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farmacocinética farmacodinâmica farmacogenética toxicologia, entre outras. O que é farmacologia? Origem grega (pharmakon) - É o estudo dos fármacos em seu sentido mais amplo, ou seja, o entendimento dos efeitos das substâncias bioativas nos organismos. História da farmacologia A farmacologia pode ser dividida em algumas áreas de acordo com os objetos específicos de estudo. Entre elas, destacam-se: Diferença entre remédio e medicamento Remédio (do latim remedium, de re = realmente + mederi = curar): É um termo amplo que representa qualquer recurso benéfico para curar, aliviar ou melhorar os sinais e os sintomas das enfermidades. Por exemplo: repousar, dormir, psicoterapia, fisioterapia, massagem, atividades físicas, lazer, oração, conversa, alimentação adequada, suplementos alimentares e até mesmo uma cirurgia ou um medicamento. Assim, remédio representa tudo o que cura, algo benéfico, que traz uma melhora ou cura das enfermidades. Medicamento (do latim medicamentum, de medicare = curar): É um termo mais restrito e refere-se às substâncias bem definidas com efeitos benéficos destinados a: prevenção, diagnóstico, mitigação, tratamento ou cura das doenças nos seres vivos. Os medicamentos são caracterizados como preparações farmacêuticas, que passaram por um processo de produção em farmácias, indústrias ou hospitais. Os medicamentos devem atender a especificações técnicas e estão sujeitos à legislação específica. Farmacologia e FarmacocinéticaFarmacologia e Farmacocinética @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente Prevenir: utilizados para prevenção de doenças. Exemplos: soros, vacinas, antissépticos, complementos vitamínicos, minerais, enzimáticos, profiláticos da cárie, entre outros. Diagnosticar: finalidade de auxiliar o diagnóstico de doenças e avaliar o funcionamento do organismo. Exemplos: agentes de contraste para US e RM, soluções para exames oftalmológicos (dilatação e/ou paralisação da pupila), entre outros. Aliviar: alívio dos sinais e sintomas das doenças (cuidados paliativos). Exemplos: contra dor, febre, inflamação, tosse, coriza, vômito, náusea, ansiedade, insônia, entre outros. Curar: direcionados para eliminar as causas das doenças ou corrigir alguma disfunção patológica. Exemplos: antibióticos, antiprotozoários, suplementos hormonais, vitamínicos, minerais e enzimáticos, quimioterápicos, entre outros. Modificar o estado fisiológico: alterar alguma situação específica no organismo. Exemplo: utilização de anticoncepcionais. componente com ação farmacológica (responsável pelo efeito terapêutico desejado), de origem natural ou sintética conhecidos como: fármacos, princípios ativos ou substâncias ativas = principal constituinte do medicamento. esses componentes ativos, também podem ser chamados "drogas", que representam quaisquer substâncias químicas, que produzam alterações benéficas ou maléficas. Normalmente, evitamos a utilização dessa palavra ("droga") pois esse termo é preferencialmente utilizado para referir às substâncias ilícitas ("drogas de abuso"). agentes não medicinais (terapeuticamente inertes) Os medicamentos podem ser agrupados de acordo com as seguintes finalidades ou ações esperadas: Composição dos medicamentos Os medicamentos são compostos por: Os fármacos são moléculas com estruturas químicas bem definidas, que interagem com componentes específicos nos organismos ou microrganismos, induzindo alterações bioquímicas, celulares e fisiológicas. Os receptores farmacológicos são macromoléculas, normalmente proteínas, que, quando ligados a determinados fármacos, induzem essas alterações no organismo. Resposta biológica do fármaco = interações com os receptores. características físicas e químicas dos fármacos. fatores tecnológicos para produção. interações com adjuvantes/excipientes (substâncias auxiliares “inertes”). interações com componentes biológicos. via de administração. rapidez do efeito desejado. Um mesmo fármaco/medicamento pode ser encontrado com diferentes nomes comerciais. Os fármacos são raramente administrados em sua forma isolada ou pura. Para administração dos fármacos, é necessário associá-los com outros componentes auxiliares, sem ação farmacológica própria, os adjuvantes farmacêuticos ou excipientes, que podem ser sólidos, pastosos ou líquidos. Os excipientes solubilizam, suspendem, aumentam a viscosidade, diluem, emulsificam, estabilizam, conservam, colorem, flavorizam, auxiliam na manipulação e na fabricação, além de facilitarem a administração dos fármacos. Os diferentes excipientes utilizados para a produção de medicamentos permitem que um mesmo fármaco seja apresentado em diversas preparações ou formas farmacêuticas. Fármacos + excipientes = formulação farmacêutica, onde todos os componentes estão incorporados. Medicamento propriamente dito = formulação farmacêutica + embalagem + bula informativa. Fase biofarmacêutica Estuda os aspectos relacionados à liberação e à dissolução dos fármacos a partir da forma que o medicamento foi produzido até sua efetiva absorção pelo organismo. A liberação pode ser rápida ou lenta, dependendo da composição e da tecnologia empregada nas formulações e fórmulas farmacêuticas. Esta etapa também depende da interação entre o medicamento e o meio biológico que está em contato. Já a dissolução do fármaco nos meios biológicos, predominantemente aquosos, é uma etapa determinante para a absorção dos fármacos pelo organismo. Formas farmacêuticas Características físicas de como os medicamentos são apresentados ao consumidor. A incorporação dos fármacos em fórmulas farmacêuticas é feita pelo emprego de técnicas farmacêuticas, que permitem obter uma forma farmacêutica para ser administrada pela via corporal desejada, considerando fatores como: Farmacologia e FarmacocinéticaFarmacologia e Farmacocinética @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente necessidade de liberação mais rápida ou mais lenta dos princípios ativos pretensão de liberação dos fármacos em órgãos específicos (estômago, intestino, cólon) instabilidade dos fármacos em determinadas vias (estomacal) comodidade e praticidade facilidade de transporte necessidade de evitar gosto desagradável apelos de marketing Alguns motivos para produção e escolha das formas farmacêuticas incluem: segurança conforto comodidade economicamente mais viável necessidade de deglutição dificuldades impostas quando o paciente não está consciente desencadeamento de reações indesejáveis no trato gastrointestinal (por exemplo: irritação gástrica, náuseas, dores, vômitos e diarreia) degradação/inativação de alguns fármacos pelo pH ácido estomacal, enzimas e microbiota intestinal absorção irregular efeitos do metabolismo de 1ª passagem baixa biodisponibilidade Vias de administração dos medicamentos As diversas formas farmacêuticas para um mesmo medicamento permitem utilizá-la em diferentes vias de acesso. As vias de administração representam os caminhos pelos quais os medicamentos podem ser introduzidos nos organismos. A administração de medicamentos por via oral é a mais utilizada na terapêutica. Nesse sentido, a OMS preconiza que a via oral seja a 1ª opção e que a escolha de outras vias seja feita na impossibilidade da utilização dessa via. Vantagens: Principais limitações: A absorção sistêmica pela via oral ocorre pelo epitélio gastrointestinal do estômago e principalmente pela primeira porção do intestino delgado (duodeno), por onde os fármacos encontram os vasos sanguíneos entéricos e alcançam a circulação sistêmica. Alguns fatores influenciam a absorção gastrointestinal, como a intensidade do fluxo sanguíneo intestinal e a forma farmacêutica ingerida. As soluções são as que liberam mais facilmente os fármacos, assim, apresentam um efeito terapêutico mais rápido. Já os sólidos (comprimidos, cápsulas e drágeas), dependendo da composição e dos revestimentos, podem apresentar uma liberação fármaco retardada/controlada, assim como podem permitir a liberação do fármaco em órgãos/regiões específicas como estômago, duodeno, cólon. Farmacologiae FarmacocinéticaFarmacologia e Farmacocinética @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente As características físico-químicas do fármaco e do meio também influenciam a absorção gastrointestinal. Por exemplo, os fármacos que são ácidos fracos ou bases fracas têm sua absorção dependente tanto do pH fisiológico local (isto é, do balanço ácido-básico) quanto da carga efetiva do fármaco (a qual depende do valor de pKa dos seus grupos químicos). Os fármacos, na sua forma molecular (forma não ionizada), possuem maior facilidade de passagem pelas membranas celulares e, são mais bem absorvidos pelo organismo. Outra propriedade físico-química importante que afeta a absorção por via oral, é a solubilidade dos fármacos em meio aquoso (hidrossolubilidade). Pois os medicamentos devem se desintegrar e liberar os fármacos, e estes, por sua vez, devem se dissolver no meio e assim são absorvidos. Por outro lado, fármacos insolúveis não são absorvidos, pois partículas maiores não atravessam o epitélio gastrointestinal, permanecendo no lúmen digestivo e excretadas nas fezes. Medicamentos injetáveis As principais vantagens incluem o efeito imediato do fármaco e sua biodisponibilidade total. Entretanto, os medicamentos introduzidos por essa via necessitam de maior rigor quanto à preparação e administração. Devem ser estéreis, apirogênicos, isotônicos, sem material particulado, e os reagentes devem ser de alto grau de pureza, isentos de corantes e preparados em ambiente controlado. A administração deve ser realizada por profissionais qualificados, normalmente em ambiente hospitalar, acarretando maiores custos ao tratamento (também necessita da utilização de equipamentos estéreis - seringas e agulhas). intrarterial (artérias) intracardíaca (coração) intraespinhal ou intratecal (coluna) intraóssea (ossos) intrarticular (articulações) intrassinuvial (fluido das articulações) Vias de administração dos medicamentos Outras vias parenterais, incluem: Efeito local x sistêmico Efeito local = resposta terapêutica em uma região localizada do corpo, próxima ao local de administração, por exemplo, alguns medicamentos cicatrizantes de aplicação cutânea, supositórios e óvulos vaginais de ação local. Farmacologia e FarmacocinéticaFarmacologia e Farmacocinética @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente interferências no processo de absorção: alterações na atividade das enzimas transportadoras de mucosa (P- glicoproteínas) e isoenzimas metabolizadoras presentes nos enterócitos da mucosa intestinal. biodisponibilidade = quantidade do fármaco, que atinge a circulação sistêmica, após a absorção e determina a intensidade do efeito terapêutico. Efeito sistêmico = resposta terapêutica manifesta-se também em regiões diferentes do local de administração e está relacionada principalmente pela presença dos fármacos na corrente sanguínea atuando em todo o organismo. Exemplos são os medicamentos que atuam de forma sistêmica, ingeridos por via oral e absorvidos pelo trato gastrointestinal, bem como os medicamentos injetáveis. Os medicamentos transdérmicos, embora sejam aplicados na pele, possuem propriedades de permeá-la e alcançar a corrente sanguínea, sendo assim classificados como medicamentos de ação sistêmica. É o caso de aplicação de hormônios, analgésicos e adesivos de nicotina. Farmacocinética Área da farmacologia dedicada ao estudo dos processos cinéticos envolvendo os fármacos. Cinética tem sua origem no grego antigo (κάνησις ---> kinesis). Seu significado está relacionado ao conceito de “estar em movimento”. Logo, é o estudo do movimento dos fármacos no organismo, ou seja, as etapas marcantes da passagem dos fármacos pelo corpo, além de estudar as reações e os processos a que o organismo submete os fármacos. Os mecanismos de passagem dos fármacos entre os compartimentos orgânicos (através das diversas membranas biológicas) seguem as mesmas propriedades observadas nas membranas celulares, como transporte passivo (difusão facilitada e por poros) e transporte ativo (difusão especializada, fagocitose e pinocitose). As etapas farmacocinéticas são divididas sequencialmente em: 1. absorção: primeira etapa da passagem do fármaco pelas membranas biológicas (local de administração até a corrente sanguínea). a concentração dos fármacos na corrente sanguínea e nos locais de ação, depende do fluxo sanguíneo e da velocidade de difusão tecidual e das propriedades físico-químicas dos fármacos, sendo o transporte mediado principalmente pela ligação dos fármacos às proteínas plasmáticas. órgãos amplamente irrigados (coração, fígado, rins e cérebro) são mais suscetíveis à distribuição dos fármacos, enquanto tecidos com fluxo sanguíneo menor (pele e os músculos esqueléticos) têm suscetibilidade menor. As proteínas plasmáticas que formam o plasma sanguíneo (majoritariamente a albumina) são as moléculas responsáveis pelo transporte das substâncias endógenas (produzidas pelo organismo, caso dos hormônios e do colesterol) e exógenas (absorvidas de fontes externas, caso dos fármacos). O fármaco livre (fração ativa) refere-se à porção que não está ligada às proteínas plasmáticas, enquanto que a porção ligada às proteínas é conhecida como porção inativa. Essas proteínas são moléculas de alto peso molecular e normalmente não passam pelas paredes dos vasos sanguíneos, os fármacos ligados não atingem o local de ação. A distribuição pode ser facilitada no organismo ou não, dependendo de fatores como: depósito tecidual (armazenamento) e pela permeabilidade seletiva das barreiras orgânicas, como o epitélio intestinal, endotélio vascular, barreira hematoencefálica e barreira placentária. O tempo de meia-vida plasmática (t½) representa o intervalo necessário para que a concentração do fármaco na corrente sanguínea seja reduzida à metade. Está diretamente relacionado aos processos de eliminação dos fármacos no organismo, em particular o metabolismo e a taxa de excreção. Fornece um valor útil para orientar a determinação da dose e os intervalos de administração dos medicamentos com o objetivo de manter as concentrações plasmáticas dos fármacos em faixas adequadas e estáveis, sempre respeitando os limites dos efeitos terapêuticos e toxicológicos. 2. distribuição: após a chegada do fármaco na corrente sanguínea, inicia-se a etapa de distribuição (processos de transporte dos fármacos entre os diferentes tecidos e compartimentos orgânicos). Farmacologia e FarmacocinéticaFarmacologia e Farmacocinética @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente convertem os fármacos em metabólitos mais hidrossolúveis e polares, assim podem ser eliminados com mais facilidade. esses metabólitos podem ser ativos, inativos ou tóxicos. a metabolização por via enzimática é a mais frequente (ocorre principalmente, no fígado) e envolve uma série de reações químicas catalisadas por um conjunto de enzimas inespecíficas e cofatores denominados “complexo citocromo P450” (CYP-450).A metabolização também pode ocorrer nos pulmões, nos rins, nos intestinos e na pele. Efeito de primeira passagem = metabolismo que os fármacos administrados por via oral e retal sofrem ao passar pelo fígado antes de alcançar a circulação sistêmica. Essas modificações podem produzir metabólitos mais ou menos ativos. A perda de atividade biológica (inativação) é a situação mais comum e representa um grande desafio da administração por via oral e retal, pois reduz a biodisponibilidade dos fármacos e, altera a intensidade e a duração dos efeitos farmacológicos, Diversos fatores interferem na biotransformação (capacidade de fármacos e nutrientes em promover a indução ou a inibição enzimática resultando na redução ou no aumento da concentração dos fármacos, respectivamente). Alterações enzimáticas, representadas por expressão e atividade anormal de enzimas, devido a polimorfismos individuais, podem igualmente alterar o tempo de permanência dos fármacos no organismo, resultando em redução ou em aumento do efeito deles. Para que ocorra a excreção, normalmente os fármacos precisam ser biotransformados em metabólitosmais hidrossolúveis e polares. Assim, dependendo das suas propriedades físico-químicas, os fármacos e seus metabólitos podem ser excretados por diferentes vias, mas, de maneira geral, a excreção ocorre principalmente por via renal, pulmonar e digestiva, e ainda pode ocorrer pelas glândulas. A filtração renal tem um papel fundamental para a excreção dos fármacos, pois o sangue é filtrado nos capilares glomerulares dos rins. Os capilares possuem pequenos poros, onde as substâncias dissolvidas passam. Fármacos ligados a proteínas plasmáticos se dissociam na corrente sanguínea e os fármacos livres, são retidos no túbulo renal. 3. metabolismo: processos e as reações que os fármacos sofrem alterações em suas estruturas químicas. Normalmente, essas reações são realizadas por meio de processos enzimáticos ou por conjugação. 4. excreção: última etapa - envolve os mecanismos pelos quais os fármacos e seus metabólitos deixam os tecidos e finalmente são removidos do organismo. Farmacologia e FarmacocinéticaFarmacologia e Farmacocinética @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente Farmacologia: estudo dos fármacos - entendimento dos efeitos das substâncias bioativas nos organismos Farmacocinética: estudo do movimento dos fármacos no organismo - etapas marcantes da passagem dos fármacos pelo corpo, suas reações e os processos a que o organismo submete os fármacos. Remédio: qualquer recurso benéfico para curar, aliviar ou melhorar os sinais e os sintomas das enfermidades Medicamento: termo mais restrito - substâncias com efeitos benéficos destinados a: prevenção, diagnóstico, mitigação, tratamento ou cura das doenças nos seres vivos O que é farmacodinâmica? É uma área da farmacologia que estuda os mecanismos de ação dos fármacos no organismo. Mecanismos = receptores farmacológicos, às interações fármaco-receptor, e mecanismos moleculares relativos a essas interações e efeitos farmacológicos O entendimento é fundamental para estabelecer uma terapia farmacológica adequada, com esquemas posológicos racionais e prevenir interações entre medicamentos e alimentos. Tem sua origem no grego (dýnamis = força). Do ponto de vista molecular: essa área analisa as alterações bioquímicas e fisiológicas que os fármacos provocam nos organismos. Essas informações respaldam as indicações terapêuticas dos medicamentos - possibilitando a predição de possíveis efeitos adversos, bem como das interações fármaco-fármaco e fármaco-nutriente. Do ponto de vista farmacodinâmico:, ao se utilizar, em doses iguais, dois fármacos de mesma afinidade e com farmacocinética semelhante, aquele com maior eficácia vai se mostrar mais potente. Por outro lado, dois fármacos de mesma eficácia, com diferentes afinidades e mesma farmacocinética, podem produzir o mesmo efeito, mas o de menor afinidade deve ser administrado em maior dose. Alvo de ação dos fármacos Após a administração, normalmente, os fármacos são absorvidos e alcançam a corrente sanguínea, circulam pelo corpo e interagem com diversos locais-alvo. Essa interação produz o efeito terapêutico desejado. Enquanto que, a interação com outras células, tecidos ou órgãos pode resultar em efeitos colaterais e em reações adversas indesejáveis. Os fármacos exercem suas ações mediante interação com receptores endógenos: quanto maior a interação, maior será o efeito farmacológico ou tóxico. qualquer estrutura à qual um fármaco se ligue e exerça sua ação. em geral, são proteínas, com 1 ou + sítios. FarmacodinâmicaFarmacodinâmica @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente determinam as relações quantitativas entre a dose ou concentração de um fármaco e seus efeitos (relação dose-resposta) explicam a seletividade, no que diz respeito à ação farmacológica relativa ao modo como os receptores interagem com os fármacos aos quais se ligam modulam as ações das moléculas agonistas e antagonistas receptores canais iônicos transportadores enzimas proteínas estruturais Os efeitos ocasionados pelos fármacos são resultantes de suas relações com as moléculas do corpo de maneira específica. Os fármacos interagem com um determinado tipo de molécula (ou grupo delas), considerada receptor farmacológico. Os receptores podem ter as seguintes características: Os fármacos não irão criar um efeito no organismo e sim, modular um efeito ou resposta já existente - essa resposta será mediada por substâncias endógenas. As proteínas exercem funções variadas, sendo responsáveis por efeitos fisiológicos e/ou patológicos observados no organismo e, por isso, são os principais alvos de ação dos fármacos. Os principais grupos de receptores encontrados nos organismos podem ser classificados de acordo com as funções exercidas pelas proteínas: PROTEÍNAS RECEPTORAS Ponto de vista biomolecular: os receptores farmacológicos são macromoléculas, normalmente proteínas, que, quando ligados a determinados fármacos, induzem alterações no organismo. Logo, a resposta biológica de um fármaco é o resultado de suas interações com os receptores farmacológicos. Os receptores participam tanto da sinalização quanto da regulação intracelular. Assim, a combinação de um hormônio, de um neurotransmissor, de um fármaco ou de um mensageiro celular com seus respectivos receptores provoca alterações nas funções celulares. receptores ionotrópicos: canais iônicos ativados por ligantes receptores metabotrópicos receptores tirosinoquinase receptores intracelulares PROTEÍNAS RECEPTORAS (continuação) As proteínas receptoras são estruturas que, quando ativadas por uma substância agonista, desencadeiam um mecanismo intracelular - a transdução de sinal - que irá provocar um efeito farmacológico ou uma alteração fisiológica na célula. Os receptores possuem configurações tridimensionais - permitem o encaixe dos fármacos como uma chave que se amolda a uma fechadura. Alguns fármacos interagem apenas com um receptor específico. Outros fármacos podem se comportar como ‘‘chaves-mestras” - capazes de ligar-se a diversos receptores presentes em diferentes corpos. Os sítios celulares de ação são determinados pela localização e pela capacidade funcional dos receptores com os quais os fármacos interagem, assim como pela concentração de fármaco na região do receptor. O sítio mais comum é a membrana citoplasmática, mas também existem receptores em outros locais, como no citoplasma e no núcleo celular. É importante destacar que as respostas observadas em uma célula não estão relacionadas à substância, e sim ao receptor que ela ativa ou inibe. Os mecanismos de sinalização celular são os meios pelos quais os receptores geram sinais ou mensagens celulares. Os receptores transmembrana são proteínas integrais que possuem atividades enzimáticas intracelulares. O produto da atividade enzimática é capaz de regular as funções bioquímicas intracelulares. Os receptores farmacológicos podem ser divididos em quatro grandes famílias: 1. 2. 3. 4. FarmacodinâmicaFarmacodinâmica @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente canais iônicos de repouso canais iônicos ativados por voltagem canais iônicos ativados por metabólitos canais iônicos ativados por pressão canais iônicos ativados por ligantes ou receptores ionotrópicos ativos: transportam substâncias contra um gradiente de concentração com gasto de energia (ATP) passivos: transportam substâncias a favor de um gradiente de concentração; portanto, sem gasto de energia inibidores ativadores (indutores) enzimáticos acetilcolinesterase ciclooxigenases 1 e 2 (COX-1 e 2) monoaminoxidase (MAO) transglicosilase diidropteroato sintase DNA girase 14 α demetilase neuraminidase CANAIS IÔNICOS São proteínas integrais de membrana que formam um poro (uma abertura). Quando ativados, passam do seu estado fechado para aberto, possibilitando a passagem de íons entre os meios intracelular e extracelular. Eles podem ser classificados em cinco tipos: TRANSPORTADORES São proteínas integrais de membrana que possuem a função de transportar substâncias entre as faces da membrana celular. Eles podem ser de dois tipos: ENZIMAS São proteínasque possuem a função catalítica – aceleram a velocidade das reações nos meios biológicos e transformam substratos em produtos. A regulação enzimática interfere significativamente nos fenômenos biológicos. Essas proteínas são alvos importantes para a ação dos fármacos, pois auxiliam no transporte de substâncias que controlam a velocidade das reações bioquímicas, além de responder por outras funções, como transporte, regulação ou estruturação. Os fármacos para elas direcionados são classificados como Alguns exemplos de enzimas (humanas, microbianas e virais) alvos de fármacos são: agonista: substância capaz de se ligar a um receptor celular e ativá-lo para provocar uma resposta biológica transdução de sinal: molécula de sinalização extracelular ativa um receptor específico localizado na superfície celular ou dentro da célula. polimerase transcriptase reversa proteases, entre outras. atuação sobre receptores (agonista ou antagonista) agonista: os agonistas ativam ou estimulam seus receptores - produzindo uma resposta, que pode aumentar ou diminuir a função celular total parcial antagonista: não possuem ação intrínseca nas células; eles simplesmente bloqueiam o acesso aos receptores, impedindo a ligação dos agonistas endógenos ou de outros fármacos. competitivo: baseado na competição (antagonista x agonista) pela ligação ao receptor reversível irreversível não competitivo: baseado na ligação do antagonista no receptor - alterações conformacionais, que impedem a ligação do agonista irreversível alteração da atividade de sistemas enzimáticos (inibição ou indução) interferência no transporte iônico através da membrana celular PROTEÍNAS ESTRUTURAIS As principais proteínas estruturais, alvos de ação dos fármacos, são os microtúbulos presentes no núcleo celular. Eles são responsáveis pela separação dos pares de cromossomos no momento da divisão celular. Alguns quimioterápicos, como vimblastina e vincristina, inibem a formação dos microtúbulos e, consequentemente, interrompem o crescimento celular. Classificação dos fármacos - interação fármaco-receptor Diferentes mecanismos estão envolvidos nas ações dos fármacos, entre os quais os mais comuns são: FarmacodinâmicaFarmacodinâmica @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente Cérebro Área integradora do pensamento, emoções e memória - principal órgão neural Medula Espinhal Área integradora do subconsciente (reflexo). responsável pela condução das informações para as vias nervosas Gânglios Neurônios Aferentes (sistema nervoso sensorial) Eferentes (sistema nervoso motor): as ações são mediadas pela liberação de substâncias transmissoras de informações (neurotransmissores) - substâncias químicas endógenas, capazes de realizar a comunicação entre neurônios e, dos neurônios para as células efetoras sistema nervoso autônomo (SNA): comanda as funções viscerais - involuntárias ou vegetativas principais neurotransmissores secretados: acetilcolina noradrenalina sistema nervoso somático (SNS) liberam um único neurotransmissor: acetilcolina - neurônios colinérgicos Sistema Nervoso Central Sistema Nervoso Periférico Farmacologia no Sistema NervosoFarmacologia no Sistema Nervoso @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente Sistema parassimpático (situações de repouso) principal neurotransmissor: acetilcolina Sistema simpático (condições adversas) adrenalina noradrenalina dopamina Agonistas do sistema parassimpático ou parassimpaticomiméticos Antagonistas do sistema parassimpático ou anticolinérgicos reproduzem as respostas desenvolvidas pela acetilcolina no organismo tanto por efeito sobre receptores muscarínicos e/ou nicotínicos quanto por inibição da enzima que degrada a acetilcolina (acetilcolinesterase). Exemplos: betanecol, carbacol, fisostigmina, metacolina, neostigmina pilocarpina e piridostigmina fármacos capazes de bloquear a resposta produzida pela acetilcolina, devido ao bloqueio dos receptores muscarínicos e/ou nicotínicos. Exemplos: atropina, diciclomina, homatropina, hioscina, ipratrópio, tiotrópio e curares Agonistas do sistema simpático ou simpaticomiméticos Antagonistas do sistema simpático ou bloqueadores alfa e beta-adrenérgicos fármacos cujo efeito se assemelha às respostas produzidas pela ação da adrenalina ou da noradrenalina no organismo. Exemplos: adrenalina, albuterol, dobutamina, dopamina, efedrina, fenilefrina, fenoterol, fenoxazolina, formoterol, metoxifenamina, nafazolina, noradrenalina, oximetazolina, pseudoefedrina, salbutamol, salmeterol, terbutalina, tetraidrozolina e xilometazolina, anfetaminas e derivados (anfepramona, femproporex, mazindol) bloqueiam as respostas promovidas pela ação da adrenalina ou noradrenalina no organismo. Exemplos: atenolol, esmolol, labetolol, metoprolol, nodolol, prazosina, propanolol, sotalol e timolol atuação sobre os neurotransmissores neuronais que participam das sinapses (comunicação entre os neurônios) aminoácidos (GABA, glicina e glutamato); acetilcolina; monoaminas (dopamina, noradrenalina e serotonina); óxido nítrico; endocanabinoides. ansiolíticos anticonvulsivantes antipsicóticos (neurolépticos) antidepressivos estabilizadores de humor Sistema Nervoso Central A ação dos fármacos no SNC baseia-se: Cada neurotransmissor possui uma função específica. Entre os principais que participam da transmissão sináptica central, destacam-se: Diferentes fármacos são empregados nos tratamentos neurocomportamentais; entretanto, um mesmo medicamento pode ser utilizado para o controle de mais de uma condição neuropsiquiátrica. Os fármacos que atuam no SNC podem ser classificados em: @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente Farmacologia no Sistema NervosoFarmacologia no Sistema Nervoso barbitúricos: classe dos sedativos hipnóticos mais antigos. aumentam a retenção do GABA no receptor e inibem o ácido glutâmico (neurotransmissor excitatório) Exemplo: fenobarbital Hidantoínas, oxazolidinodionas, succinimidas e acetilureias: têm em comum um anel heterocíclico no qual alterações dos grupos substituintes determinam a classe farmacológica do composto. 1ª geração ou típicos: clorpromazina, haloperidol, flufenazina, flupentixol e clopentixol 2ª geração ou atípicos: clozapina, risperidona, sertindol, quetiapina, amissulprida, aripiprazol e zotepina. Ansiolíticos Fármacos sedativos usados para reduzir a ansiedade e exercer um efeito calmante, sem provocar sono. Os benzodiazepínicos (BZDs) são o grupo mais importante dos ansiolíticos proporcionando uma margem maior de segurança para o uso no tratamento da ansiedade e dos distúrbios do sono. Os benzodiazepínicos potencializam os efeitos do GABA, que é o principal neurotransmissor inibitório do SNC. Exemplos de benzodiazepínicos: diazepam, buspirona e zolpidem. Anticonvulsionantes A epilepsia é um termo usado para designar um grupo de condições crônicas, cuja principal manifestação é a ocorrência de convulsões. Todos os fármacos anticonvulsivantes podem afetar de forma adversa as funções psicomotoras e cognitivas. Além do ácido valproico e da carbamazepina, os fármacos anticonvulsivantes podem ser classificados em cinco grupos químicos: Benzodiazepínicos e sulfato de magnésio também podem ser utilizados como anticonvulsivantes. Antipsicóticos (neurolépticos) A doença psicótica (esquizofrenia) caracteriza-se por delírios, alucinações e distúrbios do pensamento, juntamente com isolamento, respostas emocionais desmedidas e comprometimentos cognitivos. O surgimento da psicofarmacoterapia na década de 1950, com a utilização da clorpromazina e da imipramina, revolucionou o tratamento psiquiátrico. Os antipsicóticos dividem-se em: tricíclicos (ADTs): fármacos com a presença de 3 anéis carbônicos, que atuam como inibidores seletivos da recaptura de monaminas. exemplos: imipramina, clomipramina, amitriptilina, desipramina e nortriptilina inibidores da recaptação de serotonina: agem como inibidores seletivos da recaptação da serotonina (5-HT) exemplos: citalopram, escitalopram e fluoxetina inibidores da monoaminoxidadase(IMAO): causam inibição irreversível da enzima monoaminoxidase (MAO), responsável pela degradação das monoaminas. exemplos: fenelzina, selegilina, tranilcipromina atípicos: exemplos: maprotilina, bupropiona, trazodona Antidepressivos Principais grupos de antidepressivos: Estabilizadores de humor o transtorno afetivo bipolar (TAB) ou transtorno de humor bipolar (THB) é um distúrbio psiquiátrico maníaco-depressivo grave e flutuante. Entre os estabilizadores do humor clássicos, o lítio apresenta a maior eficácia no tratamento de episódios depressivos leves e moderados em portadores de transtorno bipolar. Fármacos alternativos, como carbamazepina e ácido valproico, também podem ser utilizados. Em casos graves, utilizam-se outros antidepressivos e antipsicóticos. principais interferências farmacodinâmicas de fármacos que atuam no SNC, decorrentes da coadministração de alimentos/nutrientes e plantas medicinais: @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente Farmacologia no Sistema NervosoFarmacologia no Sistema Nervoso Principais interferências farmacocinéticas de fármacos que atuam no SNC, decorrentes da coadministração de alimentos/nutrientes e plantas medicinais: Inflamação aguda: de curta duração e está associada a uma resposta imune inata, como primeira defesa do organismo. Inflamação crônica: Caso o agente causador da inflamação não seja eliminado - quadro pode evoluir para crônico, podendo durar de meses até anos. analgésicos narcóticos (opiáceos ou hipnoanalgésicos): derivados naturais e sintéticos do ópio (mistura de alcaloides extraídos de uma espécie de papoula, a Papaver somniferum). são os mais potentes e reservados para dores severas, como as de pacientes terminais, oncológicas, pós-operatórias e de queimaduras. exemplos: o fármaco mais conhecido desse grupo é a morfina, além da buprenorfina, oxicodona, metadona, fentanila, codeína e tramadol. analgésicos miorrelaxantes: relaxantes musculares, utilizados contra dores espasmódicas (dores por contrações musculares involuntárias). exemplos: carisoprodol, baclofeno, ciclobenzaprina, orfenadrina, tiocolchicósido, tozanidina. antiespasmódicos: fármacos anticolinérgicos (com efeito contrário à acetilcolina). Utilizados para cólica do trato gastrointestinal, das vias biliares e urinárias e do aparelho genital feminino. exemplos: atropina, escopolamina, homatropina, hiosciamina e dicicloverina. A inflamação é uma resposta desencadeada por diversos fatores (infecção, toxinas e lesão celular). No processo inflamatório, ocorre vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular e maior fluxo sanguíneo no local. A resposta inflamatória é caracterizada pelos sinais clássicos de calor, rubor (vermelhidão), tumor (inchaço, edema), dor e possível perda de função tecidual. Analgésicos Os analgésicos são fármacos utilizados para aliviar ou suprimir a dor. São classificados conforme sua estrutura química, o tipo de dor que tratam e efeitos que podem trazer ao organismo. @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente Farmacologia da dorFarmacologia da dor AINEs: fármacos analgésicos, antipiréticos e anti- inflamatórios. AIEs: fármacos glicocorticoides/corticosteroides, que agem inibindo a transcrição de genes essenciais para a ativação/diferenciação/proliferação de leucócitos envolvidos nos processos inflamatórios. Antiinflamatórios Os principais fármacos para tratamento direto da inflamação são os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e anti-inflamatórios esteroides (AIEs): A enzima ciclooxigenase-2 (COX-2) é responsável pela produção das prostaglandinas (substâncias que participam de processos inflamatórios, termorreguladores e dolorosos). Os analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) possuem a capacidade de inibir, seletivamente ou não, a COX-2, diminuindo a formação de prostaglandinas, controlando os processos dolorosos, febris e inflamatórios; Exemplos: aceclofenaco, ácido acetilsalicílico, cetoprofeno, diclofenaco, dipirona, fenilbutazona, flurbiprofeno, ibuprofeno, indometacina, meloxicam, naproxeno, oxifenilbutazona, paracetamol, piroxicam, tenoxicam. Indicados como anti-inflamatórios e imunossupressores principalmente em situações de doenças inflamatórias crônicas, distúrbios alérgicos, doenças autoimunes e rejeição de transplantes de órgãos. Exemplos: beclometasona betametasona, budesonida, deflazacort, dexametasona, flunisolida, hidrocortisona, metilprednisolona, prednisona. In te rf er ên ci a fa rm ac o d in âm ic a In terferên cia farm aco cin ética Antibacterianos: podem ser classificados de acordo com o local de ação nas bactérias. Antibacterianos que atuam na inibição da síntese da parede bacteriana são fármacos que atuam alterando a síntese da parece celular bacteriana, induzindo erros estruturais na parede durante o processo de replicação bacteriana. Esses fármacos têm grande seletividade - atuam especificamente na replicação das bactérias, pois as células de mamíferos são desprovidas de parede celular. Os antibacterianos que atuam na parede celular podem ser classificados em: Beta-lactâmicos: ceftriaxonas, penicilina G e V, amoxicilina, ampicilina, flucloxacilina, oxacilina, cloxacilina, dicloxacilina, nafcilina, ticarcilina, piperacilina e cefalosporinas (entre os quais, existem quatro gerações). Carbapenêmicos: apresentam anéis β-lactâmicos e atuam inibindo a síntese da parede bacteriana, desenvolvidas para tratamento de infecções causadas por bactérias Gram-negativas resistentes à penicilina. Constituído por 3 fármacos: imipenem/cilastatina, meropenem e ertapenem. Aztreonam: fármaco monobactâmico; apresenta apenas um anel β-lactâmico monocíclico. Vancomicina: antibiótico glicopeptídico tricíclico; apresenta atividade apenas em bactérias Gram- positivas, inibindo a enzima transglicosilase e impedindo a ligação cruzada, o que enfraquece a estrutura de peptideoglicanos. Outros antibacterianos que atuam na inibição da síntese da parede celular são: teicoplanina, fosfomicina e bacitracina. Antibióticos Fármacos destinados ao tratamento das infecções causadas por microrganismos patogênicos, entre os quais se destacam os antibacterianos e os antifúngicos. @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente Farmacologia da infecçãoFarmacologia da infecção aminoglicosídeos: frequentemente utilizados em infecções por bactérias entéricas gram-negativas. exemplos: estreptomicina, neomicina, canamicica, amicacina, gentamicina, tobromacina, netilmicina, paromomicina, outros. tetracíclicos: antimicrobianos bacteriostáticos de amplo espectro, que se ligam a unidade 30s do ribossomo microbiano, inibindo a síntese dos peptídeos. exemplos: tetraciclina, demeclociclina, doxiciclina e minociclina. macrolídeos: utilizado em pacientes com hipersensibilidade a penicilina. ligam-se reversivelmente a subunidade ribossômica 50s, inibindo a transpeptidação e translocação, liberando peptídeos imaturos. exemplos: eritromicina, azitromicina, claritromicina e diritromicina. outros antibacterianos que atuam na síntese proteica são: cloranfenicol, clindamicina, linezolida, quinupristina/dalfopristina. sulfonamidas: de amplo espectro - inibem a ação da enzima diidropteroato sintase, importante para a síntese das purinas, ácidos nucleicos e do ácido fólico. exemplos: sulfadiazina e sulfametoxazol- trimetroprima. Antibacterianos que atuam na inibição da síntese proteica bacteriana: Atuam sobre as subunidades ribossomais das bactérias, alterando a síntese de proteínas e, consequentemente, causando uma deficiência proteica bacteriana, que compromete as funções celulares e a replicação; Os antibacterianos que interferem na síntese proteica podem ser classificados em: Antibacterianos que atuam nos ácidos nucleicos bacterianos Fármacos que atuam nos ácidos nucleicos e seus precursores, induzindo a erros no material genético e inibindo, portanto, a replicação das bactérias. Esses fármacos podem apresentar características bactericidas (induzem morte) e também bacteriostáticas (inibem ocrescimento). Os antibacterianos que atuam nos ácidos nucleicos podem ser classificados em: quinolonas/fluoroquinolonas: apresentam atividade bactericida de amplo espectro por inibir a enzima DNA girase, importante para a replicação e a transcrição do DNA bacteriano. exemplos: ciprofloxacina, levofloxacina, norfloxacina e ofloxacina. outros antibacterianos que atuam nos ácidos nucleicos: nitrofurantoína, metronidazol, rifampicina, dapsona, clofazimina. Principais interferências de alimentos/nutrientes na absorção de antimicrobianos: Antifúngicos O desenvolvimento de fármacos antifúngicos é difícil, pois os fungos filamentos e leveduras são microrganismos eucariontes, com maior proximidade evolutiva às células humanas. O mecanismo básico dos antifúngicos consiste na alteração da estrutura ou do funcionamento das células fúngicas, resultando na modificação da permeabilidade da membrana celular, na inibição da síntese de DNA e RNA, e em alterações enzimáticas. Principais antifúngicos sistêmicos e tópicos: @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente Farmacologia da infecçãoFarmacologia da infecção naturais: incluem os polienos (Exemplos: anfotericina B e griseofulvina) e as equinocandinas. a antofericina B é um macrolídeo polieno, que atua sobre o ergosterol (lipídeo presente nas membranas das células fúngicas) e forma poros, que interferem na permeabilidade e no transporte celular, levando a morte. sintéticos: incluem os azois e as pirimidinas fluoradas. os compostos azólicos (itraconazol, cetoconazol e voriconazol inibiem a enzima 14-α demetilase (do citocromo P-450). Essa enzima é necessária para a síntese do ergosterol; logo, sua inibição também induz a alterações na membrana fúngica e à morte. Os antifúngicos podem ser classificados em dois grandes grupos: Antivirais São fármacos que apresentam mecanismos de ação que evitam a penetração do vírus nas células hospedeiras, inibem sua replicação/desenvolvimento intracelular ou bloqueiam sua saída das células, reduzindo, portanto, a carga viral circulante no organismo e controlando a transmissão para novos indivíduos. Grande parte dos fármacos para o tratamento das infecções virais possui como principal mecanismo de ação a inibição da reprodução viral. PA = Débito cardíaco X resistência periférica total acidente vascular cerebral (AVC) isquemia cardíaca lesões nos vasos sanguíneos (espessamento vascular) insuficiência cardíaca congestiva hipertrofia ventricular esquerda insuficiência renal, entre outros O coração funciona como uma bomba que impulsiona o sangue pela corrente circulatória, combinando propriedades mecânicas (fração de ejeção do sangue) e elétricas (frequência cardíaca). Possui uma capacidade limitada de regeneração após lesão, sendo que perdas significativas da sua função levam a deficiências cardíacas. Algumas patologias que resultam em alterações da função cardíaca e interferem no sistema cardiovascular incluem: hipertensão, doença coronariana, insuficiência cardíaca, arritmias e dislipidemias. Quando ocorrem falhas “mecânicas” instala-se um quadro de insuficiência cardíaca. Quando existem falhas “elétricas” no ritmo cardíaco ocorrem as arritmias. Nesses dois cenários, existe a necessidade do uso de fármacos que melhorem as funções cardiovasculares. Anti-hipertensivos A hipertensão arterial sistêmica é um círculo vicioso que deve ser logo diagnosticado e tratado. Quando o processo hipertensivos não é tratado corretamente, pode levar a consequências cardíacas e vasculares graves e pode evoluir para complicações como: @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente Farmacologia no Sistema CardiovascularFarmacologia no Sistema Cardiovascular atuação na angina estável exemplos: trinitrato de gliceril (GTN), dinitrato de isossorbida e mononitrato de isossorbida. atuação na insuficiência cardíaca congestiva Objetivo desse grupo de fármacos: diminuir a pressão arterial para valores próximos do normal (valores menores do que 120 mmHg (pressão sistólica) e menores do que 80 mmHg (pressão diastólica)). Esses fármacos podem ser subdivididos em classes: angina estável é uma síndrome caracterizada por dor torácica, também conhecida como dor anginosa. Pode ser desencadeada por esforço e/ou situações de estresse, sendo aliviada com repouso e uso de nitratos orgânicos. Esses compostos são vasodilatadores venosos, arteriais, arteriolares e coronários. Atuam relaxando o músculo liso vascular, com redução da pressão venosa central (venodilatação). situação em que o débito cardíaco não é mais suficiente para oxigenar os tecidos. Os digitálicos ou glicosídeos cardíacos (por exemplo, digoxina) são cardiotônicos, ou seja, aumentam a força de contração do coração (efeito inotrópico positivo), melhorando a eficiência cardíaca e aumentando o volume de sangue ejetado na circulação. controlado por fatores cardíacos (frequência e contratilidade do coração) e fatores sanguíneos (ex.: sódio, aldosterona e noradrenalina) fatores decorrentes da vasoconstrição excessiva das arteríolas ocasionadas pela ação de moléculas (noradrenalina, angiotensina II e tromboxano) atuação nas arritmias As arritmias são anormalidades no ritmo cardíaco, as quais causam transtornos na produção e/ou na condução dos impulsos elétricos na frequência, na regularidade e/ou pela localização. Principais interferências entre fármacos que atuam no sistema cardiovascular com alimentos e nutrientes: @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente Farmacologia no Sistema CardiovascularFarmacologia no Sistema Cardiovascular atuação nas dislipidemias A dislipidemia é uma síndrome caracterizada pelo excesso de lipídios na circulação sanguínea, principalmente os triglicerídeos (hipertrigliceridemia) e o colesterol (hipercolesterolemia). O depósito de gorduras e outros componentes na parede arterial é o início da formação da placa aterosclerótica (ou ateroma). Os antilipêmicos ou hipolipemiantes são os fármacos utilizados para o tratamento das dislipidemias, mas, para que haja eficácia terapêutica, é necessária uma mudança no estilo de vida do paciente (readequação alimentar para dieta hipocalórica e prática de atividades físicas, além da suspensão do hábito de fumar e da restrição do consumo de álcool quando for o caso). Os principais fármacos utilizados para tratamento das hiperlipidemias são as estatinas, que atuam sobre a enzima hidroximetilglutaril coenzima A (HMG-CoA) redutase inibindo a etapa inicial da formação de precursores do colesterol. A HMG-CoA redutase é uma enzima de membrana, essencial para a síntese do ácido mevalônico (mevalonato) e após uma cascata de reações intermediárias, é convertido a colesterol. Nas células do fígado (hepatócitos), as estatinas inibem seletivamente a enzima, impedindo a formação do mevalonato e reduzindo, desse modo, a síntese do colesterol endógeno pelo fígado. Esse grupo de fármacos foi descoberto em 1976, sendo isolado, inicialmente, do fungo filamentoso Penicillium citrinum. A primeira estatina comercializada foi a lovastatina; posteriormente, foi sintetizado um novo derivado, a sinvastatina. Outros fármacos dessa classe incluem a atorvastatina, a fluvastatina, a pravastatina e a rosuvastatina. sequestradores de ácidos biliares inibidores da absorção do colesterol fibratos niacina ácidos graxos do tipo ômega 3 Além das estatinas, outros fármacos que atuam no controle das dislipidemias incluem: Principais interferências entre fármacos hipolipemiantes com alimentos e nutrientes @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente Farmacologia no Sistema CardiovascularFarmacologia no Sistema Cardiovascular Anticoagulantes injetáveis mistura heterogênea de mucopolissacarídeos extraída de vísceras animais. une-se à antitrombina (inibidor da trombina) e induz mudanças conformacionais, tornando-a mais acessível à protease e acelerando sua interação com fatores da coagulação. inibe a trombina pelo cofator II, que é um inibidor circulante. ativador da antitrombina III, responsável pela inibição de enzimas da coagulação(trombina e fatores Xa e IXa). é utilizado exclusivamente em ambiente hospitalar para tratamento de pacientes com risco de infarto devido à trombose Fármacos que modificam a coagulação sanguínea Coagulação: processo fisiológico com uma sequência de reações de enzimas proteolíticas em diversos fatores de coagulação responsáveis pela conversão do fibrinogênio (proteína solúvel do plasma) em fibrina (proteína insolúvel formadora de trombos/coágulos). Os anticoagulantes com os antiplaquetários e os trombolíticos, previnem e tratam os distúrbios trombóticos e tromboembólicos. A trombose engloba a formação (trombogênese) ou a presença de um trombo (coágulo sanguíneo), no sistema vascular. A trombogênese evita as hemorragias; entretanto, a presença de um trombo em local inapropriado impede o fluxo sanguíneo, causando isquemia. Os anticoagulantes são administrados para prevenir a formação de novos coágulos. Esses fármacos não dissolvem os coágulos formados (trombólise), não melhoram o fluxo sanguíneo nos tecidos no entorno do coágulo nem evitam a lesão isquêmica dos tecidos. Os fármacos utilizados para prevenir ou tratar a trombose modificam o processo de coagulação sanguínea. Os anticoagulantes são administrados em distúrbios trombóticos, sendo melhores para evitar a trombose venosa do que a trombose arterial. Os antiplaquetários evitam a trombose arterial. Os trombolíticos são utilizados para dissolver os trombos. Heparina: indicado para prevenir a trombose venosa profunda em pacientes com risco trombótico (pós-operatório de cirurgias abdominais, ortopédicas, pacientes oncológicos e pacientes em repouso prolongado). utilizado para prevenir tromboses e embolias em procedimentos com risco trombótico como cateterismo, angioplastia, hemodiálise e cirurgias cardiovasculares com circulação extracorpórea. pode ser administrada por infusão intravenosa ou injeção subcutânea. durante o tratamento com heparina, se houver hemorragia grave a protamina pode ser utilizada para neutralizar a ação da heparina. inibidores diretos da trombina (lepirudina, bivalirudinaargatrobana) danaparoide (inibidor do fator × ativado) drotregogina (fibrinolítico – inibidor do inativador do plasminogênio) Anticoagulantes orais Heparina (continuação): Há outros anticoagulantes injetáveis, além da heparina e seus derivados: Também conhecidos como cumarínicos ou dicumarínicos, são derivados lipossolúveis da cumarina. Apresentam semelhança química e estrutural com a vitamina K. A varfarina é o fármaco mais conhecido dessa classe. São usados, normalmente, na prevenção de fenômenos tromboembólicos em pacientes que apresentam trombose venosa ou arterial e naqueles com doenças que predispõem a formação de trombos. Esses fármacos são antagonistas da vitamina K, sendo que essa vitamina acelera a conversão de alguns precursores de fatores da coagulação. Assim, os anticoagulantes orais interferem na formação de fatores que dependem de vitamina K, como os fatores II, VII, IX e X, incluindo as proteínas C e S na fase inicial da síntese, produzindo, assim, formas incompletas (acarboxiladas), incapazes de atuar adequadamente na coagulação. Por outro lado, esses anticoagulantes não têm efeito sobre os fatores da coagulação circulantes nem sobre a função plaquetária. A ingestão de gorduras e alimentos ricos em vitamina K, principalmente folhas verdes, é causa frequente de redução do efeito anticoagulante. Em geral, a presença de alimentos no trato gastrointestinal pode reduzir a absorção da varfarina. @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente Farmacologia no Sistema CardiovascularFarmacologia no Sistema Cardiovascular Antiplaquetários ácido acetilsalicílico (AAS): anti-inflamatório, analgésico e antipirético - possui atividade antiplaquetária - utilizado como medicamento profilático do infarto do miocárdio - inibe as enzimas cicloxigenases 1 e 2 (COX 1 e 2). COX-1 participa da síntese de tromboxano A2 - um estimulante da agregação plaquetária. dipiridamol ticlopidina e clopidogrel: tienopiridinas que reduzem a adesividade plaquetária Trombolíticos São fármacos usados para evitar a agregação das plaquetas e formação de trombos (antitrombogênicos). Os principais fármacos dessa classe são: Os trombos são formados e destruídos (trombólise). Mas, se houver um desequilíbrio entre a trombogênese e a trombólise, problemas como distúrbios trombóticos ou hemorrágicos podem ocorrer. As tromboses podem ocorrer tanto em artérias quanto em veias. As tromboses/embolias arteriais causam lesões no endotélio e a interrupção do fluxo sanguíneo, que podem ocasionar isquemia/morte tecidual local e infarto. As tromboses venosas causam congestão local, edema e inflamação. Os medicamentos utilizados para desfazer os trombos são conhecidos como trombolíticos, entre os quais se destacam as enzimas fibrinolíticas: estreptoquinase, alteplase e tenecteplase. São especializadas em promover a lise da fibrina (fibrólise), ativando o plasminogênio em plasmina. Esta última tem ação lítica sobre a malha de fibrina e, por conseguinte, é capaz de dissolver os trombos. vias aéreas superiores cavidade nasal faringe traqueia vias aéreas inferiores brônquios bronquíolos alvéolos Antitussígenos: Antitussígenos centrais: inibem a área do cérebro que comanda o reflexo, chamada “centro da tosse”, também causando sedação. exemplos: dextrometorfano e codeína. Antitussígenos periféricos: agem no local da tosse (laringe e na traqueia). exemplo: dropropizina. Expectorantes: Mucolíticos: O sistema respiratório é composto pelas: Essa rede interconectada é responsável por inalar o ar ambiental para o interior do organismo. O ar (com oxigênio) vai sendo direcionado para a realização das trocas gasosas, que ocorrem no interior dos alvéolos pulmonares e, ao final, o ar (com gás carbônico) é exalado para o meio exterior. Também conhecidos como antitussivos; Fármacos utilizados para inibir a tosse improdutiva e sem secreção (tosse seca). Usados na tosse produtiva (com secreção/catarro), para facilitar o deslocamento das secreções no trato respiratório, da traqueia e laringe até a faringe (garganta), tornando mais fácil sua eliminação. Exemplos: guaifenesina, sulfoguaicol, ambroxol, bromexina. Fármacos que fluidificam as secreções, facilitando sua eliminação pela tosse produtiva. Exemplos: acetilcisteína e carbocisteína. @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente Farmacologia no Sistema RespiratórioFarmacologia no Sistema Respiratório agonistas adrenérgicos: aumentam o calibre das vias respiratórias. salbutamol é um potente agonista adrenérgico β-2 seletivo, agindo principalmente na broncodilatação. outros fármacos dessa classe são: bambuterol, fenoterol, formoterol, salmeterol e terbutalina. metilxantinas: ação relaxante sobre a musculatura dos brônquios e ação anti-inflamatória e são indicados para o tratamento de asma, bronquite, enfisema e dispneia. além da cafeína, fazem parte desse grupo os fármacos aminofilina, bamifilina, teofilina e acebrofilina (teofilina + ambroxol) glicocorticoides: principais anti-inflamatórios esteroides utilizados na asma crônica e bronquite administração por inalação (beclometasona, budesonida, ciclesonida, fluticasona) administração por via oral (dexametasona, prednisona, prednisolona) anticolinérgicos/antimuscarínicos: antagonistas competitivos reversíveis dos receptores muscarínicos - bloqueiam a ligação da acetilcolina nesses receptores impedindo a ação colinérgica nos órgãos efetores. São divididos em 5 subtipos (M1 a M5) amplamente distribuídos pelo corpo. Os receptores M3 estão localizados nas glândulas secretoras e em praticamente toda a musculatura lisa do organismo. O bloqueio desses receptores (M3) nas vias aéreas ocasiona a redução da secreção do muco pelas glândulas secretoras e o relaxamento da musculatura brônquica, isto é, a broncodilatação atropina e escopolamina: antimuscarínicos que diminuem a secreção brônquica e induzem a broncodilatação e efeitos antiespasmódicos ipatrópio etiotrópio:antimuscarínicos utilizados em crises asmáticas por vias inalatórias e evita efeitos sistêmicos indesejáveis Tratamento das doenças pulmonares obstrutivas (asma, bronquite crônica e enfisema) anti-histamínicos: bloqueiam a ligação da histamina nos receptores H1 e são utilizados para evitar crises asmáticas alérgicas. exemplos: cetotifeno, cetirizina, fexofenadina, loratadina e prometazina. antagonista dos leucotrienos: os fármacos montelucaste e zafirlucaste são inibidores dos receptores dos leucotrienos e reduzem a brococonstrição, a secreção brônquica e a dificuldade respiratória. @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente Farmacologia no Sistema RespiratórioFarmacologia no Sistema Respiratório diabetes tipo 1: redução ou ausência da produção de insulina, pelo pâncreas diabetes tipo II: resistência a ação da insulina, pelo organismo inibição da saída de glicose do fígado diminuição da degradação de proteínas no fígado aumento da captação de glicose pelas células síntese de glicogênio e proteínas pelos músculos elevação da captação de glicose e ácidos graxos pelos adipócitos, resultando na síntese de triglicerídeos. estimula a glicogenólise e gliconeogênese no fígado estimula a lipólise nos adipócitos, liberando, assim, os ácidos graxos O diabetes mellitus (DM) é uma síndrome metabólica - um grupo de doenças crônicas caracterizado pelo aumento anormal da glicemia sanguínea. É associado a danos em vários órgãos, sobretudo olhos, rins, nervos, coração e vasos sanguíneos. Insulina: hormônio polipeptídico pancreático, produzido nas células β das ilhotas de Langerhans, com funções anabólicas e de controle glicêmico: Em conjunto, esses efeitos resultam na diminuição da concentração de glicose na corrente sanguínea (hipoglicemia). Glucagon: outro hormônio que possui ação contrária à insulina - efeitos hiperglicemiantes e catabólicos: @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente Farmacologia no diabetesFarmacologia no diabetes diabetes tipo 1: dieta hipoglicêmica adequada prática de atividades físicas aplicação injetável de insulina exógena. diabetes tipo 2: fármacos antidiabéticos Tratamento In te rf er ên ci a en tr e fá rm ac o s e al im en to s fundo gástrico (parte superior próximo à entrada do esôfago) corpo (parte intermediária e principal) antro (junção com o duodeno) antagonistas de receptores H2 da histamina: cimetidina, ranitidina, famotidina e nizatidina inibidores da bomba de prótons: omeprazol, rabeprazol, pantoprazol, esomeprazol, esomepromazol e lansoprazol O estomago pode ser dividido em 3 partes: Função motora do estômago: Coordena o armazenamento, a mistura e o esvaziamento do conteúdo alimentar por meio da combinação entre movimentos das musculaturas lisa circular e longitudinal. Função secretora do estômago: Produção do suco gástrico (contendo ácido clorídrico e enzimas) ao qual o conteúdo alimentar é misturado. O ácido clorídrico, produzido pelas células parietais do estômago, é importante para a ação das enzimas digestivas, mas sua hipersecreção pode causar diversos problemas como gastrites e úlceras. Para evitar o efeito corrosivo do suco gástrico na parede estomacal, são produzidos a gastrina, o pepsinogênio, o muco e o fator intrínseco, que, além de proteger o lúmen estomacal, também formam o quimo. Caso haja um aumento dos mecanismos da via de secreção ácida (por ação da bomba de prótons – H+/K+ ATPase) e pepsina em relação aos mecanismos protetores das mucosas (principalmente o muco), poderá ocorrer a destruição da mucosa estomacal, ou da mucosa do duodeno, gerando complicações que podem ir desde dispepsia, refluxo gastroesofágico, gastrite até a úlcera péptica, uma doença crônica que pode causar hemorragias, perfuração da mucosa e óbito. Nas doenças associadas à acidez gástrica, os fármacos antiácidos e antissecretores são empregados para a redução da secreção ácida, com destaque para: A cimetidina, omeprazol, esomeprazol e pantoprazol devem ser administrados em jejum. Em específico a cimetidina, a presença de alimentos reduz sua biodisponibilidade. motoras secretoras absorção boca: a digestão inicia-se pela mastigação - dentes, língua e saliva - alimentos são triturados e umedecidos esse processo mecânico reduz o tamanho dos alimentos, aumentando a área de contato. boca: inicia-se a decomposição bioquímica dos alimentos - ação das saliva, secretada pelas glândulas salivares - saliva produz a enzima alfa-amilase (digestão do amido e açúcares) o alimento triturado é deglutido e percorre o tubo, em toda a sua extensão (realizado por processos mecânicos - movimentos peristálticos) há a modificação química e bioquímica dos alimentos, pela ação dos sucos digestivos e enzimas (principalmente no estomago). além das glândulas salivares, outros órgãos anexos também produzem secreções importantes para a digestão (pâncreas, fígado e vesícula biliar) a parte não aproveitada é eliminada pelo ânus, em forma de fezes O sistema gastrointestinal é responsável pela digestão dos alimentos. A digestão é caracterizada por uma série de processos fisiológicos mecânicos, químicos e bioquímicos, em que os alimentos ingeridos são decompostos em nutrientes, estruturalmente mais simples, absorvidos para a circulação sanguínea e transportados para os tecidos e as células do corpo. São, então, utilizados, por exemplo, para obtenção de energia e desempenho das funções orgânicas. O sistema gastrointestinal possui funções: Embora seja um tubo contínuo (da boca ao reto), o sistema gastrointestinal divide-se em estruturas especializadas e cada uma delas exerce funções específicas na digestão do alimento e no aproveitamento dos nutrientes que resultam desse processo: 1. 2. 3. 4. a. 5. @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente Farmacologia no sistema gastrointestinalFarmacologia no sistema gastrointestinal Intestino grosso: Depois dessa fase, a maior parte da digestão já foi efetuada e o conteúdo do intestino delgado passa, então, para o intestino grosso, onde ocorre a absorção da água e dos sais (eletrólitos). As bactérias presentes no intestino grosso também participam da digestão, principalmente das fibras e da formação/absorção da vitamina K. No intestino grosso, forma-se o bolo fecal, que se solidifica na forma de fezes. A presença de fezes no reto (parte final do intestino) estimula as terminações nervosas causando o reflexo da defecação. A constipação intestinal (intestino preso) é caracterizada por uma frequência de evacuações menor que 3 vezes por semana, com presença de fezes endurecidas e fragmentadas, além da sensação de evacuação incompleta e dolorosa. Por outro lado, a diarreia consiste no aumento do número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência, em alguns casos com a presença de muco/pus e sangue (diarreia sanguinolenta). A diarreia, em geral, é autolimitada e pode vir acompanhada de náuseas, vômito, febre e dores abdominais. Para a prevenção da desidratação (perda de água e eletrólitos) provocada pela diarreia, além dos fármacos antidiarreicos, podem-se utilizar os sais para reidratação oral ou o soro caseiro. A digestão envolve, principalmente, os processos de motilidade, secreção e absorção ao longo do tubo digestivo. Dessa forma, qualquer desequilíbrio nesses processos pode levar à perda das funções gastrointestinais, uso dos medicamentos readequação e controle dos hábitos alimentares e estilo de vida interrupção do consumo de bebidas ricas em cafeína (café, chás, refrigerantes, energéticos e chocolates) interrupção de bebidas alcoólicas e cigarros A cimetidina, também atua como inibidor enzimático de várias enzimas hepáticas do complexo citocromo-P450. Dessa forma, o uso da cimetidina pode aumentar o tempo de meia-vida, potencializando o efeito de outros fármacos metabolizados por essas enzimas. Por outro lado, o omeprazol, esomeprazol e pantoprazol, inibidores da bomba de prótons – H+/K+ ATPase, são fármacos altamente sensíveis ao ambiente ácido do estômago e, portanto, devem ser administradospreferencialmente pela manhã, antes do desjejum. O omeprazol também interfere na biotransformação de anticonvulsivantes e anticoagulantes; logo, deve-se ter cautela no uso concomitante desses fármacos. Recomendações para o controle da acidez estomacal: Intestino delgado: Possui a função motora relacionada, principalmente, ao peristaltismo, além de secretar algumas enzimas como as peptidases, dissacaridases e lipases. A maior parte da função de absorção dos nutrientes ocorre na primeira porção do intestino delgado (duodeno), embora uma parte da absorção também ocorra no estômago e no cólon. O intestino delgado possui as vilosidades e microvilosidades, que aumentam a área de contato entre a mucosa intestinal e os nutrientes, fazendo com que estes sejam absorvidos tanto por difusão quanto por transporte ativo. O quimo produzido pelo estômago passa para o duodeno, onde sofre a ação do suco pancreático, composto por bicarbonato e enzimas (amilases, lipases, tripsina, quimiotripsina e carboxipeptidases) e sofre ação da bile, uma mistura emulsificante secretada pelo fígado e armazenada na vesícula biliar. @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente Farmacologia no sistema gastrointestinalFarmacologia no sistema gastrointestinal A presença da bactéria Helicobacter pylori no estômago também está associada ao desenvolvimento de transtornos gástricos. Essa bactéria produz adesina, urease, hemaglutinina e citotoxinas vacuolizantes. Por meio da adesina, a H. pylori adere às células epiteliais do estômago e produz urease, uma enzima que transforma ureia em amônia. A amônia, por sua vez, neutraliza os prótons H+, formando hidróxido de amônio, produzindo uma zona de proteção alcalina ao redor da bactéria, protegendo-a do ambiente ácido estomacal. A H. pylori é sensível a combinações de antibióticos (metronidazol, tinidazol, claritromicina, tetraciclina, amoxicilina e levofloxacino) com antissecretores, inibidores da bomba de prótons (omeprazol e lansoprazol). Os bismutos coloidais e os probióticos também podem ser utilizados no tratamento. @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente Farmacologia no sistema gastrointestinalFarmacologia no sistema gastrointestinal trióxido de arsênio (agente de diferenciação) geftinibe (inibidor do EGFR) mitotano (supressor córtico-suprarrenal) bortezomibe (inibidor de proteassoma) hidroxicarbamida/hidroxiuréia (análogo da ureia, que inibe a síntese do DNA), entre outros Além dos agentes antineoplásicos, existem outros fármacos utilizados no tratamento clínico dos diferentes tipos de câncer: Adicionalmente, a enzima L-asparaginase é utilizada no tratamento de leucemia aguda (LLA) infantil e atua pela diminuição catabólica dos níveis sanguíneos de asparagina. Nas células neoplásicas, isso provoca a inibição da síntese de proteínas, resultando no bloqueio da proliferação celular. @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente Farmacologia no câncerFarmacologia no câncer intervenção cirúrgica: intervenção localizada radioterapia: intervenção localizada quimioterapia/imunoterapia: agem de forma sistêmica O câncer é um conjunto de doenças caracterizadas pela proliferação celular desordenada, com perda de diferenciação, migração e invasão para outros tecidos. O processo de crescimento celular descontrolado (denominado tumor) pode ser benigno ou maligno. A diferença entre tumores benignos e malignos é determinada pelo comportamento das células. Tumores benignos: ocorre proliferação celular descontrolada contida, isto é, que não invade outros tecidos. Tumores malignos: há o comprometimento das funções fisiológicas. Ocorre a multiplicação celular anormal e invasiva, isto é, com extravase do limite de outros tecidos e órgãos, processo este conhecido como metástase, o que não ocorre nos tumores benignos. Existem diferentes tipos de tumores malignos, classificados a partir da origem embrionária e dos tipos de células que lhes deram origem: Além do transplante de medula óssea (para casos de leucemias), existem 3 esquemas terapêuticos utilizados para o tratamento dos diversos tipos de câncer: Principais interferências farmacocinéticas da absorção de quimioterápicos, decorrentes da coadministração de alimentos: Principais recomendações para administração, por via oral, dos quimioterápicos em relação à alimentação: Fitoterápicos Segundo a RDC 26/2014 da ANVISA, as plantas medicinais são espécies vegetais utilizadas com propósitos terapêuticos. Os fitoterápicos são medicamentos obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais cuja segurança e eficácia são baseadas em evidências clínicas e caracterizadas pela constância de sua qualidade. Já os produtos tradicionais fitoterápicos são obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais cuja segurança e efetividade são baseadas em dados de uso seguro e efetivo publicados na literatura técnico- científica e concebidos para serem utilizados sem a vigilância de um médico para fins de diagnóstico, de prescrição ou de monitorização. Não se considera medicamento fitoterápico ou produto tradicional fitoterápico aquele que inclua na sua composição substâncias ativas isoladas ou altamente purificadas, sejam elas sintéticas, sejam semissintéticas, sejam naturais, nem as associações delas com outros extratos, sejam eles vegetais, sejam de outras fontes, como a animal. Uma reação adversa a um medicamento (RAM) corresponde a qualquer resposta a fármacos que seja nociva ou indesejável e que ocorra nas doses terapêuticas. As RAMs podem acontecer em qualquer tipo de medicamento, seja ele alopático, seja fitoterápico. Podem ser em decorrência dos princípios ativos, adjuvantes/excipientes, impurezas ou produtos de degradação presentes. Em geral, as RAMs são comumente caracterizadas como efeito colateral, reação de hipersensibilidade (alergia), idiossincrasia, tolerância, dependência, entre outras. Exemplos de RAMs relacionadas ao uso de plantas medicinais: @camilla.pnunes Interação Droga Nutriente Farmacologia no câncerFarmacologia no câncer