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Núcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professor: Raphael Tomaz
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
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Esta unidade analisará as investigações geotécnicas. Especi-
ficamente, foram enfocadas: a) introdução à investigação geotécnica, 
b) sondagem a percussão, sondagens rotativas e ensaios de pene-
tração estática tipo CPT/CPTu e c) ensaio dilatométrico de Marchetti, 
ensaio pressiométrico e casos históricos. Trata-se de uma pesquisa 
desenvolvida pelo método hipotético-dedutivo, cuja hipótese está rela-
cionada ao fato de as investigações geotécnicas desempenharem um 
papel fundamental em obras e no estudo dos solos. Essa abordagem 
justifica-se, pois, consegue-se avaliar os diferentes tipos de solos, 
suas características e propriedades, isso permite que os profissionais 
possam projetar edificações, túneis, pontes, dentre outros tipos de edi-
ficações, de forma adequada. Os resultados mostraram que as inves-
tigações geotécnicas são essenciais para a garantia da integridade do 
ambiente, pois, consegue-se evitar desastres que impactam o meio 
ambiente e as pessoas. É importante que os ensaios e as sondagens 
sejam executados sob a supervisão de profissionais qualificados, uma 
vez que, eles conhecem as normas e o modo de execução dos traba-
lhos, assim, assegura-se resultados coerentes.
Investigação Geotécnica. Sondagem. Ensaios. Solos. Amostras.
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 CAPÍTULO 01
INTRODUÇÃO À INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
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Generalidades das Investigações Geotécnicas ___________________
Sondagem Rotativa ____________________________________________
Amostragem em Solo ___________________________________________
 CAPÍTULO 02
SONDAGEM A PERCUSSÃO, SONDAGENS ROTATIVAS E ENSAIOS 
DE PENETRAÇÃO ESTÁTICA TIPO CPT/CPTU
Sondagens a Percussão ________________________________________ 31
28Recapitulando ________________________________________________
21Ensaio de Palhetas _____________________________________________
42Ensaio de Penetração Estática Tipo CPT/CPTu __________________
Recapitulando _________________________________________________ 46
 CAPÍTULO 03
ENSAIO DILATOMÉTRICO DE MARCHETTI, ENSAIO PRESSIOMÉTRI-
CO E CASOS HISTÓRICOS
Ensaio Dilatométrico de Marchetti _____________________________ 50
Ensaio Pressiométrico _________________________________________ 56
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Casos Históricos _________________________________________________ 63
Recapitulando __________________________________________________ 67
Fechando a Unidade ____________________________________________ 72
Considerações Finais ____________________________________________ 75
Referências _____________________________________________________ 76
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As investigações geotécnicas são importantes para assegurar a 
integridade de prédios, túneis e demais tipos de construção. Por meio de-
las, consegue-se avaliar o comportamento dos solos, suas camadas, suas 
características e suas propriedades. Essa ferramenta é importante para os 
profissionais que trabalham na área geotécnica. Todas as operações liga-
das à investigação devem ser executadas por profissionais especializados, 
uma vez que, essa é uma atividade de grande impacto no ambiente.
Existem diversas formas de realizar investigações geotécnicas, 
e elas podem ser realizadas em campo, in situ, ou no laboratório. É im-
portante que algumas medidas sejam seguidas quando da extração e ar-
mazenamento de amostras. Esses cuidados são necessários para evitar 
o comprometimento destas, o que pode afetar os resultados dos ensaios. 
Para isso, existem algumas normas que devem ser seguidas, não só para 
a execução dos procedimentos de investigação, mas também para a ex-
tração e coletas de amostras, por isso, é essencial segui-las. 
Dentre os métodos investigativos, existem as sondagens e os 
ensaios, como a sondagem rotativa, a sondagem a percussão, o ensaio 
de palhetas, a penetraçãoestática, o ensaio dilatométrico de Marchetti, o 
ensaio pressiométrico, dentre outros. Desses métodos, a sondagem a per-
cussão é o método mais simples e mais utilizado no Brasil. Isso se deve ao 
seu baixo custo e simplicidade, porém, é importante destacar que a sonda-
gem deve ser executada sob a supervisão de um profissional capacitado.
A maioria dos ensaios são normatizados, por isso, devem ser 
executados de acordo com a norma, a fim de atenderem às particularida-
des do ensaio e obter resultados significativos que podem contribuir para 
a avaliação do perfil geotécnico do solo. Dessa forma, é possível fornecer 
dados precisos que auxiliam na garantia da integridade das obras.
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GENERALIDADES DAS INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS
Nas análises geotécnicas, o profissional atua realizando sonda-
gens para conhecer as camadas de solo, determinando suas proprieda-
des mecânicas, como deformidade e/ou resistência. O profissional deve 
estudar a hidrologia subterrânea, determinando quais camadas são se-
guras para realizar o serviço ou para a execução de uma fundação. 
Em algumas situações, por meio das análises, pode-se afir-
mar que o solo/subsolo pode precisar de tratamentos preliminares para 
receber a obra. Isso só ocorre quando os solos são moles, não aden-
sados, expansíveis, colapsáveis, dentre outros tipos. Esse problema é 
bem comum em locais ocupados de forma inapropriada pelo crescimen-
to urbano desordenado. Nesses casos, a estabilização é realizada por 
INTRODUÇÃO À INVESTIGAÇÃO
GEOTÉCNICA
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meio de tratamentos superficiais, como a construção de elementos para 
drenagem e a construção de muros de contenção ou taludes naturais.
As investigações geotécnicas são realizadas para reconhecer 
o perfil dos solos, bem como suas características geotécnicas. Para 
entender a relevância e o interesse para a realização das investigações 
geotécnicas é essencial responder a algumas perguntas:
• Qual a investigação geotécnica adequada?
• Como identificar a melhor investigação? 
• Qual a melhor investigação para fornecer dados significativos 
para o projeto?
A realização de projetos considerando-se aspectos geotécnicos e 
geológicos é uma boa maneira de realizar a engenharia, pois, o profissional 
precisa trabalhar para solucionar possíveis problemas, evitando atuar na 
correção de problemas que já ocorreram. A investigação geotécnica é uma 
atividade importante não só para a sociedade, mas, também para a esfera 
pública e para o engenheiro geotécnico, uma vez que, ela consegue prever 
possíveis problemas em fundações de edificações, por exemplo.
Conhecer as condições do subsolo, como as suas caracterís-
ticas geotécnicas e o perfil do solo a ser trabalhado é algo essencial na 
elaboração de projetos de fundação. Esse processo assegura a econo-
micidade e a segurança das obras e é importante que essas atividades 
sejam desenvolvidas com o apoio de estudos orográficos, hidrográficos, 
pedológicos e geológicos da região de interesse. Em investigações ge-
otécnicas para construção de fundações, é essencial estabelecer um 
programa a fim de determinar os objetivos que precisam ser atingidos, 
assim, vale destacar que é preciso:
• realizar a investigação preliminar para identificar as caracte-
rísticas principais do terreno, estipulando sua estratigrafia,
• realizar a investigação de projeto ou complementar para ava-
liar características relevantes do subsolo a fim de caracterizar as princi-
pais propriedades das principais camadas do solo,
• realizar a investigação para a execução com o objetivo de 
confirmar condições do projeto nas áreas críticas da obra.
Quando não há investigação geotécnica ou quando os resulta-
dos gerados são interpretados inadequadamente, ocorre a elaboração 
de projetos inadequados, a elevação dos custos devido a modificações 
para corrigir falhas, atrasos ou ruptura da obra e até mesmo problemas 
ambientais. As investigações geotécnicas são essenciais para assegu-
rar a responsabilidade ambiental e social, permitindo minimizar os cus-
tos e os riscos causados pelas obras. 
É importante destacar que as análises e os resultados das in-
vestigações geotécnicas constituem um documento integrante do pro-
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jeto das obras. Por meio das investigações geotécnicas consegue-se 
identificar características estruturais e geométricas fornecendo dados 
essenciais para solucionar possíveis problemas no projeto. É importan-
te contar com softwares especializados para realizar as análises, mas, 
deve-se saber interpretar os dados e analisar as variáveis considerando 
as particularidades e as características dos solos das diversas regiões.
A investigação prévia da superfície fornece dados importantes 
acerca de suas características geotécnicas e geológicas. Porém, com 
as investigações subsuperficiais, é possível obter dados mais confiá-
veis, além de amostras para a realização de ensaios. A exploração sub-
superficial é algo caro, entretanto, para minimizar seus custos e tempo, 
a realização dos programas de exploração subsuperficiais precisa ser 
feita seguindo-se alguns passos: o reconhecimento do local, a investi-
gação superficial e, por fim, a escolha da instrumentação.
A investigação subsuperficial é um processo iterativo, ou seja, 
agrega diversas adaptações e procedimentos com a descoberta de novas 
informações. Dessa forma, consegue-se testar diversas hipóteses para 
realizar o trabalho, além de propor estratégias para a sua mitigação. A 
seleção dos métodos para a exploração e o desenvolvimento dos planos 
de programas de exploração subsuperficial é baseada nos objetivos do 
projeto, que podem ser condições geológicas, tamanho da área de desli-
zamento, condições superficiais, limitações orçamentárias e de tempo e 
acesso à área. É importante que o engenheiro geotécnico utilize todos os 
dados disponíveis sobre o local de investigação, como planos de constru-
ção, tratamento ou reparação. Esses documentos complementares são 
essenciais para melhorar o processo de planejamento investigativo.
Os programas de exploração subsuperficial precisam gerar in-
formações que permitam quantificar e qualificar as características e as 
propriedades dos materiais obtidos no processo. Por isso, é essencial 
que os programas de exploração disponham de dados como pressões 
em camadas aquíferas, poros, valores do ângulo de atrito e da resistência 
da ruptura por cisalhamento em condições residuais e indeformadas dos 
depósitos geológicos em análise, a profundidade, para que haja o contro-
le das características, além de limites verticais e laterais de deslizamento.
Com a interpretação dos dados, consegue-se identificar e 
quantificar possíveis soluções para as obras. Para obter esses dados 
existem diversos métodos para investigação subsuperficial, que podem 
ser divididos nas seguintes categorias:
• métodos para levantamento/reconhecimento (geológico, to-
pográfico, geotécnico, dentre outros),
• métodos geofísicos superficiais e de perfuração,
• sondagens com ensaios e com amostragens (rotativa, SPT, 
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dentre outras),
• sondagem com amostragem/registro contínuo,
• ensaios de campo (palheta, pressiômetro, permeabilidade, 
dentre outros),
• ensaios laboratoriais (compressibilidade, caracterização, re-
sistência e permeabilidade),
• procedimentos para amostragem (indeformada e deformada),
• instrumentação.
Para decidir o tipo, a quantidade e a localização de explorações 
subsuperficiais em uma investigação, deve-se levar em conta os dados 
e as informações necessárias para quantificar as possíveis hipóteses e 
o nível de investigação. Para realizaressas atividades, deve-se consi-
derar a segurança da equipe antes de ocupar o local para proceder à 
investigação. Desse modo, é importante que sejam construídas gaiolas 
para proteção, além de dispositivos para alerta, quando necessário. O 
local deve ser supervisionado por um engenheiro geotécnico com expe-
riência, garantindo o sucesso das investigações e assegurando que as 
especificações contidas no programa de investigação sejam cumpridas. 
Assim, realiza-se a atividade de campo adequadamente, permitindo-se 
o alcance dos resultados desejados.
Nos dias de hoje, existem diversos tipos de ensaio que podem 
ser realizados nos programas de investigação, com aplicações e usos 
para diversas condições de subsolo. É importante destacar que a maior 
parte dos parâmetros desejáveis são obtidos através dos ensaios de 
campo ou in situ. Esses ensaios podem ser divididos em dois grupos:
• Ensaios não destrutivos ou semidestrutivos: nesse tipo de en-
saio, a perturbação da estrutura geral do solo é mínima, o que requer 
pequenas modificações nas tensões efetivas de início. Esse grupo en-
globa ensaios geofísicos sísmicos, ensaio de placa e pressiômetros, 
sendo que esses ensaios permitem interpretações de dados rigorosas 
com números de hipóteses simplificadoras e,
• Ensaios destrutivos ou invasivos: que geram perturbação no 
solo pela imposição ou instalação de elementos ou instrumentos sensores 
no subsolo. Esses ensaios englobam as sondagens SPT e os ensaios CPT 
e dilatométrico. Os equipamentos utilizados nesses ensaios são mais ro-
bustos, porém, são mais fáceis de usar, além de apresentarem menor cus-
to quando comparado com os ensaios não destrutivos. Vale destacar que, 
normalmente, o mecanismo ligado ao processo de instalação é complexo, 
por isso, é possível realizar investigações rigorosas em poucos casos.
As investigações geotécnicas, principalmente as de campo, 
avançaram muito no que se refere aos equipamentos e aos procedi-
mentos para a obtenção dos parâmetros geotécnicos dos projetos. Isso 
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tem permitido adotar essas técnicas como uma prática da engenharia, 
possibilitando análises adequadas dos tipos de solo. 
Para conhecer um pouco mais sobre as investigações ge-
otécnicas, acesse:
https://blog.apl.eng.br/entenda-a-importancia-das-investi-
gacoes-geotecnicas-para-evitar-patologias-nas-suas-obras/.
AMOSTRAGEM EM SOLO
Para caracterizar um determinado volume de solo, normalmente, 
não é possível examiná-lo por completo, por isso, retiram-se amostras dele 
para submeter à análise. É importante que as amostras sejam representa-
tivas da parte a ser caraterizada, a fim de evitar erros. Para caracterizar um 
solo em laboratório e obter dados confiáveis, é importante que as amostras 
sejam de qualidade e os ensaios sigam os procedimentos determinados. 
Existem diversas normas nacionais e internacionais que tratam da 
amostragem e dos ensaios de solos, como a Norma Brasileira NBR 9820 – 
Coleta de amostras indeformadas de solos de baixa consistência em furos 
de sondagem, que trata de aspectos dos amostradores, além de procedi-
mentos para extração, armazenagem, transporte e uso das amostras em 
laboratórios a fim de assegurar a qualidade da amostra. Há ainda a Norma 
Brasileira NBR 9604 – Abertura de Poço e Trincheira de Inspeção em Solo, 
com Retirada de Amostras Deformadas e Indeformadas, que especifica os 
procedimentos básicos para abrir trincheiras e poços, além de definir os 
critérios para retirar amostras indeformadas e deformadas do solo.
Em laboratórios de geotecnia, dois tipos de amostras podem 
ser usados para realizar os ensaios: as amostras deformadas, que con-
sistem na fração do solo que está desagregada. Nesse caso, a amostra 
é utilizada quando se deseja avaliar a textura e a constituição dos mi-
nerais, assim avalia-se de forma táctil e visual as amostras em ensaios 
de classificação (massa específica de sólidos, limite de consistência e 
granulometria), de compactação e de preparação de amostras para os 
ensaios de permeabilidade, resistência ao cisalhamento e compressi-
bilidade. A extração dessas amostras até a profundidade de 1 metro 
pode ser feita com a utilização de ferramentas simples, como enxadas e 
pás, dentre outras. Em espessuras superiores a 1 metro, a extração das 
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amostras precisa ser feita com a utilização de ferramentas especiais, 
como amostradores de parede grossa ou trados. 
Já as amostras indeformadas têm formato cilíndrico ou cúbico, 
devendo representar a umidade e a estrutura do solo no dia em que foi 
retirada, bem como a composição mineral e a textura. Essas amostras 
permitem determinar as particularidades do solo in situ, como coefi-
ciente de permeabilidade, índices físicos, resistência ao cisalhamento e 
parâmetros de compressibilidade. As amostras deformadas podem ser 
obtidas de diversas formas, dependendo da densidade do solo, da cota 
da amostra e da localização do lençol freático. Para solos moles, que 
estão abaixo do nível da água, utilizam-se amostradores de parede fina, 
já em solos mais densos e que se localizam acima do nível da água, é 
preciso abrir um poço até a cota de interesse a fim de retirar do solo um 
bloco com o auxílio de uma caixa metálica ou de madeira com dimen-
sões apropriadas ao número e aos tipos de ensaios a serem feitos.
Na retirada de amostras deformadas, acima do nível da água, 
é importante realizar a limpeza inicial antes de começar o procedimento. 
Deve-se retirar raízes, vegetações superficiais e outros tipos de mate-
riais estranhos. Se a amostra for retirada de até um metro da superfície, 
realiza-se a escavação até a cota ou ponto de interesse com ferramen-
tas simples (mencionadas anteriormente), em seguida, faz-se a coleta. 
Para profundidades de 1 a 6 metros, pode-se utilizar trados do tipo ca-
vadeira, se o furo a ser realizado não precisar de revestimento. Quando 
a profundidade for superior a 6 metros, deve-se utilizar o trado helicoi-
dal. Os dois tipos de trado citados podem ser observados na figura 1.
Figura 1: Tipos de trado para sondagem
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (1986)
Quando as amostras precisarem ser retiradas abaixo do nível 
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da água, ou o serviço com o trado helicoidal se tornar difícil, deve-se 
utilizar um amostrador com parede grossa. Para cravar esse material 
no solo, utiliza-se a energia de um martelo em queda livre, que bate 
no amostrador e o fixa de forma dinâmica no solo. A figura 2 ilustra um 
amostrador de parede grossa. É importante destacar que a norma NBR 
9603 regulamenta a sondagem a trado.
Figura 2: Amostrador de parede grossa
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (1986)
Já nas amostras indeformadas, a viabilidade econômica e téc-
nica da obtenção da amostra se dá pela profundidade do nível da água 
e pela natureza do solo a ser analisado. Esses fatores auxiliam na de-
terminação dos recursos e do tipo de amostrador a se utilizar, pois, al-
gumas formações são mais difíceis de serem extraídas do que outras. 
Com isso, a retirada das amostras indeformadas pode ser dividida em 
duas categorias: as amostras indeformadas de superfície e as amostras 
indeformadas em profundidade. 
• Nas amostras indeformadas de superfície, a coleta do mate-
rial é feita nas proximidades da superfície do terreno natural ou perto 
da superfície de uma exploração acessível. Para isso, são utilizados 
amostradores que têm o aparamento, cilindros e anéis biselados (figura 
3 (a)), ou escavações, caixas (figura 3 (b)), como processo de avanço.
Figura 3: (a) cilindros e anéis biselados e (b) caixa para retirada de amostras 
indeformadas.
Fonte: Faculdade Sudoeste Paulista (2015)
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• Nasamostras indeformadas em profundidade, o processo 
para atingir a profundidade requerida é o mesmo da sondagem de re-
conhecimento, a diferença é que, nessa sondagem, utilizam-se amos-
tradores de paredes finas, amostradores de pistão estacionário, amos-
tradores de pistão, amostrador Denison ou barrilete triplo e amostrador 
de pistão Osterberg.
Dentre os amostradores de parede fina, o mais utilizado é o do 
tipo Shelby, que é constituído de um tubo de aço inoxidável ou de latão 
com espessura reduzida, ligado ao cabeçote que tem uma válvula esfé-
rica, dessa forma, com o avanço do amostrador no solo, o ar e a água 
escapam pela janela. A figura 4 mostra um amostrador de parede fina.
Figura 4: Amostrador de parede fina
Fonte: Faculdade Sudoeste Paulista (2015)
O amostrador é inserido no solo por pressão constante e está-
tica, sendo retirado quando estiver cheio. Assim, libera-se a camisa do 
cabeçote, selando-a e enviando-a para o laboratório. Esse amostrador 
é amplamente utilizado para extrair amostras em solos moles.
Cuidados com as Amostras
É preciso tomar alguns cuidados com as amostras, a fim de 
evitar erros nos resultados. Em amostras deformadas, é preciso retirar 
todos os corpos estranhos ao solo, caso isso não seja possível de ser 
feito em campo, é importante informar a presença de corpos estranhos 
a fim de que sejam realizadas as ações necessárias para assegurar a 
confiabilidade das amostras em laboratório. 
Nas amostras indeformadas, os cuidados precisam ser ainda 
maiores, pois, deseja-se assegurar a manutenção da umidade e a es-
trutura do solo, a seguir são descritos os principais cuidados a se tomar 
com as amostras indeformadas:
• No processo de abertura do poço e na retirada do bloco não 
se pode deixar que o sol incida diretamente nas amostras quando elas 
são retiradas na superfície, a escavação não pode ser até o topo da cota 
do bloco. Não se deve cravar a caixa no solo, pois, pode haver alteração 
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estrutural do solo, também não se deve deixar folgas entre a amostra e a 
caixa (caso isso não ocorra, preencher a caixa com solo solto e com a mes-
ma umidade). A amostra não pode ser vibrada e não deve ser tombada de 
forma brusca. O seu transporte até a superfície deve ocorrer rapidamente,
• No tratamento do bloco com tecido e parafina é importante estar 
atento para que o tratamento seja realizado em local aberto (ao ser quei-
mada, a parafina libera gases tóxicos), a primeira camada da parafina não 
pode estar muito quente. A primeira etiqueta precisa ser colocada no topo 
do bloco, de modo a evitar erros de identificação, o tecido poroso deve ser 
colocado em cima da primeira camada da parafina, sem pressioná-lo. A 
parafina colocada sobre o tecido precisa estar em uma temperatura mais 
elevada a fim de formar uma camada impermeável parafina, tecido, para-
fina. A segunda etiqueta deve ser posicionada sobre a primeira etiqueta,
• No transporte para o laboratório, é importante que a amostra seja 
posicionada no interior de outra caixa cercada de serragem e identificada 
como frágil, além de indicar sua posição de permanência no transporte,
• No armazenamento em laboratório, é essencial que a amos-
tra fique em uma câmara úmida e saturada. Não se deve movimentar a 
caixa sem necessidade, além de mantê-la em local seguro. A etiqueta 
precisa estar visível e legível,
• Para retirar amostras e realizar ensaios, deve-se retirar a pa-
rafina e o tecido, não deixar a amostra exposta ao ar por longos perí-
odos de tempo, colocar parafina onde se retirou a amostra antes de 
retornar com a amostra para a câmara úmida. Realizar um plano para 
utilização do bloco antes do corte, indicando onde será cortado.
Dimensionamento de Amostras
No dimensionamento das amostras a serem retiradas, é es-
sencial considerar o número e os tipos de ensaios a serem realizados, 
além das condições do local em que ocorrerá a amostragem. Ao se 
dimensionar uma amostra deformada, é preciso adotar como base a 
massa do sólido estimada a fim de calcular o total de material necessá-
rio para a realização de cada ensaio. Para determinar a massa de solo 
a ser retirada é importante saber qual o teor de umidade da jazida, que 
pode ser feito por estimativas tácteis e visuais ou por processos rápidos.
Nas amostras indeformadas, precisa-se levar em conta as di-
mensões dos corpos de prova, chegando-se, assim, às dimensões e 
ao número de blocos necessários. Para ambos os tipos de amostras, é 
importante considerar que poderão haver perdas de materiais ao longo 
dos ensaios, além da necessidade de repetição de alguns deles. Deve-
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-se considerar ainda que, em muitos casos, não é possível retirar mais 
material para teste devido a suas condições, a movimentação de pes-
soal, a distância do laboratório, além dos equipamentos que custarão 
ainda mais para a obra. Por isso, deve-se priorizar a sobra de material 
(não em excesso) e não o contrário.
Para as amostras deformadas, há a norma NBR 6457 denomi-
nada “Preparação de amostras para ensaios de compactação e ensaios 
de caracterização”, que define a quantidade de amostras de solos a 
serem preparadas nos ensaios de compactação e caracterização para 
a obtenção de partículas com tamanho inferior a 4,8 mm ou 4 mesh. 
No caso das amostras indeformadas, o dimensionamento pode 
ser associado à dimensão e ao tipo de amostrador utilizado para a co-
leta da amostra. Na amostragem em bloco, é essencial que ele tenha 
formato cúbico, com lados entre 20 e 30 cm. Dessa forma, consegue-se 
retirar entre 9 e 18 corpos de provas, com 12,5 cm de altura e 5,0 cm de 
diâmetro, considerando que o solo esteja em boas condições.
Os blocos não podem ter lados inferiores a 20 cm, uma vez 
que, esse fato irá diminuir consideravelmente a quantidade de amostras 
com as dimensões especificadas. Caso o bloco tenha os lados com di-
mensões superiores a 30 cm, seu peso ficará muito alto, o que dificulta 
seu manuseio, tanto em campo, quanto no laboratório.
Para ver um caso prático de amostragem, acesse: https://
sigarra.up.pt/fep/en/pub_geral.show_file?pi_doc_id=26895.
ENSAIO DE PALHETAS
O ensaio de palheta ou Vane Shear Test (VST) foi desenvolvido 
no ano de 1919 na Suécia, desde então tem sido amplamente utilizado 
na obtenção da resistência não drenada dos solos médios/moles, prin-
cipalmente quando se deseja realizar projetos para aterrar solos moles. 
A vantagem do ensaio de palhetas é a sua simplicidade, além de ser 
um ensaio prático e econômico quando se deseja determinar o valor da 
resistência ao cisalhamento não drenado para argilas moles.
A principal finalidade do ensaio de palhetas é determinar in situ 
a resistência de cisalhamento não drenada. Basicamente, o ensaio con-
siste em cravar uma palheta no solo (figura 5), aplicando torque em quan-
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tidade suficiente para cisalhar o solo por um movimento de rotação, per-
mitindo assim determinar a resistência não drenada do solo em campo 
(SU). (Posteriormente, o ensaio será explicado com mais detalhes).
Figura 5: Esquema do ensaio de palheta
Fonte: Penna (2017)
O Equipamento para Ensaio
Para realizar o ensaio são utilizadas palhetas com seção cru-
ciforme (conforme figura 5). Essas palhetas permitem ser cravadas em 
argilas saturadas com consistência mole a rija, cisalhando o solo por 
um esforço de rotação nas condições não drenadas, gerando excelen-
tes resultados. Por isso, para realizar esse ensaio, é importante que se 
conheça o solo previamente, para avaliar sua aplicabilidade, bem como 
para facilitar a interpretação dos resultados. A figura 6 ilustra o equipa-
mento de ensaio de palhetas.
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Figura 6: Equipamento utilizado para a realizaçãodo ensaio de paleta
Fonte: Geo Coring (2019)
O equipamento é dotado de uma aleta com 4 pás, que devem 
ser fabricadas em aço com alta resistência, apresentando 65 milímetros 
de diâmetro e 130 milímetros de comprimento. Podem ser usadas pa-
lhetas menores quando forem realizados ensaios em areias rijas. 
A haste utilizada no equipamento deve suportar o torque a ser 
aplicado. É preciso, ainda, que ela seja capaz de conduzir a palheta até 
onde se deseja realizar o ensaio (profundidade desejada). Normalmen-
te, a haste é protegida por um tubo que se mantém estacionário en-
quanto o ensaio é realizado, deve-se preencher o espaço entre o tubo 
e a haste com graxa a fim de evitar que o solo entre nesse local e gere 
atrito, prejudicando o ensaio.
Já o equipamento responsável por aplicar e medir o torque, 
deve rotacionar o conjunto haste-palheta em aproximadamente 6 ± 0,6°/
min. Esse dispositivo é formado por um mecanismo de coroa e pinhão 
acionado de forma manual ou automática.
A Execução do Ensaio
O ensaio de palhetas pode ser realizado de duas formas distin-
tas, os ensaios do tipo A ocorrem sem uma perfuração prévia, o que per-
mite obter melhores resultados. Normalmente, ensaios desse tipo são 
feitos em terrenos que apresentam solos com baixa consistência, per-
mitindo que a sua cravação seja realizada a partir do nível do terreno. 
Já o ensaio do tipo B, é executado com perfuração prévia, ou 
seja, realiza-se uma escavação posterior à cravação da palheta. Es-
ses ensaios costumam apresentar mais erros quando comparados aos 
ensaios do tipo A, pois, pode ocorrer a translação da palheta, além do 
atrito, que podem afetar os resultados. O ensaio é feito com a inserção 
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da palheta no interior do solo até a profundidade do ensaio. Em seguida, 
aplica-se e mede-se o torque. O tempo máximo permitido entre a colo-
cação da palheta no interior do furo e a sua rotação é de até 5 minutos. 
Na determinação da resistência amolgada imediata, logo após a aplica-
ção do torque máximo, deve-se realizar dez revoluções completas na 
palheta e refazer o ensaio para a obtenção desse parâmetro.
Por meio do ensaio de palheta, consegue-se determinar os se-
guintes parâmetros geotécnicos: a resistência ao cisalhamento não dre-
nado, a sensibilidade (relação existente entre a resistência não drenada 
e a resistência não drenada amolgada) e a razão de sobreadensamento 
(OCR).
• A resistência não drenada pode ser calculada pelo ensaio de 
palhetas de acordo com a equação 1, que é definida pela norma NBR 
10905 – Ensaios de Palheta:
Na qual, T = Torque requerido para cisalhar o solo em kNm 
(quilo newton metros) e D = diâmetro da palheta em m (metros). É im-
portante destacar que essa equação foi deduzida das palhetas retangu-
lares, considerando a relação entre a altura e o diâmetro das palhetas, 
sendo que a altura é igual ao dobro do diâmetro. O ensaio é normalmen-
te realizado em várias profundidades com o intuito de avaliar a resistên-
cia do solo ao longo da profundidade. 
• A sensibilidade (St) da argila pode ser calculada dividindo a 
razão da resistência não drenada indeformada (Su) pela resistência não 
drenada amolgada (Sur), de acordo com a equação 2:
A tabela 1 apresenta os valores de sensibilidade para argilas
Tabela 1: Valores de sensibilidade para argilas
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Fonte: Skempton e Northey (1952, apud Baroni, 2010)
• Já a razão de sobreadensamento ou OCR, pode ser calcula-
da para diferentes tipos de argila, de acordo com a equação 3:
Na qual, Ip = Índice de plasticidade, Su = Resistência não 
drenada e σi * ϑo. 
Com os ensaios de palhetas consegue-se obter alguns resul-
tados típicos. A figura 7 representa um ensaio em que se obteve dois 
resultados, um de resistência indeformada (linha azul) e outro da amol-
gada (linha vermelha). 
Figura 7: Resultado típico de ensaio de paleta
Fonte: Queiroz (2013)
Já a figura 8, ilustra o resultado de ensaio de palheta sem a 
ruptura do solo, com isso, não é possível definir a resistência ao cisa-
lhamento do solo nesse ponto ensaiado.
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Figura 8: Resultado do ensaio de paleta sem ruptura
Fonte: Queiroz (2013)
Há ainda a possibilidade de obter resultados considerando a 
profundidade em função da resistência não drenada indeformada, con-
forme a figura 9. Pode-se ainda realizar vários testes em diversos furos 
e colocar os resultados em um único gráfico, permitindo avaliar o com-
portamento do solo ao longo de diversos pontos ao longo de um terreno.
Figura 9: Resultado do ensaio de paleta 
Fonte: Fernando (2015)
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Para conhecer mais sobre o ensaio de palhetas, consulte a 
norma 10905 – Ensaio de Palhetas, acessando: https://pt.slidesha-
re.net/titosantos31/nbr-10905-ensaio-de-palheta.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: CGE-PI Prova: CESPE – 2015 – 
CGE-PI – Auditor governamental engenharia – Nível: Superior.
A respeito de fiscalização de obras, ensaios de recebimento de 
obras e controle de execução de serviços, julgue o próximo item:
A confirmação da identificação de camadas consideradas como 
solo mole pode ser feita a partir de ensaios de palheta, ou Vane Test.
( ) Certo
( ) Errado
QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: MPE-AL Prova: FGV – 2018 – MPE-
-AL – Engenheiro civil – Nível: Superior.
O ensaio de palheta (ou Vane Test) é um ensaio de campo utilizado 
para medir:
a) a resistência não drenada de solos argilosos. 
b) a dissipação da poropressão com o tempo. 
c) o ângulo de atrito de areias compactas. 
d) o módulo de elasticidade de solos residuais. 
e) a deformação vertical específica de um solo.
QUESTÃO 3
Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: ANTT Prova: CESPE – 2013 – 
ANTT – Especialista em Regulação de Serviços de Transportes 
Terrestres – Área Engenharia Civil (Com ênfase em Infraestrutura) 
– Nível: Superior.
Durante os estudos geotécnicos do solo de uma região em que será 
realizada uma terraplanagem, foram realizados os seguintes testes:
• sondagem a percussão,
• ensaio de palheta (Vane Test),
• ensaio de Piezocone.
Julgue os itens subsecutivos, com base nas informações apresen-
tadas acima:
O ensaio de palheta é empregado para determinar o grau de com-
pacidade de solos arenosos.
( ) Certo
( ) Errado
QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: Transpetro Prova: CES-
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GRANRIO – 2018 – TRANSPETRO – Técnico de faixa de dutos jú-
nior – Nível: Médio.
Dentre os ensaios a seguir, qual deve ser utilizado em um solo ar-
giloso saturado, com drenagem impedida, objetivando determinar, 
in situ, a resistência não drenada desse solo?
a) ensaio de cone.
b) ensaio de palheta.
c) ensaio de piezocone.
d) sondagem a trado.
e) sondagem rotativa.
QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: IF-PA Órgão: IF-PA Prova: IF-PA – 2019 – IF-PA – 
Engenheiro Civil – Nível: Superior.
Em relação a amostras de solo para ensaios, é CORRETO afirmar que: 
a) amostra amolgada de solo é aquela que teve sua estrutura natural mo-
dificada pelo amolgamento, apresentando variação no teor de umidade.
b) amostra deformada de solo é aquela que não mantém todas as ca-
racterísticas que se verificam no laboratório.
c) amostra indeformada de solo é obtida de modo a preservar as carac-
terísticas que se verificam in situ, utilizando-se amostradores comuns 
em furos de sondagem.
d) amostra representativa é a amostra de solo que conserva as caracte-
rísticas de textura e teor de umidade in situ.
e) amostra intacta de solo é aquela que não teve sua estrutura natural 
modificada pelo amolgamento.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADEPara o desenvolvimento de fundações, por exemplo, é essencial conhe-
cer sobre o perfil dos solos, bem como suas características geotécnicas. 
Para isso, é preciso realizar investigações geotécnicas considerando 
diversos fatores, assim, discorra sobre a importância das investigações 
geotécnicas e dos seus impactos para as obras.
TREINO INÉDITO
Nas investigações geotécnicas para fundações, é importante que as 
investigações sejam desenvolvidas considerando estudos, exceto:
a) orográficos.
b) hidrográficos.
c) pluviométricos.
d) pedológicos.
e) geológicos.
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NA MÍDIA
COMO PROJETAR ESTRUTURAS RESISTENTES A SISMOS
Os terremotos são fenômenos naturais, cuja ação pode produzir catás-
trofes e, portanto, devem ser considerados na hora de projetar uma es-
trutura em regiões sísmicas. Há países com um elevado risco sísmico e 
de desenvolvimento econômico alto, como os Estados Unidos, o Japão, e 
alguns países da América Latina, onde os especialistas fazem uma série 
de estudos para melhorar o projeto sísmico de novas estruturas (edifí-
cios, pontes etc.). O Brasil situa-se, em grande parte, na região central 
da placa tectônica sul-americana, que é uma região estável. Mas, parte 
do país situa-se perto das bordas desta placa, onde já foram registradas 
ações sísmicas significativas e, além disso, existem sismos intraplacas 
que ocorrem predominantemente ao longo das falhas geológicas.
A força sísmica é muito temida pelos seres humanos, devido ao seu ele-
vado potencial destrutivo. Os abalos sísmicos são definidos como movi-
mentos naturais da crosta terrestre, propagados por meio de vibrações.
A propagação dessas vibrações ao longo da superfície terrestre pode cau-
sar efeitos mais ou menos destrutivos, dependendo, em parte, da distância 
entre o hipocentro ou foco e o epicentro que são, respectivamente, o ponto 
de origem do sismo (em geral, localizado em camadas profundas da crosta 
terrestre) e o ponto na superfície terrestre diretamente acima do hipocentro.
Fonte: Revista Ad Normas. 
Data: 26 mar. 2019.
Leia a notícia na íntegra: https://revistaadnormas.com.br/2019/03/26/
como-projetar-estruturas-resistentes-a-sismos/
NA PRÁTICA
Por meio das investigações geológicas, os profissionais da área con-
seguem identificar as regiões de risco, bem como suas particularida-
des, permitindo realizar construções de forma mais segura, mesmo em 
locais que possam apresentar algum pequeno problema. Para isso, é 
importante que o engenheiro geotécnico realize ensaios e sondagens 
que o permitam autorizar uma construção ou não. Os ensaios garantem 
a segurança e a estabilidade das obras desde que realizados de acordo 
com as normas e com os padrões estabelecidos.
Na realização das análises, quando forem constatadas dúvidas, é es-
sencial que os profissionais realizem novos testes, mesmo encarecen-
do um pouco mais a obra. Pois, a segurança precisa vir em primeiro 
lugar e isso só é garantido quando se conhece exatamente o que está 
sendo executado. Assim, evitam-se os impactos ambientais e os danos 
à vida das pessoas, além de construírem-se obras mais seguras.
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SONDAGEM A PERCUSSÃO 
O ensaio Standard Penetration Test (SPT) é a técnica mais ro-
tineira, comum e econômica utilizada para a realização de investigações 
geotécnicas. Essa ferramenta é utilizada em quase todo o mundo, pois, 
pode ser empregada para definir a estratigrafia e/ou para a determinação 
de fundações profundas e diretas. Isso demonstra a versatilidade do en-
saio, pois, ele pode ser aplicado para, praticamente, qualquer operação.
Esse ensaio, quando comparado aos demais, apresenta algu-
mas vantagens, como a simplicidade do equipamento e seu baixo cus-
to. Além disso, ele permite a obtenção de valores numéricos que podem 
ser associados às metodologias empíricas do projeto.
O equipamento utilizado para a sondagem SPT é composto, 
SONDAGEM A PERCUSSÃO, SONDAGENS
ROTATIVAS E ENSAIOS DE PENETRAÇÃO 
ESTÁTICA TIPO CPT/CPTU
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basicamente, por um tripé com roldana e cabo, tubos de revestimen-
to, composição de cravação ou perfuração, cavadeira ou trado-concha, 
trépano de lavagem, trado helicoidal, cabeça de bateria, amostrador pa-
drão, martelo padrão para cravar o amostrador, balde para esgotamento 
do furo, medidor de nível de água, recipiente para amostras, caixa de 
água, bomba de água e demais ferramentas necessárias à operação. O 
esquema do ensaio pode ser observado na figura 10:
Figura 10: Esquema do ensaio SPT 
Fonte: Viana (2018)
O equipamento contém ainda um martelo prismático ou cilíndri-
co, que pode ter ou não coxim de madeira para a cravação das hastes 
e dos tubos de revestimento, pesando 65 quilogramas. Existe ainda um 
amostrador fixado na ponta da haste, sendo este bipartido e com dois 
furos para a saída de ar e de água, com diâmetro interno de 34,9 mm 
e diâmetro externo de 50,8 mm, denominado barrilete tipo Raymond. O 
barrilete pode ser observado em detalhes na figura 11:
Figura 11: Barrilete tipo Raymond 
Fonte: Adaptado de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2001)
A Execução do Ensaio
O ensaio SPT foi normatizado no ano de 1958 pela American 
Society for Testing and Materials (ASTM), porém, no Brasil, o ensaio é 
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normatizado pela NBR 6484. O ensaio consiste em cravar no solo um 
amostrador padrão no fundo de uma escavação, com revestimento ou 
não, devido à queda de um martelo com massa de 65 kg de uma altura 
de 75 centímetros, conforme a figura 9. 
O valor do índice de resistência à penetração ou NSPT é a 
quantidade de golpes necessários para fazer com que o amostrador pe-
netre 30 cm no solo depois de uma cravação inicial de 15 cm. Quando 
a penetração for inferior a 5 cm depois de 10 golpes em sequência, ou 
quando a quantidade de golpes em um mesmo ensaio for superior a 50, 
interrompe-se a cravação do amostrador e suspende-se o ensaio de 
penetração. Esses fenômenos podem ser chamados também de impe-
netrabilidade do ensaio SPT.
Durante a realização dos ensaios devem ser coletadas amos-
tras do solo, de acordo com a recomendação da norma NBR 6484. A 
norma define que tais amostras devem ser colhidas pelo amostrador 
padrão em cada metro de perfuração após o primeiro metro de profundi-
dade ou quando tiver alguma mudança de material no solo, quando isso 
ocorrer, deve-se medir a resistência de penetração do solo. 
Existe ainda a sondagem SPT – T, que consiste em medir o 
torque nas sondagens de simples reconhecimento. Com isso, conse-
gue-se avaliar a posição do nível da água, os índices de resistência à 
penetração, a profundidade de ocorrência dos principais tipos de solo 
em um terreno e o momento de torção no amostrador, que é medido 
pelo torque. Quando preciso, a medição do torque é feita após cada 
ensaio de penetração SPR. Depois de ter cravado o amostrador padrão 
em 45 cm no solo, é retirada a cabeça de bater e acopla-se o adaptador 
de torque. Dessa forma, mede-se o torque residual e máximo com um 
torquímetro calibrado (a medida é dada em Kgfm).
A norma NBR 8036 denominada programa de sondagens de 
simples reconhecimento de solos para fundações de edifícios define a 
quantidade de furos e suas localizações em edificações. Para áreas de 
projeção de construção com até 200 m2, devem ser realizados no mínimo 
dois furos, já em áreas de projeção de construção, variando entre 200 m2 
e 400 m2 devem ser realizados no mínimo três furos. Em áreas de proje-
ção de até 1.200 m2, deve ser realizado no mínimo um furo a cada 200 
m2. Para áreas de projeção variando entre 1.200 e 2.400 m2, deve-se 
realizar uma sondagem a cada 400 m2 quando exceder 1.200m2.
As principais variações referentes no ensaio SPT no mundo 
estão associadas aos seguintes fatores:
• técnicas de escavação (uso de bentonita, revestimento da perfu-
ração ou não, ensaio realizado na região revestida, dentre outras coisas),
• características dos equipamentos (rigidez e peso das hastes, 
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massa do martelo, dentre outras coisas),
• condições do subsolo (tamanho das partículas, coeficiente de 
uniformidade do solo, índice de vazios, dentre outras coisas).
Resultado do Ensaio SPT – Perfil Geotécnico 
Os resultados obtidos no ensaio SPT são dispostos em um dese-
nho denominado perfil geotécnico, que é um documento elaborado para 
cada furo realizado na sondagem ou nas seções do subsolo. Porém, esse 
documento precisa conter os dados da empresa que executou o serviço, 
o nome do interessado, a assinatura do geólogo ou do engenheiro res-
ponsável, o diâmetro do tubo revestido e do amostrador, a cota da broca 
do furo, a profundidade em relação à broca do furo na transição das ca-
madas e do fim da perfuração, além da posição das amostras coletadas, 
deve conter também a indicação dos solos amostrados, os índices de 
resistência à penetração (calculados pela soma dos golpes aplicados nos 
últimos 30 cm de cravação), a data de observação e a posição do nível 
de água, a descrição dos solos que formam as camadas do subsolo, de 
acordo com a norma NBR 6502, a data de começo e término da sonda-
gem, a indicação dos processos de perfuração utilizados e os respectivos 
trechos, além das posições dos tubos de revestimento.
As sondagens precisam ser representadas em escala 1:100, 
exceto para sondagens mais profundas, que podem ser utilizadas esca-
las menores. O perfil geotécnico gerado após a sondagem é essencial 
para a composição do relatório de sondagem, bem como a posição dos 
furos executados para a sondagem no local investigado.
Aplicações para Ensaio SPT 
O ensaio SPT pode ser aplicado em diversas operações de 
amostragens para identificar diferentes tipos de solo, até a previsão de 
tensões admissíveis em fundações diretas nos solos granulares. A pri-
meira aplicação ligada ao SPT, citada neste trabalho, refere-se à simples 
determinação do perfil de subsolo. O quadro 1 apresenta a classificação 
de solos utilizada no Brasil, que segue a norma NBR 7250, sendo que 
esta classificação é baseada nas medidas de resistência à penetração:
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Quadro 1: Classificação dos solos
Fonte: Adaptado de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2001)
O ensaio SPT pode ser usado ainda na engenharia a fim de ob-
ter parâmetros que podem ser utilizados em análises dos problemas ge-
otécnicos, como em obras de contenção, fundações, barragens, dentre 
outros. Existem diversas correlações para avaliar esses problemas, po-
rém, é preciso considerar as limitações existentes nessas correlações.
O primeiro parâmetro que pode ser calculado é a densidade 
relativa dos solos granulares, de acordo com a equação 4:
Na qual, Dr = densidade relativa, σ’vo = tensão efetiva de re-
pouso (kPa) e NSPT = número de golpes aplicados no ensaio SPT. 
A segunda correlação está ligada ao ângulo de atrito. Existem 
algumas formas de prever o ângulo do solo através dos ensaios SPT, 
dentre elas, vale destacar a equação 5:
Na qual, = ângulo efetivo do solo, que pode ser calculado 
pelas equações 6 ou 7:
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O peso específico para solos argilosos pode ser obtido confor-
me o quadro 2.
Quadro 2: Peso específico dos solos argilosos
Fonte: Godoy (1972, apud Cintra et al.,2003)
O peso específico para solos arenosos pode ser obtido no qua-
dro 3.
Quadro 3: Peso específico dos solos arenosos
Fonte: Godoy (1972, apud Cintra et al.,2003)
A coesão de argilas pode ser obtida pelo quadro 4.
Quadro 4: Coesão de argilas
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Fonte: Alonso (1983)
O módulo de elasticidade dos solos pode ser calculado pela 
equação 8: 
Na qual, E = módulo de elasticidade em solos adensados e 
N60 = número de golpes considerando a correção de energia da crava-
ção, partindo do pressuposto de que 60% da energia teórica produzida 
pelo martelo é transmitida para o amostrador. 
A resistência não drenada das argilas pré-adensadas pode ser 
calculada pela equação 9:
Na qual, Su = resistência não drenada em argilas pré-adensadas.
O coeficiente da variação volumétrica (mv) em solos pré-aden-
sados pode ser calculado de acordo com a equação 10:
O módulo de elasticidade não drenado (Eu), para os solos pré-
-adensados, pode ser calculado pela equação 11:
A resistência à compressão das rochas brandas (σc) pode ser 
calculada pela equação 12:
Diversas correlações podem ser utilizadas para prever recal-
ques e tensões admissíveis nas fundações diretas, o cálculo da capa-
cidade de carga para fundações profundas, dentre outras coisas. Po-
rém, é importante destacar que a utilização de qualquer correlação para 
estimar parâmetros geotécnicos precisa ser condicionada às situações 
parecidas em que foram obtidas. 
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Para aprender um pouco mais sobre o ensaio SPT, acesse: 
https://www.apl.eng.br/artigos/2016-METODOLOGIA-EXE-
CUTIVA-SONDAGEM-PERCUSSAO-SPT.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=X4MK91AL_lk.
SONDAGEM ROTATIVA
A sondagem rotativa é um conjunto motomecanizado que visa 
a retirada de amostras contínuas de materiais rochosos por meio da 
ação de um perfurante que sofre a ação de forças de rotação e de pe-
netração. Essa sondagem é utilizada quando a sondagem SPT alcan-
ça a camada rochosa, solos impenetráveis à percussão e matacões. A 
sondagem rotativa tem como finalidade obter amostras, que são deno-
minadas como testemunhos de sondagem, além de abrir furos para que 
outros ensaios possam ser realizados. O quadro 5 ilustra os diâmetros 
mais utilizados da sondagem rotativa:
Quadro 5: Diâmetros mais utilizados da sondagem rotativa
Fonte: Alonso (1997)
A figura 12 ilustra o equipamento utilizado para a realização da 
sondagem rotativa, o qual é composto por sonda rotativa (que pode ser 
de acionamento mecânico, manual ou hidráulico), motor (movido à ele-
tricidade, gasolina ou diesel), cabeçote de perfuração e guincho, Hastes 
(tubos com comprimento variando de 1,5 a 6,0 metros, ligados através 
de niples – o objetivo desses tubos é transmitir o movimento de perfu-
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ração e rotação da ferramenta de corte, além de conduzir água para 
refrigerar e limpar o furo). Há ainda os barriletes (tubos que recebem o 
testemunho), que podem ser:
• simples, nesse caso, o testemunho está sujeito à erosão pelo 
fluido de circulação, por isso, são utilizados apenas em rochas brandas 
com qualidade excelente,
• duplo rígido, quando formado por dois tubos que giram no 
mesmo sentido, no qual circula o fluido. Esses barriletes são emprega-
dos em rochas com boa qualidade,
• duplo livre, quando os barriletes são estacionários, por isso, 
são utilizados apenas quando se deseja recuperar o material de enchi-
mento na descontinuidade das rochas,
• tubo interno removível, nesse tipo, o tubo interno é removido 
do interior da coluna de perfuração, com isso, consegue-se grande re-
cuperação do material perfurado.
Há ainda as coroas, que são os elementos cortantes, sendo 
constituídas pela matriz (elemento para fixação de diamantes), pelo cor-
po (que liga a coroa com os elementos superiores), pelas saídas de 
água (orifícios que escoam a água da refrigeração) e por diamantes 
industriais (que podem ser cravados ou impregnados na matriz). 
Os revestimentos são utilizados para estabilizar os furos quando 
preciso. O sistema para circulaçãode água é constituído por um conjunto 
de motor, bomba, tanque e mangueira. Esse sistema tem como objetivo 
resfriar a coroa, expulsar os detritos e dar estabilização adicional à pare-
de por meio de pressão hidrostática e, por fim, a caixa de testemunhos.
Figura 12: Equipamento utilizado na sondagem rotativa
Fonte: Lima (2017)
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A Execução da Sondagem
O ensaio deve ser realizado em terreno seco. Inicialmente, é pre-
ciso limpar a área para eliminar obstáculos em potencial que podem afetar 
o ensaio. Pode-se ainda criar sulcos ao redor da área a ser sondada para 
evitar a interferência de água de enxurradas quando chover, e se for o caso. 
A sonda deve ser ancorada firmemente, estando nivelada com o solo, de 
modo que não haja vibração excessiva, que pode afetar a sondagem.
Em locais cobertos com lâmina de água de grande espessura 
ou alagados, a sondagem deve ser executada sobre uma plataforma 
fixa ou flutuante, desde que esteja ancorada firmemente, além de estar 
com o assoalho totalmente coberto e que cubra, pelo menos, a área do 
tripé ou o raio de cerca de 1,5 m, os quais devem ser contados ao redor 
do contorno das sondas. 
No local em que será realizada a sondagem, é importante que 
haja a cravação do piquete, identificando a sondagem e servindo de 
ponto de referência para as medidas de profundidade e, também, para 
auxiliar na amarração topográfica. Quando tiver solo onde for realizado 
o furo, este deve ser sondado pela técnica SPT até atingir a condição 
de SPT impenetrável.
Todos os recursos da sondagem rotativa devem ser utilizados 
para garantir que todo o material atravessado seja recuperado (os recur-
sos são: utilização de acessórios e equipamentos adequados, uso de lama 
bentonítica como o fluido da perfuração, dentre outras coisas). Deve-se 
registrar as características da coluna de perfuração e das sondas rotati-
vas usadas, as características da coroa, o tempo para realização das ma-
nobras, a avaliação da pressão aplicada na composição, a velocidade de 
rotação, a velocidade de avanço, a vazão de água circulante e a pressão.
A sequência correta dos diâmetros deve ser estabelecida previa-
mente, sendo alterada apenas quando houver necessidade técnica. Para 
controlar a profundidade do furo, deve-se avaliar a diferença do compri-
mento total das hastes com a peça da perfuração e a sua sobra em relação 
aos piquetes de referência. Quando a sondagem alcançar o lençol freático, 
deve-se anotar sua profundidade. Caso haja artesianismo não surgente, é 
preciso registrar o nível estático, caso o artesianismo seja surgente, além 
do nível estático, deve-se medir o nível dinâmico e a vazão.
Os níveis de artesianismo devem ser medidos antes e ao térmi-
no das operações de sondagem. Após terminar a última medida do nível 
de água ou mediante a finalização do furo seco, deve-se preencher o 
orifício, após isso, é importante identificar esse local de sondagem. Em 
sítios de barragens, o preenchimento de todo o furo deve ser feito com 
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cimento, nos demais casos, deve-se preencher o furo com solo ou solo 
cimento em toda a sua profundidade.
É importante destacar que após cada manobra (ciclos para o 
corte e a retirada de testemunhos), os testemunhos são retirados com 
cuidado e colocados na caixa de testemunho. Após a obtenção destes, 
consegue-se classificar o material retirado ou prospectado, bem como 
um índice de qualidade, denominando Rock Quality Designation (RQD), 
que pode ser calculado através da equação 13.
Na qual, l>10 cm = comprimento de fragmentos recuperados e 
que apresentam comprimento superior a 10 cm, l barrilete = comprimen-
to total do barrilete utilizado.
O RQD pode aparecer em perfis de sondagem como recupera-
ção, porém, com este material, é possível avaliar a qualidade da rocha, 
de acordo com a classificação apresentada no quadro 6. As sondagens 
rotativas podem ser a continuidade das sondagens SPT quando estas 
forem classificadas como impenetráveis. Dessa forma, no perfil geotéc-
nico do furo, deve-se apresentar além do RQD e do número de golpes, 
a percussão e a descrição da rocha, assim, têm-se uma sondagem mis-
ta, sendo seu perfil geotécnico semelhante ao ilustrado na figura 15. 
Quadro 6: RQD de maciços rochosos
Fonte: Santos (2016)
Para conhecer mais sobre a sondagem rotativa, acesse: 
https://www.apl.eng.br/artigos/2106-SONDAGEM-ROTATI-
VA-METODOLOGIA-EXECUTIVA.pdf.
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ENSAIO DE PENETRAÇÃO ESTÁTICA TIPO CPT/CPTU
Os Ensaio de Cone (CPT) e Piezocone (CPTu) são uma das fer-
ramentas de prospecção geotécnicas mais poderosas do mundo. Através 
dos resultados gerados pelo ensaio, consegue-se determinar a estrati-
grafia de subsolos, prever a capacidade de carga para fundações e obter 
as propriedades geomecânicas dos materiais que compõem o subsolo. 
Esse tipo de ensaio foi utilizado pela primeira vez no ano de 1930, sendo 
que somente após 1950 ele começou a ser utilizado no Brasil. 
As principais vantagens do ensaio são a capacidade de des-
crever detalhadamente a estratigrafia do subsolo, de registrar continua-
mente a resistência à penetração, a eliminação de influências exercidas 
por operadores nas medidas realizadas no ensaio e a obtenção dos 
parâmetros de projeto. 
O ensaio CPT é mais caro quando comparado com o SPT, po-
rém, fornece resultados mais completos do que este. Basicamente, os 
equipamentos utilizados para a execução do ensaio tipo cone pode ser 
dividido em três classes, considerando a metodologia usada e os esfor-
ços a serem medidos.
A primeira classe é a do cone mecânico, nesse caso a medida 
dos esforços para a cravação é realizada na superfície do terreno. Já 
na segunda classe, a do cone elétrico, os esforços de cravação são me-
didos diretamente na ponteira, utilizando uma célula de carga elétrica. 
No terceiro método, o piezocone, além das medidas feitas no ensaio de 
cone, consegue-se monitorar de forma contínua os poropressões no 
processo de cravação.
O equipamento utilizado para a execução do ensaio de cone 
ou piezocone é composto pelo dispositivo de cravação, que pode ser 
manual, conforme a figura 13 ou mecanizado, conforme a figura 14. 
Há os elementos de sondagem, que englobam hastes, tubos e o cone, 
o cone, que é formado por duas partes, sendo uma ponta cônica que 
tem ângulo de vértice igual a 60°, conectado a uma luva que tem se-
ção transversal igual a 10 cm2 (o material de construção do cone deve 
apresentar a rugosidade máxima de 0,01 mm), e os dispositivos para a 
medição de esforços, como piezômetros, manômetros, células de car-
gas, dentre outras coisas.
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Figura 13: Equipamento manual utilizado no ensaio CPT/CPTU 
Fonte: Santos (2016)
Figura 14: Equipamento mecanizado utilizado no ensaio CPT/CPTU
Fonte: Adaptado de ECD Ambiental (2013)
A Execução do Ensaio
No Brasil, o ensaio é regulamentado pelo Associação Brasileira 
de Normas Técnicas (ABNT), no Método Brasileiro (MB) 3406 intitulado 
Solo – Ensaio de penetração de cone in situ (CPT). O ensaio consiste 
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em cravar no solo a ponteira cônica em uma velocidade constante de 20 
mm/s, para obter dados, como resistência lateral (fs), resistência da ponta 
(qc) e poropressões nos ensaios de piezocone. A utilização de piezocone 
permite corrigir a resistência total mobilizada no processo de cravação 
por meio da geração de valores de poropressões. Após a realização do 
ensaio, pode-se obter um perfil semelhante ao da figura 15, no qual os 
parâmetros qc, fs e Rf são plotados em função da profundidade. 
Figura 15: Perfil geotécnico de sondagem mista
Fonte: Santos (2016)
O parâmetro Rf também podeser chamado de razão de atrito 
e pode ser calculado através da equação 14:
Após a obtenção dos resultados no ensaio CPT/CPTU, conse-
gue-se utilizá-los em diversas aplicações, a primeira delas é para de-
terminar a estratigrafia do subsolo, para isso deve-se, primeiramente, 
calcular o valor de Rf. Depois de calculado, deve-se observar o quadro 
7 para a classificação de subsolo.
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Quadro 7: Classificação de subsolo de acordo com o ensaio CPT/CPTU
Fonte: Begemann (1965)
A resistência ao cisalhamento não drenado (Su) de argilas 
pode ser calculada pela equação 15:
Na qual, σ’vo = tensão efetiva no solo de repouso, Nkt = ao 
fator da capacidade de carga, que é obtido pela aplicação de teoria de 
equilíbrio limite. Para determinar a tensão de pré-adensamento (σ’vm) 
das argilas, utiliza-se a equação 16:
O coeficiente de empuxo das argilas (ko) é calculado de acordo 
com a equação 17:
Na qual, = ângulo de atrito efetivo. Outra forma de calcular o 
coeficiente de empuxo é pela equação 18:
Na qual, σ’vo = tensão efetiva do solo em repouso e σ’vo = 
tensão total do solo em repouso. Pode-se calcular também a densidade 
relativa nas areias pela equação 19:
Pode-se ainda calcular o módulo de deformabilidade em 25% 
da tensão desviadora máxima de areias, de acordo com a equação 20:
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2013 Banca: FUNRIO Órgão: INSS Prova: INSS – 2013 – FUN-
RIO – Engenheiro Civil Nível: Superior.
A prospecção dos solos para se obterem dados que permitam pro-
jetar as fundações de uma obra pode ser executada por meio do 
SPT (Standard Penetration Test) ou por meio do CPT (Cone Pene-
tration Test), sendo as principais diferenças entre esses dois tipos 
de sondagem:
I. para um mesmo número de furos e num mesmo local, o método 
SPT tem menor custo que o método CPT,
II. o método SPT é executado por meio de percussão, enquanto o 
CPT é executado por meio de pressão,
III. o método CPT fornece resultados mais completos do que o SPT.
Quantas dessas afirmativas estão corretas?
a) Somente a primeira está correta.
b) Somente a segunda e a terceira estão corretas.
c) Somente a segunda está correta.
d) Somente a primeira e a terceira estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
QUESTÃO 2
Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: PCPE Prova: PCCE – 2016 – CES-
PE – Perito Criminal – Engenheiro Civil Nível: Superior.
Assinale a opção correta relativa aos processos de investigação 
de campo dos solos de fundações:
a) O ensaio de prova de carga direta fornece informações acerca da re-
sistência do solo, do nível do lençol freático e de valores de poropressão.
b) O ensaio de palheta — vane test — é utilizado para a determinação 
do módulo elástico das areias e dos pedregulhos.
c) O gamadensímetro é o equipamento utilizado para a identificação 
visual e tátil dos solos.
d) O ensaio de cone — CPT (cone penetration test) — fornece leitura 
da resistência de ponta, da resistência do atrito lateral e a correlação 
entre os dois, medida em %, permite a identificação do tipo de solo e a 
previsão da capacidade de carga de fundações.
e) A sondagem de reconhecimento a percussão — SPT (standard pe-
netration test) — fornece o valor da resistência dos solos, medido pelo 
índice de resistência à penetração, e o valor de RQD (rock quality de-
signation), índice de qualidade do maciço rochoso.
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QUESTÃO 3
Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: TRE-MT Prova: TER-MT – 2014 – 
CESPE – Engenheiro Civil Nível: Superior.
A sondagem de simples reconhecimento, ou sondagem a percus-
são com realização do ensaio de resistência a penetração SPT, 
possibilita a identificação expedita de algumas características do 
subsolo onde está sendo realizado o ensaio. Porém, NÃO é possí-
vel identificar por meio da sondagem:
a) a capacidade de carga estimada em várias profundidades.
b) a identificação e a espessura das camadas de solo que compõem o 
subsolo.
c) o nível do lençol freático.
d) a cor dos solos de cada camada.
e) a permeabilidade das camadas de solo.
QUESTÃO 4
Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: Anatel Prova: Anatel – 2014 – 
CESPE – Engenheiro Civil Nível: Superior.
No ensaio de penetração dinâmica, emprega-se um amostrador 
especial com tubo de parede fina, conhecido como Shelby, para 
a retirada de amostras indeformadas, que são necessárias aos en-
saios de laboratório.
( ) Certo
( ) Errado
QUESTÃO 5
Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: Anatel Prova: Anatel – 2014 – 
CESPE – Engenheiro Civil Nível: Superior.
O ensaio de cone, ou ensaio de penetração contínua, consiste na 
cravação no terreno, a uma velocidade lenta e constante, de uma 
haste com ponta cônica, medindo-se a resistência encontrada na 
ponta e a resistência por atrito lateral, e é adequado para a investi-
gação de solos moles. 
( ) Certo
( ) Errado
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
A sondagem rotativa é um método de investigação direto, muito utiliza-
do na engenharia geotécnica, por meio dela consegue-se indicar o grau 
de alteração, o tipo de rocha, a coerência, a xistosidade, dentre outras 
características. A sondagem ocorre por um movimento de avanço do 
furo por meio de movimentos de rotação e pressão de uma coroa res-
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ponsável pelo corte. Utiliza-se uma bomba para fazer com que a água 
circule, sendo esta associada à sonda a fim de refrigerar a coroa e reti-
rar os detritos e os pós da sondagem. Diante desse breve resumo sobre 
a sondagem rotativa, discorra sobre esse processo e como ele pode 
trabalhar em conjunto com outro tipo de sondagem para a realização de 
investigações geotécnicas.
TREINO INÉDITO
Sobre o ensaio SPT marque a opção incorreta:
a) esse é o método de investigação mais simples.
b) o equipamento utilizado no ensaio é simples.
c) o custo dos equipamentos é alto.
d) é um ensaio de baixo custo.
e) permite a obtenção de valores que auxiliam em metodologias empí-
ricas de projeto.
NA MÍDIA
A GEOTECNIA NOS PROJETOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL
O solo é o suporte de qualquer obra, além de ser utilizado em aterros 
compactados para os mais diversos fins, é considerado um material he-
terogêneo, com propriedades variáveis. Além disso, não é linear, ou seja, 
suas reações às tensões, principalmente à compressão, não são variá-
veis, podendo afetar enormemente o seu comportamento, e é anisotrópi-
co, pois as propriedades e os materiais que o compõem não são iguais.
A geotecnia é o campo da engenharia civil que estuda os solos e as ro-
chas e eles reagem às ações do homem. Nos últimos anos, a causa am-
biental tem gerado grande preocupação e, assim, a geotecnia e todas 
as suas vertentes atuam na prevenção de desabamentos, prevenção 
de desmoronamentos, prevenção de deslizamentos, preservação dos 
lençóis freáticos, gerenciamento do problema do lixo, e na contenção 
da ocupação de encostas.
Não se deve esquecer de que qualquer ação humana sobre o meio geo-
lógico interfere, não só, limitadamente, em matéria bruta, mas, significati-
vamente, em matéria em movimento, ou seja, em processos geológicos, 
sejam eles menos ou mais perceptíveis, sejam eles mecânicos, físico-quí-
micos ou de qualquer outra natureza, estejam eles temporariamente conti-
dos ou em pleno desenvolvimento. O projeto geotécnico é um conjunto de 
documentos que engloba as investigações geotécnicas, análises, interpre-
tações, estudos, memória de cálculo e desenhos. Estes documentos têm 
grau de detalhamento compatível com a fase de projeto, característica e 
porte da obra, eventualmente necessitando de estudos geológicos.
Fonte: Revista Ad Normas. 
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Data: 18 dez. 2018.
Leia a notícia na íntegra: https://revistaadnormas.com.br/2018/12/18/a-
-geotecnia-nos-projetos-de-construcao-civil/NA PRÁTICA
Através das investigações geotécnicas, consegue-se prever problemas 
e categorizá-los de acordo com a sua categoria e o risco que apresen-
tam. É importante realizar ensaios laboratoriais e in situ nas amostras 
a fim de obter parâmetros como deformabilidade, resistência, estados 
de tensão, dentre outros. Vale ressaltar que esses testes e os ensaios 
devem ser executados sob a supervisão de um profissional capacitado.
Após a realização dos ensaios é essencial descrever os métodos e os 
equipamentos utilizados. É importante que a escolha e a descrição do 
método sejam realizadas considerando o tipo da obra para obter dados 
precisos e que forneçam informações precisas acerca do subsolo. Des-
sa forma, assegura-se a segurança da obra, bem como, a diminuição 
de problemas geotécnicos.
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ENSAIO DILATOMÉTRICO DE MARCHETTI
O dilatômeto de Marchetti ou DMT foi desenvolvido na Itália 
por Silvano Marchetti no ano de 1970. Inicialmente, o equipamento foi 
desenvolvido com o intuito de medir o módulo de deformabilidade e a 
tensão in situ do solo. Para minimizar as deformações geradas pela 
penetração no solo e melhorar a correlação do DMT, com o comporta-
mento obtido na pré-inserção, foi escolhido um corpo de prova fino, em 
forma de lâmina e com uma membrana circular posicionada em uma 
das faces da lâmina. Quando comparada ao ensaio CPT, a lâmina gera 
menos deformações no solo por causa da sua forma geométrica.
A lâmina é ligada à superfície de controle, conforme figura 18, 
que é constituída de válvulas para controlar o fluxo de gás (oxigênio, 
ENSAIO DILATOMÉTRICO DE
MARCHETTI, ENSAIO PRESSIONO-
MÉTRICO E CASOS HISTÓRICOS
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nitrogênio ou ar comprimido) e dois manômetros (responsáveis por re-
gistrar a pressão). O cabo eletropneumático sai da unidade e passa 
pelo interior da haste de cravação, que é do tipo CPT, em seguida, ele é 
conectado à lâmina do dilatômetro. Nesse processo, a corrente elétrica 
é gerada através de baterias ou pilhas. A figura 16 ilustra com detalhes 
a geometria da lâmina e sua membrana.
Figura 16: Unidade de controle, lâmina e membrana DMT
Fonte: Damasco Penna (2019)
A lâmina penetra no solo verticalmente, sendo empurrada pelo 
sistema de cravação em velocidades constantes, que podem ser entre 2 
e 4 cm/s. De 20 em 20 cm a cravação é interrompida, aplica-se pressão 
a fim de inflar a membrana, realizando três medições. Após essa leitura, 
a membrana penetra mais 20 cm no solo e o ensaio continua assim até 
o ponto de interesse.
Com o fornecimento de corrente elétrica e de pressão gerada 
pelo gás ocorre a ativação da membrana em três níveis. O primeiro 
deles se dá pelo contato da membrana com um espaçador presente no 
disco sensor. O segundo nível é a condição desligada, pois, não ocorre 
o contado, assim, interrompe-se o circuito. A terceira condição ocorre 
quando o sinal é ligado novamente, quando o cilindro de aço inoxidável 
entra em contato com o disco sensor, reativando o sinal. O princípio de 
funcionamento da membrana pode ser observado na figura 17:
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Figura 17: Princípio de funcionamento da membrana
Fonte: Adaptado de Marchetti (1980)
A membrana é de aço inoxidável e sua espessura pode variar 
de 0,20 a 0,25 mm, dependendo do tipo de solo a ser analisado, sendo 
que as membranas mais espessas são utilizadas em solos mais resis-
tentes. É importante realizar a calibração da membrana ao início e ao 
final de cada sondagem, pois, ela é rígida e a leitura das pressões cor-
rigidas pela calibração é essencial para a obtenção de dados corretos.
A unidade de controle visa monitorar e controlar a pressão de 
gás fornecida à lâmina, além de fazer com que a posição da membrana 
seja perceptível. A unidade é composta por dois manômetros, sendo um 
para melhorar a precisão em baixas pressões (de 0 a 10 bars) e outro 
para pressões mais elevadas (de 0 a 70 bars). 
Esse ensaio pode ser aplicado para diversos problemas geo-
técnicos, dentre eles, vale destacar a previsão de recalque, a identifica-
ção estratigráfica do solo, a avaliação do módulo de deformabilidade de 
solos, identificação de superfícies de escorregamento em taludes, aná-
lise da capacidade de carga em uma fundação, dentre outras coisas. 
As principais vantagens do ensaio são o fato de os resultados 
não serem dependentes do operador, não é preciso realizar um furo 
prévio (eliminando, em partes, a dispersão por amolgamento). O ensaio 
é rápido e tem alta repetibilidade. Já as suas principais desvantagens 
são o fato de que a lâmina e a membrana podem ser susceptíveis à 
danificação (quando penetrada em solos com pedregulhos ou areias 
densas), não se consegue medir o poropressão diretamente, e em solos 
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densos, a força de reação é elevada.
A Execução do Ensaio
No ano de 1986, a ASTM normatizou a execução do ensaio DMT, 
permitindo que ele fosse executado de acordo com normas preestabele-
cidas, assegurando a sua reprodutibilidade e coerência. Para executá-lo, 
deve-se inicialmente conectar o conjunto de lâmina, cabos e unidade de 
controle. O cabo eletropneumático precisa ser passado pelas hastes me-
tálicas e, em seguida, ser conectado à lâmina. Depois de passar o cabo 
pelas hastes, é preciso conectá-lo à unidade de controle, é importante que 
nesse momento seja escutado o sinal de áudio ao pressionar a membrana. 
Em seguida, conecta-se o cilindro de gás à unidade de controle, poste-
riormente, conecta-se a lâmina à haste de cravação (é essencial que seja 
realizada a calibração). Após esse procedimento, pode-se iniciar o ensaio. 
O ensaio é realizado, basicamente, seguindo-se quatro passos. 
O primeiro deles consiste em inserir a lâmina no solo, na posição vertical 
e até a profundidade em que será realizada a primeira leitura das pres-
sões. Após a penetração abre-se de forma gradual a válvula de controle 
de fluxo, deve-se escutar um sinal de áudio no painel de controle durante 
esse procedimento. Quando a membrana começa a mover o solo ho-
rizontalmente, o sinal sonoro é interrompido. Nesse momento, inicia-se 
a leitura da primeira pressão (que deve ser obtida cerca de 15 a 30 se-
gundos após o ensaio ter começado). O terceiro passo se dá quando 
ocorre a expansão da membrana, uma vez que, a válvula de controle da 
pressão continua injetando gás no sistema. Enquanto ocorre a expansão, 
o sinal de áudio continua desligado e volta a funcionar apenas quando a 
lâmina alcança um deslocamento horizontal de 1,1 mm, sinalizando para 
o operador que está realizando o ensaio, a leitura da segunda pressão (é 
importante que a segunda leitura seja realizada entre 15 e 30 segundos 
depois da primeira). Depois dessa etapa, válvulas de relaxamento de flu-
xo e de ventilação são utilizadas para gerar um relaxamento de pressão 
até que a membrana volte para sua posição inicial.
Pode-se realizar ainda uma terceira leitura, porém, ela é op-
cional, caso opte por fazê-la, é importante ventilar a pressão depois da 
segunda leitura, até que o seu sinal seja interrompido. Depois disso, 
despressuriza-se de forma lenta para que haja a reativação do sinal, 
realizando a terceira leitura. Depois desses passos, a lâmina é avan-
çada até a próxima profundidade em uma velocidade entre 2 e 4 cm/s 
até o lugar para realizar uma nova medição. Após o término do ensaio, 
pode-se obter gráficos, conforme o mostrado na figura 18:
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Figura 18: Gráfico com parâmetros obtidos no ensaio DMT
Fonte: Adaptado de Marchetti (2015)
Analisando a figura 18, é possível observar os parâmetros

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