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- -1 SANEAMENTO AMBIENTAL COLETA, TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DO LIXO - -2 Olá! Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Reconhecer aspectos dos sistemas de coleta, tratamento e disposição final do lixo. 2.Identificar as características do sistema de coleta seletiva e das novas tecnologias de reciclagem. 3.Relacionar estes conceitos à saúde pública. 1 Introdução Depois de 21 anos de tramitação no Congresso Nacional, a lei que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi sancionada no dia 2 de agosto de 2010 pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A importância desta lei, a partir da sanção da PNRS, o país passou a ter um marco regulatório na área de Resíduos Sólidos. Esta lei faz a distinção entre resíduo (lixo que pode ser reaproveitado ou reciclado) e rejeito (o que não é passível de reaproveitamento), além de se referir a todo tipo de resíduo: doméstico, industrial, da construção civil, eletroeletrônico, lâmpadas de vapores mercuriais, agrosilvopastoril, da área de saúde e também de resíduos perigosos. • A Lei nº 3.890, de 07 de julho de 2006, do Distrito Federal. • A Lei n° 1.200, de 25 de agosto de 1995, do Município de Rio Branco. • A Lei nº 3.517, de 27 de dezembro de 2004, sobre a coleta seletiva de lixo nos órgãos e entidades do poder público, no âmbito do Distrito Federal. • A Lei nº 12.528/2007, que torna obrigatória a coleta seletiva em condomínios residenciais com mais de 50 apartamentos no Estado de São Paulo. Os novos pensamentos sobre a disposição e destino dos resíduos vêm crescendo à medida que as pessoas passam a ver os resíduos, antes chamados de lixo, como uma fonte de renda e uma forma de evitar problemas relacionados à saúde pública e à preservação do meio ambiente. 2 Política Nacional de Resíduos Sólidos A sanção da Lei 6.938/81, mais conhecida como a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), representa um ato extremamente positivo da política em benefício da população, sob o ponto de vista da educação, da saúde, do meio ambiente e da economia. • • • • - -3 Sob a nova visão da PNRS, os resíduos passam a ter nova importância econômica e social em nossa sociedade porque deixam de ser algo desprezível, sem valor e passam a ser valorizados voltando direta ou indiretamente para a cadeia produtiva. De acordo com o Dicionário Houaiss, lixo é qualquer material sem valor, utilidade ou detrito oriundo de trabalhos domésticos, industriais que se joga fora. Já a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) entende como lixo os “restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, podendo se apresentar no estado sólido, semissólido ou líquido, desde que não seja passível de tratamento convencional”. Em ambas as definições, fica claro que quem descarta tem o lixo como algo inútil e sem valor, mas os novos conceitos da sociedade expostos na PNRS mostram que muitas coisas, consideradas por alguns como elementos sem valor, podem ser reaproveitadas e gerar renda. Ainda apresentam valor agregado, aumentando o rendimento do produto no sistema. Em alguns casos como o do vidro, que é um produto 100% reciclável, pode ser reciclado infinitamente no sistema. Isso permite melhorar a economia da retirada de matéria-prima da natureza. Alguns dos objetivos da PNRS são: • A não-geração, redução, reutilização e tratamento de resíduos sólidos. • A destinação final, ambientalmente adequada dos rejeitos. • A diminuição do uso dos recursos naturais (água e energia, por exemplo) no processo de fabricação de novos produtos. • Intensificação de ações de educação ambiental. • Aumento dos processos de reciclagem no país. • Racionalização do uso do solo, subsolo, água e ar. • Promoção da inclusão social. • Geração de emprego e renda para catadores de materiais recicláveis. 3 Logística reversa A PNRS institui ainda o princípio da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, que é uma forma de repensar os ciclos já conhecidos e na abrangência das responsabilidades a ele agregadas. Por este princípio, todos são responsáveis pelo destino final de um produto: desde os fabricantes, os importadores, os distribuidores, comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. • • • • • • • • - -4 A tecnologia atualmente conhecida como logística reversa é um dos pontos importantes da nova lei. Ela é assim chamada porque compõe um conjunto de ações que têm o objetivo de redirecionar os resíduos de volta para os seus geradores, isto é, quem os produziu e não quem os comprou (consumidores finais). Assim, os produtores são responsáveis pelo destino final de seus produtos, seja para novos tratamentos, reaproveitamento ou descarte adequado. De acordo com as novas regras, os envolvidos na cadeia de comercialização dos produtos, desde a indústria até as lojas, deverão estabelecer um consenso sobre as responsabilidades de cada parte e, assim, tudo deve ficar acordado entre as partes prévia e claramente. As empresas terão até o fim de 2011 para apresentar propostas de acordo - quem perder o prazo ficará sujeito à regulamentação federal. Atualmente, a logística reversa já funciona com pilhas, pneus e embalagens de agrotóxicos, mas é pouco praticada pelo setor de eletroeletrônicos, que foi um dos que mais contestaram tal ponto do projeto. A velocidade com que a tecnologia avança neste ramo faz com que as indústrias gerem uma grande quantidade de materiais. Eles ficam obsoletos em pouco tempo, às vezes mesmo sem estarem quebrados ou inúteis. Este fenômeno é conhecido como obsolescência perceptível, isto é, a cada temporada surgem novos aparelhos que despertam nos consumidores o desejo de comprar novos produtos sem que os produtos similares que já possuem estejam quebrados ou inoperantes. Desta forma, o produto novo substitui o “antigo”, que ainda está em perfeitas condições de uso. Dada à grande diversificação dos produtos que podem compor o lixo e suas diferentes formas de transporte, armazenamento e disposição final, existem várias formas de sua classificação. A ABNT apresenta várias normas para os diferentes procedimentos. Veremos algumas delas a seguir. 4 Normas de classificação do lixo segundo a ABNT De acordo com a norma de ABNT, NBR10004, quanto à sua origem podemos classificar os resíduos como: L i x o urbano Resíduos sólidos em áreas urbanas, incluindo os resíduos domésticos, efluentes industriais domiciliares e resíduos comerciais. L i x o domiciliar Resíduos sólidos de atividades residenciais. Exemplo: matéria orgânica, plástico, lata, vidro. - -5 L i x o comercial Resíduos sólidos, resíduos gerados em estabelecimentos comerciais cujas características dependem da atividade ali desenvolvida e os gerados nas atividades de limpeza urbana. L i x o público Resíduos sólidos e produtos de limpeza pública. Exemplo: areia, papéis, folhagem, poda de árvores. L i x o especial Resíduos geralmente industriais, que merecem tratamento, manipulação e transporte especial. Exemplos: pilhas, baterias, embalagens de agrotóxicos, embalagens de combustíveis e de remédios. L i x o industrial Nem todos os resíduos produzidos por indústrias podem ser designados como lixo industrial. São resíduos muito variados que podem apresentar características muito diversificadas, de acordo com o que cada fábrica produz. Por isso, são estudados caso a caso e é adotada a classificação de resíduos apresentada na norma NBR 10.004 da ABNT, que será apresentada mais a frente. Lixo de serviço de saúde Estes resíduos são todos aqueles gerados nas instituições destinadas à preservação da saúde da população, como hospitais e etc. Para eles também existe uma norma específica, a NBR 12.808, da ABNT. Ela classifica os resíduos de saúde em três categorias: • Classe A ou resíduos infectantes. • Classe B ou resíduos especiais. • Classe C ou resíduos comuns, que não se enquadram nas ClassesA e B e se assemelham aos resíduos domésticos, não oferecendo riscos à saúde pública. Os resíduos das Classes A e B são divididos em: • • • - -6 L i x o atômico Resultante da queima de composto de urânio enriquecido com isótopo atômico 235. L i x o espacial Restos dos objetos lançados pelo homem no espaço, que circulam ao redor da Terra com a velocidade de aproximadamente 28 mil quilômetros por hora. L i x o radioativo Resíduo tóxico e venenoso, formado por substâncias radioativas, resultante do funcionamento de reatores nucleares. Como não há um lugar seguro para armazenar esse lixo radioativo, a alternativa recomendada pelos cientistas foi colocá-lo em tambores ou recipientes de concreto impermeáveis e à prova de radiação, enterrados em terrenos estáveis no subsolo. Outra forma de classificação é de acordo com a sua classe. A mesma norma ABNT, NBR 10.004 de 2004, classifica os resíduos sólidos em: Classe I o u perigosos São aqueles que, em função de suas características intrínsecas, apresentam riscos à saúde pública por provocar aumento da mortalidade ou da morbidade, provocar efeitos adversos ao meio ambiente quando manuseados ou dispostos de forma inadequada. As características intrínsecas destacadas são referentes à sua: • Inflamabilidade; • Corrosividade; • Reatividade; • Toxicidade; • Patogenicidade. Classe II A (não-inertes) São os resíduos que podem apresentar características de combustão, biodegradabilidade ou solubilidade, com possibilidade de acarretar riscos à saúde e ao meio ambiente, não se enquadrando nas classificações de resíduos Classe I – Perigosos. Classe II B (inertes) Compõem esta classe aqueles que, por suas características intrínsecas, não oferecem riscos à saúde e ao meio ambiente. • • • • • - -7 Classe II – n ã o perigosos Para caracterizar que os resíduos realmente não ofereçam estes riscos eles devem ser amostrados adequadamente, isto é, de acordo com a norma NBR 10.007, e submetidos ao contato estático ou dinâmico com água destilada ou deionizada, a temperatura ambiente, de acordo com a norma NBR 10.006 e, neste caso, não podem apresentar qualquer de seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água (NBR 10.004), excetuando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor. Nem todos os resíduos produzidos por indústrias podem ser designados como lixo industrial. São resíduos muito variados que podem apresentar características muito diversificadas, de acordo com o que cada fábrica produz. Por isso, são estudados caso a caso e é adotada a classificação de resíduos apresentada na norma NBR 10.004 da ABNT, que será apresentada mais a frente. 5 Padrão e simbologia O conceito de reciclagem que ficou mundialmente famoso e que é atualmente cada vez mais utilizado é o de reaproveitamento de materiais que já foram anteriormente beneficiados a partir de suas matérias-primas, para a produção de um novo produto. O símbolo internacional da reciclagem são três setas indicando um movimento cíclico, mas existem outros símbolos mais específicos empregados em diferentes países. Da mesma forma, os recipientes para recebimento de produtos recicláveis podem ser de cores diferentes de acordo com cada país. No Brasil, alguns símbolos além do internacional, assim como cores, são utilizados para indicar locais e produtos para reciclagem. - -8 Alguns dos principais símbolos relacionados aos produtos com possibilidade de reciclagem são apresentados abaixo. Identifique se em seu bairro ou condomínio é realizado o programa de reciclagem de resíduos e proponha esta iniciativa como opção para geração alternativa de renda para melhorias locais. CONCLUSÃO Nesta aula, você: • Reconheceu diferentes aspectos do sistema de coleta, tratamento e disposição final do lixo. • Identificou as diferentes formas de sua classificação e relacionou os conceitos às suas aplicações para a saúde pública. • •
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