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1 FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA 2 LICITAÇÕES E TERCEIRIZAÇÃO 1ª edição Ipatinga – MG 2021 3 FACULDADE ÚNICA EDITORIAL Diretor Geral: Valdir Henrique Valério Diretor Executivo: William José Ferreira Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva Carla Jordânia G. de Souza Rubens Henrique L. de Oliveira Design: Brayan Lazarino Santos Élen Cristina Teixeira Oliveira Maria Luiza Filgueiras © 2021, Faculdade Única. Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização escrita do Editor. ‘ Teodoro, Jorge Benedito de Freitas, 1986 - . Introdução à filosofia / Jorge Benedito de Freitas Teodoro. – 1. ed. Ipatinga, MG: Editora Única, 2020. 113 p. il. Inclui referências. ISBN: 978-65-990786-0-6 1. Filosofia. 2. Racionalidade. I. Teodoro, Jorge Benedito de Freitas. II. Título. CDD: 100 CDU: 101 Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920. NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA Rua Salermo, 299 Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300 www.faculdadeunica.com.br http://www.faculdadeunica.com.br/ 4 Menu de Ícones Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a seguir: São sugestões de links para vídeos, documentos científi- co (artigos, monografias, dissertações e teses), sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo abordado. Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações importantes nas quais você deve ter um maior grau de atenção! São exercícios de fixação do conteúdo abordado em cada unidade do livro. São para o esclarecimento do significado de determinados termos/palavras mostradas ao longo do livro. Este espaço é destinado para a reflexão sobre questões citadas em cada unidade, associando-o a suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu cotidiano. 5 SUMÁRIO LICITAÇÕES ............................................................................................... 8 1.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 8 1.2 O QUE É LICITAÇÃO E QUAL SUA IMPORTÂNCIA............................................. 8 1.3 LICITAÇÕES: ESTRATÉGIAS E PROCESSOS ....................................................... 12 1.4 EXPERIÊNCIAS DE COMPRAS NO SETOR PÚBLICO X SETOR PRIVADO ......... .12 FIXANDO O CONTEÚDO ......................................................................................15 PROCESSOS LICITATÓRIOS ..................................................................... 20 2.1 NOÇÕES BÁSICAS DA LEI Nº 8.666/1993 ..................................................... 20 2.2 PRINCÍPIOS APLICAÇÕES AO PROCESSO LICITATÓRIO (FUNÇÃO REGULATÓRIA) . ...................................................................................................... 22 2.3 ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO E FASES DE DESPESAS ............................................................................................................................24 FIXANDO O CONTEÚDO ......................................................................................26 ETAPA DAS CONTRATAÇÕES .................................................................. 32 3.1 MODALIDADES LICITATÓRIAS ........................................................................... 32 3.2 FASES DOS PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS................................................... 35 3.3 PROJETOS BÁSICOS .......................................................................................... 37 3.3.1 Vantagens do projeto básico ............................................................................... 38 FIXANDO O CONTEÚDO .....................................................................................40 TERCEIRIZAÇÃO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ....................................... 46 4.1CONCEITOS SOBRE A TERCEIRIZAÇÃO ............................................................ 46 4.2 A TERCEIRIZAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. ......................................48 FIXANDO O CONTEÚDO .....................................................................................40 ASPECTOS SOBRE CONTRATO ................................................................ 54 5.1 O QUE É, E QUAIS SÃO OS SUJEITOS DO CONTRATO ..................................... 54 5.2 AVALIAÇÃO, CONTROLE DOS RESULTADOS ................................................ 57 FIXANDO O CONTEÚDO .....................................................................................62 AVALIAÇÃO E CONTROLE DOS RESULTADOS E AS POSSIBILIDADES DE EXTINÇÃO DOS CONTRATOS PÚBLICOS ................................................ 67 6.1 AVALIAR A DURAÇÃO E A PRORROGAÇÃO DOS CONTRATOS PÚBLICOS. ............................................................................................................................67 6.2 LEI Nº. 8.666/1993 NA PERSPECTIVA DO INSTITUTO DA RESPONSABILIDADE CIVIL ....................................................................................................................70 6.3 EXTINÇÃO DOS CONTRATOS E PERSPECTIVAS SOBRE RESCISÃO CONTRATUAL. ......................................................................................................72 FIXANDO O CONTEÚDO ......................................................................................80 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ........................................ 85 UNIDADE 01 UNIDADE 02 UNIDADE 03 UNIDADE 04 UNIDADE 05 UNIDADE 01 6 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 86 7 CONFIRA NO LIVRO A unidade I demonstra a base do conceito de licitação, quais são suas estratégias e processos definidos para que a eficiência e economicidade sejam alcançadas com assertividade ao fim do processo. Além disso, será exposto a dicotomia entre compra pública e privada, quais pontos são considerados convergentes e divergentes. A unidade II explora os princípios norteadores do processo licitatório, sendo os mesmos vitais para que a compra seja realizada obedecendo questões legais. Em tempo, a unidade ainda expõe qual a organização e as fases de despesas realizadas durante o processo de licitação. A unidade III tem em sua essência demonstrar os ritos, procedimentos e fases de um processo licitatório, desde a origem (surgimento da demanda) até a emissão do contrato e a avaliação e controle de resultados dele. Por fim, nesta unidade os projetos básicos serão postos em voga, com a exposição de seu conceito, bem como suas principais características. A unidade IV tem em seu cerne demonstrar os conceitos de terceirização em âmbito brasileiroe global. Compreender essas diferentes formas de entender a transferência de responsabilidades por determinada prestação de serviços é fundamental para vislumbrar como a administração pública emprega essa prática em seu cotidiano. A unidade V traz consigo características sobre os contratos. Compreender esse importante elemento que compõem um ato administrativo é vital, pois o contrato normatiza quem são os sujeitos, quem avalia e os controla, além de expressar quem tem poder para ofertar sanções sobre eles. A Unidade VI continua no aspecto da avaliação dos contratos com o objetivo de disciplinar as eventuais sanções que podem incorrer inclusive as extinções do contrato previstas na Lei nº 8.666/93. 8 LICITAÇÕES 1.1 INTRODUÇÃO E por que esse rito de compras é tão importante? Ora, poderíamos responder essa questão simplesmente mencionando porque a licitação “trabalha” com o seu, com o meu e com o recurso público arrecadado pela máquina pública brasileira, portanto, temos o direito e a obrigação de fiscalizar o que está sendo comprado e como está sendo realizado esse processo. Na unidade aprenderemos sobre as noções básicas do processo licitatório, bem como possíveis estratégias e processos. Se faz jus adentrarmos nessa seara para entender a dicotomia entre as compras realizadas no setor privada e no setor público. É exatamente com a base exposta anteriormente que poderemos entender esses dois universos distintos, que em alguns momentos apresentam similaridades e convergências entre si. Bons estudos ! 1.2 O QUE É LICITAÇÃO E QUAL SUA IMPORTÂNCIA. No meio em que vivemos muito se fala sobre a vida em sociedade, bem coletivo, e sobre o papel da gestão pública em nossas vidas. Contudo se faz necessário aclarar principalmente em qual contexto será realizado a escrita desse livro, portanto, esclarece que será o mesmo voltado ao âmbito público. A respeito disse o que é gestão pública? Eis que Meirelles (2011, p. 65) esclarece: O conceito de Administração Pública é: [...] numa visão global, a Administração é, pois, todo o aparelhamento do Estado preordenado à realização de serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. A Administração não pratica atos de governo; prática, tão somente, atos de execução, com maior ou UNIDADE Nesta unidade vamos aprender sobre o que é, e como se realiza o processo de compras públicas, denominado pela Lei nº 8.666/93 de Licitação. A referida lei rege toda e qualquer compra pública realizada no território brasileiro, seja em qualquer esfera: federal, estadual ou municipal. 9 menor autonomia funcional, segundo a competência do órgão e de seus agentes (MEIRELLES, 2011, p.65). Corroborando com a essencialidade da gestão pública, DI PIETRO (2009) disserta que esse termo pode ser visto como um conjunto de serviços públicos, sendo que sua organização, atribuições e desempenho possuem características particulares que proporciona competência e prerrogativa de trabalhar, fiscalizar e executar as diretrizes fixadas pelo Governo. A Administração Pública é reconhecida por problemas, corrupção, burocratização, gastos excessivos e falta de comprometimento dos entes públicos com os cidadãos; enfim, há uma série de dificuldades. Assim, falar sobre gestão eficaz e eficiente parece utópico, porém no uso de suas atribuições, o gestor público deve adotar postura coesa, firme e transparente, a fim de realizar suas atribuições de forma íntegra, inclusive ao gerir contratos. Uma das prerrogativas da administração pública é ofertar produtos, serviços e bens de qualidade para seu povo. Essa aquisição de produtos e serviços para população se dá através de normativas específicas. Assim, a administração pública que contempla o governo federal, estaduais e municipais precisa adquirir bens e serviços para que máquina pública não pare, e além disso, é vital ofertar à sociedade o máximo de qualidade nessas aquisições. É via Licitação que a administração pública adquire bens e serviços, mas afinal o que é isso? Segundo Portal da Transparência Licitação é: Licitação é o processo por meio do qual a Administração Pública contrata obras, serviços, compras e alienações. Em outras palavras, licitação é a forma como a Administração Pública pode comprar e vender. Já o contrato é o ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que há um acordo para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas (PORTAL DA TRANSPARÊNCIA, 2020, online). Ressalta-se que a licitação deve ser considerada sempre como regra, ou seja, a exceção deve ser tratada pontualmente. Como assim professor? A licitação é regida e respaldada pela Lei 8.666/93, estando preceituada como lei máxima das compras públicas. A Lei 8.666/93 ainda dispõe que obras, vendas, publicidade, alienações e locações devem ser obrigatoriamente realizadas via processo licitatório (BRASIL, 1993). Portanto, qualquer que seja o processo de compra, venda, locação, serviços de obras e engenharia sempre será regido por 10 um processo licitatório, ou em casos pontuais esse processo será dispensado, mais essas exceções trataremos em outros capítulos do livro. A Licitação é considerada um processo administrativo, pelo qual opta- se pela proposta mais vantajosa celebrando assim um contrato entre empresa e administração pública. Promove também a competitividade e a isonomia entre todos interessados, atuando sempre como moralidade nos negócios administrativos (MEIRELLES, 2011). O artigo 2º da Lei 8.666, de 12 de junho de 1993, traz os objetos que devem necessariamente ser precedidos de licitação: Art. 2º – As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta lei (BRASIL, 1993). Gasparini cita exemplos de objetos da licitação: Podem ser objeto da licitação, por exemplo, uma obra pública (construção de uma cadeia), um serviço (manutenção de máquinas e equipamentos), uma compra (material de consumo), uma alienação (de bem público), uma locação, um arrendamento, uma concessão ou permissão de uso de bem público ou de serviço público desejado pela entidade obrigada a licitar, desde que possam ser obtidos mais de um ofertante ou se, por ela oferecidos, possam interessar a mais de um administrado (GASPARINI, 1995, p.296). Essas são algumas premissas da licitação, contudo, como se trata de procedimento tão falado, se faz importante e mister contextualizar a sua importância histórica dentro das compras públicas. O processo de compras geralmente é visto como algo complexo e distante da sociedade. Apesar de possuir ritos, procedimentos, fases, é comandado por pessoas, e por vezes uma minoria acaba sujando em si a imagem de um processo que deveria conter extrema lisura. É fato que as compras na administração pública exigem conhecimento minucioso por partes de todos envolvidos. Ao contrário do que se observa na esfera privada, a liberdade de escolha não é uma premissa fundamental nos processos de compras, ou seja, eventuais direcionamentos não são permitidos, apenas se estiverem devidamente fundamentados (COSTA; MASSUQETO, 2018). A licitação, portanto, deve ser vista como um mecanismo pertinente e obediente a administração pública, aliás é por via da licitação que os interessados 11 são convocados para apresentação das propostas (DI PIETRO, 2012). A licitação equivale a uma “[...] oferta dirigida a toda a coletividade de pessoas que preencham os requisitos legais e regulamentares constantes do edital” (DI PIETRO, 2012, p.371).A licitação apresenta ainda outros aspectos que a torna interessante como algumas restrições, sendo algumas listadas a seguir: 1° É vedado aos agentes públicos: I – admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991 (BRASIL, 1993). Logo, pode-se dizer que a licitação é um procedimento que antecede a celebração de contratos com o poder público, visando a seleção da proposta mais vantajosa (DI PIETRO, 2012). Como exposto anteriormente a licitação possui a prerrogativa de selecionar a proposta mais vantajosa, contudo essa seleção deve ser primada por princípios e respeito ao exposto no instrumento convocatório, ou seja, o edital. Por esse motivo a licitação deve: [...] possibilitar uma igualdade de oportunidades entre aqueles que desejam contratar com a Administração [...] deve permitir também que seja feita a melhor escolha dentre o universo de fornecedores, possibilitando a realização da melhor contratação possível para a Administração Pública, evitando-se assim apadrinhamentos, favorecimentos e perseguições (COSTA; MASSUQETO, 2018, p. 8). É exatamente por esse motivo que o processo licitatório deve estar respaldo em uma lei específica, pois isso significa que está em consonância ao princípio da legalidade. Além de ser legal, a licitação deve respeitar e primar pelo tratamento igualitário entre os participantes não promovendo nenhum tipo de benefício para nenhuma parte interessada (COSTA; MASSUQETO, 2018). Assim pode-se concluir que a Administração Pública seja em qual esfera esteja amparada que a mesma não possui o livre arbítrio para contratar. Toda e qualquer contratação seja por licitação ou por dispensa e inexigibilidade (veremos nos capítulos posteriores) deve ser estritamente pautada pela observância dos dispositivos legais e pelo respeito aos princípios norteadores do processo licitatório. 12 1.3 LICITAÇÕES: ESTRATÉGIAS E PROCESSOS. A Licitação como demonstrado anteriormente busca efetivar compra de bens e serviços como assertividade, atendendo aos princípios e respeitando as normas legais e morais. A Licitação é resumida, sendo um processo administrativo, respaldado legalmente que através de princípios consagrados abastece o Estado com bens e serviços (FIGUEIREDO, 1994). A licitação algumas estratégias, principalmente no que consiste a habilidade da Comissão de Licitações e do pregoeiro na negociação com os fornecedores. Contudo, o planejamento estratégico macro desse procedimento administrativo está em selecionar a proposta mais vantajosa, e dessa forma propiciar oportunidades àqueles que desejam contratar com a administração pública. Já se você está do outro lado da moeda, ou seja, quer comercializar seus produtos e serviços com os entes públicos há algumas estratégias, a seguir será exposto uma breve reflexão sobre esse tema: Enfim, sendo você do setor público ou privado, certamente suas experiências e vivência nesse setor contribuirá para seu crescimento, tendo em vista o leque de conhecimento que se pode obter sobre o tema. 1.4 EXPERIÊNCIAS DE COMPRAS NO SETOR PÚBLICO X SETOR PRIVADO. A dicotomia entre empresa pública e privada sempre existiu, e arrisco-me a inferir que sempre existirá. As convergências e divergências sobre esses setores se tornou tema interessante de ser tratado no âmbito do setor de compras. A https://bit.ly/3uh4YLo 13 empresa privada, tal qual a organização do Estado, é considerada conceitualmente: Uma burocracia. Na grande empresa privada moderna a figura do proprietário não mais existe, é substituído pelo gestor, pelo administrador profissional, que, se de um lado não tem a lei para regular sua autoridade, possui normas internas escritas, numa organização hierarquizada e também burocrática (MOTTA & PEREIRA, 1991, p. 39) A empresa privada é controlada por profissionais guiados, ou seja, direcionados por normas e procedimentos específicos, portanto, não há interferência de poderemos como o legislativo, assim, consequentemente a burocracia tende a ser menor predatória e corrosiva ao processo (COSTA, 2000). Você pode se perguntar, mas se a administração pública busca a seleção da proposta mais vantajosa e a esfera privada compartilha do mesmo princípio, o que diferencia tanto uma da outra? Elementar que a economia é algo convergente entre ambas (pública e privada), contudo, quando se fala em seleção da proposta mais vantajosa, nem sempre a mais econômica e rentável será a vencedora, justamente porque outros princípios devem ser respeitados, como: eficiência, legalidade, moralidade, transparência, e uma série de outras categorizações que veremos nos próximos tópicos. Na contramão a esfera privada prima pela economicidade em primeiro plano, e como seu poder de barganha nas negociações é muito maior, por não conter outras regras para serem seguidas, geralmente o preço efetivado em compras entre um setor e outro é muito diferente (FIGUEIREDO, 1994). Dessa forma, Costa (2000, p. 8) contribui expressando que: Demonstra-se que a diferença entre os dois sistemas de compras (entre o setor público e as empresas privadas) não reside na sua estrutura de propriedade. Mas então, qual a diferença entre os sistemas? A licitação visa a selecionar a proposta mais vantajosa e propiciar iguais oportunidades àqueles que desejam contratar com a Administração Pública. A “contratação vantajosa” é um objetivo comum entre a empresa privada e a Lei de Licitação. Entretanto, a igualdade entre os participantes (licitantes) não tem a mesma característica nos dois sistemas. Nas empresas públicas essa contratação assume importância capital, sendo um princípio constitucional norteador do próprio Estado de Direito. O setor privado possui algumas métricas específicas como a avaliação de 14 fornecedores, visando atender os padrões de qualidade e eficiência, adotando assim, uma espécie de ranking para futuras compras (BRAGA, 2006). A imagem a seguir demonstra as principais diferentes entre os modelos de compras (público e privado): Figura 1: Demonstrativo das diferenças entre os modelos de compras Fonte: Costa (2000, p. 30). O modelo apresentado não esgota as discussões sobre o assunto, contudo, se tornou um caso que expressou de forma detalhada as compras nas empresas privadas e as licitações no setor público. 15 FIXANDO O CONTEÚDO 1. No livro da disciplina, observamos que o termo Administração Pública possui vários conceitos, entretanto, podemos afirmar, com segurança, que, dentre outros conceitos, a mesma é conhecida por gerir recursos de forma adequada, sempre preservando o interesse da coletividade. Sendo assim, analise os conceitos expressos abaixo. I. A Administração Pública utiliza o aparelho do Estado, sendo que a gestão e prestação de serviços é seu dever para satisfazer as necessidades da sociedade. II. A administração Pública é a organização e a gerência de homens e materiais, visando os propósitos do governo. III. Os interesses individuais são o foco da Administração Pública, que visa agradar seus cidadãos de maneira pontual e incisiva. IV. O conceito de Administração Pública pode ser definido como um governo que reúne consigo um conjunto de ideias, normas, atitudes, instituições e outras formas de conduta humana. É correto o que se afirma em: administraçãoprivada. órgãos o qual trabalha. Sobre administração pública, assinale a alternativa correta. a) Permite que haja liberdade para transitar entre setor ou departamentos para os a) apenas os conceitos I e II estão corretos. b) apenas os conceitos I, II e III estão corretos. c) apenas os conceitos II e III estão corretos. d) apenas os conceitos II, III e IV estão corretos. e) apenas os conceitos I, II e IV estão corretos. 2. A administração pública tem várias nuances e particularidades em relação à 16 b) É voltada ao bem individual. c) Apesar de ser voltada ao interesse coletivo, permite que os cidadãos trabalhem para proveito próprio em determinadas situações. d) O interesse público e o bem coletivo são duas características da administração pública. e) A administração pública possui diferentes interpretações, em alguns municípios, por exemplo, o interesse particular sobrepõe o interesse coletivo. 3. As compras públicas tem sido alvo de grande discussão nos meios públicos principalmente pelos fatos constantes noticiados nas mídias, principalmente quando o assunto se remete a aquisições via processos licitatórios. Sobre essa questão, avalie as alternativas abaixo e assinale a alternativa correta: a) Não há critérios definidos, muito menos legislação específica para compras públicas. b) A Lei nº 10.520/2002 trata especificamente da modalidade concorrência pública realizada de forma eletrônica. c) O governo utiliza exclusivamente o sistema de pregão eletrônico para compra de produtos e serviços. d) A Lei nº 8.666/1993 versa sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. e) Os municípios tem autonomia para adquirir de forma direta produtos e serviços até o valor R$ 50.000,00. 4. O processo de compras está altamente disseminado entre os gestores da administração pública, todavia o mesmo obedece a princípios e normas específicas. a) O processo de licitação é utilizado somente por órgãos públicos de âmbito federal. Sobre o processo de licitação, analise as alternativas abaixo e assinale a correta. 17 b) No processo de licitação podemos escolher as seguintes modalidades: tomada de preços, convite, concurso, leilão, concorrência e pregão. c) O princípio da economicidade citado na lei é voltado exclusivamente em conteúdo para a diminuição de integrantes da máquina pública. d) O princípio da impessoalidade é quando dando tratamos iguais a todos participantes ou envolvidos no processo de licitação, tornando o mesmo legal perante aos órgãos de licitação. e) A modalidade leilão destina-se a confeccionar contratos denominados de registro de preços, onde o órgão poderá fazer aquisição durante dois períodos subsequentes, totalizando assim, no mínimo 05 (cinco) anos de contrato. 5. Se tornou rotineiro assistirmos, em telejornais, notícias relacionadas à corrupção em seus diversos meios espúrios e sujos. A ética, a moralidade e todos os demais princípios que regem nossa sociedade são deixados de lado, na busca incessante do enriquecimento ilícito, pois até onde enxergamos, o crime “compensa” para quem tem dinheiro e poder. Reportagens contendo fraudes em licitações, apropriações indébitas, corrupção ativa, práticas ilícitas, privilégio de informações, abusos de poder são constantemente ventiladas, tanto que a sociedade já está cansada de tantas notícias desse porte. A partir do contexto mencionado anteriormente grande parte dos desvios de conduta praticadas pelo servidor público quebram o princípio da a) Moralidade. b) Economicidade. c) Eficiência. d) Celeridade. e) Vinculação ao Instrumento Convocatório. 6. A Administração Pública é regida por diversos princípios, os quais norteiam os caminhos éticos e corretos do Estado. Dentre os vários princípios instituídos pela Constituição Federal de 1988, há o famoso chamado “LIMPE” citado nas aulas da disciplina. A partir disso, visualize as questões a seguir e identifique quais princípios fazem parte do LIMPE: 18 Distrito Federal e dos Municípios, seja Direta ou Indireta, deverá obedecer aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, economicidade, razoabilidade e ter por finalidade precípua a promoção do bem-estar social. Um dos princípios elencados na Constituição Federal versa sobre a atuação administrativa do servidor público, na qual o mesmo deve ser pautada não apenas pela lei em si, mas por princípios éticos de boa fé, lealdade, probidade. Considerando o contexto acima, podemos classificar o princípio descrito como: a) Impessoalidade. b) Moralidade. c) Legalidade. d) Publicidade. e) Eficiência. 8. A administração privada procura a todo tempo o lucro e o aumento dos seus ativos. Fato esse óbvio, pois, sem essa obsessão a empresa geralmente está fadada ao fracasso. Sobre administração privada, leia as ponderações abaixo: I - A administração privada é igual a administração pública. Pois II - As duas buscam dois objetivos distintos, uma (privada) almeja o lucro e a outra (pública) busca o interesse coletivo. a) Legalidade, Publicidade e Isonomia. b) Isonomia, Celeridade e Julgamento Objetivo. c) Legalidade, Publicidade e Eficiência. d) Celeridade, Publicidade e Julgamento Objetivo. e) Publicidade, Vinculação ao Instrumento Convocatório e Eficiência. 7. A Administração Pública de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 19 É correto o que se afirma em: a) a assertiva I está correta e a assertiva II incorreta. b) a assertiva II está correta e a assertiva I incorreta. c) a assertiva II complementa a assertiva I. d) a assertiva I complementa a assertiva II. e) as duas assertivas estão corretas. 20 PROCESSOS LICITATÓRIOS 2.1 NOÇÕES BÁSICAS DA LEI Nº 8.666/1993. A Licitação como contextualizado nos tópicos anteriores é embasada como obrigatória na administração pública. A Lei 8.666/93 constituiu a licitação como principal instrumentos de compras/aquisições de bens e serviços públicos, além de eventuais vendas de bens inservíveis a administração. A respeito dos princípios da licitação de uma forma restrita pode-se afirmar que os mesmos estão em consonância com o que rege a administração pública, bem como no disposto pela Constituição Federal. “É uma decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse público e que se constitui em uma restrição à liberdade administrativa na escolha do contratante, a administração terá que escolher aquela cuja proposta melhor atenda ao interesse público” (DI PIETRO, 2012, p.374). No artigo 3º da legislação em vigor, no caso, a Lei nº 8.666/93 que são encontrados os princípios declarados que regem o procedimento licitatório, que inclusive vão ao encontro da importância desse processo administrativo tão utilizado em território brasileiro: Art. 3º – A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, d publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhe são correlatos (BRASIL, 1993). A figura a seguir retrata e descreve os princípios que regem o processo licitatório: UNIDADE 21 Figura 2: Princípios que regem a licitaçãoFonte: Extraído de Tribunal de Contas da União (2009) Os princípios expostos anteriormente retratam a lisura que um processo licitatório deve conter, além disso, eles são convocados sempre que houver necessidade de “verificação da validade ou invalidade de atos do procedimento levando em consideração esses princípios” (CARVALHO FILHO, 2009). Ressalta-se que o processo licitatório deve espelhar o princípio da igualdade, o colima da impessoalidade que assim impede qual “impede qualquer forma de privilégios. Da igualdade é, pois, que decorre a legitimidade do procedimento. Desta forma, a licitação deverá sempre perseguir o interesse público, dele nunca podendo se afastar” (TELLES, 1995). 22 2.2 PRINCÍPIOS APLICAÇÕES AO PROCESSO LICITATÓRIO (FUNÇÃO REGULATÓRIA). O processo licitatório é embasado pela Lei nº 8.666/93 que dispõe sobre compras públicas no território brasileiro em todos os âmbitos da esfera governamental. Ressalta-se que a licitação é regida por alguns princípios, sendo que muitos deles estão embasados também em dispositivos da Constituição Federal. A Licitação possui uma série de princípios expostos claramente na Lei nº 8.666/93, bem como alguns são expoentes da Constituição Federal. A figura 02 representa os princípios que serão expostos a seguir: Figura 3: Princípios da licitação Fonte: Elaborado pelo Autor (2020). A seguir veremos alguns princípios, iniciando pelo princípio da competitividade ou competição. O inciso do § 1º, do art. 3º, da Lei nº 8.666/93 dispõe em seu cerne ser vedado aos agentes públicos qualquer ato que frustre a competitividade em qualquer que seja a etapa do certame licitatório, seja mediante inserção de cláusulas, atos de convocação etc. (BRASIL, 1993). Em última instância, a inobservância dos princípios licitatórios restringirá, ainda que de forma reflexa, o princípio em tela. De forma objetiva, o Edital de licitação deve estabelecer o essencial, ou seja, o suficiente de forma genérica para não 23 cercear a participação de empresas, pois caso tenha o edital estará sujeito a impugnações. Portanto, a ampliação da disputa não significa necessariamente elencar qualquer condição para empresas participarem, contudo sempre deverá ser pautado com proporcionalidade de exigências, ou seja, pense como uma balança em que exigências demasiadas podem comprometer a competição (BRASIL, 1993). O princípio da isonomia é um dos princípios que inclusive estão elencados na Constituição Federal. Esse princípio garante o tratamento igualitário entre os participantes da licitação. Você já deve ter ouvido falar que todos são iguais perante a lei. É exatamente o que rege esse princípio, que elenca outros dispositivos como: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias (BRASIL, 1993). De forma específica em relação ao processo licitatório, esse princípio garante que todos terão tratamento igual na forma da lei, ou seja, sem tratamento diferenciado. É o que dita o princípio da isonomia que aliado ao princípio do instrumento convocatório permite aos licitantes que seus direitos sejam garantidos. Nesse sentido, observa-se a seguinte redação do art. 41 da Lei nº 8.666/1993: A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada”. Esse dispositivo é tão restritivo que se utilizou da expressão “estritamente vinculada”. Logo, não há espaços para arbitrariedades ou escolhas de licitantes por regras não estabelecidas no edital. No mesmo sentido, a Administração deve buscar a proposta mais vantajosa dentro das regras do edital e sem julgamentos subjetivos (BRASIL, 1993). A vinculação ao instrumento convocatório, portanto, resume-se em importante garantia que haverá lisura em todo processo, evitando assim eventuais favorecimentos ou direcionamentos nas compras realizadas pela gestão pública Esclarece também que esse princípio está ligado ao princípio da legalidade, 24 previsto no caput do art. 37 da Constituição Federal, bem como na Lei Federal de Processo Administrativo. Denota-se, assim, que o princípio da legalidade irradia seus efeitos em todos os atos da Administração, de modo que não existe interesse público à margem da lei (PORTAL DE COMPRAS PÚBLICAS, 2017, online). Observa-se que propostas em desconformidade com o edital devem ser prontamente desclassificadas, a fim de não permitir que afete as demais que satisfazem as cláusulas do instrumento convocatório. Esse princípio vem para “determinar que o edital deve ser obedecido, ou seja, o que está escrito no edital deve ser respeitado” (PORTAS DE COMPRAS PÚBLICAS, 2017, online). Sobre o princípio do julgamento objetivo observa-se clara semelhança ao princípio do instrumento convocatório, pois ele também objetiva o respeito ao edital, inclusive sobre as propostas apresentadas. Em seu dispositivo é reiterado que: É defeso ao legislador proibir utilização de qualquer elemento, fator sigiloso ou critério secreto, que diminua a igualdade entre os licitantes, lei nº 8.666, Art. 44, § 1º “É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade entre os licitantes” (BRASIL, 1993). Portanto, esse princípio direciona o julgamento objetivo do edital e das propostas apresentadas, não sendo permitido qualquer interpretação subjetiva do edital que possa favorecer ou prejudicar qualquer um dos participantes do processo licitatório. Além de favorecer a democracia, princípios como este dão mais segurança para fornecedores e prestadores de serviço bem preparados participarem de licitações (ZUCCO, 2019). Por fim, o princípio do procedimento formal trata da vinculação em que o processo licitatório está pautado, não apenas em relação as prescrições legais que regem o processo e todas suas fases. É importante ressaltar que os princípios citados pertinentes ao processo licitatório obedecem aos princípios básicos da administração pública (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência) como os critérios objetivos definidos no ato convocatório. 2.3 ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO E FASES DE DESPESAS. A licitação possui um rito processual até que seja emitido em seu fim um 25 contrato administrativo. Durante seu trâmite possui uma série de peculiaridades que, inclusive, estão dispostas na Lei nº. 8.666/1993 (BRASIL, 1993). No entanto, até que o ato fique disponível para assinatura de ambas as partes, há uma série de etapas cruciais anteriores. O fluxo de emissão de um contrato administrativo inclui: (1) Licitação concluída; (2) Definição de cláusulas contratuais com base no edital; (3) Validação interna; (4) Assinatura do contrato. Antes propriamente do contrato, a licitação pode ser dividida em cinco fases (1) fase preliminar; (2) fase interna; (3) fase externa; (4) fase contratual e (5) fase posterior à contratação. Nesse momento apresenta-se os ritos processuais na Figura 03 a seguir: Figura 4: Fases do processo licitatório Fonte: Tribunal de Contas da União O Tribunal de Contas daUnião sistematizou as fases da licitação explanando a importância de cada uma delas. Na fase (1) as etapas incluídas fundamentam a tomada de decisão, ou seja, se tal objeto deve ser licitado ou não, bem como, observam necessidades de estimar recursos e escolher as reais necessidade do 26 público a ser atendido (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, 2010). Na fase (2) é a hora de se projetar o que se deseja licitar, nesse sentido Altounian (2011) corrobora com o fluxograma da Figura 03 quando menciona que essa fase é primordial para iniciar a fase interna da licitação com a elaboração do projeto básico, executivo, etc. Após sanar todas questões iniciais, chamada de fase interna, o edital estará apto para ser divulgado, iniciando assim a fase externa da licitação. Na fase (3) haverá recebimento de envelopes de habilitação e propostas dos licitantes, os quais serão analisados pela comissão de licitação devidamente estabelecida por portaria específica do órgão público responsável. Analisados os documentos a proposta mais vantajosa para administração pública será declarada vencedora, assim na fase 04 será elaborado o contrato administrativo. Ainda nessa fase o órgão responsável pelo certame licitatório será obrigado a fiscalizar o referido contrato para que não haja possibilidade de dano ao erário público (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, 2010). A fase 05 serve para que a operação estabelecida por esse contrato seja mantida. Essa fase serve principalmente para que diversas obras e empreendimentos não fiquem inacabados, o que torna-se um erro grave sistêmico existente nessa área (ALTOUNIAN, 2011). Este trabalho contextualiza o todo da Lei de Licitações, sua finalidade, enquadramento legal, as normas gerais e específicas sobre essa lei que dita as compras do setor público brasileiro. Leia o artigo completo em: https://bit.ly/3cPxQEr. Acesso em: 08 mar. 2021. https://bit.ly/3cPxQEr 27 1. É defeso a o legislador proibir utilização de qualquer elemento, fator sigiloso ou critério secreto, que diminua a igualdade entre os licitantes, lei nº 8.666, Art. 44, § 1º “É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade entre os licitantes”. Considerando o texto base acima, de qual princípio o mesmo está se referindo? proposta mais vantajosa celebrando assim um contrato entre empresa e administração pública. Uma de suas premissas é a promoção do desenvolvimento econômico sustentável e fortalecimento de cadeias produtivas de bens e serviços domésticos, além de promover a ____________ e a isonomia entre todos interessados, atuando sempre como moralidade nos negócios administrativos. Leia as assertivas a seguir e escolha a que preenche de forma correta a lacuna apresentada: a) Princípio da Moralidade. b) Princípio da Impessoalidade. c) Princípio do Julgamento Objetivo. d) Princípio do Procedimento Formal. e) Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório. 2. A Licitação é considerada um processo administrativo, pelo qual opta-se pela a) Competitividade. b) Soberania. c) Instituição do Direito Público. d) Impessoalidade. e) Isonomia. 3. Trata da vinculação em que o processo licitatório está pautado, não apenas em 28 relação as prescrições legais que regem o processo e todas suas fases. Nesse mesmo sentido existe o princípio de vinculação ao instrumento convocatório já que por esse princípio não só a Administração Pública como o licitante são obrigados à respeitar os limites e ditames do instrumento convocatório. destruição nas cidades brasileiras. Tempestades, vendavais, granizo, e uma série de outras questões, como até mesmo a seca prolongada em algumas regiões do país. Eventos assim são atípicos e difíceis de serem previstos com antecedência que permita a administração pública planejar algumas ações proativas, geralmente as tomadas de decisões são reativas, ou seja, após o evento acontecer. Em casos urgentes a administração pública poderá realizar compras em regime de urgência, fazendo: Distrito Federal e dos Municípios, seja Direta ou Indireta, deverá obedecer aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, economicidade, razoabilidade e ter por finalidade precípua a promoção do O texto base acima está retratando qual princípio? a) Princípio da Moralidade. b) Princípio da Impessoalidade. c) Princípio do Julgamento Objetivo. d) Princípio do Procedimento Formal. e) Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório. 4. Nos últimos anos não é raro observarmos eventos da natureza que provocam a) licitação na modalidade convite. b) abrindo um processo de inexigibilidade. c) efetuando a compra sem processo. d) abrindo um processo de dispensa de licitação. e) nesse caso permite-se a contratação de pessoa física. 5. A Administração Pública de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 29 bem-estar social. Um dos princípios elencados na Constituição Federal versa sobre a atuação administrativa do servidor público, na qual o mesmo deve ser pautada não apenas pela lei em si, mas por princípios éticos de boa fé, lealdade, probidade. Considerando o contexto acima, podemos classificar o princípio descrito como: gosta principalmente de músicas clássicas de cada região. No sul, por exemplo, temos o sertanejo especificamente no Estado do Paraná, no nordeste o forró é característica do povo, dentre outros exemplos. Pensa na seguinte hipótese, a prefeitura de uma cidade localizada no Estado do Paraná quer contratar a dupla Jorge e Mateus (tipicamente sertaneja) para as festividades da cidade. Como contratar a dupla citada anteriormente sem passar por um processo de licitação? a) O gestor público tem o poder de decisão e poder escolher quem ele quiser, sem prestar contas, por que simplesmente é um gosto do mesmo. b) O gestor público tem que se pautar nas hipóteses de Inexigibilidade, pois desde haja uma pesquisa de preços para balizar o valor, e seja esses profissionais de grande notoriedade no setor artístico, poderá o mesmo contratar. c) A contratação poderá ser dispensada, porque a cidade inteira adora e venera a dupla Jorge e Mateus, essa justificativa já basta no processo. d) O gestor público poderá se valer do artigo de hipótese de Inexigibilidade que trata de fornecedor exclusivo, porque somente a dupla Jorge e Mateus toca a canção Voa Beijar Flor. a) impessoalidade. b) moralidade. c) legalidade. d) publicidade. e) eficiência. 6. Sabemos que o Brasil é um país tipicamente “festeiro”, onde o povo brasileiro 30 e) Nos casos de contratação de cantores, a Lei nº 8.666/1993 sempre se deve fazer licitação. 7. Sabemos que a licitação segue um rito processual que muitas vezes despende muito tempo entre a visualização da demanda pelo órgão até a efetiva entrega do produto ou serviço pelo vencedor do certame licitatório. Pois bem, observamos que durante nossas aulas foi explicado sobre a Inexigibilidade, sobre isso assinale a alternativa correta. a) A Inexigibilidade é uma etapa do processo de licitação. b) A Inexigibilidade não está disposta claramente na Lei nº 8.666/1993, sendo criada uma Lei alternativa de número 10.520/2002. c) A Inexigibilidade é quando visualizamos por exemplo um único fornecedor, seja de produtos ou serviços, nesse caso, como não haverá possibilidade de competição, automaticamente (desde que comprovado) não se faz necessário o processo de licitação. d) A Inexigibilidade é uma possibilidade de dispensa de licitação elencada na Constituição Federal de 1988. e) O gestorpúblico poderá aplicar a Inexigibilidade sempre que julgar necessário, sem precisar comprovar no processo sua real aplicação. 8. Pense na seguinte hipótese. O Brasil está sendo ameaçado por um país da América Latina. Essa ameaça consiste na invasão das fronteiras e tomada de poder, fazendo de nosso país uma colônia novamente. Como essa ameaça está prestes a ser cumprida, o Brasil decidiu efetuar uma compra emergencial de armamentos de guerra para enfrentar esse inimigo, pergunta, como conseguir comprar de forma rápida essas armas se a Lei de Licitações exige todo um processo legal e burocrático. a) Devemos abandonar o país e entregar nossas fronteiras ao inimigo. b) Não temos “escapar” do processo licitatório, o gestor deverá coletar orçamentos Analise a alternativa abaixo e assinale a correta. 31 de forma rápida, e agilizar o máximo o processo de licitação, mas é preciso pedir ao inimigo que não invada antes de 90 (noventa) dias. c) O gestor público poderá dispensar a licitação nesse caso, usando o dispositivo que trata sobre a possibilidade de comprometimento da segurança nacional. d) É preciso dialogar com inimigo e expor que nosso país já tem problemas em demasia com a política nacional. e) O gestor público poderá fracionar a compra do armamento escapando assim do processo licitatório. 32 ETAPA DAS CONTRATAÇÕES 3.1 MODALIDADES LICITATÓRIAS Os processos licitatórios têm em sua base características a serem observadas pelos gestores públicos. Além de fases pré-estabelecidas que serão aprofundadas no próximo tópico, o processo licitatório possui modalidades de licitações, cada uma com suas especificidades, com vistas a atender a necessidade de contratação demandada pela sociedade. A figura 04 ilustra as modalidades de licitação elencadas na Lei nº 8.666/93, além de expressa a modalidade Pregão que foi criada pela Lei nº 10.520/2002: Figura 5: Modalidades de Licitação Fonte: Felini (2015) A modalidade concorrência é utilizada para obras e serviços de engenharia que ultrapassem a quantia de 1.500.000,00. Sua utilização também é permitida quando se trata de compras e serviços acima de R$ 650.000,00, bem como nas eventuais alienações e compras de imóveis e bens da administração pública (BRASIL,1993). A concorrência é a modalidade de licitação mais ampla, com UNIDADE 0 33 procedimentos e prazos mais extensos. Uma de suas características é a obrigatoriedade de ser utilizada quando o valor para obra e engenharia for acima de R$ 3.300.000,00, ou nas licitações gerais que seu valor esteja acima do teto de R$ 1.430.000,00 (ZUCCO, 2019). Não há disputa de lances/valor nesse tipo de modalidade, sendo considerada a proposta com menor valor apresentado e que claro atenda aos dispositivos do edital (BRASIL, 1993). A modalidade tomada de preços trata de uma espécie de cadastros de eventuais interessados em participar do certame licitatório que atendam aos critérios do edital. Segundo art. 22 da Lei 8.666/93 essa modalidade é definida como: Art. 22, II - Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação (BRASIL, 1993). Segundo Spinelli e Luciano (2014) essa modalidade tem por característica atender contratações de médio porte, para obras e serviços de engenharia. Outra característica peculiar dessa modalidade exposta por Wahlbrinck (2006) é a existência da habilitação prévia dos licitantes, ou seja, há uma rígida conferência da documentação apresentada com fim de que licitantes que não estejam aptos para seguirem para fase de propostas, sejam desclassificados prontamente. O rito processual da tomada de preços pressupõe um prévio registro cadastral, contudo, nada impede que a fase de habilitação aconteça para verificação da documentação dos participantes. Essa modalidade de licitação permite que interessados e cadastrados que atendam as qualificações expostas no instrumento convocatório apresentem suas propostas para apreciação da administração pública. O cadastramento das empresas interessadas ocorre até o terceiro dia anterior à data fixada para o recebimento das propostas (BRASIL, 1993). A tomada de preços em vista da modalidade concorrência possui como característica ter mais celeridade processual, podendo ser utilizada em contratações de médio porte, ou seja, para obras e serviços de engenharia (ALEXANDRE, 2016). A modalidade convite está em desuso na administração pública brasileira, e porque chega-se a essa conclusão? Pois bem, nessa modalidade são escolhidos e convidados pelo menos 3 (três) participantes para o certame licitatório, ou seja, não 34 é a modalidade que expressa mais transparência. É considerada a modalidade de licitação mais simples e mais rápida (BRASIL/TCU, 2010). Segundo Di Pietro (2012) de acordo com a legislação, mesmo os interessados que não foram convidados podem participar do certame licitatório, desde que manifeste interesse em até 24 horas antes do início da sessão da licitação. Uma outra curiosidade é que essa modalidade dispensa a publicação no Diário Oficial ou em jornais de grande circulação, apesar de ser recomendado que tais medidas sejam realizadas (BRASIL, 1993). A modalidade concurso geralmente é utilizada para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, entre quaisquer interessados, por meio da instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital (BRASIL/TCU, 2010). Diferentemente do convite essa modalidade exige a publicação em veículos de imprensa com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. De acordo com Brasil (1993) o concurso deverá ser: Precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local estabelecido no edital, no qual deverá haver indicação para: I – a qualificação exigida dos participantes; II – as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho; III – as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos. O cadastro se refere à análise prévia da situação da empresa, com a verificação de sua habilitação jurídica, de sua regularidade fiscal, de sua qualificação econômico-financeira, de sua qualificação técnica e do cumprimento das exigências do Ministério do Trabalho com relação ao trabalho do menor, de acordo com a Lei N°. 8.666/1993. Após isso, a empresa recebe o “certificado de registro cadastral”, caso atenda a todos os requisitos. Seguindo a contextualização das modalidades licitatórias presente na Lei 8.666/93, chega-se ao Leilão. Essa modalidade está prevista no artigo 19 da Lei de Licitações e serve para ofertar “a venda de bens móveis e imóveis inservíveis para a administração pública ou de produtos legalmente apreendidos ou empenhados, ou para alienação de bens imóveis a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação” (BRASIL, 1993). Portanto, a modalidade leilão é utilizada para alienar bens, considerando assim o maior lance ofertado pelo interessado que satisfaça as condições impostas no instrumento convocatório. O Leilão é, portanto, utilizado para alienar bens da administração e utiliza o tipo de licitação de maior lance. O seu edital deve fixar regras utilizadas para definir o vencedor do certame. 35 Por fim, chega-se a modalidade Pregão, que foi instituído pela Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, para todos os órgãos e entidades da Administração dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (BRASIL, 2002). Já o pregão na forma eletrônica foi instituído pelo Decreto nº 5.450,de 31 de maio de 2005. O pregão é utilizado na contratação de bens e serviços considerados comuns, ou seja, aqueles que podem ser descritos sem maior complexidade, por meio de especificações usuais no mercado. Os itens adquiridos por essa modalidade são encontrados mais facilmente no mercado, e permitem que seus preços sejam comparados entre si, possibilitando que a compra pelo menor preço seja comparada (BRASIL, 2010). 3.2 FASES DOS PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS O rito processual do pregão em sua forma presencial inicia com a sessão pública por meio de propostas escritas e lances verbais. Já na sua forma eletrônica, os lances ocorrem via internet, por meio de sistema eletrônico. Um ponto importante é que o pregão não pode ser utilizado para contratação de obras, locações e alienações em geral (BRASIL, 2002). De acordo com Tribunal de Contas da União (2010) as principais diferenças entre o pregão presencial e o pregão eletrônico estão mostradas no quadro a seguir. Quadro 1: Principais diferenças entre Pregão Presencial e Pregão Eletrônico FASES PREGÃO ELETRÔNICO PREGÃO PRESENCIAL Sessão Pública Envio de Informações é feita a distância, via eletrônico. Envio de Informações se dá com a presença dos licitantes. https://bit.ly/3rVifYi 36 FASES PREGÃO ELETRÔNICO PREGÃO PRESENCIAL Abertura Os licitantes poderão participar da sessão pública na internet utilizando sua chave de acesso e senha ao sistema. É feito um credenciamento dos licitantes interessados em participar. Classificação das Propostas O pregoeiro verificará as propostas desclassificando aquelas que não estejam em conformidade com os requisitos estabelecidos no edital. O pregoeiro procederá à abertura dos envelopes contendo as propostas de preço e classificará o autor da proposta de menor preço Fase de Lances Os licitantes cujas propostas não forem classificadas podem oferecer lances. O licitante autor de menor proposta e os demais que apresentarem preços até 10% superiores a ela estão classificados para a fase de lance. Caso não haja pelo menos 3 (três) licitantes que atendam essas condições deverão ser convocados para a fase os demais, obedecendo a ordem de classificação das propostas e até no máximo de três, quaisquer que sejam os preços oferecidos. Autoria dos Lances É vedada a indicação dos licitantes responsáveis pelos lances. Os presentes na sessão pública sabem quem são os autores das propostas. Ordem dos Lances Os licitantes podem oferecer lances sucessivos independente da ordem de classificação. Os licitantes são classificados, de forma sequencial e apresentam lances verbais, a partir do autor da proposta de maior preço e os demais em ordem decrescente de valor. Término da Fase de Lances Ocorre por decisão do pregoeiro e o sistema eletrônico encaminha aviso de fechamento iminente dos lances, após o que transcorrerá período de até 30 minutos, aleatoriamente determinado. Ocorre quando não houver lances menores que o último ofertado. Habilitação Os documentos deverão ser enviados via fax após a solicitação do pregoeiro, ou de acordo com o encerramento da fase, conforme as cláusulas previstas no edital. A documentação deverá ser apresentada em envelope lacrado. 37 FASES PREGÃO ELETRÔNICO PREGÃO PRESENCIAL Recurso A intenção de recorrer pode ser realizada pelo licitante, de forma imediata e motivada, em campo próprio no sistema eletrônico. A intenção do licitante de recorrer deve ser feita de forma verbal, no final da sessão com registro em ata da síntese das razões. Adjudicação A falta de manifestação autoriza o pregoeiro a adjudicar o item ao vencedor do certame. A falta de manifestação autoriza o pregoeiro a adjudicar o item ao vencedor do certame. Fonte: Serviço Brasileiro de Apoio a Microempresas (2014). Sendo na sua forma presencial ou eletrônica, a modalidade pregão tem em sua essência a celeridade. Sua criação foi com o intuito de aumentar a disputa de preços entre os licitantes (BRASIL,2002). 3.3 PROJETOS BÁSICOS A Lei de Licitações trouxe em seu bojo inovações inerentes as fases que antecedem o processo administrativo, bem como, as fases posteriores, como o contrato. Uma das inovações foi na parte de engenharia, a qual obrigou a apresentação de um projeto básico para a contratação de qualquer obra ou serviço. Efetivamente o art. 7º impõe a necessidade da elaboração do projeto básico, sendo que a licitação poderá ser continuada somente após o término dessa etapa. Nesse contexto foi exposto o termo, contudo seu conceito e descrição ampla precisam ser demonstradas, sendo assim, esclarece-se que o projeto básico serve “para obras e serviços corresponde ao detalhamento do objeto de modo a permitir a perfeita identificação do que é pretendido pelo órgão licitante e, com precisão, as circunstâncias e modo de realizado” (BRASIL, 1993). Nos termos do art. 6; inc. IX, da Lei nº 8.666/93, o projeto básico é: o conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou o complexo de obras ou serviços, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do 38 empreendimento, e que possibilitem a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução. Desse conceito extrai-se o que servir para cada serviço ou obra a ser realizado de acordo com a natureza. A questão exposta anteriormente pode ser definida em uma palavra: transparência. Essa palavra que inclusive é um dos princípios que norteiam o processo público de compras, permite que a empresa participante do certame público saiba exatamente o descritivo técnico do serviço a ser realizado, não mais sendo permitido absurdos como alterações em locais na prestação de serviços, ou saber que parte do serviços ocorrerão em casas de autoridades do município, entre outras questões. Portanto, o projeto básico é elemento obrigatório a ser anexado ao edital de licitação, dele fazendo põe integrante, nos termos do art. 40, 2º, inc. I, da Lei nº 8.666/93. 3.3.1 Vantagens do projeto básico O projeto básico oferta alguns benefícios para administração pública principalmente ligado a economicidade alcançada com compras assertivas. Exemplo disso, se dá ao evitar que quantidade de produtos/materiais sejam adquiridas sem necessidade, ou seja, sem um prévio planejamento (TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAI, 2016). Como integra a convocação para licitar, o projeto básico auxílio o futuro contratado na definição da equipe que vai trabalhar e dos recursos a empregar. Uma vantagem bem nítida na implantação do projeto básico pode ser vislumbrada quando a prestação do serviço no estabelecimento do contratante, nesse sentido percebe-se que: O conhecido contrato para conservação e limpeza de uma unidade integrará as diversas áreas como recursos humanos, segurança e todos os locais a serem conservados. No caso, o contrato trará para dentro da organização pessoas estranhas à intimidade, não sendo raro a ocorrência de conflitos interpessoais decorrentes de cultura administrativa, muitas vezes de difícil equacionamento. Aí destaca-se o gerente de recursos humanos que, desenvolvendo o treinamento introdutório, por meio de sua equipe, sensibilizará o pessoal da contratada para o ambiente organizacional, desde a adequação de possuas e proibições, até os corriqueiros inevitáveis problemas 39 como comércio informal e clandestino, que frequentemente ocorrem (DIAS, 2001, p. 23) Na área de segurança,o projeto básico pode esclarecer questões de normas internas, horários, identificações, situações de revistas pessoais, além de tipificar o que de fato trata o zelo pelo patrimônio público naquele contrato, ou seja, dita os limites do contrato TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAI, 2016). Entre outras inúmeras vantagens, o projeto básico propicia a precisa definição do objeto, ou seja, o que será adquirido com determinada licitação, claro que isso tem que estar alinhado com capacitações constantes dos serviços, colocando a teoria em prática na montagem dos processos licitatórios. 40 FIXANDO O CONTEÚDO 1. O prefeito de uma cidade do interior do Estado de Minas Gerais pretende vender alguns bens da administração pública para direcionar esforços para o combate a pandemia do novo Coronavírus. São variados bens que encontram-se inservíveis para prefeitura, sendo: carros, computadores, motocicletas e até um terreno. Nesse caso a administração pública terá que optar por qual modalidade para única, ou seja, partiam do pressuposto que ambas tinham as mesmas especificidades e, portanto, tinham o mesmo objetivo. Com o passar do tempo, os estudiosos compreenderam que, apesar de haver pontos de semelhança, não mais era possível unificar ambas administrações, tendo em vista que uma visa especialmente o lucro (privada) e a outra tem por obrigação visar o bem coletivo da população. Um ponto que constantemente é ventilado em telejornais é a corrupção no sistema de compras público, geralmente nos processos de licitações. Isso se deu em virtude do aumento da autonomia burocrática e o excesso do poder discricionário dos agentes públicos. Com vistas a diminuir a discricionalidade do agente público, a Lei de Licitações nº 8.666/1993 foi criada, elencando algumas modalidades em seu processo de licitação. Elaborado pelo professor, 2018. Considerando o contexto apresentado e tomando por base as discussões realizadas, identifique quais das assertivas a seguir são modalidades de Licitação. realizar essa venda? a) Pregão. b) Leilão. c) Tomada de Preços. d) Concorrência Pública. e) Convite. 2. As administrações Públicas e Privadas, antigamente, eram estudadas de forma 41 I. Concorrência. II. Leilão . III. Convite. IV. Tomada de Preços. É correto apenas o que se afirma em: a) I e II, apenas b) I e III, apenas. c) II e III, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV. 3. A Lei 8.666/93, a famosa Lei de Licitações contempla em seu texto algumas modalidades de licitação. Cada modalidade possui uma característica própria. Nesse contexto das modalidades expostas no livro, apenas uma não foi oriunda da Lei 8.666/93, sendo criada anos depois. Estamos falando da modalidade? a) Leilão. b) Concorrência. c) Convite. d) Tomada de Preços. e) Pregão. 4. Leia a história a seguir: João, pregoeiro da Comissão de Licitações de um órgão público municipal se deparou com a seguinte situação. O prefeito da cidade quer se “livrar” de alguns bens inservíveis da administração, dentre eles constam carros, motocicletas, mobiliários, etc. O prefeito almeja com o dinheiro arrecadado, fazer investimentos em outras áreas de maior prioridade com saúde, educação e segurança pública. A demanda já chegou a equipe de licitações que trabalha junto a equipe de patrimônio para fazer o levantamento dos bens em questão. 42 Nesse caso, qual modalidade a equipe de Licitações deve escolher para abrir o processo licitatório ? É correto o que se afirma em: Considerando as informações, assinale a opção correta sobre o conceito de licitação. a) Conferir proteção aos direitos fundamentais de primeira geração contra as iniciativas arbitrárias do Estado. b) Analisa a questão da judicialização das políticas públicas de índole prestacional, bem como a quem dela se aproveita. c) Trabalho de formulação de políticas, que são efetivadas por meio de um sistema de prestação de serviços nas áreas de saúde, trabalho, cultura e educação. d) O procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitem às condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de formularem propostas. e) Representa uma estrita garantia de legalidade, planificabilidade, controlabilidade e previsibilidade. a) Pregão. b) Leilão. c) Tomada de Preços. d) Concorrência Pública. e) Convite. 5. A Lei Geral de Licitações e Contratos seguiu o caminho da “super legalização”, já que criou procedimentos rígidos e minuciosos reduzindo a discricionariedade do operador de compras na tentativa de melhor contratar a aquisição de bens e serviços. Em busca de maior eficiência no processo de compras, o governo federal, influenciado pelas ideias da Nova Gestão Pública, instituiu, por meio da Lei nº 10.520/2002, uma nova modalidade de licitação, denominada pregão, conhecido como o leilão às avessas (adaptado). 43 6. De acordo com o Art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal: “Ressalvados os casos específicos na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública, que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações”. BRASIL. Constituição Federal de 1988. Brasília, DF. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 05 de julho de 2018. Diante dessa disposição constitucional, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. Para a escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme os critérios que constam no instrumento convocatório publicado na imprensa oficial, com uma antecedência mínima de 45 dias (Art. 22, § 4º da Lei nº 8666/93), utilizamos o Concurso. PORQUE I. O pregão será utilizado para a aquisição de bens e serviços comuns no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, por autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas públicas que explorem atividade econômica. a) As asserções I e II são proposições verdadeiras. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. 7. A licitação é um procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitem 44 às condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de formularem propostas, dentre as quais selecionará e aceitará a mais conveniente, para a celebração de um contrato. Para tanto, existem várias formas de licitação, que podem ser realizadas pela Administração Pública (adaptado). Sobre essa questão analise as assertivas a seguir: I. O pregão é a modalidade utilizada para a aquisição de bens e serviços comuns, no âmbito da União. II. A concorrência é realizada para a contratação de bens ou serviços que exijam um aporte maior de capital, conhecimento técnico, assim como envolve maior risco econômico e social entre todas as partes envolvidas. III. O leilão é realizado para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtoslegalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. IV. A tomada de preços é realizada entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem às condições mínimas exigidas no instrumento convocatório para cadastramento até o terceiro dia anterior a data do recebimento das propostas observadas a necessária qualificação. É correto o que se afirma em: a) I e II, apenas. b) III e IV, apenas. c) I, III e IV, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV. 8. A modalidade _________________é utilizada para obras e serviços de engenharia que ultrapassem a quantia de 1.500.000,00. Sua utilização também é permitida quando se trata de compras e serviços acima de R$ 650.000,00, bem como nas eventuais alienações e compras de imóveis e bens da administração pública. Qual opção a seguir preenche corretamente a lacuna? 45 a) Pregão. b) Leilão. c) Tomada de Preços. d) Concorrência Pública . e) Convite. 46 TERCEIRIZAÇÃO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 4.1 CONCEITOS SOBRE A TERCEIRIZAÇÃO A palavra terceirização remete a alguns significados, denotando assim sua importância sobre o tema. Torna-se crucial uma primeira reflexão sobre os tempos que vivemos, na qual as relações sociais estão pautadas com os níveis da vida humana. O trabalho tem sido substituído pela informação e conhecimento, e o resultado de tudo isso se dá com um estado permanente de mudança. Contudo, a qual trabalho está sendo citado, o braçal (operacional) ou o esforço intelectual? Ora, foram pautados apenas dois tipos de trabalhos dos inúmeros possíveis, entretanto, o trabalho aqui citado está permeado a tudo em que o ser humano está envolvido (TOFFLER, 1995). No contexto brasileiro, a globalização abriu novos horizontes com trocas diárias com outras economias globais e à busca de inserção competitiva no mercado internacional. O grande crescimento das estruturas organizacionais brasileiras antes da década de 1990 proveniente de alguns fatores como: despreocupação com custos e qualidade de produtos; reservas de mercado; incentivos fiscais e pouca concorrência nacional permitiram a observação que o parque industrial brasileiro não era capaz naquele momento de ofertar suprimentos que a população necessitava (QUEIROZ, 1992). Contextualizando o cenário da abertura da economia, as empresas brasileiras “perceberam que a verticalização e o isolamento do poder e o total controle de suas atividades causaram muitos problemas no desempenho” (GIRARDI, 1999). Dessa forma, essa questão culmina no desenvolvimento de seus projetos, agregando infelizmente falta de agilidade e competitividade empresarial. Permanecendo no contexto histórico, observa-se uma nova realidade econômica e financeira, na qual havia e há ainda hoje a necessidade de obter ganhos de produtividade e qualidade, uma vez que a globalização trouxe consigo a ampla concorrência, e consequentemente o conhecimento pelo consumidor de seus direitos e garantias, portanto, o mesmo se tornou mais crítico. Hoje, o Brasil, UNIDADE 0 47 entre várias exigências do universo corporativo está a busca de modernização do Estado, obtendo assim, novos padrões de qualidade e competitividade frente as empresas estrangeiras (GIRARDI, 1999). Ressalta-se que anteriormente foi exposto a visão brasileira da terceirização, entretanto, não é o que se vislumbra em âmbito mundial. Por exemplo: Nos Estados Unidos, o termo é conhecido como outsourcing; já na França, por soustraitance ou extériorisation; na Itália, por subcontrattazione; na Espanha, por subcontratación, e assim por diante. Todas essas denominações, excetuando se a brasileira, terceirização, demonstram a existência de um contrato civil de entrega de atividades a outra empresa (MORAES, 2008, p. 158) Em uma esfera administrativa a terceirização se refere aos procedimentos de gestão que consistem em confiar a outras empresas tarefas que estão dentro da atividade da empresa principal ou que são acessórias a esta atividade (manutenção, limpeza etc.). Essa questão inclusive permite que seja realizado um parêntese para enfatizar que no Brasil em via de regra, pode-se apenas terceirizar obrigações secundárias, jamais sua atividade principal, veja o exemplo a seguir: O termo “terceirização” tem em sua essência uma forma brasileira a questão de transferir a um “terceiro”. Contudo o que seria essa transferência? No âmbito empresarial, pega- se esse termo e utiliza-o para transferir ou mitigar responsabilidades empregatícias, reduzindo “encargos e obrigações trabalhistas, e, também, como instrumento apto a viabilizar a rápida substituição de trabalhadores” (MACIEL, 2015). https://bit.ly/3f5yY8w 48 Dessa forma, observa-se que os conceitos de terceirização repelem a possibilidade de existência dessa premissa na atividade central da empresa , mais comumente conhecida por atividade-fim. E caso isso ocorra, ou seja, caso atinja a atividade-fim, estar-se-á diante de mera intermediação, que com aquela não se confunde. Isto porque o controle de execução da atividade central será sempre realizado pela empresa, atraindo, a partir daí, o Direito do Trabalho, através do instituto da subordinação jurídica. 4.2 A TERCEIRIZAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. A função administrativa é a junção das atividades de fomento, polícia administrativa, serviço público e intervenção. Merece comentários a noção de serviço público como função administrativa do Estado, na medida em que o instituto da terceirização na Administração Pública é matéria a ser apreciada dentro deste conceito. A função administrativa, considerada em sua acepção objetiva (atividade de dirigir), pode ser realizada pelos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, assim como por terceiros autorizados a atuar em nome do Estado, como se dá com os permissionários e concessionários de serviços públicos (RAMOS, 2001, p. 92). De acordo com Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2004, p. 99), “serviço público é toda atividade material que a lei atribui ao Poder público, para que diretamente, ou por meio de seus delegados, sejam satisfeitas necessidades de interesse público, sob regime jurídico total ou parcialmente público”. Nesse contexto salienta-se que a prestação de serviços públicos é regida por princípios, dentre eles a igualdade, generalidade e a eficiência (DI PIETRO, 2004). Ser eficiente é um dos dogmas que a Administração Pública está procurando caracterizar, contudo, para que isso seja efetivado ideal que haja transferência para iniciativa privada. Esse princípio basilar da administração pública permite que o administrado preste o serviço de forma satisfatória, célere e efetiva (ALVES, 2014). Com o exposto chega-se a questão: qual (is) critérios a administração pública se baseia para decidir sobre uma terceirização? Em síntese, se uma atividade exigir um detalhamento demasiado a ser observado pelo eventual contratado, o que causaria dificuldades 49 para a fiscalização pela Administração Pública, deve se ponderar se este seria caso de terceirizar ou dar preferência à execução direta pelo Estado. Essa decisão é discricionária, onde deve prevalecer o bom-senso, ou seja, deve se decidir pela opção menos onerosa e mais eficiente ao atendimento do interesse público. Outro critério a ser analisado para que determinado serviço público seja terceirizado é se ele pode ser delegado a outrem. A partir daí, é possível identificar três espécies diversas de gestão dos serviços públicos: gestão estratégica, operacional