classes gramaticais. São elas: artigo, substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição. • Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para dar aos seres um sentido determinado ou indeterminado. O artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o número dos substantivos. • Os artigos são categorias flexionáveis e podem ser classificados em definidos: o, a, os, as; e indefinidos: um, uma, uns, umas. • Substantivo é a palavra com que designamos ou nomeamos os seres em geral. • Os substantivos podem ser divididos em: comuns e próprios; concretos e abstratos; simples e compostos; primitivos e derivados; coletivos. • Os substantivos podem ser flexionados, isto é, para indicar o gênero, o número e o grau eles podem sofrer flexibilização. • Substantivo é uma classe de palavra que exerce várias funções sintáticas. • O adjetivo é um modificador do substantivo ou de um pronome, trata-se de uma palavra variável que caracteriza o substantivo atribuindo-lhe qualidade, estado, aparência. Normalmente, o seu uso na frase exerce função sintática de predicativo e adjunto adnominal. • Em relação à formação os adjetivos, eles podem ser: primitivos – que não derivam de outra palavra; derivados – que derivam de substantivos ou verbos; simples – que são formados por mais de um elemento; compostos – que são formados por mais de um elemento. • Da mesma forma que os substantivos, os adjetivos podem flexionar-se em: número,gênero e grau. • O grau do adjetivo exprime a intensidade das qualidades dos seres. São dois os graus do adjetivo: o comparativo e o superlativo. RESUMO DO TÓPICO 1 17 1 Quanto ao gênero, os adjetivos podem ser uniformes e biformes. Qual das sentenças a seguir apresenta adjetivos uniformes? Assinale a alternativa CORRETA. a) ( ) Alemão, cristão. b) ( ) Feliz, cidadão. c) ( ) Comum, feliz. d) ( ) Bonito, simples. 2 Na língua portuguesa encontramos um total de dez classes de palavras que também são chamadas de classes gramaticais. Algumas são chamadas variáveis e outras invariáveis. Assinale a alternativa que apresenta CORRETAMENTE aquelas que são invariáveis. a) ( ) Pronome, verbo, preposição e conjunção. b) ( ) Advérbio, preposição, conjunção e interjeição. c) ( ) Artigo, substantivo, adjetivo, numeral. d) ( ) Preposição, conjunção, numeral e adjetivo. 3 Os substantivos podem ser divididos e apresentam uma variedade bem grande de classificação. Sobre a classificação do substantivo, leia e classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Substantivos coletivos são os que exprimem um conjunto de seres da mesma espécie: exército, rebanho, constelação. ( ) Substantivos concretos são os que designam seres de existência real ou que a imaginação apresenta como tais: avô, mulher, pedra, leão, alma, fada, lobisomem. ( ) Substantivos primitivos são aqueles que derivam de outra palavra: pedreira, ferreiro, dentista, trovoada. ( ) Substantivos compostos são aqueles que são formados por mais de um radical: guarda-chuva, passatempo. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – V – F – V. b) ( ) F – V – V – F. c) ( ) V – F – V – F. d) ( ) F – V – F – V. AUTOATIVIDADE 18 4 Um bom conhecimento das classes gramaticais do português propicia ao aluno um avanço importante na compreensão da língua e de seus elementos gramaticais, bem como contribui também no estudo da Libras. Encontramos na língua portuguesa várias classes de palavras, uma delas é o adjetivo. Disserte agora sobre o adjetivo. 5 O conhecimento das classes gramaticais do português fornece ao aluno um avanço importante na compreensão da língua e de seus elementos gramaticais, bem como certamente contribui também no estudo da Libras. Dentre as classes gramaticais do português, uma é o substantivo. Disserte agora sobre o substantivo. 19 PREPOSIÇÃO, A CONJUNÇÃO, O PRONOME E O NUMERAL 1 INTRODUÇÃO Como já mencionado no início desta unidade, estamos passando por cada uma das dez classes de palavras da língua portuguesa. Ainda que não estejamos mergulhando em todos os meandros de cada detalhe destas classes, nosso intuito é propiciar que você, acadêmico, relembre, reveja, e assimile os princípios elementares destas classes, pois, no estudo de toda e qualquer língua elas são pilares para um bom aprendizado. Daí a importância de se ater a cada uma delas com cuidado. Tratamos até agora das três primeiras classes: artigo, substantivo e adjetivo. Agora nos deteremos em mais quatro: preposição, conjunção, pronome e numeral. Trata- se de duas classes variáveis – pronome e numeral – e duas invariáveis – preposição e conjunção. Estudaremos, primeiramente, as duas classes de palavras invariáveis (preposição e conjunção) e depois as outras duas variáveis (pronome e numeral). UNIDADE 1 TÓPICO 2 - A No site Só Português, você encontra mais informações sobre uma variedade enorme de assuntos da língua portuguesa, acesse: www.soportugues.com.br. DICA 2 A PREPOSIÇÃO Dentro do estudo das classes gramaticais da Língua Portuguesa, trataremos agora a respeito da preposição. Conforme Cunha e Cintra 1985, p. 542), “chamam-se preposições as palavras invariáveis que relacionam dois termos de uma oração, de tal modo que o sentido do primeiro (antecedente) é explicado ou completado pelo segundo (consequente)”. 20 De acordo com Cegalla (2010, p. 250), “preposição é uma palavra invariável que liga um termo dependente a um termo principal, estabelecendo uma relação entre ambos”. As preposições são elementos importantes para a coesão textual, pois atuam como conectivos, elementos indispensáveis para a construção de um bom texto. Dentro da estrutura sintática, elas desempenham relações de sentido e subordinação. Cunha e Cintra (1985) exemplificam o uso das preposições da seguinte forma: ANTECEDENTE Vou Chegaram Todos saíram Chorava Estive Concordo PREPOSIÇÃO a a de de com com CONSEQUENTE Roma. tempo. casa. dor. Pedro. você. As preposições são comumente divididas em essenciais – aquelas que sempre foram preposições – e acidentais – palavras de outras classes gramaticais que acidentalmente funcionam como preposições. As chamadas preposições essenciais, também chamadas de preposições simples, são: a, ante, após, até, com contra, de, desde, em entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás. Observe alguns exemplos do uso destas preposições nas frases: • Olhava para o monte. • O garfo caiu sob a mesa. • A luta contra o inimigo. • Pulava de alegria. • Esperamos por ele. • Os carros passam sob o arco. • Chegou até o porto. 21 São chamadas preposições essenciais, ou preposições simples: a, ante, após, até, com contra, de, desde, em entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás. NOTA Por outro lado, as chamadas preposições acidentais são: segundo, conforme, afora, exceto, fora, menos, não obstante, senão, mediante, durante, consoante, visto, como etc. Observe também alguns exemplos do seu uso nas seguintes frases: • Ela dormiu durante a palestra. • José se vestia conforme a moda e a época. • Eles tiveram como recompensa o troféu. • Mediante manobras muito difíceis. • Vestia-se consoante a moda da época. Além das preposições essenciais e acidentais, temos também as chamadas locuções prepositivas. O que são locuções prepositivas? São chamadas desta forma, porque são expressões com a função das preposições. Geralmente são formadas pelo advérbio ou locução adverbial e uma preposição, ou ainda, são duas ou mais palavras que atuam como preposição sendo que a última palavra da locução será, obrigatoriamente, uma preposição. Veja os exemplos a seguir: acima de, apesar de, abaixo de, a fim de, além de, a par de, apesar de, atrás de, através de, antes de, junto de, junto a, ao encontro de, ao encontro a, embaixo de, em frente de, em cima de, em face de, longe de, defronte a, a instâncias de, de acordo com, por causa de, não obstante, em lugar de, ao lado de, diante de, por entre, perto de, a despeito de, a favor de, até a, sob pena de, através de, devido a, em atenção a etc. Algumas das chamadas preposições acidentais são: segundo, conforme, afora, exceto, fora, menos, não obstante, senão, mediante, durante, consoante, visto, como etc. DICA 22 De certa forma, as preposições são palavras vazias quando usadas de maneira isoladas, entretanto, na frase exprimem as mais diversas relações. Observe os exemplos no Quadro 7. Na primeira coluna a função que a preposição apresenta, e na segunda coluna a frase com o uso da preposição que indica a determinada função. QUADRO 7 – PREPOSIÇÕES FONTE: O autor Direção “Olhe para frente”. Lugar “Moro em Cuiabá”. Meio “Viajei de carro”. Oposição “Marcos falou contra Celso”. Posse “Roubou a bicicleta de Joaquim”. Origem “Descendia de uma família japonesa”. Tempo “Dormi durante a aula”. Assunto “Falava sobre religião”. Finalidade “Trabalha para sobreviver”. Companhia “Almocei com a família”. Instrumento “Machucou-se com a faca”. Falta “Ficou sem recursos financeiros”. Outro aspecto a ser ressaltado sobre as preposições é que, elas também podem formar combinações e contrações ao se unirem com outras palavras. Na combinação, a preposição mantém todos os seus fonemas. Observe os exemplos: Por outro lado, quando a preposição se une à outra palavra e, nesse processo, sofre alterações em seus fonemas, dizemos que houveuma contração. Observe os exemplos: preposição + artigo = combinação a + o (s) = aos “Os diplomas foram entregues aos formandos”. de (preposição) + a (artigo) = da em (preposição) + o (artigo) = no em (preposição) + uma (artigo) = numa de (preposição) + essa (pronome demonstrativo) = dessa Veja o uso nas orações. “Maria se mudou casa da rua nove”. “Encontraram-se numa esquina qualquer”. 23 FIGURA 5 – CONJUNÇÕES FONTE: <https://bit.ly/3tebGEx>. Acesso em: 27 jul. 2021. QUADRO 8 – CONJUNÇÕES COORDENATIVAS 3 A CONJUNÇÃO O que é conjunção no sentido gramatical? Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da mesma oração (CEGALLA, 2010, p. 266). Segundo Taylor (1990, p. 334), conjunções são palavras que ligam sentenças, cláusulas, frases e palavras. De acordo com Cunha e Cintra (1985, p. 565), “conjunções são os vocábulos gramaticais que servem para relacionar duas orações ou dois termos semelhantes da mesma oração”. As conjunções que relacionam termos ou orações de idêntica função têm o nome de coordenativas, e aquelas que ligam duas orações, uma das quais determina ou completa o sentido da outra são chamadas subordinativas. As conjunções coordenativas ligam as orações sem fazer que uma dependa da outra. Elas podem ser classificadas da seguinte forma: Aditivas – transmitem a ideia de adição. e, mas, ainda, bem como, nem etc. Ex.: “O lavrador colheu o arroz e o vendeu”. “Não concordo nem dou a permissão”. Adversativas – transmitem a ideia de contraste, oposição. mas, contudo, porém, no entanto, entretanto, não obstante etc. Ex.: “Ela sabia muito, mas não conseguiu fazer o trabalho”. “Selma não era elegante, contudo cativava pela educação”. 24 Alternativas – transmitem a ideia de alternância. ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer etc. Ex.: “Estudar ou trabalhar, eis a questão!” “Ora alegre, ora triste, assim segue a vida”. Conclusivas – transmitem a ideia de conclusão. logo, portanto, pois, por isso etc. Ex.: “As arvores balançam, logo está ventando”. “Você é o dono desta moto, portanto é o responsável”. Explicativas – transmitem a ideia de explicação, um motivo. porque, porquanto, pois (antes do verbo). Ex.: “Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas”. “Dormi aqui, pois quero lhe mostrar o meu sítio”. FONTE: O autor FONTE: O autor QUADRO 9 – CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma à outra. Elas podem ser classificadas em: 1. Causais (porque, pois, como, porquanto, visto que, uma vez que etc.)Ex.: “O tambor soa porque é oco”. 2. Comparativas (Assim como, como, tal e qual, tanto como, que nem etc.)Ex.: “Nada nos anima tanto como um elogio sincero”. 3. Concessivas (embora, mesmo que, nem que, conquanto, ainda quando, posto que, por mais que etc.) Ex.: “Não saberei nunca se foi ele, embora tenha quase certeza”. 4. Condicionais (se, a menos que, caso, desde que, a menos que, contanto que etc.) Ex.: “Ficarei triste, se você não vier”. 5. Conformativas (conforme, segundo, como, consoante etc.)Ex.: “Digo essas coisas, conforme as ouvi de um amigo”. 7. Finais (para que, a fim de que etc.)Ex.: “Joelma foi para casa depressa para que não a víssemos”. 8. Proporcionais (quanto mais, à medida que, ao passo que, quanto mais, à proporção que etc.) Ex.: “Quanto mais as cidades crescem, mais os problemas aumentam”. 9. Temporais (quando, enquanto, agora que, logo que, sempre que, assim que, desde que etc.) Ex.: “Não fale enquanto come”. 10. Integrantes (que, se.) Ex.: “Sabe-se que a vida é breve”. 25 Conforme Cunha e Cintra (1985, p. 565), “conjunções são os vocábulos gramaticais que servem para relacionar duas orações ou dois termos semelhantes da mesma oração”. ATENÇÃO No caso de haver duas ou mais palavras com a função de conjunção, dizemos que se trata de uma locução conjuntiva. Tanto as conjunções, como as locuções conjuntivas têm o objetivo de unir duas ou mais orações ou palavras. Alguns exemplos de locuções conjuntivas podem ser: visto que, desde que, no entanto, se bem que, logo que, a fim de que, ainda quando, por mais que etc. Algumas conjunções não têm uma classificação exclusiva, sendo assim, podem ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam em determinado contexto. Vamos pegar o exemplo mais conhecido, a conjunção que. A conjunção que pode ser classificada de várias formas. Tomaremos quatro exemplos: • Comparativa “A luz é mais veloz que o som”. • Final “Ao me ver no carro, fez um sinal que parasse”. • Consecutiva “Aonde você foi, que não o encontrei?” • Integrante “Diga-lhe que não estarei”. 4 O PRONOME O que são pronomes? Conforme Taylor (1990, p. 47), “pronome é toda palavra que substitui o nome, indicando-lhe a pessoa gramatical”. De acordo com Cegalla (2010, p. 170), “pronomes são palavras que representam os nomes dos seres ou os determinam, indicando a pessoa do discurso”. Ou ainda, de uma outra forma, segundo a definição de Guiley (1993, p. 68), “pronomes são palavras que substituem os substantivos na sentença, evitando a necessidade de repeti-los”. Vamos tomar como exemplo a seguinte frase, “eu levo o cachorro e o guio” = “eu levo o cachorro e guio o cachorro”. Note que o pronome “o” substitui a palavra cachorro. Dessa forma, o pronome substitui a palavra “cachorro”, e isto faz com que não haja repetição. Neste caso, o nome que é substituído pelo pronome é chamado 26 de “antecedente”. Então, no exemplo citado, cachorro é o antecedente de “o”. Na língua portuguesa há seis espécies ou classes de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos. 4.1 PRONOME PESSOAL Os pronomes pessoais “são palavras que substituem os nomes e representam pessoas do discurso” (CEGALLA, 2010, p. 170). Eles são responsáveis por se referir às pessoas do discurso, isto é, aos substantivos que estão fortemente relacionados à ação. Eles podem se referir a quem fala (1ª pessoa), com quem se fala (2ª pessoa) e de quem se fala (3ª pessoa). Denotam assim as três pessoas do discurso. Os pronomes pessoais são classificados em: Pronomes Pessoais do caso Reto e Pronomes Pessoais do caso Oblíquo. Observe no Quadro 10 quais são eles: QUADRO 10 – PRONOMES PESSOAIS FONTE: <https://bit.ly/3HVxNE3>. Acesso em: 25 jul. 2021. Entre os pronomes pessoais estão incluídos os chamados pronomes de tratamento. São pronomes ou locuções que valem por verdadeiros pronomes pessoais. Conforme a pessoa a quem nos dirigimos, sua idade, seu cargo ou seu título, o tratamento será cerimonioso ou familiar. Veja alguns exemplos: você, o senhor, a senhora, Vossa Excelência, Vossa Majestade, Vossa Senhoria etc. IMPORTANTE 27 QUADRO 11 – PRONOMES DEMONSTRATIVOS FONTE: <https://bit.ly/3FpWtTz>. Acesso em: 27 jul. 2021 QUADRO 12 – PRONOME POSSESSIVO FONTE: <https://bit.ly/3qacRTG>. Acesso em: 27 jul. 2021. 4.2 PRONOME DEMONSTRATIVO Pronomes demonstrativos são os que indicam o lugar, a posição ou a identidade dos seres, relativamente às pessoas do discurso (CEGALLA, 2010, p. 173). Sãos usados para chamar atenção, com ênfase para uma pessoa ou um objeto. São exemplos de pronomes demonstrativos: este, esse, aquele, mesmo, mesma, tal, tais, semelhantes, próprio, isto, isso, o, a, os, as etc. Observe, no Quadro 11, o exemplo do pronome este. 4.3 PRONOME POSSESSIVO Pronomes possessivos são aqueles que indicam posse às pessoas do discurso. Alguns exemplos na língua portuguesa destes pronomes: meu, minha, teu, tua, seu sua, nosso, nossa, vosso e vossa. 4.4 PRONOME INTERROGATIVO Os pronomes interrogativos na língua portuguesa são aqueles usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas ou indiretas. Tomamos como exemplo os seguintes: que, quem, qual, quais, quanto, quanta, quantos, quantas. 28 FIGURA 6 – PRONOMES INTERROGATIVOS FONTE: <https://bit.ly/3ndDtB7>. Acesso em: 27 jul. 2021. QUADRO 13 – PRONOMESRELATIVOS FONTE: <https://slideplayer.com.br/slide/354857/>. Acesso em: 28 jul. 2021. 4.5. PRONOME RELATIVO Pronomes relativos são palavras que representam nomes já referidos, com os quais estão relacionadas. Daí denominarem-se relativos (CEGALLA, 2010, p. 174). Conforme Cunha e Cintra (1985, p. 333), “são assim chamados porque se referem, de regra geral, a um termo anterior – O ANTECENDENTE”. 4.6. PRONOME INDEFINIDO Os pronomes indefinidos se referem à terceira pessoa gramatical, dessa forma designam de forma vaga, imprecisa e indeterminada. 29 QUADRO 14 – PRONOME INDEFINIDO FONTE: <https://bit.ly/3ndO0fQ>. Acesso em: 29 jul. 2021. 5 O NUMERAL Numeral é uma palavra que exprime número, ordem numérica, múltiplo ou fração (CEGALLA, 2010, p. 167). Os numerais são conhecidos como cardinais, ordinais, multiplicativos ou fracionários. São usados para indicar uma quantidade exata de pessoas ou coisas, ou para assinalarmos o lugar que elas ocupam numa série. Os numerais cardinais na língua portuguesa são: um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, e assim sucessivamente. Os numerais ordinais são: primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto, sexto, sétimo, oitavo, e assim sucessivamente. No caso dos numerais multiplicativos são assim descritos: dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo etc. Em relação aos fracionários são assim descritos: meio ou metade, terço, quarto, quinto, sexto etc. Também são incluídos como numerais as palavras: zero, ambos, par, dezena, década, dúzia, centena, milhar, biênio, triênio, quadriênio, década, milênio, centenário, sesquicentenário etc. Veja alguns exemplos do uso de numerais em frases: 30 “Quatro mais cinco são nove”. “Ana se tornou a primeira da sua classe”. “Ele pagou a metade da dívida”. “Comemos um quarto do bolo”. “Há 3 décadas caia o muro de Berlim”. “Ela tomou a segunda dose da vacina”. “A tríplice coroa”. Numeral é uma palavra que exprime número, ordem numérica, múltiplo ou fração (CEGALLA, 2010, p. 167). Os numerais são conhecidos como cardinais, ordinais, multiplicativos ou fracionários. NOTA Observe agora o Quadro 15 com os numerais: QUADRO 15 – NUMERAIS 31 FONTE: <https://bit.ly/3n9zu8Y>. Acesso em: 28 jul. 2021. 32 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como: • Chamam-se preposições as palavras invariáveis que relacionam dois termos de uma oração, de tal modo que o sentido do primeiro (antecedente) é explicado ou completado pelo segundo (consequente). • As preposições são elementos importantes para a coesão textual, pois atuam como conectivos, elementos indispensáveis para a construção de um bom texto. Dentro da estrutura sintática, elas desempenham relações de sentido e subordinação. • Conjunções são os vocábulos gramaticais que servem para relacionar duas orações ou dois termos semelhantes da mesma oração. • No caso de haver duas ou mais palavras com a função de conjunção, dizemos que se trata de uma locução conjuntiva. Alguns exemplos de locuções conjuntivas podem ser: visto que, desde que, no entanto, se bem que, logo que, a fim de que, ainda quando, por mais que etc. • Na língua portuguesa há seis espécies ou classes de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos. • Entre os pronomes pessoais estão incluídos os chamados pronomes de tratamento. São pronomes ou locuções que valem por verdadeiros pronomes pessoais. Conforme a pessoa a quem nos dirigimos, sua idade, seu cargo ou seu título, o tratamento será cerimonioso ou familiar. • Pronomes demonstrativos são os que indicam o lugar, a posição ou a identidade dos seres, relativamente às pessoas do discurso. • Numeral é uma palavra que exprime número, ordem numérica, múltiplo ou fração. Os numerais são conhecidos como cardinais, ordinais, multiplicativos ou fracionários. 33 1 As preposições são elementos importantes para a coesão textual, pois atuam como conectivos, elementos indispensáveis para a construção de um bom texto. Dentro da estrutura sintática, elas desempenham relações de sentido e subordinação. Quais das preposições são consideradas acidentais? Assinale a alternativa CORRETA. a) ( ) Segundo, conforme, mediante, durante. b) ( ) Exceto, após, até, sobre, trás. c) ( ) A, ante, após, até, com. d) ( ) Em, entre, para, perante. 2 O numeral é uma palavra que exprime número, ordem numérica, múltiplo ou fração. Os numerais são conhecidos como cardinais, ordinais, multiplicativos ou fracionários. São usados para indicar uma quantidade exata de pessoas ou coisas, ou para assinalarmos o lugar que elas ocupam numa série. A respeito dos numerais, leia e analise as sentenças: I- Os numerais cardinais na língua portuguesa são: um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, e assim sucessivamente. II- No caso dos numerais multiplicativos são assim descritos: meio ou metade, terço, quarto, quinto, sexto etc. III- Os numerais ordinais são: primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto, sexto, sétimo, oitavo, e assim sucessivamente. IV- Em relação aos fracionários, são assim descritos: dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo etc. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas. b) ( ) As sentenças II e III estão corretas. c) ( ) As sentenças I e III estão corretas. d) ( ) As sentenças II, III e IV estão corretas. 3 Pronomes são palavras que substituem o nome, indicando-lhe a pessoa gramatical. Representam os nomes dos seres ou os determinam, indicando a pessoa do discurso. Sobre os pronomes, associe os itens, utilizando o código a seguir. I- Pronome demonstrativo. II- Pronome pessoal. III- Pronome relativo. IV- Pronome possessivo. AUTOATIVIDADE 34 ( ) Que, qual, quanto, cujo. ( ) Meu, teu, tua, nossa. ( ) Eu, nós, vós, ela. ( ) Este, aquela, essa, esta. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) III – IV – II – I. b) ( ) I – III – II – IV. c) ( ) IV – II – III – I. d) ( ) II – III – I – IV. 4 Conhecer as classes gramaticais do português proporciona ao aluno um avanço importante na compreensão da língua e de seus elementos gramaticais. Cada uma das classes gramaticais desempenha um papel fundamental e relevante no aprendizado. Uma destas classes é a conjunção. Disserte agora sobre ela. 5 O pronome é toda palavra que substitui o nome, indicando-lhe a pessoa gramatical. Os pronomes são palavras que representam os nomes dos seres ou os determinam, indicando a pessoa do discurso. Há vários tipos de pronomes. Disserte sobre três deles e dê exemplos: o demonstrativo, o indefinido e o relativo. 35 TÓPICO 3 - O VERBO, O ADVÉRBIO E A INTERJEIÇÃO 1 INTRODUÇÃO Depois de observar algumas das classes de palavras (sete até aqui), temos mais três para verificar neste tópico – o verbo, o advérbio e a interjeição. Vamos nos ater mais ao verbo, pois, há muitas coisas para serem estudadas nesta classe. Entretanto, não deixaremos de averiguar aquilo que são os elementos primordiais do advérbio e da interjeição. Com relação ao estudo do verbo iremos ver os elementos que fazem parte da estrutura dos verbos: modo; tempo; voz; pessoa; e número. Em seguida veremos as conjugações dos verbos e alguns exemplos de conjugações para relembrarmos e fixarmos em nossa mente. Ao tratar do advérbio vamos compreender o conceito daquilo que é advérbio, depois veremos as classes dos advérbios e os graus que eles podem aparecer. Por fim, vamos verificar o que é interjeição e observaremos alguns exemplos dela. Ainda no final desta unidade, você terá para leitura complementar um texto bem interessante a respeito das classes gramaticais. Dessa forma, chegaremos ao término deste tópico e da nossa primeira Unidade. Vamos em frente! 2 O VERBO Nosso estudo se dirige agora para a etapa que tem como propósito conhecer mais de perto a respeito do Verbo na língua portuguesa. Para os gramáticos latinos, o verbo era tido como “a palavra porexcelência”. O verbo é uma classe de palavras que desempenha um papel essencial na frase, considerada o núcleo da frase sintaticamente construída. Para Cegalla (2010, p. 182), “verbo é uma palavra que exprime ação, estado, fato ou fenômeno”, e “palavra indispensável na organização do período”. Conforme Taylor (1990, p. 8), “o verbo afirma ação (inclusive o estado) e tem tempo, modo, voz e pessoa”. De acordo com Godoi Filho (2019, p. 80), “os verbos compõem a classe gramatical que indica as ações expressas em uma sentença e o tempo em que elas ocorrem”. Na língua portuguesa encontramos os seguintes elementos que fazem parte da estrutura dos verbos: modo; tempo; voz; pessoa; e número. São também conhecidos como flexões do verbo. Vamos observar de forma sucinta cada um deles elementos citados. UNIDADE 1 36 Quanto à flexão, os verbos são considerados regulares, irregulares, anômalos: a) regulares: são aqueles que se flexionam conforme o modelo (também chamado de paradigma) comum de conjugação, mantendo o radical sem alterações, por exemplo, o verbo cantar; b) irregulares: são aqueles que, ao se flexionarem, não seguem o modelo da sua conjugação, ou seja, afastam-se do paradigma da sua conjugação, por exemplo, o verbo, dar, ser; ne c) defectivos: são aqueles que não têm certas formas, por exemplo, o verbo abolir, falir. Alguns gramáticos incluem os Unipessoais ou Impessoais como chover, ventar etc. E ainda, existem os Abundantes, isto é, verbos que possuem duas ou mais formas equivalentes, por exemplo, o verbo matar possui as formas matado e morto no particípio. NOTA 2.1 MODO De acordo com Cunha e Cintra (1985, p. 368), “chamam-se modos as diferentes formas que toma o verbo para indicar a atitude (de certeza, de dúvida, de suposição, de mando etc.) da pessoa que fala em relação ao fato que anuncia”. Cegalla (2010), mostra que os verbos indicam as diferentes maneiras de um fato se realizar no português: indicativo, imperativo e subjuntivo. Para Guiley (1993, p. 7), “o modo do verbo indica a atitude mental da pessoa que fala (ou escreve), com referência à realidade da ação do verbo”. Conforme mencionado há na língua portuguesa três modos verbais: • Indicativo Indicativo é o modo que serve para declarar positivamente um fato certo, positivo. A intenção da pessoa que fala é declarar a realidade de um fato. Conforme Guiley (1993, p. 7), “a pessoa que fala estas palavras está declarando um fato como real. Ao modo não importa se a declaração é verdadeira ou falsa. Importa somente a declaração do fato”. Ex.: º Vou hoje pela manhã. º Elas saíram bem cedo. 37 • Imperativo O Imperativo exprime ordem, ou um pedido, proibição, ou até mesmo um conselho. Ele é considerado o mais fraco dos modos, no sentido de que expressa apenas a vontade da pessoa, isto é, somente que tal é o desejo, ou o intento da pessoa que fala. É muito usado em ordens, proibições, pedidos, súplicas, conselhos. Ex.: º Volte já para casa. º Não façam barulho na sala. º Sejam prudentes no trânsito. • Subjuntivo O modo subjuntivo expressa um fato possível, duvidoso ou hipotético. É o modo da “probabilidade”. Este modo não diz que a ação do verbo seja um fato agora, mas que poderá tornar-se fato sobre certas condições prováveis. Ex.: º É bem provável que chova amanhã. º Se você trabalhasse, não passaria tanta necessidade. Não obstante, cabe ressaltar que, além desses três modos verbais, há na língua portuguesa as formas nominais do verbo: o infinitivo, o gerúndio e o particípio. Estas formas simplesmente anunciam um fato, porém de maneira imprecisa, vaga, impessoal. Observe os exemplos das formas nominais do verbo: Infinitivo: correr, pular, brincar, andar, trabalhar. Gerúndio: correndo, pulando, brincando, andando, trabalhando. Particípio: corrido, pulado, brincado, andado, trabalhado. 2.2 TEMPO Conforme Cunha e Cintra (1985, p. 369), “tempo é a variação que indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo”. Para Cegalla (2010, p. 182), “os tempos situam o fato ou a ação verbal dentro de determinado momento (durante o ato da comunicação, antes, ou depois dele)”. No português temos três tempos verbais: o presente, o pretérito (passado) e o futuro. Observe os tempos verbais e seu uso por meio do verbo “estudar” nas Figuras 7 e 8: 38 FIGURA 7 – FLEXÕES DO VERBO FONTE: <https://bit.ly/3tfzMPs>. Acesso em: 31 jul. 2021. FIGURA 8 – FLEXÕES DO VERBO FONTE: <https://bit.ly/3JY5bf6>. Acesso em: 31 jul. 2021. 39 2.3 VOZ Para Taylor (1990, p. 8), “a voz do verbo diz como a ação do mesmo se relaciona com o sujeito”. Na língua portuguesa, conforme Cegalla (2010, p. 184), os verbos se classificam em: 1. Ativos; 2. Passivos; 3. Reflexivos. As vozes do verbo são chamadas de voz ativa, voz passiva e voz reflexiva, pois é a forma que este assume para indicar que a ação verbal é praticada ou sofrida pelo sujeito. Veja os exemplos: FIGURA 9 – VOZES DO VERBO FONTE: <https://bit.ly/3te1NXn>. Acesso em: 31 jul. 2021. 2.4 NÚMERO Ao nos referirmos ao número estamos indicando a flexão dos verbos em: singular ou plural. O verbo então admite dois números: singular e o plural. O verbo se encontra no singular quando ele se refere há somente uma coisa ou pessoa, no plural, quando se refere há mais e uma coisa ou pessoa. Vamos exemplificar: SINGULAR (Eu) Canto (Tu) Cantas (Ele) Canta PLURAL (Nós) Cantamos (Vós) Cantais (Eles) Cantam 2.5 PESSOA Quando nos referimos ao número e pessoa na flexão do verbo, estamos falando de: primeira, segunda e terceira pessoa do singular (eu, tu, ele/a) e do plural (nós, vós, eles/as). Segundo Taylor (1990, p. 8), “as terminações pessoas indicam os diferentes sujeitos, como eu, tu, ele, ou ela, nós, vós, eles ou elas. Estas terminações pessoais são restos de antigos pronomes e são inseparáveis do verbo”. 40 Assim, quando se fala em pessoa estamos nos referindo à: 1ª, 2ª e 3ª pessoa do singular (eu, tu, ele/a); 1ª, 2ª e 3ª pessoa do plural (nós, vós, eles/as). A primeira pessoa refere-se àquela que fala (eu/nós). A segunda pessoa refere-se àquela com quem se fala (tu/vós). A terceira é aquela de quem se fala (ele, ela/eles, elas). No Quadro 16, você pode observar os exemplos: QUADRO 16 – FLEXÃO DE PESSOA E NÚMERO FONTE: <https://bit.ly/3GhP6i0>. Acesso em: 30 jul. 2021. Elementos estruturais do verbo: é importante conhecer os morfemas que fazem parte da estrutura do verbo é muito importante para entender a formação dos tempos verbais. O que é o radical? Radical: contém a significação básica da palavra, é a parte invariável que se repete em todos os modos e tempos. Observe o verbo pular, conjugado no presente do indicativo: pulo, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam. O radical pul – permaneceu sem alterações. Junta-se ao radical verbal uma terminação, que é composta por pelo menos um dos seguintes elementos: • Vogal temática: esta indica a conjugação a que o verbo pertence (a – primeira conjugação; e – segunda conjugação; i – terceira conjugação). • Tema: o tema é formado pelo radical acrescido da vogal temática (pul: radical + a: vogal temática). • Desinência modo-temporal: o morfema (ou sufixo) que identifica o modo e o tempo do verbo. Por exemplo, na forma verbal pularei – o elemento destacado indica que o verbo está no futuro do indicativo. • Desinência número-pessoal: indica a pessoa e o número. Usando pularei, verifica-se que a parte em destaque aponta a primeira pessoa do singular. IMPORTANTE 41 QUADRO 17 – VERBOS REGULARES 3 CONJUGAÇÕES DO VERBO Na língua portuguesa há três classes (ou conjugação) de verbos. Cada conjugação se caracteriza por uma vogal temática. • Primeira conjugação: verbos cuja forma infinitiva termina em “ar”, por exemplo: cantar, amar, chorar etc. • Segunda conjugação: verbos cuja forma infinitiva termina em “er”, por exemplo: fazer, correr, ver etc. • Terceira conjugação: verbos cuja forma infinitiva termina em “ir”, porexemplo: rir, partir, sorrir etc. Vamos ver agora, nos Quadros 17 a 22, alguns verbos e suas conjugações para fixarmos como são conjugadas. O português possui em torno de onze mil verbos. Destes, mais de mil são da primeira conjugação (aqueles que terminam em “ar”). INTERESSANTE 42 FONTE: <https://bit.ly/3zP3Kel>. Acesso em: 9 set. 2021. QUADRO 18 – VERBOS IRREGULARES FONTE: <https://bit.ly/34KVFff>. Acesso em: 9 set. 2021. 43 QUADRO 19 – VERBOS MODO SUBJUNTIVO FONTE: <https://bit.ly/3Gp2GAa>. Acesso em: 9 set. 2021. QUADRO 20 – VERBO AUXILIAR FONTE: <https://bit.ly/3rykLpn>. Acesso em: 9 set. 2021. 44 QUADRO 21 – MODO IMPERATIVO FONTE: <https://bit.ly/3GnNPpM>. Acesso em: 9 set. 2021. QUADRO 22 – FORMAS NOMINAIS DO VERBO FONTE: <https://bit.ly/3K5Ke20>. Acesso em: 9 set. 2021. 4 A INTERJEIÇÃO A interjeição é uma palavra ou locução que exprime um estado emotivo (CEGALLA, 2010). Ela é um recurso da linguagem afetiva ou emocional. Dessa forma, exprime as mais variadas emoções e sentimentos. É uma a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre o interlocutor, e o leva a adotar determinado comportamento sem que, para isso, seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais elaboradas. Vamos observar alguns exemplos: • Socorro! Alguém me ajude. • Atenção! • Coragem! Você vai ser bem-recebido. 45 QUADRO 25 – INTERJEIÇÃO FONTE: <https://www.slideshare.net/ma.no.el.ne.ves/a-interjeio/5>. Acesso em: 3 set. 2021. As interjeições são uma espécie de "palavra-frase", isto é, há uma ideia expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras – locução interjetiva) que podem ser colocadas em termos de uma sentença. O sentido das interjeições está atrelado à maneira como elas são proferidas. Assim, o tom da fala é que determina o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto de enunciação. Por isso, pode acontecer de uma mesma interjeição apresentar mais de um sentido. Agora, observe alguns exemplos de interjeição. Caro acadêmico, pudemos nesta Unidade estudar as classes gramaticais, no entanto, você ainda se deparará com algumas palavras que são difíceis em alguns contextos de classificá-las. O autor Domingos Paschoal Cegalla (2010) escreveu em seu livro, Novíssima gramática da língua portuguesa, algo bem interessante sobre essa questão. Compartilhamos com vocês esse texto. 46 PALAVRAS E LOCUÇÕES DENOTATIVAS De acordo com a Nomenclatura Gramatical Brasileira, serão classificadas a parte certas palavras e locuções – outrora consideradas advérbios – que não se enquadram em nenhuma das dez classes conhecidas. Tais palavras e locuções chamadas “denotativas” exprimem: • Afetividade – felizmente, infelizmente, ainda bem: Felizmente não me machuquei. Ainda bem que o orador foi breve! • Designação – eis: Eis o anel que perdi. • Exclusão – exclusive, menos, exceto, fora, salvo, tirante, senão, sequer: Voltaram todos, menos (ou exceto, salvo, fora) André. Não me descontou sequer um cruzeiro. Ninguém, senão Deus, poderia salvá-lo. • Inclusão – inclusive, também, mesmo, ainda, até, ademais, além disso, de mais a mais: Eu também vou. Levou-me para sua casa e ainda me deu roupa e dinheiro. Aqui falta tudo, até água. • Limitação – só, apenas, somente, unicamente. Só Deus é perfeito. Apenas um aluno teve nota boa. • Realce – cá, lá, só, é que, sobretudo, mesmo, embora: Eu cá me arranjo! Você é que não se mexe! É isso mesmo! Veja só! Vá embora! Eu sei lá o que pretende? • Retificação – aliás, ou melhor, isto é, ou antes: Venha ao meio-dia, ou melhor, venha já. Aquele casal era filho de japonês, aliás, filhos de japoneses. “Finda a saudação cortês, o cavalo calou-se, isto é, recolheu o movimento do rabo” (Carlos Drummond de Andrade). • Explanação – isto é, a saber, por exemplo: Os elementos do mundo físico são quatro, a saber: terra, fogo, água e ar. 47 • Situação – afinal, agora, então, mas: Afinal, quem tem razão? Posso levá-los; agora, ficar eu não fico. Então, que achou do filme? Mas, você fez isso, meu filho? FONTE: CEGALLA, D. P. Novíssima gramática da língua portuguesa. 37. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2010. p. 262-264. No site Brasil Escola, você encontra mais informações sobre as classes de palavras e outros assuntos da língua portuguesa, acesse: www.brasilescola.com.br. DICA 5 O ADVÉRBIO O advérbio é, fundamentalmente um modificador do verbo (CUNHA; CINTRA, 1985, p. 529). De acordo com Guiley (1993, p. 75), “advérbio é uma palavra indeclinável que se emprega para modificar um verbo, um adjetivo ou outro advérbio. Muitos dos advérbios são formados de adjetivos”. Para Cegalla (2010, p. 243), “advérbio é uma palavra que modifica o sentido do verbo, do adjetivo e do próprio advérbio. A maioria dos advérbios modificam o verbo, ao qual acrescentam uma circunstância. Só os de intensidade é que podem também modificar adjetivos e advérbios”. Cegalla (2010), bem como outros gramáticos, apontam que há várias classes de advérbios na língua portuguesa. Entre estas classes estão: QUADRO 23 – CLASSES DE ADVÉRBIOS ADVÉRBIOS EXEMPLOS De afirmação sim, certamente, realmente, incontestavelmente, efetivamente etc. De dúvida talvez, porventura, provavelmente, acaso, decerto etc. De intensidade muito, pouco, bastante, mais, menos, completamente, bem, mal, demais, nada, tão, demasiado, meio, todo, excessivamente, demasiadamente, quão, quase, apenas etc. De lugar abaixo, acima, aqui, ali, dentro, fora, perto, longe, cá, lá, ali, aí, além, aquém, atrás, fora, adiante, diante, através, aonde, detrás etc. De modo bem, mal, assim, devagar, como, alerta, debalde, depressa, calmamente, (quase todos os advérbios terminados em mente) etc. De negação não, tampouco (= também não). De tempo hoje, amanhã, agora, já, sempre, nunca, jamais, logo, simultaneamente, imediatamente, depois, ontem, então, amiúde, logo, cedo, tarde, ora, outrora, diariamente etc. FONTE: O autor 48 Há também aqueles que são chamados advérbios interrogativos. As palavras que normalmente referem-se a eles estão vinculadas às interrogações diretas e indiretas às circunstâncias de tempo, lugar, causa e modo. São palavras como: quando? como? por quê? onde? São aplicáveis em frases como: Outra observação importante é que, normalmente os advérbios que terminam em “mente” derivam-se de adjetivos. Por exemplo: feroz (adjetivo), ferozmente (advérbio). Há também as locuções adverbiais. Elas são expressões que possuem a função dos advérbios. Começam com uma preposição. Observe alguns exemplos: às claras, às pressas, às vezes, ao acaso, de repente, de forma alguma, de súbito, de vez em quando, por fora, por trás, de perto, lado a lado etc. • Onde você mora? • Quando será a prova? • Por que Joaquim se atrasou? • Como você aprendeu português? Advérbio é uma palavra que modifica o sentido do verbo, do adjetivo e do próprio advérbio. A maioria dos advérbios modificam o verbo, ao qual acrescentam uma circunstância. Só os de intensidade podem também modificar adjetivos e advérbios. NOTA Por fim, temos ainda os graus dos advérbios. Alguns advérbios de modo, lugar, tempo e intensidade, são capazes de sofrer modificações. Veja no Quadro 24 alguns exemplos: QUADRO 24 – GRAU DOS ADVÉRBIOS 49 FONTE: <https://bit.ly/31SDiDX>. Acesso em: 2 set. 2021. 50 CLASSES DE PALAVRAS Margarida Basílio Já é quase uma tradição em estudos da linguagem dizer-se que as classes de palavras (também conhecidas como partes do discurso ou categorias lexicais) podem ser definidas por critérios semânticos, sintáticos e morfológicos. As gramáticas normativas privilegiam o critério semântico na classificação das palavras, embora utilizem todos os critérios. No estruturalismo, critica-se a gramática tradicional pela mistura de critérios e privilegiam-se os critérios morfológico e funcional. Na teoria gerativa transformacional, as classes de palavras