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● EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO - ➔ PONTO 22 - Inspeção + palpação - INSPEÇÃO - - Divide-se em Inspeção Estática e Dinâmica - ESTÁTICA - analisa-se o aspecto geral da região torácica (lesões, coloração, cicatrizes…), músculos, ossos, mamas e mamilos, presença de circulação colateral, presença ou não de abaulamentos e depressões, forma do tórax , baqueteamento digital, cianose… - DINÂMICA - tipo respiratório, ritmo respiratório, frequência respiratória, presença ou não de tiragem, expansibilidade dos pulmões… ● INSPEÇÃO ESTÁTICA - paciente sentado ou deitado - PELE - - Coloração - há cianose? palidez? - Presença de circulação colateral? - Cicatrizes? - lesões elementares sólidas correlacionadas com doenças pulmonares - pápulas e ulcerações com a paracoccidioidose e tubérculos, com TB e sarcoidose; - Baqueteamento digital? - FORMA DO TÓRAX - - Tórax normal/ atípico - Tórax em tonel - aumento do diâmetro anteroposterior , com maior horizontalização dos arcos costais e abaulamento da coluna dorsal - presente em pacientes enfisematosos e em pacientes idosos; - Tórax pectus excavatum - há uma depressão na parte inferior do esterno e região epigástrica - é de natureza congênita - Tórax pectus carinatum - o esterno é proeminente e as costelas horizontalizadas - de natureza congênita ou adquirida (raquitismo) - Tórax em sino/ cônico - possui a parte inferior exageradamente alargada - encontrado em esplenomegalias e ascite - Tórax cifótico - há a curvatura da coluna dorsal, formando uma gibosidade - pode ser congênito, má postura ou Mal de Pott (TB óssea) - Tórax cifoescoliótico - além da cifose (curvatura da coluna), há um desvio lateral da coluna (escoliose) - pode ser congênito, má postura ou mal de Pott. - ABAULAMENTOS E DEPRESSÕES - - Derrames pleurais - há abaulamento no hemitórax correspondente - Hipertrofia do VD - abaulamento no precórdio - Fraturas de costelas - causas frequentes de abaulamentos ou retrações localizadas - Sinal de Lemos Torres - abaulamentos dos espaços intercostais durante a inspiração - sinal de derrame pleural ● INSPEÇÃO DINÂMICA - - TIPO RESPIRATÓRIO - se é predominantemente costal superior (predomina no sexo feminino) ou toracoabdominal (predomina no sexo masculino e em crianças) - Observa-se a movimentação do tórax e abdômen durante a respiração do paciente - para perceber em qual região o movimento é mais intenso; - Gabriela Palauro - ATM26 - SINAIS DE ESFORÇO RESPIRATÓRIO - uso da musculatura acessória, presença de tiragem, batimento de asa de nariz; - Tiragem - depressão dos espaços intercostais durante a inspiração - devido o aumento da pressão negativa no espaço pleural e isso provoca a retração dos espaços intercostais. - Pode ser difusa ou localizada (região supraclavicular, infraclavicular, intercostal ou epigástrica, por exemplo) - OBS - a tiragem é visível na face lateral do tórax em indivíduos magros e longilíneos. - Uso da musculatura acessória - tal musculatura auxilia na ventilação, porque elevam a clavícula e a parede torácica anterior, aumentando a pressão intratorácica negativa e o volume pulmonar - Inspiração - utiliza-se: diafragma e intercostais externos + esternocleidomastoideo e escalenos - Expiração - intercostais externos, retoabdominal, oblíquos internos e externos e transverso abdominal - RITMO RESPIRATÓRIO - normalmente, a inspiração dura quase o mesmo tempo que a expiração, tendo os dois movimentos a mesma amplitude - quando um desses fatores se altera, há os ritmos respiratórios anormais; - Para a análise do ritmo respiratório deve-se analisar por pelo menos 2 minutos, a sequência, forma e amplitude das incursões respiratórias - RESPIRAÇÃO DE CHEYNE-STOKES - incursões respiratórias que vão se tornando cada vez mais profundas até atingirem um amplitude máxima e, então, vão decrescendo gradativamente, até ocorrer um momento de apneia. Logo, repete-se a mesma sequência, sucessivamente. - Comum em pacientes com problemas no centro respiratório - AVC, traumatismos, hipertensão intracraniana… - Explicação - - RESPIRAÇÃO DE BIOT - há duas fases, a primeira, de apnéia, seguida de movimentos inspiratórios e expiratórios anárquicos quanto ao ritmo e amplitude - anarquia respiratória interrompida com momentos de apneia; - Comum em pacientes com grave comprometimento cerebral; - RESPIRAÇÃO KUSSMAUL - nesta, há quatro fases, (1) inspirações ruidosas, gradativamente mais amplas, alternadas com inspirações rápidas e de pequena amplitude; (2) apnéia em inspiração; (3) expirações ruidosas gradativamente mais profundas alternadas com inspirações rápidas e de pequena amplitude; (4) apnéia em expiração; - Inspirações profundas seguidas de pausas (apneia) - expirações curtas também seguidas de pausas (apneia); - Comum em pacientes com acidose diabética; - RESPIRAÇÃO SUSPIROSA - há uma série de movimentos inspiratórios de amplitude crescente seguidos de expiração breve e rápida. Outras vezes, os movimentos respiratórios normais são interrompidos por “suspiros” isolados ou agrupados. - Traduz ansiedade e tensão emocional; - Gabriela Palauro - ATM26 - PALPAÇÃO - avalia-se a expansibilidade e o frêmito toracovocal ● PALPAÇÃO - - EXPANSIBILIDADE - avalia-se a região superior e inferior do tórax - Expansibilidade dos ápices pulmonares - paciente sentado, posiciona-se atrás dele e com as mãos espalmadas, em que as bases internas toquem o pescoço e os polegares, a coluna vertebral; Pede-se para o paciente respirar normal e depois, profundamente, e avalia-se a expansibilidade. - Expansibilidade das bases pulmonares - agora, os polegares apoiam-se nas linhas paravertebrais - formando um ângulo de 90°, e os demais, recobrem os últimos arcos costais - Lembrando que a diminuição da expansibilidade pode ser uni ou bilateral - FRÊMITO TORACOVOCAL - corresponde às vibrações das cordas vocais transmitidas à parede torácica. - Para pesquisá-lo, deve-se colocar a mão direita (de preferência, o 2°, 3° e 4° quirodáctilos) espalmada sobre a superfície do tórax do paciente e se pede, para ele falar “Trinta e três” - lembrando de sempre comparar as regiões homólogas; - Aumento do FTV - consolidação da área pulmonar - pneumonia, infarto pulmonar; - Diminuição ou desaparecimento do FTV - derrame pleural, pneumotórax, atelectasia, enfisema pulmonar; - PERCUSSÃO - semiotécnica adequada, executa a comparação entre áreas simétricas; ➔ PONTO 23 - Percussão ● PERCUSSÃO - - Há quatro tonalidades de sons obtidos - 1. Som claro pulmonar - nas áreas de projeção dos pulmões 2. Som timpânico - no espaço de Traube - Gabriela Palauro - ATM26 3. Som submaciço - na região inferior do esterno 4. Som maciço - na região inframamária direita (macicez hepática) e na região precordial. - Inicia-se a percussão do tórax, pela face posterior, pede-se ao paciente para fazer “movimento se abraçando”, isso permite o afastamento das escápula; Para a percussão das faces laterais do tórax, o paciente deve colocar as mãos na cabeça. Lembrando de sempre ser de cima para baixo, comparando os lados homólogos - fazendo a corda grega - Lembrando que causas ligadas à parede torácica, como obesidade, massas musculares hipertrofiadas e edema, reduz a nitidez dos sons normais - tornando-os maciços/ submaciços - Em um indivíduo sem lesões de qualquer natureza, o som claro pulmonar está presente na percussão da clavícula, e até 2,5-3 cm acima dela, além de no lado direito, estar presente em toda a extensão da face anterior até o nível da 6ª/ 7ª costela. Abaixo deste nível, há macicez devido ao fígado. Já do lado esquerdo, há som claro pulmonar presente simetricamente à direita, até a região precordial - região de submacicez variável, sendomáxima ao centro e vai desaparecendo gradualmente. - OBSERVAÇÕES : - Deve-se percutir a coluna vertebral - de C7 à T11 - percute-se os espaços intervertebrai s em busca de som maciço devido a derrame pleural - Deve-se percutir a clavícula (único osso percutível) - caso seja maciço: tuberculose pulmonar ou tumor de Pancoast. - AUSCULTA - saber identificar sons respiratórios normais e anormais e suas respectivas áreas de ausculta. ➔ PONTO 24 - Ausculta respiratória ● AUSCULTA - - Primeiramente, NUNCA deve-se auscultar por cima da roupa, pede-se ao paciente para despir o tórax. - Gabriela Palauro - ATM26 - Semiotécnica : o examinador deve-se colocar atrás do paciente, o qual deve estar despido e respirar pausada e profundamente, com a boca entreaberta, sem fazer ruídos. Auscultam-se as regiões de maneira simétrica, sempre comparando. - Sons respiratórios normais : som traqueal, som brônquico, murmúrio vesicular e som broncovesicular. - Sons respiratórios anormais: descontínuos (estertores finos e grossos), contínuos (roncos, sibilos e estridor) e atrito pleural. - SONS NORMAIS - ➔ SOM TRAQUEAL - é audível na região de projeção da traquéia, no pescoço e na região esternal. Origina-se na passagem do ar através da fenda glótica e na própria traquéia. Seus dois componentes: inspiratório (ruído soproso, mais ou menos rude) após ele há um curto intervalo de silêncio, seguido pelo componente expiratório, o qual é mais forte e mais prolongado. - “Som tubular, intenso e soproso” ➔ SOM BRÔNQUICO - corresponde ao som traqueal audível na zona de projeção dos brônquios de maior calibre. Além disso, diferencia-se do som traqueal por ter um componente expiratório menos intenso; - Há pausa entre os dois componentes, que possuem quase igual duração, e o som brônquico acaba sendo menos intenso que o traqueal. ➔ MURMÚRIO VESICULAR - deriva da turbulência do ar circulante ao chocar-se contra as saliências das bifurcações brônquicas. Possui o componente inspiratório mais intenso, mais duradouro e de tonalidade mais alta, já por sua vez, o componente expiratório é mais fraco, de duração mais curta e de tonalidade mais baixa. NÃO há pausa entre os componentes. Ausculta-se em quase todo o tórax , com exceção da região esternal superior, interescapulovertebral direita e no nível da 3ª e 4ª vértebras dorsais, local em que há o som broncovesicular. - É auscultado nas regiões periféricas dos pulmões. - O murmúrio vesicular NÃO possui a mesma intensidade em todo o tórax - acaba sendo mais intenso na região anterossuperior, nas axilas e nas regiões infraescapulares. - MV pode estar com a intensidade aumentada ou diminuída ou ainda, com a prolongação do componente expiratório . - MV aumentado - após esforços físicos, pacientes emagrecidos, pacientes com afecções pulmonares unilaterais, em que o MV aumenta-se no lado não afetado. - MV diminuído - pneumotórax, hidrotórax ou tecido sólido (espessamento pleural), enfisema pulmonar, obstrução das vias respiratórias superiores… - MV com componente expiratório aumentado - asma brônquica, enfisema e bronquite - e traduz a dificuldade da saída do ar; ➔ SOM BRONCOVESICULAR - neste, somam-se características do som brônquico e do murmúrio vesicular. Assim, intensidade e duração do componente inspiratório e expiratório possuem igual magnitude; Este som é audível na região esternal superior, na interescapulovertebral direita e no nível da 3ª e 4ª vértebras dorsais. Caso esteja presente em outras regiões, indica condensação pulmonar, atelectasia por compressão ou presença de caverna. - Gabriela Palauro - ATM26 - NÃO há pausa entre o componente inspiratório e expiratório, e estes, possuem duração semelhante - Gabriela Palauro - ATM26 - SONS ANORMAIS - ➔ SONS DESCONTÍNUOS - estertores finos e grossos ➔ ESTERTORES FINOS ou CREPITANTES - - Ocorrem no final da inspiração, possuem frequência alta, isto é, são agudos, e de curta duração. - NÃO se modificam com a tosse; - Audíveis do meio para o final da inspiração; - O som é comparado ao atrito de um punhado de cabelo próximo ao ouvido; - Mecanismo de formação - abertura sequencial de vias respiratórias anteriormente fechadas devido à pressão exercida pela presença de líquido ou exsudato no parênquima pulmonar ou por alteração no tecido de suporte das paredes brônquicas - ocorre nas pneumonias, edema pulmonar… ➔ ESTERTORES GROSSOS OU BOLHOSOS - - Possuem frequência menor e maior duração, quando comparado com os finos; - Se modificam com a tosse; - Audíveis no início da inspiração e durante toda a expiração. - Se originam na abertura e fechamento das vias respiratórias contendo secreção viscosa e espessa, bem como pelo afrouxamento da estrutura de suporte das paredes brônquicas - é comum na bronquite crônica e nas bronquiectasias. ➔ SONS CONTÍNUOS - roncos, sibilos e estridor ➔ RONCOS e SIBILOS - - Originam-se nas vibrações das paredes brônquicas e do conteúdo gasoso quando há o estreitamento destes ductos, seja por espasmo ou edema da parede ou por secreção aderida à ela - como ocorre na asma brônquica, bronquites, bronquiectasias e nas obstruções localizadas. - Pontos obstrutivos nas vias aéreas inferiores! - Roncos e sibilos podem aparecer tanto na inspiração quanto na expiração - porém, os roncos são mais comuns na expiração; - RONCOS - sons mais graves, isto é, de baixa frequência - - SIBILOS - sons mais agudos, de alta frequência ➔ ESTRIDOR - - Produzido pela semi obstrução da laringe ou traqueia - e pode ser provocado por difteria, laringite agudas, CA de laringe e estenose da traqueia; - Som intenso - auscultado na inspiração ou expiração - e é mais audível no ponto onde há a obstrução; ➔ ATRITO PLEURAL - - Gabriela Palauro - ATM26 - É comparado ao som de ranger de couro atritado; - Devido ao exsudato entre as pleuras, há um ruído irregular, descontínuo, mais intenso na inspiração ; - Pode aparecer em qualquer fase respiratória; - Som de duração maior e frequência baixa, de tonalidade grave; - Sede mais comum - regiões axilares inferiores - onde os pulmões realizam movimentação mais ampla. - Sua principal causa é a pleurite seca; - Gabriela Palauro - ATM26