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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/343134108 Atualidades na educação física: da saúde ao esporte Book · January 2019 CITATIONS 0 READS 304 3 authors, including: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: Rehabilitation in team sports athletes after previous cruciate ligament reconstruction: an intervention based on dynamic systems theory View project Eduardo Jorge Lima Universidade Estácio de Sá 7 PUBLICATIONS 2 CITATIONS SEE PROFILE Geovani Silva Universidade Federal do Ceará 4 PUBLICATIONS 0 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Eduardo Jorge Lima on 05 November 2020. The user has requested enhancement of the downloaded file. https://www.researchgate.net/publication/343134108_Atualidades_na_educacao_fisica_da_saude_ao_esporte?enrichId=rgreq-ff4d3d73b09315ed8e89155c58889228-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0MzEzNDEwODtBUzo5NTQ1OTI0NTYwOTM2OTdAMTYwNDYwMzk4NTE5Ng%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/publication/343134108_Atualidades_na_educacao_fisica_da_saude_ao_esporte?enrichId=rgreq-ff4d3d73b09315ed8e89155c58889228-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0MzEzNDEwODtBUzo5NTQ1OTI0NTYwOTM2OTdAMTYwNDYwMzk4NTE5Ng%3D%3D&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/project/Rehabilitation-in-team-sports-athletes-after-previous-cruciate-ligament-reconstruction-an-intervention-based-on-dynamic-systems-theory?enrichId=rgreq-ff4d3d73b09315ed8e89155c58889228-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0MzEzNDEwODtBUzo5NTQ1OTI0NTYwOTM2OTdAMTYwNDYwMzk4NTE5Ng%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/?enrichId=rgreq-ff4d3d73b09315ed8e89155c58889228-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0MzEzNDEwODtBUzo5NTQ1OTI0NTYwOTM2OTdAMTYwNDYwMzk4NTE5Ng%3D%3D&el=1_x_1&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Eduardo-Jorge-Lima?enrichId=rgreq-ff4d3d73b09315ed8e89155c58889228-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0MzEzNDEwODtBUzo5NTQ1OTI0NTYwOTM2OTdAMTYwNDYwMzk4NTE5Ng%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Eduardo-Jorge-Lima?enrichId=rgreq-ff4d3d73b09315ed8e89155c58889228-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0MzEzNDEwODtBUzo5NTQ1OTI0NTYwOTM2OTdAMTYwNDYwMzk4NTE5Ng%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/institution/Universidade-Estacio-de-Sa?enrichId=rgreq-ff4d3d73b09315ed8e89155c58889228-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0MzEzNDEwODtBUzo5NTQ1OTI0NTYwOTM2OTdAMTYwNDYwMzk4NTE5Ng%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Eduardo-Jorge-Lima?enrichId=rgreq-ff4d3d73b09315ed8e89155c58889228-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0MzEzNDEwODtBUzo5NTQ1OTI0NTYwOTM2OTdAMTYwNDYwMzk4NTE5Ng%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Geovani-Silva?enrichId=rgreq-ff4d3d73b09315ed8e89155c58889228-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0MzEzNDEwODtBUzo5NTQ1OTI0NTYwOTM2OTdAMTYwNDYwMzk4NTE5Ng%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Geovani-Silva?enrichId=rgreq-ff4d3d73b09315ed8e89155c58889228-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0MzEzNDEwODtBUzo5NTQ1OTI0NTYwOTM2OTdAMTYwNDYwMzk4NTE5Ng%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/institution/Universidade-Federal-do-Ceara?enrichId=rgreq-ff4d3d73b09315ed8e89155c58889228-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0MzEzNDEwODtBUzo5NTQ1OTI0NTYwOTM2OTdAMTYwNDYwMzk4NTE5Ng%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Geovani-Silva?enrichId=rgreq-ff4d3d73b09315ed8e89155c58889228-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0MzEzNDEwODtBUzo5NTQ1OTI0NTYwOTM2OTdAMTYwNDYwMzk4NTE5Ng%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Eduardo-Jorge-Lima?enrichId=rgreq-ff4d3d73b09315ed8e89155c58889228-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM0MzEzNDEwODtBUzo5NTQ1OTI0NTYwOTM2OTdAMTYwNDYwMzk4NTE5Ng%3D%3D&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf 0 1 Jefferson de Sousa Lima Eduardo Jorge Lima Geovani Messias da Silva (Organizadores) Atualidades na educação física: da saúde ao esporte 1ª Edição Fortaleza – Ceará 2019 2 Copyright 2020. Jefferson de Sousa Lima, Eduardo Jorge Lima, Geovani Messias da Silva (Organizadores) Revisão Ortográfica Jefferson de Sousa Lima Capa Jefferso de Sousa Lima Geovani Messias da Silva Dados Internacionais de Catalogação na Fonte Atualidades na Educação física: da saúde ao esporte/ Organizadores: Jefferson de Sousa Lima, Eduardo Jorge Lima, Geovani Messias da Silva. Fortaleza, 2019. v.1. 325p.; 14,8cm x 21cm (A5) ISBN: 978-65-00-06319-6 1. Educação física, 2. Qualidade de vida, 3. Avaliação física, 4. Fitness, 5. Esportes https://servicos.cbl.org.br/servicos/meus-livros/visualizar/?id=23025bac-15c9-ea11-a812-000d3ac1884e 4 CONSELHO EDITORIAL Dr. Fernando César Rodrigues Brito Ms. Eduardo Jorge Lima Ms. Jarde de Azevedo Cunha Esp. Jefferson de Sousa Lima Ms. Raquel Cristina de Sousa Lima Landim Esp. David da Ponte Cunha Mestrando Geovani Messias da Silva 4 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO...................................................................................6 01 ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS E FÍSICAS EM DECORRÊNCIA DA PRÁTICA DE NATAÇÃO EM CRIANÇAS COM AUTISMO NA PERCEPÇÃO DOS PAIS E OU RESPONSÁVEIS ................................................................................................................ 7 02 EFEITOS DA PRÁTICA DO EXERCÍCIO REGULAR NO COMBATE A ANSIEDADE DIAGNÓSTICADA .............................. 28 03 ESTUDO COMPARATIVO ENTRE NÍVEIS DE PRESSÃO ARTERIAL PRÉ E PÓS EXERCÍCIO EM IDOSOS HIPERTENSOS PRATICANTES DE HIDROGINÁSTICA E TREINAMENTO FUNCIONAL ....................................................................................... 41 04 COMPARAÇÃO ENTRE A MASSA MUSCULAR ESTIMADA POR EQUAÇÕES DE REGRESSÃO E O MÉTODO DE CINCO COMPONENTES EM IDOSAS ATIVAS ........................................... 64 05 COMPARAÇÃO DE MÉTODOS ANTROPOMÉTRICOS PARA PREDIÇÃO DA MASSA ADIPOSA EM IDOSOS ............................. 79 06 USO DE MÍDIAS SOCIAIS E APLICATIVOS AFINS COMO ESTRATÉGIAS DE CAPTAÇÃO E RETENÇÃO DE ALUNOS E MARKETING PROFISSIONAL PARA PERSONAL TRAINNER ...... 95 07 A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE AQUÁTICO NO ASPECTO PSICOLÓGICO E SOCIAL DE CRIANÇAS E JOVENS COM DEFICIÊNCIAS COGNITIVAS ........................................................ 109 08 ANÁLISE COMPARATIVA DO ÍNDICE DE FORÇA REATIVA EM ATLETAS FUNDISTAS E VELOCISTAS JUVENIS DE ATLETISMO ...................................................................................... 131 09 ESTUDO COMPARATIVO DO DESEMPENHO MOTOR ENTRE CRIANÇAS AUTISTAS PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DE EXERCÍCIOS FÍSICOS ..................................................................... 143 10 CORRELAÇÃO ENTRE PESO CORPORAL E PESO LEVANTADO EM PRATICANTES DE CROSSFIT: ASPECTOS DE 5 FORÇA MÁXIMA E RESISTÊNCIA MUSCULAR LOCALIZADA ............................................................................................................ 167 11 PERCEPÇÃO DA DIÁSTASE ABDOMINAL DE MULHERES PÓS-PARTO PRATICANTES DE TREINAMENTO RESISTIDO .. 189 12 ALZHEIMER E EXERCICIOS FÍSICOS: EFEITOS SOBRE O EQUILÍBRIO FUNCIONAL, APTIDÃO CARDIORESPIRATÓRIA E FREQUÊNCIA CARDÍACA.............................................................. 219 13 ESTUDO COMPARATIVO DAS CONSEQUÊNCIAS DO ENVELHECIMENTO A NIVEL DE FORÇA, MOBILIDADE E POSTURA EM IDOSOS ATIVOS E SEDENTARIOS ..................... 238 14 NÍVEL DE FLEXIBILIDADE DE MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES EM PRATICANTES NO TREINAMENTO RESISTIDO ............................................................................................................256 15 A PRÁTICA DA CAMINHADA PARA A APTIDÃO FÍSICA E QUALIDADE DE VIDA DE INDIVÍDUOS ADULTOS A PARTIR DE 18 ANOS DE IDADE ......................................................................... 277 16 AVALIAÇÃO DA FORÇA DOS ESTABILIZADORES DA COLUNA EM INDIVIDUOS COM HERNIA DE DISCO LOMBAR ............................................................................................................ 303 6 APRESENTAÇÃO É com muito prazer e satisfação que apresentamos a primeira o primeiro volume de nossa coletânea de pesquisas científicas sobre essa ciência que tanto amamos. Essa coletânea de trabalhos científicos expressa o trabalho árduo de alunos e professores e reafirma nosso próposito em divulgar e fortalecer a profissão. Fazendo da pesquisa uma atividade indissociável do exercício da profissão do profissional de Educação Física. Essa edição contempla trabalhos relacionados as áreas afins do curso de bacharelado, tais como qualidade de vida, mundo fitnes, avaliação física e esportes em geral. Na área de avaliação física destacamos o artigo Comparação entre a massa muscular estimada por equações de regressão e o método de cinco componentes em idosas ativas. Já na área dos esportes destacamos o artigo Análise comparativa do índice de força reativa em atletas fundistas e velocistas juvenis de atletismo. Boa leitura. Jefferson de Sousa Lima Eduardo Jorge Lima Geovani Messias da Silva (Organizadores) Fortaleza – Ceará – Brasil 2019 7 01 ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS E FÍSICAS EM DECORRÊNCIA DA PRÁTICA DE NATAÇÃO EM CRIANÇAS COM AUTISMO NA PERCEPÇÃO DOS PAIS E OU RESPONSÁVEIS Lucas Limaverde Costa Jucá Emiliane Da Silva Carvalho Alisson Bruno Silva De Freitas Celso De Lima Clemente Jefferson de Sousa Lima RESUMO Introdução: o autismo é um transtorno que afeta indivíduos causando alterações em seu desenvolvimento cognitivo, comportamental e físico, podendo ser identificado com um grau de comprometimento leve ou mais grave, tendo uma melhor resposta quando diagnosticado o quanto antes. Objetivo: esta pesquisa tem como objetivos, analisar as alterações comportamentais e físicas em decorrência da prática de atividades aquáticas em crianças com autismo. Métodos: trata-se de uma pesquisa descritiva, transversal e de natureza quantitativa, realizada com 10 pais ou responsáveis de crianças com TEA com idade de 20 a 60 anos de ambos os sexos, com o critério de inclusão de que seu filho esteja em plena atividade e que esteja há pelo menos 1 mês com frequência mínima de 2 vezes semanais nas aulas aquáticas. Os dados foram coletados via questionário adaptado de Pimenta (2012) intitulado de Questionário adaptado de Pimenta (2012), onde os avaliados responderam sem interferência do avaliador, podendo ser respondida pessoalmente no local da pesquisa ou em outro momento. Contendo 30 perguntas fechadas (Apêndice A), onde abordam aspectos sócio demográfico, cognitivo, comportamental e físico. 100% das perguntas foram de múltipla escolha. Resultados: em questão a adaptação à atividade, 80% não demoraram a se adaptar, e 20% levaram poucas semanas para se adaptar. Na parte social, 100% das crianças tiveram uma boa e ótima 8 melhora. Na relação pais/filhos 90% tiveram uma melhora e somente 10% não houve melhora. No equilíbrio, 50% tiveram uma boa melhora e 50% uma ótima melhora, e na coordenação motora, 50% tiveram uma ótima melhora, 40% boa melhora e apenas 10% razoável. Conclusões: de acordo com os resultados da pesquisa e corroborando com a literatura, foi visto que a atividade no ambiente aquático só tem benefícios a oferecer para as pessoas diagnosticadas com autismo, melhorando a relação social e comportamental como um todo, tanto nas atividades externas, como dentro de casa com os pais, na independência e na diminuição da ansiedade. Na parte física, motora e cognitiva, também acontece uma melhora no equilíbrio, coordenação motora, tensão muscular, postura corporal, entre outros. Palavras-chave: Autismo; Comportamental; Físico, Atividades aquáticas. ABSTRACT Introduction - Autism is a disorder that affects impaired cognitive, behavioral and physical development, and can be identified with a degree of mild or severe impairment, with a better response when diagnosed or in advance. Objective - This research aims to analyze the behavioral changes resulting from the practice of water activities in children with autism. Methods - This is a descriptive, cross- sectional and quantitative research, conducted with 10 parents or guardians of children with TEA aged 20 to 60 years of both sexes, with the inclusion criterion of their child who is in full activity and that is less than 1 month with a minimum frequency of 2 times without class in water classes. Data were collected via an adapted questionnaire from Pimenta (2012) entitled Adapted Questionnaire from Pimenta (2012), where respondents answered without interference from the evaluator, and could be selected at the research site or at another time. Containing 30 closed questions (Appendix A), where we address sociodemographic, cognitive, behavioral and physical aspects. 100% of the questions were chosen. Results - With regard to activity adaptation, 80% were quick to adapt, and 20% took a few weeks to 9 adapt. In the social part, 100% of the children had a good and great improvement. In the parent / child ratio 90% had an improvement and only 10% there was no improvement. In balance, 50% had a good improvement and 50% a great improvement, and in motor coordination, 50% had a great improvement, 40% a good improvement and only 10% reasonable. Conclusions - According to the research results and corroborating with the literature, it was seen that activity in the aquatic environment only has benefits to offer to people diagnosed with autism, improving the social and behavioral relationship as a whole, both in outdoor activities, as at home with parents, independence and decreased anxiety. In the physical, motor and cognitive part, there is also an improvement in balance, motor coordination, muscle tension, body posture, among others. Keywords - Autism; Behavioral; Physical, Water Activities. INTRODUÇÃO O autismo é um transtorno que afeta indivíduos causando alterações em seu desenvolvimento cognitivo, comportamental e físico, podendo ser identificado com um grau de comprometimento leve ou mais grave, tendo uma melhor resposta quando diagnosticado o quanto antes. Dificuldade de manter a atenção em um assunto específico, pouca interação social e comportamentos diferenciados são algumas das características dos portadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Por ser uma patologia crônica, existem vários meios de tratamento e métodos que auxiliam na melhora do indivíduo durante toda a vida, entre eles, o meio aquático possui um grande valor na evolução dos portadores do TEA dispondo de vários benefícios. Assim, segundo Lô et al. (2009) atividades aquáticas podem gerar mudanças nas particularidades encontradas nos autistas, 10 oferecendo vivencias diferenciadas, um ambiente motivador e de diversos aspectos emocionais para as crianças. Diante das informações apresentadas, é de vital importância identificar quais são as alterações comportamentais e físicas em crianças autistas a partir da prática de atividades no meio aquoso, analisando as respectivas modificações nos indivíduos. Segundo Gilberg et al. (1990), o autismo é uma alteração atitudinal que tem várias origens e que proporciona diversos males aos portadores, causando problemas neurológicos, psíquicos e retardo no desenvolvimento cognitivo. Baseado na afirmação de Lampreia (2004) e Bajerot (2007), os modos diferentes que se apresentam nesta síndrome, demonstram-se inomogêneos e com diversos graus de importância. Dentre os portadores de TEA, existem crianças que possuem diferentes perturbações, porém, outras apresentam características atípicas para o TEA, podendo uma criança ter dificuldade na fala e outra uma facilidade, crianças com uma vida social sem dificuldades e outra com limitações. Segundo Matson et al. (2006) essa diversidade é que busca uma grande análise de ferramentas exclusivas para detectar e identificar as múltiplas formas que essa síndrome afeta seus portadores. De acordo com Shah (1986) e Wing (1988) os obstáculos para uma comunicação efetiva dos autistas está na forma como são usados os meios gestuais, faciais e dialógicos e não por falta dos mesmos. Ainda que a comunicabilidade seja prejudicada pela 11 síndrome, afirma-se que esse câmbio social é prejudicado porque existe um bloqueio no uso desses sistemas verbais e não-verbais. Considerando os problemas da linguagem, dentro das circunstâncias sociais há uma falha da compreensão e uso desses meios que prejudicam esse grupo de indivíduos. Baseado na afirmação de Gillberg et al. (1990), os problemas de desenvolvimento infantil que levam a alterações atitudinais e cognitivas, que possuem diversas origens e fatores como causas, é definido atualmente como autismo. No entanto o autismo deixou de ser considerado algo singular, após muitos estudos, passou a ser considerado como uma síndrome que possui vários estágios e particularidades próprias. De acordo com Pitanga (2002), a atividade física se descreve como qualquer movimento do corpo causado pelos músculos, apresentando um maior gasto de energia do que o estado de repouso do corpo, compondo características biopsicossocial, cultural e comportamental. Como caracterizam Barbaresi et al. (2005) crianças com TEA quase sempre tem complicações no seu modo se comportar, às vezes com problemas considerados graves, que inserem na falha de manter a atenção, tendência de focar mais em partes do que no todo, hiperatividade, impulsividade, momentos agressivos, autodestrutivos e perturbadores. Em crianças com menor idade, os momentos de raiva e escândalos são bem comuns, fazendo com que a criança esperneie, chore e tenha atitudes de quase ou nenhuma tolerância a um momento de frustração. 12 Como apresentam Lima e Oliveira (2009), o hábito de se exercitar apresenta várias mudanças metabólicas e de função no organismo, ocasionando efeitos interligados com o surgimento de novos mecanismos de coordenação em vários níveis do sistema nervoso central. Segundo Micacchi et al. (2006), o exercício físico tem sua colaboração na promoção e na continuação de uma vida com saúde, apresentando uma diminuição no risco de morbidade e mortalidade associado a doenças crônicas e demais fatores. Podendo também apresentar uma grande importância na autoestima, nos comportamentos, na integração com a sociedade e na felicidade, assim, sendo apresentada com um mecanismo importante no melhor desenvolvimento dos portadores de TEA. A atividade física pode desenvolver a auto estimulação e comportamentos adaptativos, embora os estudos não se desenrolem a um longo prazo. Sabe-se também, que as intervenções com programas de atividade física para indivíduos com TEA devem centrar-se na atividade individual. Baseado nas afirmações de Young e Furgal (2016), os indivíduos identificados com TEA além de mostrarem uma série de dificuldades motoras, cognitivas e sociais e padrões repetitivos de comportamento, atividades e interesses, apresentam um pequeno índice de exercícios físicos se relacionados com os indivíduos sem o transtorno. Este ponto mostra uma relação direta com a taxa de obesidade dos portadores de TEA (30.4% em crianças com TEA e 23.6% em crianças normais). 13 Para Bremer, Crozier e Lloyd (2016), o exercício físico praticado por qualquer pessoa tende a impactar de maneira positiva na parte físico/motora. Também se vê benefícios na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), promovendo de maneira relevante alterações nas capacidades metabólicas e funcionais. A atividade física para autistas tem seu papel ainda mais destacado devido ao fato de diminuir as atitudes agressivas, melhorar o condicionamento físico, o desenvolvimento social, físico, motor, qualidade do sono e redução da ansiedade e depressão. Para Fragala-Pinkham, Haley e O’neil (2008), crianças com TEA e outras com variados tipos de deficiência, a atividade aquática tende a oferecer uma opção descontraída, de pouca tensão para as articulações e saudável para os praticantes. Além de ser um ambiente onde há uma troca de experiências entre os alunos que fazem parte da atividade, a atividade proporciona um aperfeiçoamento nas funções de comunicação e vivência social. De acordo com Souza (2004), o conhecimento corporal e interação com o meio são possíveis melhorias da prática aquática para na criança. A interação com a água, desperta prazer e diversos movimentos voluntários, ajudando a criança em seu desenvolvimento. Zulietti e Souza (2002) relatam que de acordo com cada momento vivido pela criança, algumas capacidades neuromotoras facilitam na interação com a água. Já quando nasce, o bebê apresenta reflexos e movimentos com interação no meio líquido. De forma primordial e tendo sua grande importância, o prazer deve vir em 14 primeiro lugar com a interação com a água, para que o bebê sinta o bem-estar que o meio lhe proporciona. Como caracterizam Cicon et al. (2013), observando as atividades aquáticas criadas para autistas, é possível desenvolver momentos de aprendizagem de forma lúdica que tornem a adaptação mais fácil, vivenciando em maior número a participação social, o ensinamento de gestos técnicos, atividades em conjunto e o aprendizado das diferenças, como a aceitação, favorecendo sua vida socioafetiva e psicomotora. Segundo Lépore (1999), a atividade de natação propicia o fortalecimento e resistência muscular localizada, manutenção ou aumento da amplitude do movimento articular, alívio da dor muscular e articular, diminuição de espasmos e relaxamento muscular, equilíbrio estático e dinâmico, orientação espaço-temporal, relaxamento dos órgãos de sustentação e elasticidade da pele. Segundo a interpretação de Micacchi et al. (2006) a atividade física tem um grande valor nos indivíduos com TEA, apresentando em todos os estudos uma melhoria na saúde em geral, e também na auto estimulação e do comportamento. Baseado nas informações de Yilmaz et al. (2004), pesquisas apontam que o êxito em práticas no meio líquido com dez semanas de atividade ou em maiores períodos, em pessoas autistas, apresentam uma melhoria nas capacidades cardiorrespiratórias e físicas, obtendo ainda uma diminuição de movimentos característicos do TEA. Santos et al. (2013), com o objetivo de estudar as demonstrações emocionais e identificar os benefícios psicossociais 15 em seis crianças autistas praticantes de atividade aquática, acharam alguns resultados. Os principais pontos mostraram que as atividades favorecem um melhor entusiasmo, alegria, calma e uma melhoria na relação com o facilitador. Um fator que chamou a atenção foi que as aulas que aconteciam e grupo, passaram a ser individuais devido a presença de outros colegas. Em conclusão, essa atividade tem um grande valor, pois essas práticas lúdicas ajudam na participação entre a atividade aquática e o desenvolvimento biopsicomotor. Esta pesquisa tem como objetivos, analisar as alterações comportamentais e físicas em decorrência da prática de atividades aquáticas em crianças com autismo. 2 METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa descritiva, transversal e de natureza quantitativa, realizada no mês de setembro de 2019, na Academia 100 Livre e Green Life Academia em Fortaleza-CE,realizada com 10 pais ou responsáveis de crianças com TEA com idade de 20 a 60 anos de ambos os sexos, com o critério de inclusão de que seu filho esteja em plena atividade e que esteja há pelo menos 1 mês com frequência mínima de 2 vezes semanais nas aulas de natação e que aceitaram participar da pesquisa autorizando e assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Para este estudo foi utilizado como instrumento de coleta uma pesquisa de campo através de um questionário adaptado de Pimenta (2012) intitulado de Questionário adaptado de Pimenta (2012), onde os avaliados responderam sem interferência do 16 avaliador, podendo ser respondida pessoalmente no local da pesquisa ou em outro momento. Contendo 30 perguntas fechadas (Apêndice A), onde abordam aspectos sócio demográfico, cognitivo, comportamental e físico. 100% das perguntas foram de múltipla escolha. Para a análise dos resultados foi utilizado o SPSS Estatística, sendo realizada a estatística descritiva e representação gráfica através de frequência simples (valor numérico), relativas (percentual) médias e desvio padrão. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Entre os 10 responsáveis entrevistados, 80% são casados, 20% solteiros, sendo 25% com dois ou mais filhos e 8% com um filho. As idades de seus filhos autistas variaram de 2 a 13 anos, com frequência semanal de duas vezes na semana e duração de 45 minutos de aula. Vale ressaltar que grande parte das crianças são masculinas, e de acordo com Mello (2016) a incidência é de quatro vezes mais em crianças do sexo masculino do que em crianças do sexo feminino. Tabela 1 – Constituição familiar Variável Frequênc ia absoluta Frequê ncia relativa Média Desvio padrão 1 - Como se constitui sua família? Casado 8 80% - - Solteiro 2 20% - - Um filho 1 8% - - 17 Dois filhos ou mais 3 25% - - Fonte: próprio autor No ato da pesquisa, o tempo de prática das crianças analisadas na atividade aquática foi de 70% três meses ou mais, 20% um mês e 10% dois meses. Baseado nas informações de Yilmaz et al. (2004), pesquisas apontam que o êxito em práticas no meio líquido com dez semanas de atividade ou em maiores períodos, em pessoas autistas, apresentam uma melhoria nas capacidades cardiorrespiratórias e físicas, obtendo ainda uma diminuição de movimentos característicos do TEA. Tabela 2 – Tempo de participação na atividade aquática Variável Frequência absoluta Frequênc ia relativa Média Desvio padrão 7 - A quanto tempo seu filho(a) participa dessa atividade aquática? Um mês 2 20% - - Dois meses 1 10% - - Três meses ou mais 7 70% - - Fonte: próprio autor Em questão a adaptação à atividade, 80% não demoraram a se adaptar, e 20% levaram poucas semanas para se adaptar, porém, 80% das crianças executavam as atividades demonstradas pelo professor com dificuldades e somente 20% fazia todas as atividades apresentadas. Como apresentam Lima e Oliveira (2009) o hábito de se exercitar apresenta várias mudanças metabólicas e de função no organismo, ocasionando efeitos interligados com o surgimento de 18 novos mecanismos de coordenação em vários níveis do sistema nervoso central. Tabela 3 – Adaptação à atividade. Variável Frequência absoluta Frequência relativa Média Desvio padrão 8 - Seu filho(a) demorou a se adaptar a essa nova atividade? Sim 0 0% - - Não 8 80% - - Poucas semanas 2 20% - - Ainda não se adaptou 0 0% - - 9 - Seu filho(a) executa as atividades demonstradas pelo professor(a)? Sim 2 20% - - Não 0 0% - - Sim, mas com dificuldades 8 80% - - Fonte: próprio autor As experiências no meio aquático devem preconizar atividades lúdicas e de alto envolvimento das crianças, e não, somente, exercícios repetitivos e de fundamentos. A respeito dos nados de crawl e costas, 70% não executaram, 20% executaram os dois nados e 10% somente o crawl. Já ao afundar a cabeça em deslocamento 77% afundam a cabeça em deslocamento, 8% afunda com pouca limitação, 8% com muita limitação e 8% não afundam. O desenvolvimento das crianças envolvem muito mais do que realizar movimentos técnicos, e se 19 destacam pelo envolvimento com um todo no meio aquático. Segundo Velasco (1994) a evolução da criança no meio aquático deve ser desenvolvida através de atividades lúdicas, que favoreçam noções perceptivo-corporais, utilizando diferentes segmentos do corpo, e assim, trazendo uma maior conscientização do corpo e de si. Tabela 4 – Execução dos nados de crawl e costas Fonte: próprio autor Em relação a movimentos alternados e simultâneos como braçadas e pernadas, 40% fazem os movimentos com pouca limitação, 30% com muita limitação, 20% não fazem, e somente 10% executam os movimentos simultâneos. Variável Frequência absoluta Frequência relativa Média Desvio padrão 14 - Seu filho(a) afunda a cabeça em deslocamento? Sim 10 77% - - Sim, com pouca limitação 1 8% - - Sim, com muita limitação 1 8% - - Não 1 8% - - 15 - Seu filho(a) executa os nados crawl e costas? Sim, os dois 2 20% - - Somente crawl 1 10% - - Somente costas 0 0% - - Não 7 70% - - 20 Tabela 5 – Execução de movimentos alternados e simultâneos Variável Frequência absoluta Frequência relativa Média Desvio padrão 16 - Seu filho(a) consegue executar movimentos alternados e simultâneos como: braçadas e pernadas? Sim 1 10% - - Sim, com pouca limitação 4 40% - - Sim, com muita limitação 3 30% - - Não 2 20% - - Fonte: próprio autor A respeito das melhoras na autoconfiança, 70% tiveram uma ótima melhora e 30% uma boa melhora, e na independência, 50% tiveram uma boa melhora e os outros 50% uma ótima melhora. Ao chegar à piscina, 100% entram e saem sozinhas pela escada e mergulham deixando o corpo todo submerso com o auxílio do professor. Pereira e Almeida (2017) também confirmam a autonomia da criança como um benefício da prática de natação. Tabela 6 – Melhora na autoconfiança e independência Variável Frequência absoluta Frequência relativa Média Desvio padrão 11 - Seu filho(a) entra sozinho pela escada da piscina? Sim 10 100% - - Sim, com pouca limitação 0 0% - - 21 Sim, com muita limitação 0 0% - - Não 0 0% - - 12 - Seu filho(a) sai sozinho pela escada da piscina? Sim 10 100% - - Sim, com pouca limitação 0 0% - - Sim, com muita limitação 0 0% - - Não 0 0% - - 19 - Houve notou uma melhora na autoconfiança do seu filho(a)? Insuficiente 0 0% - - Razoável 0 0% - - Bom 3 30% - - Ótimo 7 70% - - 27 - A criança passou a ser mais independente com a prática da atividade aquática? Insuficiente 0 0% - - Razoável 0 0% - - Bom 5 50% - - Ótimo 5 50% - - Fonte: próprio autor No equilíbrio, 50% tiveram uma boa melhora e 50% uma ótima melhora, e na coordenação motora, 50% tiveram uma ótima 22 melhora, 40% boa melhora e apenas 10% razoável. Concordando com Teixeira-Arroyo e Oliveira (2007), vivências novas e variadas são pertinentes no ambiente aquático e beneficiam a percepção sensorial e motricidade, ajudando no desenvolvimento das capacidades psicomotoras, como coordenação, equilíbrio, esquema corporal, lateralidade e orientação espacial e temporal. Tabela 7 – Melhora no equilíbrio e coordenação Variável Frequência absoluta Frequência relativa Média Desvio padrão 13 - Seu filho(a) mergulha deixando o corpo todo submerso com auxílio do professor(a)? Sim 10 100% - - Sim, com pouca limitação 0 0% - - Sim, com muita limitação 0 0% - - Não 0 0% - - 23 - Você notou uma melhora na capacidade de equilíbriodo seu filho(a)? Insuficiente 0 0% - - Razoável 0 0% - - Bom 5 50% - - Ótimo 5 50% - - 20 - Houve melhora na coordenação motora do seu filho(a)? Insuficiente 0 0% - - 23 Razoável 1 10% - - Bom 4 40% - - Ótimo 5 50% - - Fonte: próprio autor Na evolução da comunicação verbal, 50% teve um ótimo resultado, 40% um bom resultado e apenas 10% razoável. Segundo Best e Jones (2010) atividades terapêuticas e de natação, estão ligadas ao melhor desenvolvimento da linguagem, conceito próprio e adaptações. Tabela 8 – Melhora na comunicação verbal Variável Frequência absoluta Frequência relativa Média Desvio padrão 21 - Você notou evolução no seu filho(a) na comunicação verbal? Insuficiente 0 0% - - Razoável 1 10% - - Bom 4 40% - - Ótimo 5 50% - - Fonte: próprio autor Na parte social, 60% das crianças tiveram uma boa melhora e 40% tiveram uma ótima melhora. Pereira e Almeida (2017) afirmam que a natação, assim como outras atividades no meio aquático, é capazes de aumentar a socialização e interação do indivíduo com autismo. Na relação pais/filhos 90% tiveram uma melhora e somente 10% não houve melhora. No desempenho escolar, 50% tiveram um 24 bom resultado, 30% ótimo resultado, 10% razoável e 10% insuficiente. Tabela 9 – Melhora social Variável Frequência absoluta Frequência relativa Média Desvio padrão 26 - O que melhorou na relação pais/filho com a prática da atividade aquática? Melhor interação com os pais 9 90% - - Não houve melhora 1 10% - - 28 - Houve uma melhora no desempenho escolar do seu filho(a)? Insuficiente 1 10% - - Razoável 1 10% - - Bom 5 50% - - Ótimo 3 30% - - 30 -Houve uma melhora na parte social do seu filho(a)? Insuficiente 0 0% - - Razoável 0 0% - - Bom 6 60% - - Ótimo 4 40% - - Fonte: próprio autor 4 CONCLUSÃO De acordo com os resultados da pesquisa e corroborando com a literatura, foi visto que a atividade no ambiente aquático e a natação só tem benefícios a oferecer para as pessoas diagnosticadas com 25 autismo, melhorando a relação social e comportamental como um todo, tanto nas atividades externas como dentro de casa com os pais, na independência e também na diminuição da ansiedade. Na parte física, motora e cognitiva, também acontece uma melhora no equilíbrio, coordenação motora, tensão muscular, postura corporal, entre outros. Diante disso, recomenda-se que pais com filhos diagnosticados com autismo levem seus filhos a uma atividade física aquática para que esse indivíduo possa se desenvolver e usufruir da imensa gama de benefícios que a atividade pode trazer. REFERÊNCIAS 1. BASTOS, O. 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E assim, uma das soluções mais praticas é o uso de remédios ansiolíticos. Objetivo - Analisar as respostas benéficas da prática do exercício regular no combate a ansiedade diagnosticada. Métodos - A população deste estudo compreende os pacientes diagnosticados com ansiedade que fazem uso de medicamento ansiolítico. A amostra foi composta por 20 indivíduos, com idades a partir de 18 anos. Através aplicação de um questionário, no formato google docs, enviado por meio eletrônico, sendo e-mail ou aplicativo de mensagem instantânea (what’s app). No primeiro momento tentaremos identificar a amostra nos ambientes de investigação, em seguida colheremos o e-mail e ou what’s app para após enviar o questionário. Resultados: Entre os 92 indivíduos entrevistados a pesquisa evidenciou que 96% dos participantes teve melhora nas crises de ansiedade e 73% conseguiu diminuir significativamente a dose dos medicamentos Conclusões O presente estudo constatou que a atividade física foi relatada como um importante fator no controle da ansiedade principalmente no que se refere a fatores físicos e psicológicos. Palavras-chave – Atividade física, ansiedade e ansiolíticos. 29 ABSTRACT Introduction - Anxiety is a type of emotion of the human being that, in extreme cases, can cause diseases such as depression and psychological disorders in any age group, due to fear, apprehension, tension, doubt or expectation, thus interfering in quality of life. And so, one of the most practical solutions is the use of anxiolytic remedies. Objective - To analyze the beneficial responses of regular exercise practice in combating diagnosed anxiety. Methods - The population of this study comprises patients diagnosed with anxiety using anxiolytic medication. The sample will consist of 20 individuals, aged 18 years. Data collection will be performed through a field research, which according to Gil (2002), is basically developed through direct observation of the activities of the studied group. The instrument used to perform the collection will be the application of a questionnaire, in google docs format, sent electronically, being email or instant messaging application (what's app). At first we will try to identify the sample in the research environments, then we will collect the email and or what's app for after submitting the questionnaire. Results: Among the 92 individuals interviewed, the survey showed that 96% of the participants had improvement in anxiety crises and 73% was able to significantly decrease the dose of medications. Conclusions: The present study found that physical activity was reported as an important factor in the control of anxiety mainly with regard to physical and psychological factors. Keywords- Physical activity, anxiety and anxiolytics. 1 INTRODUÇÃO Baseado nas afirmações de Leles (2017), a ansiedade pode ser caracterizada como um sentimento de apreensão ou preocupação com acontecimentos futuros ou uma reação a situações tensas ou perigosas. Segundo Organização Mundial da Saúde (OMS) (2018), em 2018, 9,3% dos brasileiros apresentaram os sintomas de ansiedade. O 30 Brasil é o líder mundial na patologia, apresentado números três vezes maiores que a média mundial. Na América do Sul, por exemplo, os índices do Brasil superam países como Paraguai (7,6%), Chile (6,5%) e Uruguai (6,4%). Essas estatísticas referentes a ansiedade mostram o quão vem sendo alarmante e preocupante em nível mundial. E não só isso, ela também está relacionada a alimentação, na qual algumas pessoas em crises extremas, compensam a crise de ansiedade na alimentação, podendo ocasionar em vícios alimentícios, e no futuro poderá desenvolver obesidade, doenças crônicas associadas ao excesso de gordura corporal (acúmulo de tecido adiposo localizado ou generalizado), com etiologia complexa e multifatorial, resultando da interação de estilo de vida, genes e fatores emocionais (MANCINI, 2015). Segundo OMS (2018), a depressão é um dos problemas de saúde mental mais comuns no mundo e acompanha a humanidade por toda a sua história. Considerada pela OMS como o mal do Século, e um dos fatores de risco é a ansiedade crônica. Os medicamentos psicotrópicos são substâncias que atuam no Sistema Nervoso Central (SNC), podendo desencadear alterações e dependência (CARVALHO et al., 2016). Os ansiolíticos são medicamentos cujos componentes químicos atuam no controle da ansiedade com efeitos que incidem sobre as emoções, o humore o comportamento (FIGUEREDO, 2012). A utilização de ansiolíticos pela população muitas vezes ocorre de maneira abusiva (NOTO et al., 2002). Este fato pode ocorrer 31 devido a fatores como: erros em prescrições médicas, automedicação, dependência química e aumento das enfermidades relacionadas à psiquiatria (GRASSI e CASTRO, 2012). Entretanto, os efeitos dessas substâncias, decorrentes do seu uso crônico, por meses ou anos, podem resultar na dependência química do usuário (GRUBER e MAZON, 2014), sendo que a abstinência prejudica severamente a sua vida social, devido à irritabilidade, à insônia excessiva, à sudoração, à dor no corpo a até mesmo às convulsões (CARLINI et al., 2001). Auchewski et al. (2004) afirma que os benzodiazepínicos estão entre as drogas mais prescritas no mundo, sendo utilizados principalmente como ansiolíticos e hipnóticos, mas também possuem ação miorrelaxante e anticonvulsivante. Estima-se também que o consumo dessa classe de medicamentos dobra a cada cinco anos, provavelmente pelo fato da humanidade não saber tolerar mais o estresse, pelo surgimento de novas drogas e também pela prescrição inadequada por parte dos médicos. Segundo Fox (1999) a prática de exercícios físicos é considerada uma ferramenta fundamental para a boa qualidade de vida, diminuindo o risco do desenvolvimento de doenças crônicodegenerativas, cardiovasculares, câncer, diabetes, hipertensão arterial e obesidade. Também, está associada à melhora do bem-estar e da saúde mental (SHEPHARD, 2001). Os benefícios da atividade física são evidenciados através da redução dos sintomas de ansiedade, da elevação da autoconfiança, favorecendo e motivando as mudanças dos hábitos de vida em indivíduos com sintomas depressivos e 32 depressão diagnosticada (BLUMENTHAL et al., 1999; DALEY et al., 2008). A participar de um programa de exercício regular, além de não representar um estigma, tem um custo relativamente baixo. Além disso, pode ser seguramente prescrito e controlado na maior parte dos casos. Diversos estudos sugerem que o exercício físico regular pode estar associado à menor ocorrência de sintomas de depressão e ansiedade em indivíduos ativos e que tem efeito positivo sobre o humor, possibilitando melhor controle do estresse segundo Landers (1999), Dimeo et al. (2001), Fufukawa et al. (2004) e Martin et al. (2009) Como se sabe, a atividade física em toda sua amplitude apresenta efeitos benéficos em relação à saúde, além de retardar o envelhecimento e prevenir o desenvolvimento de doenças crônicas degenerativas, as quais são derivadas do sedentarismo, sendo um dos maiores problemas e gasto com a saúde pública nas sociedades modernas nos últimos anos. Tudo isso tem sido causado principalmente pela inatividade física e consequentemente influenciada pelas inovações tecnológicas e más hábitos alimentares (GUEDES, 2012). Essa pesquisa tem como objetivo analisar as respostas benéficas da prática do exercício regular no combate a ansiedade diagnosticada, elucidar a definição e causas da ansiedade, referenciar cientificamente o quão importante é o exercício regular no combate a ansiedade e identificar mudanças de comportamento e qualidade de 33 vida através da prática de atividade regular em indivíduos que sofrem de ansiedade. 2 METODOLOGIA Esta pesquisa caracteriza-se como um estudo descritivo que de acordo com Gil (2008), possui o objetivo primordial de relatar a descrição das características de certa população ou fenômeno. E quanto ao tempo da execução configura-se como uma pesquisa do tipo transversal, pois consiste em um único momento da pesquisa na coleta de dados, tendo baixo custo e de muita facilidade na realização. (SITTA et al. 2010). É de natureza quantitativa, pois de acordo com Prodanov & Freitas (2013), tudo pode ser quantificável, traduzindo em números, opiniões e informações para classificá-las e analisá-las, requerendo o uso de recurso e de técnicas estatísticas como percentagem, média e desvio-padrão. A pesquisa foi desenvolvida em clubes, academias e projetos do estado do Ceará que ofereça prática de atividades físicas na cidade de Fortaleza, no período de setembro e outubro de 2019. A população deste estudo compreendeu os pacientes diagnosticados com ansiedade que fazem uso de medicamento ansiolítico. A amostra foi composta por 92 indivíduos, com idades a partir de 18 anos. Todos os sujeitos da pesquisa deviam estar ativos, ou seja, praticantes de atividade física regular e deveriam possuir, no mínimo, três meses de prática regular antecedente ao período da pesquisa e frequência mínima de três vezes na semana. Além disso, diagnosticados com ansiedade, com uso regular de medicamentos 34 ansiolíticos e aceitaram participar da pesquisa assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - T.C.L.E. (Anexo A). A coleta de dados foi realizada através de uma pesquisa de campo, que segundo Gil (2002), é basicamente desenvolvido por meio da observação direta das atividades do grupo estudado. O instrumento utilizado para a realização da coleta foi a aplicação de um questionário, no formato google docs, que foi enviado por meio eletrônico, sendo e-mail ou aplicativo de mensagem instantânea (what’s app). No primeiro momento tentamos identificar a amostra nos ambientes de investigação, em seguida colhemos o e-mail e ou what’s app e enviamos o questionário. Essa metodologia de coleta será adotada no sentido de preservar a identidade da amostra bem como evitar constrangimentos. Aos entrevistados foi apresentado o T.C.L.E., de acordo com a resolução vigente, informando sobre o objetivo do estudo, a preservação dos aspectos éticos, a garantia da confidencialidade das informações e anonimato, evitando riscos morais. Os pesquisados estavam cientes de que a qualquer momento poderiam interromper a pesquisa. Aqueles que aceitaram participar da pesquisa assinaram o referido T.C.L.E. Os dados foram tabulados por meio de distribuição de frequências simples (valor numérico), relativas (percentual) e médias, através do programa microsoft excel for windows 2016, onde foi realizado o tratamento estatístico descritivo e representados graficamente, foi utilizado Excel para a distribuição de frequência absoluta e relativa e Prism GraphPad 7.0 para analises estatísticas. Em 35 seguida foi feita a discussão dos resultados da pesquisa com base na análise e interpretação dos dados. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Entre os 92 indivíduos entrevistados com idade a partir de 18 anos com média de idade de 28,5 ±9,79 anos, com prática de atividade física de 3 a 5 vezes por semana. (Tabela 1). Na pesquisa detectou-se que 42% dos entrevistados foram diagnosticados com ansiedade há mais de 2 anos. (Tabela 1). Tabela 1 – Tabela de características da ansiedade. Variável Frequência absoluta Frequência relativa Média Desvio padrão Idade - - 28,5 ±9,79 Há quanto tempo foi diagnosticado com ansiedade? De 1 mês a 6 meses 18 20% - - De 6 meses a 1 ano 10 11% - - De 1 ano a 2 anos 25 27% - - Mais de 2 anos 39 42% - - Fonte: o próprio autor (2019). Noto (2002), afirma que a utilização de ansiolíticos pela população muitas vezes ocorre de maneira abusiva. Pode-se verificar que, 22% dos participantes fazem uso do medicamento Clonazepam: rivotril e 52% fazem o uso de outros medicamentos não citados na pesquisa. 30% dos entrevistados faz uso de medicamentos de 25mg dose, 13% dos entrevistados fazem uso de outros medicamentos para 36 transtorno atrelado a ansiedade e 38% tem a sonolência como maior colateral dos medicamentos. (Tabela 2). Tabela 2 – Valores de medicamento utilizado. Variável Frequência absoluta Frequência relativa Média Desvio padrão Qual ansiolítico você faz uso?Clonazepam: rivotril; 20 22% - - Fluoxetina: prozac 14 15% - - Alprazolam: frontal, apraz; 5 5% - - Diazepam: valium; 5 5% - - Outros 48 52% - - Quantas miligramas tem o medicamento que você utiliza? 25mg 28 30% - - 50mg 22 24% - - 75mg 9 10% - - 100mg 3 3% - - Outros 30 33% - - Faz uso de outros remédios atrelados ao tratamento de ansiedade? Transtorno 12 13% - - Stress 9 10% - - Depressão nervosa 11 12% - - Dependência química 3 3% - - Nenhum 41 45% - - Outros 16 17% - - 37 Existe efeitos colaterais dos ansiolíticos? Sonolência 35 38% - - Tonturas 6 7% - - Dores de cabeça 11 12% - - Enjoo 5 5% - - Outros 35 38% - - Fonte: o próprio autor (2019) Blumenthal (1999) e Daley (2008), afirmam que, os benefícios da atividade física são evidenciados através da redução dos sintomas de ansiedade, da elevação da autoconfiança, favorecendo e motivando as mudanças dos hábitos de vida em indivíduos com sintomas depressivos e depressão diagnosticada. A pesquisa evidenciou que 96% dos participantes teve melhora nas crises de ansiedade e 73% conseguiu diminuir significativamente a dose dos medicamentos. (Tabela 3) Tabela 3 – Valores de benefícios após o início da atividade física. Variável Frequência absoluta Frequência relativa Média Desvio padrão Ouve melhora nas crises de ansiedade com a prática de atividade física? Sim 88 96% - - Não 4 4% - - Você conseguiu diminuir a ingestão do medicamento ansiolítico após início da atividade física? 38 Sim 67 73% - - Não 25 27% - - Fonte: o próprio autor (2019) Diversos estudos sugerem que o exercício físico regular pode estar associado a menor ocorrência de sintomas de depressão e ansiedade em indivíduos ativos e que tem efeito positivo sobre o humor, possibilitando melhor controle do estresse. A pesquisa evidenciou que 97% dos entrevistados aumentou sua capacidade de lidar com o stress do dia a dia após o início da pratica de atividade física regular, 92% relatou que houve melhoria no sono, 89% relatou que houve melhora na concentração, 95% relatou que se sente mais disposta no dia a dia e 93% relatou que relaxar mais ou sentir menos preocupações após a pratica de atividade física regular. (Tabela 4) Tabela 4 – valores de melhoria na qualidade de vida. Variável Frequência absoluta Frequência relativa Média Desvio padrão A atividade física aumentou sua capacidade de lidar com o stress? Sim 89 97% - - Não 3 3% - - Você percebeu melhoria no seu sono após iniciar atividades físicas? Sim 85 92% - - Não 7 8% - - Houve melhoras na sua concentração após iniciar nas atividades físicas? 39 Sim 82 89% - - Não 10 11% - - Você se sente mais disposto no dia a dia com o exercício físico? Sim 87 95% - - Não 5 5% - - Você conseguiu relaxar ou sentir menos preocupação depois que começou a praticar atividade física? Sim 86 93% - - Não 6 7% - - Fonte: o próprio autor (2019) 4 CONCLUSÃO O presente estudo constatou que a atividade física foi relatada como um importante fator no controle da ansiedade principalmente no que se refere a fatores físicos e psicológicos. O efeito foi grande sobre a diminuição de medicamentos, apesar de ser menor que os dois citados anteriormente. Recomenda-se a área da saúde adotar a atividade física como um dos principais meios de tratamento a ansiedade. REFERÊNCIAS 1. AUCHEWSKI, L. et al. Avaliação da orientação médica sobre os efeitos colaterais de benzodiazepínicos. Revista Brasileira de Psiquiatria. São Paulo, v. 26, n. 1, p. 24-31, mar. 2004. 2. BLUMENTHAL, J. A et al. The influence of exercise on menthal health. In: Corbin CB, Pangrazi RP. Toward a better 40 understanding of physical fitness & activity. Scottsdale, AZ: Holcomb Hathaway. 1999. 3. CARVALHO, E.F. de, et al. Perfil de dispensação e estratégias para uso racional de psicotrópicos. 45f. Monografia (Linhas de Cuidado em Enfermagem) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2016. 4. FIGUEREDO, K.C. Uso de medicamentos ansiolíticos: uma abordagem sobre o uso indiscriminado. Artigo Científico. Santa Maria: UINFRA. 2012. 5. FOX, KR. The influence of physical activity on mental well- being. Public Health Nutr. 1999;2(3):411-8. 6. GRASSI, L.T.V.; CASTRO, J.E.S. Estudo do Consumo de Medicamentos Psicotrópicos no Município de Alto Araguáia – MT. Artigo Científico. Cáceres: Faculdade do Pantanal, 2012. 7. GRUBER, J.; MAZON, L.M. A prevalência na utilização de medicamentos psicotrópicos no município de Mafra: um estudo retrospectivo. Saúde Meio Ambient., v. 3, n. 1, p. 44-50, 2014. 8. GUEDES, D. P; NETO, J. T. M; GERMANO, J. M; LOPES, V; SILVA, A. J. R. M. Aptidão física relacionada à saúde de escolares: programa fitnessgram. Rev. Bras. Med. Esporte. Vol. 18, N° 2 – Mar/Abr, 2012. 9. LELES, B. Ansiedade e depressão, os males do século? Minas Gerais: Faculdade de Medicina de Minas Gerais, 2017. Disponível em: <https://site.medicina.ufmg.br/inicial/ansiedade- e-depressao-os-males-do-seculo/>. 10. MANCINI, L. de. Tratado de obesidade segunda edição, Rio de Janeiro, 2015. 11. Ministério da saúde - Depressão: causas, sintomas, tratamentos, diagnóstico e prevenção. Disponivel em:< http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/saude- mental/depressao 12. NOTO, A.R., et al. Análise da prescrição e dispensação de medicamentos psicotrópicos em dois municípios do Estado de São Paulo. Rev Bras Psiquiatr, v. 24, n. 2, p. 68-73, 2002. 13. SHEPHARD, R. J. Absolute versus relative intensity of physical activity in a dose-response context. 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Objetivo - Analisar e acompanhar os níveis de pressão arterial pré e pós exercício em idosos hipertensos praticantes de hidroginástica e treinamento funcional, identificando as diferenças entre as duas modalidades. Métodos - Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo e transversal realizado com 54 idosos hipertensos praticantes de hidroginástica e treinamento funcional com idades a partir de 60 anos no clube do vôlei e instituto sênior do Centro Universitário Estácio do Ceará, localizados na cidade de Fortaleza-CE. Os dados foram coletados via questionário impresso, contendo 20 perguntas de aspectos sócio demográficos. Resultados - Em relação aos aspectos sócio demográficos a pesquisa apontou que 50% dos entrevistados possuem ensino médio completo e 22% possuem apenas o ensino fundamental. Quanto às profissões, 91% são aposentados ou pensionistas. Sobre a preferência por atividade física, 52% optaram em praticar hidroginástica, 30% escolheram treinamento funcional e 18% realizam ambas modalidades. No que diz respeito aos níveis de pressão arterial pré e pós exercício, a pesquisa apontou que as pessoas que praticam hidroginástica sofrem em média uma alteração de (p= 0,5975), já as pessoasque fazem treinamento funcional sofrem uma 42 maior elevação da pressão diastólica com uma média de (p= 0,8137). Ao comparar os dois métodos de treinamento, a pressão diastólica e sistólica sofre alterações em ambas as modalidades, porém, o treinamento funcional tem uma maior elevação pois as atividades praticadas em meio aquático têm menor impacto nas articulações. Conclusões - Conclui – se que 70% dos indivíduos idosos hipertensos optaram pela pratica de hidroginástica. Ao comparar a hidroginástica e o treinamento funcional sabemos que as duas modalidades são distintas, no entanto, ambas trazem melhorias para o cotidiano desses idosos. De acordo com a amostra e os resultados obtidos, pode – se afirmar que a hidroginástica se sobressai do treinamento funcional revelando melhores resultados. Palavras-chave – Hipertensão; Idosos; Funcional; Hidroginástica ABSTRACT Introduction - Hypertension (SAH) affects a large part of the elderly population. Given this context, the elderly with hypertension are constantly seeking to practice physical exercises to improve quality of life. Objective - To analyze and monitor pre and post exercise blood pressure levels in hypertensive elderly practicing water aerobics and functional training, identifying the differences between the two modalities. Methods -This is a descriptive, quantitative and transverse study conducted with 54 hypertensive elderly practicing water aerobics and functional training aged from 60 years in the club do volley and senior institute of the University Center Estácio do Ceará, located in the city of Fortaleza - CE. The data were collected via printed questionnaire, containing 20 questions of socio demographic aspects. Results -. Regarding socio-demographic aspects, the survey found that 50% of respondents have completed high school and 22% have only elementary school. As for the professions, 91% are retirees or pensioners. Regarding the preference for physical activity, 52% chose to practice water aerobics, 30% chose functional training and 18% perform both modalities. With regard to pre and post exercise blood pressure levels, research found that people who practice water aerobics suffer an average change of (p = 0.5975), while people who do functional training experience a higher-pressure increase. with an 43 average of (p = 0.8137). When comparing the two training methods, the diastolic and systolic pressure changes in both modalities, but the functional training has a higher elevation because the activities performed in the aquatic environment have less impact on the joints. Conclusions - It is concluded that 70% of the hypertensive elderly individuals chose to practice water aerobics. Comparing water aerobics and functional training, we know that the two modalities are different, however, both bring improvements to the daily lives of these elderly. According to the sample and the results obtained, it can be stated that water aerobics excels in functional training revealing better results. Keywords - Hypertension; Seniors; Functional; Water aerobics. INTRODUÇÃO A hipertensão arterial sistêmica (HAS) afeta grande parte da população idosa. Diante desse contexto, a faixa etária da terceira idade com quadro de hipertensão, busca constantemente a prática de exercícios físicos para a melhoria da qualidade de vida. De acordo com Malachias et al. (2016), estima-se que a hipertensão atinja em torno de, no mínimo, 25% da população brasileira adulta, chegando a mais de 50% após os 60 anos e está presente em 5% das crianças e adolescentes no Brasil. Diante dessa realidade, a HAS não tem cura, no entanto possui formas de tratamentos para se obter o controle. Partindo desse pressuposto muitos dos indivíduos hipertensos fazem o uso de medicamentos ou até tratamento não farmacológico, por meio de medidas de reeducação ou modificações no estilo de vida, estando diretamente relacionadas a alimentação e a prática de atividade física. 44 Partindo do pressuposto de que exercício físico é benéfico para esse público, que tipos de atividades apresentou melhores resultados. Devido à grande demanda de atenção a esse público, a pesquisa justifica-se no sentido de elucidar melhor tais questões que norteiam o exercício físico como fator preventivo e de controle no quadro de hipertensão e se tratando de indivíduos idosos, ainda temos aspectos importantes no que diz respeito a funcionalidade e melhores condições para a executar as atividades da vida diária (AVD). A hidroginástica desenvolverá um papel melhor do que o treinamento funcional no sentido de prevenção e controle da HAS, pois o meio aquático possibilita algumas vantagens como resposta de bradicardia a imersão, melhoria no retorno venoso, aumento da circulação periférica possibilitando menos trabalho cardíaco em relação a exercícios realizados em meio terrestre. Para a sociedade brasileira de hipertensão (SBH), a Hipertensão arterial (HAS), usualmente chamada de pressão alta, nada mais é que: ter a pressão arterial sistematicamente, igual ou superior que 140 mmHg por 90 mmHg (milímetros de mercúrio). Seu aumento se deve por diversos fatores, mais principalmente porque á uma contração dos vasos sanguíneos que ocasiona o aumento do fluxo de sangue nas artérias. Quando se trata de saúde pública a hipertensão arterial parece ser um grande empecilho para o risco associado a doenças cardiovasculares, dessa forma, sua correlação coma mortalidade é grande no Brasil (APARECIDA; ANDREZA; DE ALMEIDA, 2009) 45 Segundo dados do Framingham Heart Studymostram que um indivíduo normotenso, aos 55 anos, tem 90%de risco de desenvolver um quadro hipertensivo até o final da vida (LIP; HALL, 2007). Os fatores de risco possuem relação direta com a: idade, sexo/ gênero, etnia, genética, fatores socioeconômicos, ingestão de sal e álcool excesso de peso, obesidade e sedentarismo (MALACHIAS et al., 2016). O tratamento da hipertensão deve se basear nos fatores de riscos, atentando – se principalmente para alertar os grupos não modificáveis como: raça, idade e hereditariedade, e reeducando as pessoas hipertensas na mudança de seus hábitos (ingestão de sala, gordura, sedentarismo, obesidade, tabagismo, alcoolismo) (MACHADO; PIRES; LOBÃO, 2012). Baseado na afirmação de Topol (2006), o exercício físico tem relação direta no combate a hipertensão arterial, é a partir dele que os indivíduos melhoram suas capacidades físicas dentre outros benefícios voltados a saúde. Pessoas que praticam exercício fisicamente constantemente apresentam menores índices de mortalidade em relação aos sedentários, talvez em virtude da redução de doenças crônicas, principalmente relacionadas a artéria coronária De acordo com Pierin (2004), a hipertensão arterial atinge grande parte da população brasileira, tornando–se um grande problema de saúde pública. Vem sendo desenvolvidas formas de prevenção e tratamento dessa doença, com baixo custo, sem uso de medicamentos e praticamente sem efeitos colaterais. A prática regular do exercício físico é de grande importância e seus resultados são benéficos a saúde, 46 entre elas o controle da pressão arterial e outros fatores de risco cardiovascular, geralmente relacionados a hipertensão. Nos últimos dez anos, o exercício físico (EF) vem sendo inserido como terapia em indivíduos hipertensos, correlacionado ao tratamento com medicamentos, modificações de hábitos alimentares e comportamentais. O EF deve ser prescrito e avaliado de acordo com intensidade, frequência, duração, modo e progressão. Deve respeitar as limitações e preferências de cada indivíduo, evitando o estresse ortopédico (BAPTISTA et al., 1997) Moraes et al. (2012), afirma que o EF é a parte não farmacológica, sendo capaz de reduzir os níveis tensionais eos fatores de risco associados a hipertensão, tendo como exemplo o excesso de peso, resistência à insulina e dislipidemias. Os programas de exercícios físicos são de primordial importância para os idosos hipertensos, pois estão sujeitos aos efeitos da doença, tendo um retrocesso nas capacidades funcionais, estando sujeitos as limitações físicas inertes ao avanço da idade. Conforme a definição de Campos e Caraucci Neto (2004 apud MONTEIRO; EVANGELISTA, 2015), o treinamento funcional compreende–se como um conceito mais atual de treinamento de força, utilizando o próprio peso corporal como instrumento de trabalho, dentre outros recursos como: bola suíça, elásticos, e as demais formas que trabalhem a propriocepção, instabilidade, flexibilidade, resistência, coordenação motora e condicionamento cardiovascular. O envolvimento de idosos com programas regulares de exercício físico que estimulem o sistema neuromuscular pode atenuar 47 os declínios funcionais associados ao envelhecimento e contribuir para uma vida mais saudável e independente. A estruturação de programas de treinamento para o sistema neuromuscular tem sido baseada na funcionalidade, muitas vezes com o uso de exercícios e movimentos considerados funcionais para as necessidades específicas da vida diária do idoso (RESENDE-NETO et al., 2016). Para Ruoti, Troup e Berger (1994) a hidroginástica constitui– se de exercícios que se baseiam no aproveitamento da resistência da água como sobrecarga e empuxo redutor do impacto, proporcionando a prática de exercícios de alta intensidade e com menores riscos de lesões. Dutra et al. (2009) considera a hidroginástica uma modalidade com grande influência contra o sedentarismo e outras diversas doenças, pois, acarreta diversos benefícios físicos, aptidão física e capacidade de exercitar–se. Pessoas ativas nessa modalidade, possui índices menores de mortalidade, provavelmente devido a menor incidência de doenças crônicas e coronárias. O calor da água reduz a sensibilidade das terminações nervosas sensitivas; diminui o tônus muscular quanto este for aquecido, ou seja, causa alívio de dores e relaxamento muscular; há o auxílio no movimento e aumento gradativo na amplitude articular; a pele fica rosada devido a dilatação; conforme o aumento da temperatura da pele há o aumento da atividade das glândulas sudoríparas e sebáceas, levando ao suor e eliminando toxinas (ROCHA, 1994). 48 Vem sendo recomendada como exercício físico adequado para pessoas, devido a imersão em água e possível utilização de seus princípios físicos, que estão associados ao aproveitamento da resistência da água como sobrecarga, proporcionando benefícios com menor impacto articular, maior retorno venoso, frequência cardíaca e pressão arterial baixa (DUARTE; RODRIGUES; LEHNEN, 2014). A prática regular de programas de exercícios físicos de diferentes naturezas tem sido amplamente recomendada para a população idosa, em virtude dos inúmeros benefícios morfológicos, fisiológicos, metabólicos, neuromusculares e comportamentais produzidos, particularmente, por essa estratégia, nesta etapa da vida. Tais benefícios melhoram a capacidade funcional e cognitiva, favorecendo a melhoria da qualidade de vida e aumentando a longevidade com independência funcional. Nesse sentido, o treinamento funcional (TF) tem ganho destaque e atraído um grande número de adeptos com a premissa básica de proporcionar melhoria do sistema psicobiológico humano, a partir da aplicação de exercícios, multiarticulares e multiplantares direcionados para o aprimoramento da habilidade de movimento, melhoria da força, resistência muscular da região do (core), e aumento da eficiência neuromuscular para as diferentes tarefas da vida diária. Entretanto, a eficácia do TF para a atenuação dos efeitos deletérios do processo de envelhecimento ainda não está bem estabelecida na literatura. A busca de informações foi realizada, por dois pesquisadores independentes, nas bases eletrônicas Medline, BioMed Central, 49 SciELO, Scholar Google e SportDiscus. Os trabalhos selecionados foram publicados durante o período de 2005 a 2015. As temáticas escolhidas foram adaptações funcionais ao TF e estruturação de programas, respeitando-se critérios de segurança, eficácia e funcionalidade. Os resultados encontrados sugerem que o TF pode ser uma estratégia eficaz e segura para provocar respostas adaptativas relacionadas à funcionalidade do idoso. Acreditamos que a função do profissional de Educação Física é a de manter, melhorar e promover a saúde, além de prevenir patologias, proporcionando assim, melhora da qualidade de vida do indivíduo. Considerando a atuação interdisciplinar destes profissionais, uma solução seria a implantação de aulas que tivessem a preocupação com a homogeneidade e especificidade que o grupo necessita, que trabalhe o caráter de integração, socialização e manutenção da saúde (característica das aulas de hidroginástica). Assim haveria um real ganho na prevenção e manutenção dos processos degenerativos comuns no envelhecimento. O estudo tem como objetivo principal analisar e acompanhar os níveis de pressão arterial pré e pós exercício em idosos hipertensos praticantes de hidroginástica e treinamento funcional, identificando as diferenças entre as duas modalidades e lucidando questões referentes a atividade física e a pessoa idosa para profissionais de educação física que venham a intervir nessa área. 50 2 METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo, longitudinal de abordagem quantitativa, realizado no mês de outubro de 2019, em dois locais, um sendo o instituto sênior do centro universitário Estácio - Via Corpvs e o outro o clube do vôlei, todos localizados na cidade de Fortaleza – Ceará. A amostra foi constituída de 54 idosos de ambos os sexos, sendo 12 do sexo masculino e 42 do sexo feminino, com idades a partir de 60 anos. Como critério de inclusão o idoso deve ser considerado hipertenso (através de diagnóstico assinado por médico ou uso regular de remédios para controle de hipertensão), praticante de treinamento funcional e hidroginástica ou de ambas modalidades, e que aceitaram participar da pesquisa autorizando e assinando o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE), neste mesmo momento os mesmos responderam um questionário elaborado impresso, contendo 20 perguntas objetivas sociodemográfica sobre o seu perfil e a pratica dos exercícios físicos citados na titulação da pesquisa. Para este estudo foi utilizado como instrumento de coleta, a aferição da pressão arterial através do Esfigmomanômetro digital. Nesse procedimento, o indivíduo sentou - se em uma cadeira com a coluna ereta, apoiar o braço esquerdo em uma mesa com a palma da mão virada para cima, será colocado a braçadeira de dois a três centímetros acima da articulação do cotovelo e esperar que o aparelho faça a leitura da pressão arterial, esse processo será realizado tanto no pré como no pós exercício dos participantes do estudo. 51 Todos os sujeitos aceitaram participar da pesquisa assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) cujo objetivos da pesquisa foram explicados e ficou claro que o sujeito poderia desistir da pesquisa a qualquer momento e que sua identidade seria preservada. Para a análise dos resultados foi utilizado o Programa Excel 2010 e o Programa SPSS 23.0®, sendo realizada a estatística descritiva através dos dados obtidos na coleta de dados, dando resultados em média, percentual e desvio padrão. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram 54 indivíduos entrevistados todos diagnosticados hipertensos com idades que variam de 60 a 89 anos, média de idade de 71,24±7,39 anos. (Tabela 1). Na pesquisa detectou-se que a escolaridade de maior prevalência é o ensino médio completo com 27(50%) dos