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SF VI João Vitor P. Gama – MED 103 UV _______________________________________________________________________________________ SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE SAÚDE DA CRIANÇA A mortalidade infantil diminuiu muito nas últimas décadas (pós-neonatal principalmente), mas a obesidade infantil e a má qualidade de alimentação superaram a desnutrição como problema de saúde das crianças. • Superar a visão de puericultura tradicional • Incorporar conceitos de risco e vulnerabilidade • Entender a criança na dimensão psíquica e nas relações com a família e comunidade • A frequência das consultas de puericultura deve acompanhar os riscos para cada faixa etária Redução da taxa de mortalidade infantil: baseada no crescimento econômico, redução das desigualdades de renda, urbanização, melhoria no grau de instrução das mulheres e diminuição da fecundidade, transição epidemiológica Metas da nova puericultura Condições sensíveis à APS (predominantes na população infantil) • Doenças imunizáveis • Infecções adquiridas na comunidade e suas complicações (febre reumática) • Desidratação • Asma • Diabetes (geralmente tipo I) • Anemias Organização do atendimento • Demanda programática X demanda eventual: toda consulta eventual pode ser uma oportunidade para identificar fatores relacionados ao cuidado programático • Relação com o pediatra: o pediatra deve lidar com problemas de saúde cuja abordagem envolva densidade tecnológica maior (equipamentos) e experiência específica naquele tipo de doença que é menos frequente • Relação com a equipe da ESF: o papel do enfermeiro na puericultura de rotina e baixo risco, intervenções profiláticas/educativas em odontologia, visita domiciliar na primeira semana de vida • Consulta o A queixa deve ser ampliada (SOAP) o Dados do pré-natal, nascimento, neonatal, intercorrências o Alimentação, rotina de vida, desenvolvimento e imunização o Inserção social da família, escolaridade e ocupação dos pais o Intervenções preventivas adequadas a cada faixa etária (acidentes, amamentação, exposição à violência, uso de psicoativos, triagem oftalmológica, bioquímica, auditiva, acuidade visual em escolares o Exame físico (obrigatoriamente os escores Z nos menores de 2 anos; fazer sempre o exame completo, pois a criança tende a não se queixar) Vulnerabilidade e risco • Vulnerabilidade: estado do sujeito que determina a susceptibilidade a riscos, é individual • Risco: noção pontual (risco de algo) Critérios de risco • Verde (risco habitual): fatores de risco são a condição de ser criança e a ausência de alterações nas condições clínica e social SF VI João Vitor P. Gama – MED 103 UV _______________________________________________________________________________________ • Laranja (risco clínico): baixo peso, internação após alta materna, crescimento e desenvolvimento inadequado, sobrepeso, obesidade, condição clínica crônica Problemas de saúde comuns da infância: cefaleia recorrente, dor abdominal recorrente, dores recorrentes em membros, problemas de desenvolvimento neuropsicomotor, problemas de crescimento e ganho de peso, abuso infantil, enurese e encoprese, atopias (dermatite, rinite, asma) Check-up e exames de rotina: sem evidência de melhora; desafio para a comunicação clínica da profilaxia quaternária (convencer o paciente que ele não precisa de tal exame) SAÚDE DO ADOLESCENTE Período de modificações intensas (biológicas, psíquicas, sexuais, cognitivas), baixa incidência de adoecimento orgânico e alta incidência de morbidade e mortalidade por fatores externos • 10 a 14 anos → fase inicial, o acompanhamento dos pais geralmente é estimulado, queixas relacionadas ao crescimento físico • 15 a 16 anos → fase intermediária, a presença dos pais é facultativa, mas estratégica nos primeiros atendimentos; imagem corporal, impacto das doenças clínicas • 17 a 19 anos → fase tardia, a presença dos pais é facultativa, mas estratégica nos primeiros atendimentos; imagem corporal, impacto das doenças clínicas Principais motivos: problemas ginecológicos, dermatológicos, respiratórios/alérgicos, obesidade, iniciação sexual, gestação (deve ter um maior de idade acompanhando, idealmente um avô do bebê), desempenho escolar, conflitos intrafamiliares ou entre pares Quase todos os atendimentos acima de 15 anos podem ser feitos sozinhos. Geralmente a gestação que requer acompanhante. Alterações do desenvolvimento puberal • Atraso puberal o Masculino → ausência de sinal de puberdade após 14 anos (ausência de pubarca ou volume testicular < 3 mL) o Feminino → ausência de características sexuais secundárias até os 13 anos ou menarca até os 16 anos o Diferenciar atraso puberal constitucional (ritmo é retomado após o início do desenvolvimento puberal) • Puberdade precoce o Meninos → desenvolvimento de características sexuais secundárias antes de 9 anos o Meninas → desenvolvimento de características sexuais secundárias antes de 8 anos Problemas de saúde comuns da adolescência: acne, urológicos (não resolução de fimose fisiológica, epididimite/ISTs, tumores testiculares, varicocele, ginecomastia puberal, problemas de coluna (seios muito fartos), ginecológicos (ISTs, contracepção, fluxo menstrual), obesidade e síndrome metabólica, sintomas psicológicos