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21/09/2022 08:39 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/24 INTRODUÇÃO À AGRICULTURA AULA 6 Profª Maria de Fatima Marques Medeiros Corradini 21/09/2022 08:39 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/24 CONVERSA INICIAL Nesta abordagem, vamos apresentar assuntos estratégicos para que você possa compreender o vasto conhecimento que as Ciências Agrárias podem te fornecer. Os tópicos abordados serão um fechamento para o nosso estudo. No Tópico 1, vamos falar sobre a realidade rural brasileira, na qual temos um setor com muitas inovações, mas também algumas realidades de cultivo e criação de maneira tradicional. No Tópico 2, veremos um panorama sobre o agronegócio, mostrando a sua importância para a economia brasileira. No Tópico 3, o assunto abordado segue dentro do tema agronegócio, mas voltado para as cadeias produtivas do setor. No Tópico 4, dentre os assuntos abordados, vamos falar sobre um assunto muito controverso, mas importante a ser discutido: o uso de defensivos agrícolas. Por último, o Tópico 5 fala sobre os cinturões verdes e a sua importância para a produção de alimentos para atender à demanda das cidades e dos consumidores. Bons estudos! TEMA 1 – REALIDADE RURAL BRASILEIRA 21/09/2022 08:39 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/24 Créditos: William Edge/Shutterstock. A realidade atual do meio rural brasileiro vem com olhar mais moderno e como alternativa para alguns problemas que acometem o país, por exemplo, o desemprego. O meio rural passou a ser alternativa viável para esse problema, pois apresenta crescente empregabilidade no setor, gerando melhor qualidade de vida. O panorama rural atual mostra a diversificação em várias frentes de trabalho, como o modo tradicional de se trabalhar na terra, cultivando e/ou criando animais, ou voltado para o turismo rural e até mesmo o trabalho na agroindústria, por exemplo. O desenvolvimento rural brasileiro, por ser moderno, apresenta predominância de debates entre a comunidade acadêmica e científica, entre os integrantes dos movimentos sociais ligados à terra, entre os governantes e suas políticas públicas e entre os produtores rurais para que o setor cresça e se desenvolva, mas que atenda às necessidades de uma agropecuária diversificada e voltada para a sustentabilidade. 1.1 BRASIL RURAL Quando pensamos em ruralidade, automaticamente associamos a um ambiente precário e com certas carências. Mas, atualmente, o meio rural está passando por transformação, visto que boa parte 21/09/2022 08:39 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/24 dos produtores rurais tem acesso à tecnologia e às inovações presentes no desenvolvimento rural, com uma visão sustentável. No Brasil, existem diferentes ambientes rurais. As dimensões continentais do país fazem com que haja diversidade sociocultural, econômica e ambiental. Dessa maneira, as regiões apresentam características específicas para que o meio rural desenvolva condições acessíveis para o desenvolvimento econômico dos produtores rurais. Como Soares (2021, p. 80) aponta sobre a ruralidade do Brasil, Os territórios rurais brasileiros são complexos espaciais concebidos, muitas vezes, como áreas ligadas ao atraso e à falta de desenvolvimento socioeconômico, devido ao intenso processo de urbanização. São territórios representados por diferentes modos de vida, desde o campesino ao novo rural, destacando-se nesse sentido, as necessidades socioeconômicas que divergem de acordo com o tipo de espaço ocupado pelos indivíduos. Esses diversos “Brasis” apresentam diferentes formas de propriedades rurais e de várias maneiras de se produzir/criar os alimentos ou matérias-primas. Verificamos que os espaços rurais estão agrupados e organizados dentro dos limites municipais, segundo Soares (2021). Outro fato interessante, quando nos referimos aos espaços rurais, é um local onde a densidade demográfica é menor, mas eles estão espalhados por áreas territoriais bem extensas. Como Veiga (2004, p. 12) afirma, “o Brasil é bem mais rural do que oficialmente se calcula, pois a essa dimensão pertencem 80% dos municípios e 30% da população”. O rural passa a ser visto sob nova ótica, ou seja, não é mais um espaço somente de produção agropecuária. É muito mais que isso, é uma atividade econômica que visa os interesses sociais e ambientais do meio rural. A nova realidade rural acontece devido ao uso de tecnologias desenvolvidas para o setor, de atividades voltadas para a agroindústria e para o setor terciário (comércio e serviços) e a questão imobiliária, através da valorização ou mesmo a especulação das áreas rurais. Como Veiga (2004, p. 2) aponta para uma nova maneira de enxergar os espaços rurais, ou seja, denominar como nova economia rural. 21/09/2022 08:39 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/24 Portanto, essa modificação no espaço rural ocorreu através da adaptação para atender às necessidades do agronegócio. TEMA 2 – PANORAMA DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO Créditos: Fotokostic/Shutterstock. Neste conteúdo, vamos abordar o termo agronegócio. Como já explicado anteriormente, o termo agribusiness foi criado em 1957, pelos professores John Davis e Ray Goldberg, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Esse conceito atendia à nova realidade do setor agropecuário, pois muitas propriedades rurais passaram a utilizar os avanços tecnológicos para aumentar a produção de alimentos e dos subprodutos. A partir daí, o setor passou a utilizar máquinas e implementos, insumos, infraestruturas (estradas, portos, armazéns etc.), serviços e comércio para atender à demanda das cidades e das agroindústrias. Desta maneira, todos os elos dos segmentos do setor visavam o processo produtivo e comercial. No Brasil, o termo começou a ser mencionado na década de 1980, em São Paulo e no Rio Grande do Sul. Porém, passou a ter mais ênfase na segunda metade da década de 1990, com os cursos de extensão na área do agronegócio. Portanto, o termo agronegócio, aqui no Brasil, passa a representar a modernidade no meio agropecuário e com a finalidade de aumentar a produtividade do setor. Como Melo (2008, p. 85) 21/09/2022 08:39 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 6/24 afirma, o agronegócio tem “a finalidade política e ideológica de melhorar a imagem da grande propriedade no imaginário social, sempre associada à improdutividade, à violência e entrave ao desenvolvimento econômico do país”. 2.1 AGRONEGÓCIO Ao definir o termo agronegócio, podemos entender que ele abrange todas as atividades produtivas reunidas ao meio rural. Essas atividades são divididas em antes, dentro e depois da porteira. O antes da porteira equivale a todas as atividades econômicas que fornecem produtos e serviços para o desenvolvimento da produção agropecuária. Por exemplo: insumos agrícolas (fertilizantes, agroquímicos, sementes etc.), bancos (créditos), máquinas e implementos, produtos veterinários, entre outros. No dentro da porteira, o produtor rural é responsável pela produção agropecuária, tomando as decisões de melhor aporte dos recursos e dos insumos que serão utilizados na produção, ou seja, uma autossuficiência em todos os aspectos que ocorrem dentro da propriedade. Por fim, o depois da porteira é o setor responsável por todas as atividades realizadas na agroindústria (onde ocorre o processamento dos produtos de origem vegetal ou animal que seguem as normas de qualidade), e nos serviços (beneficiamento, logística, transporte e comercialização dos produtos in natura ou industrializados) até o consumidor final. O setor atualmente evoluiu para uma visão empresarial de produção, seja na agricultura familiar como nas médias e nas grandes propriedades rurais. Essa visão atende ao mercado de alimentos e à agroindústria, com o objetivo de aumentar a produtividade e a rentabilidade. As transformações ocorridas no agronegócio passaram a ser desenvolvidascom novas técnicas de produção, tecnologias de ponta, biotecnologias, pesquisas agropecuárias, maquinários e equipamentos, infraestruturas, logísticas, profissionais capacitados, enfim, vários processos para aumentar e qualificar a produção. Desta maneira, o setor se tornou mais complexo e abrangente, pois necessita ser gerenciado com profissionalismo, ou seja, ter em mente a visão de um empresário, de um empreendedor para determinar as metas de produção (conquistar o mercado interno ou externo) e obter lucro. 21/09/2022 08:39 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 7/24 Para esse gerenciamento ter sucesso, é preciso ficar atento a alguns detalhes que fazem o setor ser diferente dos demais setores econômicos. Por exemplo, a produção pode ser atacada por pragas ou por doenças que causam a diminuição ou até a perda da produção, elevando os custos e diminuindo os lucros, ou até prejuízo. Apesar dos problemas que o setor possa apresentar, é importante investir em conhecimentos, tecnologias, pesquisas etc. para aumentar o desempenho. O setor do agronegócio brasileiro tem se mostrado competitivo e eficiente, tanto que o desempenho econômico nessa área tem gerado produtividade, empregos e rentabilidade. Por outro lado, o setor apresenta alguns problemas de ordem tributária, de políticas públicas, de logística e transporte para o deslocamento da produção, entre outros. Isso encarece o produto final, e quem sofre com isso é o consumidor. Outro desafio é garantir que os produtos agropecuários sigam as normas sanitárias nacionais e/ou internacionais para que obtenham as certificações necessárias para a comercialização, de modo a atender ao mercado interno e externo (exportação). 2.2 CONCEITOS LIGADOS AO AGRONEGÓCIO Na dinâmica do agronegócio, existem alguns termos que são essenciais para a compreensão do andamento do setor. Vamos ver: Commodity: o termo é usado para sinalizar que os produtos atendem características que seguem padrões predeterminados, que podem ser armazenados e transportados para vários lugares. Outra característica é que o produto não tem diferenciação de quem produziu ou sua origem. Como são produtos consumidos em todo o mundo, isso faz com que os preços sejam regulados pelo mercado internacional (bolsa de valores), ou seja, seguem a lei da oferta e da procura. Exemplos das principais commodities: soja, milho, café, açúcar e etanol, trigo, celulose, algodão, suco de laranja, carne bovina etc. Cadeia produtiva: o conceito é complexo e ao mesmo tempo diversificado. Esta cadeia está ligada à sequência de processos em que a matéria-prima passa até chegar ao consumidor final, ou seja, o enfoque da cadeia produtiva é processual, com uso de tecnologias e com fluxo 21/09/2022 08:39 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 8/24 restritivo de uma unidade produtiva (por exemplo: cadeia produtiva de café) até o seu destino final. Para o funcionamento da cadeia, é necessário haver uma rede de colaboração visando um relacionamento com todos os envolvidos na produção. Cadeia de suprimento: este conceito pode se referir a uma parte de uma cadeia produtiva ou até de várias cadeias produtivas. Ela envolve todas as atividades estratégicas (planejamento, movimentação e armazenamento) dos produtos, isto é, desde insumo até a finalização dos produtos que vão chegar à mesa do consumidor. Sistema Agroindustrial: o conceito determina a estruturação vertical na produção, pois engloba o produto que é produzido nas propriedades rurais até que ele chegue à mesa do consumidor, como afirma Goldberg (1968). Desta maneira, o sistema agroindustrial possui uma inter-relação das várias operações (produção, armazenamento, processamento, distribuição) que envolvem as cadeias produtivas do agronegócio, e além de considerar que todos os envolvidos (antes, dentro e depois da porteira) se relacionam e que o produto tem caráter mais genérico (por exemplo: Sistema Agroindustrial da Soja e Cadeia Produtiva do Óleo de Soja). Agroindústria: engloba todos os entes que atuam na transformação das matérias-primas (alimentos, insumos etc.). São atividades exercidas por diversas empresas de porte variado, desde a agroindústria familiar até os grandes conglomerados nacionais ou internacionais. Player: termo que mostra quais os principais concorrentes na produção de commodity no mercado internacional. Um exemplo, os principais players no mercado mundial de soja são Brasil e Estados Unidos. Segundo o portal da Embrapa Soja, o levantamento da CONAB (05/2021) mostra que o Brasil é o maior produtor mundial de soja, com uma produção de 135,409 milhões de toneladas em área plantada de 38,502 milhões de hectares (ha), ficando com uma produtividade de 3.517 kg/ha. Já os Estados Unidos, segundo a USDA (08/06/2021), atingiu a produção de 112,549 milhões de toneladas em área plantada de 33,313 milhões de hectares (ha), com uma produtividade de 3.379 kg/ha. Desse modo, o país se tornou o segundo maior produtor mundial de soja. TEMA 3 – CADEIAS PRODUTIVAS NO AGRONEGÓCIO 21/09/2022 08:39 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 9/24 Créditos: Davizro Photography/Shutterstock. Esta abordagem vai tratar de maneira mais aprofundada um dos conceitos do agronegócio: a cadeia produtiva. A definição de cadeia produtiva pode ser atribuída como todos os processos que ocorrem em todas as fases do desenvolvimento da produção agrícola ou pecuária. Portanto, ela envolve as etapas de antes, dentro e depois da porteira, pois elas têm operações que se inter-relacionam com a finalidade principal que é a comercialização. Outros pontos que fazem com que a cadeia produtiva alcance um patamar de destaque são a questão da globalização e das tecnologias e inovações que cercam o setor. Desta maneira, é possível entender que a cadeia produtiva envolve negócios e cooperação entre todos os elos do segmento, desde identificar as necessidades e/ou as perspectivas de um segmento, ou até mesmo detectar as fragilidades que ocorrem em outro. 3.1 OTIMIZAR A CADEIA PRODUTIVA Para uma cadeia produtiva funcionar de forma organizada e interligada, ela precisa que todas as etapas estejam sincronizadas para garantir que o produto chegue à mesa do consumidor com qualidade. Mas se por um acaso ocorrerem erros nessa sincronia, com certeza vai gerar uma sucessão de falhas que podem afetar todo o processo de integração da cadeia produtiva. 21/09/2022 08:39 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 10/24 Portanto, otimizar a cadeia produtiva permite que todo o processo de produção aconteça de forma síncrona, gerando diminuição nos custos operacionais e aumentando a competitividade do setor. Quando se trata da finalização do produto, outro benefício que desponta é a diminuição do desperdício e consequentemente a redução de perdas e prejuízos no processo da cadeia produtiva. 3.2 ETAPAS DA CADEIA PRODUTIVA No agronegócio brasileiro, as empresas que atuam no setor agropecuário seguem, na maioria das vezes, cinco etapas dentro da sua cadeia produtiva. Cada uma dessas etapas acaba se beneficiando de todas as informações e do andamento envolvidos no processo. Por exemplo, uma cadeia produtiva que está envolvida de maneira correta em todas as etapas acaba identificando os problemas que podem ocorrer durante o trajeto de produção, facilitando os acertos e evitando os prejuízos. A cadeia produtiva do agronegócio segue cinco etapas. Vamos ver cada uma delas. 1. Insumos: são empresas que fornecem uma infinidade de produtos que ajudam na produção, como exemplos: sementes, máquinas e implementos, fertilizantes, agroquímicos, ração para os animais, tecnologias etc. Enfim, faz parte da primeira etapa da cadeia, aquela que está no antes da porteira, e sem ela, a próxima etapa não acontece, ou seja, a produção. 2. Produção: essa etapa é a que ocorre dentro da porteira. Os produtores rurais, ao adquirirem os insumos, podem dar andamento ao processo de produção, seja deorigem animal ou vegetal. A partir daqui, todas as etapas são as que ocorrem depois da porteira. 3. Processamento: é onde entram as agroindústrias que vão tratar os produtos vindos das propriedades rurais. As agroindústrias podem fazer o tratamento do produto (limpar, secar, armazenar, padronizar e empacotar o produto, por exemplo, o arroz). Mas também tem a agroindústria, que transforma o produto, como depois do abate do frango, em que se faz o empacotamento dessa carne, por exemplo. 4. Distribuição: essa etapa é a passagem do que acontece com a matéria-prima que vem da etapa de processamento até chegar à mesa do consumidor. Esse setor é marcado pelos distribuidores, os chamados varejistas, atacadistas, atacarejos, enfim, todos os locais onde abastecem os pontos de vendas (supermercados, mercearias, lojas de conveniências etc.) e o mercado externo. O importante é que os produtos fiquem pouco tempo nessa etapa da cadeia produtiva, pois precisamos lembrar que a maioria são produtos perecíveis e que o seu consumo é quase imediato. 21/09/2022 08:39 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/24 5. Consumidor final: chegamos ao final da cadeia produtiva, é quando os produtos produzidos no dentro da porteira chegam à mesa do consumidor final. Este consumidor pode ser estar tanto no mercado doméstico como no mercado internacional. 3.3 CLUSTER E ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS Estes dois termos são aplicados em vários contextos, mas aqui vamos tratar deles dentro do setor do agronegócio. Cluster: é um termo em inglês que significa ‘aglomerar’. Então, o sistema de cluster pode ser entendido como a aglomeração ou união de vários atores que participam de um mesmo setor em determinada região. Desta maneira, essa união acaba gerando capacidade de inovar e aprimorar conhecimento para assim obter vantagens competitivas. Dentro do setor do agronegócio, o cluster acaba sendo um sistema que se torna vantajoso, para as pequenas e médias empresas que participam da mesma cadeia produtiva, pois as dificuldades enfrentadas por eles, principalmente pelo ponto de vista econômico, podem ser minimizadas ou até mesmo sanadas a partir dessa união. Segundo Santos (2003, p. 29) a definição de cluster pode ser entendida como: Cluster é a reunião de pequenas empresas de um mesmo setor em uma região. Sua principal característica é a maior ênfase na competitividade, embora haja cooperação entre os empreendimentos no que se refere a ações que ofereçam vantagem para todos (a participação em feiras e em consórcios, por exemplo). Portanto, o sistema de cluster acaba associando a economia com a localidade onde a cadeia produtiva atua, para assim ter a produção ligada à competitividade. Arranjo Produtivo Local (APL): é o termo mais utilizado no Brasil. Tem os mesmos objetivos do cluster. O conceito do APL, conforme o Ministério da Economia (2017), são aglomerações de empresas e empreendimentos, localizados em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva, algum tipo de governança e mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais, tais como: governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa. Desta forma, o conceito de APL abrange aglomerados produtivos em que os atores de um mesmo segmento comercial possam minimizar os custos de produção através da cooperação entre todos os 21/09/2022 08:39 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/24 envolvidos. Ou seja, todos os esforços são voltados à realidade do local e ao bem-estar de todos os atores envolvidos no arranjo produtivo. TEMA 4 – INSUMOS AGRÍCOLAS Créditos: Canetti/Shutterstock. Para o desenvolvimento da produção agrícola, é indispensável o uso de insumos agrícolas. Estes insumos são necessários para a produção de produtos agropecuários ou para os serviços desenvolvidos para o setor, isto é, utilizados tanto na produção como na matéria-prima. Exemplos de insumos: defensivos agrícolas (químico e orgânico), fertilizantes (químico ou orgânico), máquinas e implementos etc. 4.1 DEFENSIVOS AGRÍCOLAS Defensivo agrícola, agroquímico, agrotóxico são termos que designam a mesma coisa. O objetivo do uso desse insumo é prevenir, controlar e eliminar organismos considerados pragas (insetos, fungos, plantas invasoras etc.) que competem com o desenvolvimento da cultura principal. Para seu conhecimento: você sabia que o termo agrotóxico foi denominado no livro do professor Adilson D. Paschoal, em 1977, aqui no Brasil? De lá para cá, o termo passou a ser utilizado pela maioria 21/09/2022 08:39 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/24 das pessoas quando quer designar esse tipo de insumo. O termo tem origem grega e significa ágros (campo) e toxicon (veneno). Desse modo, os defensivos agrícolas químicos sempre tiveram uma relação conturbada com o seu uso, devido ao alto grau de toxicidade (a substância química tem capacidade de provocar efeitos nocivos a um organismo vivo) e com a possibilidade de as pragas adquirirem resistência à sua letalidade. Portanto, podemos entender que é um assunto polêmico e complexo, mas que precisa ser tratado com responsabilidade, ética e compromisso socioambiental. De acordo com a finalidade e sua aplicação, os defensivos agrícolas podem ser denominados como inseticidas, nematicidas, fungicidas, acaricidas e herbicidas. A Croplife Brasil criou um infográfico que mostra os defensivos agrícolas e os relacionam com as pragas que eles combatem. Veja abaixo: Fonte: Mais Soja, 2020. Segundo Silva (2012, p. 6) os principais defensivos agrícolas são descritos como: 21/09/2022 08:39 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/24 Os principais tipos de defensivos são: Herbicidas – produtos destinados a eliminar ou impedir o crescimento de ervas daninhas. Podem ser classificados de acordo com: sua atividade (de contato ou sistêmicos), uso (aplicados no solo, pré-emergentes ou pós-emergentes) e modo de ação sobre o mecanismo bioquímico da planta. Podem ser também segmentados em: herbicidas não seletivos (que destroem todas as plantas) e seletivos (aqueles que atacam unicamente a praga, preservando a lavoura). Inseticidas – são produtos à base de substâncias químicas ou agentes biológicos destinados a eliminar insetos. Há três grandes famílias de compostos químicos: os organossintéticos, os inorgânicos e os botânicos ou bioinseticidas. Fungicidas – são agentes físicos, químicos ou biológicos destinados a combater os fungos. Também podem eliminar plantas parasíticas e outros organismos semelhantes. Acaricidas – produtos químicos destinados a controlar ou eliminar ácaros, especialmente em frutas cítricas, como a laranja. Agentes biológicos de controle – organismos vivos que atuam por meio de uma ação biológica como a de parasitismo ou de competição com a praga. Defensivos à base de semioquímicos – armadilhas semelhantes aos feromônios naturais, que emanam pequenas doses de gases capazes de atrair e capturar insetos. São específicos para cada espécie de praga e agem em concentrações reduzidas e de baixo impacto ambiental. Produtos domissanitários – destinam-se às regiões urbanas, com suas principais categorias de produtos divididas em: inseticidas domésticos, moluscicidas, rodenticidas e repelentes de insetos. Com essas informações, é possível saber que a composição dos defensivos agrícolas está relacionada ao seu princípio ativo, isto é, eles são responsáveis pela ação que esses princípios terão sobre a praga que está acometendo a lavoura. Já os defensivos agrícolas de origem biológica ou biodefensivos são produzidos a partir de um ativo biológico, ou seja, um ativo de origem natural. O objetivo desses biodefensivos é lidar com os agentes (doenças ou pragas) que estejam prejudicando a principal cultura — porém, o mais importante, sem destruir o meio ambiente. Muitas empresas realizam pesquisas com esses princípios ativos biológicos paradesenvolverem formulações biológicas que serão comercializadas, mas é preciso informar a praticabilidade dessa tecnologia. Então, ao optar pelo uso dessas formulações biológicas, é preciso fazer questionamentos sobre: onde será aplicado? Qual a cultura? Quais as pragas ou doenças serão combatidas? A partir daí, a 21/09/2022 08:39 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/24 escolha será feita de forma assertiva por parte do produtor rural. Desta maneira, os produtores rurais que optarem por trabalhar com os defensivos biológicos estão cientes de quem vão utilizar um produto livre de ações químicas em suas formulações, produzindo uma agricultura orgânica que vai atender a uma demanda de mercado em alta, pois muitos consumidores estão preferindo consumir produtos agrícolas orgânicos. Como aponta Halfeld-Vieira (2016, p. 51), a prática de uso de biodefensivo tem aumentado no Brasil: A utilização de Agentes de Controle Biológico (ACB) para a proteção de plantas contra pragas e doenças tem aumentado significativamente nos últimos anos no Brasil. Tal fato pode ser creditado a alguns fatores, dentre eles a pressão da sociedade em busca de alimentos mais saudáveis e com menor volume de resíduos nocivos ao ser humano. Por outro lado, a crescente preocupação com a preservação ambiental e a consequente necessidade de diminuição do uso de agroquímicos convencionais também se mostra relevante. Neste contexto, a eficiência no controle de tais pragas e doenças pelos ACBs produzidos em escala comercial e a demanda por produtos orgânicos, com certificação de origem comprovada, também contribuiu para uma maior procura pelo controle biológico bem como facilitou a sua divulgação. A Croplife Brasil também criou um infográfico para mostrar a classificação dos produtos de origem biológicos. Veja abaixo: Fonte: elaborado com base em Mais Soja, 2020. É importante salientar que, mesmo sendo um produto biológico (biodefensivo), a comercialização segue as mesmas regras de um produto químico (agroquímico), isto é, a obrigatoriedade do receituário agronômico (documento prescrito por um profissional habilitado), em que constam todas as 21/09/2022 08:39 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/24 informações e recomendações técnicas de como utilizar o produto. Esta determinação consta na Lei n. 7.802/1989, regulamentada pelo Decreto n. 4.074/2002. 4.2 DESTINAÇÃO CORRETA DE EMBALAGENS DE DEFENSIVOS Após a utilização dos defensivos, é necessário dar a destinação final correta para as embalagens vazias, para evitar qualquer risco de contaminação do meio ambiente e para a saúde das pessoas. A preocupação com a destinação correta destas embalagens é tão grande que o governo elaborou uma lei e decretos (Federal) para regulamentar este processo de descarte (Lei Federal n. 9.974 de 06/06/00 e Decreto n. 3.550 de 27/07/00). Segundo o manual elaborado pela Associação Nacional dos Distribuidores de Defensivos Agrícolas e Veterinários (ANDAV) (2000, p. 3), Os usuários deverão: a. Preparar as embalagens vazias para devolvê-las nas unidades de recebimento; Embalagens rígidas laváveis: efetuar a lavagem das embalagens (Tríplice Lavagem ou Lavagem sob Pressão); Embalagens rígidas não laváveis: mantê-las intactas, adequadamente tampadas e sem vazamento; Embalagens flexíveis contaminadas: acondicioná-las em sacos plásticos padronizados. b. Armazenar, temporariamente, as embalagens vazias na propriedade; c. Transportar e devolver as embalagens vazias, com suas respectivas tampas, para a unidade de recebimento mais próxima (procurar orientação junto aos revendedores sobre os locais para devolução das embalagens), no prazo de até um ano, contado da data de sua compra; d. Manter em seu poder os comprovantes de entrega das embalagens e a nota fiscal de compra do produto. Os revendedores deverão: a. Disponibilizar e gerenciar unidades de recebimento (postos) para a devolução de embalagens vazias pelos usuários/agricultores; b. No ato da venda do produto, informar aos usuários/agricultores sobre os procedimentos de lavagem, acondicionamento, armazenamento, transporte e devolução das embalagens vazias; c. Informar o endereço da unidade de recebimento de embalagens vazias mais próxima para o usuário, fazendo constar esta informação na Nota Fiscal de venda do produto; d. Fazer constar dos receituários que emitirem, as informações sobre destino final das embalagens; 21/09/2022 08:39 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/24 e. Implementar, em colaboração com o Poder Público, programas educativos e mecanismos de controle e estímulo à LAVAGEM (Tríplice ou sob Pressão) e à devolução das embalagens vazias por parte dos usuários. Os fabricantes deverão: a. Providenciar o recolhimento, a reciclagem ou a destruição das embalagens vazias devolvidas às unidades de recebimento em, no máximo, um ano, a contar da data de devolução pelos usuários/agricultores; b. Informar os Canais de Distribuição sobre os locais onde se encontram instaladas as Centrais de Recebimento de embalagens para as operações de prensagem e redução de volume; c. Implementar, em colaboração com o Poder Público, programas educativos e mecanismos de controle e estímulo à lavagem (Tríplice e sob Pressão) e à devolução das embalagens vazias por parte dos usuários; d. Implementar, em colaboração com o Poder Público, medidas transitórias para orientação dos usuários quanto ao atendimento das exigências previstas no Decreto n. 3550, enquanto se realizam as adequações dos estabelecimentos comerciais e dos rótulos e bulas; e. Alterar os modelos de rótulos e bulas para que constem informações sobre os procedimentos de lavagem, armazenamento, transporte, devolução e destinação final das embalagens vazias. A tríplice lavagem é um método de lavagem das embalagens de defensivos químicos que prevê a higienização dessas embalagens, eliminando os restos de resíduos de produtos tóxicos que ainda podem estar presentes nas paredes das embalagens (Chiquetti, 2005). O infográfico abaixo mostra a metodologia da tríplice lavagem. Fonte: LARR, 2014 4.3 BIOFERTILIZANTES Dentro de todo o processo das práticas agrícolas, a adubação é uma das mais caras, ou seja, é responsável por boa parte dos custos de toda a produção agrícola. Então, o uso do biofertilizante acaba sendo uma maneira de complementar a adubação de fertilizantes sólidos, já que pode ser produzido com materiais encontrados na propriedade ou no comércio local e sua preparação acontece 21/09/2022 08:39 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/24 de maneira rápida. Além de reduzir os custos, proporciona a sustentabilidade da cultura, melhora a qualidade do solo e consequentemente auxilia na produtividade. É um adubo orgânico líquido que fornece nutrientes essenciais para as plantas, melhora a qualidade do solo e auxilia no controle de doenças. Pode ser aplicado de duas maneiras: pulverizando as folhas ou aplicando junto à água de irrigação. Desta maneira, proporciona uma resposta mais rápida para o crescimento das plantas, já que é absorvido mais rápido do que o adubo sólido. Para isso, deve ser diluído entre 2 a 10% em cada aplicação, como aponta a Embrapa (2021). O biofertilizante, de acordo com a Embrapa (2021), é obtido pela fermentação anaeróbica (sem presença de ar) de restos das culturas ou de dejetos de animais. Além disso, pode atuar como um corretivo do pH do solo, pois possui um pH básico (em torno de 7,5). Outro importante benefício da utilização do biofertilizante é o aumento de microrganismos, que favorecem a saúde e a vida do solo. A Embrapa (2021) determina que “ a pulverização do biofertilizante deve ser feita sempre depois de regas ou chuvas, ou nas horas mais frescas do dia. A frequência e época de adubação obedecem ao calendário de cada espécie”. O uso de biofertilizante tem oferecido bons resultados para a produção de hortaliças e de cereais. Mas importante saber que, aquino Brasil, é proibida a aplicação do biofertilizante de origem de dejeto de animais em hortaliças que são consumidas cruas. 4.4 ADUBAÇÃO VERDE Esse tipo de adubação utiliza espécies de plantas das famílias (leguminosas, gramíneas, crucíferas e cereais) que ajudam o solo a melhorar as suas condições físicas, químicas e biológicas, ou seja, torna o solo mais fértil. Essa técnica acaba promovendo a reciclagem de nutrientes do solo. Desse modo, é possível regenerar e/ou promover a melhoria em solos pobres, ou até conservar os solos que são altamente produtivos. Esta prática agrícola se dá devido à relação dessas plantas com as bactérias (rizóbio) que aparecem em suas raízes, isto é, ocorre uma simbiose. Elas são capazes de remover o nitrogênio presente no ar e fixar no solo, assim ficando fértil. 21/09/2022 08:39 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/24 O exemplo apresentado pela Embrapa Agrobiologia (2011) quanto à adubação verde com o uso de espécies de plantas leguminosas: Há espécies como leguminosas, que se associam a bactérias fixadoras de nitrogênio do ar, transferindo-o para as plantas. Estas espécies também estimulam a população de fungos micorrízicos, microrganismos que aumentam a absorção de água e nutrientes pelas raízes. Os benefícios trazidos pela associação entre leguminosas e bactérias fixadoras de nitrogênio podem ser obtidos através de práticas como a inoculação de sementes no momento do plantio. Como as raízes dessas plantas são profundas, elas acabam sendo associadas como um arado biológico, pois ao ocorrer a decomposição das suas raízes, criam espaços que propiciam o surgimento de microrganismos que ajudam em descompactar o solo. Para a fertilidade do solo, o nitrogênio tem como função auxiliar no crescimento das plantas, desenvolvendo as suas células e os seus tecidos. Desta forma, a adubação verde, através da fixação do nitrogênio no solo, garante que a principal cultura comercial terá um crescimento acelerado. Com essa prática, ocorre a diminuição de perda de água no solo, recuperando as áreas degradadas. Associar a adubação verde com o sistema de plantio direto possibilita a formação de palhada, ajudando na proteção do solo e dificultando o aparecimento de plantas invasoras no local do plantio. A Embrapa Agrobiologia (2011) aponta as maneiras de se utilizar a adubação verde: Em pré-cultivo ou rotação de culturas: quando são utilizadas antes ou depois de uma cultura para melhorar o solo para a cultura que será plantada em seguida. Em consórcio: pode ocorrer o plantio conjunto da cultura e do adubo verde e em seguida o corte e deposição do material sobre o solo para fornecer nutrientes ainda para esta cultura, ou então o plantio na parte final do ciclo da cultura, sendo que o adubo verde se desenvolve na parte final e após o ciclo de cultura, beneficiando a cultura seguinte. Cultivo em faixas: quando se cultivam faixas de leguminosas perenes ou semiperenes separando talhões de culturas e as leguminosas são podadas periodicamente para adubar as culturas. Por fim, a prática de adubação verde determina que espécies de plantas atuem como ferramentas que ajudam a melhorar as características físicas, químicas e biológicas do solo. Esse tipo de técnica, devido à sua praticidade, acaba atraindo mais produtores rurais que buscam retorno financeiro aliado às questões ambientais. 21/09/2022 08:39 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 20/24 TEMA 5 – CINTURÕES VERDES Créditos: BearFotos/Shutterstock. O cinturão verde pode ser denominado como uma área com vegetação que fica próximo das áreas urbanas, nas zonas periféricas. Nas áreas ao redor das áreas urbanas ou de áreas industriais, é costume implantar os cinturões verdes (áreas verdes que podem ser destinadas para produção de hortaliças, fruticultura, parques, reservas ambientais, chácaras etc.). Estes locais se comportam como uma barreira para interceptar o ar poluído vindo das áreas urbanas, pois as plantas podem remover os poluentes atmosféricos, ajudando na melhoria da qualidade do ar. 5.1 UTILIZAÇÃO DOS CINTURÕES VERDES Os cinturões verdes implantados no entorno dos centros urbanos ajudam a melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes. Nessas áreas urbanas, o desmatamento está sempre ocorrendo devido às constantes construções civis (edifícios, centros comerciais, condomínios etc.). Portanto, os cinturões verdes acabam servindo para inúmeras possibilidades. Veja alguns exemplos: 21/09/2022 08:39 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/24 Amenização climática: essas áreas verdes ajudam na qualidade do ar, além de manter o microclima, evitando a elevação das temperaturas, ou seja, amenizando a questão do conforto térmico das áreas urbanas. Produção de alimentos: função extremamente importante, produzir alimentos (hortaliças e frutas). Devido à sua localização, os alimentos chegam mais frescos e mais baratos nas cidades próximas. Além disso, o uso de menos transporte causa menos poluição do ar. Área de lazer: são locais para que a população possa manter contato com o meio natural (parques, horto florestal, jardins etc.). Esta área se transforma em um espaço humanizado, locais onde possa relaxar e ter contato com a biodiversidade, ou seja, gerando um ambiente propício para o desenvolvimento da saúde física e mental. Área de preservação ambiental: área de valor inestimável para o bem-estar do ser humano. Este local é um ecossistema que precisa ser preservado para que haja a manutenção da biodiversidade. Sequestro do CO2: é o papel importante das vegetações encontradas nos cinturões verdes que se tornam uma barreira física para evitar o avanço de poluentes vindo das cidades. Área de educação ambiental: esses ambientes são importantes corredores ecológicos, onde a biodiversidade pode servir para o desenvolvimento de estudos e pesquisas na área ambiental. Turismo sustentável: ambiente com potencial para atender à necessidade dos habitantes das áreas urbanas poderem se conectar com a natureza, ou seja, desenvolver atividades ecológicas, práticas esportivas junto à natureza, comercialização de produtos produzidos na região. Esse tipo de turismo acaba gerando renda para vários setores das comunidades integrantes desse ambiente. 5.2 CINTURÕES VERDES AGROECOLÓGICOS (CVA) O cinturão verde agroecológico tem como ponto de equilíbrio assegurar a conservação da biodiversidade com a produção de alimentos e que atendam ao bem-estar da população que vive no entorno. Como utilizam as práticas agroecológicas, esses alimentos produzidos nesses cinturões verdes são voltados para a produção de alimentos orgânicos (verduras, legumes e frutas) que vão abastecer os locais de comercialização desses produtos (mercados, feiras de produtores, quitandas, sacolões etc.), onde o consumidor adquire um alimento mais fresco, de qualidade, mais barato e livre da presença de agroquímicos. 21/09/2022 08:39 UNINTER https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 22/24 Com o manejo correto aplicado nesses ambientes, os produtores, além de obterem a produtividade dos seus produtos, também são responsáveis por ajudar a preservar o meio ambiente e, com isso, impulsionar um mercado onde há uma valorização social, econômica e ambiental. Por fim, os cinturões verdes agroecológicos atendem às necessidades dos centros urbanos em oferecer um alimento mais saudável, livres de insumos agrícolas químicos, além de contribuir para a preservação e conservação do solo e da água. FINALIZANDO Chegamos ao fim do nosso estudo. O que foi tratado serve para um vasto conhecimento de assuntos ligados e interligados à formação e atuação do profissional das Ciências Agrárias. Abordamos assuntos como a ruralidade no Brasil, o panorama do agronegócio, as cadeias produtivas, o uso dos insumos agrícolas e, por fim, os cinturões verdes. Estes temas tratam a nos levam a práticas atuais, indispensáveis aos profissionais das Ciências Agrárias. Utilize eamplie esses conhecimentos adquiridos ao longo dos conteúdos. Seja muito feliz! Bons estudos! REFERÊNCIAS BRASIL. Decreto n. 4.074, de 4 de janeiro de 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/d4074.htm>. Acesso em: 18 jul. 2022. _____. Lei n. 7.802, de 11 de julho de 1989. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7802.htm>. Acesso em: 18 jul. 2022. CHIQUETTI, S. C. Eficiência da tríplice lavagem em unidades de recebimento de embalagens de agrotóxicos. 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