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MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS F B O N L I N E . C O M . B R ////////////////// Professor(a): Jorge Júnior assunto: números Complexos (C) – parte i frente: matemátiCa i OSG.: 122186/17 AULA 01 EAD – MEDICINA Resumo Teórico Noções iniciais Qual o número natural que adicionado a 3 dá soma igual a 1? Podemos equacionar esse problema assim: 3 + x = 1, no qual o conjunto universo é U = N e o conjunto solução, S = ∅. Em N, o problema anterior não tem solução, mas considerando uma nova categoria de números, a dos números inteiros negativos, cuja união com os números naturais nos dá o conjunto dos números inteiros (Z), temos a solução x = –2. Assim, a equação 3 + x = 1, no qual o conjunto universo é U = Z, tem conjunto solução S = {–2}, ou seja, existe um número que somado com 3 é igual a 1, só não é natural. É inteiro. Qual o número racional cujo quadrado é igual a 2? Podemos equacionar esse problema assim: x2 = 2, onde o conjunto universo é U = Q e o conjunto solução, S = ∅. Em Q, o problema anterior não tem solução, mas considerando os números irracionais, cuja união com os números racionais (Q) nos dá o conjunto dos números reais (R), temos as soluções x = 2 ou x = 2.− Assim, a equação x2 = 2, na qual o conjunto universo é U = R, tem conjunto solução S = −{ }2 2, , ou seja, existe um número cujo quadrado é igual a 2, só não é racional (razão de dois inteiros), é irracional (quando representado na forma decimal, apresenta infinitas casas decimais sem repetição periódica; não existem dois inteiros cuja razão seja igual a 2). Durante muito tempo, acreditou-se que os números inteiros (ou razão de dois inteiros) eram suficientes para se representar todas as medidas da natureza, do nosso mundo real. Os pitagóricos (seita existente na Grécia no século VI a.C., cujo fundador foi Pitágoras) viam os números racionais (inteiros ou razão de dois inteiros) como verdadeiras divindades, haja vista a condenação de Hipaso (discípulo de Pitágoras) à morte por afogamento, por ter conjecturado que a simples medida da diagonal de um quadrado de lado igual a 1 não era inteira nem razão de dois inteiros (era irracional, existia no nosso mundo real, mas não era racional). d = 2 é irracionald 1 1 Na época de Pitágoras, os números irracionais não eram conhecidos. Hoje, sabemos que os números reais são a união dos números racionais com os números irracionais (números com infinitas casas decimais sem repetição periódica como 2 1 41421 3 141592= =, ..., , ...π etc). Qual o número real cujo quadrado é igual a –1? Podemos equacionar esse problema assim: x2 = –1, onde o conjunto universo é U = R e o conjunto solução, S = ∅. Em R, o problema anterior não tem solução, mas considerando uma nova categoria de números, a dos números imaginários, cuja união com os números reais nos dá o conjunto dos números complexos (C), temos a solução x i= − =1 (unidade imaginária) ou x i= − = −1 . Assim, a equação x2 = 1, na qual o conjunto universo é U = , tem conjunto solução S = {– i, i}, isto é, existem números cujo quadrado é –1, só não são reais. São imaginários. Mal os matemáticos ocidentais haviam superado as dificuldades com os números negativos e irracionais, já se depararam com os números complexos, por volta do século XVI, por meio de trabalhos de vários matemáticos italianos, quando da descoberta da solução de equações cúbicas. Ao resolver a equação cúbica incompleta x3 – 15x – 4 = 0, o matemático bolonhês Rafael Bombelli (cerca de 1526-1573) obteve x = + − + − −2 121 2 1213 3 , passando a operar com a raiz quadrada de um número negativo –121( ) . Note: –121 = –1× (121) = 11 –1 = 11i . Mais tarde, outros matemáticos também utilizaram o símbolo –1 e, a partir daí, os números complexos começaram a perder um pouco do caráter sobrenatural que tinham até então, mas só foram totalmente aceitos no século XIX. 2F B O N L I N E . C O M . B R ////////////////// Módulo de estudo OSG.: 122186/17 Unidade imaginária Introduzindo o elemento matemático denominado unidade imaginária, que será indicado pela letra i, tal que i ou i= − = −1 12 , a equação do 2º grau x2 – 10x + 40 = 0, que no conjunto dos reais (R) não tem solução, passa a ter as soluções x = ± −5 15, ou seja, x i ou x i= + = −5 15 5 15 , só não são reais. São raízes imaginárias, pertencem ao conjunto (C – R), complementar dos números reais em relação aos números complexos. Usando diagramas, podemos representar o conjunto dos números complexos (C) e seus principais subconjuntos assim: • i = −1 • − = − −i 1 • 5 15+ i • 5 15− i 0,2 0 (Q – Z) (R – Q) Z N 1 2 0,333... 0,010020003... 1444444444444442444444444444443 Racionais (Q) Reais (R) Imaginários (C – R) Complexos (C) Irracionais (R – Q) p –1 (Z – N) –2 –3 2 1 2 Potências de base i = – 1 Observe os seguintes resultados, onde se tem i2 = –1: • i0 = 1 • i1 = i • i2 = –1 • i3 = i2 ⋅ i = (–1) ⋅ i = –i • i4 = i3 ⋅ i = (–i) ⋅ i = –i2 = –(–1) = 1 • i5 = i4 ⋅ i = 1 ⋅ i = i • i6 = i4 ⋅ i2 = 1 ⋅ (–1) = –1 • i7 = i4 ⋅ i3 = 1 ⋅ (–i) = –i • i8 = (i4)2 = 12 = 1 • i9 = i8 ⋅ i = 1 ⋅ i = i • i10 = i8 ⋅ i2 = 1 ⋅ (–1) = –1 • i11 = i8 ⋅ i3 = 1 ⋅ (–i) = –i Nesses resultados, nota-se, facilmente, que as potências de base i e expoentes múltiplos de 4 são todas iguais a 1. Veja: i0 = i4 = i8 = i12 = i16 = … = i4k = (i4)k = (1)k = 1, onde k ∈ N. Assim, dado in, com n ∈ n, temos: n r 4 ⇒ n = 4k + r resto: 0, 1, 2 ou 3 k Daí, i i i i i i se r i se r se r i se r n k r k r n r= = ⋅ ⇒ = = = = − = − = +4 4 1 0 1 1 2 3 , , , , 1 Exemplo 1: Sendo U = C, resolva a seguinte equação do 2º grau: 4x2 – 4x + 3 = 0. Solução: Usando a Fórmula de Báskara x = ± –b 2a ∆ , temos: x i x i= ± ⋅ = ± ⇒ = ± 4 32 2 4 1 2 2 2 – 4 8 4 2 8 Note: – 32 = (–1) = 4 –1 = 4 2i2 2 24 ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ Resposta: S = − 1 2 2 2 i; 1 2 + 2 2 i Exemplo 2: Sendo i a unidade imaginária, i2 = –1, calcule a soma S = i + i2 + i3 + i4 + i5 + ... + i2007. Solução: Observando que 2007 4 501 3 2004 = ⋅ +123 , temos: S i i i i i i i i i S i i i = + + + + + + + + + = + + + ( ... ) ( ) ( 2 3 4 5 2004 2005 2006 2007 2 3 ii i i i i i i i i i i i S i i zer 4 2 3 4 2 3 4 2 3 1 1 ) ( ) ... ( ) ( ) ( ) + + + + + + + + + + + + = − − + oo zero zero i i i i i i1 24 34 1 24 34 1 24 34+ − − + + + − − + + − − − ( ) ... ( ) ( )1 1 1 1 1 11 1 124 34 ∴ = = −S Resposta: –1 Exemplo 3: Se x é uma raiz da equação x2 + 1 = 0, calcule S = x4 + x8 + x12 + x16 + … + x112. Solução: I. x2 + 1 = 0 ⇒ x2 = –1 II. S = (x2)2 + (x2)4 + (x2)6 + … + (x2)56 S = (–1)2 + (–1)4 + (–1)6 + … + (–1)56 S = [(–1)21]1 + [(–1)2]2 + [(–1)2]3 + ... + [(–1)2]28 S S vezes = + + + + ⇒ =( ... )1 1 1 1 28 28 1 244 344 Resposta: 28 3 F B O N L I N E . C O M . B R ////////////////// OSG.: 122186/17 Módulo de estudo Definição de números complexos O conjunto C dos pares ordenados (x; y), no qual x ∈ R e y ∈ R, será denominado conjunto dos números complexos. Em símbolos: Z Z =∈ ⇔ ∈ ∈C R R( , ),x y sendo x e y . O número complexo Z = (x, y) também pode ser representado na forma algébrica Z = x + yi. O primeiro elemento do par ordenado (x) chama-se parte real ou componente real do número complexo Z, e indica-se por Re(Z) = x. O segundo elemento do par ordenado (y) chama-se parte imaginária ou componente imaginário, e indica-se por Im(Z) = y. Assim, por exemplo, são considerados números complexos: • Z = (0, 2) ou Z = 0 + 2i = 2i (número imaginário puro). • Z = (2, 0) ou Z = 2 + 0 × i = 2 (número real). • Z = (2, 2) ou Z = 2 + 2i (número imaginário). • Z = (–1, 5) ou Z = –1 + 5i. Propriedades dos números complexos Igualdade de números complexos Por tratar-se de pares ordenados, dois números complexos são iguais se têm, respectivamente, os mesmos componentes: (a, b) = (c, d) ⇔ a = c e b = d a + bi = c + di ⇔ a = c (partes reais iguais) 1 2 3 b = d (partes imaginárias iguais) Adiçãode números complexos Sendo dados Z 1 = (x 1 , y 1 ) e Z 2 = (x 2 , y 2 ), por definição, temos: Z 1 + Z 2 = (x 2 + x 2 ; y 1 + y 2 ) ou (x 1 + y i i) + (x 2 + y 2 i) = (x 1 + x 2 ) + (y 1 + y 2 )i Soma das partes reais Soma das partes imaginárias Exemplos: a) (–5, 2) + (3, 1) = (–2, 3) ou (–5 + 2i) + (3 + i) = (–5 + 3) + (2 + 1)i = –2 + 3i b) (1, –3) + (2, –2) = (3, –5) ou (1 – 3i) + (2 – 2i) = (1 + 2) + (–3 – 2)i = 3 – 5i Observação 1: O número complexo O’ = (0, 0) = 0 + 0i é o elemento neutro da adição de números complexos. De fato, para qualquer Z = (x, y) ∈ C, temos Z + 0’ = 0’ + Z = Z. Observação 2: Todo número complexo Z = (x, y) = x + yi apresenta um único oposto w = (–x, –y) = –x – yi = –(x + yi) = – (x, y). De fato, dados Z = (x, y) e w = (a, b), tais que Z + w = 0’, na qual 0’ = (0, 0), temos: ( ; ) ( , )x a y b x a e y b a x e b y + + = ⇒ + = + = ⇒ = − = − 0 0 0 0 Daí, w = (–x, –y) = –x – yi Multiplicação de números complexos Sendo Z 1 = (x 1 , y 1 ) e Z 2 = (x 2 , y 2 ), em que Z 1 , Z 2 ∈ C, definimos a multiplicação em C do seguinte modo: (x 1 ; y 1 ) ⋅ (x 2 ; y 2 ) = (x 1 x 2 – y 1 y 2 ; x 1 y 2 + x 2 y 1 ) ou (x 1 + y 1 i) ⋅ (x 2 + y 2 i) = (x 1 x 2 – y 1 y 2 ) + (x 1 y 2 + x 2 y 1 )i Note: y 1 y 2 i2 = y 1 y 2 ⋅ (–1) = – y 1 y 2 é real Exemplo 1: Dados Z 1 = (2, 3), Z 2 = (–3, –4), calcule: a) Z 1 ⋅ Z 2 Z 1 ⋅ Z 2 = (2, 3) ⋅ (–3, –4) = (–6 + 12; –8 – 9) = (6, –17) ou (2 +3i) ⋅ (–3 – 4i) = (–6 + 12) + (–8i – 9i) = 6 – 17i –12i2 = –12(–1) = 12 b) Z2 1 Z 1 ⋅ Z 1 = (2, 3) ⋅ (2, 3) = (4 – 9; 6 + 6) = (–5, 12) ou (2 + 3i) (2 + 3i) = (4 – 9) + (6i + 6i) = –5 + 12i 9i2 = 9(–1) = –9 c) Z2 2 Z 2 ⋅ Z 2 = (–3, –4) ⋅ (–3, –4) = (9 – 16; 12 + 12) = (–7; 24) ou (–3 – 4i) ⋅ (–3 – 4i) = (9 – 16) + (12i + 12i) = –7 + 24i + 16i2 = –16 Exemplo 2: Dados Z = (x, 2) e w = (3, –2), em que Z, w ∈ C, determine x e Z de modo que Z ⋅ w seja: a) real. b) imaginário puro. 4F B O N L I N E . C O M . B R ////////////////// Módulo de estudo OSG.: 122186/17 Solução: Z ⋅ w = (x + 2i) (3 – 2i) ⇒ Z ⋅ w = (3x + 4) + (–2x + 6) i Re(Zw) Im(Zw) 123 123 Então, devemos ter: a) –2x + 6 = 0 ⇒ x = 3 ⇒ Z = (3, 2) = 3 + 2i b) 3x + 4 = 0 e –2x + 6 ≠ 0 ⇒ x e= − − − + ≠ ⇒4 3 2 4 3 6 0 ⇒ Z i= − = − +4 3 2 4 3 2, Resposta: a) x = 3 e Z = 3 + 2i b) x e Z i= − = − +4 3 4 3 2 Exemplo 3: Dados Z 1 = 3 – 4i e Z 2 = (5, y), em que Z 1 , Z 2 ∈ C, calcule y para que se tenha Z 1 – 2(Z 2 )2 = (–45, 16) Solução: 3 – 4i – 2 ⋅ (5 + yi)2 = – 45 + 16i ⇒ 3 – 4i – 2 ⋅ (25 + 10yi + y2i2) = = – 45 + 16i. Daí: (3 – 50 + 2y2) + (–4 – 20y)i = –45 + 16i Observando a igualdade de números complexos (pares ordenados), devemos ter, ao mesmo tempo: I. – 47 + 2y2 = – 45 ⇒ y2 = 1 ⇒ y = 1 ou y = –1 II. – 4 – 20y = 16 ⇒ y = 1 Assim, y = 1 satisfaz as duas igualdades simultaneamente. Resposta: y = 1 Observação 1: O número complexo w = (1, 0) = 1 é o elemento neutro da multiplicação de números complexos. De fato, para qualquer Z = (x, y) = x + yi ∈ C, temos que: w ⋅ Z = Z ⋅ w = (x – 0; y + 0) = (x, y) = Z. Observação 2: Para qualquer número complexo Z = (x, y) = x + yi ≠ (0, 0), existe o inverso multiplicativo w = Z–1, tal que: Z ⋅ Z–1 = Z–1 ⋅ Z = (1, 0) = 1. De fato, sendo w = Z–1 = (x 0 , y 0 ) ≠ (0, 0), tal que: (x, y) ⋅ (x 0 , y 0 ) = (1, 0) ou (x 0 , y 0 ) · ( x, y) = (1, 0), temos: (xx 0 – yy 0 ; xy 0 + yx 0 ) = (1, 0) Daí: xx yy xy yx xx yy yx xy 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 − = + ={ ⇒ − =+ ={ Como x2 + y2 ≠ 0, resolvendo o sistema, obtemos: x y x x y y x x x x y e y x y x y y x y y x y 0 0 2 2 0 0 2 2 1 0 1 0 = − − ⇒ = + = − ⇒ = − + Logo, para todo Z = (x, y) ≠ (0, 0), existe Z = x x +y ; y x +y 1 2 2 2 2 − − , tais que Z ⋅ Z–1 = Z–1 ⋅ Z = (1, 0), em que Z, Z–1 ∈ C. Conjugado de um número complexo Z – Chamaremos de conjugado do número complexo Z = (x, y) = x + yi, e denotaremos por Z o número complexo da forma Z = (x, –y) = x – yi. Exemplos: a) Z = (–3, 0) = –3 ⇒ Z = (–3, –0) = –3 b) Z = (–2, –1) = –2 – i ⇒ Z = (–2, 1) = –2 + i c) Z = (0, –4) = –4i ⇒ Z = (0, 4) = 4i d) Z = (5, 5) = 5 + 5i ⇒ Z = (5, –5) = 5 – 5i Dados os números complexos Z = (x, y) = x + yi e Z = (x, –y) = x – yi, saiba que: • Z e Z são ditos conjugados; • o conjugado de um número real é o próprio número real. Veja: Z = (x, 0) = x é real e Z = (x, –0) = (x, 0) = Z, isto é, se Z = (x, 0), então, Z = Z = Re(Z) = Re( Z ). • Re( ) Re( ) Im( ) Im( ) Z Z x Z Z y = = = − = Propriedades dos números complexos conjugados Dados Z = x + yi e Z = x – yi, em que Z, Z ∈ C, isto é, x, y ∈ R, valem as propriedades: P 1 ) Z Z x Z Z + = = ∀ ∈ 2 Re( ), C . ↓ para todo (ou qualquer que seja) P 2 ) Z Z i y Im Z Z + = = ∀ ∈ 2 ( ), C . P 3 ) Z Z x y⋅ = +2 2, isto é, Z Z⋅ real não negativo, ∀Z ∈ C. P 4 ) Z Z Z Z Z Z1 2 1 2 1 2+ = + ∀ ∈, , C (o conjugado da soma é a soma dos conjugados). De fato, se Z 1 = a + bi e Z 2 = c + di, temos: • Z 1 + Z 2 = (a + c) + (b + d)i ⇒ Z Z1 2+ = (a + c) – (b + d)i • Z Z1 2+ = (a – bi) + (c – di) ⇒ Z Z1 2+ = (a + c) – (b + d)i 5 F B O N L I N E . C O M . B R ////////////////// OSG.: 122186/17 Módulo de estudo P 5 ) Z Z Z Z Z Z1 2 1 2 1 2⋅ = ⋅ ∀ ∈, , C (o conjugado do produto é o produto dos conjugados). De fato, se Z 1 = (a, b) e Z 2 = (c, d), temos: • Z 1 ⋅ Z 2 = (ac – bd; ad + bc) = (ac – bd; –ad – bc) • Z Z a b c d Z Z ac bd ad bc1 2 1 2⋅ = − ⋅ − ⇒ ⋅ = − − −( , ) ( , ) ( ; ) Divisão de números complexos (forma algébrica) Sejam Z 1 = x 1 + y 1 i e Z 2 = x 2 + y 2 i, onde Z 1 , Z 2 ∈ C e Z 2 ≠ (0, 0). Observando que Z Z Z Z Z Z 1 2 1 2 2 2 = · , temos: Z Z x y x y x y x y x x y y x y y x1 2 1 1 2 2 2 2 2 2 1 2 1 2 1 2 1 2= ( ) ⋅ −( )( ) ⋅ −( ) = + − +; ; ; ; ;(( ) +x y22 22 . Exemplo 1: Dados Z 1 = (–2, 3) e Z 2 = (1, 4), onde Z 1 , Z 2 ∈ C, calcule: a) Z Z 1 2 Z Z i i i i i i i i 1 2 2 3 1 4 1 4 1 4 2 12 8 3 1 16 4 4 = − +( ) +( ) ⋅ −( ) −( ) = − +( ) + +( ) + − + ⇒ ⇒⇒ = + = Z Z i1 2 10 17 11 17 10 17 11 17 , b) 1 1Z 1 1 1 2 3 2 3 2 3 2 3 4 9 6 6 1 1 1 1 1 1 Z Z Z Z i i i i i i Z Z = ⋅ = − +( ) ⋅ − −( ) − −( ) = − − + + − ⇒ ⇒ = 111 2 13 3 13 2 13 3 13 − = − − = − − i , c) Z Z 2 1 Z Z i i i i i i i i 2 1 1 4 2 3 2 3 2 3 2 12 3 8 4 9 6 6 = +( ) − −( ) ⋅ − +( ) − +( ) = − −( ) + −( ) + − + ⇒⇒ ⇒ = − − = − − Z Z i2 1 14 13 5 13 14 13 5 13 , Observação: Dados os números complexos Z 1 = x 1 + y 1 i e Z 2 = x 2 + y 2 i ≠ (0,0), vale a propriedade: Z Z Z Z 1 2 1 2 = (O conjugado do quociente é o quociente dos conjugados) De fato: • Z Z x x y y x y y x x y x x y y x y x y 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 2 2 2 2 1 2 1 2 2 2 2 2 1 2 = + − +( ) + = = + + − − ; yy x x y i Z Z x x y y x y x y y x 1 2 2 2 2 2 1 2 1 2 1 2 2 2 2 2 1 2 1 2 + ∴ ∴ = + + + − xx y i 2 2 2 2+ • Z Z x y i x y i x y i x y i x x y y x y x y 1 2 1 1 2 2 2 2 2 2 1 2 1 2 2 2 2 2 1 = −( ) − ⋅ +( ) +( ) = = + + + 22 1 2 2 2 2 2 − + y x x y i Exemplo 2: Determine m ∈ R, para que o número complexo Z i mi = + + 2 1 seja: a) real. b) imaginário puro. Solução: Temos: Z i mi mi mi m m i m Z m m = +( ) +( ) ⋅ −( ) −( ) = +( ) + − +( ) + ⇒ ⇒ = + + + − 2 1 1 1 2 2 1 1 2 1 2 2 22 1 1 2 m mi + + Então, devemos ter: a) − + + = ⇒ − + = ⇒ =2 1 1 0 2 1 0 1 22 m m m m b) 2 1 0 2 1 1 0 2 2 2 1 1 2 0 2 2 2 + + = − + + ≠ ⇒ = − − −( ) + + −( ) ≠m m e m m m e Resposta: a) m = 1 2 b) m = –2 Exemplo 3: Nos complexos, a raiz quadrada do número complexo Z são os números complexos da forma Z k = x + yi, tais que (Z k )2 = Z, em que K ∈ {0, 1}. Calcule, em C, as raízes quadradas de –9. Solução: Queremos Z k = x + yi, em que x, y ∈ R, tais que: (x + yi)2 = –9 + 0i ⇒ (x2 – y2) + 2xyi = –9 + 0i 6F B O N L I N E . C O M . B R ////////////////// Módulo de estudo OSG.: 122186/17 E, da igualdade de números complexos (pares ordenados), temos, simultaneamente: x y xy 2 2 9 2 0 − = − = Daí: 2 0 0 9 3 0 3 0 3 3 0 3 0 3 2 0 1 xy x y y Z i ou y Z i = ⇒ = ⇒ − = − ⇒ = ⇒ = + = ( ) = − ⇒ = − = −( ) , , = ⇒ = − ⇒ ∉ ou y x x0 92 R Logo, as raízes quadradas de –9 são 3i e –3i. Note: (± 3i)2 = –9 Exercícios 01. Sendo i = −1, as raízes complexas da equação x2 – x + 1 = 0 são iguais a: A) − − − +1 2 3 2 1 2 3 2 i e i B) − − +1 2 3 2 1 2 3 2 i e i C) 1 2 3 2 1 2 3 2 − − +i e i D) 1 2 3 2 1 2 3 2 − +i e i 02. (Uece) Os números complexos z 1 = p + qi e z 2 = m + ni são as raízes não reais da equação x3 – 1 = 0. O resultado numérico da expressão |p| + |q| + |m| + |n| é: A) 2 3+ B) 3 2+ C) 1 2+ D) 1 3+ 03. Se i é o número complexo cujo quadrado igual a –1, então, o valor de 5 · i227 + i6 – i13 é igual a A) i + 1 B) 4i – 1 C) –6i – 1 D) –6i 04. Seja Z i a i = + + 2 2 um número complexo. Calcule o valor de a de modo que Z seja: A) real. B) imaginário puro. 05. (UPF - Adaptado) Sendo Z o conjugado do número complexo Z, e i a unidade imaginária, o número complexo Z, tal que 5 12 16Z Z i+ = + , é igual a: A) –2 + 2i B) 2 – 3i C) 3 + 1 D) 2 + 4i E) 1 + 2i 06. (IFCE) Sendo i a unidade imaginária tal que i2 = –1, são dados os números complexos z 1 = 9 + 3i e z 2 = –2 + i. Ao calcular corretamente o produto z 1 · z 2 , obtemos o número A) 21 – 6i B) –18 – 6i C) –18 + 3i D) 18 – 3i E) –21 + 3i 07. (EEAR) Sabe-se que os números complexos Z 1 = [2m (3 + m)] + (3n + 5)i e Z 2 = (2m2 + 12) + [4(n + 1)]i são iguais. Então, os valores de m e n são, respectivamente: A) 3 e 1 B) 2 e 1 C) 2 e –1 D) 3 e –1 08. (Uepa) Um dos resultados importantes da produção de conhecimentos reside na possibilidade que temos de fazer a interação de múltiplos saberes. O conceito de número complexo é um bom exemplo dessa possibilidade exploratória da produção científica, ao permitir relações com álgebra, geometria plana, geometria analítica, trigonometria, séries e aritmética. Neste sentido, considere os números complexos z 1 = 2 + 2 · i, z 2 = 5 – 6 · i, z 3 = – 4 + 18 · i e os números reais k 1 e k 2 , tais que a soma dos números complexos k 1 z 1 e k 2 z 2 resulta o complexo z 3 . Nestas condições, o valor de kk12 é: A) 9 B) 8 C) 1 D) 1 8 E) 1 9 09. (UVA) Se S i i i i i i n = + + + + + +0 10 10 10 10 10 2 3 4 ... , onde i = −1 (unidade imaginária), então S é igual a: A) –1 B) n – 1 C) n D) n – 2 7 F B O N L I N E . C O M . B R ////////////////// OSG.: 122186/17 Módulo de estudo 10. (UEPB) O produto dos números complexos (3 – i) (x + 2yi) é um número real quando o ponto P(x, y) está sobre a reta de equação: A) 6x + y = 0 B) 6x – y = 0 C) x + 6y = 0 D) 6y – x = 0 E) 3y – x = 11. (Unicamp) Considere o número complexo z ai a i = + − 1 , onde a é um número real e i é a unidade imaginária, isto é, i2 = – 1. O valor de z2016 é igual a: A) a2016 B) 1 C) 1 + 2016i D) i 12. O valor do número real m, de modo que a expressão 3 2 2 18+ + +i mi mi seja um número real, no qual i é a unidade imaginária, pertence ao intervalo: A) [0, 1[ B) [1, 2[ C) [2, 3[ D) [3, 4] 13. Reduzindo o número complexo 1 1 + − itg itg α α à forma algébrica, obtemos: A) cos (2a) + i ⋅ sen (2a) B) – cos (2a) + i ⋅ sen (2a) C) cos (2a) – i ⋅ sen (2a) D) cos a + i ⋅ sen a 14. (FGV) Sendo i a unidade imaginária, então (1 + i)20 – (1 – i)20 é igual a: A) – 1024 B) – 1024i C) 0 D) 1024 E) 1024i 15. (Uece) O conjugado, Z , do número complexo Z = x + iy, com x e y números reais, é definido por Z = x – iy. Identificando o número complexo Z = x + iy com o ponto (x, y) no plano cartesiano, podemos afirmar corretamente que o conjunto dos números complexos Z que satisfazem a relação Z Z + Z + Z = 0 estão sobre A) uma reta. B) uma circunferência. C) uma parábola. D) uma elipse. Anotações 8F B O N L I N E . C O M . B R ////////////////// Módulo de estudo OSG.: 122186/17 Resoluções 01. Para a equação dada, temos que: ∆ = − = ⋅ − =1 4 3 1 3( ) i x i= ±1 3 2 Assim, as raízes são: z i1 1 2 3 2 = + e z i2 1 2 3 2 = − Resposta: D 02. Observando o produto notável (A – B) (A2 + AB + B2) = A3 – B3, temos que: x3 – 1 = 0 ⇒ (x – 1) (x2 + x + 1) = 0 Daí, x – 1 = 0 ⇒ x = 1 (raiz real) ou x x x x x i2 1 0 1 3 2 1 3 1 2 1 2 3 2 + + = ⇒ = − ± − ⇒ = − ± ⋅ − ⇒ = − ± Assim, as raízes não reais (imaginárias) da equação são: z i e z i 1 2 1 2 3 2 1 2 3 2 = − + = − − Daí, p m q n = = = = 1 2 3 2 e, portanto, p q m n+ + + ⇒ ⋅ + ⋅ = +2 1 2 2 3 2 1 3 Resposta: D 03. Lembre-se que: i0 = 1; i1 = i; i2 = –1, i3 = –i e para n ≥ 4 temos que in = ir, onde r é o resto da divisão de n por 4. Daí, dividindo-se 227, 6 e 13 por 4, obtemos restos respectivamente iguais a 3, 2 e 1. Daí, ficamos com: 5·i227 + i6 – i13 = 5 · i3 + i2 – i1 = 5 · (–i) + (–1) – i = – 6i – 1 Resposta: C 04. Z i a i Z i a i a i a i Z a i ai i a i = + + → = + ⋅ − + − → = − + − − →2 2 2 2 2 2 2 4 2 4 2 2 2 ( ) ( ) ( )( ) ZZ a a i a Z a a a a i= + + − + + → = + + + − + + ⋅( ) ( ) ( )2 2 4 4 2 2 4 4 42 2 2 Z i a i Z i a i a i a i Z a i ai i a i = + + → = + ⋅ − + − → = − + − − →2 2 2 2 2 2 2 4 2 4 2 2 2 ( ) ( ) ( )( ) ZZ a a i a Z a a a a i= + + − + + → = + + + − + + ⋅( ) ( ) ( )2 2 4 4 2 2 4 4 42 2 2 I. Z é real → − + + =4 4 0 2 a a → – 4 + a = 0 → a = 4 → Z = =10 20 1 2 II. Z é imaginário puro → 2 2 4 0 2 a a + + = → 2a + 2 = 0 → a = –1 → Z i i= − ⋅ = −5 5 Resposta: A) a = 4 B) a = – 1 05. Sendo Z = a + bi, onde a e b são reais, temos que Z = a bi.− Logo, 5 a + bi + a bi = 12 +16i 6a + 4bi = 12 +16i a = 2 b = 4 ( ) ( ) − ⇒ ⇒ Portanto, Z = 2 + 4i Resposta: D 06. Lembrando que i2 = –1, temos que: 9 + 3i 2 + i = 18 + 9i 6i + 3i = 18 + 3i + 3 ( 1) = 21+ 3i 2( ) ( )⋅ − − − − ⋅ − − Resposta: E 07. Como Z 1 = Z 2 , as suas partes reais devem ser iguais, bem como as imaginárias. Daí, temos: Z = Z 2m (3 + m) = 2m +12 6m = 12 m = 2 3n + 5 = 4 (n +1) 3n + 5 = 4n + 4 n = 1 1 2 2 ⇒ × ⇒ ⇒ × ⇒ ⇒ Portanto, m = 2 e n = 1 Resposta: B 08. Temos que: k 1 z 1 + k 2 z 2 = z 3 → k 1 (2 + 2 · i) + k 2 (5 – 6 · i) = – 4 + 18 · i → → (2k 1 + 5k 2 ) + (2k 1 – 6k 2 ) · i = – 4 + 18 · i As partes reais e as partes imaginárias devem ser, respectivamente, iguais. Daí, obtemos: 2 5 4 2 6 18 1 2 1 2 k k k k + = − − ={ Subtraindo membro a membro, encontramos: 11k 2 = – 22 → k 2 = – 2 → k 1 = 3. Portanto, k k1 22 3 1 9 = =− . Resposta: E 09. A soma S apresenta (n + 1) termos; os restos das divisões por 4 de 102 = 100, 103 = 1000, ..., 10n são todos iguais a zero; e o resto da divisão de 10 por 4 é 2. Daí, temos: S = i0 + i2 + (i0 + i0 + i0 + ... + i0), em um total de (n + 1) termos. S = i0 + i2 + (n – 1) · i0 S = 1 + (–1) + (n – 1) · 1 S = n – 1 Resposta: B 9F B O N L I N E . C O M . B R ////////////////// Módulo de estudo OSG.: 122186/17 10. Efetuando o produto,obtemos: (3 – i)(x + 2yi) = 3x + 6yi – ix – 2yi2 = (3x + 2y) + (6y – x)i E para que o complexo (3x + 2y) + (6y – x)i seja real, sua parte imaginária deve ser nula, ou seja, devemos ter: 6y – x = 0 (equação da reta pedida) Resposta: D 11. Temos que: I. z ai a i ai a i a i a i Z a i a i a a Z i a a i = + − = + − ⋅ + + = + + − + = + + = 1 1 1 1 1 2 2 2 2 ( ) II. z2016 = i2016 = i0 = 1 Resposta: B 12. O resto da divisão de 18 por 4 é 2. Daí, temos: E i mi m i E i mi mi mi m i E mi= + + + ⋅ → = + ⋅ − + ⋅ − + ⋅ → = −3 2 2 3 2 2 2 2 6 318 2( ) ( ) ( ) ( ) ++ − − − → = + + − + + − →4 2 4 6 2 3 4 4 2 2 2 2 i mi m i m E m m i m m ( ) ( ) E i mi m i E i mi mi mi m i E mi= + + + ⋅ → = + ⋅ − + ⋅ − + ⋅ → = −3 2 2 3 2 2 2 2 6 318 2( ) ( ) ( ) ( ) ++ − − − → = + + − + + − →4 2 4 6 2 3 4 4 2 2 2 2 i mi m i m E m m i m m ( ) ( ) → = + + − + − + + E m m m m m i 6 2 4 3 4 42 2 Assim, E será real se: − + + = → − + = → = = ∈3 4 4 0 3 4 0 4 3 1 33 1 2 2 m m m m , ... [ , [ Resposta: B 13. E i sen i sen E i sen i sen E= + ⋅ − ⋅ → = + ⋅ − ⋅ → = 1 1 α α α α α α α α cos cos cos cos (cos αα α α α α α α α α+ ⋅ + ⋅ − ⋅ + ⋅ → = +i sen i sen i sen i sen E )(cos ) (cos )(cos ) cos2 ii sen sen i sen ⋅ ⋅ − − ⋅ 2 2 2 2 2 cos cos α α α α α E i sen i sen E i sen i sen E= + ⋅ − ⋅ → = + ⋅ − ⋅ → = 1 1 α α α α α α α α cos cos cos cos (cos αα α α α α α α α α+ ⋅ + ⋅ − ⋅ + ⋅ → = +i sen i sen i sen i sen E )(cos ) (cos )(cos ) cos2 ii sen sen i sen ⋅ ⋅ − − ⋅ 2 2 2 2 2 cos cos α α α α α E i sen i sen E i sen i sen E= + ⋅ − ⋅ → = + ⋅ − ⋅ → = 1 1 α α α α α α α α cos cos cos cos (cos αα α α α α α α α α+ ⋅ + ⋅ − ⋅ + ⋅ → = +i sen i sen i sen i sen E )(cos ) (cos )(cos ) cos2 ii sen sen i sen ⋅ ⋅ − − ⋅ 2 2 2 2 2 cos cos α α α α α E sen i sen sen E i sen= − + ⋅ ⋅ + → = + ⋅(cos ) ( cos ) cos cos( ) ( 2 2 2 2 2 2 α α α α α α α 22α) Resposta: A 14. ( ) ( ) [( ) ] [( ) ] [ ] [ 1 1 1 1 1 2 1 2 20 20 2 10 2 10 2 10 + − − = + − − = = + + − − + i i i i i i i i22 10 10 10 10 10 2 2 1024 1024 0 ] [ ] [ ] = = − − = = − = = i i i i Resposta: C 15. Temos que: ZZ Z Z x yi x yi x yi x yi x y i x x y x x + + = + ⋅ − + + + − = − + = + + = 0 0 2 0 2 0 2 2 2 2 2 2 ( ) ( ) ( ++ + = + + − = 2 0 1 0 1 2 2 2 2 x y x y ) ( ) ( ) [Equação de uma circunferência de centro (–1, 0) e raio = 1] Resposta: B SUPERVISOR/DIRETOR: MARCELO PENA – AUTOR: JORGE JÚNIOR DIG.: REJANE – 11/12/17 – REV.: LUCELENA