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FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL Aproximadamente 5,2 milhões de crianças frequentam a educação infantil no Brasil, sendo que o percentual de crianças entre 4 e 5 anos inseridas em instituições de pré-escola chega a 91,7% (Inep, 2018). Oferecer uma formação profissional de qualidade a todos os professores é um desafio e uma prioridade para promover a equidade e assegurar uma infância segura a todas as crianças. A interação entre crianças e professores é um pilar central do desenvolvimento infantil. Professores são agentes de mudança de trajetórias de crianças de todas as faixas etárias (DONNEL & GETTINGER, 2015) e ações que qualifiquem as práticas pedagógicas educadoras devem estar no centro do planejamento educacional. Esse planejamento assume especial relevância quando se trata de Educação Infantil, em função das particularidades do desenvolvimento de bebês, de crianças bem pequenas e de crianças pequenas e da importância que experiências vivenciadas na primeira e na segunda infância têm para toda a vida do indivíduo .As proposições teóricas e a apresentação de estratégias pedagógicas serão realizadas, em todos os módulos, considerando as três faixas etárias da pré-escola (bebês - zero a 1 ano e 6 meses, crianças bem pequenas – 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses e crianças pequenas - 4 anos a 5 anos e 11 meses) e estarão à luz dos campos de experiência (Eu, o outro e nós; Corpo, gestos e movimentos; Traços, sons, cores e formas; Escuta, fala, pensamento, imaginação e Espaço, tempos, quantidades, relações e transformações). O Curso de Formação para Profissionais da Educação Infantil tem como objetivo qualificar professores de creches e de pré-escolas brasileiras, contribuindo para o estabelecimento de práticas pedagógicas criativas e teoricamente embasadas que contribuam para a formação integral da criança. MÓDULO 1 CONHECER-SE E EXPRESSAR Neste módulo iremos fazer um estudo sobre o desenvolvimento socioemocional infantil e sua relação com a prontidão para leitura e escrita. Além disso, também discutiremos as competências socioemocionais em professores e a relação com o desenvolvimento e o aprendizado em pré-escolares. É no contato com aquele que a acolhe que ela aprende a se comunicar, primeiramente, por gestos e balbucios, antes que pelas palavras. Além disso, configuram uma parte central do processo educacional, uma vez que o aprender ocorre através de relacionamentos. É por meio da interação que o aprendizado se torna desafiador, envolvente e significativo e, portanto, todas as habilidades socioemocionais que fundamentam as interações sociais estão implicadas no processo de aprender (SANTOS & PRIMI, 2014). Diferentes teóricos se ocuparam de definir quais são os elementos que integram esse amplo termo guarda-chuva e, no guia de 2013 do CASEL (Collaborative for Academic, Social, and Emotional Learning, 2012), o grupo de pesquisadores elencou cinco dimensões que estão contempladas no espectro socioemocional. Veja quais são elas: Autoconsciência: é a capacidade de reconhecer, com precisão, as emoções e os pensamentos de uma pessoa e suas influências no comportamento. Isso inclui avaliar com precisão os pontos fortes e as limitações de uma pessoa, além de possuir um senso bem fundamentado de confiança e otimismo. Autorregulação: é a capacidade de regular as emoções, os pensamentos e os comportamentos de uma pessoa, de forma eficaz, em diferentes situações. Isso inclui gerenciar o estresse, controlar impulsos e motivar-se, definindo e trabalhando para alcançar os objetivos pessoais e acadêmicos. Consciência social: é a capacidade de ter empatia por outras pessoas de origens e culturas diversas, a fim de compreender as normas sociais e éticas de comportamento e para reconhecer a família, a escola e a comunidade por meio de recursos e apoios. Habilidades de relacionamento: é a capacidade de estabelecer e manter relacionamentos saudáveis e gratificantes com diversos indivíduos e grupos. Isso inclui comunicar-se com clareza, ouvir ativamente, cooperar, resistir às situações inadequadas e à pressão social, negociar conflitos de forma construtiva e buscar e oferecer ajuda, quando necessário. \ Tomada de decisão responsável: é a capacidade de fazer escolhas construtivas e respeitosas a respeito do comportamento pessoal, além de estabelecer interações sociais baseadas em: padrões éticos, questões de segurança e normas sociais. É uma pessoa que avalia as consequências de várias ações e o bem-estar de si e dos outros. Essas habilidades, que acabamos de citar, são potencializadas através da interação com os diferentes contextos proximais e distais. Figura 1 - As cinco dimensões do espectro socioemocional e a interação com os diferentes contextos. No contexto escolar, o desenvolvimento de habilidades socioemocionais se inicia desde a pré-escola e continua até o ensino médio, sendo fomentado através do envolvimento do aluno em atividades positivas dentro e fora da sala de aula e através do amplo envolvimento dos cuidadores primários (pais, avós etc) (WEARE & NIND, 2011). Para a teoria sociocultural de Vygotsky (2010), o desenvolvimento socioemocional recebe influências do contexto histórico e cultural em que estamos inseridos. Desse modo, as habilidades sociais e emocionais estão intimamente ligadas com o que apreendemos do mundo ao nosso redor. Por isso, apesar de transitória, a relação com o educador pode gerar apoio emocional e segurança à criança, complementando o cuidado familiar e, muitas vezes, fazendo toda a diferença no desenvolvimento infantil. Também é importante destacar que o professor não tem a missão de ser um clínico e transformar o espaço escolar em um setting psicoterápico (ABED, 2016), mas deve, sim, dentro do âmbito das suas interações com as crianças contribuir para o desenvolvimento integrado destas. O educador é um encorajador do desenvolvimento de competências socioemocionais, inserindo-as através de modelagem e de incentivos (WEBSTER-STRATTON, 2011). Para abordar as habilidades socioemocionais de maneira efetiva e condizente com as características de cada ciclo etário, é necessário que o profissional tenha domínio técnico e teórico sobre as etapas do desenvolvimento emocional infantil. 2. Autoconsciência A autoconsciência compreende duas habilidades principais: ● o reconhecimento de emoções e ● o conhecimento de emoções. O reconhecimento de emoções diz respeito à capacidade de identificar uma emoção em uma dada situação de interação social ou mesmo em uma narrativa (CASTRO et al., 2016), contemplando as habilidades de perceber e de rotular/nomear as emoções (IZARD et al., 2001). Esse reconhecimento é uma condição necessária - embora não suficiente - para o conhecimento da emoção. Já o conhecimento da emoção diz respeito à habilidade de usar as pistas situacionais para compreender as causas e as consequências das emoções como, por exemplo, quando uma criança observa que outra está triste e consegue relacionar com a situação que contribuiu para desencadear tal emoção. “Eu estou triste” “O que será que o meu colega está sentindo?” “Que medo!” “Isso me dá raiva!” O dia a dia da educação infantil é permeado pela identificação e pela nomeação de emoções e a rapidez com que as mais variadas emoções são experienciadas nas crianças pré-escolares desafia os professores e os responsáveis, fazendo do cotidiano do ambiente da educação infantil uma montanha russa de intensidades e expressões emocionais. Esses processos são típicos do desenvolvimento, mas devem ser reconhecidos, acolhidos e estimulados através de interações de qualidade. Bons níveis de reconhecimento das emoções estão associados a comportamentos sociais positivos como, por exemplo, ter empatia pelo outro (RIBAS, 2011) e agir de forma pró-social (DENHAM, 1986; ROBERTS, 1996; CHORA, 2016). Ainda, as crianças capazes de reconhecer as emoções têm maior flexibilidade no ajustamento do seu comportamento à situação e na resolução de problemas com seus pares, tendo menor probabilidadede sofrer rejeição e sendo mais responsivas às necessidades emocionais das pessoas (DENHAM, 1998). IMPORTANTE É mais fácil perceber que a criança é capaz de reconhecer emoções através de respostas verbais, no entanto, mesmo antes do desenvolvimento da linguagem expressiva e mesmo crianças que tenham alguma dificuldade nessa linguagem podem desenvolver a habilidade de identificar emoções. Por isso, é importante usar recursos alternativos como imagens, mostrando as diferentes emoções para que as crianças acessem essa habilidade e facilitem a comunicação. Fique atento, pois algumas crianças com dificuldade na linguagem expressiva podem, também, apresentar dificuldade na representação mental dos conceitos abstratos. Nesses casos, a capacidade de reconhecer emoções pode apresentar déficits tanto pode meio do desenvolvimento mais lento, quanto através de níveis de acurácia mais baixos. Por isso, é importante ajudar a criança a fazer a identificação da emoção nomeando e usando expressões faciais de intensidade mais alta. Além do mais, o reconhecimento de emoções diz respeito à capacidade de identificar e nomear duas classes de emoções: as básicas (ou primárias) e as secundárias. O bebê com desenvolvimento típico possui o aparato biológico pronto para experienciar e para reconhecer emoções. Imagine que cada habilidade é uma caixinha fechada que trazemos conosco. À medida que esse bebê interage com o mundo, as interações vão sendo as chaves que abrem as portas destas caixinhas, ou seja, destas habilidades. As interações são as chaves para abrir cada habilidade. É através da interação que a criança vê, ouve e percebe os diferentes processos emocionais no outro; recebe informações sobre estes processos e vai formando o seu repertório, relacionando as emoções que sente com as emoções que o outro sente. Conforme vimos anteriormente, as emoções básicas dizem respeito às seis emoções chamadas universais. As emoções básicas tiveram um papel fundamental na sobrevivência da espécie humana e todas são muito importantes (EKMAN, 1992ab). Assim, entendemos que as emoções por si só não são boas nem más. Cada uma delas cumpre uma função e estarmos cientes dessa função nos ajuda a aceitar que elas fazem parte da nossa vida - assim como estão presentes nas vidas das crianças de todas as culturas. Pode ser que algumas emoções sejam mais confortáveis de serem experienciadas do que outras e comumente dividimos as emoções básicas em positivas (alegria, surpresa) e negativas (medo, raiva e nojo), mas o fato de algumas delas serem mais desconfortáveis não significa que não sejam muito necessárias na nossa vida. Por vezes, temos a tendência de fazer com que as emoções de raiva, medo e tristeza desapareçam completamente do nosso cotidiano. No entanto, pense como seria a sua vida se você nunca sentisse medo de nada? E se você nunca ficasse com raiva? Que prejuízos isso poderia trazer? MÓDULO 2 CONVIVER Neste módulo discutiremos os pilares da educação (aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver, aprender a ser), dentre os quais se destaca o aprender a conviver, que se alinha a competências socioemocionais como a consciência social e as habilidades de relacionamento, fundamentais para o estabelecimento de relações interpessoais saudáveis. Além disso, trataremos sobre a consciência social e sua importância para o desenvolvimento da empatia e do respeito às diferenças, bem como sobre as habilidades de relacionamento e as capacidades a elas correlacionadas, como se comunicar com clareza, ouvir ativamente, cooperar, trabalhar de forma colaborativa para resolver problemas e negociar conflitos construtivamente. No Módulo 1 foram abordados os conceitos de competências e aprendizagem socioemocional, destacando como eles podem ser aplicados à Educação Infantil. Você se lembra como se caracterizam as competências e a aprendizagem socioemocionais? As competências socioemocionais são um conjunto de habilidades aprendidas que, a partir do autoconhecimento e da regulação emocional, auxiliam a tomar decisões assertivas, tomar decisões frente a situações desafiadoras de forma eficaz, desenvolver empatia e construir relacionamentos saudáveis. Por outro lado, a aprendizagem socioemocional (ASE) consiste em um processo de aquisição e reforço dessas competências para reconhecer e manejar emoções, ter cuidado e consideração com os outros, estabelecer relações positivas (CASEL, 2020). Nos primeiros anos da infância, a criança vive alguns dos marcos mais significativos do desenvolvimento psicossocial. Portanto, é importante tanto que as necessidades emocionais sejam acolhidas quanto as habilidades correspondentes à cada etapa do desenvolvimento infantil sejam estimuladas desde os primeiros meses de vida por meio da interação com o cuidador ou o educador, tendo em vista o meio em que a criança está inserida. A transmissão e absorção de conhecimentos como objetivos do processo de ensino-aprendizagem é um questionamento constante entre educadores que tem cedido lugar para o ensinar a pensar, a comunicar-se e pesquisar, a desenvolver o raciocínio lógico, a fazer sínteses e elaborações teóricas, a ser independente e autônomo ou, em outras palavras, a ser socialmente competente. A partir da Conferência Internacional sobre Educação, ocorrida em 1990 na cidade de Jomtien, na Tailândia, foi elaborada a Declaração Mundial sobre a Educação para Todos. Neste documento enfatiza-se que o educador, que anteriormente exercia o papel de agente transmissor de informações, passa a exercer o papel de selecionador dessas informações, auxiliando tanto no descobrimento e seleção quanto na maneira de transformá-las em saberes distintos. Nesse ínterim, especialistas do mundo inteiro que compunham a Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI prepararam um relatório para a UNESCO intitulado “Educação: um tesouro a Descobrir”. Coordenado por Jacques Delors, neste relatório são apresentados os “Quatro Pilares da Educação”, pautados em como a escola pode contribuir para o desenvolvimento de novas gerações, preparando-as para mudar e melhorar o mundo. 2. Aprofundamento Os quatro pilares da Educação Aprender a conhecer Em meio a um contexto histórico e social de constantes incertezas e mudanças, é necessário aprender novamente, de um outro jeito, e lidar com o novo. E isso nem sempre é tarefa fácil: muitas vezes surge o ímpeto de desistir antes mesmo de tentar. Julgamos que não vale a pena gastar tempo aprendendo algo novo, algo que não sabemos ao certo se fará diferença no futuro. Mas vale! Aprender a aprender é uma habilidade importante para todas as pessoas: é a capacidade de descobrir quais movimentos são necessários para que as transformações desejadas aconteçam. Ao propor as recomendações para a Educação do século XXI, Delors (2012) enaltece que a educação permanente ao longo da vida é a chave para o século XXI, e reforça que isso requer uma sociedade educativa, na qual haja abertura e oportunidades de aprendizagem para todos em todos os lugares e em cada etapa da vida. Dentre os objetivos dessa educação, que considera o papel crucial dos meios sociais e culturais, está a possibilidade de “dar respostas à sede de conhecimento, de beleza ou de superação de si mesmo; ou, ainda, de aprimorar e ampliar as formações estritamente associadas às exigências da vida profissional, incluindo as formações práticas” (DELORS, 2012, p. 32). Nessa perspectiva, um dos maiores desafios das instituições de Educação Infantil é estimular o desenvolvimento de estratégias de aprendizagem capazes de estimular capacidades e habilidades que instrumentalizem a criança desde os primeiros meses de vida para aprender a conhecer (FRIEDMANN, 2011). Apesar da aparente complexidade desta tarefa, os profissionais da educação não precisam aprender a revolucionar o mundo, mas a saber aprender, o que envolve o exercício da atenção, da memória, do pensamento crítico e de uma postura de curiosidade diante dos desafios encontrados durante toda sua trajetória.Antunes (2008) afirma que todas as crianças podem ter as diversas habilidades desenvolvidas. Para isso, é necessário que, a partir dos recursos disponíveis, sejam utilizados esquemas de aprendizagem eficientes e significativos, e que os agentes estimuladores (educadores, famílias e comunidade) estejam instrumentalizados para que as necessidades infantis individuais sejam observadas e acolhidas nos projetos de estimulação. Desse modo, o autor propõe uma “caixa de ferramentas do educador estimulador”, composta principalmente pelo que compreendemos como alguns dos alicerces do aprender a aprender: Mente aberta: humildade para perceber-se em constante formação;Sensibilidade e prazer em se relacionar com o outro e ser uma ponte entre o que a criança já sabe e os novos conhecimentos; Sensibilidade e prazer em se relacionar com o outro e ser uma ponte entre o que a criança já sabe e os novos conhecimentos; Curiosidade, entusiasmo e ousadia: não há limites para o aprender, sempre é momento de estudar; Senso crítico: aceitar suas limitações, rever procedimentos e reinventar-se com base nas novas descobertas; Organização: registrar em diários de campo as descobertas do cotidiano (o melhor cenário de pesquisa); Serenidade perante as limitações materiais e contextuais. O estudo realizado por Rodrigues e Boer (2019) discutiu como a internalização dessas ferramentas pode propiciar o cumprimento dos objetivos da BNCC na Educação Infantil. Esses autores realizaram uma pesquisa-ação com uma turma de nível Pré-A (faixa etária de 4 anos) e constataram o papel da escuta atenta como um canal aberto para a promoção do aprender. Ao direcionar a atenção para o que as crianças sinalizavam querer conhecer no cotidiano escolar, intervindo com intencionalidade educativa a cada oportunidade de interação, o educador pode promover ações interdisciplinares que levem as crianças a explorar os diferentes campos de experiência, tornando o conhecimento algo prazeroso e significativo a longo prazo. Nesse sentido, colocar a criança no centro do seu processo de aprendizagem, saber onde se objetiva chegar em cada intervenção e lançar mão de desafios condizentes com as capacidades infantis em cada fase de seu desenvolvimento, respeitando e acompanhando o seu processo individual, são práticas fundamentais para a promoção do desenvolvimento infantil, alinhadas às ferramentas apresentadas Para aguçar o olhar do educador na organização de práticas que favoreçam o pleno desenvolvimento biopsicossocial das crianças, Rodrigues e Boer (2019) apontam a importância da formação continuada na área da Educação Infantil e da atitude de constante busca por novas aprendizagens por parte do educador. Delors, J. (Org.). Educação um tesouro a descobrir – Relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI 7ª edição. Editora Cortez, 2012. https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000109590_por Aprender a fazer Conhecer e fazer são práticas indissociáveis. Por isso, esse segundo pilar é consequência do primeiro (FRIEDMANN, 2011). Desde o início da vida, a busca por atribuir significado às experiências faz parte do desenvolvimento humano. Sendo assim, a experimentação prática dos conhecimentos por meio do corpo possibilita o processo de atribuições de significados singulares e consistentes, formando a base para as aquisições e desafios https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000109590_por seguintes. Conforme Delors (2012), a aplicação prática do conhecimento para a resolução de problemas envolve a criatividade, a comunicação e a cooperação, tornando a pessoa apta a enfrentar numerosas situações desafiadoras nos diferentes campos de experiência. Nesse sentido, aprender a fazer envolve a garantia de alguns dos direitos básicos previstos na BNCC, como o direito de participar e de explorar, ou seja, é fundamental envolver a criança na construção do planejamento das rotinas, das brincadeiras e das atividades, assim como possibilitar a ela a exploração autônoma e criativa dos materiais, espaços e vivências proporcionados pelo contexto educacional. Portanto, a interação e o lúdico são os eixos centrais dessas aprendizagens, os quais devem estar integrados à rotina infantil. A fim de reforçar a importância da interação com o adulto, na discussão sobre este segundo pilar da educação, apresentamos dois paralelos, um contemplando a criança, outro o educador. A criança O documentário “O começo da vida 1” (2016), apresentado pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Fundação Bernard Van Leer, Instituto Alana e Unicef, é composto por relatos de famílias, educadores e pesquisadores do desenvolvimento humano e aborda a importância dos primeiros 1000 dias, contabilizados desde o nascimento, para o desenvolvimento da criança ao longo de toda a sua vida. No filme são discutidos aspectos sobre o papel do vínculo para o desenvolvimento neuronal, comportamental e emocional, assim como o impacto social e econômico do investimento nas primeiras etapas da infância. Vale a pena conferir! No documentário, a pesquisadora Alison Gopnik comenta sobre a plasticidade neuronal dos primeiros três anos de vida, a qual possibilita uma quantidade de aprendizagens sem paralelo com outros momentos da vida. Além disso, o pesquisador Andrew Meltzoff discorre sobre a função da autoestima, da repetição e do estímulo à aprendizagem, que possibilitam à criança continuar tentando mesmo que suas experiências anteriores não tenham sido bem sucedidas. Fica evidenciado, portanto, que a criança precisa estar livre para se experimentar e ter seu tempo e singularidade respeitados, cabendo ao adulto se disponibilizar enquanto figura de parceria para a co-construção de novas experiências e para a superação de desafios. Dentre as premissas do documentário está a ideia de que a criança pequena tem uma autoestima muito elevada e, portanto, é essa a fase indicada para ensiná-la a ter autonomia, sem perder de vista que não existe liberdade sem responsabilidade e que todo o processo de desenvolvimento envolve lidar com os limites e com a tolerância à frustração. Autonomia é a capacidade da criança de expressar desejos e ter mais independência em relação aos adultos. Complementar a isso, destacamos a relevância de se pensar em intervenções e propostas de atividades que estejam de acordo com o repertório de habilidades infantis conforme cada faixa etária. O desafio deve ser adequado para as habilidades da criança naquele momento, pois nada deve ser tão fácil que não a incentive a pensar, nem tão difícil que ela desista de tentar. O educador: um convite para a autorreflexão Partindo da premissa de que o autoconhecimento é a base para a aprendizagem socioemocional, chamamos atenção para o educador, em especial para o conhecimento e cuidado que tem para consigo. Aprender a fazer não envolve uma tarefa específica, mas a funcionalidade do sujeito diante de suas demandas. Portanto, pressupõe-se que aprender a fazer contemple o desenvolvimento de formas equilibradas e eficazes de administração do tempo. Aprender a conviver Para a BNCC este pilar compreende: “conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas”. Sabe-se que a família é a primeira instituição na qual o indivíduo é inserido logo que nasce, estabelecendo suas primeiras relações. Em função disso, as vivências no âmbito familiar costumam ser significativas ao longo da vida. Essa família, por sua vez, faz parte de uma rede complexa de relações com os fatores sociais, ambientais, culturais e históricos do tempo/espaço em que vive (MINUCHIN, 1990). Nesse sentido, aquilo que se pensa, as escolhas que se faz e a forma como se sente também são reflexo dessa grande rede de interconexões. Quanto maior for a consciência a respeito disso, melhor será a compreensão do outro e a percepção da interdependência entre o eu e o outro, a escola, a cidade,o país e o mundo em que se vive. Logo, a partir da compreensão da interdependência humana potencializa-se a habilidade de realizar projetos comuns e gerenciar conflitos, respeitando-se a pluralidade (FRIEDMANN, 2011; DELORS, 2012). Assim como é tarefa da escola a compreensão sobre a interdependência das relações que se estabelecem, com o objetivo de proporcionar as condições necessárias ao aprender a viver juntos, é tarefa dela abrir espaço para o aprendizado sobre a diversidade da condição humana. Essa aprendizagem envolve (ANTUNES, 2008; BRASIL, 2018; FRIEDMANN, 2011): Promover a autodescoberta da criança para a posterior descoberta do outro, para sentir-se na pele dele e compreender suas reações. Assim, ajudar a criança a reconhecer, validar e aprender a lidar com as próprias emoções é o caminho para auxiliá-la no reconhecimento das semelhanças e diferenças com o outro, respeitando as singularidades; Incentivar o envolvimento da criança em objetivos comuns com seus pares, trabalhando em conjunto em projetos que fortaleçam a construção da identidade e da imagem social e comunitária da criança, tomando por base sua subjetividade; Utilizar os recursos lúdicos como jogos socializadores e brincadeiras que estimulem a cooperação, assim como organização conjunta dos espaços e dos materiais; Viabilizar nas situações de interação com os pares e brincadeiras o envolvimento em experiências de cooperação e responsabilidade social. A BNCC enfatiza que experiências como essas podem viabilizar o desenvolvimento do sentimento de pertencimento a um grupo, além do respeito e a valorização das diferenças culturais. Palmieri (2015), a partir de um estudo realizado com crianças de 4 a 6 anos de idade em uma escola de Londrina-PR sobre o papel dos jogos cooperativos na Educação Infantil, indicou que eles são um recurso lúdico eficaz para o estímulo à solidariedade, cooperação e progressiva autonomia, além de proporcionarem espaços para a negociação de conflitos e a internalização de valores, como a ajuda mútua, a colaboração e a empatia. Jogos cooperativos propõem a união de todos os participantes em prol de um objetivo comum. Veja alguns exemplo: Caça ao tesouro: as crianças buscam um objeto específico. Serão espalhadas pistas que, em equipe, as crianças tentarão encontrar. Com a pista em mãos elas acabam por desvendar o esconderijo do tesouro. Transporte de objetos: em duplas as crianças irão transportar objetos de um ponto a outro. O objetivo é cooperar com sua dupla através de movimentos físicos, não deixando o objeto cair. Levanta balão: utiliza-se alguns balões cheios de ar. O objetivo é não os deixar cair no chão e, assim, promover a colaboração e a interação entre as crianças. Telefone sem fio: nessa atividade, as crianças sentam-se em círculo. A primeira criança deverá dizer uma palavra no ouvido da que está ao seu lado e assim sucessivamente até a última, que falará em voz alta o que ouviu. Contação de história coletiva: em círculo, as crianças irão contar uma história escolhida em conjunto. Um participante irá iniciar e, na sequência, o outro deverá continuar o enredo da mesma história. Desenho coletivo: o grupo deve fazer um desenho coletivo, cada um desenha uma parte, interagindo entre si até dar forma a imagem. O objetivo é estimular a coletividade de maneira lúdica. Palmieri, M. W. A. R. Jogos cooperativos e a promoção da cooperação na educação infantil. Psicologia Escolar e Educacional [online], v. 19, n. 2, pp. 243-25, 2015. https://doi.org/10.1590/2175-3539/2015/0192823 10 minutos Aprender a ser Este pilar enfatiza o papel essencial da educação como via para a garantia dos direitos de liberdade de pensamento, discernimento, sentimento e imaginação necessários ao pleno desenvolvimento das potencialidades humanas (FRIEDMANN, 2011). Alguns norteadores para essa prática podem incluir: https://doi.org/10.1590/2175-3539/2015/0192823 Lembrar que cada pessoa tem sua própria história, seu temperamento e seu modo de fazer as coisas, portanto o olhar atento às singularidades fornece informações essenciais para possibilitar à criança o autoconhecimento; Proporcionar a expressão verbal e não-verbal infantil, por meio do lúdico, do corpo, da exploração dos espaços, da arte, da música e demais recursos disponíveis como meio para a comunicação com o outro de modo espontâneo, autêntico e efetivo; Ter em mente que, principalmente nos três primeiros anos de vida, a linguagem não-verbal é um dos canais mais importantes para a expressão e comunicação do bebê e da criança sobre seus medos, angústias, desejos, emoções, crenças, temperamento, valores, entre outros elementos fundamentais do seu universo. Os quatro pilares da educação: “O homem não é um ser-substância de quem poderíamos descrever e coisificar as atitudes comportamentais. Não é um ser estático e acabado, cujo comportamento teria o privilégio de assemelhar-se à sua essência, isto é, a uma definição de seu ser inscrita na “natureza humana”. Porque antes de constituir um ente como outro qualquer, o homem é um existente que se constrói constantemente por sua presença no mundo: é um ser histórico, em devir, que sempre se coloca em questão”. JAPIASSU, Hilton. A educação ao longo de toda a vida se refere à mudança da noção de qualificação, pautada em uma formação única para a noção de competência, que se relaciona a uma formação dinâmica, flexível, condizente com a ênfase atual no trabalho em equipe, na capacidade de iniciativa, na valorização de talentos e aptidões. Essa mudança advém da “desmaterialização” do trabalho que exige, além da técnica, a “aptidão para as relações interpessoais” (Delors, 2003, p. 95). É preciso explorar, conhecer os processos, as relações nos seus discursos e sua pretensa efetivação e, assim, relacionar educação com a estrutura social e a construção histórica, das quais não se desvinculam. Dessa forma, expõem-se os sentidos velados, as fórmulas ideológicas que se articulam nos discursos, trazendo à tona interrogações necessárias a uma educação que possa ser verdadeiramente transformadora e humana. Compreender a sociedade, seus discursos, sua cultura, suas fundamentações é compreender os rumos que a educação tem tomado, e dessa forma pensar a possibilidade da experiência, do diferente, em direção a transformação social tão vulgarmente pronunciada na atualidade. Os quatro pilares da educação – RUBEM ALVES Métodos e metodologias em educação estão em constante mudança. Tradicionais, construtivistas, sócio-interacionistas, montessorianos, é tudo uma questão de escolha. Segundo a UNESCO e Jaques Delors, responsável pelo relatório da Comissão Internacional Sobre a educação do Século XX, para dar conta de sua missão e promover uma aprendizagem ao longo da vida, a educação deve se organizar em torno de quatro aprendizagens fundamentais. Aprendizagens estas que se transformarão para cada indivíduo em pilares do conhecimento e da formação continuada. Sem eles, não estaremos realmente preparando nossos alunos para viver em sociedade. PILARES DA EDUCAÇÃO ● PRIMEIRO: APRENDE A APRENDER “Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu” (Rubem Alves). Educadores são pessoas que certamente amam crianças. Mas não basta amá-las. É preciso que a gente tenha também a vontade de ensinar o mundo as crianças. O primeiro passo é APRENDER a APRENDER. É necessário tornar prazeroso o ato de compreender, descobrir, construir e reconstruir o conhecimento para que não seja efêmero, para que se mantenha ao longo do tempo e para que valorize a curiosidade, a autonomia e a atenção permanentemente. É preciso também pensar o novo, reconstruir o velho e reinventar o pensar. ● SEGUNDO PILAR: APRENDER A FAZER Para APRENDER a APRENDER é preciso aprender a FAZER. As crianças tem verdadeiro fascínio por fazer. Elas querem o tempo todo “fazer coisas”. Não basta preparar-se com cuidados para inserir-se no setor do trabalho. A rápida evolução por que passam as profissões pede que o indivíduo esteja apto a enfrentar novas situações de empregoe a trabalhar em equipe, desenvolvendo espírito cooperativo e de humildade na reelaboração conceitual e nas trocas, valores necessários ao trabalho coletivo. Ter iniciativa e intuição, gostar de uma certa dose de risco, saber comunicar-se e resolver conflitos e ser flexível. Aprender a fazer envolve uma série de técnicas a serem trabalhadas. ● TERCEIRO PILAR: APRENDER A CONVIVER É preciso aprender a CONVIVER, a viver junto, a compreender o outro, aceitar as diferenças administrar conflitos. Me arrisco até a dizer que no mundo de hoje, talvez este seja um dos conhecimentos mais valorizados. Uma educação baseada nestes quatro pilares significa o fim do ensino-aprendizagem voltado apenas para a absorção de conteúdos. Significa ainda mais, pois implica em uma educação que liberta que faz crescer, que valoriza o pensar, e isto independe de qualquer método, metodologia ou linha pedagógica. No mundo atual, este é um importantíssimo aprendizado por ser valorizado quem aprende a viver com os outros, a compreendê-los, a desenvolver a percepção de interdependência, a administrar conflitos, a participar de projetos comuns, a ter prazer no esforço comum. ● QUARTO PILAR: APRENDER A SER preciso também aprender a SER, o que necessariamente implica em educar os ouvidos para ouvir, e ouvir frequentemente o que não é dito. Despertar no aluno o sentido ético e estético, a responsabilidade pessoal, o pensamento autônomo, crítico a criatividade. É importante desenvolver sensibilidade, sentido ético e estético, responsabilidade pessoal, pensamento autônomo e crítico, imaginação, criatividade, iniciativa e crescimento integral da pessoa em relação à inteligência. A aprendizagem precisa ser integral, não negligenciando nenhuma das potencialidades de cada indivíduo. Com base nessa visão dos quatro pilares do conhecimento, pode-se prever grandes consequências na educação. O ensino-aprendizagem voltado apenas para a absorção de conhecimento e que tem sido objeto de preocupação constante de quem ensina deverá dar lugar ao ensinar a pensar, saber comunicar-se e pesquisar, ter raciocínio lógico, fazer sínteses e elaborações teóricas, ser independente e autônomo; enfim, ser socialmente competente. Uma educação fundamentada nos quatro pilares acima elencados sugere alguns procedimentos didáticos que lhe seja condizente, como: Relacionar o tema com a experiência do estudante e de outros personagens do contexto social; Desenvolver a pedagogia da pergunta (Paulo Freire e Antonio Faundez, Por uma Pedagogia da Pergunta, Editora Paz e Terra, 1985); Os quatro pilares da educação Proporcionar uma relação dialógica com o estudante; Envolver o estudante num processo que conduz a resultados, conclusões ou compromissos com a prática; Oferecer um processo de autoaprendizagem e corresponsabilidade no processo de aprendizagem. Considerações Finais A abordagem principal do tema vem enfocar os quatro pilares da educação e seus fundamentos“ Por Rubem Alves” traduzido a didática em uma linguagem poética sobre o assunto. Busca-se uma educação de qualidade, quebrando a ideia de quantidade, números, e de resultados, buscando a transformação não somente individual, mais social. Dentro desta perspectiva, o educador Rubem Alves analisa e valoriza o processo de ensino-aprendizagem e o educando de uma forma holística, trabalhando o todo e não somente as partes, demonstrando o processo e não somente os fins. Neste sentido, o educador deixa de oferecer o conteúdo pronto e ensina o educando a pensar, a desenvolver o pensamento crítico, autônomo, participativo e atuante em todo o processo educacional. Colaboração > Prof. Marcos L Souza Marcos Leonardo de Souza é Educador e Escritor. Licenciado em Pedagogia, História e Música, com Pós-Graduação Lato Senso em Psicopedagogia, Alfabetização e Letramento, Educação Lúdica, Educação Musical, Educação Infantil, atuando nas áreas de consultoria, assessoria pedagógica, treinamentos, oficinas e palestras. Mestre em Educação. Fonte: Os 4 Pilares da Educação para o Século XXI http://lidicsb.spaceblog.com.br/299828/OS-QUATRO-PILARES-DA-EDUCAC AO/ http://www.educacional.com.br/articulistas/outrosEducacao_artigo.asp?artig o=artigo0056 http://educaorgpelabase.blogspot.com.br/2013/10/4-pilares-da-educacao-r ubens-alves.html Ao tratar sobre os cinco campos de experiência, a BNCC (BRASIL, 2018) toma as experiências significativas do https://focuseducacional.wordpress.com/2012/08/07/os-4-pilares-da-educacao-para-o-seculo-xxi/ cotidiano do estudante como vias para a construção de conhecimentos. Para serem verdadeiramente significativas, essas experiências devem estar todas integradas e apoiadas em vínculos profundos e estáveis com os educadores e com os colegas. Lembre-se de que os cinco campos de experiência são: 1. Eu, o outro e o nós. 2. Corpo, gestos e movimentos. 3. Traços, sons, cores e formas. 4. Escuta, fala, pensamento e imaginação. 5. Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações. Nesse sentido, a BNCC (BRASIL, 2018) também aponta que a criança precisa de tempo e espaço para expressar o que vem chamando sua atenção por meio do seu repertório e da exploração do ambiente, do seu próprio corpo e das possibilidades de interação, o que possibilita novas formas de ser e estar em relação ao mundo ao seu redor. Através da expressão e interação com o outro, a criança passa a se conhecer melhor, por isso, no contexto da Educação Infantil, momentos como o da alimentação e da troca de fraldas são ricos para essa aprendizagem. Ao sentir-se cuidada a criança vai aprendendo a cuidar de si e desperta a consciência sobre a responsabilidade pessoal, por exemplo (AUGUSTO, 2013). Aprender a fazer Aprender a fazer enfatiza a questão da formação profissional e o preparo para o mundo do trabalho. A escola, desde a Educação Infantil, deve ressaltar a importância de se pôr em prática os conhecimentos significativos ao trabalho futuro. Aprender a fazer não é preparar alguém para uma tarefa determinada, mas despertar e estimular a criatividade para que se descubra o valor construtivo do trabalho, sua importância como forma de comunicação entre o homem e a sociedade, seus meios como ferramentas de cooperação, e para que se transforme o progresso do conhecimento em novos empreendimentos e em novos empregos. Aprender a conviver Aprender a conviver significa aprender a viver juntos, a viver com os outros. Para que essa aprendizagem aconteça, é essencial que a escola seja um espaço estimulador de projetos solidários e cooperativos, identificados pela busca de objetivos comuns. Os precursores do autoconhecimento e da autoestima são os mesmos da solidariedade e da compreensão. Sendo assim, é essencial estimular a descoberta de si para que a criança possa descobrir o outro. Aprender a ser Aprender a ser retoma a ideia de que todo ser humano deve ser preparado inteiramente para o desenvolvimento de suas potencialidades, incluindo: Corpo e mente; Inteligência e sensibilidade; Sentido estético e responsabilidade pessoal; Ética e espiritualidade. Em todos os pilares há o destaque para a necessidade de preparar as crianças para o futuro, no sentido de instrumentalizá-las para lidar com os diferentes desafios que possam se fazer presentes na vida pessoal, profissional e comunitária de um contexto cultural e tecnológico permeado por constantes mudanças e transformações.
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