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mencanismo de agressão e defesa

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MECANISMOS	DE	AGRESSÃO	E	DEFESA
CAPI�TULO	1	-	AGENTES	PATOGE�NICOS	E
BIOSSEGURANÇA
Mauricio	Peixoto	/	Vinicius	Canato	Santana
Introdução
Nesta	unidade	estudaremos	os	mecanismos	básicos	de	agressão	e	defesa,	visando	compreender	os	aspectos
da	imunologia,	da	microbiologia	e	da	parasitologia.	Para	isso,	vamos	explorar	as	principais	caracterı́sticas	dos
organismos	patogênicos,	tais	como	as	bactérias,	os	fungos,	os	vı́rus	e	os	parasitas.
Você	 já	 imaginou	 como	 as	 áreas	 da	 imunologia,	 microbiologia	 e	 parasitologia	 podem	 estar	 relacionadas?
Bactérias,	 vı́rus,	 fungos	 e	 parasitas,	 na	 maior	 parte	 das	 vezes,	 são	 vistos	 como	 organismos	 patogênicos
capazes	de	provocar	apenas	doenças,	mas	você	sabia	que	nem	todos	são	malé�icos	para	os	seres	humanos?
No	 decorrer	 desta	 unidade	 você	 conhecerá,	 também,	 a	 grande	 diversidade	 de	 microrganismos,	 suas
caracterı́sticas,	grupos	distintos	e	classi�icação,	bem	como	a	estrutura,	a	morfologia,	a	virulência,	a	genética	e
o	crescimento	dos	agentes	infecciosos.	Você	irá	se	surpreender	com	a	grande	variedade	desses	agentes!
Compreender	a	complexidade	dos	agentes	patogênicos	e	de	que	modo	a	biossegurança	pode	impactar	na	vida
das	pessoas	é	de	extrema	importância	para	aqueles	que	desejam	atuar	na	área	da	saúde.	Você	já	se	perguntou
quais	são	os	cuidados	que	os	pro�issionais	que	atuam	em	ambientes	onde	os	agentes	patogênicos	circulam
devem	tomar	para	evitar	que	sejam	contaminados	e	contaminem	terceiros?
Para	que	você	possa	compreender	melhor	as	medidas	que	podem	auxiliar	a	minimizar	os	riscos	relativos	aos
agentes	patogênicos,	nos	dedicaremos	aqui	a	estudar,	 sobretudo,	a	 importância	da	aplicação	das	normas	de
biossegurança	e	de	métodos	quı́micos/fı́sicos	para	controle	microbiano.
Vem	com	a	gente	e	bons	estudos!
1.1 Bactérias, vírus, fungos e parasitas: estruturas,
morfologia, virulência, genética e crescimento 
Os	 micróbios,	 também	 chamados	 de	 microrganismos,	 são	 seres	 vivos	 tão	 minúsculos	 que,	 em	 geral,	 é
necessário	um	microscópio	para	sua	visualização.	Individualmente	muito	pequenos	para	serem	visualizados
a	olho	nu,	o	grupo	inclui	bactérias,	 fungos	(leveduras	e	bolores),	protozoários	(um	tipo	de	parasita)	e	algas
microscópicas.	Também	 inclui	os	vı́rus,	que	entidades	acelulares	muitas	vezes	consideradas	como	o	 limite
entre	o	vivo	e	o	não	vivo	(TORTORA;	FUNKE;	CASE,	2016).
Hoje,	sabemos	que	os	microrganismos	são	encontrados	em	quase	todos	os	 lugares	e,	apesar	de	apenas	uma
minoria	 dos	 microrganismos	 ser	 patogênica	 (causadora	 de	 doenças),	 o	 conhecimento	 prático	 sobre	 os
micróbios	 é	necessário	para	a	medicina	e	para	as	 ciências	 re-	 lacionadas	 à	 saúde,	pois,	 apesar	de	 termos	a
tendência	 de	 associar	 esses	 pequenos	 organismos	 apenas	 a	 infecções	 incômodas,	 a	 transtornos	 comuns,
como	alimentos	deteriorados,	ou	a	outras	doenças	mais	severas,	como	a	Aids.	
A	maioria	dos	microrganismos,	na	verdade,	auxilia	na	manutenção	do	equilı́brio	da	vida	no	nosso
meio	ambiente.	Microrganismos	marinhos	e	de	água	doce	constituem	a	base	da	cadeia	alimentar
em	 oceanos,	 lagos	 e	 rios.	 Os	 micróbios	 do	 solo	 auxiliam	 na	 degradação	 de	 resı́duos	 e	 na
incorporação	 do	 gás	 nitrogênio	 do	 ar	 em	 compostos	 orgânicos,	 reciclando,	 assim,	 elementos
quı́micos	do	solo,	 água,	organismos	vivos	e	ar.	Certos	micróbios	 têm	um	papel	 fundamental	na
fotossı́ntese,	 pro-	 cesso	 gerador	 de	 oxigênio	 e	 alimento	 que	 é	 crucial	 para	 a	 vida	 na	 Terra.
(TORTORA;	FUNKE;	CASE,	2016,	p.2)
Vemos,	assim,	que	os	microrganismos	são	essenciais	para	a	sobrevivência	dos	seres	humanos	na	terra	e	deles
também	depende	o	seu	equilı́brio.	
Você	 já	 deve	 ter	 percebido	 que	 o	 estudo	 dos	microrganismos	 pode	 ser	 bastante	 complexo,	 por	 isso,	 neste
tópico,	 vamos	 estudar	 detalhadamente	 os	 principais	 deles,	 entendendo	 como	 cada	 grupo	 é	 classi�icado	 e
quais	são	suas	principais	caracterı́sticas.	Vamos	lá?
1.1.1 Bactérias
As	bactérias	estão	entre	os	microrganismos	mais	conhecidos.	São	temidas	por	muitos,	pois	podem	causar,	em
certas	 ocasiões,	 doenças	 bastante	 graves	 para	 os	 seres	 humanos.	 Por	 outro	 lado,	 elas	 também	 podem	 ser
bené�icas,	participando	da	microbiota	normal	do	nosso	corpo,	protegendo	superfı́cies	corporais	e	até	mesmo
servindo	para	o	uso	em	processos	industriais.
Neste	 item,	 vamos	 estudar	 algumas	 caracterı́sticas	 das	 bactérias,	 que	 são	microrganismos	pertencentes	 ao
Reino	Monera,	e	possuem	como	caracterı́stica	serem	unicelulares	e	procariontes,	por	não	observarmos	um
envoltório	nuclear	protegendo	seu	material	genético.
Para	que	você	conheça	melhor	algumas	estruturas	que	compõem	a	célula	bacteriana,	e	como	a	sua	morfologia
pode	variar	entre	os	diferentes	grupos	de	bactérias,	vamos,	a	partir	daqui,	estudar	com	mais	detalhes	a	relação
entre	a	morfologia	e	a	estrutura.
Com	 relação	 à	 sua	 estrutura,	 as	 bactérias	 de	 importância	 médica	 apresentam	 diferentes	 formatos.	 Seus
formatos	são	uma	caracterı́stica	genética	e	normalmente	elas	são	monomór�icas	(mantêm	uma	única	forma).
Clique	nas	abas	a	seguir	e	veja	as	suas	diferentes	formas:
VOCÊ O CONHECE?
O	cientista	alemão	Paul	Ehrlich	foi	o	primeiro	a	pesquisar	os	agentes	antimicrobianos.
Ele	 desenvolveu	 o	 conceito	 de	 toxicidade	 seletiva	 no	 século	 XX	 e	 em	 seus	 trabalhos
observou	 que,	 dependendo	 do	 agente	 utilizado,	 somente	 os	 microrganismos	 tinham
uma	 coloração	 alterada,	 o	 que	 não	 era	 observado	 no	 tecido	 animal.	 Nessa	 época,	 ele
descobriu	 vários	 agentes	 quıḿicos,	 como	por	 exemplo,	 a	 Salvarsan,	 utilizada	 contra	 a
sı�́ilis.
•
Cocos
O	formato	é,	portanto,	um	importante	critério	para	a	classi�icação	das	bactérias,	uma	vez	que	sua	forma	serve
para	diferenciá-las	a	partir	de	sua	morfologia	e	estrutura.	
Essas	bactérias	possuem	um	formato	arredondado	e	podem	ser	encontradas	em	formas	isoladas	ou
em	 grupos,	 denominados	 de	 colônias.	 As	 colônias	 recebem	 os	 nomes	 de	 acordo	 com	 o	 formato
�inal.	 Quando	 se	 encontram	 aos	 pares,	 são	 chamadas	 de	 diplococos.	 Quando	 apresentam	 um
formato	de	cachos	são	classi�icadas	de		esta�ilococos	e,	quando	estão	en�ileiradas	são	chamadas	de
estreptococos.	A	forma	menos	frequente	é	a	sarcina,	em	que	as	bactérias	formam	um	cubo	de	oito
cocos.	
São	bactérias	que	possuem	um	formato	de	bastão.	Alguns	bacilos	podem	ter	uma	aparência	muito
similar	a	um	coco.	Essas	bactérias	são	chamadas	de	cocobacilos	(BRASIL,	2013).	
Bactérias	que	lembram	o	formato	de	uma	vı́rgula.	
Bactérias	que	têm	aparência	espiralada. 	
•
•
•
VOCÊ SABIA?
Em	microbiologia	o	termo	“bacilo”	pode	ser	utilizado	em	dois	sentidos.	O	primeiro
se	 refere	 ao	 formato	 da	 célula,	 como	 vimos	 anteriormente;	 e	 o	 segundo	 quando
nos	 referimos	 ao	 gênero	 de	 uma	 bactéria.	 Exemplos:	Bacillus	 anthracis,	 Bacillus
cereus	e	o	Bacillus	subtilis.
Bacilos
Vibriões	
Espirilos	
A	seguir,	estudaremos	quais	são	as	principais	estruturas	que	uma	bactéria	possui.
Para	 visualizar	 do	 que	 se	 compõe	 a	 estrutura	 de	 uma	 célula	 bacteriana,	 arraste	 os	 blocos	 e	 complete	 as
lacunas,	associando-as	aos	conceitos.
Figura	1	-	As	diferentes	formas	de	bactérias.	Além	das	mais	comuns,	temos	também	as	formas	de
espiroquetas	e	corynebacterium	(bactérias	bacilares	pequenas).
Fonte:	Sakurra,	Shutterstock,	2020.
Independentemente	 de	 sua	 forma,	 as	 bactérias	 podem	 ser	 classi�icadas	 por	 um	 tipo	 de	 coloração,
desenvolvida	 por	 um	 médico	 dinamarquês,	 chamado	 Hans	 Christian	 Joachim	 Gram.	 Clique	 nos	 botões	 a
seguir	e	veja	que	a	coloração	de	Gram	classi�ica	as	bactérias	da	seguinte	forma:	
Quadro	1	-	Estruturas	que	compõem	uma	bactéria
Fonte:	Elaborado	pelo	autor,	baseado	em	MADIGAN	et	al.,	2016.
Gram-positiva	
Parede	celular	simples,	composta	principalmente	por	uma	única	macromolécula,mas	com
grande	quantidade	de	peptidoglicano,	em	torno	de	70%	a	75%;	quando	coradas	pela	coloração
de	Gram	elas	adquirem	coloração	roxa.	
Gram-negativa	
As	bactérias	possuem	material	genético	em	seu	 interior.	Clique	nos	botões	a	seguir	e	veja	que	esse	material
pode	ser	encontrado	e	organizado	de	duas	maneiras	distintas:
Nucleoide
Parede	celular	complexa,	formada	por	uma	ou	poucas	camadas	de	peptideoglicano,	não
ultrapassando	5%	na	sua	composição.	Quando	coradas	pela	coloração	de	Gram	adquirem
coloração	rosa.	
Figura	2	-	Esquema	da	estrutura	de	uma	bactéria
Fonte:	BlueRingMedia,	Shutterstock,	2020.
•
O	 nucleoide	 não	 possui	 membrana	 nuclear.	 E�
formado	 por	 uma	 única	molécula	 de	DNA	dupla
hélice,	o	cromossomo	bacteriano.
Plasmídeo
São	moléculas	de	DNA	circulares,	 independentes
do	cromossomo	bacteriano.	Geralmente	possuem
poucos	 genes.	 Alguns	 genes	 de	 resistência	 a
antibióticos	 são	 armazenados	 nessas	 estruturas.
Nem	todas	as	bactérias	possuem	plasmıd́eos.
O	citoplasma	bacteriano	é	 limitado	pela	membrana	plasmática	e	não	possui	organelas	membranosas	(como
complexo	 de	 Golgi	 e	 Retı́culo	 Endoplasmático).	 E� 	 constituı́do	 de	 uma	 solução	 aquosa	 na	 qual	 estão
dissolvidas	partı́culas	insolúveis	necessárias	ao	metabolismo	celular,	como	por	exemplo:
•
Figura	3	-	Bacillus	anthracis	causador	do	Anthrax
Fonte:	Kateryna	Kon,	Shutterstock,	2020.
Ribossomos
Os	ribossomos	das	bactérias	são	responsáveis	pela	sı́ntese	de	proteı́nas.	
Os	estudos	que	relacionam	genética	e	virulência	são	extremamente	 importantes	para	o	pro�issional	da	 área.
Tendo	isso	em	vista,	vamos,	a	partir	daqui,	buscar	abordar	esse	tema	mais	profundamente.
O	 genoma	bacteriano	 é	 constituı́do	 de	 cromossomos	 e	 plasmı́deos.	Os	 cromossomos	possuem	o	DNA	que
carrega	a	informação	genética	nos	genes.	O	cromossomo	bacteriano	é	um	DNA	dupla	�ita	circular,	altamente
empacotado,	 disperso	 no	 citoplasma	 (nucleoide).	 Já	 os	 plasmı́deos	 são	 moléculas	 de	 DNA	 dupla	 �ita
circulares,	 menores	 que	 os	 cromossomos,	 que	 carregam	 informação	 genética	 não	 essencial	 à	 célula,	 mas
conferem	uma	vantagem	seletiva,	sob	diversas	condições	(TRABULSI;	ALTHERTUM,	2015).
As	 mutações	 e	 as	 recombinações	 genéticas	 fornecem	 a	 variabilidade	 genética	 nas	 bactérias.	 As	 mutações
podem	ser	geradas	de	forma	espontânea	(geralmente	ocasionadas	por	um	erro	durante	a	replicação	do	DNA),
ou	 induzida	 (provocadas	por	um	agente	mutagênico	 fı́sico	ou	quı́mico).	 Já	 a	 recombinação	pode	ocorrer	de
três	formas,	sendo	elas:	
Grânulos
Os	grânulos	são	responsáveis	por	compor	outras	estruturas	celulares	e	servem,	também,	de
substância	de	reserva.	
Transdução:	quando	o	material	genético	é	transferido	por	um	bacteriófago	de	uma	bactéria	para
outra.
Conjugação:	quando	o	material	genético	é	transferido	por	meio	do	contato	entre	duas	células
bacterianas.
A	grande	 variabilidade	 genética	 observada	nas	 bactérias	 está	 diretamente	 ligada	 à	 aquisição	 e	 transferência
dos	genes	que	codi�icam	os	fatores	de	virulência.
O	 termo	 virulência	 se	 refere	 à	 capacidade	 de	 uma	 bactéria,	 vı́rus,	 fungo	 ou	 parasita,	 produzir	 a	 doença	 no
hospedeiro.	 E� ,	 como	 o	 nome	 diz,	 determinada	 pelos	 fatores	 de	 virulência	 expressos	 nas	 células.	 São
consideradas	fatores	de	virulência	bacterianos	aquelas	estruturas	ou	estratégias	que	permitem	que	a	bactéria
entre,	replique-se,	dissemine-se	e	sobreviva	aos	mecanismos	de	defesa	do	hospedeiro	(BROOKS	et	al.,	2014).	
1.1.2 Crescimento
O	aumento	no	número	de	bactérias	 é	 o	 que	 chamamos	de	 crescimento	bacteriano.	Esse	 aumento	 se	dá	 por
meio	 dos	 processos	 de	 reprodução	 das	 células,	 por	 �issão	 binária	 ou	 por	 brotamento.	 A	 �issão	 binária,
processo	 de	 divisão	 assexuado,	 ocorre	 com	 a	 geração	 de	 duas	 células	 �ilhas	 com	 o	 genoma	 completo,	 e	 é
comumente	encontrada	na	maioria	das	bactérias.		
Essas	duas	células	se	dividem,	originam	quatro	células	e	assim	ocorre	sucessivamente.	Podemos	chamar	o
tempo	 que	 uma	 célula	 leva	 para	 se	 dividir	 em	 duas	 de	 tempo	 de	 geração.	 Esse	 tempo	 é	 variável	 entre	 as
bactérias,	podendo	ser	de	1	até	24	horas	(MADIGAN	et	al.,	2016).
Para	determinar	o	crescimento	de	uma	bactéria	experimentalmente,	ela	deve	ser	semeada	em	meio	de	cultura
em	estado	lı́quido	e	acompanhada	em	condições	controladas.	O	seu	crescimento	segue	uma	curva	que	pode
ser	dividida	em	quatro	etapas.
Transformação:	quando	o	DNA	livre	é	incorporado	após	uma	lise	celular.
VOCÊ QUER LER?
A	 autora	 e	 bióloga	 Alanna	 Collen,	 em	 seu	 livro	 “10%	 humano:	 como	 os	 micro-
organismos	 são	 a	 chave	 para	 a	 saúde	 do	 corpo	 e	 da	 mente”,	 mostra	 as	 últimas
pesquisas	 cientı�́icas	 sobre	 os	 microrganismos	 que	 habitam	 o	 corpo	 humano	 e	 a
in�luência	 desses	 microrganismos	 no	 funcionamento	 do	 nosso	 sistema	 imunológico,
como,	 por	 exemplo,	 sua	 relação	 com	 doenças	 como	 autismo,	 transtornos	 mentais,
alergias,	diabetes	e	outras.	Vale	a	pena	conferir!
Explore	o	grá�ico	a	seguir,	clicando	em	cada	uma	de	suas	etapas	e	correlacionando	os	eventos	ocorridos	com	o
tempo	e	número	de	bactérias	no	meio:
1.1.3 Vírus
Os	vı́rus	são	responsáveis	por	várias	doenças	infecciosas	humanas	e	podem	provocar	desde	um	resfriado	até
o	 imunocomprometimento,	 como	 o	 causado	 pelo	 vı́rus	 do	 HIV.	 Eles	 são	 considerados	 parasitas	 celulares
obrigatórios,	pois	não	conseguem	realizar	suas	atividades	metabólicas	se	não	estiverem	no	 interior	de	uma
célula	 hospedeira.	 Possuem	o	 seu	material	 genético	 (DNA	ou	RNA)	 envolto	 por	 um	 capsı́deo	 proteı́co,	 que
pode	 ser	 recoberto	 por	 um	 envelope	 composto	 por	 proteı́nas,	 carboidratos	 e	 lipı́deos.	 Eles	 podem,	 ainda,
infectar	uma	variedade	de	organismos,	desde	os	vertebrados,	as	plantas,	fungos	e	até	mesmo	outros	vı́rus	(LA
SCOLA	et	al.,	2008,	tradução	nossa).
A	partı́cula	viral	infecciosa,	chamada	de	vı́rion,	possui	o	seu	material	genético	(DNA	ou	RNA)	protegido	por
uma	camada	de	proteı́nas	que	além	de	proteger	atua	como	veı́culo	de	transmissão	de	uma	célula	hospedeira
para	outra.
Os	vı́rus	podem	ter	seu	material	genético	sob	forma	de	�ita	simples	ou	�ita	dupla.	Dessa	maneira,	 é	possı́vel
termos	vı́rus	com	DNA	�ita	simples	ou	�ita	dupla	e	RNA	�ita	simples	ou	�ita	dupla.
O	 capsı́deo	 viral,	 composto	 por	 proteı́nas,	 protege	 o	 material	 genético,	 formado	 por	 capsômeros,	 que	 são
subunidades	 proteicas	 e	 podem	 ser	 de	 um	 único	 tipo	 ou	 ter	 uma	 variedade	 de	 tipos.	 Em	 alguns	 vı́rus,
encontramos	um	envelope	que	 recobre	o	 capsı́deo	 e	 é	 composto	por	proteı́nas,	 lipı́deos	 e	 carboidratos.	No
entanto,	 nem	 todos	os	 vı́rus	possuem	o	envelope	 recobrindo	o	 capsı́deo,	 nesse	 caso	 eles	 são	 chamados	de
vı́rus	não	envelopados	(TORTORA;	FUNKE;	CASE,	2016).	
Figura	4	-	Representação	do	crescimento	bacteriano	em	meio	de	cultura
Fonte:	WANG	et	al.,	2015,	p.	2.
Os	vı́rus	envelopados	são	vulneráveis	aos	solventes	orgânicos,	como	o	éter,	devido	a	presença	de	lipı́deos	na
composição	 de	 seu	 envelope.	 As	 glicoproteı́nas,	 presentes	 na	 composição	 do	 envelope,	 são	 os	 antı́genos
principais	 dos	 vı́rus	 e	 estão	 associadas	 ao	 reconhecimento	 e	 ligação	 aos	 receptores	 celulares	 especı́�icos
durante	o	processo	de	infecção	das	células.
Figura	5	-	Esquema	da	estrutura	de	um	vı́rus	envelopado
Fonte:	SkyPics	Studio,	Shutterstock,	2020.
Em	 sua	 maioria,	 os	 vı́rus	 entram	 em	 seus	 hospedeiros	 pelas	 mucosas	 do	 trato	 gastrointestinal,	 ou	 trato
respiratório.	 Isso	 ocorre,	 principalmente,	 por	 meio	 da	 ingestão	 de	 alimentos	 ou	 água	 contaminados,	 mas
outras	 formas	 de	 transmissão	 também	 são	 possı́veis,	 como	 no	 caso	 das	 doenças	 virais	 sexualmente
transmissı́veis	como	HIV,	HPV	ou	pelo	contato	com	sangue	e	hemoderivados	contaminados.1.1.4 Crescimento
Por	serem	parasitas	celulares	obrigatórios,	é	extremamente	difı́cil	acompanhar	o	crescimento	do	vı́rus	como
fazemos	com	as	bactérias	em	meios	de	culturas.	Entretanto,	os	vı́rus	podem	se	multiplicar	de	duas	 formas:
pelo	ciclo	lı́tico	ou	pelo	ciclo	lisogênico.
CASO
Você	sabia	que	as	pessoas	infectadas	pelo	vıŕus	HIV	são	tratadas	com	medicamentos
que	 chamamos	 de	 antirretrovirais?	 A	 terapia	 antirretroviral	 é	 uma	 combinação	 de
medicamentos	 que	 impede	 a	 replicação	 do	 vıŕus.	 Se	 o	 tratamento	 for	 seguido
�ielmente,	 ele	 pode	 reduzir	 consideravelmente	 o	 número	 de	 vıŕus	 presente	 no
sangue.
Recentemente,	 foi	publicado	um	estudo,	na	conceituada	revista	cienti�ica	The	Lancet,
con�irmando	que	 o	 tratamento	 e�icaz	 com	os	 antirretrovirais	 impedia	 a	 transmissão
do	 vıŕus	 HIV	 entre	 os	 casais	 (COHEN,	2019).	 Isso	 é	 possıv́el	 uma	 vez	 que	 a	 pessoa
infectada	 possui	 nıv́eis	 indetectáveis	 do	 vıŕus	 por	 conta	 do	 tratamento	 com
antirretrovirais.	 Temos,	 aqui,	 um	 exemplo	 da	 importância	 de	 se	 conhecer	 o	 agente
infeccioso	para	que	se	possa	utilizar	o	tratamento	mais	e�iciente	e	e�icaz.
Esse	 ciclo	 é	 dividido	 em	 cinco	 etapas:	 adsorção,	 penetração,	 biossı́ntese,	maturação	 e	 liberação.
Iniciando	pela	 adsorção,	 as	partı́culas	 virais	 “colidem”	 com	a	 célula	na	qual	 ocorre	 a	 ancoragem
dessas	 partı́culas.	 Após	 a	 adsorção,	 ocorre	 a	 penetração,	 momento	 em	 que	 o	 vı́rus	 injeta	 seu
material	genético	na	célula.	Quando	o	material	genético	alcança	o	citoplasma	da	célula	hospedeira,
ele	 inicia	 o	 comando	para	 a	 sı́ntese	de	proteı́nas	 e	 ácidos	nucleicos	 “virais”	 e,	 assim,	 inicia-se	 a
etapa	 da	 biossı́ntese.	 Na	 etapa	 de	maturação	 novas	 partı́culas	 virais	 são	montadas,	 ocorrendo	 o
rompimento	da	membrana	da	célula	hospedeira	e	a	liberação	dos	vı́rus,	que	podem	invadir	novas
células	e	iniciar	o	processo	de	multiplicação.	
•
Ciclo	lítico	
1.1.5 Fungos 
Os	fungos	são	seres	eucariontes,	unicelulares	ou	pluricelulares,	quimio-heterotró�icos,	que	utilizam	a	matéria
orgânica	 do	 ambiente	 para	 obter	 energia	 e	 carbono	 para	 realizar	 suas	 atividades	metabólicas.	 Fungos	 não
realizam	 fotossı́ntese	 e	 a	 sua	 reserva	 energética	 é	 o	 glicogênio	 (MORAES;	 PAES;	 HOLANDA,	 2009).	 Suas
células	possuem	uma	parede	 celular	 constituı́da	de	quitina,	 uma	proteı́na.	Algumas	espécies	de	 fungos	 são
parasitas	e	outras	são	saprófagos,	pois	decompõem	matéria	orgânica.
Entre	as	mais	de	cem	mil	espécies	de	fungos	descritas	na	literatura,	somente	duzentas	podem	causar	doenças
em	 seres	 humanos,	 animais	 e	 plantas.	 Existem,	 ainda,	 fungos	 aeróbicos	 e	 anaeróbicos.	 Na	 indústria,	 são
utilizadas,	por	exemplo,	as	espécies	anaeróbias	facultativas	para	os	processos	de	fermentação.	
1.1.6 Estrutura e morfologia
Todas	 as	 células	 dos	 fungos	 possuem	 seu	material	 genético	 (DNA)	 envolvido	 por	 carioteca.	 A	 seguir,	 você
verá	as	principais	estruturas	das	células	fúngicas.
Parede celular: composta de quitina ou por polissacarídeos de
natureza celulósica, ela fornece rigidez para a célula. A presença
de glicocálice, ancorado pelas glicoproteínas e glicolipídios,
fornece um reforço da superfície celular e promove o
reconhecimento entre as células, ajudando estas a se unirem. As
células eucarióticas não possuem peptideoglicanas, o que impede
que os antibióticos, como a penicilina, que têm como alvo
peptideoglicanas afetem as células de quem está sendo tratado
por esse medicamento.
Membrana plasmática: possui duas camadas de fosfolipídios
revestidas por proteínas. As invaginações presentes na membrana
dão origem a um sistema de vesículas ou vacúolos que realizam o
contato com o meio externo e o interno.
Nesse	 ciclo	 não	 ocorre	 a	morte	 da	 célula	 hospedeira.	 Aqui,	 o	 vı́rus	 insere	 seu	 ácido	nucleico	 na
célula	hospedeira,	que	continua	 funcionando	normalmente.	O	material	genético	do	vı́rus,	então,	 é
incorporado	ao	DNA	da	célula	hospedeira	que,	ao	realizar	mitose,	gera	células	 �ilhas	com	o	novo
genoma	viral.	Assim,	a	célula	que	foi	infectada	transmite	o	material	genético	para	todas	as	células
�ilhas,	que	também	estarão,	portanto,	infectadas.		
•
•
•
Ciclo	lisogênico	
Citoplasma: no citoplasma encontramos as mitocôndrias,
vacúolos, ribossomos, retículo endoplasmático, aparelho de Golgi,
glicogênio (responsável pela reserva energética), peroxissomos e
lisossomos.
Núcleo: podem ter mais de um núcleo envolto por uma carioteca.
Dentro do núcleo, encontra-se o nucléolo (contém DNA, RNA e
proteínas).
Cápsula: alguns fungos apresentam uma cápsula
mucopolissacarídica, composta por polímeros de cadeias
ramificadas. Os diferentes níveis de ramificações desses polímeros
da cápsula podem interferir na fagocitose, mediados pelos
sistemas de complemento e impedir a produção de óxido nítrico
pelos macrófagos (CORDERO et al., 2011, tradução nossa). Logo,
são importantes na virulência do fungo patogênico.
	
As	caracterı́sticas	morfológicas	permitem	identi�icar	os	diferentes	fungos,	que	podem	ser	classi�icados	como:
bolores,	leveduras	e	cogumelos.	
Levedura: são unicelulares, ovais ou alongadas; se reproduzem
por brotamentos.
Bolores ou fungos filamentosos: são multicelulares e
multinucleados; possuem micélio vegetativo pluricelular
filamentoso. Nesse tipo de fungo as várias células que o compõe
se organizam formando estruturas denominadas hifas. Por sua
vez, um conjunto de hifas (filamentos longos e delgados) é
denominado micélio. 
•
•
•
•
•
Cogumelos: possuem uma parte do corpo crescendo abaixo do
solo e uma parte aérea, com formato de chapéu. Essa parte aérea
é chamada micélio reprodutivo, ou corpo de frutificação, porque é
nela que ocorre a reprodução sexuada e a formação de estruturas
que darão origem aos esporos, responsáveis pela reprodução
assexuada.
1.1.7 Classificação e virulência
Os	 fungos	 podem	 ser	 classi�icados	 em	 cinco	 �ilos	 diferentes:	 Ascomicetos,	 Basidiomicetos,	 Zigomicetos,
Oomicetos	e	Deuteromicetos.	A	maioria	dos	fungos	patogênicos	são	pertencentes	ao	�ilo	Deuteromicetos.
A	maior	parte	dos	 fungos	 sapró�itos	podem	ser	patógenos	primários	ou	oportunistas.	 São	denominados	de
primários	 aqueles	 que	 são	 capazes	 de	 penetrar	 em	 tecidos	 saudáveis,	 desenvolver-se	 e	 provocar	 danos	 no
hospedeiro	 imunocompetente.	 Os	 fungos	 considerados	 oportunistas	 são	 aqueles	 que	 causam	 uma
enfermidade	 aos	 seres	 humanos	 quando	 o	 sistema	 de	 defesa	 não	 está	 responsivo.	 As	 principais	 vias	 de
transmissão	são	as	vias	aéreas	ou	por	contato	direto	com	objetos	contaminados.
Para	que	uma	infecção	por	fungos	se	aloje,	vai	depender	da	virulência	do	fungo	e	como	o	sistema	imunológico
do	 hospedeiro	 se	 encontra	 no	 momento	 do	 contato.	 Os	 indivı́duos	 imunocomprometidos	 são	 os	 mais
atingidos	pelas	infecções	fúngicas.
1.1.8 Crescimento
Os	fungos	podem	se	reproduzir	assexuadamente	ou	sexuadamente.	As	hifas	que	compõem	o	micélio	podem
atingir	 a	 superfı́cie	 e	 entrar	 em	contato	 com	o	ar.	Essas	hifas	podem	desenvolver	 em	suas	extremidades	os
esporos,	chamados	de	conı́dios.	Os	conı́dios	são	assexuados	e	altamente	resistentes	à	desidratação.
Figura	6	-	A� 	esquerda,	observamos	a	estrutura	de	uma	célula	de	um	fungo	�ilamentoso.	A� 	direita,	temos	a
estrutura	de	uma	levedura.
Fonte:	Designua,	Shutterstock,	2019.
•
Existem	fungos	que	produzem	diferentes	esporos	sexuais.	Os	esporos	dos	bolores	são	originados	da	fusão	de
gametas	 unicelulares	 ou	 de	 gametângios	 (hifas	 especializadas).	 Já	 em	 outros	 tipos	 de	 fungos,	 temos	 a
formação	 de	 esporos	 por	meio	 da	 fusão	 de	 duas	 células	 haploides,	 após	 meiose	 e	 mitose,	 resultando	 em
esporos	individuais.
1.1.9 Parasitas: protozoários e helmintos 
Todos	os	protozoários	são	unicelularese	eucariontes.	Existe	uma	enorme	variedade	de	formas	que	podem	ser
de	 vida	 livreou	 parasitas,	 que	 podem	 se	 reproduzir	 sexuadamente	 (com	 a	 união	 de	 gametas),	 ou
assexuadamente	(divisão	celular).	Dentre	os	protozoários	que	se	reproduzem	sexuadamente,	há	a	formação	de
gametas	masculinos	e	femininos	que,	após	a	união,	formam	uma	célula	diploide.	Já	os	protozoários	que	fazem
a	 reprodução	 assexuada,	 podem	 realizar	 a	 divisão	 binária,	 merogonia,	 esporogonia	 e	 a	 esquizogonia.	 Os
protozoários	se	diferenciam	dos	fungos,	pois	não	apresentam	parede	celular	rı́gida	(COURA,	2013).
Inúmeros	 protozoários	 são	 causadores	 de	 doenças	 como	 malária,	 doença	 de	 Chagas,	 leishmanioses,
toxoplasma,	 entre	 outras.	 Os	 helmintos,	 comumente	 conhecidos	 como	 vermes,	 são	 pluricelulares	 de	 vida
livre	 ou	 parasitas,	 seus	 hospedeiros	 incluem	 o	 ser	 humano.	 Clique	 nas	 abas	 a	 seguir	 e	 veja	 que	 podemos
classi�icar	os	protozoários	em	três	�ilos,	sendo:
Os	 parasitas	 podem	 apresentar	 ciclos	 de	 vida	monóxeno	 ou	 heteróxeno.	 O	 que	 caracteriza	 o	 ciclo	 de	 vida
monóxeno	é	a	necessidade	de	apenas	um	hospedeiro	para	completar	seu	ciclo	de	vida	(por	exemplo,	Ascaris,
Enterobius,	Strongyloides).	Diferentemente,	os	parasitas	que	possuem	o	ciclo	heteróxeno	necessitam	de	dois
ou	 mais	 hospedeiros	 para	 completar	 seu	 ciclo	 de	 vida	 (por	 exemplo,	 Taenia,	 Plasmodium,	 Trypanosoma,
Leishmania).
1.1.10 Classificação e virulência
Grande	 parte	 dos	 protozoários	 faz	 uso	 da	 fagocitose	 para	 englobar	 e	 ingerir	 partı́culas	 sólidas.	 Outros
protozoários	 possuem	 o	 citostoma	 para	 “engolir”	 uma	 célula	 bacteriana	 inteira	 ou	 pequenas	 células
eucarióticas.	 Os	 protozoários	 podem	 ser	 classi�icados	 pelo	 seu	 modo	 de	 locomoção	 (NEVES,	 2016).	 Os
Sarcodinas	(amebas)	são	aqueles	que	se	locomovem	por	movimentos	ameboides.	
				Platyhelminthes					
Vermes	que	possuem	o	corpo	achatado	e	possuem	um	tubo	digestivo	ausente	ou	primitivo.	São	representantes
desse	�ilo:	Taenia	solium,	Taenia	saginata	e	Schistosoma	mansoni.
				Nemathelminthes					
Vermes	que	possuem	o	corpo	cilı́ndrico	e	o	 tubo	digestivo	completo.	 São	 representantes	desse	 �ilo:	Ascaris
lumbricoides,	Ancylostoma	duodenale	e	Enterobius	vermicularis.	
						Annelida							
São	vermes	que	não	parasitam.	
Os	 que	 utilizam	 os	 �lagelos	 chamamos	 de	Mastigophora	 (ou	 �lagelados),	 e	 os	 de	 cı́lios,	 de	 Ciliophora	 (ou
ciliados).	 Os	 protozoários	 imóveis	 são	 denominados	 de	 Apicomplexa	 (ou	 esporozoários).	 Veja,	 a	 seguir,
alguns	exemplos	de	cada	grupo.	
Figura	7	-	O	Trypanosoma	cruzi	é	o	agente	causal	da	doença	de	Chagas
Fonte:	Kateryna	Kon,	Shutterstock,	2020.
Tripanossoma	cruzi,	causador	da	Doença	de	Chagas.	
Entamoeba	histolytica,	que	pode	provocar	uma	disenteria	amebiana	ou	amebı́ase.	
O	representante	mais	conhecido	é	o	Paramecium.	
Um	de	seus	principais	representantes	são	os	plasmódios	(causadores	da	malária). 	
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Mastigophora	
Sarcodinas	
Ciliophora	
Apicomplexa	
Neste	 tópico	 tivemos	 por	 objetivo	 estudar	 a	 estrutura,	 morfologia,	 virulência,	 genética	 e	 crescimento	 das
bactérias,	 fungos	 e	 parasitas.	 Agora	 que	 você	 já	 está	 familiarizado	 com	 esse	 universo	 de	microrganismos,
passaremos	a	estudar	mais	especi�icamente	as	normas	de	biossegurança	e	os	procedimentos	que	devemos	ter
com	relação	a	elas.	
1.2 Procedimentos de biossegurança e aplicação no
controle microbiano
O	 objetivo	 da	 aplicação	 das	 normas	 de	 biossegurança	 em	 ambientes	 da	 área	 de	 saúde,	 seja	 para	 �ins
educacionais	 ou	 hospitalares,	 é	 evitar	 ou	 minimizar	 os	 riscos	 de	 acidentes	 no	 uso	 desses	 ambientes.	 A
biossegurança,	por	de�inição,	compreende:
um	 conjunto	 de	 ações	 (normas)	 destinadas	 a	 prevenir,	 controlar,	 mitigar	 ou	 eliminar	 riscos
inerentes	 às	 atividades	 que	 possam	 interferir	 ou	 comprometer	 a	 qualidade	 de	 vida,	 a	 saúde
humana	 e	 o	 meio	 ambiente.	 Desta	 forma,	 a	 biossegurança	 caracteriza-se	 como	 estratégica	 e
essencial	 para	 a	 pesquisa	 e	 o	 desenvolvimento	 sustentável	 sendo	 de	 fundamental	 importância
para	avaliar	e	prevenir	os	possı́veis	efeitos	adversos	de	novas	tecnologias	à	saúde.	(BRASIL,	2010
a	,	p.	15)
Para	 re�letir	 sobre	 o	 conceito	 de	 biossegurança	 e	 como	 aplicá-la	 em	 situações	 reais,	 considere	 a	 situação
apresentada	a	seguir.	
Em	8	de	 junho	de	1978,	 o	Ministério	do	Trabalho	aprovou	as	normas	 regulamentadoras	 (NRs)	 referentes	 à
segurança	 e	 saúde	 do	 trabalhador.	 Especi�icamente,	 a	 NR-9	 estabeleceu	 a	 obrigatoriedade	 do	 Programa	 de
Prevenção	de	Riscos	Ambientais	(PPRA)	como	medida	de	proteção	 à	saúde	e	 integridade	do	trabalhador.	Os
tipos	 de	 riscos	 ambientais	 são	 classi�icados	 como:	 riscos	 de	 acidentes;	 ergonômico;	 fı́sico;	 quı́mico	 e
biológico.	Esse	último	se	refere	aos	agentes	biológicos	que	podem	causar	danos	à	saúde	do	trabalhador,	como,
por	exemplo	as		bactérias,	vı́rus,	fungos	ou	protozoários.
Os	agentes	biológicos	podem	ser	classi�icados	em	cinco	classes	de	risco	biológico,	conforme	as	“Diretrizes
Gerais	para	o	Trabalho	em	Contenção	com	Material	Biológico”	(BRASIL,	2010	b	).	São	elas:
classe de risco I (baixo risco individual e coletivo): baixa
probabilidade de o agente causar uma enfermidade. Exemplo:
Lactobacillus;
classe de risco II (risco moderador para o individual e limitado
risco para a comunidade): pode vir a causar uma infecção, porém,
existem medidas terapêuticas e profiláticas. Exemplo: Schistosoma
mansoni;
VAMOS PRATICAR?
A	Organização	Mundial	da	Saúde	(OMS)	considera	que	a	gripe	é	um	dos	
desa�ios	 da	 saúde	 pública.	 Segundo	 dados	 da	 mesma	 organização,	 a	 ca
estima-se	que	um	bilhão	de	pessoas	podem	se	contaminar	com	o	vıŕus	d
conhecido	 como	 in�luenza.	 O	 controle	 da	 disseminação	 desse	 vıŕus	 é	 um
desa�io,	uma	vez	que	ele	é	de	fácil	transmissão.
Situação-problema:
Você	já	deve	ter	ouvido	falar	que	criança,	sobretudo	quando	começa	a	fre
a	creche,	vive	doente.	Em	ambientes	fechados	ou	semifechados,	como	as	cr
escolas,	a	propagação	do	vıŕus	causador	da	gripe	 é	mais	elevada.	As	crian
mais	 suscetıv́eis	 a	 terem	complicações	 graves	 causadas	pela	 gripe.	Todo	a
estações	 mais	 frias,	 quando	 os	 locais	 �icam	 sem	 circulação	 de	 ar,	 aumen
casos	 de	 gripe.	 A	 forma	 de	 prevenção	 de	 contaminação	 entre	 crianças
cuidadores	já	são	bastantes	difundidas.	Baseado	nessa	informação,	você,	n
de	 diretor(a)	 de	 uma	 creche,	 tomaria	 quais	 medidas	 para	 evitar	 um	 s
doença,	caso	soubesse	da	presença	de	uma	criança	ou	adulto	gripado?
•
•
classe de risco III (alto risco individual e risco moderado para a
comunidade): os agentes biológicos de classe III podem causar
graves infecções em humanos e animais, mas existem tratamentos
eficazes. Exemplo: Bacillus anthracis;
classe de risco IV (alto risco para o individual e para a
comunidade): os agentes biológicos de classe IV são de fácil
propagação e não existem medidas profiláticas e nem terapêuticas
eficazes. São altamente patogênicos. Exemplo: vírus Ebola;
classe de risco V (alto risco de contaminação em animais e do
meio ambiente): são os agentes biológicos que não existem no
país, como o Achantina fulica (caramujo-gigante-africano trazido
para o Brasil).
	
Somente	 em	 1995,	 o	 Brasil	 instituiu	 uma	 lei	 que	 criou	 a	 Comissão	 Técnica	 Nacional	 de	 Biossegurança
(CTNBio).	 A	 Lei	 n.	 8.974,	 de	 5	 de	 janeiro	 de	 1995,	 determinou	 os	 diferentes	 nı́veis	 de	 biossegurança,
denominando-os	de	NB-1,	NB-2,	NB-3	e	NB-4.	
As	NBs	determinam	os	critérios	para	os	nı́veis	de	segurança	na	manipulação	de	agentes	biológicos.	Para	se
determinar	o	nı́vel	de	biossegurança,	deve-se	seguir	alguns	critérios	de	avaliação,	como	origem	e	virulência
do	agente,	modo	de	transmissão,	entre	outros	(CDC,	1999,	tradução	nossa).
•
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VOCÊ QUER VER?
Não	deixe	de	assistir	o	�ilme	“Epidemia",	de	1995,	com	direçãode	Wolfgang	Petersen.
O	 �ilme	 conta	 sobre	 uma	 possıv́el	 epidemia	 nos	 EUA,	 provocada	 por	 um	 vıŕus
semelhante	ao	Ebola.	Nele,	você	poderá	observar	todos	os	nıv́eis	de	biossegurança	nos
laboratórios,	desde	o	nıv́el	1	ao	4,	e	a	 importância	da	utilização	dos	equipamentos	de
proteção	individual	(EPIs).
As	 principais	 funções	 das	 normas	 são	 garantir	 um	 ambiente	 seguro	 para	 quem	 está	manipulando	 o	 agente
biológico,	a	proteção	para	o	meio	ambiente	e	para	a	comunidade.
Especi�icamente	para	os	pro�issionais	da	área	de	saúde,	foi	criada	também	a	NR-32,	que	tem	como	�inalidade
“estabelecer	 as	diretrizes	básicas	para	 a	 implementação	de	medidas	de	proteção	 à	 segurança	 e	 à	 saúde	dos
trabalhadores	dos	serviços	de	saúde,	bem	como	daqueles	que	exercem	atividades	de	promoção	e	assistência	à
saúde	em	geral	(BRASIL,	2005).
Além	de	todos	as	normas	já	elencadas,	algumas	outras	regras	são	importantes	para	reduzir	ou	minimizar	os
riscos	 em	um	ambiente	 hospitalar	 e	 em	 laboratórios,	 como,	 por	 exemplo,	 a	 utilização	 de	 equipamentos	de
proteção	individual	(EPI),	como	luvas,	jalecos,	óculos	e	máscaras.	
1.2.1 Métodos químicos para controle microbiano
Os	 métodos	 utilizados	 para	 o	 controle	 dos	 microrganismos	 visam	 eliminá-los	 por	 meio	 da	 perda	 da
capacidade	 de	 reprodução,	 reduzindo	 e	 inibindo	 o	 seu	 crescimento.	 Por	 meio	 da	 utilização	 de	 métodos
quı́micos	ou	fı́sicos,	é	possı́vel	causar	a	destruição	total	de	todas	as	formas	de	vida,	impedindo,	ou	reduzindo-
o	a	uma	taxa	aceitável,	o	seu	crescimento	em	um	ambiente.
Métodos	 quı́micos	 utilizam	 agentes	 quı́micos	 para	 fazer	 a	 eliminação	 dos	 microrganismos.	 Os	 principais
grupos	de	agentes	quı́micos	são:	 álcoois;	compostos	 fenólicos	(fenóis,	 timol,	cresóis);	aldeı́dos	e	derivados
(aldeı́do	 fórmico,	 aldeı́do	glutárico);	halogênios	e	derivados	 (iodo,	 cloro);	biguanidas	 (clorexidine);	agentes
de	 superfı́cie	 (detergentes);	 conservantes	 quı́micos	 de	 alimentos;	 quimioesterelizantes	 gasosos	 (óxido	 de
etileno);	agentes	oxidantes	(peroxigênios)	e	metais	pesados	(sais	de	prata).	
NB-1:	aplica-se	a	laboratórios	de	ensino	médio	com	manipulação	somente	de	agentes	de	classe	1.
Necessidade	de	se	adotar	boas	práticas	laboratoriais.	
NB-2:	laboratórios	clı́nicos	e	hospitalares,	onde	ocorre	manipulação	de	agentes	de	classe	2.
Necessidade	de	se	adotar	boas	práticas	laboratoriais,	instalação	de	barreiras	fı́sicas	primárias
(cabine	de	segurança	biológica)	e	uso	de	EPI.
NB-3:	laboratórios	onde	ocorre	a	manipulação	de	grande	quantidade	de	agentes	de	classe	2	ou	de
classe	3.	Além	da	estrutura	requerida	em	um	laboratório	de	nı́vel	2,	deve-se	construir	áreas	de
trabalho	especiais.	
NB-4:	laboratório	de	contenção	máxima,	onde	há	manipulação	de	agentes	de	classe	4.	Nesse
laboratório,	deve-se	ter	todos	os	nı́veis	de	contenções	exigidos	nos	laboratórios	anteriormente
citados,	e	barreiras	de	contenções	e	procedimentos	de	segurança	especiais.
Os	principais	 agentes	quı́micos	podem	 ter	 função	desinfetante	ou	 esterilizante.	Os	 esterilizantes	 atacam	os
microrganismos	e	os	desinfetantes	diminuem	a	carga	microbiana	a	ponto	de	não	representar	mais	perigo.
Os	 álcoois	 possuem	 atividade	 bactericida,	 pois	 desnaturam	 as	 proteı́nas	 e	 solubilizam	 os	 lipı́deos.	 Em
ambientes	hospitalares	e	laboratoriais,	usualmente	é	utilizado	álcool	70%.	Nesses	casos,	a	diluição	do	álcool
etı́lico	se	faz	necessária,	pois	na	ausência	de	água,	as	proteı́nas	não	são	desnaturadas,	por	isso,	o	álcool	etı́lico
absoluto	é	menos	e�iciente	que	a	versão	diluı́da	em	água.
Os	aldeídos	utilizam	o	mecanismo	de	alquilação	direta	dos	grupos	funcionais	das	proteı́nas	que	aumentam
seu	poder	bactericida.	Em	ambientes	hospitalares,	 é	 comumente	utilizada	a	metenamina	como	antisséptico
urinário.	A	sua	atividade	está	ligada	à	liberação	do	aldeı́do	fórmico.
Já	 os	 fenóis	 atuam	 em	 qualquer	 proteı́na,	 e	 para	 atuarem	 como	 bactericida,	 necessitam	 estar	 em	 uma
concentração	de	0,2%	a	1%.	Em	ambientes	hospitalares,	é	comum	utilizar	a	creolina	(cresóis)	para	desinfetar
excretas,	pisos	etc.
VAMOS PRATICAR?
Como	 vimos,	 os	 vıŕus	 são	 parasitas	 intracelulares	 obrigatórios	 e	 possue
grande	capacidade	de	se	multiplicar	quando	encontram	uma	condição	 fa
Ao	 longo	dos	anos,	 com	a	descobertas	das	vacinas	contra	determinados	v
possıv́el	 “exterminar”	 ou	 declarar	 que	 uma	 determinada	 doença	 foi	 ext
algum	paıś	ou	mesmo	no	mundo	todo.
Nessa	atividade,	você	vai	exercitar	sua	capacidade	de	pensar	sobre	uma	
relacionada	 à	 erradicação	de	um	determinado	vıŕus	e	o	 seu	armazename
laboratórios	de	pesquisas.
Situação-problema:
Após	uma	campanha	de	vacinação	no	mundo	todo	contra	a	varıóla,	que	te
em	 1966,	 essa	 doença	 foi	 considerada	 erradicada	 em	 1980.	 Porém,	 gru
pesquisadores	do	Centro	de	Doenças	e	Prevenção	de	Doenças,	o	CDC,	nos	
Unidos	 e	 em	 Koltsovo,	 na	 Rússia,	 ainda	 detêm	 amostras	 desse	 vıŕus	 e
laboratórios.	 Se	 pensarmos	 no	 quanto	 essa	 doença	 é	 fatal,	 o	 mais	 lógi
eliminarmos	 essas	 amostras,	 para	 que	 não	 houvesse	 nenhum	 risco	 des
voltar	 a	 circular	 no	 mundo.	 Essa	 questão	 é	 tão	 polêmica	 que	 a	 Orga
Mundial	 da	 Saúde	 (OMS)	 e	 a	 Organização	 das	 Nações	 Unidas	 (ONU
reuniram	mais	de	uma	vez	para	decidir	 o	 futuro	dessas	 amostras.	 E	 voc
pensa	sobre	esse	assunto?	Colocando	todos	os	prós	e	contras	sobre	a	man
dessas	amostras	em	laboratório,	dê	o	seu	veredito:	as	amostras	devem	ou
destruıd́as?
O	representante	dos	halogênios,	comumente	utilizados	em	hospitais	e	 laboratórios,	 é	a	tintura	de	iodo.	Por
ter	a	função	fungicida,	bactericida	e	esporocida,	é	um	potente	antisséptico.	O	iodo	em	solução	alcoólica	de	2%
tem	uma	ação	 imediata.	E� 	utilizado	na	prática	cirúrgica.	Outro	exemplo	desse	grupo	 é	o	 cloro,	que	ataca	os
grupos	alfa-aminados	das	proteı́nas,	afetando	as	funções	de	enzimas	vitais.
Os	 agentes	de	 superfı́cie	 (detergentes	catiônicos)	mais	 utilizados	 são:	 cloreto	 de	 benzalcônio,	 cloreto	 de
benzetônico,	 cloreto	 de	 cetilpiridı́neo	 e	 cetrimida.	 Eles	 têm	 ação	 sobre	 a	 permeabilidade	 da	 membrana,
inibem	a	respiração	e	a	glicólise	das	bactérias,	vı́rus	e	esporos	bacterianos.
Dentro	do	grupo	das	biguanidas,	a	clorohexidine	é	utilizada	nos	centros	cirúrgicos	na	antissepsia	de	pele,	na
lavagem	das	mãos	e	na	preparação	dos	pacientes.	Ela	adsorve	a	parte	externa	dos	microrganismos,	ligando-se
ao	grupo	fosfato	da	parede	e	da	membrana,	provocando	danos	e	liberação	do	conteúdo	citoplasmático.
Os	agentes	classi�icados	como	metais	pesados	têm	ação	bacteriostática.	O	nitrato	é	comumente	utilizado	em
soluções	oftalmológicas,	a	1%,	como	prevenção	da	oftalmia	neonatorum.
Os	 agentes	 oxidantes,	 como	 a	 água	 oxigenada,	 liberam	 o	 oxigênio	 nascente,	 que	 oxida	 os	 sistemas
enzimáticos	 essenciais	para	 a	 sobrevivência	dos	microrganismos.	O	uso	 comum	para	 a	 água	oxigenada	 é	 a
lavagem	de	 feridas	e	mucosas	nas	quais	haja	 tecido	necrosado,	pois	a	ação	da	catalase	 facilita	a	 limpeza	da
área.
O	 óxido	 de	 etileno,	 representante	 dos	esterilizantes	gasosos,	 é	 utilizado	 na	 esterilização	 de	 instrumentos
cirúrgicos,	pois	 inativa	enzimas	cruciais	para	os	microrganismos	por	meio	da	alquilação	direta	dos	grupos
hidroxilas,	sul�idrilas	e	carboxilas.
Os	principais	locais	de	ação	dos	agentes	quı́micos	são:
Parede	 celular	 e	membrana:	 a	 ação	 dos	 agentes
quıḿicos	afeta	a	permeabilidade	e	favorece	a	lise
celular.
Proteıńas:	 causa	 desnaturação	 ou	 inativação	 das
proteıńas.
Material	 genético	 (DNA	 ou	 RNA):	 causa
degradação	 do	material	 genético;	 pode	 inibir	 os
processos	de	replicação	e	tradução.
1.2.2 Métodos físicos para controle microbiano
Os	métodos	 fı́sicos	 são	 aqueles	que	permitem	a	 eliminação	dos	microrganismos	por	meio	de	 técnicasque
desnaturam	as	proteı́nas,	oxidam,	destroem	o	DNA,	interrompem	o	metabolismo.	
•
•
•
No	caso	dos	agentes	fı́sicos,	o	calor	é	um	dos	métodos	mais	utilizados	em	ambientes	de	saúde,	como	clı́nicas
e	hospitais.	A	autoclavação,	utilizando	calor	úmido	e	os	fornos,	utilizando	calor	seco,	estão	entre	os	métodos
mais	 e�icientes	 e	 práticos.	 Por	 outro	 lado,	 as	 baixas	 temperaturas	 são	 utilizadas	 principalmente	 para	 o
controle	do	crescimento	dos	microrganismos,	conservando	produtos	médico/hospitalares.
Quadro	2	-	Os	métodos	fı́sicos	para	eliminação	de	microrganismos	podem	ser	divididos	em	cinco	grupos
Fonte:	TRABULSI;	ALTHERTUM,	2015.
Ao	utilizarmos	esses	métodos	 fı́sicos	 e	quı́micos	podemos	obter	os	 resultados	desejados,	 conceitualmente
conhecidos	como:	antissepsia	(utilização	de	produtos	sobre	a	pele	ou	mucosa	com	o	objetivo	de	reduzir	os
micro-organismos	em	sua	superfı́cie);	esterilização	(total	eliminação	da	vida	microbiológica	em	materiais);
desinfecção	 (processo	 capaz	 de	 eliminar	 a	 maioria	 dos	 organismos	 causadores	 de	 doenças	 presente	 em
superfı́cies	e	materiais).	
Figura	8	-	Autoclave	utilizada	para	esterilização	de	materiais
Fonte:	Al7,	Shutterstock,	2020.
Conclusão
Chegamos	 ao	 �inal	 de	 nossos	 estudos!	 Abordamos	 aqui	 os	 conceitos	 introdutórios	 sobre	 os	 agentes
infecciosos	e	suas	caracterı́sticas	e,	também,	tratamos	das	normas	de	biossegurança	na	área	da	saúde.	
Nesta	unidade,	você	teve	a	oportunidade	de:
estudar sobre os agentes infecciosos (bactérias, vírus, fungos e
protozoários);
identificar as principais estruturas e características dos vírus, das
bactérias, dos fungos e dos protozoários;
conhecer o cientista responsável pelo método Gram de
identificação, método que é utilizado até os dias atuais;
compreender os procedimentos de biossegurança e as normas
regulatórias para a área da saúde;
conhecer as metodologias utilizadas para o controle microbiano.
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Bibliografia
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