Prévia do material em texto
Jenn Rodrigues 1 Jenn Rodrigues 2 ESTOMATOLOGIA ÍNDICE Introdução ________________________________________________________________________________________-___________________________________________________ 3 Cavidade oral / boca ___________________________________________________________________________________________________________________________ 6 Exame clínico - anamnese e exame físico ____________________________________________________________________________________ 20 Lesões fundamentais da boca ________________________________________________________________________________________________________ 22 Exames complementares ________________________________________________________________________________________________________________ 26 Lesões nodulares e vegetantes_________________________________________________________________________________________________________ 32 Lesões pigmentadas _________________________________________________________________________________________________________________________ 38 Lesões brancas ___________________________________________________________________________________________________________________________________ 50 Patologia das glândulas salivares _________________________________________________________________________________________________ 59 Jenn Rodrigues 3 INTRODUÇÃO ◢ESTOMATOLOGIA / SEMIOLOGIA / DIAGNÓSTICO BUCAL (sinônimos de estomatologia) ▸É a ciência que estuda os sinais (tudo o que `vemos`) e sintomas (tudo o que o paciente relata) para se chegar a um diagnóstico de determinada doença. ◢O que é a Estomatologia? Stoma (boca) + logos (estudo, conhecimento) ▸A Estomatologia é uma especialidade da Odontologia aprovada, regulamentada registrada e Reconhecida pelo Conselho Federal de Odontologia em 1992. ▸Há 26 anos foi instituída nas faculdades de odontologia do Brasil. Essa disciplina, que adotou diferentes denominações: Diagnóstico Bucal, Diagnóstico Oral, Medicina Bucal e Semiologia, embora o conteúdo programático fosse o mesmo, hoje, paulatinamente está adotando a denominação de estomatologia que é a especialidade reconhecida. ▸A Estomatologia foi criada para substituir a extinta Disciplina de Patologia e Terapêutica Aplicadas, que servia de elo de ligação entre as disciplinas básicas e as de aplicação ou clínicas. ▸A evolução dos conhecimentos da patologia associada aos avanços da clínica fez da estomatologia uma disciplina que se imbrica com todas as outras especialidades odontológicas e também com algumas áreas da medicina e que entende que saúde não é apenas da boca. ▸São nossos associados, não somente estomatologistas, mas também cirurgiões buco-maxilo-faciais, radiologistas, patologistas bucais, médicos dermatologistas, cirurgiões de cabeça e pescoço, otorrinolaringologistas, clínicos gerais e biólogos. ▸Em 1969 a Associação Brasileira de Ensino Odontológico (ABENO) e a W. K. Kellogg, patrocinaram um curso de "Diagnóstico Bucal - Medicina Bucal", para professores universitários que iriam iniciar o ensino dessa Disciplina no Brasil, no período de 01 a 20 de dezembro. ◢O que é aparelho estomatognático ▸É um conjunto de estruturas bucais seja dentro ou fora com funções comuns, ligado aos sistemas nervoso, circulatório, digestivo, respiratório e metabólico-endócrino. ▸Ossos da face, glândulas da cabeça e pescoço, vasos e nervos, músculos, ATM ▸Os pacientes com alterações no sistema estomatognático podem apresentar persistente desconforto na face, cabeça, articulações temporomandibulares (ATMs) e pescoço, além de contrações, fadiga muscular e limitação dos movimentos mandibulares. Câncer de boca mais agressivos se encontram normalmente na região de borda/margem da língua (mesmo a aparência não sendo tão ‘feia’) ◢Responsabilidade profissional do CD estudar, diagnosticar, prevenir e tratar os seguintes itens. 1. Doenças dos tecidos mineralizados e não mineralizados 2. Doenças dos tecidos de suporte e proteção dos dentes 3. Lábios, língua, mucosa e glândulas salivares 4. Lesões bucais e dos órgãos nela contidos 5. Doenças em todo organismo que possam modificar ou constituir uma contraindicação para certas formas de tratamento odontológico Jenn Rodrigues 4 ▸Sinais: Manifestações clínicas percebidas pelos sentidos naturais do Homem. São características clínicas que podemos ver, ouvir, sentir. Ex.: Mudança de coloração, aumento de volume ou temperatura, ruídos na ATM, mau hálito, etc. ▸Sintomas: Desvios do normal que somente são percebidos pelo paciente. É aquilo que o paciente relata ter. Ex.: Dor, astenia (fraqueza), disfagia (dificuldade de deglutir), prurido (coceira), dormência, etc. ▸Dor: Sofrimento físico ou moral (“coração partido”). Depende da intensidade, constante ou Intermitente, duração, localização e fenômenos desencadeantes. ▸Doença: do Latim, Dolentia s. f., alteração na saúde ou falta de saúde; mal, moléstia, enfermidade; fig., mania; paixão; vício; defeito ◢Conceitos básicos e fundamentais para o diagnóstico: ▸Semiogênese: É o estudo da formação dos sinais e sintomas. “Como se formou aqueles sinais e sintomas” ▸Semiologia: É o estudo dos sinais e sintomas do desvio do normal ▸Sintomatologia: Quadro clínico que reúne os sinais e sintomas de uma determinada doença. ▸Semiotécnica: Forma que se obtém e observa os sinais e sintomas (Técnica de colher dados). ▹Todas as lesões brancas que se encontra na boca a primeira técnica que fazemos é de raspagem. Uma vez que pode ser apenas sujeira, pele descamada, restos alimentares etc. Mas se encontrar alguma alteração de células na analise ai sim se faz uma biopsia ▹Quando a lesão for vermelha normalmente pode ser relacionado a vaso sanguíneo, então para saber se é uma mancha vermelha ou apenas um vaso sanguíneo se faz vitropressão ou diascopia (onde se faz uma pressão no local com uma placa de vidro) Estágio da Doença ▸Pré-patogênico: Interação entre o agente, hospedeiro e o ambiente, que se inicia na agressão, mas não tem sinal nem sintoma (subclínico). FATORES que podem desencadear as doenças *O hospedeiro em contato com os agentes e o ambiente. O ambiente pode melhorar ou piorar o estado das doenças. ▸Prodrômicos: Primeiros sinais e sintomas que caracterizam a doença. Fatores que só uma determinada doença possui. Ex.: na herpes, apresenta o sinal com vesículas próximas umas das outras, que quando identificada leva ao diagnóstico. ▸Síndrome: (do grego syndromos, significando “que correm juntos, que acompanham”): é um conjunto de sinais e sintomas que se apresenta para definir uma entidade mórbida e que se relacionam entre si por uma particularidade anatômica, física ou bioquímica. Ex.: Síndrome de Sjögren (ausência de secreção lacrimal e salivar) ▸Patogênico/Patognomônicos: São aqueles exclusivos de uma determinada doença, indicam de uma maneira quase absoluta sua existência, especificando-lhes o diagnóstico. Ex.: papila invertida na GUNA (Gengivite Ulcerativa Necrosante Aguda); e a rigidez na nuca para a meningite. ▸Prognóstico: É o desenvolver da doença (possível resultado). Intuição de como a doença vai evoluir seja para bom ou para ruim ▸Proservação: “Segmento”. Acompanhamento do paciente mesmo depois da cura, evitando evoluções e piora. Uma vez que quando se acompanha se acontecer de ter uma recidiva tem a chance de tirar no começo sem causar grandes danos. Ambiente AgenteHospedeiro Jenn Rodrigues 5 ◢O que é um critério diagnóstico? ▸São manobras realizadas frente a algumas lesões como a raspagem em lesões brancas (para averiguar se cedem ou não) ou a vitropressão em manchas com suspeita de etiologia vascular. ◢O que é um indício diagnóstico? ▸Todo e qualquer sinal ou sintoma clínicoou laboratorial que constitua um desvio do normal, mas não define uma patologia: dor, sangramento gengival, febre, trismo etc. Jenn Rodrigues 6 CAVIDADE ORAL / BOCA ◢ Introdução ▸A cavidade oral consiste na porção inicial do tubo digestório, sendo o local onde o alimento é ingerido e preparado para a digestão no estômago e intestino delgado. Nela o alimento é triturado pelos dentes e umidificado pela saliva, proveniente das glândulas salivares, de maneira a formar o bolo alimentar macio. É na cavidade oral que se inicia a deglutição. ▸É limitada anteriormente pelos lábios, lateralmente pelas bochechas, superiormente pelo palato e inferiormente pela língua e demais estruturas do assoalho bucal. Comunica-se com o meio externo através da rima oral (abertura entre os lábios) e com a faringe por meio do istmo orofaríngeo ou istmo das fauces. ◢Divisão da cavidade oral ▸A cavidade oral é dividida pelos arcos dentais em duas porções, uma anterior, o vestíbulo oral, e a outra posterior, a cavidade oral propriamente dita. Na região de transição entre o vestíbulo oral e a cavidade oral propriamente dita, localizam-se os arcos dentais e a região mucogengival. Na posição de repouso da mandíbula, um espaço de 1 a 3 mm (espaço funcional livre) entre as superfícies oclusais dos dentes possibilita a comunicação dessas duas porções. Em oclusão, faz-se a comunicação apenas entre os espaços interdentais e pelo espaço posterior aos molares: o espaço retromolar. ⊿Vestíbulo oral ▸O vestíbulo oral é o espaço em fenda localizado entre os lábios e bochechas e os arcos dentais. Limita-se superior e inferiormente por uma dobra da mucosa oral, denominada fundo de saco do vestíbulo (superior e inferior) ou fórnice gengival superior e inferior ⊿Cavidade oral propriamente dita ▸A cavidade oral propriamente dita é limitada anteriormente pelos arcos dentais, posteriormente pelo istmo orofaríngeo, superiormente pelo palato e, inferiormente, pelo assoalho bucal, ocupado pela língua. ▸A cavidade oral é delimitada por seis paredes: ▹Uma parede anterior ou lábios ▹Duas paredes laterais ou bochechas ▹Uma parede superior ou palato ▹Uma parede posterior ou véu palatino ▹Uma parede inferior ou assoalho. ◢Parede anterior | Lábios ▸Os lábios são duas pregas musculofibrosas móveis que delimitam a abertura da boca (rima oral). Os lábios superiores encontram-se de cada lado com os inferiores no ângulo da boca. São cobertos de pele, contêm uma camada muscular, apresentam glândulas e uma túnica mucosa, internamente. Jenn Rodrigues 7 ⊿Anatomia de superfície ▸O lábio superior apresenta um sulco mediano largo e raso, o sulco subnasal, ou filtro, que termina na margem livre do lábio por um tubérculo labial superior. Encontra-se separado da bochecha por um sulco nasolabial que corre obliquamente da asa do nariz ao ângulo da boca ▸O lábio inferior encontra-se separado do mento por um sulco mentolabial. Nos idosos, destaca-se também o sulco labiomarginal, produzido pela ação dos músculos abaixadores do ângulo da boca. ⊿Estrutura dos lábios ▸Os lábios apresentam uma margem aderente e uma margem livre. A margem aderente constitui a maior parte dos lábios, sendo revestida de pele de espessura variável, com folículos pilosos, glândulas sudoríparas e sebáceas. Já a margem livre constitui a região de coloração rósea ou púrpura que caracteriza a zona vermelha do lábio. Esta se recobre de pele modificada, que representa a zona de transição entre pele e mucosa. É transparente, com um epitélio fino e levemente queratinizado, o qual possibilita a translucidez dos numerosos e ricos capilares, que dão a cor vermelha aos lábios. ▸A tela subcutânea nesta região é delgada, com pouco tecido adiposo. A camada muscular forma-se pelo músculo orbicular da boca e por partes das fibras dos demais músculos dilatadores da rima oral, que se misturam a ele ao se fixarem no lábio. A camada submucosa localiza-se profundamente à camada muscular, com tecido celular pouco denso e com glândulas salivares menores – glândulas labiais, cuja secreção é lançada diretamente na boca ▸A mucosa que reveste internamente os lábios é aderente à camada submucosa. A face posterior dos lábios está relacionada com o vestíbulo oral e com os arcos dentais. A mucosa nesta região apresenta aspecto liso e coloração rósea. Na linha mediana, cada lábio liga-se à gengiva correspondente por uma dobra da mucosa, de maneira a formar os freios labiais superior e inferior. O freio labial superior é em geral mais desenvolvido que o inferior. ⊿Irrigação e drenagem ▸Os lábios são irrigados pelas artérias labiais superiores e inferiores, ramos da artéria facial. São drenados por veias labiais que, por sua vez, desembocam na veia facial. Os vasos linfáticos do lábio superior drenam para os linfonodos submandibulares, e os do lábio inferior drenam para os linfonodos submentuais. ⊿Inervação ▸A sensibilidade geral do lábio superior é dada pelo ramo labial superior do nervo infraorbital (V2), e a inervação motora pelos ramos bucais do nervo facial (VII). A sensibilidade geral do lábio inferior é dada pelo nervo mentual (V3); e a inervação motora, pelos ramos bucais e pelo ramo marginal da mandíbula do nervo facial (VII). ◢Parede lateral | Bochecha ▸É a parede móvel da cavidade oral e tem estrutura semelhante aos lábios. A face externa da bochecha tem um formato quadrangular, limitando-se anteriormente pelos lábios e pelo sulco nasolabial, posteriormente pela margem anterior do ramo da mandíbula e músculo masseter, inferiormente pela linha oblíqua da mandíbula e superiormente pela margem inferior do zigomático. A face interna da bochecha é um pouco menor, limitada superior e inferiormente pelo contorno da mucosa do osso alveolar para a bochecha (fundo de saco do vestíbulo). Posteriormente, a bochecha termina na rafe pterigomandibular. ⊿Estrutura da bochecha ▸A bochecha, da superfície para a profundidade, é constituída por três camadas, descritas a seguir. Camada superficial ▸É constituída por pele, tecido subcutâneo e músculos da expressão facial mais superficiais (A). A pele é fina e ricamente vascularizada, e contém folículos pilosos, glândulas sudoríparas e sebáceas. O tecido celular subcutâneo caracteriza-se pelo tecido adiposo, que se sobressai no obeso e na criança. ▸A camada muscular superficial é constituída pelo músculo risório e por parte dos músculos platisma, zigomático maior e menor. Jenn Rodrigues 8 Camada média ▸O principal constituinte desta camada é o corpo adiposo da bochecha (bola adiposa de Bichat) (B). O corpo adiposo da bochecha é bem desenvolvido nos primeiros anos de vida, sendo envolto por uma fáscia que o separa dos órgãos vizinhos e repousa sobre o bucinador. Os espaços fasciais são preenchidos por tecido adiposo que se estende para as regiões temporal, infratemporal e zigomática. Juntos, eles constituem o corpo adiposo mastigador. Por ser pouco vascularizado, torna-se via para propagação de infecções odontogênicas. ▸As outras estruturas localizadas na camada média da bochecha são: ducto parotídeo, partes da artéria facial e da veia facial, ramos bucais do nervo facial (VII) e ramos terminais do nervo bucal (V3). Camada profunda ▸A camada profunda é constituída pelo músculo bucinador, submucosa e mucosa (C). Assim como nos lábios, a submucosa apresenta glândulas salivares acessórias. Finalmente, a mucosa da bochecha é lisa e aderente à submucosa e ao músculo bucinador. Algumas fibras do músculo bucinador podem se inserir irregularmente nos processos alveolares, sendo revestidas de mucosa, provocando dobras laterais no vestíbulo oral denominadas bridas musculares. ▸A bochecha é atravessada pelo ductoparotídeo que perfura o bucinador, abrindo-se no vestíbulo oral ao nível do segundo molar superior. A abertura desse ducto provoca uma saliência na mucosa denominada papila parotídea ⊿Irrigação e drenagem ▸A bochecha é irrigada pela artéria bucal (artéria maxilar) e pela artéria transversa da face, que podem anastomosar- se com ramos da artéria facial. Ela é drenada por veias que desembocam na veia facial e no plexo venoso pterigóideo. ⊿Inervação ▸A sensibilidade geral da bochecha é dada pelo nervo bucal (V3); e a inervação motora, pelos ramos bucais do nervo facial (VII). Estrutura da bochecha: camada superficial (A). Estrutura da bochecha: camada média (B); camada profunda (C). Jenn Rodrigues 9 Fotografia evidenciando a papila parotídea. O afastador está retraindo a bochecha e evidenciando a papila parotídea, onde desemboca o ducto parotídeo, ao nível do segundo molar superior. ◢Parede superior | Palato ▸É uma região em forma de ferradura, aberta para trás, que constitui o teto da boca e, ao mesmo tempo, o assoalho da cavidade nasal. Está composto de uma parte anterior, o palato duro, formado pelos processos palatinos da maxila e pelas lâminas horizontais do osso palatino; e uma parte posterior, o véu palatino ou palato mole, que é formado por uma aponeurose e músculos, e separa a cavidade oral da faringe ▸A face oral do palato é recoberta por um mucoperiósteo que contém vasos sanguíneos, nervos e um grande número de glândulas salivares menores (palatinas) do tipo mucoso. A mucosa do palato apresenta uma série de elevações, sobretudo na região anterior deste. Na linha média, ao nível dos forames incisivos, nota-se a papila incisiva. Ao longo da linha mediana, a rafe palatina marca o local de fusão dos processos palatinos da maxila. Notam-se, ainda, uma série de elevações transversais na região anterior do palato, as pregas palatinas transversas, que auxiliam na apreensão dos alimentos A. Estruturas do palato duro e do palato mole. B. Estruturas anatômicas da mucosa do palato duro. ⊿Irrigação e drenagem ▸A região posterior do palato duro é irrigada pela artéria palatina maior. A porção anterior do palato (até os caninos) é irrigada pela artéria nasopalatina. Estes vasos podem anastomosar-se no palato. As veias acompanham as artérias e apresentam a mesma nomenclatura, drenando para o plexo venoso pterigóideo. Trajeto da artéria palatina maior ▸O trajeto da artéria palatina maior é clinicamente relevante, sobretudo para evitar danos a ela em procedimentos cirúrgicos. Deve-se notar que essa artéria se localiza entre o processo alveolar e o processo palatino da maxila, muitas vezes criando sulcos ósseos em seu trajeto. Ela é bastante calibrosa próximo à sua origem no forame palatino maior. Assim, devem-se evitar incisões cirúrgicas verticais nessa região do palato e em todo o seu trajeto anterior. Convém também lembrar que ela pode ser lesada durante a obtenção de enxertos gengivais livres ou enxertos conjuntivos do palato duro. Jenn Rodrigues 10 ⊿Inervação ▸A sensibilidade geral da região posterior do palato duro é dada pelo nervo palatino maior (V2), enquanto a da região anterior (até caninos), pelo nervo nasopalatino (V2) ⊿Parede posterior | Palato mole ou véu palatino ▸A cavidade oral é separada posteriormente da faringe pelo istmo orofaríngeo, o qual é delimitado superiormente palato mole ou véu palatino, e inferiormente pela língua. O palato mole é uma dobra fibromuscular móvel que se fixa ao palato duro por uma aponeurose palatina. Durante a deglutição, o palato mole é tracionado para cima e para trás contra a parede posterior da faringe, de maneira a impedir o refluxo do bolo alimentar para a nasofaringe. É ativo também na fonação. O palato mole estende-se para trás e para baixo, terminando em uma margem livre e côncava com uma projeção mediana, a úvula. De cada lado, duas dobras da mucosa estendem-se do palato à língua, os arcos palatoglossos; e do palato à faringe, os arcos palatofaríngeos. Estes arcos são saliências da mucosa revestindo os músculos subjacentes de mesmo nome. Entre os arcos, a fossa tonsilar é uma depressão que aloja a tonsila palatina Estruturas do palato mole: esquema em vista anterior (A) e fotografia evidenciando o palato mole e o istmo orofaríngeo (B). Notam-se, de anterior para posterior: a rafe pterigomandibular, o arco palatoglosso, a fossa tonsilar e o arco palatofaríngeo. Nota-se, ainda, a úvula ⊿Músculo da úvula ▸Origina-se da espinha nasal posterior e da aponeurose palatina e fixa-se na mucosa da úvula, de maneira a formar a estrutura da úvula. Eleva e retrai a úvula de modo a ajudar a fechar o istmo faríngeo, entre as partes nasal e oral da faringe. ⊿Músculo tensor do véu palatino ▸O músculo tensor do véu palatino origina-se da fossa escafóidea e desce para o hâmulo pterigóideo, onde é desviado medialmente para se inserir na aponeurose palatina. Este músculo torna tenso o palato mole (como no soprar e no assobiar) e para auxiliar nas funções dos demais músculos do palato. Outra função deste músculo é de abrir a tuba auditiva durante a deglutição e o bocejo. Jenn Rodrigues 11 ⊿Músculos do palato mole ▸O palato mole, ou véu palatino, é formado por músculos que atuam de maneira a possibilitar a passagem de ar e do bolo alimentar para a faringe, alternadamente, impedindo refluxos indesejáveis. O palato mole tem cinco músculos, sendo dois que atuam elevando o palato (músculo levantador e músculo tensor do véu palatino) e dois músculos que o abaixam (músculo palatoglosso e músculo palatofaríngeo), além do músculo da úvula. Músculos do palato mole: vista lateral (A) e vista posterior (B). ⊿Músculo levantador do véu palatino ▸Origina-se da área quadrada do osso temporal e da cartilagem da tuba auditiva, inserindo-se na aponeurose palatina. Os músculos levantadores do véu palatino, ao se contraírem, elevam o palato mole durante a deglutição e o bocejo. ⊿Músculo palatofaríngeo ▸Origina-se da aponeurose palatina e insere-se nas paredes laterais da faringe. Os dois músculos palatofaríngeos formam os arcos palatofaríngeos. Esses músculos movem os arcos palatofaríngeos para a linha mediana, como uma “cortina”, para fechar o istmo orofaríngeo. Elevam a faringe na deglutição. ⊿Músculo palatoglosso ▸Origina-se da aponeurose palatina e insere-se na face posterior e lateral da língua. O músculo palatoglosso forma o arco palatoglosso e aproxima os arcos da linha mediana para fechar o istmo orofaríngeo. ⊿Irrigação e inervação ▸O palato mole é irrigado pela artéria palatina menor. A inervação sensitiva é dada pelo nervo palatino menor (V2). Os músculos do palato são inervados pelo plexo faríngeo, exceto o músculo tensor do véu palatino, que é inervado pelo nervo trigêmeo (V3). ◢Parede inferior | Assoalho ▸Do ponto de vista anatômico, o assoalho da cavidade oral é formado pelo músculo milo-hióideo. Este representa um diafragma incompleto separando a cavidade oral acima, do pescoço abaixo. Acima dele, localiza-se a língua sobreposta ao músculo gênio-hióideo. ▸As glândulas salivares submandibulares e sublinguais relacionam-se com o músculo milo-hióideo. A glândula sublingual é mais anterior e localiza-se acima do músculo, enquanto a glândula submandibular tem um lobo superficial, maior, que se localiza abaixo do músculo, e um processo profundo, que contorna a margem posterior do músculo milo- hióideo e repousa sobre este. Do processo profundo da glândula submandibular, origina-se o ducto submandibular, que desemboca na região anterior do assoalho da cavidade oral, na papila sublingual. Jenn Rodrigues 12 ▸A língua ocupa grande parte do assoalho da cavidade oral. Uma dobra da mucosa que constituio freio lingual prende a língua ao assoalho. Lateralmente ao freio lingual, a mucosa oral reveste as glândulas sublinguais subjacentes, formando, de cada lado, as pregas sublinguais. As glândulas sublinguais desembocam diretamente através de pequenos ductos ao longo dessa prega. Medialmente na prega sublingual, próximo ao freio lingual, uma elevação da mucosa constitui a papila sublingual, local de desembocadura do ducto submandibular Assoalho da cavidade oral. A língua foi removida, o que evidencia o músculo milo-hióideo e as glândulas salivares submandibular e sublingual. Músculos milo-hióideo e gênio-hióideo formando o assoalho da boca. Face inferior da língua e assoalho bucal. A. Esquema mostrando as principais estruturas, removida a mucosa do lado esquerdo. B. Fotografia da mesma região com a língua elevada, evidenciando as mesmas estruturas anatômicas in vivo. ⊿Língua ▸É um órgão muscular móvel que participa direta e indiretamente de diversas funções importantes, como gustação, mastigação, sucção, deglutição e fonação. A língua está fixada por feixes musculares à mandíbula, ao osso hioide e ao processo estiloide do temporal. Está constituída por músculos intrínsecos, responsáveis pela forma e pelo volume da língua, e por músculos extrínsecos, importantes nos movimentos linguais. ▸A língua apresenta uma parte fixa, a raiz ou base da língua e uma parte livre, o corpo da língua, o qual apresenta faces dorsal (superior) e inferior, margens e ápice Jenn Rodrigues 13 Ápice e margens da língua ▸O ápice da língua é a parte que se relaciona com os incisivos. Já as margens da língua relacionam-se de cada lado com os arcos dentais. Exame clínico da língua ▸O exame das margens da língua é muito importante, sobretudo na união destas com a faringe, visto ser uma região onde são frequentes os carcinomas espinocelulares de língua. Estes tumores malignos são de tratamento difícil e prognóstico ruim, logo é fundamental um diagnóstico precoce para instituir terapias eficazes. Face dorsal (superior) da língua ▸A face dorsal ou dorso da língua é convexa e relaciona-se com o palato. Seus 2/3 anteriores localizam-se na cavidade oral, constituindo a parte oral da língua, e o terço posterior voltado para a orofaringe constitui a parte faríngea da língua. Estas duas porções estão separadas por um sulco em forma de “V”, o sulco terminal em cujo vértice apresenta-se o forame cego (vestígio embrionário do ducto tireoglosso). PARTE ORAL DA LÍNGUA ▸A mucosa da parte oral do dorso da língua é fina e transparente na parte anterior, mas tem uma textura áspera, devido à presença das papilas linguais, sendo firmemente aderida aos músculos subjacentes. Apresenta o sulco mediano da língua, desde o ápice até o forame cego, além de elevações da mucosa que constituem as papilas linguais. São descritas as papilas filiformes, fungiformes, folhadas e circunvaladas. ▹As papilas filiformes são as mais abundantes, e podem ser descritas como projeções pontiagudas dispersas ao longo do dorso e do ápice da língua. Estas dão à língua o aspecto aveludado e a coloração rósea e são sensíveis ao toque. ▹As papilas fungiformes são projeções arredondadas dispostas irregularmente, sendo mais frequentes nas margens e no ápice da língua. Caracterizam-se pela coloração mais avermelhada, que se destaca entre as papilas filiformes. ▹As papilas folhadas são pouco desenvolvidas no homem. Dispõem-se posterolateralmente nas margens laterais da língua. ▹As papilas circunvaladas são projeções arredondadas maiores, dispostas em número variável, em geral de 8 a 12, anteriormente e ao longo do “V” lingual. Apresentam-se circundadas por um sulco profundo e circular. Nas paredes deste sulco, descrevem-se numerosos botões gustativos, bem como a desembocadura de glândulas serosas. PARTE FARÍNGEA DA LÍNGUA ▸A parte faríngea da língua, situada posteriormente ao sulco terminal (“V” lingual), só pode ser inspecionada com o auxílio de um espelho e abaixando a língua com uma espátula. Caracteriza-se pela presença de folículos linfáticos que são coletivamente denominados tonsila lingual. ▸A mucosa desta porção do dorso da língua reflete-se posteriormente para a cartilagem epiglótica da laringe, formando a prega glossoepiglótica mediana, e para a parede lateral da faringe, como prega glossoepiglótica lateral. O espaço situado de cada lado entre as pregas constitui a valécula epiglótica. Face ventral (inferior) da língua ▸Apresenta mucosa lisa e bem mais delgada que a face dorsal. Ela é desprovida de papilas e conectada com o assoalho por uma dobra da mucosa, o freio lingual. Este freio, quando curto, pode acarretar distúrbios na articulação da palavra (língua presa). A mucosa da face inferior da língua apresenta de cada lado do freio lingual uma dobra da mucosa com fímbrias, a prega franjada. A mucosa desta região é fina e deixa transparecer os vasos profundos da língua, em especial a veia profunda da língua, em tom arroxeado. Em tal região, estão ainda presentes as glândulas salivares menores (linguais). Raiz da língua ▸A raiz da língua é a parte que fixa a língua ao assoalho da cavidade oral e fica sobre os músculos gênio-hióideo e milo- hióideo. Alguns autores consideram o corpo da língua como a parte oral, e a raiz da língua, a parte faríngea. Jenn Rodrigues 14 Irrigação e drenagem ▸A irrigação da língua é feita pela artéria lingual, através dos ramos dorsais e da artéria profunda da língua, parte terminal da artéria lingual. A drenagem é feita por veias dorsais da língua para a veia profunda da língua, que desemboca direta ou indiretamente na veia jugular interna. A drenagem linfática da língua é feita para os linfonodos submentuais, submandibulares e cervicais profundos Inervação da língua INERVAÇÃO SENSITIVA ▸A sensibilidade geral (dor, temperatura, tato e pressão) dos 2/3 anteriores da língua é conduzida pelo nervo lingual (V3), e, em seu terço posterior, pelo nervo glossofaríngeo (IX). ▸A sensibilidade gustativa dos 2/3 anteriores da língua é conduzida pelo nervo corda do tímpano (VII), e no seu terço posterior pelo nervo glossofaríngeo (IX). INERVAÇÃO MOTORA ▸Os músculos intrínsecos e extrínsecos da língua são inervados pelo nervo hipoglosso (XII). ⊿Músculos da língua ▸Os músculos da língua não atuam isoladamente. Movem a língua como um todo, mudam a forma e o volume e provocam movimentos dentro e para fora da boca. Podem exercer, até mesmo, funções antagônicas para a harmonia dos diversos movimentos linguais. Para fins didáticos, atribuem-se funções aos músculos extrínsecos. Músculos intrínsecos da língua ▸Os músculos intrínsecos da língua são feixes musculares próprios do corpo lingual que dão forma à língua. São eles os músculos longitudinais superior e inferior, o músculo transverso e o músculo vertical Músculos extrínsecos da língua ▸Os músculos extrínsecos da língua são aqueles que fixam a língua a estruturas próximas e são capazes de movê-la. São eles: músculo genioglosso, músculo hioglosso, músculo estiloglosso e músculo palatoglosso Jenn Rodrigues 15 MÚSCULO GENIOGLOSSO ▸Origina-se da face interna do corpo da mandíbula (tubérculo superior da espinha mentual) e insere-se na face inferior da língua. Forma a maior parte da estrutura da língua, é espesso e tem forma de leque. Ao se contrair, abaixa a parte central da língua, mas também faz a protrusão da língua para fora da rima oral. MÚSCULO HIOGLOSSO ▸Origina-se do corno maior do osso hioide, inserindo-se na face lateral da língua. Os músculos hioglossos são quadrangulares e abaixam a língua, puxando suas laterais para baixo. Na retração, ajudam a encurtar a língua. MÚSCULO ESTILOGLOSSO ▸Origina-sedo osso temporal (processo estiloide) e insere-se nas margens inferolaterais da língua, mais posteriormente, misturando-se com fibras do hioglosso e dos músculos intrínsecos. São músculos que retraem e tracionam o dorso da língua para cima. MÚSCULO PALATOGLOSSO ▸Devido às suas ações, pode ser um músculo da língua ou do palato. Estende-se da aponeurose palatina até as margens laterais da língua, formando os arcos palatoglossos. Quando se contraem, elevam o dorso da língua e aproximam os arcos palatoglossos da linha mediana. Desse modo, fecham o istmo orofaríngeo (das fauces), separando a cavidade oral da parte oral da faringe. ◢Região mucogengival e dentes ▸A mucosa que recobre o osso alveolar até o colo dos dentes apresenta diversas texturas e funções e divide-se em periodonto de proteção e mucosa alveolar. ⊿Periodonto de proteção | Gengiva A gengiva é a porção da mucosa oral circunjacente ao dente e constitui, junto com a que recobre o palato duro, a denominada mucosa mastigatória. Apresenta textura mais firme e cor mais rósea, além de recobrir e proteger diretamente o órgão dental e seu alvéolo. Divide-se, ainda, em gengiva marginal e inserida Gengiva marginal (livre) ▸É a parte da gengiva que margeia o colo clínico do dente, sem, contudo, fixar-se a ele. A gengiva livre apresenta duas vertentes, interna e externa. A vertente interna é aquela voltada para o dente e que se continua com o epitélio juncional, forma a parede externa do sulco gengival e não é queratinizada. A vertente interna da gengiva livre delimita o sulco gengival, que pode ter 0,5 a 1 mm de profundidade. O sulco gengival é banhado na união epitélio-dente pelo fluido gengival. ▸A vertente externa é queratinizada e continua-se com a gengiva inserida. A gengiva livre, em sua vertente externa, é limitada em seu extremo apical por um sulco marginal, o sulco gengival livre, nem sempre claramente visível, que a separa da gengiva inserida. Jenn Rodrigues 16 Gengiva inserida ▸É aquela fixada ao periósteo que reveste o osso alveolar e ao dente. Localiza-se entre a gengiva marginal e a mucosa alveolar. Ela é contínua com a gengiva marginal, separando-se desta pelo sulco gengival livre e da mucosa alveolar pela linha mucogengival. No lado palatino do arco superior, ela se continua com a fibromucosa palatina, sem limite divisório definido. No lado lingual no arco inferior, a gengiva inserida é bem mais delicada, e ela se continua com a mucosa do assoalho bucal, que é bem mais flexível e não aderida à submucosa. ▸A gengiva inserida apresenta uma textura bastante irregular, semelhante à casca de laranja. Sua extensão é variável, sendo maior na região anterior. Quanto mais extensa (no sentido oclusoapical), maior será a resistência dessa gengiva e do dente às agressões ao periodonto. Seu tamanho é bastante variável em toda a cavidade oral. Papila gengival ▸É a porção da gengiva que ocupa o espaço interdental, aquele localizado entre o ponto de contato e a crista óssea do septo inter-radicular. Cada papila gengival apresenta duas faces, uma vestibular e outra lingual. Entre ambas as faces, imediatamente abaixo do ponto de contato, existe uma depressão côncava denominada col. Col ▸A denominação “col” vem da literatura americana, para se referir à porção central da papila interdental abaixo do ponto de contato. Ele pode estar ausente, sobretudo quando os dentes não estão em contato. O col é mais evidente nos dentes posteriores, enquanto nos anteriores observa-se uma forma mais piramidal nessa porção da papila interdental. ⊿Mucosa alveolar ▸A mucosa alveolar do lado vestibular do processo alveolar é bastante delicada, móvel e de coloração avermelhada, devido à sua intensa vascularização. Ela se inicia a partir da linha mucogengival e se reflete para formar o fundo de saco do vestíbulo (superior e inferior), continuando-se com as mucosas dos lábios e da bochecha. ▸No lado lingual do processo alveolar inferior, a mucosa alvolar também é bastante delgada e continua-se com a mucosa do assoalho da boca. Já no lado lingual (palatino) do processo alveolar superior, a gengiva inserida continua-se com a fibromucosa do palato, tendo consistência firme. ⊿Dentes ▸Os dentes são órgãos complexos, formados, em sua maior parte, de tecidos duros mineralizados. A parte do dente que fica exposta na cavidade oral constitui a coroa do dente. Enquanto isso, a que fica contida nos alvéolos da maxila e mandíbula constitui a raiz do dente. A leve constrição entre a coroa e a raiz constitui o colo do dente. O dente é fixo ao alvéolo pelo ligamento periodontal, altamente especializado. ▸Os dentes são constituídos por três tecidos duros, dentina, esmalte e cemento; e um tecido mole, a polpa. A dentina estende-se da coroa à raiz e constitui o arcabouço estrutural do dente. Ela é revestida na coroa pelo esmalte e, na raiz, pelo cemento. Apresenta uma cavidade em seu interior, a cavidade pulpar. A cavidade pulpar é ocupada pela polpa dental, que é um tecido mole, rico em nervos e vasos sanguíneos ▸O ser humano é classificado como difiodonte por apresentar duas dentições: decídua e permanente. A dentição decídua inicia-se aos 6 meses e completa-se aos 2 anos de idade. Apresenta um total de 20 dentes, sendo 5 em cada hemiarco: dois incisivos (central e lateral), um canino e dois molares (primeiro e segundo). A dentição permanente inicia-se aos 6 anos e completa-se em torno dos 18 anos de idade. Tem um total de 32 dentes, sendo 8 dentes em cada hemiarco: dois incisivos (central e lateral), um canino, dois pré-molares (primeiro e segundo) e três molares (primeiro, segundo e terceiro). ◢Glândulas salivares ▸As glândulas salivares maiores, glândulas parótidas, submandibulares e sublinguais, são pares e, junto com as glândulas salivares menores, são responsáveis pela produção da saliva, lançada na cavidade oral. A saliva umedece e lubrifica a boca e os alimentos. Ela contém a amilase salivar, enzima que inicia a digestão de carboidratos. A saliva tem função tampão, controlando o pH da cavidade oral, sendo um importante mecanismo de controle de cárie. Xerostomia ▸A falta de saliva é denominada xerostomia (boca seca) e ocorre em pacientes submetidos à radioterapia na região das glândulas salivares, ou com outras doen ças sistêmicas e imunológicas, como a síndrome de Sjögren. Esses indivíduos apresentam muito desconforto oral e alta suscetibilidade à cárie. Jenn Rodrigues 17 ⊿Glândula parótida ▸Consiste na maior das três glândulas salivares maiores. É uma glândula exócrina composta acinosa, sendo exclusivamente serosa. A glândula encontra-se envolta por uma fáscia parotídea, originada externamente da lâmina de revestimento da fáscia cervical e, profundamente, da fáscia massetérica Forma e relações ▸A glândula tem a forma aproximada de uma pirâmide invertida, com a base superior voltada para o arco zigomático e o ápice inferior entre o músculo esternocleidomastóideo e o ângulo da mandíbula. Encontra-se abaixo e à frente do meato acústico externo e à frente do processo mastoide do temporal. Profundamente, relaciona-se com o músculo masseter, o ramo da mandíbula e o músculo pterigóideo medial Parotidectomias ▸A parótida pode ser dividida pelos ramos do nervo facial em um lobo superficial e em um lobo profundo, ligados por um ou mais istmos. Quando se torna necessária a remoção cirúrgica da glândula, duas cirurgias são descritas, tomando como base esta divisão. ▸A parotidectomia superficial é realizada em casos nos quais tumores são superficiais ao nervo facial. Utiliza-se como referência o plano de clivagem no qual estão os ramos do facial, o que possibilita visualizá-los e preservá-los. Mantendo-se este plano de clivagem, preservam-se também a artéria carótida externa e a veia retromandibular, que são mais profundas.▸Realiza-se a parotidectomia radical em casos de tumores mais profundos e agressivos. Nesses casos, toda a glândula é removida, o que torna necessária a secção do nervo facial e também dos vasos descritos anteriormente. ▸O ramo da mandíbula subdivide a glândula em um lábio lateral e um lábio medial. Do lábio lateral, emerge o ducto parotídeo e, próximo a este, pode existir uma glândula parótida acessória. Sob a cobertura do lábio lateral, também emergem os ramos do nervo facial (VII) e a artéria transversa da face. O lábio medial é profundo, localizado na fossa infratemporal, podendo estar entre os músculos pterigóideos medial e lateral. Do lábio medial da glândula parótida, emerge a artéria maxilar ▸Profundamente, a glândula pode se relacionar com a artéria carótida interna, a faringe, o processo estiloide, a veia jugular interna e os nervos cranianos IX, X, XI e XII. ▸No interior da glândula parótida, encontram-se da superfície para a profundidade: ▹Nervo facial e seus ramos (VII) ▹Veia retromandibular e suas tributárias (veia temporal superficial e veia maxilar) ▹Artéria carótida externa e seus ramos terminais (artéria temporal superficial e artéria maxilar) Jenn Rodrigues 18 Ducto parotídeo ▸O ducto parotídeo emerge sob lábio lateral da glândula parótida e tem cerca de 5 cm de comprimento. Localiza-se abaixo do arco zigomático e tem um trajeto anterior sobre o músculo masseter. Na margem anterior do músculo, o ducto dobra-se medialmente quase em ângulo reto sobre o corpo adiposo da bochecha e perfura o músculo bucinador. Desemboca no vestíbulo oral, ao nível da coroa do segundo molar superior na papila parotídea Inervação SENSIBILIDADE GERAL ▸A sensibilidade geral da região parotídica é conduzida pelo nervo auriculotemporal (V3), em sua região superior; e pelo nervo auricular magno (plexo cervical), na região inferior. INERVAÇÃO AUTÔNOMA ▸As fibras parassimpáticas são secretomotoras, originadas do nervo glosssofaríngeo (IX). Enquanto isso, as fibras simpáticas são vasomotoras, originárias do gânglio cervical superior, e alcançam a glândula acompanhando as artérias. ⊿Glândula submandibular ▸A glândula submandibular é classificada como uma glândula exócrina composta tubuloacinosa mista, predominantemente serosa. Forma e relações ▸A glândula apresenta um corpo (superficial, maior) e um processo profundo (menor). As duas partes são contínuas entre si, ao redor da margem posterior do músculo milo-hióideo. Encontra-se parcialmente acima e parcialmente abaixo da metade posterior da base da mandíbula. ▸O corpo da glândula submandibular localiza-se no trígono submandibular do pescoço, abaixo do músculo milo-hióideo, e é coberto por pele, platisma e lâmina de revestimento da fáscia cervical. A veia facial passa superficialmente sobre o corpo da glândula e a artéria facial, profundamente. Os linfonodos submandibulares localizam-se abaixo da margem inferior da mandíbula, próximos à glândula. O corpo da glândula relaciona-se lateralmente com a mandíbula (fóvea submandibular) e com o músculo pterigóideo medial e medialmente com os músculos milo-hióideo, hioglosso e digástrico. ▸Um processo profundo originado do corpo da glândula submandibular contorna a margem posterior do músculo milo-hióideo e continua-se acima do músculo Jenn Rodrigues 19 Ducto submandibular ▸Origina-se do processo profundo da glândula, tem cerca de 5 cm de extensão e dirige-se anteriormente entre o músculo milo-hióideo e o músculo hioglosso, onde é cruzado pelo nervo lingual. A seguir, localiza-se entre a glândula sublingual e o músculo genioglosso, para desembocar na papila sublingual, ao lado do freio lingual Inervação SENSIBILIDADE GERAL ▸A inervação sensitiva provém do nervo lingual (V3). INERVAÇÃO AUTÔNOMA ▸As fibras parassimpáticas são secretomotoras. As fibras pré-ganglionares são do nervo corda do tímpano (VII), acompanham o nervo lingual (V3) até o gânglio submandibular e daí as fibras pós-ganglionares alcançam a glândula. As fibras simpáticas são vasomotoras, originárias do gânglio cervical superior, e alcançam a glândula acompanhando as artérias. ⊿Glândula sublingual ▸É a menor das três glândulas salivares maiores. É uma glândula exócrina composta tubuloacinosa mista do tipo predominantemente mucoso Forma e relações ▸Localiza-se no assoalho da boca, acima do músculo milo-hióideo, recoberta pela mucosa do assoalho oral. Relaciona- se lateralmente com a mandíbula (fóvea sublingual) e medialmente se separa da contralateral pelo freio lingual. Ductos sublinguais ▸Os ductos sublinguais abrem-se diretamente no assoalho da cavidade oral por uma série de pequenos orifícios (10 a 30 geralmente), ao longo da prega sublingual. Inervação ▸A inervação sensitiva é conduzida pelo nervo lingual (V3), como na glândula submandibular. As fibras parassimpáticas são secretomotoras (VII) e, tal como a glândula submandibular, chegam ao gânglio submandibular; nesse caso, as fibras pós-ganglionares alcançam a glândula sublingual, retornando ao nervo lingual (V3). Jenn Rodrigues 20 EXAME CLÍNICO-ANAMNESE E EXAME FÍSICO Exame clínico = anamnese + exame físico ▸Um bom exame clinico é baseado na anamnese e exame físico em conjunto ◢Anamnese ▸É a soma de informação que serão obtidas do paciente, de um “parente” seu ou de pessoa ligada a sua família ⊿Informações gerais ▸Onde vai coletar nome completo, informações de dados pessoais (CPF, RG, nome dos pais) ▸Sobre a ocupação/com o que trabalha: ele pode estar desenvolvendo alguma alteração ou pode apresentar depois de algum tratamento por conta do trabalho, mas também trabalha usando a boca por exemplo tocador de instrumentos de sopros ⊿Informações do(s) alunos ▸Nome completo do aluno (dupla) que esta atendendo o paciente, n° de RA, termo e forma de contato ⊿Ficha de anamnese ▸Se tem alguma doença? (Febre reumática, problema cardíaco, respiratório renal, gástrico, alérgicos, articulares ou reumáticos, diabete e hipertensão) ▹Diabete – quando não controlada pode afetar no tratamento e cicatrização ▹Hipertensão – quando não controladas pode apresentar problemas durante a cirurgia por exemplo, tendo um sangramento mais elevado ▸Tratamento médico atual? ▹Pode ser um tratamento para alguma coisa que pode não estar relacionada a área odontológica, mas os possíveis medicamentos utilizados podem interferir com alguma possível prescrição do dentista (interação medicamentosa) ▸Alergia ao anestésico ▹Apresenta-se minutos após a anestesia e pode apresentar dificuldade respiratória e/ou de fala, náusea, tontura, calor. por isso durante o procedimento devemos sempre estar de ‘olho’ e conversando com o paciente ▸Se apresenta algum tipo de DST/IST – sífilis, AIDS, cancro, hepatite, gonorreia, clamídia, herpes, candidíase etc ▸Se tem problemas de hemorragia e de cicatrização ▸Quando foi o ultimo tratamento dentário ▸Se tem alguma dor em dente e/ou gengiva ▸Se a gengiva sangra ▸Quantas vezes escova o dente ao dia e se faz uso de fio dental ▸Gosto ruim na boca ou boca seca – gosto ruim na boca pode vir de vários fatores de como não higienizar adequadamente cavidade oral tendo assim acumulo de sujeira e/ou placa, restos alimentares nas tonsilas/amigdalas que causam mal cheiro também, saburra lingual que é uma placa esbranquiçada com textura pastosa na língua e em caso de boca seca é para sabermos em caso por exemplos de portador de PT onde vai se ter atrito entre as superfícies da mucosa e prótese gerando desconforto e lesões ▸Lesão/ferida na boca, lábio ou face – mas não associar somente a traumas, mas sima lesões que ocorrerão sem um aparente motivo e que sumiu, mas podendo ter uma regressão em algum momento ▸Fuma? – paciente já pode haver alguma pré-disposição a neoplasias e associado a esse fator tem-se que ficar mais atento durante a inspeção ▸Se sente estalido no maxilar ou ouvido (possível DTM) Jenn Rodrigues 21 ▸Outros hábitos – onicofagia (roer unhas) onde se tem a protrusão (normalmente) da mandíbula para que se tenha o contato topo a topo dos dentes que com o tempo pode haver alguma DTM e em portadores de PT pode afetar na estabilidade da mesma, rangimento/bruxismo, abfração (hábitos parafuncionais) ▸Antecedentes familiares ▸Outras observações importantes – pacientes esquizofrênicos, alguma síndrome (donw), autistas e etc, onde se devemos ter um outro tipo de comportamento comparado aos demais pacientes, tendo mais calma, conversar/explicar de maneiras mais suaves, ficar atento aos matérias a frente desse paciente ◢Exame Extra oral ⊿Avaliação física ▸Peso / altura ▸Sinais vitais ▸Temos avaliação ▹Geral – que é aferição de pressão, pulso e em alguns casos o de destro ▹Extra oral – avalia qualquer coisa relevante para o tratamento envolvendo região de cabeça e pescoço ▹Intra oral – avalia a cavidade oral propriamente dita ▸Cadeias gaglionares A casos em que se pode apresentar caroço em alguma dessas regiões, seu aparecimento pode vir de sobrecarga de drenagem dos gânglios e normalmente cerca de 14 dias ele volta ao normal. Há casos em que se for frequente e a pessoa por exemplo não for uma mulher que teve retirada de mama e consequentemente a retirada do gânglio daquela região, tem que procurar saber o porque esta acontecendo. Em casos de lábio leporino (mesmo que já tenha tratado), síndrome de donw, normalmente apresentam agenesia dental ◢Assinatura ▸A partir dos 16 anos, pela simples vontade dos pais (Código Civil, art. 5º, § único, I); ▸Pela colação de grau em curso de ensino superior; ▸Também a partir dos 16 anos, e independente da vontade dos pais, pelo estabelecimento de economia própria (negócio próprio legalizado ou trabalho com carteira assinada. Porém, toda via, o rendimento tem que ser alto a ponto de se manter sozinho. Ex: adolescentes modelos com carreira internacional de alto rendimento, etc.). Ver Código Civil, art. 5º, § único, V. ▸Pelo casamento, conforme art 5º, § único, II, do Código Civil, sendo que: ▹1- A partir dos 16 anos, mediante autorização necessária dos pais (art. 1517 do C.C.); ▹2- Abaixo dos 16 anos, excepcionalmente, nos casos de gravidez, sem limite de idade (art. 1520 e 1551 do C.C.), ou para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal (art. 1520 do C.C.) ao parceiro, neste último caso em combinação com as leis referentes à presunção de violência e à idade de consentimento. Jenn Rodrigues 22 LESÕES FUNDAMENTAIS DA BOCA ◢Conceito inicial ▸“As lesões fundamentais são como letras de um alfabeto, indispensáveis para se conhecer o idioma” ◢Definição ▸São as formas como se manifestam clinicamente os processos patológicos Anamnese + exame físico + exame complementar ⟶ diagnostico final ▸sempre para um diagnóstico correto e seguro vai se precisar desses três fatores associados ◢Descrição das lesões (exemplos na sequência) ⊿Forma ▸Mancha, placa, pápula, nódulo, vesícula, bolha, erosão, ulcera, aumento de volume ⊿Localização (desenhar) ▸Assoalho, lábio, vermelhão do lábio, lado esquerdo e/ou direito, rebordo alveolar (região do dente) Mucocele – lesão causada por traumas ou a obstrução causada pela mordida no próprio lábio por exemplo, e ela irá aparecer sempre em regiões onde se tem a presença de glândulas salivares menores ⊿Superfície ▸Lisa, rugosa, papilomatosa ⊿Cor ▸Branca, avermelhada vinhosa, castanha, ''igual à da mucosa normal'' ⊿Tamanho (Desenhar fielmente ao que se vê) ▸Estimar em cm ou mm ⊿Base (relevante quando se trata de nódulo ou pápula) ▸Séssil (base é maior ou igual ao corpo) ou pediculada (base é menor do que o corpo) ▸Pode ser também submucoso e aumento volumétrico ⊿Consistência ▸Igual da mucosa normal, fibrosa, óssea, amolecida, flutuante ⊿Contorno (limites da lesão) {importante para saber quando é benigno ou maligno} ▸Irregular (normalmente maligno pelo seu crescimento desenfreado e desorganizado), nítido (normalmente benigno pelo seu crescimento lento, organizado, gradual onde não se perde seu desenho inicial) Jenn Rodrigues 23 ◢Classificação ⊿Planas ou elevadas Macula ou mancha ▸Alteração de coloração, sem elevação em relação aos tecidos normais ▸Pode se estar falando de hematomas, manchas associadas a utilização de medicamentos em excesso por longos períodos de tempo, deposição atípica/anormal de melanina ▸Vai se ter o aparecimento dependendo da causa que pode ser endógena (normalmente associada a sangue, onde por alguma pancada se tem o extravasamento de sangue, inchaço etc) e exógenas (causada por substancias, exemplo a amalgama com suas manchas ou presença de resíduos de amalgama nos tecidos) ▸Podemos ter a presença de máculas ou manchas tanto pelo excesso (hipercrômica) quanto pela falta de determinadas substancias (hipocrômica) ▸As manchas apresentam cor, tamanho e forma bastante variados, podendo sua origem ser devida à presença de melanina ou outras causas ▸A casos em que não se precisa de intervenção, porem a casos em que se faz pela estética – com isso se fara peeling gengival onde vai se pegar uma lâmina de bisturi e raspar/descamar essa gengiva, uma vez que na maioria das vezes se acomete apenas parte superficial, mas mesmo com isso pode não ser que sai na primeira sessão Placa ▸Lesão elevada em relação a mucosa, bem delimitada, podendo apresentar superfície lisa ou rugosa ▸Começa a ter uma elevação/desnível com relação a região que é acometida por determinada lesão ou doença para com o tecido saldável adjacente ▸A lesão tem maior extensão do que altura Pápula ▸Pequena lesão sólida (até 5mm) elevada em relação à mucosa arredondada ou oval, podendo ser achatada ou pontiaguda Nódulo ▸Lesão sólida e circunscrita, maior tamanho (+5mm), localizada em região profunda ou superficial que pode ulcerar Nódulos e pápulas (tipos de bases) -Palpação = submucosas (quando na palpação sente ela, mas não consegue notar um ponto de início vai dá-la uma característica de submucosa) -Na visualização = sesseis ou pediculadas -Expansão (lesão intraósseas) = ''aumento de volume'' ou ''aumento volumétrico'' Levar em consideração o aspecto predominante da lesão Jenn Rodrigues 24 ⊿De conteúdo liquido Vesícula ▸Pequena elevação da mucosa (2 a 5mm) que apresenta liquido em seu interior. Pode ser uma lesão única ou múltipla Bolha ▸Lesão de maior tamanho (+5mm), podendo ser superficial ou profunda ▸Ao toque (palpação) percebe-se que o conteúdo é líquido “amolecido” (mucocele) ▸Rânula lesão que acomete região inferior ou região de soalho bucal, mais especificamente na região anterior próximo ao local de desembocadura dos canais de secreção de saliva submandibular e sublingual. Quando se começa a ter acúmulo vai se ter inchaço na região tendo uma expansão, e isso pode ser causado pelos sialólitos que é basicamente causado pela sialolitíase que é um acúmulo de minerais depositados dentro dos ductos de secreção e liberação de saliva das glândulas salivares podendo acontecer na glândula parótida, sublingual, submandibular, dependendo da região. ▹O paciente pode apresentar uma queixa de queimação, um "forçamento" a parte de baixo o que não deixa de ser já que a saliva de certo modo tenta fazer uma pressão para ter a saída▹Se tem uma técnica atraumática para tentar resolver, que se baseia na ordenha bidigital (onde faremos com os dois dedos como se fosse uma pinça, o caminho do ducto como se fosse um estímulo para se ter a desobstrução do ducto). Porém dependendo da maneira onde se encontra/se prendeu ou até por tamanho só vai ter a retirada cirurgicamente ▹Face lisa, coloração próxima a do tecido saudável, palpação amolecido e dependendo da obstrução pode gerar sensibilidade Pústula ▸Vesícula ou bolha com supuração no seu interior ▸A pústula é um sinal que nós vamos encontrar para que o nosso diagnóstico seja fístula. A fístula é basicamente uma vesícula ou bolha dependendo do tamanho que apresenta pus no seu interior, esse pus que geralmente está vindo e associado a canais que tenham necessidade de tratamento endodôntico (tratamento de canal) ⊿Com perda de substancias (massa/estrutura) Erosão ▸É a perda parcial do epitélio, sem o comprometimento da camada basal e sem exposição do tecido conjuntivo ▸A camada superficial que é afetada ▸Língua geográfica, vai se ter a perda das papilas filiformes (mas das papilas fungiformes não) Ulcera ▸Destruição do epitélio com a exposição do tecido conjuntivo. ▸Formas e tamanhos variados, bordas elevadas ou afiadas e fundo contendo fibrina Remodelação óssea/tecidual ▸Reabsorção óssea, muito vista em pacientes desdentados onde por muito tempo não se tem estimulo ou uso de prótese ⊿Aumento de substancia de substancias Tumefação ▸Aumento volumétrico de característica difusa (não se tem noção de onde começa ou termina) e que pode acometer diferentes regiões além de poder ser séssil ou pediculado Jenn Rodrigues 25 Hipertrofia ▸Aumento tecidual com característica difusa em sua grande maioria, e que pode gerar maiores dificuldades ao paciente ▸Tórus mandibular e/ou exostose onde se tem crescimento anormal ósseo (dependendo da situação onde se favorece o acumulo de alimentos causando dificuldade na higienização, sensibilidade, afeta estética e dependendo onde se encontra pode atrapalhar as estruturas adjacentes) Fissuras (rágade) ▸Perda tecidual com características linear, e que pode ter profundidades diferentes Hiperplasia ▸Aumento volumétrico tecidual, geralmente associada ao trauma continuo em determinada região Jenn Rodrigues 26 EXAMES COMPLEMENTARES ▸Erros no “planejamento” acabam resultando em uma falha no diagnóstico e consequentemente no tratamento. Uma série de provas → teste + exame clínico = diagnóstico ◢Exames complementares ▸Provas de consultório (PC) - exame que fazemos no consultório. ▸Provas de laboratório (PL) - exame que fazemos no laboratório. O “ACHO QUE É TAL COISA” só é aceito no exame clínico, com resultado de exame complementar já tem que SABER COM CERTEZA do que se trata. ⊿Tipos de exames Temperatura (PC) ▸37°C (normal) ▸Remédios para febre: dipirona, paracetamol, Tylenol ▸Se o paciente apresentar febre pode ser de outras coisas, porém também pode ser decorrente de um dente que esta infeccionado Pulso (Radial) (PC) ▸Intensidade ▸Frequência ▸Ritmo dos batimentos ✦Feito na região do pulso do lado do osso rádio. A pressão esta muito associada a batimentos cardíacos, se um sobe o outro também. ▸Pulso fraco (Bradicardia): ↓pressão ▸Pulso acelerado (Taquicardia): febre cardiopata crônica, hemorragia grave, hipertireoidismo, anemia e estado emocional Pressão arterial (PC) ▸Fatores que podem alterar a pressão ▹Idade (quanto mais jovem mais baixa e quanto mais velho mais alta) ▹Gênero ▹Peso ▹Emocional ▹Doenças ▹Outros Até dois anos 120 - 140 3 - 10 anos 90 - 120 Acima de 11 anos entre 60 - 80 por minuto ▸Pressão arterial sistólica = pressão máxima e ocorre durante a contração dos ventrículos do coração, que é chamado de sístole ▸Pressão arterial diastólica = pressão mínima, que ocorre durante o relaxamento dos ventrículos do coração, que é chamada como de diástole Jenn Rodrigues 27 Como calcular a PA? ▹Repouso 15 minutos ▹Estetoscópio no pescoço (teste a campana) ▹Peças auditivas para fora (guarde no bolso) ▹Ponteiro no Zero (manômetro) ▹Braço apoiado em uma superfície ▹Aparelho 4 dedos acima da fossa anticubital ▹Fechar e deixar a largura de 1 dedo ▹Encontre a artéria na fossa e sinta o pulsar ▹Posicionar a seta na artéria pra não perder ▹Com dois dedos palpar a artéria Radial ▹Pegue a pera do aparelho e feche a roldana ▹Inflar (papando a radial até parar) → +2 vezes mais ▹Colocar o dispositivo do esteto no ouvido e a campana onde localizou a artéria ▹Afrouxe a roldana da válvula bem devagar ▹Olhar o manômetro fixamente ▹Auscultação do 1º Batimento (Sistólica – Máxima) ▹Ultimo batimento (Diastólica – Mínima) O termo tirar a pressão arterial é ERRADO O CORRETO É AFERIR PRESSÃO.................. Tempo de sangramento ou sangria (PC) ▸Tempo necessário para acessar a hemorragia de uma ferida de não mais de 4 mm de profundidade. Isso é necessário para ver a efetividade da coagulação para durante a cirurgia ▸Dengue é uma doença comum onde o numero de plaquetas esta alterado e normalmente é baixo, isso vai afetar a coagulação. Então temos que adiar a cirurgia e em casos de dor receitar remédios para aliviar a dor até ele se recuperar por completo ▸No consultório pegamos uma agulha estéril e espetamos o dedo superficialmente do paciente e ele tem que parar em torno de 1 a 4 minutos ▸Paciente que AAS nós não solicitamos que pare o uso do medicamento para se fazer a cirurgia uma vez que o trombo é muito difícil ou quase impossível de tratar, diferentemente da hemorragia nós podemos controlar por pior que seja o caso (isso na odonto) com compressa de gaze, comprimido ácido tranexâmico (onde iremos macetar esse comprimido deixando na forma de pó e misturar com uma a duas gotas de soro, formando uma espécie de pastinha que colocaremos no alvéolo) ou vitamina k (no glúteo) Prova do laço (PC) ▸Muito usado para ver o número de petéquias (uma lesão fundamental que são lesões puntiformes avermelhadas espalhadas pelo corpo) ▸“Imaginariamente se faz um quadrado (2,5 x 2,5 sm) no braço do paciente, põe o esfigma no braço do paciente e infla deixando bem preso, no quadrado vai se apresentar algumas petéquias e para que esteja normal tem que apresentar até no máximo 20 petéquias, se tiver a cima disso não se recomenda fazer procedimento invasivo/cirúrgico porque as plaquetas provavelmente estão muito baixas Jenn Rodrigues 28 ▸Geralmente associada: ▹Púrpura hemorrágica ▹Diabetes mellitus ▹Hipertensão arterial ▹Neuropatias ▹Processos infecciosos ▹Tuberculose ▹"Dengue" Radiografias ▸Periapical (PC) ▸Interproximal (PC) ▸Oclusal (PC) ▸Panorâmica (dificilmente feito no consultório) ▸Tomografias computadorizadas (não é feito no consultório) Teste de vitalidade pulpar ▸Percussão ▹Horizontal: dor positiva problema periodontal ▹Vertical: dor positiva problema endodôntico (já que provavelmente se tem uma lesão no ápice radicular) ▸Sensibilidade térmica ▹Seja com guta percha quente ou gelo -Leve → dor normal -Dor excessiva → possível tratamento endodôntico por estar extremamente inflamado -Sem dor → necrose Auscultação ▸Se ouve o rangido, estalido da ATM que está ligado a uma DTM ▸Se ouviu algum estalido e etc, temos que encaminhar para quem faz placa, botox, ortodontia.Olfação ▸Mau hálito causado por má escovação da língua ou no geral, não uso de fio dental, as vezes pode decorrer também de algum problema estomacal ▸Normalmente a pessoa que apresenta mau hálito ela não consegue ter a noção de que ela está Diascopia/Vitropressão ▸Diferenciar lesões vasculares de lesões pigmentadas (tem que tomar cuidado já que lesões negras podem ser malignas) ▸Se tiver seu desaparecimento total ou parcial (hemangiomas) - área isquêmica ▸Se não a ver o desaparecimento (púrpuras, nevos) Jenn Rodrigues 29 ▸No caso de manchas brancas planas e uniformes da mucosa jugal, pode-se diferenciar clinicamente a leucoplasia do leucoderma, uma vez que esta desaparece à vitropressão. Provas com corantes ▸Quando a lesão é de difícil visualização/delimitação. ▸Azul de toluidina a 1% (onde ela vai corar as células alteradas. O que vai ajudar a ter noção de tamanho e orientar a delimitação da lesão para retirada). ▸Evidenciação de placa bacteriana: ▹Com fucsina básica a 2% ▹Cristal de violeta de genciana a 2% ▹Pastilhas com corantes e eritrosina 3% Hemograma ▸Eritrograma: relacionados às células vermelhas, que estão associadas a processo de coagulação ▹É a parte do hemograma que avalia os eritrócitos, também chamados de hemácias. Nesta análise são verificados seu tamanho, formato, intensidade de cor, e quantidade de hemoglobina que cada eritrócito possui. Também é mensurada a porcentagem de células sanguíneas (hematócrito). ▸Leucograma: relacionada às células brancas, e vai mostrar "atividade" de células de defesa podendo mostrar como está a imunidade ou possível infecção por estar alterada ▹É a parte do hemograma que avalia os glóbulos brancos, os chamados leucócitos. São as células de defesa responsáveis por combater agentes invasores. Os leucócitos são, na verdade, um grupo de diferentes células, com diferentes funções no sistema imune. ▸Plaqueta baixa não é recomendado se passar por cirurgia. Coagulograma ▸Tempo de coagulação – TC ▸Tempo de protrombina – TP ▸Tempo de tromboplastia parcial ativada – TTPA ✦ ‘Controlam’ os tempos em que estão concebidas no processo de coagulação e tudo vai influenciar para uma boa coagulação, por tanto se esses exames estão com alteração tem que tomar cuidado ao operar o paciente. Citologia esfoliativa ▸Normalmente quando se apresenta a lesão branca. ▸Se faz uma raspagem com microbush, espátula 24, espátula de madeira irá colocar essa amostra em lâminas onde o patologista irá examinar o que se trata, se é fungo, bactéria, biofilme, células alteradas e etc. Cultura e antibiograma ▸Não é comum se fazer. porem a casos em que receitamos um medicamento para um abcesso por exemplo, mas não apresenta efetividade o que pode ser é que o medicamento esta errado e ele esta resistente a aquele antibiótico. Então fazemos a coleta do que esta problemático e faz um antibiograma para ver o medicamento mais eficiente para aquela bactéria ▸Alças de platina e placa de Petri com meio de Cultura ▸Identifica germes → infecções bucais Jenn Rodrigues 30 Biópsia ▸Biópsia é o exame dos tecidos removidos de um indivíduo vivo ▸Necropsia é o exame realizado em tecidos de cadáveres Indicações da biópsia ▸Diagnóstico de doenças que provocam alterações morfológicas (neoplasias, hiperplasias) {começa a apresentar formas não desejáveis e até muito grandes que começa a pressionar outras estruturas o vai começar a fazer com que doa} ▸Diagnóstico diferencial por exclusão (quando por exemplo não sabe se é um tumor maligno ou benigno, por que se for maligno tem que tratar fazer radio/quimioterapia e outros exames pra ver se regride a lesão (ainda mais se for grande)) ▸Avaliar a extensão da lesão (quando esta em dúvida se tirou a lesão por inteiro onda vai se tirar um pedaço da margem para saber se a extensão da lesão estava completa, tira um pedaço de tecido saudável também) ▸Estabelecer o grau de malignidade da neoplasia ▸Avaliar resultado do tratamento (após o tratamento se tira um novo pedaço da lesão para saber se ainda existe sinais ou recidivas da lesão ou tipo de tumor) Causas de erros e falhas nas biópsias ▸Uso de corantes na antissepsia (onde irá se receita para que se faça uso de enxaguatórios para se fazer a biopsia, estes que podem apresentar corante e acabar pigmentando e alterar no diagnóstico~resultado) ▸Anestésico sobre a lesão (o que também vai gerar alterações no resultado, então temos que dar a anestesia ao redor da lesão ou troncular) ▸Falta de representatividade do material colhido (quando se manda para o patologista não se diz de onde tirou, a coloração, tamanho, forma e etc) ▸Manipulação da peça (onde pode se haver uma pressão e esmagamento, ou seja, vai matar aquelas células o que vai dificultar/impossibilitar o diagnóstico/resultado da lesão – por isso se recomenda que para segurar a borda da lesão passe um fio de sutura e segure por ali, para não ter risco de esmagamento) ▸Fixação inadequada (tem que estar em formol a 10% sendo que seu volume deve ser 20 vezes maior do que a peça isso para que ela não acabe ficando sem formol dependendo da posição, se usa o formol já que ele mantém a célula do jeito que foi retirada diferentemente do soro fisiológico, por exemplo que ele não conseguirá manter da mesma forma, viva por exemplo) ▸Informação deficiente (ficha) ▸Troca de material (clínico e laboratorial) Tipos de biópsia ▸Biópsia por aspiração ▹Onde com uma seringa se coleta líquido no interior da lesão (abcesso), que receberá depois o mesmo tratamento da citologia esfoliativa. Onde esse líquido coletado irá ser colocado em uma lâmina ▸Biópsia por punção ▹É pouco usado na odonto, punciona e tira um pedaço ▹Normalmente usado quando se esta com tumor na tireoide, tira um pedaço manda para biopsia para ser se é benigno ou maligno ou apenas fibrose ▸Biópsia por congelamento ▹É um exame realizado durante o ato cirúrgico, onde o cirurgião retira um pequeno fragmento de tecido onde se esta com dúvida se está com contaminação que será analisado e diagnosticado pelo patologista em poucos minutos. Se manda o pedaço mais para o patologista e o pedaço em que esta em dúvida se tem algum resquício se faz um congelamento instantâneo durante a cirurgia e antes de ‘fechar’o paciente para libera-lo. Se não deu nada fecha e vai embora, se ainda tem células alteradas/cancerígenas vai se tirando até não ter mais Onde não se tem a identificação completa do aluno/cirurgião- dentista que fez a biópsia, nome completo do paciente, idade, e qualquer outra coisa que diferencie e que seja impossível a troca) Jenn Rodrigues 31 ▹Peça → micrótomo de congelação ou criostato (neve-jatos carbônica) → cortadas e coradas imediatamente e em 15 minutos o diagnóstico já pode ser possibilitado → durante o ato cirúrgico pra ampliar ou suspender a cirurgia. ▸Biópsia incisional ▹Onde irá se retirar parte ou parcialmente a lesão ▹Onde se terá que cortar parte da lesão onde ela seja preferível ser mais estreita para ser fácil de fechar, porém profunda para se pegar tanto tecido e células alteradas e normais ▸Biópsia excisional ▹É onde se retira a lesão por inteira com uma margem de segurança ▹Normalmente fazemos quando -É favorável à sua retirada, ou seja, é fácil (quando a base é pediculada por exemplo) -Não vai deixar muitas sequelas para o paciente -Se esta na dúvida se é benigno ou maligno, porque se for maligno manda pra radio/quimio para se ter uma regressão do tumor e só depois se retirar para se tira o mínimo possível Jenn Rodrigues 32 LESÕES NODULARESE VEGETANTES ▸Com essa denominação englobam-se os chamados processos proliferativos não neoplásicos (ou não malignizantes) e as neoplasias benignas dos tecidos moles da boca ▸Dentre as lesões bucais, são aquelas de maior ocorrência, uma vez que sua etiologia traumática é mais constante para a sua instalação, principalmente para os processos hiperplásicos fibroepiteliais ▸Para o diagnóstico de uma lesão deste tipo, a sintomatologia dor é de pouco valor, pois tais processos geralmente são de evolução lenta e assintomática ▸Quando implantados na mucosa através de uma base igual ou maior que seu diâmetro, são denominadas de séssil ▸Quando implantadas na mucosa atravessa de base menor denominadas pediculada ou pedunculado Subpediculada ▸Onde o corpo da lesão recobre a base dando uma falsa aparência séssil, porém quando puxa essa lesão vê que a base é pediculada, por isso a apalpação é fundamental durante o diagnóstico de uma lesão ▸Seus limites são nítidos e a superfície pode ser lisa ou rugosa, com mucosa adjacente íntegra (ou seja, não estamos vendo algo maligno, quando estamos mexendo com algo maligno estaremos falando de crescimento irregular, crescimento realizado por células alteradas chamadas de células aberrantes que geram perda e danos as estruturas adjacentes), variando sua coloração de rosa-pálido ao vermelho vivo e, geralmente consistentes a palpação ou ligeiramente flácidos, de desenvolvimento lento ▸Estas constituem as características gerais de uma lesão benigna nodular e/ou vegetante da boca, razão pela qual esta correta a indicação de uma biópsia excepcional para o seu diagnóstico e terapêutica 1 – Fibromatose Gengival Irritativa 2 – Fibromatose Gengival Hereditária 3 – Fibromatose Gengival Dilantínica 4 – Fibromatose Gengival Anatômica 5 – Hiperplasia Fibrosa Inflamatória Focal 6 – Hiperplasia Fibrosa Inflamatória Fórnix 7 – Hiperplasia Fibrosa Inflamatória Por Sucção 8 – Hiperplasia Papilar Palatina 9 – Granuloma Piogênico 10 – Lesão de Células Gigantes Periféricas 11 – Pólipo 12 – Papiloma 13 – Fibroma 14 – Lipoma 15 – Mixoma 16 – Hemangioma Agressão Defesa Adaptação Lesão ✦frente a uma agressão/trauma vai gerar processos de defesa e isso vai levar a uma adaptação onde pode se ter a formação de tecido cicatricial ou um aumento de tecido pela irritação constante no local na tentativa de formar uma barreira/proteção contra a agressão ou a uma lesão, se a agressão for constante vai se formar lesão ✦se tem algumas variações da base séssil onde pode ser planas com depressão no centro ou planas em sua localidade ou elevadas nas bordas com depressão no centro Jenn Rodrigues 33 1. Fibromatose Gengival Irritativa ▸Irritações crônicas ocasionadas por má higiene bucal, excesso nas restaurações, desalinhamento dental, respiração bucal e próteses parciais desajustadas, são algumas das causas (esses fatores vão ter sua irritação com o excesso de restauração que pode gerar um quadro inflamatório principalmente em tecido gengival adjacente, mas a questão é que todos esses fatores vão influenciar na má higiene onde pode se ter a dificuldade da higiene adequada onde vai se ter acumulo de alimento, foco para acumulo de placa, alongo prazo desenvolvimento de tártaro, sensibilidade, gengivite, sangramento, perda de tecido etc - respiração bucal é um fator já que causa ressecamento, ou seja, a saliva tem efeito tampão porem com o ressecamento não vai ter a regularização de pH e com isso o pH está extremamente baixo favorecendo o crescimento de bactérias) ▸Características clínicas: ▹Aumenta o volumétrico generalizado ou focal das gengivas (já que depende do estimulo generalizado porque realmente não tem uma boa higiene em todos os dentes ou focal se esta tendo dificuldade de higiene em um determinado local pelo excesso de restauração por exemplo) ▹Indolor ▹De evolução lenta ▹Séssil ▹De tamanho variável ▹Pode causar recobrimento parcial das coroas dentárias ▹Pode atingir ambos os sexos e diferentes idades ✦No tratamento temos que retirar estimulo, raspagem, orientação de higiene oral para termos um quadro favorável para reversão, neutralidade de pH mais constante, já que depois de certo tempo quando começa a ter placa/tártaro não vai mais precisar do estimulo para se ter o aparecimento, em casos avançados temos que tratar com cirurgia periodontal 2. Fibromatose Gengival Hereditária ▸Manifesta-se como um: ▹Aumento volumétrico nodular difuso na gengiva (é difuso já que como é genético não tem como ser focal/delimitado) ▹De consistência firme (já que é apenas tecido que esta aumentado) ▹Indolor (a lesão em si não causa dor, mas a longo prazo juntado com má higiene e outros fatores pode gerar dor) ▹De evolução lenta ▹Coloração rosa-pálido ▹Podendo recobrir a coroa dos elementos dentários ou ainda dificulta o processo de erupção dentária (já que aumenta a espessura do tecido gengival, pode ocorrer cisto de erupção já que o dente esta forçando a gengiva para tentar romper mas não consegue, causando inchaço pelo processo inflamatório e uma aparência arroxeada pela compressão dos vasos com o dente tentando passar) ▸E mais comum nos cinco primeiros anos de vida, podendo acompanhar anomalias como: deficiência mental, epilepsia e hipertricose (conhecida como “síndrome do lobisomen”) ✦Tratamento temos que passar uma orientação de higiene oral ✦As vezes esse paciente pode ter associação de crescimento ósseo, ou seja, além de gengiva aumentada o osso também esta – na gengiva fazemos gengivectomia e no osso desgastamos ✦Séssil Jenn Rodrigues 34 3. Fibromatose Gengival Dilantínica ▸Início nas papilas interdentais, notadamente da face gengival vestibular atingindo posteriormente toda a gengiva, podendo inclusiva afetar as faces vestibular e lingual dos dentes (recobrimento) – (começa em região de papilas, mas se não tratar ela se abrange e afeta as demais regiões do tecido gengival) ▸Massas teciduais lobulares, consistente a palpação ou coloração rosa avermelhada quando houver fator irritante local: hemorrágico ▸Esta associada ao medicamento (Fenitoina) de tratamento de crises convulsivas – a Fenitoina tem interação com o tecido gengival e é irritativa ao tecido ✦Tratamento pelo controle da medicação talvez alteração de dosagem que pode estar alta demais então tem que diminuir, orientação de higiene oral e posteriormente com um acordo junto com o médico já que o paciente estar em algum tratamento seja diabete, hipertensão etc planejar uma reabilitação de estética para remoção de excesso do tecido gengival ✦Séssil 4. Fibromatose gengival anatômica ▸Tem sua localização nas tuberosidades das maxilas uni ou bilateralmente ▸Às vezes estende-se difusamente para a porção anterior do palato (mas vai começar na região de tuberosidade) ▸Pode vir a causar problemas na fonação, problema de adaptação de reabilitação protética ✦Pode vir de fatores genéticos ✦Séssil 5. Hiperplasia Fibrosa Inflamatória Focal ▸Consiste-se de uma lesão nodular séssil, raramente ultrapassando 1 cm de diâmetro, ▸Consistente ou flácida a palpação ▸Localizado preferencialmente nas mucosas julgais, labial inferior e língua e ocorrência mais frequente no frênulo/freio labial superior ▸Aparecimento pelo uso de prótese desadaptada ▸Ocorre predominantemente no sexo feminino, cor branca entre 31 a 40 anos ▸Etiologia traumática é o principal fator de desenvolvimento ✦Séssil 6. Hiperplasia Fibrosa Inflamatória Fórnix ▸Constitui-se de aumento volumétrico nodular e alongado localizado no fórnix do vestíbulo, tanto interior quanto superior, pode ainda acometer região de rebordo alveolar ou mucosas adjacentes ▸Apresenta-se