Buscar

Introdução a Agricultura 06


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

21/09/2022 08:39 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/24
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO À AGRICULTURA
AULA 6
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Maria de Fatima Marques Medeiros Corradini
21/09/2022 08:39 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/24
CONVERSA INICIAL
Nesta abordagem, vamos apresentar assuntos estratégicos para que você possa compreender o
vasto conhecimento que as Ciências Agrárias podem te fornecer. Os tópicos abordados serão um
fechamento para o nosso estudo.
No Tópico 1, vamos falar sobre a realidade rural brasileira, na qual temos um setor com muitas
inovações, mas também algumas realidades de cultivo e criação de maneira tradicional. No Tópico 2,
veremos um panorama sobre o agronegócio, mostrando a sua importância para a economia brasileira.
No Tópico 3, o assunto abordado segue dentro do tema agronegócio, mas voltado para as cadeias
produtivas do setor. No Tópico 4, dentre os assuntos abordados, vamos falar sobre um assunto muito
controverso, mas importante a ser discutido: o uso de defensivos agrícolas.
Por último, o Tópico 5 fala sobre os cinturões verdes e a sua importância para a produção de
alimentos para atender à demanda das cidades e dos consumidores.
Bons estudos!
TEMA 1 – REALIDADE RURAL BRASILEIRA
21/09/2022 08:39 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/24
Créditos: William Edge/Shutterstock.
A realidade atual do meio rural brasileiro vem com olhar mais moderno e como alternativa para
alguns problemas que acometem o país, por exemplo, o desemprego. O meio rural passou a ser
alternativa viável para esse problema, pois apresenta crescente empregabilidade no setor, gerando
melhor qualidade de vida.
O panorama rural atual mostra a diversificação em várias frentes de trabalho, como o modo
tradicional de se trabalhar na terra, cultivando e/ou criando animais, ou voltado para o turismo rural e
até mesmo o trabalho na agroindústria, por exemplo.
O desenvolvimento rural brasileiro, por ser moderno, apresenta predominância de debates entre a
comunidade acadêmica e científica, entre os integrantes dos movimentos sociais ligados à terra, entre
os governantes e suas políticas públicas e entre os produtores rurais para que o setor cresça e se
desenvolva, mas que atenda às necessidades de uma agropecuária diversificada e voltada para a
sustentabilidade.
1.1 BRASIL RURAL
Quando pensamos em ruralidade, automaticamente associamos a um ambiente precário e com
certas carências. Mas, atualmente, o meio rural está passando por transformação, visto que boa parte
21/09/2022 08:39 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/24
dos produtores rurais tem acesso à tecnologia e às inovações presentes no desenvolvimento rural, com
uma visão sustentável.
No Brasil, existem diferentes ambientes rurais. As dimensões continentais do país fazem com que
haja diversidade sociocultural, econômica e ambiental. Dessa maneira, as regiões apresentam
características específicas para que o meio rural desenvolva condições acessíveis para o
desenvolvimento econômico dos produtores rurais.
Como Soares (2021, p. 80) aponta sobre a ruralidade do Brasil,
Os territórios rurais brasileiros são complexos espaciais concebidos, muitas vezes, como áreas ligadas
ao atraso e à falta de desenvolvimento socioeconômico, devido ao intenso processo de urbanização.
São territórios representados por diferentes modos de vida, desde o campesino ao novo rural,
destacando-se nesse sentido, as necessidades socioeconômicas que divergem de acordo com o tipo
de espaço ocupado pelos indivíduos.
Esses diversos “Brasis” apresentam diferentes formas de propriedades rurais e de várias maneiras
de se produzir/criar os alimentos ou matérias-primas.
Verificamos que os espaços rurais estão agrupados e organizados dentro dos limites municipais,
segundo Soares (2021).
Outro fato interessante, quando nos referimos aos espaços rurais, é um local onde a densidade
demográfica é menor, mas eles estão espalhados por áreas territoriais bem extensas. Como Veiga
(2004, p. 12) afirma, “o Brasil é bem mais rural do que oficialmente se calcula, pois a essa dimensão
pertencem 80% dos municípios e 30% da população”.
O rural passa a ser visto sob nova ótica, ou seja, não é mais um espaço somente de produção
agropecuária. É muito mais que isso, é uma atividade econômica que visa os interesses sociais e
ambientais do meio rural.
A nova realidade rural acontece devido ao uso de tecnologias desenvolvidas para o setor, de
atividades voltadas para a agroindústria e para o setor terciário (comércio e serviços) e a questão
imobiliária, através da valorização ou mesmo a especulação das áreas rurais. Como Veiga (2004, p. 2)
aponta para uma nova maneira de enxergar os espaços rurais, ou seja, denominar como nova economia
rural.
21/09/2022 08:39 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/24
Portanto, essa modificação no espaço rural ocorreu através da adaptação para atender às
necessidades do agronegócio.
TEMA 2 – PANORAMA DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO
Créditos: Fotokostic/Shutterstock.
Neste conteúdo, vamos abordar o termo agronegócio. Como já explicado anteriormente, o termo
agribusiness foi criado em 1957, pelos professores John Davis e Ray Goldberg, da Universidade de
Harvard, nos Estados Unidos. Esse conceito atendia à nova realidade do setor agropecuário, pois muitas
propriedades rurais passaram a utilizar os avanços tecnológicos para aumentar a produção de
alimentos e dos subprodutos.
A partir daí, o setor passou a utilizar máquinas e implementos, insumos, infraestruturas (estradas,
portos, armazéns etc.), serviços e comércio para atender à demanda das cidades e das agroindústrias.
Desta maneira, todos os elos dos segmentos do setor visavam o processo produtivo e comercial.
No Brasil, o termo começou a ser mencionado na década de 1980, em São Paulo e no Rio Grande
do Sul. Porém, passou a ter mais ênfase na segunda metade da década de 1990, com os cursos de
extensão na área do agronegócio.
Portanto, o termo agronegócio, aqui no Brasil, passa a representar a modernidade no meio
agropecuário e com a finalidade de aumentar a produtividade do setor. Como Melo (2008, p. 85)
21/09/2022 08:39 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/24
afirma, o agronegócio tem “a finalidade política e ideológica de melhorar a imagem da grande
propriedade no imaginário social, sempre associada à improdutividade, à violência e entrave ao
desenvolvimento econômico do país”.
2.1 AGRONEGÓCIO
Ao definir o termo agronegócio, podemos entender que ele abrange todas as atividades produtivas
reunidas ao meio rural. Essas atividades são divididas em antes, dentro e depois da porteira.
O antes da porteira equivale a todas as atividades econômicas que fornecem produtos e serviços
para o desenvolvimento da produção agropecuária. Por exemplo: insumos agrícolas (fertilizantes,
agroquímicos, sementes etc.), bancos (créditos), máquinas e implementos, produtos veterinários, entre
outros.
No dentro da porteira, o produtor rural é responsável pela produção agropecuária, tomando as
decisões de melhor aporte dos recursos e dos insumos que serão utilizados na produção, ou seja, uma
autossuficiência em todos os aspectos que ocorrem dentro da propriedade.
Por fim, o depois da porteira é o setor responsável por todas as atividades realizadas na
agroindústria (onde ocorre o processamento dos produtos de origem vegetal ou animal que seguem as
normas de qualidade), e nos serviços (beneficiamento, logística, transporte e comercialização dos
produtos in natura ou industrializados) até o consumidor final.
O setor atualmente evoluiu para uma visão empresarial de produção, seja na agricultura familiar
como nas médias e nas grandes propriedades rurais. Essa visão atende ao mercado de alimentos e à
agroindústria, com o objetivo de aumentar a produtividade e a rentabilidade.
As transformações ocorridas no agronegócio passaram a ser desenvolvidascom novas técnicas de
produção, tecnologias de ponta, biotecnologias, pesquisas agropecuárias, maquinários e
equipamentos, infraestruturas, logísticas, profissionais capacitados, enfim, vários processos para
aumentar e qualificar a produção.
Desta maneira, o setor se tornou mais complexo e abrangente, pois necessita ser gerenciado com
profissionalismo, ou seja, ter em mente a visão de um empresário, de um empreendedor para
determinar as metas de produção (conquistar o mercado interno ou externo) e obter lucro.
21/09/2022 08:39 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/24
Para esse gerenciamento ter sucesso, é preciso ficar atento a alguns detalhes que fazem o setor ser
diferente dos demais setores econômicos. Por exemplo, a produção pode ser atacada por pragas ou
por doenças que causam a diminuição ou até a perda da produção, elevando os custos e diminuindo
os lucros, ou até prejuízo.
Apesar dos problemas que o setor possa apresentar, é importante investir em conhecimentos,
tecnologias, pesquisas etc. para aumentar o desempenho.
O setor do agronegócio brasileiro tem se mostrado competitivo e eficiente, tanto que o
desempenho econômico nessa área tem gerado produtividade, empregos e rentabilidade.
Por outro lado, o setor apresenta alguns problemas de ordem tributária, de políticas públicas, de
logística e transporte para o deslocamento da produção, entre outros. Isso encarece o produto final, e
quem sofre com isso é o consumidor.
Outro desafio é garantir que os produtos agropecuários sigam as normas sanitárias nacionais e/ou
internacionais para que obtenham as certificações necessárias para a comercialização, de modo a
atender ao mercado interno e externo (exportação).
2.2 CONCEITOS LIGADOS AO AGRONEGÓCIO
Na dinâmica do agronegócio, existem alguns termos que são essenciais para a compreensão do
andamento do setor.
Vamos ver:
Commodity: o termo é usado para sinalizar que os produtos atendem características que seguem
padrões predeterminados, que podem ser armazenados e transportados para vários lugares.
Outra característica é que o produto não tem diferenciação de quem produziu ou sua origem.
Como são produtos consumidos em todo o mundo, isso faz com que os preços sejam regulados
pelo mercado internacional (bolsa de valores), ou seja, seguem a lei da oferta e da procura.
Exemplos das principais commodities: soja, milho, café, açúcar e etanol, trigo, celulose, algodão,
suco de laranja, carne bovina etc.
Cadeia produtiva: o conceito é complexo e ao mesmo tempo diversificado. Esta cadeia está
ligada à sequência de processos em que a matéria-prima passa até chegar ao consumidor final,
ou seja, o enfoque da cadeia produtiva é processual, com uso de tecnologias e com fluxo
21/09/2022 08:39 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/24
restritivo de uma unidade produtiva (por exemplo: cadeia produtiva de café) até o seu destino
final. Para o funcionamento da cadeia, é necessário haver uma rede de colaboração visando um
relacionamento com todos os envolvidos na produção.
Cadeia de suprimento: este conceito pode se referir a uma parte de uma cadeia produtiva ou até
de várias cadeias produtivas. Ela envolve todas as atividades estratégicas (planejamento,
movimentação e armazenamento) dos produtos, isto é, desde insumo até a finalização dos
produtos que vão chegar à mesa do consumidor.
Sistema Agroindustrial: o conceito determina a estruturação vertical na produção, pois engloba
o produto que é produzido nas propriedades rurais até que ele chegue à mesa do consumidor,
como afirma Goldberg (1968). Desta maneira, o sistema agroindustrial possui uma inter-relação
das várias operações (produção, armazenamento, processamento, distribuição) que envolvem as
cadeias produtivas do agronegócio, e além de considerar que todos os envolvidos (antes, dentro
e depois da porteira) se relacionam e que o produto tem caráter mais genérico (por exemplo:
Sistema Agroindustrial da Soja e Cadeia Produtiva do Óleo de Soja).
Agroindústria: engloba todos os entes que atuam na transformação das matérias-primas
(alimentos, insumos etc.). São atividades exercidas por diversas empresas de porte variado, desde
a agroindústria familiar até os grandes conglomerados nacionais ou internacionais.
Player: termo que mostra quais os principais concorrentes na produção de commodity no
mercado internacional. Um exemplo, os principais players no mercado mundial de soja são Brasil
e Estados Unidos. Segundo o portal da Embrapa Soja, o levantamento da CONAB (05/2021)
mostra que o Brasil é o maior produtor mundial de soja, com uma produção de 135,409 milhões
de toneladas em área plantada de 38,502 milhões de hectares (ha), ficando com uma
produtividade de 3.517 kg/ha. Já os Estados Unidos, segundo a USDA (08/06/2021), atingiu a
produção de 112,549 milhões de toneladas em área plantada de 33,313 milhões de hectares (ha),
com uma produtividade de 3.379 kg/ha. Desse modo, o país se tornou o segundo maior produtor
mundial de soja.
TEMA 3 – CADEIAS PRODUTIVAS NO AGRONEGÓCIO
21/09/2022 08:39 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/24
Créditos: Davizro Photography/Shutterstock.
Esta abordagem vai tratar de maneira mais aprofundada um dos conceitos do agronegócio: a
cadeia produtiva.
A definição de cadeia produtiva pode ser atribuída como todos os processos que ocorrem em
todas as fases do desenvolvimento da produção agrícola ou pecuária. Portanto, ela envolve as etapas
de antes, dentro e depois da porteira, pois elas têm operações que se inter-relacionam com a
finalidade principal que é a comercialização.
Outros pontos que fazem com que a cadeia produtiva alcance um patamar de destaque são a
questão da globalização e das tecnologias e inovações que cercam o setor.
Desta maneira, é possível entender que a cadeia produtiva envolve negócios e cooperação entre
todos os elos do segmento, desde identificar as necessidades e/ou as perspectivas de um segmento, ou
até mesmo detectar as fragilidades que ocorrem em outro.
3.1 OTIMIZAR A CADEIA PRODUTIVA
Para uma cadeia produtiva funcionar de forma organizada e interligada, ela precisa que todas as
etapas estejam sincronizadas para garantir que o produto chegue à mesa do consumidor com
qualidade. Mas se por um acaso ocorrerem erros nessa sincronia, com certeza vai gerar uma sucessão
de falhas que podem afetar todo o processo de integração da cadeia produtiva.
21/09/2022 08:39 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/24
Portanto, otimizar a cadeia produtiva permite que todo o processo de produção aconteça de
forma síncrona, gerando diminuição nos custos operacionais e aumentando a competitividade do setor.
Quando se trata da finalização do produto, outro benefício que desponta é a diminuição do
desperdício e consequentemente a redução de perdas e prejuízos no processo da cadeia produtiva.
3.2 ETAPAS DA CADEIA PRODUTIVA
No agronegócio brasileiro, as empresas que atuam no setor agropecuário seguem, na maioria das
vezes, cinco etapas dentro da sua cadeia produtiva. Cada uma dessas etapas acaba se beneficiando de
todas as informações e do andamento envolvidos no processo. Por exemplo, uma cadeia produtiva que
está envolvida de maneira correta em todas as etapas acaba identificando os problemas que podem
ocorrer durante o trajeto de produção, facilitando os acertos e evitando os prejuízos.
A cadeia produtiva do agronegócio segue cinco etapas. Vamos ver cada uma delas.
1. Insumos: são empresas que fornecem uma infinidade de produtos que ajudam na produção,
como exemplos: sementes, máquinas e implementos, fertilizantes, agroquímicos, ração para os
animais, tecnologias etc. Enfim, faz parte da primeira etapa da cadeia, aquela que está no antes
da porteira, e sem ela, a próxima etapa não acontece, ou seja, a produção.
2. Produção: essa etapa é a que ocorre dentro da porteira. Os produtores rurais, ao adquirirem os
insumos, podem dar andamento ao processo de produção, seja deorigem animal ou vegetal. A
partir daqui, todas as etapas são as que ocorrem depois da porteira.
3. Processamento: é onde entram as agroindústrias que vão tratar os produtos vindos das
propriedades rurais. As agroindústrias podem fazer o tratamento do produto (limpar, secar,
armazenar, padronizar e empacotar o produto, por exemplo, o arroz). Mas também tem a
agroindústria, que transforma o produto, como depois do abate do frango, em que se faz o
empacotamento dessa carne, por exemplo.
4. Distribuição: essa etapa é a passagem do que acontece com a matéria-prima que vem da etapa
de processamento até chegar à mesa do consumidor. Esse setor é marcado pelos distribuidores,
os chamados varejistas, atacadistas, atacarejos, enfim, todos os locais onde abastecem os pontos
de vendas (supermercados, mercearias, lojas de conveniências etc.) e o mercado externo. O
importante é que os produtos fiquem pouco tempo nessa etapa da cadeia produtiva, pois
precisamos lembrar que a maioria são produtos perecíveis e que o seu consumo é quase
imediato.
21/09/2022 08:39 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/24
5. Consumidor final: chegamos ao final da cadeia produtiva, é quando os produtos produzidos no
dentro da porteira chegam à mesa do consumidor final. Este consumidor pode ser estar tanto no
mercado doméstico como no mercado internacional.
3.3 CLUSTER E ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS
Estes dois termos são aplicados em vários contextos, mas aqui vamos tratar deles dentro do setor
do agronegócio.
Cluster: é um termo em inglês que significa ‘aglomerar’. Então, o sistema de cluster pode ser
entendido como a aglomeração ou união de vários atores que participam de um mesmo setor em
determinada região. Desta maneira, essa união acaba gerando capacidade de inovar e aprimorar
conhecimento para assim obter vantagens competitivas.
Dentro do setor do agronegócio, o cluster acaba sendo um sistema que se torna vantajoso, para as
pequenas e médias empresas que participam da mesma cadeia produtiva, pois as dificuldades
enfrentadas por eles, principalmente pelo ponto de vista econômico, podem ser minimizadas ou até
mesmo sanadas a partir dessa união.
Segundo Santos (2003, p. 29) a definição de cluster pode ser entendida como:
Cluster é a reunião de pequenas empresas de um mesmo setor em uma região. Sua principal
característica é a maior ênfase na competitividade, embora haja cooperação entre os
empreendimentos no que se refere a ações que ofereçam vantagem para todos (a participação em
feiras e em consórcios, por exemplo).
Portanto, o sistema de cluster acaba associando a economia com a localidade onde a cadeia
produtiva atua, para assim ter a produção ligada à competitividade.
Arranjo Produtivo Local (APL): é o termo mais utilizado no Brasil. Tem os mesmos objetivos do
cluster. O conceito do APL, conforme o Ministério da Economia (2017),
são aglomerações de empresas e empreendimentos, localizados em um mesmo território, que
apresentam especialização produtiva, algum tipo de governança e mantêm vínculos de articulação,
interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais, tais como: governo,
associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa.
Desta forma, o conceito de APL abrange aglomerados produtivos em que os atores de um mesmo
segmento comercial possam minimizar os custos de produção através da cooperação entre todos os
21/09/2022 08:39 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/24
envolvidos. Ou seja, todos os esforços são voltados à realidade do local e ao bem-estar de todos os
atores envolvidos no arranjo produtivo.
TEMA 4 – INSUMOS AGRÍCOLAS
Créditos: Canetti/Shutterstock.
Para o desenvolvimento da produção agrícola, é indispensável o uso de insumos agrícolas. Estes
insumos são necessários para a produção de produtos agropecuários ou para os serviços desenvolvidos
para o setor, isto é, utilizados tanto na produção como na matéria-prima.
Exemplos de insumos: defensivos agrícolas (químico e orgânico), fertilizantes (químico ou
orgânico), máquinas e implementos etc.
4.1 DEFENSIVOS AGRÍCOLAS
Defensivo agrícola, agroquímico, agrotóxico são termos que designam a mesma coisa. O
objetivo do uso desse insumo é prevenir, controlar e eliminar organismos considerados pragas (insetos,
fungos, plantas invasoras etc.) que competem com o desenvolvimento da cultura principal.
Para seu conhecimento: você sabia que o termo agrotóxico foi denominado no livro do professor
Adilson D. Paschoal, em 1977, aqui no Brasil? De lá para cá, o termo passou a ser utilizado pela maioria
21/09/2022 08:39 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/24
das pessoas quando quer designar esse tipo de insumo. O termo tem origem grega e significa ágros
(campo) e toxicon (veneno).
Desse modo, os defensivos agrícolas químicos sempre tiveram uma relação conturbada com o seu
uso, devido ao alto grau de toxicidade (a substância química tem capacidade de provocar efeitos
nocivos a um organismo vivo) e com a possibilidade de as pragas adquirirem resistência à sua
letalidade. Portanto, podemos entender que é um assunto polêmico e complexo, mas que precisa ser
tratado com responsabilidade, ética e compromisso socioambiental.
De acordo com a finalidade e sua aplicação, os defensivos agrícolas podem ser denominados
como inseticidas, nematicidas, fungicidas, acaricidas e herbicidas.
A Croplife Brasil criou um infográfico que mostra os defensivos agrícolas e os relacionam com as
pragas que eles combatem. Veja abaixo:
Fonte: Mais Soja, 2020.
Segundo Silva (2012, p. 6) os principais defensivos agrícolas são descritos como:
21/09/2022 08:39 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/24
Os principais tipos de defensivos são:
Herbicidas – produtos destinados a eliminar ou impedir o crescimento de ervas daninhas.
Podem ser classificados de acordo com: sua atividade (de contato ou sistêmicos), uso
(aplicados no solo, pré-emergentes ou pós-emergentes) e modo de ação sobre o mecanismo
bioquímico da planta. Podem ser também segmentados em: herbicidas não seletivos (que
destroem todas as plantas) e seletivos (aqueles que atacam unicamente a praga, preservando a
lavoura).
Inseticidas – são produtos à base de substâncias químicas ou agentes biológicos destinados a
eliminar insetos. Há três grandes famílias de compostos químicos: os organossintéticos, os
inorgânicos e os botânicos ou bioinseticidas.
Fungicidas – são agentes físicos, químicos ou biológicos destinados a combater os fungos.
Também podem eliminar plantas parasíticas e outros organismos semelhantes.
Acaricidas – produtos químicos destinados a controlar ou eliminar ácaros, especialmente em
frutas cítricas, como a laranja.
Agentes biológicos de controle – organismos vivos que atuam por meio de uma ação biológica
como a de parasitismo ou de competição com a praga.
Defensivos à base de semioquímicos – armadilhas semelhantes aos feromônios naturais, que
emanam pequenas doses de gases capazes de atrair e capturar insetos. São específicos para
cada espécie de praga e agem em concentrações reduzidas e de baixo impacto ambiental.
Produtos domissanitários – destinam-se às regiões urbanas, com suas principais categorias de
produtos divididas em: inseticidas domésticos, moluscicidas, rodenticidas e repelentes de
insetos.
Com essas informações, é possível saber que a composição dos defensivos agrícolas está
relacionada ao seu princípio ativo, isto é, eles são responsáveis pela ação que esses princípios terão
sobre a praga que está acometendo a lavoura.
Já os defensivos agrícolas de origem biológica ou biodefensivos são produzidos a partir de um
ativo biológico, ou seja, um ativo de origem natural.
O objetivo desses biodefensivos é lidar com os agentes (doenças ou pragas) que estejam
prejudicando a principal cultura — porém, o mais importante, sem destruir o meio ambiente.
Muitas empresas realizam pesquisas com esses princípios ativos biológicos paradesenvolverem
formulações biológicas que serão comercializadas, mas é preciso informar a praticabilidade dessa
tecnologia.
Então, ao optar pelo uso dessas formulações biológicas, é preciso fazer questionamentos sobre:
onde será aplicado? Qual a cultura? Quais as pragas ou doenças serão combatidas? A partir daí, a
21/09/2022 08:39 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/24
escolha será feita de forma assertiva por parte do produtor rural.
Desta maneira, os produtores rurais que optarem por trabalhar com os defensivos biológicos estão
cientes de quem vão utilizar um produto livre de ações químicas em suas formulações, produzindo uma
agricultura orgânica que vai atender a uma demanda de mercado em alta, pois muitos consumidores
estão preferindo consumir produtos agrícolas orgânicos.
Como aponta Halfeld-Vieira (2016, p. 51), a prática de uso de biodefensivo tem aumentado no
Brasil:
A utilização de Agentes de Controle Biológico (ACB) para a proteção de plantas contra pragas e
doenças tem aumentado significativamente nos últimos anos no Brasil. Tal fato pode ser creditado a
alguns fatores, dentre eles a pressão da sociedade em busca de alimentos mais saudáveis e com
menor volume de resíduos nocivos ao ser humano. Por outro lado, a crescente preocupação com a
preservação ambiental e a consequente necessidade de diminuição do uso de agroquímicos
convencionais também se mostra relevante. Neste contexto, a eficiência no controle de tais pragas e
doenças pelos ACBs produzidos em escala comercial e a demanda por produtos orgânicos, com
certificação de origem comprovada, também contribuiu para uma maior procura pelo controle
biológico bem como facilitou a sua divulgação.
A Croplife Brasil também criou um infográfico para mostrar a classificação dos produtos de origem
biológicos. Veja abaixo:
Fonte: elaborado com base em Mais Soja, 2020.
É importante salientar que, mesmo sendo um produto biológico (biodefensivo), a comercialização
segue as mesmas regras de um produto químico (agroquímico), isto é, a obrigatoriedade do receituário
agronômico (documento prescrito por um profissional habilitado), em que constam todas as
21/09/2022 08:39 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/24
informações e recomendações técnicas de como utilizar o produto. Esta determinação consta na Lei n.
7.802/1989, regulamentada pelo Decreto n. 4.074/2002.
4.2 DESTINAÇÃO CORRETA DE EMBALAGENS DE DEFENSIVOS
Após a utilização dos defensivos, é necessário dar a destinação final correta para as embalagens
vazias, para evitar qualquer risco de contaminação do meio ambiente e para a saúde das pessoas.
A preocupação com a destinação correta destas embalagens é tão grande que o governo elaborou
uma lei e decretos (Federal) para regulamentar este processo de descarte (Lei Federal n. 9.974 de
06/06/00 e Decreto n. 3.550 de 27/07/00).
Segundo o manual elaborado pela Associação Nacional dos Distribuidores de Defensivos Agrícolas
e Veterinários (ANDAV) (2000, p. 3),
Os usuários deverão:
a. Preparar as embalagens vazias para devolvê-las nas unidades de recebimento;
Embalagens rígidas laváveis: efetuar a lavagem das embalagens (Tríplice Lavagem ou
Lavagem sob Pressão);
Embalagens rígidas não laváveis: mantê-las intactas, adequadamente tampadas e sem
vazamento;
Embalagens flexíveis contaminadas: acondicioná-las em sacos plásticos padronizados.
b. Armazenar, temporariamente, as embalagens vazias na propriedade;
c. Transportar e devolver as embalagens vazias, com suas respectivas tampas, para a unidade de
recebimento mais próxima (procurar orientação junto aos revendedores sobre os locais para
devolução das embalagens), no prazo de até um ano, contado da data de sua compra;
d. Manter em seu poder os comprovantes de entrega das embalagens e a nota fiscal de compra
do produto.
Os revendedores deverão:
a. Disponibilizar e gerenciar unidades de recebimento (postos) para a devolução de embalagens
vazias pelos usuários/agricultores;
b. No ato da venda do produto, informar aos usuários/agricultores sobre os procedimentos de
lavagem, acondicionamento, armazenamento, transporte e devolução das embalagens vazias;
c. Informar o endereço da unidade de recebimento de embalagens vazias mais próxima para o
usuário, fazendo constar esta informação na Nota Fiscal de venda do produto;
d. Fazer constar dos receituários que emitirem, as informações sobre destino final das
embalagens;
21/09/2022 08:39 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/24
e. Implementar, em colaboração com o Poder Público, programas educativos e mecanismos de
controle e estímulo à LAVAGEM (Tríplice ou sob Pressão) e à devolução das embalagens vazias
por parte dos usuários.
Os fabricantes deverão:
a. Providenciar o recolhimento, a reciclagem ou a destruição das embalagens vazias devolvidas às
unidades de recebimento em, no máximo, um ano, a contar da data de devolução pelos
usuários/agricultores;
b. Informar os Canais de Distribuição sobre os locais onde se encontram instaladas as Centrais de
Recebimento de embalagens para as operações de prensagem e redução de volume;
c. Implementar, em colaboração com o Poder Público, programas educativos e mecanismos de
controle e estímulo à lavagem (Tríplice e sob Pressão) e à devolução das embalagens vazias por
parte dos usuários;
d. Implementar, em colaboração com o Poder Público, medidas transitórias para orientação dos
usuários quanto ao atendimento das exigências previstas no Decreto n. 3550, enquanto se
realizam as adequações dos estabelecimentos comerciais e dos rótulos e bulas;
e. Alterar os modelos de rótulos e bulas para que constem informações sobre os procedimentos
de lavagem, armazenamento, transporte, devolução e destinação final das embalagens vazias.
A tríplice lavagem é um método de lavagem das embalagens de defensivos químicos que prevê a
higienização dessas embalagens, eliminando os restos de resíduos de produtos tóxicos que ainda
podem estar presentes nas paredes das embalagens (Chiquetti, 2005). O infográfico abaixo mostra a
metodologia da tríplice lavagem.
Fonte: LARR, 2014
4.3 BIOFERTILIZANTES
Dentro de todo o processo das práticas agrícolas, a adubação é uma das mais caras, ou seja, é
responsável por boa parte dos custos de toda a produção agrícola. Então, o uso do biofertilizante
acaba sendo uma maneira de complementar a adubação de fertilizantes sólidos, já que pode ser
produzido com materiais encontrados na propriedade ou no comércio local e sua preparação acontece
21/09/2022 08:39 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/24
de maneira rápida. Além de reduzir os custos, proporciona a sustentabilidade da cultura, melhora a
qualidade do solo e consequentemente auxilia na produtividade.
É um adubo orgânico líquido que fornece nutrientes essenciais para as plantas, melhora a
qualidade do solo e auxilia no controle de doenças. Pode ser aplicado de duas maneiras: pulverizando
as folhas ou aplicando junto à água de irrigação. Desta maneira, proporciona uma resposta mais rápida
para o crescimento das plantas, já que é absorvido mais rápido do que o adubo sólido. Para isso, deve
ser diluído entre 2 a 10% em cada aplicação, como aponta a Embrapa (2021).
O biofertilizante, de acordo com a Embrapa (2021), é obtido pela fermentação anaeróbica (sem
presença de ar) de restos das culturas ou de dejetos de animais. Além disso, pode atuar como um
corretivo do pH do solo, pois possui um pH básico (em torno de 7,5).
Outro importante benefício da utilização do biofertilizante é o aumento de microrganismos, que
favorecem a saúde e a vida do solo.
A Embrapa (2021) determina que “ a pulverização do biofertilizante deve ser feita sempre depois
de regas ou chuvas, ou nas horas mais frescas do dia. A frequência e época de adubação obedecem ao
calendário de cada espécie”.
O uso de biofertilizante tem oferecido bons resultados para a produção de hortaliças e de cereais.
Mas importante saber que, aquino Brasil, é proibida a aplicação do biofertilizante de origem de dejeto
de animais em hortaliças que são consumidas cruas.
4.4 ADUBAÇÃO VERDE
Esse tipo de adubação utiliza espécies de plantas das famílias (leguminosas, gramíneas, crucíferas e
cereais) que ajudam o solo a melhorar as suas condições físicas, químicas e biológicas, ou seja, torna o
solo mais fértil.
Essa técnica acaba promovendo a reciclagem de nutrientes do solo. Desse modo, é possível
regenerar e/ou promover a melhoria em solos pobres, ou até conservar os solos que são altamente
produtivos.
Esta prática agrícola se dá devido à relação dessas plantas com as bactérias (rizóbio) que aparecem
em suas raízes, isto é, ocorre uma simbiose. Elas são capazes de remover o nitrogênio presente no ar e
fixar no solo, assim ficando fértil.
21/09/2022 08:39 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/24
O exemplo apresentado pela Embrapa Agrobiologia (2011) quanto à adubação verde com o uso
de espécies de plantas leguminosas:
Há espécies como leguminosas, que se associam a bactérias fixadoras de nitrogênio do ar,
transferindo-o para as plantas. Estas espécies também estimulam a população de fungos micorrízicos,
microrganismos que aumentam a absorção de água e nutrientes pelas raízes. Os benefícios trazidos
pela associação entre leguminosas e bactérias fixadoras de nitrogênio podem ser obtidos através de
práticas como a inoculação de sementes no momento do plantio.
Como as raízes dessas plantas são profundas, elas acabam sendo associadas como um arado
biológico, pois ao ocorrer a decomposição das suas raízes, criam espaços que propiciam o surgimento
de microrganismos que ajudam em descompactar o solo.
Para a fertilidade do solo, o nitrogênio tem como função auxiliar no crescimento das plantas,
desenvolvendo as suas células e os seus tecidos. Desta forma, a adubação verde, através da fixação do
nitrogênio no solo, garante que a principal cultura comercial terá um crescimento acelerado.
Com essa prática, ocorre a diminuição de perda de água no solo, recuperando as áreas
degradadas.
Associar a adubação verde com o sistema de plantio direto possibilita a formação de palhada,
ajudando na proteção do solo e dificultando o aparecimento de plantas invasoras no local do plantio.
A Embrapa Agrobiologia (2011) aponta as maneiras de se utilizar a adubação verde:
Em pré-cultivo ou rotação de culturas: quando são utilizadas antes ou depois de uma cultura
para melhorar o solo para a cultura que será plantada em seguida.
Em consórcio: pode ocorrer o plantio conjunto da cultura e do adubo verde e em seguida o
corte e deposição do material sobre o solo para fornecer nutrientes ainda para esta cultura, ou
então o plantio na parte final do ciclo da cultura, sendo que o adubo verde se desenvolve na
parte final e após o ciclo de cultura, beneficiando a cultura seguinte.
Cultivo em faixas: quando se cultivam faixas de leguminosas perenes ou semiperenes
separando talhões de culturas e as leguminosas são podadas periodicamente para adubar as
culturas.
Por fim, a prática de adubação verde determina que espécies de plantas atuem como ferramentas
que ajudam a melhorar as características físicas, químicas e biológicas do solo. Esse tipo de técnica,
devido à sua praticidade, acaba atraindo mais produtores rurais que buscam retorno financeiro aliado
às questões ambientais.
21/09/2022 08:39 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 20/24
TEMA 5 – CINTURÕES VERDES
Créditos: BearFotos/Shutterstock.
O cinturão verde pode ser denominado como uma área com vegetação que fica próximo das
áreas urbanas, nas zonas periféricas.
Nas áreas ao redor das áreas urbanas ou de áreas industriais, é costume implantar os cinturões
verdes (áreas verdes que podem ser destinadas para produção de hortaliças, fruticultura, parques,
reservas ambientais, chácaras etc.).
Estes locais se comportam como uma barreira para interceptar o ar poluído vindo das áreas
urbanas, pois as plantas podem remover os poluentes atmosféricos, ajudando na melhoria da
qualidade do ar.
5.1 UTILIZAÇÃO DOS CINTURÕES VERDES
Os cinturões verdes implantados no entorno dos centros urbanos ajudam a melhorar a qualidade
de vida dos seus habitantes. Nessas áreas urbanas, o desmatamento está sempre ocorrendo devido às
constantes construções civis (edifícios, centros comerciais, condomínios etc.).
Portanto, os cinturões verdes acabam servindo para inúmeras possibilidades. Veja alguns exemplos:
21/09/2022 08:39 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/24
Amenização climática: essas áreas verdes ajudam na qualidade do ar, além de manter o
microclima, evitando a elevação das temperaturas, ou seja, amenizando a questão do conforto
térmico das áreas urbanas.
Produção de alimentos: função extremamente importante, produzir alimentos (hortaliças e
frutas). Devido à sua localização, os alimentos chegam mais frescos e mais baratos nas cidades
próximas. Além disso, o uso de menos transporte causa menos poluição do ar.
Área de lazer: são locais para que a população possa manter contato com o meio natural
(parques, horto florestal, jardins etc.). Esta área se transforma em um espaço humanizado, locais
onde possa relaxar e ter contato com a biodiversidade, ou seja, gerando um ambiente propício
para o desenvolvimento da saúde física e mental.
Área de preservação ambiental: área de valor inestimável para o bem-estar do ser humano. Este
local é um ecossistema que precisa ser preservado para que haja a manutenção da
biodiversidade.
Sequestro do CO2: é o papel importante das vegetações encontradas nos cinturões verdes que
se tornam uma barreira física para evitar o avanço de poluentes vindo das cidades.
Área de educação ambiental: esses ambientes são importantes corredores ecológicos, onde a
biodiversidade pode servir para o desenvolvimento de estudos e pesquisas na área ambiental.
Turismo sustentável: ambiente com potencial para atender à necessidade dos habitantes das
áreas urbanas poderem se conectar com a natureza, ou seja, desenvolver atividades ecológicas,
práticas esportivas junto à natureza, comercialização de produtos produzidos na região. Esse tipo
de turismo acaba gerando renda para vários setores das comunidades integrantes desse
ambiente.
5.2 CINTURÕES VERDES AGROECOLÓGICOS (CVA)
O cinturão verde agroecológico tem como ponto de equilíbrio assegurar a conservação da
biodiversidade com a produção de alimentos e que atendam ao bem-estar da população que vive no
entorno.
Como utilizam as práticas agroecológicas, esses alimentos produzidos nesses cinturões verdes são
voltados para a produção de alimentos orgânicos (verduras, legumes e frutas) que vão abastecer os
locais de comercialização desses produtos (mercados, feiras de produtores, quitandas, sacolões etc.),
onde o consumidor adquire um alimento mais fresco, de qualidade, mais barato e livre da presença de
agroquímicos.
21/09/2022 08:39 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 22/24
Com o manejo correto aplicado nesses ambientes, os produtores, além de obterem a
produtividade dos seus produtos, também são responsáveis por ajudar a preservar o meio ambiente e,
com isso, impulsionar um mercado onde há uma valorização social, econômica e ambiental.
Por fim, os cinturões verdes agroecológicos atendem às necessidades dos centros urbanos em
oferecer um alimento mais saudável, livres de insumos agrícolas químicos, além de contribuir para a
preservação e conservação do solo e da água.
FINALIZANDO
Chegamos ao fim do nosso estudo. O que foi tratado serve para um vasto conhecimento de
assuntos ligados e interligados à formação e atuação do profissional das Ciências Agrárias.
Abordamos assuntos como a ruralidade no Brasil, o panorama do agronegócio, as cadeias
produtivas, o uso dos insumos agrícolas e, por fim, os cinturões verdes. Estes temas tratam a nos levam
a práticas atuais, indispensáveis aos profissionais das Ciências Agrárias.
Utilize eamplie esses conhecimentos adquiridos ao longo dos conteúdos.
Seja muito feliz! Bons estudos!
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto n. 4.074, de 4 de janeiro de 2002. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/d4074.htm>. Acesso em: 18 jul. 2022.
_____. Lei n. 7.802, de 11 de julho de 1989. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7802.htm>. Acesso em: 18 jul. 2022.
CHIQUETTI, S. C. Eficiência da tríplice lavagem em unidades de recebimento de embalagens
de agrotóxicos. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2005.
CROPLIFE BRASIL. Infográfico: Classificação dos Produtos Biológicos de Controle. Disponível em:
<https://maissoja.com.br/historia-dos-defensivos-agricolas-e-a-sua-importancia-na-producao-de-
alimentos/>. Acesso em: 18 jul. 2022.
21/09/2022 08:39 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 23/24
_____. Infográfico: Defensivos Agrícolas. Disponível em: <https://maissoja.com.br/historia-dos-
defensivos-agricolas-e-a-sua-importancia-na-producao-de-alimentos/>. Acesso em: 18 jul. 2022
EMBRAPA AGROECOLOGIA. Adubação Verde. Disponível em:
<https://www.embrapa.br/documents/1355054/32245427/4a+-
+folder+Aduba%C3%A7%C3%A3o+verde.pdf/6a472dad-6782-491b-8393-61fc6510bf7d>. Acesso em:
18 jul. 2022.
EMBRAPA SOJA. Disponível em: <https://www.embrapa.br/en/soja/cultivos/soja1/dados-
economicos>. Acesso em: 8 jul. 2022.
EMBRAPA. Biofertilizantes. Disponível em: <https://www.embrapa.br/en/agencia-de-informacao-
tecnologica/tematicas/agroenergia/p-d-e-i/biofertilizantes>. Acesso em: 18 jul. 2022.
_____. Processo de fabricação de biofertilizante. Disponível em:
<https://www.embrapa.br/en/busca-de-solucoes-tecnologicas/-/produto-servico/804/processo-de-
fabricacao-de-biofertilizante>. Acesso em: 18 jul. 2022.
GOLDBERG, R. A. Agribusiness Coordination: A Systems Approach to the Wheat, Soybean, and
Florida Orange Economics. Division of Research, Graduate School of Business and Administration.
Boston, M.A: Harvard University, 1968.
HALFELD-VIEIRA, B. de A. et al. Defensivos agrícolas naturais: uso e perspectivas. Embrapa Meio
Ambiente-Livro científico (ALICE), 2016.
LARR. Coopera, 2014. Disponível em: <https://www.coopera1.com.br/responsabilidade-ambiental-
cooper-a1-convoca-para-devolucao-de-embalagens-vazias-de-agrotoxicos/triplice-lavagem-cooper-
a1-2/>. Acesso em: 18 jul. 2022.
MASCENA, K. M. C. de; FIGUEIREDO, F. C.; BOAVENTURA, J. M. G. Clusters e APLs: análise
bibliométrica das publicações nacionais no período de 2000 a 2011. Revista de Administração de
Empresas, v. 53, p. 454-468, 2013.
MELO, T. da S. A Ideologia por trás do termo agronegócio. Revista Pegada, v. 19, n. 2, maio/ago.
2018.
MINISTÉRIO DA ECONOMIA. Conceito de Arranjo Produtivo Local – APL. Disponível em:
<https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/competitividade-
21/09/2022 08:39 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 24/24
industrial/arranjos-produtivos-locais-apl>. Acesso em: 15 jul. 2022.
RODRIGUES, E. A.; VICTOR, R. A. B. M.; PIRES, B. C. C. A Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da
Cidade de São Paulo como marco para a gestão integrada da cidade, seus serviços ambientais e o bem-
estar humano. São Paulo em Perspectiva, v. 20, n. 2, p. 71-89, 2006.
SANTOS, V. M. dos. Notas conceituais sobre a abordagem de clusters produtivos. Revista Espaço
Acadêmico, ano III, 2003.
SILVA, M. F. de O.; COSTA, L. M. da. A indústria de defensivos agrícolas. BNDES Setorial, n. 35, p.
233-276, mar. 2012.
SOARES, J. R. H. S. O território brasileiro é mais rural do que oficialmente divulga-se. Revista Rural
& Urbano, Recife. v. 6, n. 2, p. 79-93, 2021.
VEIGA, J. E. A dimensão rural do Brasil. Estudos Sociedade e Agricultura, v. 12, n. 1, p. 71-94,
2004.
WANDERLEY, M. de N. B.; DE NAZARETH, M. A ruralidade no Brasil moderno: por um pacto social
pelo desenvolvimento rural. Una nueva ruralidad en América Latina, p. 31-44, 2001.

Continue navegando