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Corte e costura sob medida VESTUÁRIO Corte e costura sob medida Apresentação Com a permanente transformação dos processos produtivos e das formas de organização do trabalho, as demandas por educação pro�ssional se multiplicam e, sobretudo, se diversi�cam. O SENAI-SP oferece várias opções em cursos de formação inicial e continuada, destinados a jovens e adultos. São cursos de iniciação pro�ssional, quali�cação básica, especialização e aperfeiçoamento. As modalidades de especialização e aperfeiçoamento atendem às demandas de capacitação de trabalhadores já atuantes nas empresas. Os cursos de iniciação pro�ssional e quali�cação básica atendem às necessidades sociais de capacitação para inserção ou reinserção de trabalhadores no mercado de trabalho. Com satisfação, apresentamos ao leitor esta publicação, que integra uma série da SENAI-SP editora especialmente criada para apoiar os alunos de cursos de formação inicial e continuada. Walter Vicioni Gonçalves Diretor Regional do SENAI-SP Sumário 1. Máquina de costura reta de ponto fixo 301 Partes da máquina Partes do cabeçote 2. Passagem de linha na máquina de costura reta de ponto fixo 301 Encher a bobina Passagem da linha superior Passagem da linha inferior 3. Regulagem das tensões das linhas da máquina de costura reta de ponto fixo 301 4. Troca da agulha da máquina de costura reta de ponto fixo 301 5. Higiene e segurança no trabalho Mapeamento de risco Doenças do trabalho Equipamento de proteção individual (EPI) 6. Controle de pedal da máquina de costura reta de ponto fixo 301 Controle da máquina em costuras retas e paralelas 7. Máquina overloque de pontos 504/505 Partes da máquina overloque da classe 500 Partes do cabeçote 8. Passagem de linha na máquina overloque de pontos 504/505 9. Regulagem da tensão das linhas da máquina overloque Ajuste da linha da agulha Ajuste do looper inferior Ajuste do looper superior 10. Controle de pedal da máquina overloque Controle da máquina em costuras retas 11. Materiais utilizados na modelagem 12. Matemática básica Adição e subtração Multiplicação e divisão Fração 13. Medidas 14. Tabela de medidas Tabela de medida padronizada Medida individual Como obter as medidas fundamentais por meio de uma tabela 15. Como tomar medidas Medidas fundamentais Medidas complementares 16. Fases do trabalho da modelagem Interpretação de modelo Construção do diagrama Preparação do molde-base Adaptação do modelo Molde para o corte Prova e correção Graduação 17. Tipos de molde Moldes simétricos Moldes assimétricos 18. Encaixe Encaixe par Encaixe ímpar Encaixe par e ímpar Encaixe par em sentido obrigatório Encaixe em tecido xadrez ou listrado 19. Tecidos Tecidos planos ou de cala Tecidos de malha 20. Aviamentos 21. Ficha técnica 22. Saia Desenho técnico da saia reta Medidas da saia reta Diagrama da saia reta Processo de execução do dianteiro Processo de execução do traseiro Processo de execução do molde para corte da saia reta Processo de execução da saia reta Processo de execução do cós da saia reta Molde para o corte completo Corte da peça piloto Confecção da saia reta 23. Calça feminina Desenho técnico da calça feminina Medidas da calça feminina Diagrama da calça feminina Processo de execução do dianteiro Processo de execução do traseiro Molde para o corte da calça feminina Processo de execução da calça feminina Processo de execução do cós, vista simples e dupla Molde para o corte completo Corte da peça piloto Confecção da calça feminina 24. Blusa feminina Desenho técnico da blusa feminina Medidas da blusa feminina Diagrama da blusa feminina Processo de execução do traseiro Processo de execução do dianteiro Transpasse do botão Medida da cava da blusa feminina Processo de execução da manga Processo de execução da gola da blusa Molde para o corte da blusa feminina Processo de execução da blusa feminina Processo de execução do revel, da manga e da gola Molde para o corte completo Corte da peça piloto Confecção da blusa feminina 25. Blusa com pence Desenho técnico da blusa com pence Medidas da blusa com pence Diagrama da blusa com pence Processo de execução do traseiro Processo de execução do dianteiro Transporte do ombro Preparação da base Transporte da pence fundamental para a lateral Transpasse do botão Molde para o corte da blusa com pence Processo de execução da blusa Processo de execução do revel da blusa com pence Molde para o corte completo da blusa com pence Corte da peça piloto da blusa com pence Confecção da blusa com pence 26. Camisa masculina Desenho técnico da camisa masculina Medidas da camisa masculina Diagrama da camisa masculina Processo de execução do traseiro Processo de execução do dianteiro Processo de execução: pala e prega traseira Medida da cava da camisa masculina Processo de execução da manga Processo de execução da gola colarinho Molde para o corte da camisa masculina Processo de execução da camisa masculina Processo de execução da manga Processo de execução do colarinho Molde para o corte completo Corte da peça piloto Confecção da camisa masculina Referências Créditos 1. Máquina de costura reta de ponto fixo 301 Partes da máquina Partes do cabeçote Na máquina de costura reta de ponto �xo da classe 300, o tipo de ponto é de número 301, formado por duas linhas: superior e inferior. Nessa máquina são executados todos os tipos de costura reta. • • • • Figura 1 – Máquina de costura reta de ponto fixo 301. Partes da máquina A máquina de costura reta de ponto �xo da classe 301 é composta das seguintes partes: cabeçote; mesa; motor; pedal; • • • • • • • • • joelheira; interruptor; pino de apoio; volante; correia do motor; polia do volante; polia do motor; chapa protetora da correia; porta-�os. Cabeçote O cabeçote é a parte superior da máquina. É constituído de várias peças, e cada uma tem sua função em conjunto com outras peças. As peças do cabeçote e suas funções serão vistas na página 19. Figura 2 – Cabeçote da máquina de costura reta de ponto fixo 301. Mesa A mesa é a parte na qual está assentado o cabeçote; é de madeira recoberta com fórmica, sendo seus pés de metal. Figura 3 – Mesa da máquina de costura reta de ponto fixo 301. Motor O motor é um equipamento elétrico, de rotação contínua, contendo embreagem e freio. A embreagem serve para iniciar o funcionamento da máquina e o freio serve para parar o funcionamento da máquina. Figura 4 – Motor da máquina de costura reta de ponto fixo 301. Pedal O pedal é a parte da máquina que está ligada ao motor pela barra de união. Serve para colocar a máquina em movimento, controlar a velocidade e parar a máquina. Pressionando-se levemente o pedal para a frente, afasta-se a embreagem do freio, liberando assim o movimento do volante. Figura 5 – Pedal da máquina de costura reta de ponto fixo 301. Joelheira A joelheira serve para levantar o calcador e soltar a tensão da linha de cima, deixando o operador com as mãos livres para o trabalho. Figura 6 – Joelheira da máquina de costura reta de ponto fixo 301. Interruptor O interruptor serve para ligar e desligar o motor da máquina por meio de uma alavanca ou botão. Figura 7 – Interruptor da máquina de costura reta de ponto fixo 301. Pino de apoio O pino de apoio serve para apoiar o cabeçote durante a limpeza ou reparos da máquina. Figura 8 – Pino de apoio da máquina de costura reta de ponto fixo 301. Volante O volante serve para abaixar e levantar a agulha quando a máquina estiver parada. Figura 9 – Volante da máquina de costura reta de ponto fixo 301. Correia do motor A correia do motor é uma correia em “V” que transmite a força do motor para a polia do volante. Figura 10 – Correia do motor da máquina de costura reta de ponto fixo 301. Polia do volante A polia do volante, em conjunto com a polia do motor e por meio da correia em “V”, recebe a força do motor e produz os pontos por minutos (p.p.m.)da máquina. Figura 11 – Polia do volante da máquina de costura reta de ponto fixo 301.. Polia do motor A polia do motor serve para transmitir a força do motor e está acoplada ao eixo de embreagem. Figura 12 – Polia do motor da máquina de costura reta de ponto fixo 301. Chapa protetora da correia A chapa protetora da correia tem a função de dar segurança ao operador e evitar que as linhas se enrolem nas polias. Figura 13 – Chapa protetora da correia da máquina de costura reta de ponto fixo 301. Porta-fios O porta-�os é um suporte para colocar os tubos ou cones de linha. Figura 14 – Porta-fios da máquina de costura reta de ponto fixo 301. Partes do cabeçote O cabeçote é a parte superior da máquina. É constituído de várias peças, e cada uma delas tem sua função em conjunto com outras peças que auxiliam a formação da costura. • • • • • • • • • • • • • Figura 15 – Partes do cabeçote da máquina de costura reta de ponto fixo 301. O cabeçote da máquina de costura reta de ponto �xo da classe 300 é composto das seguintes partes: visor do �uxo de óleo; guias de linha; agulha; barra da agulha; calcador; barra do calcador; transportador; chapa da agulha; chapa móvel; estica �o; protetor do estica �o; regulador de tensão; mola de pressão; • • • • • • • discos de tensão; parafuso de regulagem da pressão do calcador; alavanca de retrocesso; regulador do comprimento do ponto; caixa de bobina; lançadeira; enchedor de bobina. Visor do fluxo de óleo O visor de �uxo de óleo é uma peça de acrílico transparente que permite ao operador veri�car se o sistema de lubri�cação está funcionando. Figura 16 – Visor do fluxo de óleo da máquina de costura reta de ponto fixo 301. Guias de linha Guias de linha são todas as peças que levam a linha do porta-�os até a agulha. Figura 17 – Guia de linhas da máquina de costura reta de ponto fixo 301. Agulha A agulha é uma peça cilíndrica que, em sua extensão, possui espessuras diferentes. É feita de aço temperado e cromado e tem a função de conduzir a linha de um lado para o outro do material a ser costurado, possibilitando assim o entrelaçamento da linha superior com a linha inferior, ou apenas o entrelaçamento da linha superior com a própria agulha, formando o ponto. Figura 18 – Agulha da máquina de costura reta de ponto fixo 301. Barra da agulha A barra da agulha é uma peça cilíndrica com um orifício em sua extremidade inferior no qual a agulha se encaixa. Um parafuso permite a �xação ou a remoção da agulha. Figura 19 – Barra da agulha da máquina de costura reta de ponto fixo 301. Calcador O calcador é uma peça que, na costura, segura o material enquanto a agulha penetra nele. Figura 20 – Calcador da máquina de costura reta de ponto fixo 301. Barra do calcador Barra do calcador é uma peça cilíndrica que tem o calcador �xado em sua extremidade inferior. Figura 21 – Barra do calcador da máquina de costura reta de ponto fixo 301. Transportador Transportador é uma peça com dentes que leva o tecido de um ponto feito para o próximo a ser feito. Figura 22 – Transportador da máquina de costura reta de ponto fixo 301. Chapa da agulha A chapa da agulha é uma chapa metálica com orifício para a passagem da agulha e com abertura para os dentes do transportador. Transporta o tecido que está sendo costurado. Figura 23 – Chapa da agulha da máquina de costura reta de ponto fixo 301. Chapa móvel A chapa móvel é uma peça metálica que serve para visualizar o local onde se introduz a caixa de bobina. Figura 24 – Chapa móvel da máquina de costura reta de ponto fixo 301. Estica fio O estica �o puxa a linha do cone, soltando quantidade su�ciente para a formação da laçada, puxando, em seguida, a linha da laçada para o ajuste do ponto. Figura 25 – Estica fio da máquina de costura reta de ponto fixo 301. Protetor do estica fio O protetor do estica �o serve para dar segurança ao operador, protegendo-o do estica �o. Figura 26 – Protetor do estica fio da máquina de costura reta de ponto fixo 301. Regulador de tensão O regulador de tensão é um conjunto de peças que controla o fornecimento de linha para a agulha, dando a tensão necessária. • • Figura 27 – Regulador de tensão da máquina de costura reta de ponto fixo 301. O regulador de tensão é formado pelas seguintes peças: parafuso – regula a tensão do gancho oscilante; Figura 28 – Parafuso do regulador de tensão. porca – regula a tensão da linha da agulha; Figura 29 – Porca do regulador de tensão. • • • gancho oscilante – mola que faz o ajuste mais sensível do ponto, no meio do material de costura. Figura 30 – Gancho oscilante do regulador de tensão. mola de tensão – pressiona os discos. Figura 31 – Mola de pressão do regulador de tensão. Discos de tensão – segura a linha conforme a regulagem da porca. Figura 32 – Discos de tensão. Parafuso de regulagem da pressão do calcador O parafuso de regulagem da pressão do calcador �ca situado na parte superior do cabeçote. Serve para dar a pressão necessária no calcador, permitindo o transporte adequado do tecido. O parafuso pode ser encontrado em diversos locais, como nos exemplos vistos nas �guras a seguir. Figura 35 – Parafusos de regulagem da pressão do calcador. Alavanca de retrocesso A alavanca de retrocesso é uma peça que, quando pressionada, muda o sentido de costura. Figura 36 – Alavanca de retrocesso. Regulador do comprimento do ponto O regulador do comprimento do ponto é um sistema formado por um regulador numerado que permite aumentar ou diminuir o tamanho do ponto. Figura 37 – Regulador do comprimento do ponto. Caixa de bobina A caixa de bobina guarda a bobina, deixando que a laçada da linha da agulha passe em sua volta. Permite que a bobina desenrole a linha no momento certo, com a tensão adequada. Figura 38 – Caixa de bobina. A caixa de bobina é formada pelas seguintes peças: • • • corte da caixa de bobina – abertura pela qual a linha deve passar; Figura 39 – Corte da caixa de bobina. parafuso maior – regula a tensão da linha da bobina; Figura 40 – Parafuso maior da caixa de bobina. mola – peça que dá a tensão certa à linha da bobina; • • Figura 41 – Mola da caixa de bobina. lingueta ou dobradiça – �xa a caixa de bobina no pino central da lançadeira; Figura 42 – Lingueta ou dobradiça da caixa de bobina. bobina – peça na qual é enrolada a linha que alimenta a parte inferior do ponto. Figura 43 – Bobina. Lançadeira A lançadeira é a peça na qual é colocada a caixa de bobina. Serve para laçar a linha da bobina para cima. Figura 44 – Lançadeira. O pino central da lançadeira é uma peça cilíndrica que entra no meio da caixa de bobina. Em sua extremidade, existe um rebaixo no qual é engatada a lingueta da caixa de bobina, mantendo-a presa dentro da lançadeira. Figura 45 – Pino central da lançadeira. Enchedor de bobina O enchedor de bobina é um conjunto de peças que tem a função de encher a bobina. Figura 46 – Enchedor de bobina. Existem vários tipos de enchedor de bobina, de acordo com o modelo da máquina. Figura 47 – Tipo de enchedor de bobina. 2. Passagem de linha na máquina de costura reta de ponto fixo 301 Encher a bobina Passagem da linha superior Passagem da linha inferior A passagem de linha é uma operação realizada diariamente, quando se estiver trabalhando na produção de uma indústria. Consiste em levar a linha desde o porta-�os até o furo da agulha, passando pelos guias intermediários. Encher a bobina Esta operação é realizada com o auxílio do enchedor de bobina sempre que a bobina estiver vazia, de acordo com os procedimentos a seguir: Figura 1 – Enchedor de bobina. 1. Colocar a bobina no enchedor de bobina até encostá-la no �nal do pino. Figura 2 – Colocação da bobina. 2. Colocar a linha no porta-�os e passá-la pelos guias. Figura 3 – Passagem da linha pelos guias A, B e C. 3. Enrolar a linha na bobina, dando cinco a seis voltas no início, e pressionar a alavanca para que ocorra transmissão de movimento.Figura 4 – Enrolar a linha na bobina. 4. Ligar a máquina e pressionar o pedal levemente para a frente, até desarmar automaticamente o enchedor de bobina. Figura 5 – Encher a bobina. Passagem da linha superior Figura 6 – Passagem da linha superior na máquina de costura reta de ponto fixo 301. Os procedimentos para passagem da linha superior da máquina de costura reta de ponto �xo 301 são: 1. Desligar a máquina. 2. Girar o volante manualmente para que a barra da agulha �que no seu ponto mais alto. Figura 7 – Girar o volante da máquina de costura reta de ponto fixo 301. 3. Passar a linha pelos guias. Figura 8 – Detalhe do guia de linha da máquina de costura reta de ponto fixo 301. 4. Passar a linha pelo disco de tensão. Figura 9 – Passagem de linha pelos discos de tensão. 5. Passar a linha pelos demais guias. Figura 10 – Passagem de linha pelo estica fio. 6. Passar a linha pelo orifício da agulha no sentido da esquerda para a direita, deixando a linha por baixo e para trás do calcador (±10 cm). Figura 11 – Passagem de linha pela agulha. Passagem da linha inferior A passagem da linha inferior é uma operação que consiste em colocar a bobina cheia na caixa de bobina e ambas dentro da lançadeira, para alimentar a parte inferior do ponto. É realizada de acordo com os seguintes procedimentos: Figura 12 – Passagem de linha da bobina. 1. Colocar a bobina cheia na caixa de bobina, deixando a linha com uma ponta de 10 cm, aproximadamente. Figura 13 – Colocação da bobina na caixa de bobina. 2. Passar a linha pelo corte da caixa de bobina e, em seguida, puxar a linha por baixo da mola. Figura 14 – Passagem da linha pelo corte e pela mola da caixa de bobina. 3. Girar o volante com a mão, deixando a agulha no seu ponto mais alto. Figura 15 – Girar o volante para deixar a agulha no ponto mais alto. 4. Segurar a caixa de bobina com a abertura para cima, deixando a linha por cima do dedo indicador, e encaixá-la no pino central da lançadeira. Figura 16 – Colocação da caixa de bobina na lançadeira. 5. Pressionar a caixa de bobina até o encaixe da lingueta, na lançadeira, até ouvir um clique. Figura 17 – Encaixe da caixa de bobina. 6. Para puxar a linha da bobina, segurar a linha da agulha e girar o volante para a frente, até que a agulha desça e suba. Figura 18 – Girar o volante para descer a agulha. 7. Puxar a linha da agulha, que trará para cima uma laçada de linha da bobina. Figura 19 – Laçada da linha da bobina. 8. Puxar a laçada até que a ponta da linha da bobina esteja livre por cima da chapa da agulha. Figura 20 – Puxar a laçada da linha da bobina. 9. Pressionar a joelheira para soltar a tensão da linha superior e cortar as linhas, deixando 10 cm, aproximadamente; em seguida, colocar as duas pontas de linha por baixo e para trás do calcador. Figura 21 – Liberação da tensão da linha superior. 3. Regulagem das tensões das linhas da máquina de costura reta de ponto fixo 301 Para obter uma costura com qualidade e resistência, é necessário que as linhas estejam bem equilibradas, de modo que a amarração dos pontos se forme no centro do material de costura. Figura 1 – Ponto com tensão das linhas equilibradas. Para regular as tensões das linhas, deve-se utilizar um retalho do mesmo tecido a ser costurado. Os procedimentos para regular as tensões das linhas da máquina de costura reta de ponto �xo 301 são: 1. Costurar o tecido. 2. Veri�car as tensões das linhas, olhando a costura por cima e por baixo. 3. Apertar a tensão da linha da agulha quando a linha superior estiver aparecendo embaixo da costura. • • Figura 2 – Ponto com tensão da linha superior desequilibrada. Para apertar a tensão da linha da agulha, girar a porca do regulador de tensão no sentido indicado pela seta da �gura a seguir. Figura 3 – Regulador de tensão. Observações Certi�car-se de que o calcador está abaixado. Veri�car se a linha está entre os discos de tensão. 4. Apertar a tensão da linha da caixa de bobina, quando a linha inferior aparecer na parte de cima do tecido. Figura 4 – Ponto com tensão da linha inferior desequilibrada. Para apertar a tensão da linha da bobina, girar o parafuso grande para regular a tensão da caixa de bobina, conforme indicado na �gura a seguir. Figura 5 – Regulador de tensão da bobina. Observação Quando a amarração dos pontos se formar no centro do material e a costura estiver franzida, veri�car se as linhas da bobina e da agulha estão com muita tensão; nesse caso, diminuir a tensão das linhas. 4. Troca da agulha da máquina de costura reta de ponto fixo 301 Trocar a agulha da máquina de costura reta de ponto �xo é uma operação que consiste em substituir a agulha defeituosa ou inadequada ao tipo de material a ser costurado por outra perfeita ou adequada. Para isso, são executados os procedimentos a seguir: 1. Desligar a máquina. 2. Girar o volante até que a barra da agulha �que no seu ponto mais alto. 3. Retirar a agulha, soltando o parafuso da barra da agulha com chave de fenda. Para evitar a perda do parafuso, ele deve permanecer na barra da agulha. É preciso também cuidado para não se ferir com a chave de fenda. Figura 1 – Trocar a agulha da máquina de costura reta. 4. Colocar a agulha na barra da agulha com a cava voltada para o lado direito da máquina e encostar o cabo da agulha até o �nal do furo. Veri�car se a máquina está com agulha de cabo grosso DP × 5 ou de cabo �no DB × 1. Figura 2 – Colocar a agulha da máquina de costura reta. 5. Apertar o parafuso, mantendo a agulha na posição correta. Figura 3 – Ajuste da agulha da máquina de costura reta. Observação Veri�car a posição da cava da agulha, que deverá estar voltada para o lado direito da máquina. Nota Em todas as máquinas, a cava da agulha deve estar voltada para a ponta da lançadeira. 5. Higiene e segurança no trabalho Mapeamento de risco Doenças do trabalho Equipamento de proteção individual (EPI) Higiene e segurança no trabalho referem-se a um conjunto de normas e procedimentos que visa à proteção e à integridade física e mental do trabalhador, preservando-o dos riscos inerentes às tarefas do cargo em ambientes físicos onde são executadas. Essas normas são regidas pela Lei nº 6.514, de 22/12/1977, e regulamentadas pela NR-5 do Ministério do Trabalho. A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) foi aprovada pela portaria nº 3.214 de 08/06/1976, publicada em 29/12/1994 e modi�cada em 15/02/1995. A Cipa é uma comissão composta de representantes do empregador e dos empregados, e tem como missão a preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores e de todos aqueles que interagem com a empresa. Auditores de higiene e segurança realizam o levantamento das situações de risco inerentes à atividade e as respectivas medidas de prevenção relativas aos locais de trabalho, instalações, equipamentos e processos de trabalhos, para posteriormente elaborar o mapa de risco de cada setor da empresa. Mapeamento de risco • • • • • Os riscos estão presentes nos locais de trabalho e em todas as demais atividades humanas, comprometendo a segurança das pessoas e a produtividade das empresas. Esses riscos podem afetar o trabalhador a curto, médio e longo prazo, provocando acidentes com lesões imediatas e/ou doenças chamadas pro�ssionais ou do trabalho, que se equiparam a acidentes de trabalho. Para fazer o mapa de riscos, consideram-se os riscos ambientais provenientes de: riscos físicos; riscos químicos; riscos biológicos; riscos ergonômicos; riscos de acidente. Figura 1 – As cores que representam os tipos de risco. É importante saber que a presença de produtos ou agentes no local de trabalho não quer dizer que, obrigatoriamente, existe perigo para a saúde. Isso depende da combinação de muitas condições, como a natureza do produto, a sua concentração, o tempo e a intensidade que a pessoa �ca exposta a um produto. Dependendo do risco a que o trabalhador está sujeito, devem-se empregar equipamentos de segurança, que podem ser equipamentosde proteção individual (EPIs) e/ou equipamentos de proteção coletiva (EPCs). É importante que haja orientações e treinamentos para os envolvidos no processo produtivo e administrativo. As medidas de controle devem ser revisadas e atualizadas sempre que necessário, garantindo a produtividade e • o equilíbrio econômico da empresa. Os EPIs e EPCs devem ser adequados e devidamente certi�cados para a maior segurança do trabalhador. Doenças do trabalho Atualmente a doença mais noti�cada no trabalho é a lesão por esforços repetitivos (LER), também conhecida como distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho (Dort), que são lesões ocorridas em ligamentos, músculos, tendões e outros segmentos corporais relacionadas com o uso repetitivo de movimentos, posturas inadequadas e fatores como a força excessiva. Esses fatores atingem a capacidade motora dos membros superiores englobando um conjunto de doenças como: tenossinovite (in�amação do tecido que reveste os tendões), tendinite (in�amação nos tendões), picondilite (in�amação das estruturas do cotovelo), bursite (in�amação nas articulações dos ombros), miosites (in�amação dos músculos), síndrome cervicobraquial (compressão dos nervos da coluna cervical), entre outros. A LER, ou Dort, é a segunda maior causa de afastamento de trabalho no Brasil. Como meio de intervir no andamento do trabalho e implantar períodos de pausas, a ginástica laboral surge como uma atividade auxiliadora e essencial, oferecida pelas empresas aos trabalhadores, na forma de prevenção a doenças como a LER, ou Dort, cujo objetivo é reduzir a tensão muscular, melhorar a circulação, reduzir a ansiedade, o estresse e a fadiga, melhorando a prontidão mental e facilitando o trabalho. Os principais exercícios da ginástica laboral são: pescoço; • • • Figura 2 – Ginástica laboral no pescoço. ombro; Figura 3 – Ginástica laboral no ombro. punhos; Figura 4 – Ginástica laboral nos punhos. �exão das pontas dos dedos. Figura 5 – Ginástica laboral das pontas dos dedos. Conceito de ergonomia no setor da costura Figura 6 – Tipos de ginástica laboral. O objetivo da ergonomia nas empresas é encontrar o melhor ajustamento entre o trabalhador e as condições do trabalho. Zelar pela saúde, desenvolver hábitos e limpeza, posição correta no posto de trabalho, uso adequado de vestimentas. Tudo isso faz com que o trabalhador permaneça seguro, confortável e produtivo. • • • • • • • • • • O setor de costura tem como função principal confeccionar roupas. O trabalho requer esforço físico e mental, habilidade especí�ca e atenção constante na confecção do produto. A �m de evitar doenças ocupacionais, o costureiro deve observar alguns itens em seu posto de trabalho como: regular a altura da cadeira, a distância e a altura do encosto de acordo com a sua estatura; ocupar o máximo do assento da cadeira; posicionar-se corretamente inclinando levemente para a frente; os braços devem �car na altura da máquina e as mãos devem apenas guiar o material; o pedal deve ter uma inclinação agradável ao operador. Observando esses itens o corpo estará na posição correta para o trabalho, facilitando os movimentos dos braços e dos pés para o controle da máquina, evitando desvio na coluna vertebral, cansaço prematuro, problemas respiratórios, entre outros. O uso de vestimentas apropriadas também é um item importante para a segurança no trabalho: sapatos de salto baixo, cano curto e sola �exível ajudam no controle do pedal da máquina. Calçados fora desses padrões di�cultam o desempenho do operador; usar roupas adequadas ajuda no trabalho. Não se deve usar roupas largas ou impróprias para a estação do ano; não é permitido usar brincos, anéis, aliança, pulseira, colares e relógios durante o período de trabalho; cabelos compridos devem ser presos ou protegidos com redinhas ou lenços para cabelos; usar óculos de segurança. Equipamento de proteção individual (EPI) Conforme a NR 6 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), é todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Para serem aprovados, os óculos de segurança devem ser confeccionados segundo as normas da ABTN e possuir o Certi�cado de Aprovação (CA), expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. Óculos de segurança Óculos de segurança, ou óculos de proteção, são óculos especí�cos para muitas atividades pro�ssionais, tanto comerciais como industriais, que requerem o uso recomendável ou obrigatório. Cada tipo de óculos possui diversas opções de desenho, conformação ao rosto, material e lentes, conforme seu uso. Existem óculos com lentes graduadas de acordo com a necessidade do operador. Figura 7 – Óculos de segurança. 6. Controle de pedal da máquina de costura reta de ponto fixo 301 Controle da máquina em costuras retas e paralelas Para controlar o pedal da máquina de costura reta de ponto �xo 301, é necessário regular a altura da cadeira e o encosto em relação à máquina, organizar o posto de trabalho, tirar todas as linhas existentes na máquina, retirar a caixa e a bobina. Ligar a máquina, levantar o calcador, posicionar os tecidos na primeira marcação descendo a agulha, descer o calcador, segurar �rme sem prender o tecido, acionar o pedal da máquina, parar a cada marcação, seguir assim até que se consiga controlar o acionamento e a parada em pontos determinados. Essa atividade deverá ser efetuada em um tecido com as dimensões de 15 cm x 50 cm. Controle da máquina em costuras retas e paralelas Para a execução de costuras paralelas, a máquina precisa estar com a passagem de linha e a regulagem dos pontos em ordem. Os procedimentos de controle da máquina em costuras retas e paralelas são os seguintes: 1. Posicionar a marcação de início da costura sob o calcador. 2. Acionar o pedal da máquina para colocá-la em movimento. 3. Parar a máquina nos pontos determinados. 4. Repetir a operação até completar todo o tecido. Usar a lateral do calcador como medida de largura da costura. A seguir são apresentadas algumas práticas de controle da máquina. Costuras retas e paralelas na largura do calcador Depois de riscar as linhas de referência para início, parada no meio do material e �nal, deixar 1 cm de margem na borda do tecido para o início e o �nal das costuras. Figura 1 – Costuras retas e paralelas. Costuras paralelas e ângulo reto na largura do calcador Depois de riscar as linhas de referência para início e �nal, deixar 1 cm de margem na borda do tecido para o início e o �nal das costuras. Figura 2 – Costuras retas, paralelas e com ângulo reto. Costuras formando ângulos obtusos com retrocesso na largura do calcador Para facilitar o trabalho, pode-se utilizar um gabarito para riscar a primeira linha de referência, repetindo as costuras por no mínimo cinco vezes. Figura 3 – Costuras retas, paralelas e com ângulo obtuso. Costuras em curvas com retrocesso na largura do calcador Para facilitar o trabalho, pode-se utilizar um gabarito para riscar a primeira linha de referência, que deve ser no meio do material, deixando 1 cm de margem para o início e �nal da costura, e preencher todo o tecido. Figura 4 – Costuras em curvas paralelas e com retrocesso. Costuras paralelas em círculo na largura do calcador Iniciar a costura pela borda do material. Figura 5 – Costuras em curvas paralelas. Costuras em curvas e cantos arredondados, com retrocesso na largura do calcador Para facilitar o trabalho, pode-se utilizar um gabarito para riscar a primeira linha de referência, repetindo as costuras no mínimo cinco vezes. Figura 6 – Costuras em curvas paralelas com retrocesso. Costuras retas e cantos em ângulos retos com retrocesso no início e final Iniciar a costura pela borda do material, deixando 1 cm de margem. Figura 7 – Costuras retas e ângulos retos com retrocesso. 7. Máquina overloque de pontos 504/505Partes da máquina overloque da classe 500 Partes do cabeçote Overloque signi�ca chulear, isto é, dar acabamento na extremidade do tecido. A máquina overloque forma o ponto corrente e as linhas são entrelaçadas em cima e embaixo do tecido pela agulha e pelos loopers. A máquina overloque da classe 500 trabalha com três linhas. Nessa classe de ponto, a linha alimenta diretamente os loopers. • Figura 1 – Máquina overloque. A máquina overloque da classe 500 trabalha com três �os e forma vários tipos de pontos. A seguir são apresentados alguns exemplos: ponto 504 – chuleado de três �os: o fechamento é formado com o entrelaçamento da linha da agulha e a dos loopers superior e inferior. É utilizado para acabamento e fechamento de tecidos em geral; • Figura 2 – Ponto 504. ponto 505 – chuleado de três �os: o acabamento é formado com o entrelaçamento da linha da agulha e a dos loopers superior e inferior. É utilizado para o fechamento de tecido cortado no viés e como ponto decorativo. Figura 3 – Ponto 505. • • • • • • • • Partes da máquina overloque da classe 500 Essa máquina é composta das seguintes partes: cabeçote; mesa; motor; pedais; volante; interruptor; calha de resíduos; porta-�os. Cabeçote É a parte superior da máquina. É constituído de várias peças, cada uma tem sua função em conjunto com outras peças. As peças do cebeçote e suas funções serão vistas no item 2 deste capítulo. Figura 4 – Cabeçote da máquina overloque. Mesa É a parte onde está assentado o cabeçote. Figura 5 – Mesa da máquina overloque. Motor É um equipamento elétrico de rotação contínua. Possui uma embreagem acoplada que serve para dar início ao funcionamento da máquina e para pará-la. • • • Figura 6 – Motor da máquina overloque. Pedais A máquina overloque possui dois pedais: pedal maior – está ligado ao motor pela barra de união e serve para colocar a máquina em movimento e controlar sua velocidade; pedal menor – está ligado por meio de corrente a uma alavanca cuja função é levantar o calcador. Figura 7 – Pedal maior e pedal menor da máquina overloque. Volante Serve para abaixar e levantar a agulha, quando a máquina está parada. Observação O volante gira em sentido horário (para trás da máquina). Figura 8 – Volante da máquina overloque. Interruptor Liga e desliga o motor da máquina por meio de uma alavanca ou botão. Figura 9 – Interruptor da máquina overloque. Calha de resíduos Conduz os resíduos re�lados até um cesto coletor. Figura 10 – Calha de resíduos da máquina overloque. Porta-fios Tem a função de sustentar os cones de linha e �o, que serão utilizados na formação dos pontos. Figura 11 – Porta-fios da máquina overloque. Partes do cabeçote O cabeçote é a parte superior da máquina. É constituído de várias peças, e cada uma tem a função em conjunto com outras peças. • • • • • • • • • Figura 12 – Partes do cabeçote da máquina overloque. O cabeçote da máquina de costura overloque da classe 500 é composto das seguintes partes: visor de �uxo de óleo; visor do nível do óleo; cobertura superior; cobertura inferior; base da máquina; braço do calcador; calcador; conjunto de �xação do braço do calcador; barra da agulha; • • • • Figura 13 – Partes do cabeçote da máquina overloque. facas superior e inferior; chapa da agulha; transportadores dianteiro e traseiro; conjunto de regulagem do transporte diferencial; • • • • • • • Figura 14 – Partes do cabeçote da máquina overloque. regulador do comprimento do ponto; parafuso de regulagem de pressão do calcador; looper inferior; looper superior; esticadores de linha da agulha; esticadores de linha dos looper; regulador de tensão. Visor de fluxo de óleo É uma peça de acrílico transparente que permite ao operador veri�car se o sistema de lubri�cação está funcionando. Figura 15 – Visor de fluxo de óleo da máquina overloque. Visor do nível do óleo É um marcador de acrílico transparente com dois traços paralelos horizontais que indicam a quantidade máxima e a mínima de óleo necessário para operar a máquina. Figura 16 – Visor do nível do óleo da máquina overloque. Cobertura superior É uma chapa que, quando está fechada, protege as linhas da agulha. Figura 17 – Cobertura superior da máquina overloque. Cobertura inferior É uma chapa que, quando está fechada, protege as linhas dos loopers e evita que os resíduos re�lados entrem em contato com eles. Figura 18 – Cobertura inferior da máquina overloque. Base da máquina É uma chapa metálica que sustenta o material de costura. Abre para o lado esquerdo facilitando a colocação da linha e permitindo a limpeza ou o reparo da máquina. Figura 19 – Base da máquina overloque. Braço do calcador É uma peça com articulação lateral e vertical que permite a elevação e o afastamento do calcador. O calcador está �xado em sua extremidade. Figura 20 – Braço do calcador da máquina overloque. Calcador É uma peça que, na costura, segura o material enquanto a agulha penetra nele. Figura 21 – Calcador da máquina overloque. Conjunto de fixação do braço do calcador É um conjunto de peças que travam o braço do calcador na posição de trabalho e exercem pressão sobre ele, permitindo seu afastamento para en�ar as linhas, trocar a agulha e fazer limpeza ou reparo da máquina. Figura 22 – Conjunto de fixação do braço do calcador da máquina overloque. Barra da agulha É uma peça com movimento vertical. A agulha é �xada em sua extremidade. Figura 23 – Barra da agulha da máquina overloque. Agulha É uma peça cilíndrica, reta ou curva, que em sua extensão possui espessuras diferentes. É feita de aço temperado e cromado e serve para conduzir a linha de um lado para o outro do material, possibilitando assim o entrelaçamento da linha superior com a(s) linha(s) inferior(es). Figura 24 – Agulha reta B27 ou DCx27 e agulha curva UY 154 da máquina overloque. Facas superior e inferior As facas servem para cortar aparas e �apos do tecido durante o processo de costura. Não se deve cortar tecidos com elas, pois isso interferirá na margem de costura da peça. A faca superior é movimentada em sentido vertical, o que leva ao encontro da faca inferior. Figura 25 – Faca superior da máquina overloque. A faca inferior é uma lâmina �xa, e seu �o de corte deve estar paralelo à chapa da agulha. As duas facas podem estar próximas ou afastadas da agulha. Em conjunto com a chapa da agulha apropriada, possibilita um chuleado mais estreito ou mais largo. Figura 26 – Faca inferior da máquina overloque. Chapa da agulha É uma chapa metálica com abertura para a passagem da agulha e do transportador. O ponto é formado inicialmente em volta de uma lingueta existente nessa chapa. A largura da lingueta e a regulagem das facas permitem um chuleado mais estreito ou mais largo. Figura 27 – Chapa da agulha da máquina overloque. • • Transportadores dianteiro e traseiro São peças com dentes que levam o tecido de um ponto para o seguinte a ser feito. A alimentação da máquina overloque é composta de duas partes: transportador dianteiro – diferencial; transportador traseiro – principal. Figura 28 – Transportadores da máquina overloque. Conjunto de regulagem do transporte diferencial É um conjunto de peças que permitem a regulagem do transporte da máquina através de alavanca. Figura 29 – Conjunto de regulagem do transporte diferencial da máquina overloque. Nesse sistema, um transportador �ca na frente e outro atrás da agulha. Eles podem operar com velocidades iguais ou diferentes. Quando o transportador da frente opera mais rápido, o tecido é franzido. Quando o transportador de trás opera mais rápido, o tecido é esticado. Essa regulagem depende do material de costura ou do efeito que se deseja dar à costura. Regulador do comprimento do ponto São sistemas (excêntrico, alavanca, botão) formados por um regulador que permite aumentar ou diminuir o comprimento do ponto. Figura 30 – Regulador do comprimento do ponto da máquina overloque. Parafuso deregulagem de pressão do calcador Situa-se na parte superior do cabeçote e serve para dar a pressão necessária ao calcador, permitindo um transporte adequado do material. Figura 31 – Parafuso de regulagem de pressão do calcador da máquina overloque. Looper inferior Sua função é passar a linha inferior do chuleado e penetrar na laçada da linha da agulha. Figura 32 – Looper inferior da máquina overloque. Looper superior Sua função é passar a linha superior do chuleado e laçar a linha do looper inferior, levando-a para cima para o entrelaçamento com a linha da agulha. Figura 33 – Looper superior da máquina overloque. Esticadores de linha da agulha Sua função é puxar e soltar a linha em uma quantidade su�ciente para a formação da laçada; esticando em seguida a linha para fazer o ajuste do ponto. Figura 34 – Esticadores de linha da agulha da máquina overloque. Esticadores de linha dos loopers Têm a função de puxar e soltar a linha em uma quantidade su�ciente para a formação da laçada. Depois do entrelaçamento fazem o ajuste do ponto. Figura 35 – Esticadores de linha dos loopers da máquina overloque. Regulador de tensão É um conjunto de peças que regulam a tensão da linha para a agulha e para os loopers. Figura 36 – Regulador de tensão da máquina overloque. Observação • O regulador de linha da agulha usa uma mola mais grossa do que os reguladores de linha dos loopers. 8. Passagem de linha na máquina overloque de pontos 504/505 A passagem de linha é um procedimento realizado diariamente, na produção de uma indústria. Consiste em levar a linha desde o porta-�os até o furo da agulha, passando pelos guias intermediários. Para a formação dos pontos 504/505, são necessárias três linhas, uma para a agulha e duas para os loopers. Figura 1 – Passagem de linha na máquina overloque. Os procedimentos para passagem da linha superior da máquina overloque de pontos 504/505 são os seguintes: 1. Desligar a máquina. 2. Abrir as coberturas do cabeçote. 3. Girar o volante no sentido horário até que a agulha atinja seu ponto mais alto e afastar o calcador para a esquerda. 4. Colocar os cones de linha no porta-�os e passar pelos guias de linha. Figura 2 – Porta-fios da máquina overloque. 5. Passar a linha da agulha entre os discos de tensão e pelos guias de linha e �nalmente pelo furo da agulha, da canaleta para a cava. Figura 3 – Passagem da linha da agulha da máquina overloque. 6. Passar a linha do looper inferior. Passar a linha entre os discos de tensão, pelos guias e pelos batedores de linha, em seguida pelo furo do looper inferior de trás para a frente e depois de frente para trás. Figura 4 – Passagem da linha do looper inferior da máquina overloque. 7. Passar a linha do looper superior. Passar a linha entre os discos de tensão, pelos guias e pelos batedores de linha, em seguida pelo furo do looper superior de trás para a frente e depois de frente para trás. Figura 5 – Passagem da linha do looper superior da máquina overloque. 8. Veri�car a formação do ponto. Girar o volante da máquina com a mão no sentido horário para formar a correntinha. 9. Colocar a agulha no ponto mais alto, fechar as coberturas e travar novamente o calcador. • • • 9. Regulagem da tensão das linhas da máquina overloque Ajuste da linha da agulha Ajuste do looper inferior Ajuste do looper superior Para obter uma costura com qualidade e resistência, é necessário que as linhas estejam bem equilibradas, de modo que a amarração dos pontos se forme no centro do material de costura. Poderá ocorrer ponto irregular proveniente do ajuste impróprio das linhas: da agulha; do looper inferior; do looper superior. Ajuste da linha da agulha Se a laçada do �o da agulha não estiver ajustada corretamente, poderá resultar em ponto aberto na costura. Nesse caso, os pontos �carão conforme estão representados na �gura a seguir. • • Figura 1 – Ponto com tensão da linha da agulha desequilibrada. Os ajustes do controle das linhas que devem ser corrigidos são: tensão demasiadamente frouxa na linha da agulha; tensão demasiadamente apertada na linha do looper inferior. Ajuste do looper inferior Se a armação do ponto não se formar na borda do tecido, ocorrerá um desequilíbrio entre os �os dos loopers, o que causará defeito na borda costurada. Se essa armação for arrastada por baixo da borda do tecido, terá o aspecto ilustrado a seguir: Figura 2 – Ponto com tensão da linha do looper inferior desequilibrada. • • • • Quando a formação do ponto é arrastada por baixo da borda, é preciso veri�car os seguintes ajustes do controle das linhas: a linha do looper inferior está demasiadamente tensa; a linha do looper superior está com tensão demasiadamente frouxa. Ajuste do looper superior Se a formação do ponto se arrasta por cima da borda do tecido, terá o seguinte aspecto. Figura 3 – Ponto com tensão da linha do looper superior desequilibrada. Quando a formação do ponto for arrastada por cima da borda, é preciso veri�car os seguintes ajustes do controle das linhas: tensão demasiadamente apertada na linha do looper superior; tensão demasiadamente frouxa na linha do looper inferior. 10. Controle de pedal da máquina overloque Controle da máquina em costuras retas Para controlar o pedal da máquina overloque de classe 500, é necessário regular a altura da cadeira e o encosto em relação à máquina, organizar o posto de trabalho e tirar todas as linhas existentes na máquina. Ligar a máquina, levantar o calcador, posicionar os tecidos na primeira marcação, descer o calcador, segurar �rmemente sem prender o tecido, acionar o pedal da máquina, parar em cada marcação, seguir assim até controlar o acionamento e a parada em pontos determinados. Essa atividade deverá ser efetuada em um tecido com as dimensões de 15 cm x 50 cm. Controle da máquina em costuras retas Para a execução de costuras paralelas, a máquina precisa estar com a passagem de linha e a regulagem dos pontos em ordem. Os procedimentos de controle da máquina overloque em costuras retas são os seguintes: 1. Posicionar a marcação de início da costura sob o calcador. 2. Acionar o pedal da máquina para colocá-la em movimento. 3. Parar a máquina nos pontos determinados. 4. Repetir essa operação até terminar todo o tecido. Figura 1 – Controle da máquina em costuras retas. A seguir são apresentadas algumas práticas de controle da máquina: 1. Para a execução de costura curva interna, é necessário posicionar o tecido duplo sob o calcador e sobre a marcação de início, acionar o pedal da máquina e costurar acompanhando a curva e as pontas de início e �m do exercício, evitando cortar o tecido. Figura 2 – Controle da máquina em costuras de curva interna. 2. Para a execução de costura curva externa, é necessário posicionar o tecido duplo sob o calcador e sobre a marcação de início, acionar o pedal da máquina e costurar acompanhando a curva e as pontas de início e �m do exercício, evitando cortar o tecido. Figura 3 – Controle da máquina em costuras de curva externa. 3. Para a execução da união da curva interna com a externa, é necessário posicionar o tecido duplo sob o calcador e sobre a marcação de início, acionar o pedal da máquina e costurar acompanhando a curva, o pique no centro do tecido e as pontas de início e �m do tecido. Figura 4 – Controle da máquina da união da curva interna com a externa. 4. Para a execução da costura tubular, é necessário fechar o tecido com uma costura unindo as duas extremidades e depois fazer o contorno do tubo mantendo a circunferência perfeita sem re�lar nada. Figura 5 – Controle da máquina em costura tubular. 5. Para a execução da costura com arremate, é necessário iniciar uma costura de mais ou menos 0,5 cm, levantar o calcador e puxar a sobra de linha que �ca no início da costura e trazê-la para a direção da agulha, baixar o calcador e costurar para que a linha envolva essa sobra arrematando. Figura 6 – Controle da máquina em costura com arremate no início. • • • 11. Materiais utilizadosna modelagem A seguir são apresentados os principais materiais utilizados para o desenvolvimento de modelagem: al�netes no 29; Figura 1 – Alfinetes. borracha macia; Figura 2 – Borracha. caneta; • • • Figura 3 – Caneta. lapiseira 7 ou 9 mm; Figura 4 – Lapiseira. cola branca ou bastão; Figura 5 – Cola branca. clipes; Figura 6 – Clipes. • • • • alicate de pique, que é um instrumento próprio para a marcação de piques no molde; Figura 7 – Alicate de pique. �ta métrica, que é um tecido estreito, chato e delgado graduado com medidas do sistema métrico. É utilizada para medir ou determinar um espaço ou extensão; Figura 8 – Fita métrica. carretilha, que é uma roldana pequena dentada munida de um cabo. É utilizada para transportar o diagrama ou molde para outro papel; Figura 9 – Carretilha. kra, papel próprio para modelagem encontrado em rolo ou em folhas com diversas gramaturas; • • • Figura 10 – Bobina de papel kraft. furador, que é utilizado para fazer furos, marcação de bolsos, pences etc.; Figura 11 – Furador. vazador, que é um instrumento de correeiro próprio para abrir ilhós, cuja �nalidade é vazar moldes para que se possa pendurá-los e marcar pences. Para pences 2 mm e para vazar moldes para pendurá-los 8 mm; Figura 12 – Vazadores. tesoura, um instrumento cortante formado de duas lâminas reunidas por um eixo sobre o qual se move; • Figura 13 – Tesoura. régua três em um, um instrumento com que se formam ou medem ângulos retos, traçam linhas retas, linhas perpendiculares e curvas. Figura 14 – Régua três em um. 12. Matemática básica Adição e subtração Multiplicação e divisão Fração Para atuar na área de modelagem, é necessário que o modelista tenha alguns conhecimentos de matemática, pois ao traçar os diagramas são utilizadas medidas como o metro, o centímetro e o milímetro associadas às operações de adição, subtração, multiplicação e divisão. É preciso conhecer bem essas informações, porque todo o material utilizado para a construção de moldes está em escala métrica. Os diagramas são traçados com medidas divididas em ½ (um meio), ¼ (um quarto), 1/8 (um oitavo), fracionados de acordo com as suas características. Uma maneira de estudar os números é usar o sistema de numeração decimal, cujo nome foi baseado na quantidade de dedos das mãos (dez). Os símbolos empregados para representar os números são dez e são chamados algarismos indo-arábicos. São eles: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 0 (zero). Adição e subtração Os problemas que envolvem a ideia de reunir são resolvidos pela operação adição. Em 2 pilhas de livros, uma com 3 livros e outra com 4 livros, há 7 livros. Como a adição é indicada pelo sinal + (lê-se “mais”), pode-se escrever: 3 livros + 4 livros = 7 livros. Ou ainda: Exemplos: Os problemas que envolvem a ideia de tirar são resolvidos pela operação subtração. Nesse caso, se de uma pilha de 7 livros são tirados 3 livros, �carão na pilha apenas 4 livros. Como a subtração é indicada pelo sinal – (lê-se “menos”), pode-se escrever: 7 livros – 3 livros = 4 livros. Ou ainda: A subtração é a operação inversa da adição. Se 3 + 4 = 7, então 7 – 3 = 4 ou 7 – 4 = 3. Por isso, para tirar a prova, isto é, saber se o resultado de uma adição ou subtração está correto, basta fazer a operação inversa. Exemplos Para conferir, é feito: encontrando Multiplicação e divisão Multiplicar é adicionar parcelas iguais. Para saber quantos livros têm 4 pilhas iguais de 7 livros cada uma, é feito: 7 livros + 7 livros + 7 livros + 7 livros, ou 4 vezes 7 livros = 4 x 7 livros = 28 livros. Ou ainda: Exemplos Os problemas que envolvem a ideia de repartir são resolvidos pela operação divisão. No seguinte problema: uma pilha de 28 livros deve ser repartida em 4 pilhas, tendo cada uma o mesmo número de livros, para saber quantos livros terá cada pilha, é feito: 28 livros dividido por 4 ⇒ 28 livros : 4 = 7 livros. Ou ainda: A divisão exata é a operação inversa da multiplicação, por isso, para conferir uma divisão exata, é usada a relação: dividendo = divisor x quociente. Exemplo Então: Se a igualdade for verdadeira, o resultado está correto. Esta é uma forma de tirar a prova da divisão exata. Exemplos Fração A primeira noção de fração é dada quando se divide um objeto ou uma unidade em um número qualquer de partes iguais e se considera uma ou algumas dessas partes. Número fracionário ou fração é aquele que indica uma ou mais partes da unidade que foi dividida em partes iguais. A fração é representada por dois números naturais a e b (com b ≠ 0) separados por um traço horizontal. Assim . Exemplos O círculo (unidade) foi dividido em 4 partes iguais, das quais 3 estão hachuradas. Logo parte hachurada parte não hachurada Figura 1 – Demonstrativa de . parte hachurada Parte não hachurada • Figura 2 – Demonstrativa de . O número acima do traço chama-se numerador e indica quantas partes foram consideradas. O número abaixo do traço chama-se denominador e indica em quantas partes iguais a unidade foi dividida. Equivalência e simplificação Exemplos Figura 3 – Demonstrativa de . Figura 4 – Demonstrativa de . Leitura de uma fração Denominador 2 a 9 (meios, terços, quartos…): um meio dois terços • • três quartos oito quintos quatro sétimos cinco oitavos Denominador 10 ou potência de 10 (décimos, centésimos…): três décimos vinte e sete centésimos cento e oitenta e nove milésimos Denominador maior que 10 e não potência de 10: cinco dezesseis avos sete vinte avos um quinze avos um sessenta e quatro avos 13. Medidas As medidas surgiram diante da necessidade de ter controle ou de saber mais sobre a forma, o tamanho ou o peso dos objetos. Estão em toda parte. O comprimento, o peso, o tempo de duração de um acontecimento são exemplos de medidas comuns no dia a dia. É preciso aprender a trabalhar com elas. Contar e medir estão presentes em quase todas as áreas de trabalho e situações cotidianas: na construção, no comércio, na confecção, nas indústrias em geral. Medir é um ato tão comum que �ca difícil imaginar um tempo ou lugar em que não se costumava medir alguma coisa. Quando se olha para o passado da humanidade, pode-se veri�car que contar e medir fazem parte da vida do ser humano desde sempre. Medir é comparar grandezas da mesma espécie, tomando uma como padrão: Figura 1 – Padrão. • • • • • Figura 2 – Comprimento a ser medido. Quantas vezes a medida padrão cabe no comprimento que se quer medir? Figura 3 – 5 vezes. Muitas pessoas já usaram o palmo para medir. Pode-se veri�car quantos palmos tem uma mesa. Quando a medida não é exata, usam-se os dedos para completá-la. Ao comparar as medidas dessa mesa feitas por pessoas diferentes utilizando o palmo, observa-se que a medida pode variar. Portanto, medidas feitas dessa forma não são precisas. Existem instrumentos mais adequados para medir comprimentos. Um deles é o metro. Dessa forma, pode-se escrever: 1 metro ou 1 m; 5 metros ou 5 m; 150 metros ou 150 m. Os símbolos são invariáveis. Não se usa ponto de abreviatura após a letra m nem s para indicar o plural. A leitura das medidas abreviadamente e maiores que 1 é feita assim: 4 m, lê-se: quatro metros; 35 m, lê-se: trinta e cinco metros. O símbolo não possui “s” do plural, mas a leitura é feita como se ele existisse. A unidade padrão para medir o ser humano é o metro, mas di�cilmente as medidas são representadas por um número inteiro. Por isso, são necessárias unidades menores que o metro. Para facilitar e padronizar as medições, foi criado o sistema métrico decimal: métrico porque utiliza o metro como unidade padrão e decimal porque as unidades derivadas do metro são obtidas por meio de divisões por 10 (dez). A escala ou régua graduada é parte de um metro. Ela possui marcações em unidades do sistema métrico (dm, cm, mm) e do sistema de medidas inglês (polegada). Por enquanto, será estudado o sistema métrico. Figura 4 – Régua graduada. Se o comprimentode 1 metro for dividido em 10 partes iguais, cada uma dessas partes recebe o nome de decímetro. O símbolo do decímetro é dm. Na �gura a seguir, é representado o comprimento de 1 dm. Figura 5 – Régua graduada. Se cada comprimento de 1 metro for dividido em 100 partes iguais, cada uma dessas partes recebe o nome de centímetro. O símbolo do centímetro é cm. Na �gura a seguir, é representado o comprimento de 1 cm. Figura 6 – Régua graduada. Se o comprimento de 1 metro for dividido em 1 000 partes iguais, cada uma dessas partes recebe o nome de milímetro. O símbolo do milímetro é mm. Na �gura a seguir, um pedaço da escala foi aumentado para que seja observada a graduação em milímetros, que é a menor divisão dessa escala. Figura 7 – Régua graduada. Portanto, a equivalência entre o metro, o decímetro, o centímetro e o milímetro é: 1 m = 10 dm = 100 cm = 1.000 mm Efetuam-se medições de comprimento por meio de escala. Geralmente essas medições são feitas em milímetros. Pode-se observar, nos exemplos a seguir, a medida indicada nas escalas das �guras. Figura 8 – Exemplo de medição. Até o número 1 da escala, têm-se 10 mm ou 1 cm. Até o número 2, têm-se 20 mm ou 2 cm. Portanto a medida indicada na �gura 1 é 21 mm ou 2,1 cm. Na �gura a seguir, a medida indicada é 15 mm ou 1,5 cm. Figura 9 – Exemplo de medição. • • 14. Tabela de medidas Tabela de medida padronizada Medida individual Como obter as medidas fundamentais por meio de uma tabela Tabela de medidas é um quadro que contém a relação das medidas fundamentais do corpo humano que são referência para a construção de moldes. O modelista industrial segue uma tabela de medidas padronizadas que variam de acordo com cada indústria e com o público-alvo. Ao modelar uma peça para uma pessoa cujas medidas não se encaixam nas tabelas, é possível substituí-las pelas medidas individuais tomadas da própria pessoa. Há duas variações de medidas: padronizada; individual. Tabela de medida padronizada • Essa tabela é estabelecida com base na média entre várias medidas desenvolvida pelo modelista, com o objetivo de vestir o maior número possível de pessoas. Depois de criada e testada, a tabela é utilizada na empresa para construir todos os moldes-base por um determinado tempo. Medida individual É a medida obtida de um único corpo, utilizada para confeccionar peças sob medida. É utilizada em peças desenvolvidas geralmente em ateliê. Como obter as medidas fundamentais por meio de uma tabela Para obter as medidas fundamentais por meio de uma tabela, é preciso identi�car as medidas e o tamanho de quem vai usar e comparar com a tabela. É preciso estudar a peça a ser modelada porque cada peça tem as suas próprias medidas fundamentais. Na tabela a seguir, encontra-se o exemplo das medidas fundamentais da saia. Tabela 1 – Tabela de medidas da saia Exemplo Para saber a medida de circunferência do busto correspondente ao número 42, deve-se localizar o tamanho do manequim na • tabela. Em seguida, é localizada na tabela a medida que corresponde à circunferência do busto com relação ao número do manequim. Observação A tabela adotada pelo SENAI tem como base as normas estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). • • • • • 15. Como tomar medidas Medidas fundamentais Medidas complementares Tomar medidas é muito importante para o desenvolvimento da modelagem, pois do cuidado com que elas são tomadas dependem a qualidade do molde e a economia de tempo. As medidas utilizadas para a confecção de roupas são de dois tipos: medidas fundamentais, necessárias para o traçado das bases; medidas complementares, necessárias para a transformação das bases no modelo desejado. É importante saber como se obtém as medidas fundamentais, para que se possam traçar os moldes com as medidas adequadas às dimensões do corpo da pessoa. Portanto, deve-se obedecer as recomendações e as ilustrações a seguir. O corpo que vai ser medido deve: estar vestido com uma roupa �na, sem volume de tecido, de modo que permita a visualização de suas formas; manter uma �ta ou cordão amarrado na cintura para servir como ponto de referência para outras medidas; manter uma posição ereta para não alterar as medidas; • • ter as medidas anotadas. Observação Para obter as medidas, é necessário que se tenha uma �ta métrica graduada em centímetros e milímetros. É preciso relacionar as medidas de acordo com a peça a ser desenvolvida e anotar as medidas tomadas em uma tabela, como a do exemplo a seguir. Tabela 1 – Tabela para anotação de medidas do corpo Circunferência do colarinho Circunferência do busto ou tórax Circunferência da cintura Circunferência do quadril Altura do quadril Largura das costas Altura da frente Medidas fundamentais Os procedimentos de como tomar as medidas fundamentais do corpo humano são apresentados a seguir. 1. Circunferência do colarinho – contornar o pescoço, em sua base, com a �ta métrica e ler a medida. Figura 1 – Circunferência do colarinho. 2. Circunferência do busto ou tórax – passar a �ta métrica por baixo das axilas sobre as omoplatas e sobre a parte mais saliente do busto ou tórax. Ler a medida de contorno. Se der número ímpar, usar o número par imediatamente superior. Figura 2 – Circunferência do busto ou tórax. 3. Circunferência da cintura – contornar a cintura, na parte mais acentuada, com a �ta métrica e ler a medida. Se essa medida for um número ímpar, usar o número par imediatamente superior. Figura 3 – Circunferência da cintura. 4. Circunferência do quadril – com a �ta métrica, contornar o quadril no ponto mais saliente (em geral 20 cm abaixo da cintura para mulheres e 14 cm abaixo do cós para homens) e tomar a medida. Da mesma forma que foi feito com o resultado da medida do busto e da cintura, se esse resultado for um número ímpar, usar o número par imediatamente superior. Figura 4 – Circunferência do quadril. 5. Circunferência do braço ou punho – contornar o braço ou punho na altura do comprimento da manga deixando uma folga de acordo com o modelo. Figura 5 – Circunferência do braço e do punho. 6. Largura do ombro – colocar a �ta métrica sobre o ombro e medir o seu comprimento a partir da base do pescoço até a junção do braço. Figura 6 – Largura do ombro. 7. Largura das costas, também conhecida como espádua – medir o espaço entre o término do ombro e o início do braço, de um lado para o outro, com a �ta métrica posicionada no sentido horizontal. Figura 7 – Largura das costas. 8. Altura do corpo frente – colocar a extremidade da �ta métrica no ombro, junto da base do pescoço, e descer com ela até a cintura, passando por cima do busto ou tórax. Figura 8 – Altura da frente. 9. Altura do corpo costas – colocar a extremidade da �ta métrica no ombro, junto da base do pescoço (no mesmo ponto em que se tirou a medida da frente) e descer com a �ta até a cintura (essa medida é utilizada em roupas femininas). Figura 9 – Altura das costas. 10. Altura do quadril – medir a distância entre a cintura e a parte mais saliente do quadril. Figura 10 – Altura do quadril. 11. Altura do gancho – sentado em uma cadeira ou banco com o assento plano e �rme, medir da cintura até o assento. Figura 11 – Altura do gancho. 12. Comprimento de manga – posicionar a mão logo abaixo do umbigo, sobre o ventre. Medir do �nal do ombro até o osso mais saliente do punho • (para manga curta, medir até a altura desejada, conforme o modelo). Figura 12 – Comprimento da manga. Observação Para as medidas de comprimento, proceder conforme o modelo: para blazer e a�ns, medir a partir do ombro, na base do pescoço até o ponto desejado; para saias e calças, estender a �ta na lateral, da cintura até a altura desejada. Figura 13 – Medidas de comprimento. Medidas complementares São aquelas necessárias para a transformação das bases no modelo que se deseja. As medidas complementares são extremamente variadas, por exemplo, tornozelo, altura de um tomara que caia, profundidade de umdecote etc. Exemplos Altura do busto, posicionar a �ta métrica junto da base do pescoço até a altura do busto e ler a medida. Figura 14 – Altura do busto. Distância do busto, posicionar a �ta métrica sobre o busto, de um lado, a outro e ler a medida. Figura 15 – Distância do busto. • • • • 16. Fases do trabalho da modelagem Interpretação de modelo Construção do diagrama Preparação do molde-base Adaptação do modelo Molde para o corte Prova e correção Graduação A modelagem de qualquer peça do vestuário é uma tarefa que exige cuidados especiais e conhecimentos técnicos. Todas as fases do trabalho devem ser desenvolvidas criteriosamente, com muita exatidão nos procedimentos que envolvem medidas e cálculo de dimensões. É necessário, também, um bom senso de observação, como será visto a seguir, ao ser analisada cada fase do processo: interpretação de modelo; construção do diagrama; preparação do molde-base; adaptação do modelo; • • • • • • • • • • • • molde para o corte; prova e correção; graduação. Interpretação de modelo A interpretação de modelo é a primeira etapa e a que mais exige observação. Nesta fase, o modelo pode ser apresentado por meio de: desenho (croqui ou desenho técnico); fotogra�a; peça confeccionada. Figura 1 – Croqui, desenho técnico e peça confeccionada. Nesta fase, deve-se analisar os detalhes de cada peça, tais como: tamanho; formas das diversas partes; tipo de costura; montagem; tecido; aviamentos e o que mais houver nele. Construção do diagrama A construção do diagrama é a etapa em que cada parte da peça a ser confeccionada é desenhada no papel sob forma de esquema. O diagrama é uma representação grá�ca, no plano, de uma estrutura que pode ser tridimensional, com a posição das suas partes e a relação proporcional entre elas. Figura 2 – Diagrama da saia. Preparação do molde-base A preparação do molde-base é a reprodução de cada parte do diagrama em papel especial ou �bra, no tamanho real que a peça deverá ter depois de pronta. Para confeccionar o molde-base, é preciso reproduzir cada parte do diagrama em papel especial ou �bra. Assim, haverá um molde-base para cada parte. O molde-base deve ter as informações de piques, furos, sentido do �o e tamanho da peça. Figura 3 – Molde-base da saia. Adaptação do modelo A adaptação do modelo é a etapa em que é realizado o desenho de detalhes sobre o diagrama ou o molde-base, adequando as suas proporções em relação ao modelo. Nesta etapa, deve-se adaptar o modelo à base respeitando rigorosamente as especi�cações do desenho. Figura 4 – Adaptação de modelo da saia. • • • • • • • • Molde para o corte É a reprodução de cada parte do modelo para outro papel com acréscimo das margens para costura e todas as informações ou marcações necessárias como piques para pences, furos indicadores da altura de bolsos ou outro detalhe, de acordo com o tipo de tecido, tipo de costura, de máquinas, de embainhado etc. Indicam-se no molde por escrito, em geral, os seguintes itens: parte da peça (nome da parte); tamanho da peça (número do manequim); ordem ou referência (por exemplo: coleção verão, ref. no …); quantidade a ser cortada de cada parte (número de vezes); número de partes que compõem a peça; posição do �o (�o de urdume do tecido, paralelo à ourela); assinatura (identi�cação do modelista); data. Figura 5 – Molde para corte da saia. • • • • • • • • • • • • São apresentados a seguir os principais cuidados que se deve ter com os moldes para garantir a qualidade do produto �nal: o molde, ao ser recortado, deve �car à esquerda da tesoura; deve-se segurar o molde e não a sobra do papel; deve-se recortar dentro do risco, sem deixar nenhuma ondulação ou repicado; se houver piques no molde, eles devem ser de 1 mm de largura por 4 mm de comprimento e paralelos à margem; o pique deve ser feito na margem onde vai ser passada a primeira costura; é necessário marcar o sentido do �o do tecido (urdume) em toda a extensão do molde, de forma que �que sempre visível e não se perca com o uso. Por isso, essa marcação não deve incidir sobre a dobra do molde; deve-se colocar uma seta indicando a posição da peça em todas as partes do molde; toda marcação no molde indica o lado direito do tecido; todas as denominações no molde devem ser feitas na mesma direção para facilitar a leitura e a posição correta da peça; deve-se escrever nos moldes somente o necessário; os moldes podem ser guardados em envelopes identi�cados com o desenho do modelo na parte de fora ou amarrados por um ponto determinado que ofereça segurança para a sua conservação. Observação Quando se trabalha com tecidos de malha, as marcações de piques ou furos podem ser substituídas por riscos com giz, caneta ou lápis no próprio tecido, em local que seja escondido pela costura ou pela sobreposição de detalhe como bolso, por exemplo. Prova e correção • • • • • • É a etapa em que se confecciona uma peça, chamada peça piloto, para averiguar o seu caimento. Depois de provada, se necessário, as devidas correções são feitas no molde e a peça corrigida �ca como amostra para a confecção em série. Assim o molde está testado. Para a confecção da peça piloto, antes deve ser realizado o estudo de encaixe, em que as partes são colocadas sobre o tecido ou sobre uma folha de papel que tenha a mesma largura, de forma que possibilite o melhor aproveitamento possível do tecido (sem desperdício), com a �nalidade de calcular o consumo de tecido. Graduação É a etapa em que se realiza a ampliação e a redução dos moldes para se obter a grade completa de tamanhos. Faz-se a reprodução dos moldes com as devidas variações de medidas, com as mesmas formas e marcações. Pronta a graduação, se possível, confecciona-se uma peça de tamanho ampliado e outra de tamanho reduzido para veri�car o produto �nal. A ampliação e redução são feitas na seguinte sequência: �xar o molde original sobre outro papel e riscar o seu contorno; ampliar ou reduzir as medidas indicadas na tabela de acordo com o molde; riscar onde foram colocadas as medidas, dando ao molde a mesma forma do original; movimentar o molde para obter a mesma forma; colocar as denominações iguais às do original e recortar. Observação A diferença entre as medidas do tamanho original e as do tamanho ampliado ou reduzido é dividida por quantas partes houver na peça a ser costurada. Figura 6 – Mapa de gradação da saia. • • 17. Tipos de molde Moldes simétricos Moldes assimétricos Os moldes são peças de �bra ou papel que, procurando seguir as formas do corpo humano, servem de base para o corte do tecido. Os moldes podem ser: simétricos; assimétricos. Moldes simétricos Os moldes simétricos servem para cortar peças de roupas que vestem de maneira igual os dois lados do corpo humano, o lado direito e o lado esquerdo. No exemplo a seguir, é apresentada uma modelagem de calça, em que os moldes do lado direito servem para o lado esquerdo. Figura 1 – Moldes simétricos. Moldes assimétricos Os moldes assimétricos servem para cortar peças em tecidos que só vestem um único lado do corpo humano (direito, esquerdo, frente ou costas), por terem detalhes diferentes de cada lado ou serem peças únicas. No exemplo a seguir, é apresentada uma modelagem, em que os moldes não são exatamentes iguais e o lado direito não serve para o lado esquerdo. Figura 2 – Moldes assimétricos. • • • • • 18. Encaixe Encaixe par Encaixe ímpar Encaixe par e ímpar Encaixe par em sentido obrigatório Encaixe em tecido xadrez ou listrado Encaixe é a distribuição de uma modelagem completa de determinado modelo sobre uma folha ou tecido. No encaixe, as partes dos moldes são distribuídas na folha ou no tecido de maneira que o espaço entre elas seja o menor possível visando à economia de tempo, ao aumento da produtividade, à qualidade dos produtos e ao aproveitando de tecido. Os encaixes podem ser: encaixe par; encaixe ímpar; encaixe par e ímpar; encaixe par em sentidoobrigatório; encaixe em tecido xadrez ou listrado. Encaixe par O encaixe par é a distribuição sobre o tecido de todas as partes que compõem um modelo. Esse é o tipo de encaixe em que se pode utilizar moldes simétricos e assimétricos. Figura 1 – Encaixe par. Encaixe ímpar O encaixe ímpar é a distribuição sobre o papel ou o tecido de apenas metade dos moldes. Por exemplo, no caso da camisa, na ilustração a seguir (molde simétrico e tecido plano dobrado ao meio) coloca-se só o lado direito da frente, só uma manga, metade das costas (dobrando o molde) etc. Esse tipo de encaixe é usado apenas para moldes simétricos. Além disso, deve ser usado para o caso de corte de poucas peças ou quando houver falta de espaço, pois é menos econômico que o encaixe par. Figura 2 – Encaixe ímpar. Encaixe par e ímpar O encaixe par e ímpar é a distribuição sobre o tecido de todos os moldes de uma peça (encaixe par) e alguns moldes de outra peça (encaixe ímpar). • • Esse processo é bastante utilizado quando se trabalha com grande produção diária, pois se ganha tempo em todas as operações: no encaixe, no risco, no enfesto e no corte. Por exemplo, quando se atende a uma �cha de corte de camisa com a seguinte grade: tamanho 1 = cortar 20 peças; tamanho 4 = cortar 10 peças. Pode-se encaixar uma modelagem completa do tamanho 1 e metade da modelagem do tamanho 4 (a ser compensado na operação de enfesto). Isso faz com que não haja necessidade de desenvolver todo o processo (encaixe, risco, enfesto e corte) duas vezes, por causa da diferença de quantidades. Figura 3 – Encaixe par e ímpar. Encaixe par em sentido obrigatório O encaixe par em sentido obrigatório é a distribuição sobre o tecido de todas as partes que compõem um modelo seguindo a mesma direção do �o e voltadas para a mesma direção. Esse tipo de encaixe é utilizado quando o tecido a ser cortado possui estampa numa única direção. Para evitar problemas, devem-se seguir as orientações estabelecidas no molde. Há determinados tipos de tecido, como veludo, camurças, tecidos felpudos, pelúcia, acrílico, brim, índigo, plush, que por sua própria estrutura exigem a rigorosa obediência do encaixe, em sentido obrigatório. Figura 4 – Encaixe par em sentido obrigatório. Encaixe em tecido xadrez ou listrado No encaixe em tecido xadrez ou listado, as folhas de tecido devem ser dispostas de modo que as listras e o xadrez �quem acasalados, isto é, emparelhados, para dar melhor qualidade à peça cortada. Às vezes deve-se deixar um espaço para posterior acasalamento no próprio encaixe. Por exemplo, em uma camisa, é possível encaixar uma frente com a outra como se fosse uma peça inteiriça (sendo aberta apenas ao meio). Há tecidos xadrez e listrados que não exigem as normas de posição de encaixe, por terem as listras desiguais. Figura 5 – Encaixe em tecidos xadrez ou listrados. 19. Tecidos Tecidos planos ou de cala Tecidos de malha A história documenta que as primeiras �bras têxteis cultivadas pelo ser humano na Antiguidade foram de origem vegetal (linho e algodão) e animal (seda e lã), que hoje são chamadas de matérias-primas naturais. Com mais de 8 mil anos de história, o linho é considerado uma �bra nobre e pode ser utilizado para confeccionar toalhas bordadas de mesa, valorizando pratas e porcelanas. Também pode ser encontrada nas �nas cambraias enfeitadas de rendas e nervuras. Os primeiros indícios do uso de algodão, em 3000 a.C., são da Índia. Hoje o algodão é a �bra têxtil mais utilizada no mundo, desde a linha do vestuário até produtos de higiene pessoal, por apresentar alta absorção. O uso têxtil de lã data de no mínimo 6000 a.C., quando o carneiro selvagem começou a ser domesticado. A lã era usada para proteger o corpo das pessoas das intempéries. A seda surgiu na China, na época do imperador Amarelo, ou Huang-Ti, cerca de 2600 a.C. A história documenta a existência de seda chinesa, com elaborações de desenhos de dragões, pássaros e outros animais, trabalhados com brocados, que fazem sucesso até os dias de hoje. Nos últimos anos o setor têxtil tem se destacado por causa da evolução dos tecidos, do avanço tecnológico, do crescimento de outros setores e da necessidade de suprir as exigências do mercado. A necessidade de criar novos produtos fez com que se buscassem outras matérias-primas, diferentes das �bras de origem animal e vegetal. Surgem então as �bras químicas, produzidas em laboratórios por meio da modi�cação das moléculas. São as �bras arti�ciais, obtidas pelo tratamento de matéria-prima vegetal ou animal, e as �bras sintéticas, extraída do petróleo, do carvão mineral e outros. As primeiras �bras químicas à base de celulose extraída da madeira surgiram em 1885 e deram origem ao raion, conhecida como seda arti�cial. A partir daí, foi possível criar �bras usando diferentes matérias-primas, e através delas modi�car sua cadeia molecular, transformando-as em tecidos cada vez mais resistentes e com �lamentos mais �nos. Com a evolução das �bras, os tecidos passaram a oferecer características como: não amarrotar, não encolher, facilidade para lavar e passar, secagem rápida, capacidade de aquecer no frio, de refrescar e de troca térmica, mantendo o corpo sempre seco, capacidade de transportar o suor do corpo para a parte externa do tecido, além de propriedades antibactericidas, antimicrobianas, antiestéticas e outras. Tecidos planos ou de cala O tecidos planos são tecidos produzidos no processo de tecelagem. São conhecidos como tecidos planos ou de cala. Tecelagem é o ato de tecer, entrelaçar �os de trama (transversal) e urdume, ou urdidura (longitudinal), formando tecidos. Nos tecidos planos, há apenas duas posições possíveis para os �os de trama: ou passam por baixo ou passam por cima dos �os de urdume. • • • • • Urdume Urdume são os �os dispostos no sentido longitudinal, vertical ou do comprimento do tecido e que são entrelaçados pelo �o de trama. Trama Trama são os �os dispostos no sentido transversal, horizontal ou da largura do tecido e que são entrelaçados aos �os de urdume. Figura 1 – Entrelaçamento dos fios de trama e urdume. Características dos tecidos planos: baixa elasticidade; boa estabilidade dimensional; maior rigidez; boa uniformidade; alta cobertura. Padrão ou ligamento • • • O modo de tecer os �os determina a estrutura básica do tecido, ou seja, o seu padrão ou ligamento. Na tecelagem, são três os ligamentos ou ordens básicas de cruzamentos dos �os de trama e urdume: ligamento tela; ligamento sarja; ligamento cetim. Ligamento tela Os tecidos de tela requerem boas condições de tecelagem para que �quem perfeitos e também impõem cuidados durante a urdição, para que todos os �os �quem rigorosamente com a mesma tensão. Figura 2 – Representação gráfica do ligamento tela. Ligamento sarja A sarja caracteriza-se por deixar no tecido estrias nítidas formadas pelo entrelaçamento dos �os de urdume com os �os de trama. O deslocamento utilizado para a construção do ligamento é sempre igual a 1, formando um ângulo de 45º. A mistura das cores do urdume e da trama também é feita, mas em menor grau que a tela, distinguindo-se sempre as estrias de urdume e de trama. Podem ser encontradas sarjas leves e pesadas. Figura 3 – Representação gráfica do ligamento de sarja. Ligamento cetim Os cetins são padrões caracterizados por serem exclusivamente leves ou pesados e por possuírem valores de deslocamentos possíveis nos �os de urdume e trama. Devido a sua construção, é possível obter tecidos com brilho e leveza. Figura 4 – Representação gráfica de ligamento cetim. A seguir são apresentados os nomes comerciais de tecidos planos, suas características e aplicação. Tabela 1 – Nomes comerciais de tecidos planos, características e aplicações Nome comercial Característica Aplicação Brim Tecido resistente com desenho de sarja de �bras de algodão ou misto. Vestidos, blusas, saias, calças, bermudas, uniformes pro�ssionais e decoração. Chiffon Tecido muito �no e transparente de seda ou de �bras químicas