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ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM A partir desta etapa, você será capaz de: - Compreender os objetivos da análise das demonstrações contábeis; - Identificar os usuários da análise das demonstrações contábeis; - Entender o impacto das fraudes na análise das demonstrações contábeis; - Analisar o Impactos da convergência às IFRS na análise das demonstrações; - Conhecer as demonstrações contábeis exigidas pela legislação. PLANO DE ESTUDOS Esta etapa de estudos está dividida em três tópicos. TÓPICO 1 - CONCEITOS INTRODUTÓRIOS TÓPICO 2 - DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS TÓPICO 3 - INFORMAÇÕES OBRIGATÓRIAS APRESENTAÇÃO Organização Cleide Tirana Nunes Possamai Reitor da UNIASSELVI Prof. Hermínio Kloch Pró-Reitora do EAD Prof.ª Francieli Stano Torres Edição Gráfica e Revisão UNIASSELVI Autoras Estelamaris Reif Maike Bauler Theis CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CONCEITOS INTRODUTÓRIOS .01 1 INTRODUÇÃO Você já parou para se perguntar por que as demonstrações contábeis são tão importantes na contabilidade? Pense da seguinte forma! Quando você está doente vai ao médico e realiza vários exames para tentar descobrir qual o seu problema de saúde, correto? Na contabilidade não é diferente! De uma maneira geral, podemos falar que as demonstrações contábeis são as principais informantes da saúde de uma organização. As demonstrações contábeis são essenciais para que a organização, por meio de seus representantes possa tomar decisões acertadas. É através dela que é possível, por exemplo, conseguir financiamentos bancários, analisar se a empresa pode ou não arcar com certa dívida, ou ainda, analisar se os seus investimentos estão surtindo efeito. Silva (2019) escreve que o trabalho de um profissional da contabilidade se inicia com a interpretação e o registro dos fatos contábeis (escrituração), seguidos da apresentação da posição econômica, financeira e patrimonial da empresa, por meio da elaboração das demonstrações contábeis. Essas demonstrações são submetidas então à análise de auditores independentes, que confirmarão e validarão os valores nelas expressos através de emissão de relatório de auditoria, para finalmente serem submetidos ao processo de análise econômico-financeira. O CPC 26 (R1) (2011, pg.6) que trata da Apresentação das Demonstrações Contábeis destaca bem à importância destas demonstrações. “As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS IMAGEM 1 – INFORMAÇÕES PRESTADAS NAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS FONTE: Elaborado pelas autoras. Agora que você já sabe a importância das demonstrações contábeis, vamos aprender mais sobre seus objetivos e usuários? Vamos lá... 1.1 OBJETIVOS DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS O objetivo das demonstrações contábeis é o de proporcionar informações acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade, e que seja útil a muitos usuários em suas avaliações e tomada de decisões. (CPC 26 (R1), 2011). As demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da administração, em face de seus deveres e responsabilidades na gestão dos recursos que lhe foram confiados. Para satisfazer a esse objetivo, as demonstrações contábeis proporcionam informação da entidade acerca do seguinte (CPC 26 (R1), 2011): As informações acima prestadas, juntamente com outras informações constantes das notas explicativas, ajudam os usuários das demonstrações contábeis a prever os futuros fluxos de caixa da entidade e, em particular, a época e o grau de certeza de sua geração (CPC 26 (R1), 2011). S i lva (2019) apud Hendr icksen e Breda (XX ) de ixam claro que , independentemente da forma e metodologia como a contabilidade venha a registrar os fatos e a forma como eles serão demonstrados ou disponibilizados, uma coisa não se alterará, ou seja, o atendimento ao seu objetivo final, que é prover seus usuários de informações que continuarão sendo objeto de análises. CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Os atua is s i s temas de contab i l idade fornecem ao ana l i s ta de demonstrações contábeis inúmeras ferramentas, e as próprias empresas divulgam na Internet Balanços Interativos, viabilizando ao analista uma ampla gama de possibilidades no cruzamento de dados. No Brasil já começaram os estudos para implantação da divulgação das demonstrações contábeis no padrão XBRL. XBRL é uma versão flexível do XML, que foi definida especificamente para atender as necessidades de negócios e informações financeiras. Ele possibilita o uso de ´tags´ de identificação unificada, a serem aplicados aos itens de dados financeiros, tais como ´lucro líquido´. Contudo, as ´tags´ são mais do que simples identificadores. Fornecem um conjunto de informações sobre o item, tais como se o mesmo trata de item monetário, percentual ou fração (TESOURO NACIONAL, 2012). Utilizando-se da Análise das Demonstrações Contábeis, é possível avaliar o desempenho da gestão econômica, financeira e patrimonial da empresa quanto aos períodos passados, confrontando-o ou não com metas ou diretrizes preestabelecidas. É possível ainda realizar comparações com as tendências regionais ou dos segmentos em que a empresa esteja inserida, determinando também as perspectivas futuras de rentabilidade ou continuidade dos negócios, poss ib i l i tando aos gestores tomarem decisões de f inanciamentos e investimentos, bem como implementarem mudanças de práticas, caso as tendências projetadas sinalizem um cenário não condizente com as políticas até então estabelecidas, ou até mesmo subsidiar o estabelecimento de novos rumos (SILVA, 2019). IMAGEM 2 – PROCESSO DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS FONTE: Elaborado pelas autoras. CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Iudícibus (2017) escreve que as demonstrações financeiras e contábeis devem representar apropriadamente a posição financeira e patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade. Deve fazer uma exposição resumida e ordenada dos principais fatos registrados pela contabilidade que causam mutação no patrimônio das empresas, em determinado período. São elaboradas e apresentadas para usuários externos em geral, tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades diversas. Para as sociedades por ações e empresas de grande porte, as demonstrações são denominadas de financeiras, por serem obrigadas a publicar a prestação de suas contas (principalmente para seu acionista); para as demais empresas, as demonstrações são denominadas de contábeis (IUDÍCIBUS, 2017). 1.2 USUÁRIOS DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Por sua relevância, os resultados obtidos na Análise das Demonstrações Contábeis se destinam a um grupo muito abrangente de usuários (stakeholders), os quais podem ser internos e externos, que a utilizarão principalmente como instrumento de decisões de financiamento e investimento (SILVA, 2019). De acordo com Significados (2017), o stakeholder é uma pessoa ou um grupo, que legitima as ações de uma organização e que tem um papel direto ou indireto na gestão e resultados dessa mesma organização. Desta forma, um stakeholder pode ser afetado positivamente ou negativamente, dependendo das suas políticas e forma de atuação. Vejamos na imagem quem são os stakeholders: IMAGEM 3 – STAKEHOLDERS FONTE: Disponível em: https://www.portal-administracao.com/2014/07/stakeholders- significado-classificacao.html Acesso em 08 mai 2020. https://www.portal-administracao.com/2014/07/stakeholders-significado-classificacao.html https://www.portal-administracao.com/2014/07/stakeholders-significado-classificacao.html CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Inicialmente, a Análise das Demonstrações Contábeis foi um instrumento utilizado preponderantemente pelasinstituições financeiras com objetivo de avaliar os riscos de crédito; mais tarde, porém, se firmou como instrumento de apoio gerencial e fornecedora de informações para investidores (SILVA, 2019). Os usuários, sejam eles internos ou externos, têm diferentes necessidades a serem satisfeitas, conforme demonstrado no Quadro 1. Usuários Internos Sócios e gestores • Aumentar ou reduzir investimentos. • Aumentar o capital ou emprestar recursos. • Expandir ou reduzir as operações. • Comprar/vender a vista ou a prazo. Usuários Externos Instituições financeiras • Conceder ou não empréstimos. • Estabelecer termos do empréstimo (volume, taxa, prazo e garantias). Clientes e fornecedores em geral • Avaliação com vistas à concessão ou não de crédito, em que valor e a que prazo. • Informações sobre a continuidade operacional da entidade, especialmente quando têm um relacionamento a longo prazo com ela, ou dela dependem como fornecedor importante. Investidores • Adquirir ou não o controle acionário. • Investir ou não em ações na bolsa de valores. • Avaliação do risco inerente ao investimento e potencial de retorno proporcionado (dividendos). Comissão de Valores Mobiliários • Observar se as demonstrações contábeis de uma empresa de capital aberto respondem aos requisitos legais do mercado de valores mobiliários, como periodicidade de apresentação, padronização e transparência. Poder Judiciário • Solicitação e apreciação objetiva de perícia. Fiscalização tributária • Buscar indícios de sonegação de impostos. QUADRO 1 – USUÁRIOS DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Comissões de licitação • Avaliar o vulto dos equipamentos e instalações, do capital de giro próprio, da solidez econômico-financeira, buscando identificar se há garantia acessória para o início ou continuidade no fornecimento dos bens ou serviços. • A Lei no 8.666/1993, que institui normas para licitações e contratos da Administração Pública, em seu art. 31 estabelece que a exigência de índices (constantes em editais de licitação) limitar-se-á à demonstração da capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade. • Estabelece ainda que a comprovação de boa situação financeira da empresa será feita de forma objetiva, através do cálculo de índices contábeis previstos no edital e devidamente justificados no processo administrativo da licitação que tenha dado início ao certame licitatório, vedada a exigência de índices e valores não usualmente adotados para correta avaliação de situação financeira suficiente ao cumprimento das obrigações decorrentes da licitação. Empregados e sindicatos • Informações sobre a estabilidade e a lucratividade de seus empregadores (solvência, distribuição de lucros etc.). • Avaliação da capacidade que tem a entidade de prover sua remuneração, seus benefícios de aposentadoria e oferta de oportunidades de emprego. FONTE: Silva (2019, pg. 9) A Análise das Demonstrações Contábeis, quando realizada por analistas internos, deve ser efetuada com uma visão proativa, de forma a extrair informações para que a alta administração possa adotar as medidas corretivas quando houver a sinalização de desvio das metas e diretrizes estabelecidas, sob pena da análise ser apenas a “autópsia”, quando poderia se revestir desse elemento sinalizador. Nesse sentido, o acompanhamento periódico – quer seja ele mensal, trimestral ou semestral – permitirá que as decisões sejam tomadas de forma tempestiva e precisa (SILVA, 2019). Estudo elaborado anualmente pela consultoria Deloitte tem constatado que entre as pequenas e médias empresas (PMEs) que mais crescem no Brasil, aproximadamente 90% delas utilizam algum indicador de análise financeira em seus processos de gestão, demonstrando assim que análise de balanços não é uma ferramenta aplicável somente às grandes empresas. Em sua edição de 2016, constatou-se que entre os indicadores mais utilizados pelas PMEs destacam-se: crescimento das vendas; custos e despesas variáveis; margem de lucro líquido; endividamento da empresa; margem de lucro; tempo do retorno do investimento e taxa interna de retorno (SILVA, 2019). CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 1.3 LIMITAÇÕES DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Silva (2019) escreve que a análise das demonstrações contábeis por meio de índices deve ser realizada com muito cuidado e utilizando-se de critério técnico rigoroso, haja vista as suas limitações. Entre as limitações mais significativas e seus respectivos cuidados a serem tomados, podemos destacar os seguintes: 1) Existem empresas que operam simultaneamente em vários ramos de atividade, o que pode levar à não existência de concorrentes com o mesmo perfil econômico. Nessas situações, o trabalho do analista externo se torna muito mais complexo, em razão de não se ter acesso às informações contábeis separadas de cada uma das atividades exploradas pela empresa. Por outro lado, quando a multiplicidade de atividades é explorada por um conglomerado de empresas, no qual cada uma desempenha uma atividade específica, a análise fica mais objetiva, pois o analista poderá analisar não somente a empresa holding, mas também cada empresa do grupo de por si, comparando assim os dados com os respectivos concorrentes setoriais. Holding é uma sociedade gestora matriz de participações sociais, que exerce controle sobre outras empresas. O objetivo principal de uma holding é a administração, ou controle, de uma ou mais empresas. Logo, é ela que toma as decisões que determinam a gestão da demais companhias por ser sócia majoritária dos negócios. 1) Os efeitos da inflação e do câmbio distorcem os resultados das empresas quando comparamos os resultados de um exercício com os de períodos anteriores. É o caso de empresas com dívidas de longo prazo contratadas em moeda estrangeira, que pode apresentar um alto lucro ao final de um exercício quando a cotação da moeda caiu em relação ao exercício anterior. Nesse caso, devemos atentar para o volume de resultados estritamente operacional versus resultados financeiros. Distorções poderão surgir, quando comparamos essa empresa com outra do mesmo segmento que não tenha contraído empréstimos em moeda estrangeira. O analista poderá trabalhar com softwares ou modelos de planilhas que façam os ajustes necessários, de forma a expurgar os efeitos da inflação, ou trabalhar com demonstrativos já corrigidos pelo método de correção integral. Algumas companhias de capital aberto disponibilizam na web acesso às suas demonstrações contábeis em dólar. 2) A adoção de práticas contábeis diferentes entre as diversas empresas de um mesmo segmento sem dúvida irá distorcer os indicadores apurados. Critérios diversos na avaliação dos estoques, taxas de depreciação utilizada e forma CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS de contabilização dos contratos de leasing são apenas alguns exemplos. O analista desempenhará melhor o seu papel na medida em que conheça os princípios e convenções contábeis, já que essa falta de conhecimento pode ser um limitador para sua capacidade de julgamento dos índices e quocientes obtidos. Mesmo em um ambiente de convergência às normas internacionais de contabilidade, onde mais de 100 países passaram a adotar as IFRS do IASB, o analista poderá se defrontar, por exemplo, com critérios diversos de valoração de ativos e passivos entre empresas do mesmo segmento econômico. A metodologia aplicada para ajustes ao valor presente (present value) e mensuração do valor justo (fair value), quando divergentes, poderá acarretar sérias distorções na apuração do valor patrimonial e nos resultados da empresa analisada. As notas explicativas devem trazer informações sobre os princípios contábeis adotados pela empresa, devendoo analista se debruçar sobre elas para identificar possíveis distorções caso a empresa adote práticas não condizentes com a melhor técnica contábil, além de identificarem se as práticas adotadas estão em sintonia com as dos concorrentes. 3) Além da leitura das notas explicativas, o acompanhamento das notícias veiculadas sobre a empresa e seu segmento econômico podem revelar eventos subsequentes à data de levantamento das demonstrações contábeis que sinalizem problemas de continuidade ou ampliação da própria atividade econômica da empresa analisada. 4) A leitura atenta do Relatório dos Auditores Independentes, em especial os possíveis destaques quanto aos critérios e práticas contábeis utilizadas, permitirá ao analista identificar a aderência das demonstrações contábeis aos Princípios Contábeis e saber se elas foram elaboradas com um mínimo de qualidade. 5) A análise é realizada sobre a situação da empresa em determinado momento (Balanço Patrimonial) e sobre o resultado de suas operações e dos fluxos de recursos de determinado período (Demonstração do Resultado do Exercício e Demonstração dos Fluxos de Caixa, respectivamente). Assim, um aspecto que merece destaque é a dinâmica patrimonial das organizações, em que o analista não deverá desconsiderar, portanto, “os fatos que concorreram para a formação daquela estrutura e que também poderão advir dela, uma vez que não podemos admitir que o patrimônio se tenha estagnado em razão do levantamento daquela peça contábil” (SÁ, 1977, p. 21-22). É importante destacar que um único balanço patrimonial pode nos dar algumas indicações do passado da empresa, mas ela só pode ser analisada de forma eficaz no contexto da demonstração do resultado quando utilizado a comparação de sucessivos balanços patrimoniais. CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 1 .4 O I M PA C T O D A S F R A U D E S N A A N Á L I S E D A S DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS A possibil idade da existência de manipulação das demonstrações contábeis é uma triste realidade. Nos últimos anos, a mídia nacional e internacional tem divulgado escândalos envolvendo grandes corporações, que desencadearam um amplo movimento pela transparência e imposições de rígidos controles. No caso dos Estados Unidos, por exemplo, foi sancionada a Lei Sarbanes-Oxley (SOX) (SILVA, 2019). A Lei Sarbanes-Oxley (SOX) é uma lei criada pelo Congresso americano em 2002 para proteger os investidores e stakeholders das empresas, contra possíveis fraudes financeiras. A motivação para criação da lei surgiu como resposta a uma série de escândalos financeiros. Antes da lei, era comum erros nas escriturações contábeis e práticas fraudulentas. Quer saber mais sobre esses escândalos financeiros que abalaram o mercado? Acesse o link: http://fenacon.org.br/noticias/os-9-maiores-escandalos- contabeis-do-mundo-2609/ e entenda os 9 maiores escândalos contábeis do mundo. Essas manipulações contábeis também são denominadas de contabilidade criativa e a motivação de sua existência está relacionada aos incentivos econômicos buscados por gestores ou pelas próprias empresas. (SILVA, 2019). O conceito da contabilidade criativa altera de autor para autor. A maioria considera sinônimo de manipulação contabilística, ou seja, discute-se o ato de utilizar a subjetividade de certas normas contabilísticas para a manipulação de resultados. Com isto, a contabilidade criativa modifica as informações para “melhor” atender aos interesses de alguns, podendo levar os diversos interessados no negócio a tomarem uma decisão com base numa informação errada. Segundo alguns autores esta é uma prática que distorce a realidade e engana os envolvidos no negócio (VIEIRA, 2019). Outra corrente de pesquisadores prefere ainda usar as expressões alisamento de resultado ou gerenciamento de resultados, cuja prática é apresentada como a busca pela “suavização nas flutuações de uma série de resultados contábeis, cuja aplicação deriva de decisão emanada da alta direção da companhia” (TORRES et al., 2009). As demonstrações contábeis ainda podem não trazer a totalidade dos registros das operações da empresa (off-balance-sheet). Uma das formas de precaução é verificar se as demonstrações contábeis a serem analisadas passaram pelo crivo de uma auditoria independente (SILVA, 2019). http://fenacon.org.br/noticias/os-9-maiores-escandalos-contabeis-do-mundo-2609/ http://fenacon.org.br/noticias/os-9-maiores-escandalos-contabeis-do-mundo-2609/ CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Off-Balance-Sheet, traduzido do inglês - Fora do balanço, ou alavancagem anônima, geralmente signif ica um ativo ou dívida ou atividade de financiamento que não consta do balanço da empresa. Algumas empresas podem ter quantidades significativas de ativos e passivos extrapatrimoniais. 1.5 IMPACTOS DA CONVERGÊNCIA ÀS IFRS NA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Face à globalização da economia, há uma necessidade mundial de que as prá- ticas contábeis sejam uniformizadas. Para esse fim, foi criado em 1973 o Comitê Internacional de Padrões Contábeis (International Accounting Standards Comittee – IASC) que passou a emitir as Normas Internacionais de Contabilidade – NIC (In- ternational Accounting Standards – IAS). Em 2001 o IASC foi reformulado e criada a Junta Internacional de Padrões Contábeis (International Accounting Standards Board – IASB) responsável pela reformulação das IAS e emissão das Normas de Relatórios Financeiros Internacionais – NRFI (International Financial Reporting Standards – IFRS) (PEREZ JUNIOR E BEGALLI, 2015). Em outubro de 2002, a FASB e a IASB anunciaram a emissão de um memorando de entendimento (“Norwalk Agreement”), formalizando compromisso de convergência das normas americanas e dos padrões internacionais de contabilidade e determinando prazo de cinco anos para conclusão desse processo. Esse prazo foi estendido para 2010. A partir de 2005, as normas contábeis internacionais (International Financial Reporting Standards – IFRS) foram adotadas por cerca de 107 países. Em especial, todas as empresas listadas em bolsas de valores dos 25 países- membros da União Europeia (UE). A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) passou a exigir a apresentação de demonstrações contábeis em USGAAP ou IFRS para as empresas com registro no Novo Mercado e no Nível II de governança corporativa (PEREZ JUNIOR E BEGALLI, 2015). Para que o Brasil aderisse formalmente às normas internacionais de contabilidade foi necessaria a aprovação da Lei no 11.638/07 complementada pela Medida Provisória no 449/08 com o seguinte caput: “Lei no 11.638/07 – Altera e revoga dispositivos da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Com a aprovação da Lei 11.638 em 2007, o Brasil avançou a passos largos no processo de harmonização com as práticas contábeis internacionais. De uma forma bastante inteligente, com a criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) centralizando e tentando conciliar interesses de categorias diferentes, como: Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Associação Brasileira das Companhias Abertas (ABRASCA), Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (APIMEC), Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBOVESPA), Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI), Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON), Banco Central do Brasil (BACEN), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Secretaria da Receita Federal do Brasil e Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). Participam, adicionalmente, a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) (MARTINS, DINIZ E MIRANDA, 2018). Entenda melhor como ficou o processo de normas contábeisobservando a imagem 4: FONTE: Elaborado pelas autoras. IMAGEM 4 – ENTIDADES PARTICIPANTES DA ELABORAÇÃO DAS NORMAS CONTÁBEIS NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE ENTIDADES CONVENIADAS CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Muito se tem evoluído sobre essas mudanças no Brasil no caso das empresas maiores. Mas, no caso das pequenas e médias empresas, a prática completa dessas novas normas ainda deixa muito a desejar. O interessante é que em alguns países (como no caso dos Estados Unidos) o sistema bancário é forte indutor de boa prática contábil, exigindo-a de seus clientes. No Brasil, fora o caso do BNDES, muito pouco se tem sentido por parte dele. Talvez a ainda exagerada informalidade da economia, principalmente nesses segmentos, justifique um pouco esse posicionamento. Os bancos correm, às vezes para certos segmentos, atrás praticamente da garantia, e não das demonstrações contábeis. É uma pena e um empecilho para o país (MARTINS, DINIZ E MIRANDA, 2018). CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .02 1 INTRODUÇÃO As demonstrações financeiras são compostas das demonstrações contábeis extraídas da escrituração contábil acrescidas de notas explicativas que permitam ao usuários entendimento da posição patrimonial e do desempenho da empresa (PEREZ JUNIOR E BEGALLI, 2015). O conjunto de demonstrações que deverá ser apresentado depende do tipo e porte de empresa. Todas as empresas devem manter escrituração contábil de suas operações conforme determinação do Código Civil Brasileiro. Para elaboração das demonstrações financeiras/contábeis, as empresas devem seguir o exercício social, que é o período de geralmente um ano, ao término do qual a empresa deverá elaborar demonstrações contábeis. A Lei no 6.404/76 define o exercício social em seu art. 175, como segue: “Art. 175. O exercício social terá duração de um ano e a data do término será fixada no estatuto. Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos casos de alteração estatutária o exercício social poderá ter duração diversa.” A lei define apenas o período do exercício social, mas não define a data de encerramento, que deverá ser definida pelo estatuto social. A maioria das empresas define a data de encerramento de seu exercício social em 31 de dezembro para coincidir com o encerramento do exercício fiscal, o qual, obrigatoriamente, deve abranger o período de 1º de janeiro a 31 de dezembro para todas as empresas (PEREZ JUNIOR E BEGALLI, 2015). CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OBRIGATÓRIAS O CPC 00 (R2) que trata da Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro/Contábil aborda que o objetivo das demonstrações contábeis é o de fornecer informações financeiras sobre os ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas da entidade que reporta e que sejam úteis aos usuários das demonstrações contábeis na avaliação das perspectivas futuras. Essas informações são fornecidas: (a) no balanço patrimonial, ao reconhecer ativos, passivos e patrimônio líquido; (b) na demonstração do resultado e na demonstração do resultado abrangente, ao reconhecer receitas e despesas; e (c) em outras demonstrações e notas explicativas, ao apresentar e divulgar informações sobre: (i) ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas reconhecidos, incluindo informações sobre sua natureza e sobre os riscos resultantes desses ativos e passivos reconhecidos; (ii) ativos e passivos que não foram reconhecidos, incluindo informações sobre sua natureza e sobre os riscos resultantes deles; (iii) fluxos de caixa; (iv) contribuições de detentores de direitos sobre o patrimônio e distribuições a eles; e (v) os métodos, premissas e julgamentos utilizados na estimativa dos valores apresentados ou divulgados, e mudanças nesses métodos, premissas e julgamentos. Assim, apresentam-se distribuídas as demonstrações em grupos FIGURA 1 – GRUPOS DE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS FONTE: Elaborado pelas autoras. CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS O conjunto de normas contábeis a serem observadas por cada entidade depende do ramo do setor econômico em que essa atua, seu porte de enquadramento e a sua natureza jurídica. Observe o quadro resumo e entenda melhor. ME e EPP Podem observar os critérios e procedimentos simplificados determinados pela ITG 1.000. Empresas de pequeno e médio porte Em regra geral, devem observar os critérios e procedimentos contábeis determinados pela NBC TG 1.000. Entidade sem fins lucrativos Devem observar as disposições contidas na ITG 2002. Cooperativas Devem observar as disposições contidas na ITG 2004. Empresas de Grande porte e S/A de capital aberto. Devem observar as disposições contidas na Lei 6.404/76 e nas Resoluções do CFC específicas para cada tipo de operação. FONTE: Elaborado pelas autoras. QUADRO 3 – EMPRESA X DEMONSTRAÇÕES Para identificar quais demonstrações contábeis a entidade está obrigada a elaborar, é necessário que seja analisado em qual norma contábil a referida entidade está enquadrada. As demonstrações contábeis obrigatórias não estão vinculadas ao regime tributário da entidade ou obrigações acessórias a serem apresentadas (ECD – Escrituração Contábil Digital). 2.1 ITG 1.000 – MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE Esta Interpretação é aplicável somente às entidades definidas como “Microempresa e Empresa de Pequeno Porte”. Entende-se como “Microempresa e Empresa de Pequeno Porte” a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada ou o empresário a que se refere o Art. 966 da Lei n.º 10.406/02, que tenha auferido, no ano calendário anterior, receita bruta anual até os limites previstos nos incisos I e II do Art. 3º da Lei Complementar n.º 123/06. CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Demonstrações contábeis obrigatórias ao final de cada exercício social: ■ Balanço Patrimonial (BP). ■ Demonstração do Resultado (DR). ■ Notas Explicativas Uma sociedade limitada tributada com base no Lucro Real, que tenha auferido no ano calendário anterior receita bruta anual igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 pode adotar a ITG 1000? Sim, poderá sim, adotar a ITG 1000. Para realizar a adoção da ITG 1000, é importante verificar se a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário que tenha auferido no ano calendário anterior, receita bruta anual de até R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e oitocentos mil reais). 2.2 NBC TG 1.000 – EMPRESAS DE PEQUENO E MÉDIO PORTE O CFC está emitindo em separado esta Norma para aplicação às demonstrações contábeis para fins gerais de empresas de pequeno e médio porte (PMEs), conjunto esse composto por sociedades fechadas e sociedades que não sejam requeridas a fazer prestação pública de suas contas. Esta Norma é denominada: Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas (PMEs). Descrição de pequenas e médias empresas: (a) não têm obrigação pública de prestação de contas; e (b) elaboram demonstrações contábeis para fins gerais para usuários externos. O termo empresas de pequeno e médio porte adotado nesta Norma não inclui: (i) as companhias abertas, reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM; (ii) as sociedades de grande porte, como definido na Lei nº. 11.638/07; (iii) as sociedades reguladas pelo Banco Central do Brasil, pela Superintendência de Seguros Privados e outras sociedades cuja prática contábil é ditada pelo correspondente órgão regulador com poder legal para tanto. Demonstrações contábeis obrigatórias ao final de cada exercício social: CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ■ Balanço Patrimonial (BP). ■ Demonstração do Resultado (DR). ■ Demonstração do Resultado Abrangente (DRA). ■ Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL). ■ Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC). ■ Notas Explicativas.A Demonstração do Resultado Abrangente pode ser apresentada separadamente ou dentro da DMPL. Se a entidade não possui nenhum item de outro resultado abrangente em nenhum dos períodos para os quais as demonstrações contábeis são apresentadas, ela está dispensada da apresentação da demonstração do resultado abrangente. Além disso, se as únicas alterações no patrimônio líquido derivarem do resultado; de distribuição de lucro; ou de correção de erros de períodos anteriores e de mudanças de políticas contábeis, deverá ser elaborado a DLPA (Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados) ao invés de DMPL e DRA. Uma S.A. de capital fechado poderá aplicar a NBC TG 1.000, desde que não possua ativos em condição fiduciária perante amplo grupo de terceiros e que não esteja enquadrada como sociedade de grande porte. 2.3 ITG 2002 - ENTIDADE SEM FINALIDADE DE LUCROS Esta Interpretação aplica-se às pessoas jurídicas de direito privado sem finalidade de lucros, especialmente entidade imune, isenta de impostos e contribuições para a seguridade social, beneficente de assistência social e atendimento aos Ministérios que, direta ou indiretamente, têm relação com entidades sem finalidade de lucros e, ainda, Receita Federal do Brasil e demais órgãos federais, estaduais e municipais. Es ta Interpretação apl ica-se também à ent idade s ind ica l , se ja confederação, central, federação e sindicato; a qualquer associação de classe; às outras denominações que possam ter, abrangendo tanto a patronal como a de trabalhadores. Demonstrações contábeis obrigatórias ao final de cada exercício social: ■ Balanço Patrimonial (BP). ■ Demonstração do Resultado (DR). ■ Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL). ■ Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC). ■ Notas Explicativas CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 2.4 ITG 2004 – ENTIDADE COOPERATIVA Aplica-se à entidade cooperativa esta interpretação. Aplicam-se também a NBC TG 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas ou as normas completas (NBCs TG) naqueles aspectos não abordados por esta interpretação. Entidade cooperativa é aquela que exerce as atividades na forma de lei específica, por meio de atos cooperativos, que se traduzem na prestação de serviços aos seus associados, sem objetivo de lucro, para obterem em comum, melhores resultados para cada um deles em particular. Identificam- se de acordo com o objeto e pela natureza das atividades desenvolvidas por seus associados. Demonstrações contábeis obrigatórias ao final de cada exercício social: ■ Demonstração de Sobras ou Perdas (que deve ser demonstrada segregando- se em Ato Cooperativo e Ato Não Cooperativo) ■ Notas Explicativas. Observações: Movimentação econômico-financeira decorrente de ato cooperativo é definida contabilmente como ingressos (receitas por conta de cooperados) e dispêndios (custos e despesas por conta de cooperados) e aquela originada de ato não cooperativo corresponde a receitas, custos e despesas. Ato cooperativo é aquele de interesse econômico do cooperado conforme definido em legislação própria. Fundos constituídos de sobras líquidas, previstos na legislação ou no estatuto social, nesta interpretação, são denominados Reservas. Demonstração do Resultado é denominada Demonstração de Sobras ou Perdas 2.5 LEI 6.404/76 - EMPRESAS DE GRANDE PORTE E S/A DE CAPITAL ABERTO Perante a Lei nº 6.404/76, são consideradas sociedade anônima de capital aberto a companhia ou sociedade que possui o capital dividido em ações que estão à negociação no mercado de valores mobiliários. E a Lei 11.638/07 considera um empresa de grande porte, para os fins exclusivos desta Lei, a sociedade ou conjunto de sociedades sob controle comum que tiver, no exercício social anterior, ativo total superior a R$ CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais), ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por ações. Demonstrações contábeis obrigatórias ao final de cada exercício social: ■ Balanço Patrimonial (BP). ■ Demonstração do Resultado (DR). ■ Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) ou Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL). ■ Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC). ■ Demonstração do Valor Adicionado (DVA). ■ Notas Explicativas. ■ Parecer dos Auditores Independentes (para companhias abertas). ■ Relatório da administração (para companhias abertas). Observações: A companhia fechada com patrimônio Líquido, na data do Balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (Dois milhões de reais) não está obrigada à elaboração e publicação da Demonstração dos Fluxos de Caixa A companhia aberta que tiver mais de 30% (trinta por cento) do valor do seu patrimônio líquido representado por investimentos em sociedades controladas deverá elaborar e divulgar, juntamente com suas demonstrações financeiras as demonstrações consolidadas. A consolidação tem por objetivo apresentar demonstrações contábeis de duas ou mais sociedades, representadas pela controladora e pelas suas controladas, como se fossem uma única entidade. As sociedades consolidadas continuam existindo juridicamente, sendo a consolidação efetuada apenas extracontabilmente. Após detalhado as demonstrações contábeis de acordo com a entidade, pode-se apresentar o seguinte resumo: QUADRO 4 – RESUMO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS FONTE: Elaborado pelas autoras CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Acadêmico, o documento básico para se entender todas as normas é a Estrutura Conceitual Básica, cuja leitura recomendamos (Pronunciamento Conceitual Básico – Estrutura Conceitual – CPC 00(R2)). Você encontra o pronunciamento completo acessando o link: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/ Pronunciamento?Id=80 Já o CPC 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis, trata das regras gerais para elaboração das demonstrações contábeis, detalhando adicionalmente regras para o Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e Notas Explicativas. Estudaremos no tópico a seguir mais sobre esse CPC, mas antes, recomendo que você efetue a leitura do artigo intitulado: Por que os relatórios contábeis se tornaram decisivos nas empresas? http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80 http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80 CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS LEITURA COMPLEMENTAR Também conhecidos como informes, os relatórios contábeis ganharam destaque. Isto vem ocorrendo conforme as práticas da contabilidade evoluem no dia a dia corporativo. Muitos atribuírem conceitos errados ao departamento contábil, remetendo sempre à burocracia tributária. Mas não há dúvidas de que os gestores modernos utilizam-se destes relatórios para gerenciar melhor suas empresas. Para falar da importância dos relatórios contábeis, porém, precisamos começar conceituando a contabilidade. A contabilidade é a ciência que estuda, interpreta e registra os fenômenos que afetam o patrimônio de uma determinada entidade. Ou seja, faz o registro e a análise de todos os fatos relacionados com a formação, a movimentação e as variações do patrimônio administrativo vinculado à entidade. Sua função é garantir controle e fornecer aos administradores (gerência, direção, acionistas e outros) as informações sobre o estado patrimonial e o resultado das atividades desenvolvidas pela empresa. Os relatórios contábeis, portanto, são exposições detalhadas e resumidas dos dados colhidos pela contabilidade. Seu principal objetivo é relatar os principais fatos financeiros registrados em um determinado período. Relatórios contábeis para tomada de decisão Entre os tipos de relatórios contábeis, os mais importantes são as demonstrações financeiras, também conhecidascomo demonstrações contábeis. As demonstrações financeiras estão divididas em alguns tipos. São eles: balanço social, demonstração de resultado de exercício, demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL), entre outros. O que se está percebendo nos últimos tempos nas empresas é que as informações obtidas nos relatórios contábeis deixaram de circular somente entre o pessoal de controladoria, chegando até a mesa das decisões finais – o conselho administrativo, a diretoria, o CEO. Com a descentralização da administração, os relatórios que demonstram a evolução econômica e patrimonial – e que permitem traçar projeções para o futuro, análise de tendências e riscos – agora são importantes ferramentas para a tomada de decisões, tanto na hora do planejamento de longo prazo quanto para corrigir a rota ao longo do ano. CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Os relatórios contábeis e as PMEs As pequenas e médias empresas (maior parte dos negócios no Brasil) ganharam um papel de protagonismo nos últimos anos. De acordo com o Ministério do Trabalho, juntas, elas respondem por mais da metade dos postos de trabalho no país. Geralmente, as empresas emergentes contam com serviços terceirizados de contabilidade. Como elas estão mais profissionalizadas, e até pelo fato de haver um maior número de empreendedores no país nos últimos anos, as assessorias contábeis acabam fazendo o papel de elaboração e interpretações das informações dos relatórios contábeis, entregando aos gestores um resumo mais “traduzido” do que é importante saber para a tomada de decisões. O interessante é que também nas PMEs, os relatórios contábeis assumem a mesma importância dos relatórios de custos ou de produção, por exemplo. Assim como as médias e grandes, as PMEs estão de olho na redução de impostos. Assim como na eficiência da gestão financeira, no controle dos custos e no planejamento estratégico. Neste contexto, a parceria entre o pessoal de administração e de contabilidade é fundamental. Os administradores expondo quais são suas necessidades gerenciais e os contadores ajudando a decifrar os números, a traduzi-los. A tecnologia também tem contribuído muito para que os relatórios contábeis se tornem mais estratégicos dentro das empresas. À medida que as ferramentas forneçam a ordenação e o processamento rápido das informações, tê-las já não é mais um bicho de sete cabeças. E com isso, ganham todos. Administradores, contadores, e os resultados das empresas. Disponível em: https://conube.com.br/blog/por-que-os-relatorios-contabeis-se-tornaram-decisivos-nas- empresas/ Acesso em 14 mai 2020. https://conube.com.br/blog/por-que-os-relatorios-contabeis-se-tornaram-decisivos-nas-empresas/ https://conube.com.br/blog/por-que-os-relatorios-contabeis-se-tornaram-decisivos-nas-empresas/ CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS INFORMAÇÕES OBRIGATÓRIAS .03 1 INTRODUÇÃO As demonstrações contábeis são destinadas a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da entidade. Seu objetivo é o de apresentar de forma organizada e ordenada os registros que afetaram o patrimônio da empresa, de modo a facilitar o conhecimento e a análise da real situação financeira desta. Para que todas as empresas sigam o mesmo padrão de demonstrações contábeis foi aprovado em 02/12/2011 o CPC 26 que trata da Apresentação das Demonstrações Contábeis. Vamos detalhar esse CPC no item a seguir. 2 CPC 26 (R1) - APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS O objetivo do pronunciamento é definir a base para a apresentação das demonstrações contábeis, para assegurar a comparabilidade tanto com as demonstrações contábeis de períodos anteriores da mesma entidade quanto com as demonstrações contábeis de outras entidades. Nesse cenário, este Pronunciamento estabelece requisitos gerais para a apresentação das demonstrações contábeis, diretrizes para a sua estrutura e os requisitos mínimos para seu conteúdo. Os próximos parágrafos tratarão dos pontos mais importantes do CPC 26 (R1): Ele deve ser aplicado em todas as demonstrações contábeis elaboradas e apresentadas de acordo com os Pronunciamentos, Orientações e Interpretações do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Os termos abaixo são utilizados no pronunciamento e serão utilizados no tópico 2, com os seguintes significados: CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS - Demonstrações contábeis de propósito geral (referidas simplesmente como demonstrações contábeis) são aquelas cujo propósito reside no atendimento das necessidades informacionais de usuários externos que não se encontram em condições de requerer relatórios especificamente planejados para atender às suas necessidades peculiares. - Aplicação impraticável: A aplicação de um requisito é impraticável quando a entidade não pode aplicá-lo depois de ter feito todos os esforços razoáveis nesse sentido. - Práticas contábeis brasileiras: compreendem a legislação societária brasileira, os Pronunciamentos, as Interpretações e as Orientações emitidos pelo CPC homologados pelos órgãos reguladores, e práticas adotadas pelas entidades em assuntos não regulados, desde que atendam ao Pronunciamento Conceitual Básico Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro emitido pelo CPC e, por conseguinte, em consonância com as normas contábeis internacionais. - Notas explicativas: contêm informação adicional em relação à apresentada nas demonstrações contábeis. As notas explicativas oferecem descrições narrat ivas ou segregações e aberturas de i tens divulgados nessas demonstrações e informação acerca de itens que não se enquadram nos critérios de reconhecimento nas demonstrações contábeis. - Outros resultados abrangentes : compreendem itens de receita e despesa (incluindo ajustes de reclassificação), que não são reconhecidos na demonstração do resultado como requerido ou permitido pelos pronunciamentos, interpretações e orientações emitidos pelo CPC. - Proprietário: é o detentor de instrumentos classificados como patrimoniais (de capital próprio, no patrimônio líquido). - Resultado do período - é o total das receitas deduzido das despesas, exceto os itens reconhecidos como outros resultados abrangentes no patrimônio líquido. - Ajuste de reclassificação é o valor reclassificado para o resultado no período corrente que foi inicialmente reconhecido como outros resultados abrangentes no período corrente ou em período anterior. - Resultado abrangente: é a mutação que ocorre no patrimônio líquido durante um período que resulta de transações e outros eventos que não sejam derivados de transações com os sócios na sua qualidade de proprietários. Compreende todos os componentes da “demonstração do resultado” e da “demonstração dos outros resultados abrangentes”. A entidade deve apresentar com igualdade de importância todas as demonstrações contábeis que façam parte do conjunto completo de demonstrações contábeis. Logo, para atender os objetivos das organizações as demonstrações contábeis devem apresentar as características qualitativas fundamentais e de melhorias: CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS FIGURA 2 – CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS FUNDAMENTAIS E DE MELHORIAS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS. FONTE: Elaborado pelas Autoras. Nas características qualitativas Fundamentais a relevância deve considerar quando é capaz de influenciar nas decisões de usuários, auxiliando na análise de acontecimentos passados, presentes e futuros ou quando podem confirmar ou corrigir suas avaliações passadas. Para melhorar identificar a Relevância surge a Materialidade que determina como sendo material quando sua omissão ou erro puder influenciar as decisões de usuários, tomadas com base nas informações fornecidas nas demonstrações contábeis. A Representação Fidedigna de um fato contábil deve apresentar a realidade retratada precisa ter três atributose para tanto utiliza-se de três atributos: completa, neutra e livre de erro. Nas características qualitativas de Melhorias tem-se a Comparabilidade que determina a comparação de dois períodos, sendo o período que se esta realizando o encerramento do exercício e o seu período imediatamente anterior, esta comparação permite fácil e rápida identificação das oscilações patrimoniais e financeiras. A Verificabilidade assegura ao usuário que a informação esta baseada em fatos que realmente ocorreram. A Tempestividade solicita que todas as movimentações contábeis sejam registrados imediatamente no momento em que de fato ocorrem, para que a informação seja correta e a decisão assertiva. A Compreensibilidade orienta que o registro contábil e a informação gerada devem ser de fácil entendimento e compreensão para seus usuários. Por fim, a Verificabilidade exige que o documento que se utilizou para realizar a movimentação contábil deve ser apresentado para fundamentar o registro. Quando da elaboração das demonstrações contábeis, a administração deve ainda, fazer a avaliação da capacidade da entidade continuar em operação no futuro previsível. As demonstrações contábeis devem ser elaboradas no CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS pressuposto da continuidade, a menos que a administração tenha intenção de liquidar a entidade ou cessar seus negócios, ou ainda não possua uma alternativa realista senão a descontinuidade de suas atividades. Quando a administração tiver ciência, ao fazer a sua avaliação, de incertezas relevantes relacionadas com eventos ou condições que possam lançar dúvidas significativas acerca da capacidade da entidade continuar em operação no futuro previsível, essas incertezas devem ser divulgadas. Quando as demonstrações contábeis não forem elaboradas no pressuposto da continuidade, esse fato deve ser divulgado, juntamente com as bases sobre as quais as demonstrações contábeis foram elaboradas e a razão pela qual não se pressupõe a continuidade da entidade. A entidade deve elaborar as suas demonstrações contábeis, exceto para a demonstração dos fluxos de caixa, o regime de competência. Em relação a frequência de apresentação das demonstrações contábeis, devem-se observar a classificação da empresa conforme a ITG ou NBC TG, como segue no quadro abaixo: CPC/NBC TG/ITG Frequencia de Divulgação das Demonstrações CPC 26-Lei 6404/76 Apresentar anualmente. NBC TG 1.000 Apresentar pelo menos anualmente. ITG 1.000 No final de cada exercício social, e, quando necessário em período intermediário. ITG 2.002 Apresentar pelo menos anualmente. QUADRO 5 – FREQUÊNCIA DE DIVULGAÇÃO FONTE: Elaborado pelas Autoras. Se o período em que as demonstrações contábeis forem apresentadas for superior ou inferior do que um ano é importante esta entidade/empresa, divulgar em notas explicativas: - o fato; - a razão para a utilização de períodos mais longos ou mais curtos; - o fato de que os valores comparativos apresentados nas demonstrações contábeis não são parâmetros de comparabilidade. Estas são as orientações para a frequência da divulgação, caso um Pronunciamento Técnico, Interpretação ou Orientação do CPC permita ou exija de outra forma, a entidade deve divulgar informação comparativa com respeito ao período anterior para todos os montantes apresentados nas demonstrações contábeis do período corrente. Também deve ser apresentada CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS de forma comparativa a informação narrativa e descritiva que vier a ser apresentada quando for relevante para a compreensão do conjunto das demonstrações do período corrente. As demonstrações contábeis devem ser identificadas claramente e distinguidas de qualquer outra informação que porventura conste no mesmo documento publicado. As práticas contábeis brasileiras são aplicáveis apenas às demonstrações contábeis e não necessariamente à informação apresentada em outro relatório anual, relatório regulatório ou qualquer outro documento. Por isso, é importante que os usuários possam distinguir a informação elaborada utilizando-se das práticas contábeis brasileiras de qualquer outra informação que possa ser útil aos seus usuários, mas que não são objeto dos requisitos das referidas práticas. Cada demonstração contábil e respectivas notas explicativas devem ser identificadas claramente. Além disso, as seguintes informações devem ser divulgadas de forma destacada e repetidas quando necessário para a devida compreensão da informação apresentada: (a) o nome da entidade às quais as demonstrações contábeis dizem respeito ou outro meio que permita sua identificação, bem como qualquer alteração que possa ter ocorrido nessa identificação desde o término do período anterior; (b) se as demonstrações contábeis se referem a uma entidade individual ou a um grupo de entidades; (c) a data de encerramento do período de reporte ou o período coberto pelo conjunto de demonstrações contábeis ou notas explicativas; (d) a moeda de apresentação, tal como definido no Pronunciamento Técnico CPC 02 – Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis; e (e) o nível de arredondamento usado na apresentação dos valores nas demonstrações contábeis. Ass im, de forma consol idada um quadro resumo apresenta as demonstrações para cada norma, pronunciamento ou instrução e a sua obrigatoriedade: CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Demonstração Contábil ME e EPP ITG 1000 Médias e Pequenas NBC TG 1000 Grandes NBC TG 26 Sem Finalidade de Lucro ITG 2002 Cooperativa ITG 2004 Balanço Patrimonial-BP Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Facultativa Demonstração de Resultado- DR Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Facultativa Demonstração de Resultado Abrangente- DRA Facultativa Pode ser Substituída pela DLPA ou DMPL Obrigatório Facultativa Facultativa Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido-DMPL Facultativa Pode ser substituída pela DLPA Obrigatória Obrigatória Facultativa Demonstração dos Fluxos de Caixa-DFC Facultativa Obrigatória Obrigatória Obrigatória Facultativa Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados – DLPA Facultativa Facultativa Facultativa Facultativa Facultativa Demonstração do Valor Adicionado- DVA Facultativa Facultativa Obrigatória Facultativa Facultativa Demonstração de Sobras ou Perdas - - - - Obrigatória Notas Explicativas Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Obrigatória Periodicidade de apresentação No final de cada exercício social, e, quando necessário em período intermediário. Apresentar pelo menos anualmente. Anual Apresentar pelo menos anualmente. Anual – verificar estatuto FONTE: Elaborado pelas Autoras. QUADRO 6 – CONSOLIDADO DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Agora, que temos os conceitos e conhecimentos gerais sobre as normas contábeis aplicáveis e as demonstrações facultativas e obrigatórias, vamos explorar cada uma destas demonstrações, no próximo capítulo! CURSO LIVRE - INTRODUÇÃO AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS REFERÊNCIAS CPC 00 (R2) - Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/ Pronunciamento?Id=80 Acesso em 14 mai 2020. CPC 26 (R1) - Apresentação das Demonstrações Contábeis. Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/ Pronunciamento?Id=57 Acesso em: 08 mai 2020. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de balanços – 11. ed. – São Paulo: Atlas, 2017. ITG 1000 (R1) – Modelo Contábil para Microempresa e Empresa de Pequeno Porte. 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Dissertação de Mestrado. https://www.significados.com.br/stakeholder/ https://www.significados.com.br/stakeholder/