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01_Conhecimentos_Didaticos

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osA IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO ESCOLAR: documentos curriculares do Paraná e o seu Quadro Organizador .........................................................................................................................1Plano de aula, relação entre o planejamento da aula e o atendimento dos objetivos de 
aprendizagens, relação entre o desenvolvimento das competências gerais e específicas e as 
estratégias/metodologias utilizadas pelo professor e a avaliação ...................................................1
A METODOLOGIA VIABILIZANDO A APRENDIZAGEM: as estratégias de ensino, sua correlação 
com os recursos didáticos11
Observação de sala de aula: estratégias de construção de parceria com o pedagogo .................12
A importância das Metodologias Ativas ..........................................................................................12
Plataformas educacionais como meio para desenvolver habilidades ............................................15
A GESTÃO DE SALA DE AULA: a importância do Tripé (Organização da Coletividade, Cuidado 
com as Relações Interpessoais e Mediação do Conhecimento) ...................................................15
Estratégias de gestão do tempo e da aprendizagem .....................................................................16
A importância do clima escolar para a construção do respeito e de um ambiente acolhedor para 
a formação do estudante ................................................................................................................16
A AVALIAÇÃO E A RECUPERAÇÃO DA APRENDIZAGEM: avaliação diagnóstica, avaliação 
formativa e avaliação somativa; recuperação de estudos e reavaliação; critérios, instrumentos e 
intencionalidade da avaliação escolar ............................................................................................17
Exercícios .......................................................................................................................................41
Gabarito ..........................................................................................................................................46
SEED-PR
Professor – Pedagogo
Conhecimentos Didáticos
1774268 E-book gerado especialmente para GEOVANA DE OLIVEIRA ALMEIDA
1
A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO ESCOLAR: documentos curriculares do Paraná e 
o seu Quadro Organizador
Prezado(a), 
Para estudo do tópico solicitado pelo edital, indicamos que verifique o material complementar, que pode ser 
encontrado em:
http://www.referencialcurriculardoparana.pr.gov.br/#
A indicação se dá devido ao formato e extensão do material em questão, que não cabe na estrutura de nos-
sas apostilas. Por isso, e para manter protegido os direitos de autor do conteúdo, sugerimos acesso direto na 
fonte oficial e estudo do documento tal como solicitado pelo edital. 
Bons estudos!
 plano de aula, relação entre o planejamento da aula e o atendimento dos objetivos de 
aprendizagens, relação entre o desenvolvimento das competências gerais e específicas 
e as estratégias/metodologias utilizadas pelo professor e a avaliação
Um plano de aula está diretamente relacionado ao plano de ensino1, mas descreve uma sequência didática 
a ser seguida para o desenvolvimento integral e integrado da aprendizagem, diariamente, em cada aula ou 
atividade prática (laboratório, estágio, visita). Facilita a visualização da dinâmica da aula ou atividade, contribui 
para que outro docente possa utilizar-se desta referência, em caso de impossibilidade ou ausência do docente 
responsável2.
— Elaboração de um plano de aula
Para Libâneo, “o planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades 
didáticas em termos de organização e coordenação em face dos objetivos propostos, quanto a sua revisão e 
adequação no decorrer do processo de ensino”. Portanto, o planejamento de aula é um instrumento essencial 
para o professor definir as estratégias pedagógicas, conforme o objetivo a ser alcançado, criteriosamente 
adequado para as diferentes turmas, com flexibilidade suficiente, caso necessite de alterações.
Na elaboração do plano de aula devemos nos atentar para:
– Clareza e objetividade;
– Atualização do plano periodicamente;
– Conhecimento dos recursos disponíveis da escola;
– Noção do conhecimento que os alunos já possuem sobre o conteúdo abordado;
– Articulação entre a teoria e a prática;
– Utilização de metodologias diversificadas, inovadoras e que auxiliem no processo de ensino-aprendizagem;
– Sistematização das atividades de acordo com o tempo disponível (dimensione o tempo/carga horária, 
segundo cada etapa da aula/atividade);
– Flexibilidade frente a situações imprevistas;
– Realização de pesquisas buscando diferentes referências, como revistas, jornais, filmes entre outros;
– Elaboração de aulas de acordo com a realidade sociocultural dos estudantes.
Ao elaborar o plano, faça um diagnóstico inicial, respondendo a questões:
1 Um plano de ensino é aquele que compreende todo o processo ensino aprendizagem durante o ano letivo, explicitando todas as disciplinas ou módulos do curso. 
É o documento que o aluno recebe no primeiro dia de aula descrevendo: identificação da disciplina, carga horária, objetivos, cronograma de atividades (conteúdos), 
instrumentos de avaliativos, bibliografia recomendada. Eventualmente o educador não tem oportunidade de elaborar o plano de ensino, pois, conforme a instituição é 
previamente elaborado e apresentado, sem espaço para ser revisitado.
2 https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4505701/mod_resource/content/2/TEXTO%20PLANO%20DE%20AULA.pdf
1774268 E-book gerado especialmente para GEOVANA DE OLIVEIRA ALMEIDA
2
Para quem vou ensinar? Quem são os estudantes? Quais as características (faixa etária, grau de maturidade, 
conhecimentos prévios, habilidades adquiridas, contexto social em que vivem (alunos trabalhadores com 
múltiplas jornadas de trabalho))?
Por que ensinar? Quais os objetivos da educação e da escola? Do módulo ou da aula?
Quais a competências a serem desenvolvidas? Na educação, decidir e definir os objetivos de aprendizagem 
significa estruturar, de forma consciente, o processo educacional para propiciar mudanças de pensamentos, 
ações e condutas.
Essa estruturação resulta do planejamento diretamente relacionado à seleção de conteúdos, de procedimentos, 
de atividades, de recursos disponíveis, de estratégias, de instrumentos de avaliação e da metodologia a ser 
adotada no processo educativo, alinhados à formação das competências, de acordo com o perfil profissional 
delineado pela escola.
O que ensinar? Qual o conteúdo requerido, selecionado? Como integrar conteúdos e outras áreas do saber 
(temas transversais, interdisciplinaridade)?
Como ensinar? Quais os recursos didáticos disponíveis? Outros podem ser providenciados/ construídos? 
Qual o período da aula (matutino, vespertino, noturno)? Como aproveitar os conhecimentos e experiências 
prévias? Quais estratégias utilizar?
Como verificar a aprendizagem? Como acompanhar o processo educativo? Quais os critérios para definir o 
sistema de avaliação?
Quais os métodos e tipos de instrumentos de avaliação? Há coerência entre os métodos de avaliação e os 
objetivos delineados? Consideram os resultados a serem alcançados?
Nessa perspectiva, em um modelo prático (mas, não único!), estruturalmente o Plano de Aula é constituído 
por: Identificação, Objetivos, Conteúdos, Metodologias, Recursos e Avaliação.
1. CABEÇALHO E IDENTIFICAÇÃO
Escola:
Turma:
Disciplina:
Professor(a):
Data:
Horário:
Duração:
Tema:
2. OBJETIVOS
Para falarmos sobre objetivos vamos relembrar um trecho do filme “Alice no País das Maravilhas”, aquele 
em que a personagem se encontra frente a vários caminhos para prosseguir sua busca pelo coelho que fugiu 
com o relógio:
Ao ver um grande gato no alto de uma árvore pergunta-lhe:
— Você pode me ajudar?
Ele diz: 
— Sim, pois não.
— Para onde vai essa estrada, pergunta ela. 
Eleresponde com outra pergunta:
— Para onde você quer ir? 
Ela diz: — Não sei, estou perdida. 
1774268 E-book gerado especialmente para GEOVANA DE OLIVEIRA ALMEIDA
3
Ele, então, lhe diz assim: 
— Para quem não sabe aonde vai, qualquer caminho serve.
Os professores, especialmente àqueles que compreendem a função social e política da educação, não 
podem ser estilo “Alice”, ou seja, não ter clareza do que querem atingir com suas aulas. Como escapar desse 
estilo? É necessário planejar criteriosamente suas aulas.
A elaboração de um plano de aula inicia-se com a formulação dos objetivos de aprendizagem, ou seja, a 
definição clara e precisa do que se espera que o estudante seja capaz de fazer após a conclusão da aula/
disciplina. A elaboração de objetivos mais adequados ao ensino pode ser facilitada pelo uso da Taxonomia de 
Bloom3 (auxilia a identificação e a declaração dos objetivos).
Uma estrutura de organização hierárquica de objetivos educacionais. Essa taxonomia resultou do trabalho 
de uma comissão multidisciplinar de especialistas de várias universidades dos Estados Unidos, liderada por 
Benjamin S. Bloom, na década de 1950. A classificação divide as possibilidades de aprendizagem em três 
grandes domínios:
– Cognitivo: abrangendo a aprendizagem intelectual (relacionado ao aprender, dominar um conhecimento);
– Afetivo: abrangendo os aspectos de sensibilização e gradação de valores (relacionado a sentimentos e 
posturas);
– Psicomotor: abrangendo as habilidades de execução de tarefas que envolvem o organismo muscular 
(relacionado a habilidades físicas específicas).
Para melhor compreensão do assunto vamos rever os objetivos de nossa aula:
Compreender os princípios norteadores da elaboração do plano de aula;
Identificar os elementos que compõem o plano de aula;
Elaborar o plano de aula;
Refletir sobre a importância do planejamento na organização das ações de ensino.
Você pode nos dizer a quais domínios da Taxonomia de Bloom eles se relacionam? Como você pode observar 
a declaração de um objetivo se inicia com um verbo no infinitivo que descreve o desempenho esperado do 
estudante.
Ao selecionar os verbos, precisamos considerar o que o estudante deverá ser capaz de. Veja no quadro 
referente ao domínio cognitivo, os verbos associados às diferentes categorias.
CATEGORIA VERBO
Conhecimento Definir, escrever, selecionar, sublinhar, selecionar, relembrar, declarar, listar, reconhecer, reproduzir, nomear, rotular, medir.
Compreensão Identificar, ilustrar, explicar, justificar, representar, julgar, selecionar, nomear, constatar, indicar, formular, classificar.
Aplicação Predizer, escolher, encontrar, construir, selecionar, mostrar, computar, avaliar, demonstrar, usar, explicar, desempenhar.
Análise Analisar, selecionar, justificar, identificar, separar, resolver, concluir, comparar, separar, diferenciar, contrastar, criticar.
Síntese Combinar, arguir, selecionar, repetir, discutir, relacionar, sumarizar, organizar, generalizar, sintetizar, derivar, concluir.
Avaliação Julgar, suportar, identificar, avaliar, defender, evitar, determinar, atacar, selecionar, reconhecer, criticar, escolher.
3 Uma das teorias de aprendizagem que auxiliam os professores no planejamento e aprimoramento do processo educacional é a Taxonomia de Bloom, bastante 
utilizada para definir objetivos. Benjamin Bloom (1913–1999) foi um psicólogo e pedagogo norte-americano que desenvolveu diversas pesquisas ao longo de sua vida 
profissional, abordando a educação com uma perspectiva psicológica. Ele entendia que a educação vai além do âmbito acadêmico, pois deve servir ao propósito de 
extrair todo o potencial humano, para que este alcance seus sonhos com um olhar mais otimista para os alunos, sem vê-los como meros estudantes. Considerando os 
aspectos cognitivos, emocionais e psicomotores da aprendizagem, bem como sua influência sobre o processo educacional e modo de auxiliar os professores na prática 
de ensinar, em 1956, Bloom apresentou seu modelo educacional no trabalho intitulado “Taxonomia de objetivos educacionais”.
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https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4505701/mod_resource/content/2/TEXTO%20PLANO%20DE%20
AULA.pdf
Portanto, lembre-se da Taxonomia de Bloom ao definir os objetivos: conforme o domínio, os objetivos são 
expressos por verbos que explicitam a ação esperada, de forma coerente. Ex: considerando o domínio cognitivo, 
o verbo escolhido no objetivo deve expressar o que o estudante deverá conhecer; no domínio psicomotor, o que 
o estudante deverá ser capaz de fazer e no domínio afetivo que atitudes e comportamentos o estudante deverá 
adotar após a aula.
Características dos objetivos bem delineados:
– Orientados para os sujeitos da ação;
– Fornecem uma descrição dos resultados desejados;
– São claros e precisos;
– São facilmente compreendidos;
– São relevantes;
– São realizáveis.
3. CONTEÚDOS
A seleção dos conteúdos a serem trabalhados na aula deve responder a questão: Para alcançar os objetivos 
delineados quais conteúdos devem ser trabalhados?
Considere também os critérios abaixo:
– Vinculação aos objetivos;
– Validade (aplicável à vida real);
– Significância (relação com experiências pessoais dos sujeitos);
– Utilidade para os sujeitos (atender as necessidades e interesses dos estudantes);
– Adequado à diversidade dos sujeitos;
– Adequado ao tempo da ação.
Para facilitar o delineamento dos conteúdos e seleção das estratégias de ensino, propõe-se a tipologia dos 
conteúdos de aprendizagem:
– Factuais: referem-se ao conhecimento de fatos, acontecimentos, situações, dados e fenômenos concretos 
e singulares. Envolve memorização e repetição.
– Conceituais: relacionam-se com conceitos propriamente ditos e referem-se ao conjunto de fatos, objetos 
ou símbolos que possuem características comuns. São mais abstratos e envolvem compreensão, reflexão, 
análise e comparação. Envolve compreensão e utilização dos conhecimentos.
– Procedimentais: Referem-se ao aprender a fazer, envolvem regras, técnicas, métodos, estratégias e 
habilidades. Como exemplos, temos: ler, desenhar, observar, classificar e traduzir. A aprendizagem envolve a 
realização de ações, ou seja, para aprender é preciso fazer e aplicar o conhecimento em diferentes contextos.
– Atitudinais: envolvem valores, atitudes e normas. Incluem-se nesses conteúdos, a cooperação, a 
solidariedade, o trabalho em grupo, o respeito, a ética e o trabalho com a diversidade. A aprendizagem desses 
conteúdos envolve a reflexão, tomada de posição e avaliação, o que pode ser facilitado por meio de estudos de 
casos, situações-problemas, júri simulado, etc.
Selecione os conteúdos, baseando-se no Plano de Ensino, estabelecendo uma sequência lógica para facilitar 
a integração dos demais conteúdos. Conforme o contexto pode-se estabelecer a abordagem dos aspectos mais 
gerais até os mais específicos, preferencialmente iniciando dos mais simples para os mais complexos.
Certifique-se de que está contemplando o necessário para o momento, quantitativa e qualitativamente, 
sem exceder os limites, incluindo outros assuntos que podem ser abordados posteriormente, de maneira mais 
facilitadora, à compreensão e ao aprendizado.
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4. ESTRATÉGIAS
Corresponde aos caminhos/meios para atingir os objetivos. Para a seleção das estratégias de ensino é 
preciso responder a questão: Que situações de aprendizagem devo organizar para que o estudante atinja os 
objetivos delineados?
Alguns critérios devem ser considerados na seleção das estratégias:
– Concepção pedagógica adotada;
– Domínios dos objetivos;
– Tipologia dos conteúdos;
– Características dos estudantes;
– Características da estratégia;
– Características do professor;
– Características do assunto abordado;
– Tempo para desenvolvimento da ação;
– Recursos disponíveis: materiais, físicos, humanos e financeiros.
Na seleção das estratégiaso alcance dos objetivos se torna mais fácil quando estas:
– Permitem resgatar o conhecimento prévio dos estudantes;
– Promovem a participação ativa dos estudantes;
– Valorizam os saberes dos estudantes, ainda que estes sejam do senso comum.
Alguns exemplos de estratégias de ensino:
– Jogos, dramatização, dinâmica de grupo, roda de conversa, oficina pedagógica, palestra, projetos, 
resolução de problemas, blogs, seminários, estudos de caso e outros.
5. RECURSOS DIDÁTICOS
São os meios necessários à concretização da estratégia. Estão relacionados aos métodos de ensino e 
estratégias a serem utilizadas. Devem ser previstos os recursos materiais, físicos, humanos e financeiros.
Os recursos variam desde quadro branco, pincel e apagador, projetor de slides, filmes, mapas, cartazes, a 
aplicativos e softwares de última geração. É importante contemplar ainda manifestações artísticas na formação, 
tais como poesias, músicas, esculturas, pinturas, fotografias para aprimorar a inserção cultural dos estudantes.
Considerando o perfil atual dos estudantes, os nativos digitais, torna-se vital a inclusão das tecnologias 
digitais de informação e comunicação (TDIC) em atividades dinâmicas como jogos, simulações, aulas virtuais, 
etc. Isso faz com que estudantes e professores se sintam estimulados, tornando o conteúdo mais agradável 
com vistas a facilitar a compreensão e o aprendizado.
Considere que a eleição de determinados recursos e estratégias metodológicas expressam as concepções 
pedagógicas adotadas pelo docente e pela escola, bem como as intencionalidades subliminarmente identificadas 
no processo educativo.
6. AVALIAÇÃO
Trata da verificação do alcance dos objetivos e compreende: o processo de avaliação, os critérios e os 
instrumentos necessários a esse propósito. Vamos trabalhar com quatro questões fundamentais:
1. Por que avaliar?
Trata-se da verificação do alcance dos objetivos e compreende verificar se:
– Os objetivos foram alcançados?
– O que deu certo?
– O que pode ser mudado/melhorado?
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2. O que avaliar?
– A aprendizagem dos estudantes;
– O grau de satisfação dos estudantes e do professor com a aula;
– O planejamento da aula;
– A participação e envolvimento dos estudantes nas atividades desenvolvidas;
– O impacto da aula no dia a dia dos estudantes.
3. Como avaliar:
– Elaborar os critérios de avaliação.
– Construir os instrumentos de avaliação.
– Apresentar e discutir os critérios de avaliação com os estudantes no início da disciplina/aula.
4. Quando avaliar?
– Início do processo: verificar os conhecimentos prévios – Função Diagnóstica.
– Durante o processo: acompanhar a aprendizagem e redirecionar o planejamento – Função Formativa.
– Final do processo: decisão acerca da progressão/certificação do estudante) – Função Somativa.
É desejável que a avaliação tenha caráter contínuo e processual, considerando-se a participação do 
estudante nas atividades desenvolvidas, a evolução na trajetória escolar e na formação das competências. Os 
métodos de avaliação devem ser alinhados com as estratégias de ensino, os objetivos e os resultados a serem 
alcançados.
Seja qual for o método ou sistema de avaliação, considere que o momento de avaliação é também um 
momento de aprendizado. Requer coerência, respeito, ética e estética.
7. CARGA HORÁRIA
Agora que você já definiu quase todos os componentes de sua aula, é hora de pensar em delimitar o tempo 
para realização de cada atividade. Para definir a carga horária da aula você deve considerar a complexidade de 
cada atividade, do assunto tratado, as características dos estudantes, do professor e os recursos selecionados.
Lembre-se que a distribuição da carga horária deve ser relativamente flexível e o professor pode e deve 
alterá-la conforme o andamento da aula e as necessidades dos estudantes.
8. BIBLIOGRAFIA
Ao preparar a aula, o professor necessita selecionar referências atualizadas e de origem confiável oriundas 
de órgãos governamentais, instituições de renome, reconhecidas nacional/internacionalmente e compartilhar 
com os estudantes para que possam aprimorar o aprendizado.
— O planejamento como direcionador da prática pedagógica
A educação ao longo dos tempos foi se constituindo como uma ação que não significa apenas a transmissão 
de informações, é vista como responsável pela formação do sujeito como um todo, uma fonte de transformação 
que inova e que influencia o desenvolvimento do indivíduo e do país. A escola tem a responsabilidade de 
oferecer aos alunos uma formação que os contemple em seus diferentes aspectos4.
Para atender às expectativas, precisa-se de uma proposta muito bem articulada, que se materializará 
através do planejamento. Esse recurso, ao chegar às instituições, irá se caracterizar como algo organizacional, 
uma importante tarefa na administração da unidade educativa e um norteador para prosseguir com a parte 
administrativa e com a pedagógica.
Configura-se como encadeamento de ações pensadas de maneira prévia a serem desenvolvidas em um 
momento futuro, uma antecipação consciente de etapas do trabalho previsto para acontecer. Portanto, é um 
recurso relevante para o bom funcionamento da educação.
4 COSTA, Andreia de Oliveira Santos da Costa; e RODRIGUES, Ana Cláudia da Silva. PLANEJAMENTO E PRÁTICA PEDAGÓGICA: UM ESTUDO ENTRE DOCENTES DA REDE 
PÚBLICA MUNICIPAL DE ARARA-PB. REVISTA PEDAGÓGICA | v.22, 2020.
1774268 E-book gerado especialmente para GEOVANA DE OLIVEIRA ALMEIDA
7
O planejamento é uma mediação teórico-metodológica para a ação consciente e intencional. Tem por finalidade 
procurar fazer algo vir à tona, fazer acontecer, concretizar, e para isso é necessário ‘amarrar’, ‘condicionar’, 
estabelecer as condições, objetivas e subjetivas, prevendo o desenvolvimento da ação no tempo (o que vem 
primeiro, o que vem em seguida), no espaço (onde vai ser feita), as condições materiais (equipamentos que 
serão necessários), bem como a disposição interior, para que aconteça; caso contrário, vai-se improvisando, 
agindo sob pressão, administrando por crise.
Nesta concepção, o planejamento é um instrumento que guia conscientemente a ação educativa, para 
que ela tenha suas intencionalidades e se evite uma rotina viciada e a improvisação. Planejar é ter um olhar 
minucioso, ao prever, passo a passo, um trabalho a ser realizado, para que se possa pensar nos recursos a 
serem utilizados, no tempo que será necessário e na sistematização das ações.
Estabelecer os objetivos é relevante, porque eles agem como uma espécie de impulso, e isso implica a 
busca de resultados satisfatórios, que dão sentido à prática e melhoram sua qualidade. Quando não se planeja, 
corre-se o risco de se perder no espontaneísmo, seja no campo de ensino ou em outros espaços de atuação 
social e profissional.
Sem o planejamento nossas ações acontecem de maneira avulsa e sem intencionalidade, por isso com 
menos possibilidades de darem certo. Ao discutir educação, essa premeditação é indispensável.
Discute-se a importância do planejamento, principalmente em tempos de precarização da educação. Numa 
sociedade em que o conhecimento também deixou de ser espontâneo e passou a ser uma necessidade social 
deliberada, não é mais possível fazer educação sem um planejamento detalhado e rigoroso dos passos a 
serem dados, das ações a serem realizadas, dos objetivos visados, das variáveis que interferem no processo, 
das estratégias a serem adotadas, considerando a sociedade que se tem e a que se quer construir.
A vida social atual, com sua complexidade, requer planejamento. É através dele que o homem organiza e 
disciplina sua ação, sua vida e a sociedade.
O planejamento dentro da esfera educacional irá se configurar em um processo por meio do qual há o estudo 
de ações e organização delas. A ideia de planejamento se baseia naquilo que pensamos, o registro escrito será 
o plano, onde se tem a sistematização do que foi pensado.
No plano teremos a descriçãodo passo a passo a seguir, o que vale tanto para a escola como para os 
profissionais que fazem educação. Nesse esquema se planeja e se elabora o plano da escola, que será definido 
como:
– um conjunto de ações coordenadas entre si, que concorrem para a obtenção de certo resultado desejado;
– um processo que consiste em preparar um conjunto de decisões tendo em vista agir, posteriormente, para 
atingir determinados objetivos;
– é uma tomada de decisões, dentre possíveis alternativas, visando atingir os resultados previstos de forma 
mais eficiente e econômica.
Entende-se o planejamento como um agrupamento de ações ordenadas que vislumbra superar expectativas 
e atender ao que foi designado nos objetivos. É a previsão e a projeção de um trabalho a ser desenvolvido.
Caracteriza-se como atemporal, visto que busca antecipar em tempo ainda não vivido, prever ações e 
situações cotidianas complexas e construir novas temporalidades. Essas temporalidades se materializam em 
dois momentos articulados: o da elaboração e o da operacionalização.
A elaboração requer tempo para criação, análises de possibilidades, maturação das possíveis implicações 
dos atos planejados e racionalização buscando antever os resultados. Já a operacionalização envolve atuação.
O planejamento elaborado, materializado através do plano, projetado, encontra o tempo futuro, os sujeitos 
com suas singularidades, em espaços de vida concretos, em ações cotidianas desenvolvidas na instituição que 
é imbricada de intencionalidades: a escola. Por isso, planejar a educação escolar envolve não só os sujeitos 
que vivenciam cotidianamente a escola, mas toda uma rede política que se articula para pensar e planejar as 
ações educativas.
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Essa rede é responsável por elaborar o planejamento educacional, o planejamento escolar, o plano de 
ensino e o plano de aula. Cada planejamento é elaborado por sujeitos em níveis hierárquicos distintos que 
articulam as políticas educacionais e a materializam através da elaboração de planos com objetivos e metas a 
serem atingidas nos diversos espaços educativos.
O planejamento educacional corresponde à sistematização da educação de um modo geral, feito em nível 
nacional, estadual ou municipal. É o mais abrangente dos planejamentos e está ligado às políticas educacionais 
que surgem por meio das medidas do governo que estabelecem metas, traçam planos para a educação e se 
interligam ao desenvolvimento do país.
É uma organização plena, que direciona todo o processo educacional, prevê e estrutura o sistema educativo. O 
planejamento deve atender a problemática a nível nacional, regional, comunitário escolar.
Esse é o seu grande objetivo. Deve agir diretamente sobre a pessoa, a fim de atender às exigências e atingir 
as grandes metas educacionais.
Há a necessidade de um planejamento nacional e de um planejamento regional; e da íntima relação desses 
planos são estruturados os planos curriculares das escolas que, por sua vez, dão as bases para a elaboração 
dos planos de ensino. Portanto, o planejamento educacional é uma construção atrelada à responsabilidade de 
instâncias maiores.
Parte das bases políticas e ideológicas do governo eleito e é ligado ao desenvolvimento socioeconômico do 
país. É uma sistematização de metas que são designadas para as unidades educativas e que dão subsídios 
para a elaboração dos demais planejamentos.
O planejamento escolar se subdivide em três planos: o da escola, o de ensino e o de aula. Ao discutir sobre 
esses níveis de planejamento, refere-se que o planejamento, em sua relação aos diversos níveis, deve ser o 
instrumento direcional de todo o processo educacional, pois tem condições de estabelecer e determinar todos 
os recursos e meios necessários para a construção das metas da educação.
Nesse sentido, o planejamento direciona o processo educacional e se agrupa a uma linha de raciocínio 
baseada em metas a serem alcançadas. Isso significa pensar sobre como se pretende desenvolver a educação. 
O plano da escola é o plano pedagógico e administrativo da unidade escolar, onde se explicita a concepção 
pedagógica do corpo docente, as bases teórico-metodológicas da organização didática, a contextualização 
social, econômica, política e cultural da escola, a caracterização da clientela escolar, os objetivos educacionais 
gerais, a estrutura curricular, diretrizes metodológicas gerais, o sistema de avaliação do plano, a estrutura 
organizacional e administrativa.
Esse plano compreende a dinâmica de organização institucional da unidade de ensino e congrega informações 
sobre as características particulares da instituição e a realidade social, cultural e econômica do local onde está 
inserida. É elaborado para orientar os trabalhos durante o ano letivo, o que se espera desenvolver no ensino e 
determinar, em linhas gerais, os objetivos que a escola almeja alcançar.
Tem por base as orientações curriculares nacionais, as perspectivas de formação de sujeitos, as concepções 
de escola e qual sociedade se quer construir. Projeta um futuro a partir do presente, da realidade local, nacional 
e internacional.
Em relação ao plano de ensino, cada professor, a partir dos direcionamentos nacionais, estaduais e ou 
municipais e da escola, estabelece seu trabalho ao longo do ano. A elaboração do plano de ensino é exclusiva 
do docente, por isso requer uma atenção especial.
O plano de ensino consiste na previsão do trabalho docente e discente na construção do conhecimento 
durante um período letivo. Ele visa a organizar o ensino e a aprendizagem de modo a promover o bom 
desempenho do aluno e do professor na execução do conteúdo disciplinar.
Ele pode ser elaborado distribuindo o conteúdo disciplinar ao longo do semestre ou do ano letivo, conforme a 
organização institucional. De igual modo, o conteúdo pode ser distribuído por unidades, fazendo, assim, um plano 
de atividades a serem executadas nos diversos momentos ao longo do ano ou do semestre letivo.
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Esse plano se configura como um roteiro por meio do qual se organizam as disciplinas, os conteúdos são 
distribuídos por unidades e sugestões de momento para as atividades serem realizadas. Para complementar, é 
interessante fazer uma ponte um modelo para elaborar um plano de ensino e sugere os seguintes elementos: 
Nome da disciplina, série, ano, quantidade de aulas, justificativa da disciplina, objetivos gerais e específicos, 
conteúdos, metodologias e bibliografias.
Um plano bem organizado facilita a vida do professor, durante o ano ou o semestre, e servirá como referência 
para elaborar os planos de aula diários. Porém, destacamos que não se trata do preenchimento de formulário 
no início do ano apenas, uma prática quase sempre vazia de cunho pedagógico; não se resume a mais uma 
atividade burocrática cumprida, que depois será esquecida.
Esta atividade de planejar o ensino se reveste de dimensões transcendentes, visto que não se baseia 
somente na seleção e organização do que deverá ser ensinado. Planejar o ensino é mais do que a organização 
epistemológica e metodológica dos saberes a serem mediados; é, antes de tudo, o ato de estabelecer os 
caminhos que trilharão os alunos, de colaborar com a constituição de suas identidades, de projetar parte de 
suas vidas.
O plano de aula é o registro do que se almeja alcançar, a descrição do passo a passo sobre como prosseguir 
a aula. É muito particular e deve ser vinculado à proposta dos planos anteriores.
Sua utilização dá mais segurança ao professor, e quando bem elaborado, significa que houve uma 
preocupação em pensar na aula. A intenção desse roteiro é de buscar excelência quando estamos no momento 
da prática.
Os professores, ao utilizarem o plano de aula, poderão ter maior confiança e dominar a situação a ser 
desenvolvida, pois o seu saber estará embasado na teoria e na prática. O planejamento de sala de aula 
desemboca na práticado professor e do aluno; por isso exige muito compromisso associado a algumas 
limitações e possibilidades.
O que acontece em muitas instituições de ensino é a banalização do ato de planejar, para muitos professores 
se tornou um “ritual” que deve ser comprido semanalmente. Nessa direção, o preparar as aulas é uma das 
tarefas que merece cautela.
A função do plano é guiar, algo redigido a ser usado como ferramenta. O professor tem que pensar seus dias 
letivos, incumbir propostas regadas de compromisso e significados, antes de ser uma resposta ao grupo que 
supervisiona.
Infelizmente, apesar do planejamento da ação educativa ser de suma importância, existem professores que 
são negligentes na sua prática educativa, improvisando suas atividades. Em consequência, não conseguem 
alcançar os objetivos quanto à formação do cidadão.
Refletindo sobre a falta de planejamento e sua interferência no meio educacional, o improvisar exclui o 
sentido e faz desconectar a ideia de formação do cidadão.
Esquematizar o trabalho, pensar como agir, terá forte influência quando o papel do professor está além. O 
que acontece quando não se tem uma organização?
Vamos imaginar uma aula onde o docente não se organizou com antecedência, tem que criar estratégias 
naquele momento. Essa prática dá brechas para uma possível aula tumultuada, porquanto os alunos podem 
ficar dispersos, e o tempo da aula é desperdiçado, o que poderá comprometer o rendimento do ensino-
aprendizagem.
Aula bem ministrada é aula bem planejada, por isso o plano é sobremaneira importante. Desde uma 
perspectiva dinâmica e desde o ponto de vista dos professores, essa prática deve ser entendida como reflexiva 
e não pode se reduzir ao momento em que se produzem os processos educacionais na aula.
A intervenção pedagógica tem um antes e um depois que constituem as peças substanciais em toda prática 
educacional. O planejamento e a avaliação dos processos educacionais são uma parte inseparável da atuação 
docente, já que o que acontece nas aulas, a própria intervenção pedagógica nunca pode ser entendida sem 
uma análise que leve em conta as intenções, as previsões, as expectativas e a avaliação dos resultados.
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Em uma perspectiva dinâmica, o professor compreenderá a prática como reflexiva. Concordamos com esse 
pensamento, porque, realmente, os docentes devem ter um olhar reflexivo para sua prática e não se limitar 
a reproduzir os processos educacionais na aula. Tanto o planejamento quanto a avaliação são elementos 
indissociáveis, o planejamento representa o antes, e a avaliação, o depois, ou seja, planeja, aplica e avalia.
O docente não deve esquecer que o planejamento faz parte de suas atribuições. É necessário seguir 
uma linha de raciocínio que direcione o exercício da prática e a coerência das ações pedagógicas a serem 
desenvolvidas cotidianamente por esse profissional no âmbito escolar.
A avaliação dessas atividades se apresenta como subsídios para que o docente possa compreender quais 
foram os resultados obtidos, as dificuldades encontradas e, só então realizar as demais intervenções. O docente, 
nos dias atuais, é convidado a experimentar novas metodologias e a se desprender das que foram herdadas da 
educação tida como tradicional.
Portanto, espera-se que seja ousado e crie, possivelmente, novos métodos de ensino. A reflexão adentra 
como forte aliada.
É preciso permitir analisar a ação educativa, sobretudo as falhas, para que novos direcionamentos sejam 
indicados. Provavelmente a melhoria de nossa atividade profissional, como todas as demais, passa pela análise 
do que fazemos, de nossa prática e do contraste com outras práticas.
Mas certamente a comparação com outros colegas não será suficiente. Assim, pois, frente a duas ou três 
posições antagônicas, ou simplesmente diferentes, necessitamos de critérios que nos permitem realizar uma 
avaliação racional e fundamentada.
Nessa direção, analisar o que se faz é uma tarefa importante para qualquer profissional. Para melhorar a 
prática, é necessário fazer essa reflexão. Avaliar o próprio método é muito importante, assim como observar 
as práticas de outros colegas.
Esse é um recurso do qual se tira aprendizado e que, embora não seja suficiente, contribui. O docente tem 
que buscar suportes em teóricos para interpretar o que acontece em sala de aula, para que possa fazer uma 
avaliação racional.
Os processos educativos são suficientemente complexos para que não seja fácil reconhecer todos os fatores 
que os definem. A estrutura da prática obedece a múltiplos determinantes, tem sua justificação em parâmetros 
institucionais, organizativos, tradições metodológicas, possibilidades reais dos professores, dos meios e 
condições físicas existentes, etc.
Mas a prática é algo fluido, fugidio, difícil de limitar com coordenadas simples e, além do mais, complexa, 
já que nela se expressam múltiplos fatores, ideias, valores, hábitos pedagógicos, etc. Essa reflexão nos leva 
a entender que os processos educativos são abstrusos e que é difícil compreender os fatores que os definem.
Existe uma estrutura que elabora determinantes, dos quais a prática não deve ser apartada. Ela se reflete 
como rígida e resistente às coordenadas simples.
Por isso, a educação é influenciada pelas necessidades que vão surgindo a partir da atuação do docente 
em sala de aula. Em tempos tão complexos e globalizados não se concebe mais que o professor se limite e se 
satisfaça com o conhecimento adquirido ao longo de sua formação inicial.
Como principal balizador do meio educacional, o professor precisa estar em constante atualização para 
realizar com maestria a ação de educar. As leis e os documentos que regem a educação enfatizam o papel da 
escola na vida do aluno.
Nesse sentido, a formação do sujeito deve ser integral, com uma educação que o contemple em todos os 
aspectos, como, por exemplo: valorizar o trabalho, a cidadania, a ética e a formação cultural.
Esses paradigmas justificam a grande responsabilidade da escola na vida do indivíduo. Com o peso de toda 
essa carga, serão necessários profissionais cada vez mais capacitados para atuarem nesse campo.
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A METODOLOGIA VIABILIZANDO A APRENDIZAGEM: as estratégias de ensino, sua cor-
relação com os recursos didáticos
A METODOLOGIA VIABILIZANDO A APRENDIZAGEM
— As estratégias de ensino, sua correlação com os recursos didáticos
Definições 
De modo geral, as estratégias de ensino constituem métodos empregados pelos professores para auxiliar os 
alunos na construção do saber. Tais métodos são elementares para que se possa extrair o melhor rendimento 
do aluno, auxiliando-o na aquisição e fixação o conteúdo que foi lecionado. 
Quanto ao recurso didático, é um material, um instrumento que pode ser utilizado de maneiras diversas. 
Por isso, o recurso não apresenta orientações de uso (como um manual de instrução) com uma propriedade 
ou funcionalidade pedagógica definida.As possibilidades de utilização do recurso didático são estipuladas por 
uma estratégia (que pode ser desenvolvida conforme com os atributos do recurso, da disciplina, do objetivo de 
aprendizagem e da criatividade). 
 A estratégia geral é experimentar usar o mesmo recurso a partir de estratégias diferentes e veja a dife-
rença nos feedbacks de seus alunos. Essa estratégia é uma oportunidade perfeita para ser inovador, comparti-
lhar ideias, experiências e continuar proporcionando momentos de motivação e aprendizado. 
A combinação dos conceitos 
 Assim sendo estratégia é uma das formas de se fazer uso de um recurso para coordenar a ocasião de 
aprendizagem planejada (por exemplo, um curso, uma aula ou um treinamento). Dessa forma, um único recur-
so pode ser utilizado de inúmeras maneiras com base da estratégia desenvolvida. Para esse intuito, cabe ao 
docente refletir sobre a forma como ele pode fazer uso de um dado recurso para facilitara aprendizagem. É 
muito provável que cada professor utilize o mesmo recurso de formas diferentes – daí a importância de trocar 
experiências com os pares, de conhecer o seu público alvo e o conteúdo envolvido na situação de aprendiza-
gem. Listamos a seguir alguns exemplos dos recursos didáticos e as estratégias de ensino mais comumente 
adequadas: 
Livro (didático ou não) e texto: esses recursos podem ser trabalhados por meio da (seja ele didático ou 
não) e um texto são recursos de estratégias de leitura compartilhada, dividindo os capítulos entre os alunos; 
leitura individual ou em grupo e apresentação de tópicos para debate; leitura do texto e gravação de um vídeo 
com a explicação, gravação de um podcast lendo um texto. 
Vídeo: esse recurso pode ser trabalhado como atividade prévia, dentro da proposta de sala de aula invertida 
— é uma estratégia. 
Plataforma ou ambiente virtual de aprendizagem: em posse desses recursos, que apresentam caracterís-
ticas peculiares, o professor pode atuar como um produtor ou curador de conteúdo ou um designer instrucional 
para direcionar o percurso de aprendizagem do seu aluno dentro da plataforma, que pode ser adaptativa ou ga-
mificada. Ao professor, caberá ainda conhecer a estrutura e os potenciais dessa plataforma para então, pensar 
nas estratégias que irá propor; pensar sobre quais estilos de aprendizagem devem ser levados em considera-
ção e, se possível, utilizar áudios, vídeos, textos diversos, infográficos, elaborar questionário rápido (quiz) com 
vários tipos de perguntas; oferecer diferentes formas do seu aluno interagir com o conteúdo e com a plataforma. 
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observação de sala de aula: estratégias de construção de parceria com o pedagogo
A importância da observação 
 A observação de sala de aula tem o objetivo analisar as interações que são construídas entre o docente, 
os estudantes e os conteúdos trabalhados e sua importância se dá pelo fato de que essa estratégia auxilia com 
uma reflexão sobre a prática e propicia a busca por novas intervenções para o aprimoramento dos processos 
de ensino. A observação, em suma, constitui uma ferramenta que permite um conhecimento mais estreito dos 
problemas didáticos. 
 
 Problemática 
 No exercício dessa tarefa, função do coordenador pedagógico é aperfeiçoar a atuação docente as partir 
das necessidades da equipe. Necessidades tais que podem ser identificadas pelo coordenador a partir a utili-
zação de diversos expedientes, como o planejamento dos professores, os trabalhos produzidos pelos alunos e 
o resultado das avaliações. É aí que se justifica a observação. Esse recurso, entretanto, muitas ve-
zes, é entendido como uma avaliação, e alguns docentes acreditam que a observação é feita para supervi-
sionar seu trabalho e expor o que está errado na sua prática. Essa compreensão equivocada ganhou reforço 
diante da iniciativa de algumas escolas que passaram a filmar as aulas. Assim, mesmo que seu propósito seja 
melhorar o ensino, a observação em sala de aula pode originar a sensação de pressão e um clima de vigilância. 
Como construir a parceria entre pedagogo (observador) e professor
 O uso adequado depende da forma como a atividade é proposta e da relação que o coordenador tem 
com a equipe. Quando ele cria uma relação de parceria, o educador sente que essa ajuda é necessária e abre 
o espaço da sua sala. Portanto, em vez de fiscalizar, a observação precisa ter como metas: 
 a importância das Metodologias Ativas
5Atualmente, entende-se que os procedimentos de ensino são tão importantes quanto os próprios conteúdos 
de aprendizagem. Portanto, as técnicas de ensino tradicional passam a fazer parte do escopo de teóricos não 
só da área da Educação, mas de toda a comunidade intelectual que busca identificar suas deficiências e bus-
cam propor novas metodologias de ensino-aprendizagem.
As metodologias ativas de ensino-aprendizagem compartilham uma preocupação, porém, não se pode afir-
mar que são uniformes tanto do ponto de vista dos pressupostos teóricos como metodológicos; assim, identifi-
cam-se diferentes modelos e estratégias para sua operacionalização, constituindo alternativas para o processo 
de ensino-aprendizagem, com diversos benefícios e desafios, nos diferentes níveis educacionais.
Este estudo adotou a seguinte questão norteadora: “Como as metodologias ativas de ensino-aprendizagem 
vêm sendo utilizadas nos cenários de educação e quais são os benefícios e desafios de seu uso?”. Dessa for-
ma, analisa-se, aqui, o uso das metodologias ativas de ensino-aprendizagem a partir de uma revisão integrativa 
da literatura, com objetivos específicos: 
I) identificar os cenários de uso das metodologias ativas de ensino-aprendizagem; 
II) verificar as modalidades e estratégias de operacionalização das metodologias ativas de ensino-aprendi-
zagem; e 
III) determinar os benefícios e desafios do uso das metodologias ativas de ensino-aprendizagem.
5 PAIVA, M.R.F.; PARENTE, J.R.F.; BRANDÃO, I.R.; QUEIROZ, A.H.B.; Metodologias Ativas de Ensino-Aprendizagem: Revisão Integrativa. SANARE, Sobral - V.15 
n.02, p.145-153, Jun./Dez. - 2016.
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As tendências do século XXI indicam que a característica central da educação é o deslocamento do enfoque 
individual para o enfoque social, político e ideológico. A educação ocorre durante a vida inteira, constituindo 
um processo que não é neutro. Um estudo propôs quatro pilares do conhecimento e da formação continuada, 
considerados norteadores: 
I) aprender a conhecer; 
II) aprender a fazer; 
III) aprender a conviver; e 
IV) aprender a ser. Eles apontam um novo rumo para as propostas educativas e exprimem necessidades de 
atualização das metodologias educacionais diante da atual realidade.
O processo de ensino estabelece uma relação diferenciada com o educando, onde se observa uma trajetória 
de construção do saber e promoção da aprendizagem. Trata-se de uma relação “que ativa o processo de apren-
dizagem em função de capacidades particulares a adquirir”. A questão do ensino não se limita à habilidade de 
dar aulas, também envolve a efetivação de levar ao aprender. O vínculo entre aprendizagem e ensino não é 
causal, ou seja, o ensino não causa a aprendizagem nem desenvolve novas capacidades que podem levar à 
aprendizagem. Ensinar e aprender estão vinculados ontologicamente, assim, a significação do ensino depende 
do sentido que se dá à aprendizagem e a significação da aprendizagem depende das atividades geradas pelo 
ensino. Compreende-se que a aprendizagem necessita do saber reconstruído pelo próprio sujeito e não sim-
plesmente reproduzido de modo mecânico e acrítico.
Até recentemente, observava-se pequena preocupação em relação às metodologias de ensino e acerca 
das consequências de seu uso. Destaca-se, aqui, uma célebre frase que traduz essa questão: enquanto os 
conteúdos do ensino informam, os métodos de ensino formam. Isso porque essa opção metodológica pode ter 
efeitos decisivos sobre a formação da mentalidade do aluno, de sua cosmovisão, de seu sistema de valores e, 
finalmente, de seu modo de viver. A metodologia utilizada pelo educador pode ensinar o educando a ser livre 
ou submisso, seguro ou inseguro; disciplinado ou desordenado; responsável ou irresponsável; competitivo ou 
cooperativo.
O ensino e a aprendizagem ganham caráter dialético, isto é, de constante movimento e construção por aque-
les que o fazem, onde ensinar está diretamente relacionado com o aprender: o educador já não é o que apenas 
educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também 
educa. Ambos, assim, se tornam sujeitos do processo.
O ensino exige rigor metodológico; pesquisa; respeito aos saberes dos educandos; criticidade; estética e éti-
ca; corporeidade das palavras pelo exemplo; risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discrimi-
nação; reflexãocrítica sobre a prática; reconhecimento e elevação da identidade cultural. Essas características 
atribuídas ao ensino se somam e são norteadoras de uma proposta educacional que recusa a educação e o en-
sino por uma visão simplória e, aqui, vista como errônea do ensino como mera transmissão de conhecimentos.
Quando o professor planeja sua atuação em sala de aula, adota uma postura de estar aberto a indaga-
ções, à curiosidade, às perguntas dos alunos, a suas inibições; um ser crítico e inquiridor, inquieto em face da 
tarefa que tenho - a de ensinar e não a de transferir conhecimentos. Essa conotação de ensino precisa ser 
compartilhada não apenas pelo professor, mas pelos alunos envolvidos no ensinar-aprender; além de uma 
compreensão, essa proposta de ensino exige constante presença e vivência. O ensinar exige a consciência do 
inacabamento, da infinidade do processo de conhecer; onde a curiosidade e a postura ativa do educando são 
imprescindíveis para o processo de ensino-aprendizagem.
Alcança-se, então, a ideia de educação problematizadora em oposição à noção de educação bancária. Esse 
movimento não é de “enchimento” dos educandos com um conhecimento imposto; o caminho da educação 
problematizadora implica que o educando possa desenvolver seu processo de compreensão e captação do 
mundo em sua relação com a realidade em transformação. Indicamos algumas das principais propostas que se 
inserem em uma perspectiva de metodologias ativas de ensino-aprendizagem.
A ideia de uma educação problematizadora ou libertadora sugere a transformação do próprio processo de 
conhecer, nesse momento, insere-se a proposta da resolução de problemas como caminho para a construção 
do saber significativo. Compreende-se que a aprendizagem ocorre como resultado do desafio de uma situação-
-problema, assim, “a aprendizagem torna-se uma pesquisa em que o aluno passa de uma visão ‘sincrética’ ou 
global do problema a uma visão ‘analítica’ do mesmo - através de sua teorização - para chegar a uma ‘síntese’ 
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provisória, que equivale à compreensão. Esse movimento de resolução de problemas exige a participação de 
professores e alunos de forma ativa durante todo o processo, cujo resultado final é, de fato, construído e a 
aprendizagem mostra-se significativa para os sujeitos protagonistas da ação.
Exemplos de Metodologias Ativas
6Aprendizagem baseada em problemas
A aprendizagem baseada em problemas, project based learning (PBL), tem como propósito fazer com que os 
estudantes aprendam através da resolução colaborativa de desafios. Ao explorar soluções dentro de um con-
texto especifico de aprendizado, que pode utilizar a tecnologia e/ou outros recursos, essa metodologia incentiva 
a habilidade de investigar, refletir e criar perante a uma situação.
O professor atua como mediador da aprendizagem, provocando e instigando o aluno a buscar as resoluções 
por si só. O docente tem o papel de intermediar nos trabalhos e projetos e oferecer retorno para a reflexão sobre 
os caminhos tomados para a construção do conhecimento, estimulando a crítica e reflexão dos jovens.
Aprendizagem baseada em projetos
A aprendizagem baseada em projetos (que também é fundamentada na Aprendizagem baseada em Pro-
blemas) exige que os alunos coloquem a mão na massa ao propor que os alunos investiguem como chegar à 
resolução. Um bom exemplo disso é o movimento maker, “faça você mesmo”, que propôs nos últimos anos o 
resgate da aprendizagem mão na massa, trazendo o conceito “aprendendo a fazer”.
Aprendizagem entre times
A aprendizagem entre times, team based learning (TBL), tem por finalidade a formação de equipes dentro da 
turma, através do aprendizado que privilegia o fazer em conjunto para compartilhar ideias.
O professor pode trabalhar essa aprendizagem através de um estudo de caso ou projeto, para que os alunos 
resolvam os desafios de forma colaborativa. Dessa forma, eles aprendem uns com os outros, empenhando-se 
para formar o pensamento crítico, que é construído por meio de discussões e reflexões entre os grupos.
Sala de aula invertida
A sala de aula invertida, flipped classroom, pode ser considerada um apoio para trabalhar com as metodolo-
gias ativas, que tem como objetivo substituir a maioria das aulas expositivas por extensões da sala de aula em 
outros ambientes, como em casa, no transporte.
Nesse modelo, o estudante tem acesso a conteúdo de forma antecipada, podendo ser online para que o 
tempo em sala de aula seja otimizado, fazendo com que tenha um conhecimento prévio sobre o conteúdo a 
ser estudado e interaja com os colegas para realizar projetos e resolver problemas. É uma ótima maneira de 
fazer com que os estudante se interesse pelas aulas e participe ativamente da construção de seu aprendizado, 
ao se beneficiar com um melhor planejamento de aula e com a utilização de recursos variados, como vídeos, 
imagens, e textos em diversos formatos.
7Ensino Híbrido
O ensino híbrido consiste na união do ensino tradicional e presencial com aquele a distância (EAD). O uso da 
tecnologia no ensino facilita o contato do aluno com o conhecimento, permitindo que o estudante busque fontes, 
informações e dados online rapidamente com a finalidade de complementar o que foi dito em sala.
Gamificação
O objetivo da gamificação é trazer a experiência dos jogos para o ensino. O ponto principal dessa metodolo-
gia é fazer com que os alunos entrem em uma competição saudável, estimulando o pensamento “fora da caixa” 
e a motivação e a dedicação para o estudo.
As possibilidades para desenvolver metodologias ativas de ensino-aprendizagem são múltiplas, a exem-
plo da estratégia da problematização, do Arco de Marguerez, da aprendizagem baseada em problemas (pro-
blem-based learning - PBL), da aprendizagem baseada em equipe (team-based learning - TBL), do círculo de 
cultura. Vale esclarecer que outros procedimentos também podem constituir metodologias ativas de ensino-
-aprendizagem, como: seminários; trabalho em pequenos grupos; relato crítico de experiência; socialização; 
6 https://novaescola.org.br/conteudo/11897/como-as-metodologias-ativas-favorecem-o-aprendizado
7 https://bit.ly/33QqYze 
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mesas-redondas; plenárias; exposições dialogadas; debates temáticos; oficinas; leitura comentada; apresenta-
ção de filmes; interpretações musicais; dramatizações; dinâmicas lúdico-pedagógicas; portfólio; avaliação oral; 
entre outros.
plataformas educacionais como meio para desenvolver habilidades
O isolamento obrigatório imposto pela crise sanitária levou a uma alteração definitiva no cenário educacio-
nal: se, antes as a maioria das escolas não contava com esses equipamentos para que seus alunos pudessem 
acompanhar as aulas pela internet (pesquisa TIC 2019), hoje as plataformas tecnológicas via internet já inte-
gram todo o contexto educacional, ainda que as atividades didáticas na forma presencial tenham sido retoma-
das. Isso em razão de que tais ferramentas proporcionam possibilidades e oferecem recursos que transpassam 
o ambiente virtual de sala de aula: eles facilitam aprendizado e a interação entre os alunos. 
Plataformas de ensino 
 São softwares que proporcionam acesso a um ambiente digital com aspectos idênticos aos de uma sala 
de aula presencial, com mecanismos interativos capazes de fazer de converter uma conferência de vídeo em 
uma classe virtual. Com a plataforma, professores e alunos podem interagir e trocar informações, imagens e 
documentos. Para a equipe pedagógica, essa ferramenta torna possível uma melhor gestão de aprendizado, 
supervisão de avaliações e de atividades ao vivo. 
Esses recursos são denominados também de plataformas digitais colaborativas fazem parte do presente, 
bem como do futuro da educação. Ferramentas de videoconferência, que permitem colaboração em tempo real 
e, ao mesmo tempo, garantem a segurança das informações trocadas, têm papel central mesmocom o retorno 
do ensino presencia 
Uma plataforma educacional engloba vários aspectos por meio dos seus recursos, integrados em um único 
sistema voltado para o gerenciamento do ensino digital. 
As TIC’s
 TICs é a sigla para Tecnologias da Informação e da Comunicação e refere-se aos dispositivos e pro-
gramas geradores do acesso ao conhecimento. Elas consistem no tratamento da informação, articulado com 
os processos de transmissão e de comunicação. As TICs multiplicaram as possibilidades de pesquisa e infor-
mação para os alunos, que munidos dessas novas ferramentas tornam a aprendizagem ativa e passam a 
protagonizar o processo de educação. 
O papel do professor 
 O pleno avanço das novas tecnologias não minimiza a atuação dos docentes, que passam ensinar os 
alunos a avaliarem e gerirem a informação. Nessa nova conjuntura, os professores passam a ser organizadores 
do conhecimento; fornecedores de meios e recursos de aprendizado; provocadores do diálogo, da reflexão e da 
participação crítica. 
A GESTÃO DE SALA DE AULA: a importância do Tripé (Organização da Coletividade, 
Cuidado com as Relações Interpessoais e Mediação do Conhecimento)
Para uma atuação efetiva, o docente precisa dominar a gestão em sala de aula e esta, por sua vez, somen-
te é exercida de forma satisfatória se tiver pautada em três dimensões básicas que, juntas, formam um tripé. 
Acompanhe a seguir quais são essas dimensões. 
 
Organização da coletividade 
Essa dimensão está relacionada à disciplina e ao chamado clima de trabalho em sala de aula. Organizar a 
coletividade nada mais é do que criar um ambiente de participação, interação, disciplina e respeito é importante 
para que o processo de ensino e aprendizagem aconteça da melhor forma. Entre as medidas que contribuem 
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para a organização da coletividade e, consequentemente, para um aprendizado efetivo, estão a realização as-
sembleias de classe, a promoção de conversas sobre a importância da escola, fazer com os alunos um contrato 
didático no início das aulas, etc. 
 
Cuidado com as Relações Interpessoais 
As relações interpessoais anteveem a estão à organização da coletividade — e está diretamente relacio-
nada à essa dimensão. Um bom relacionamento entre professor e aluno gera uma cultura de respeito mútuo, 
de atenção e de cuidado com o outro, e promove a organização da coletividade. Para desenvolver esse tipo 
de relacionamento, é preciso que professor e aluno sejam capazes de compreender os diferentes mundos em 
que estão inseridos. E este movimento deve partir do professor: é preciso demonstrar interesse, fazer contato, 
conhecer e se conectar com a turma. 
 
Mediação do conhecimento 
Mediar o conhecimento quer dizer mostrar aos alunos onde se aplica o conteúdo recém aprendido, de que 
forma esse conteúdo aumenta a compreensão sobre outros fatos e como o conceito pode ampliar a sua com-
preensão de mundo. Tudo isso é mediar o significado de um conceito. 
 Diante dessas definições de cada dimensão, entendemos que a importância do tripé integrado por elas 
tem sua importância devido à educação escolar ser um processo coletivo e de interação com a realidade, por 
meio do relacionamento humano baseado no trabalho com o conhecimento e na organização da coletividade, 
cuja finalidade é colaborar na formação do educando na sua totalidade tendo como mediação fundamental os 
saberes que possibilitam a emancipação humana. 
estratégias de gestão do tempo e da aprendizagem
 No desempenho da docência, a gestão do tempo e da aprendizagem significa a capacidade de aplicar e ge-
renciar estratégias de ensino que entregam resultados para os estudantes. Além disso, consiste na experiência 
positiva individual de cada um, o que auxilia a instituição de ensino na obtenção de dados analíticos importantes 
para tomadas de decisão. 
 Ao pensar na gestão de tempo, é importante que esses momentos não sejam longos demais, intercalem 
momentos expositivos, de produção em grupo e produção individual. Mas atenção: cuidado com as transições 
de um momento para o outro – elas devem ter comandos claras para que sejam rápidas. 
As estratégias de aprendizagem consistem em um dos processos mais importantes de uma instituição de 
ensino. De maneira prática, podem ser definidas como os procedimentos usados pelo corpo docente com o 
objetivo de estimular o desenvolvimento dos alunos. Essas estratégias de podem ser ensinadas para alunos de 
baixo rendimento escolar. É possível ensinar a todos os alunos a expandir notas de aulas, a sublinhar pontos 
importantes de um texto, a monitorar a compreensão na hora da leitura, usar técnicas de memorização, fazer 
resumos, entre outras estratégias. 
a importância do clima escolar para a construção do respeito e de um ambiente acolhe-
dor para a formação do estudante
Uma boa escola é feita de professores comprometidos com a missão de ensinar, de alunos empenhados em 
aprender e de famílias investidas na importância de uma parceria com a escola. Esses componentes têm igual 
importância para a construção de um bom clima escolar. 
A escola é um espaço humano, de convivência e da comunidade. Por isso, deve-se considerar como as pes-
soas se sentem nesse ambiente. Segundo Joice Lamb, coordenadora pedagógica, eleita coordenadora do ano 
em 2019, “se pensamos primeiro nos conteúdos a serem ensinados do que nas pessoas, estamos tratando-os 
como robôs, e a escola torna-se um lugar que só aplica matéria”. 
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 Essa reflexão está estritamente relacionada ao propósito de toda instituição educacional. Preparar alu-
nos para provas e avaliações, por exemplo, fará com que se sintam apenas executores, sem a compreensão 
de conceitos mais amplos. Ainda segundo Lamb, a escola precisa se entender como um espaço frequentando 
por crianças e adolescentes na busca por algo além do conteúdo pedagógico: elas buscam aprender a viver em 
sociedade, a ser cidadãos, a pensar no país, no mundo e nos outros, isso vai se refletir no clima do lugar, por-
que as ações que os docentes e a equipe pedagógica pensarem serão definidas com vistas a esse propósito. 
 Primeiramente, antes mesmo de se pensar sobre como construir um bom clima escolar, é importante ter 
em mente que isso está sujeito à mobilização de pessoas que se envolvem a proposta de pensar coletivamente 
nos desafios da instituição. Um espaço de convivência satisfatória, que acolhe e respeita a todos, também pode 
ser construído a partir de ações de valorização do trabalho, das ideias e posicionamento dos profissionais da 
educação e dos estudantes. 
Medidas efetivas
 Existem algumas ações que podem favorecer e, até mesmo, garantir a construção de um clima escolar 
satisfatório e acolhedor. Conheça algumas: 
Regras de convivência: essa medida desempenham um papel importante, desde que construídas conjun-
tamente. Joice ressalta que ser acolhedor não é sinônimo de não ter limites. Entender o que pode e o que não 
pode é papel dos alunos, professores e funcionários, e ajuda a compreender o espaço de cada um na escola. 
Tempo de intervalo: algumas escolas proporcionam quinze minutos de intervalo para comer, ir ao banheiro 
e brincar, mas as pessoas precisam de mais tempo para se relacionar. É evidente que os alunos ajudam na ma-
nutenção do clima, mas isso só é possível se a escola tiver uma proposta voltada a ouvir as crianças e jovens 
e compreendê-los. 
Assembleias escolares: ouvir a opinião de crianças e jovens também é sempre relevante. Entretanto, com 
a volta das aulas presenciais, Joice reforça que, além de avaliações e sondagens para verificar a aprendiza-
gem, é necessário promover momentos para que os alunos possam falar como estão se sentindo. 
A AVALIAÇÃO E A RECUPERAÇÃO DA APRENDIZAGEM: avaliação diagnóstica, ava-
liação formativa e avaliação somativa; recuperação de estudos e reavaliação; critérios, 
instrumentos e intencionalidadeda avaliação escolar
A avaliação8, tal como concebida e vivenciada na maioria das escolas brasileiras, tem se constituído no 
principal mecanismo de sustentação da lógica de organização do trabalho escolar e, portanto, legitimador do 
fracasso, ocupando mesmo o papel central nas relações que estabelecem entre si os profissionais da educa-
ção, alunos e pais. 
Os métodos de avaliação ocupam, sem dúvida espaço relevante no conjunto das práticas pedagógicas 
aplicadas ao processo de ensino e aprendizagem. Avaliar, neste contexto, não se resume à mecânica do con-
ceito formal e estatístico; não é simplesmente atribuir notas, obrigatórias à decisão de avanço ou retenção em 
determinadas disciplinas. 
Para Oliveira9, devem representar as avaliações aqueles instrumentos imprescindíveis à verificação do 
aprendizado efetivamente realizado pelo aluno, ao mesmo tempo que forneçam subsídios ao trabalho docente, 
direcionando o esforço empreendido no processo de ensino e aprendizagem de forma a contemplar a melhor 
abordagem pedagógica e o mais pertinente método didático adequado à disciplina - mas não somente -, à 
medida que consideram, igualmente, o contexto sócio-político no qual o grupo está inserido e as condições 
individuais do aluno, sempre que possível.
A avaliação da aprendizagem possibilita a tomada de decisão e a melhoria da qualidade de ensino, informan-
do as ações em desenvolvimento e a necessidade de regulações constantes.
8 KRAEMER, M. E. P.- A avaliação da aprendizagem como processo construtivo de um novo fazer. 2005.
9 OLIVEIRA, I. B. Currículos praticados: entre a regulação e a emancipação. Rio de Janeiro: DP & A, 2003.
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Origem da Avaliação
Avaliar vem do latim a + valere, que significa atribuir valor e mérito ao objeto em estudo. Portanto, avaliar é 
atribuir um juízo de valor sobre a propriedade de um processo para a aferição da qualidade do seu resultado, 
porém, a compreensão do processo de avaliação do processo ensino/aprendizagem tem sido pautada pela 
lógica da mensuração, isto é, associa-se o ato de avaliar ao de “medir” os conhecimentos adquiridos pelos 
alunos.
A avaliação da aprendizagem tem seus princípios e características no campo da Psicologia, sendo que as 
duas primeiras décadas do século XX foram marcadas pelo desenvolvimento de testes padronizados para me-
dir as habilidades e aptidões dos alunos.
A avaliação é uma operação descritiva e informativa nos meios que emprega, formativa na intenção 
que lhe preside e independente face à classificação. De âmbito mais vasto e conteúdo mais rico, a avaliação 
constitui uma operação indispensável em qualquer sistema escolar.
Havendo sempre, no processo de ensino/aprendizagem, um caminho a seguir entre um ponto de partida e 
um ponto de chegada, naturalmente que é necessário verificar se o trajeto está a decorrer em direção à meta, 
se alguns pararam por não saber o caminho ou por terem enveredado por um desvio errado.
É essa informação, sobre o progresso de grupos e de cada um dos seus membros, que a avaliação tenta 
recolher e que é necessária a professores e alunos.
A avaliação descreve que conhecimentos, atitudes ou aptidões que os alunos adquiriram, ou seja, que objeti-
vos do ensino já atingiram num determinado ponto de percurso e que dificuldades estão a revelar relativamente 
a outros. 
Esta informação é necessária ao professor para procurar meios e estratégias que possam ajudar os alunos a 
resolver essas dificuldades e é necessária aos alunos para se aperceberem delas (não podem os alunos iden-
tificar claramente as suas próprias dificuldades num campo que desconhecem) e tentarem ultrapassá-las com 
a ajuda do professor e com o próprio esforço. Por isso, a avaliação tem uma intenção formativa.
A avaliação proporciona também o apoio a um processo a decorrer, contribuindo para a obtenção de produ-
tos ou resultados de aprendizagem.
As avaliações a que o professor procede enquadram-se em três grandes tipos: avaliação diagnosti-
ca, formativa e somativa.
Evolução da Avaliação
A partir do início do século XX, a avaliação vem atravessando pelo menos quatro gerações, conforme Guba 
e Lincoln10 são elas: mensuração, descritiva, julgamento e negociação.
1. Mensuração: não distinguia avaliação e medida. Nessa fase, era preocupação dos estudiosos a elabo-
ração de instrumentos ou testes para verificação do rendimento escolar. O papel do avaliador era, então, emi-
nentemente técnico e, neste sentido, testes e exames eram indispensáveis na classificação de alunos para se 
determinar seu progresso.
2. Descritiva: essa geração surgiu em busca de melhor entendimento do objetivo da avaliação. Conforme 
os estudiosos, a geração anterior só oferecia informações sobre o aluno.
Precisavam ser obtidos dados em função dos objetivos por parte dos alunos envolvidos nos programas 
escolares, sendo necessário descrever o que seria sucesso ou dificuldade com relação aos objetivos estabe-
lecidos. Neste sentido o avaliador estava muito mais concentrado em descrever padrões e critérios. Foi nessa 
fase que surgiu o termo “avaliação educacional”. 
3. Julgamento: a terceira geração questionava os testes padronizados e o reducionismo da noção simplista 
de avaliação como sinônimo de medida; tinha como preocupação maior o julgamento.
Neste sentido, o avaliador assumiria o papel de juiz, incorporando, contudo, o que se havia preservado de 
fundamental das gerações anteriores, em termos de mensuração e descrição.
10 FIRME, Tereza Penna. Avaliação: tendências e tendenciosidades. Avaliação v Políticas Públicas Educacionais, Rio de Janeiro,1994.
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Assim, o julgamento passou a ser elemento crucial do processo avaliativo, pois não só importava medir e 
descrever, era preciso julgar sobre o conjunto de todas as dimensões do objeto, inclusive sobre os próprios 
objetivos.
4. Negociação: nesta geração, a avaliação é um processo interativo, negociado, que se fundamenta num 
paradigma construtivista. Para Guba e Lincoln é uma forma responsiva de enfocar e um modo construtivista de 
fazer.
A avaliação é responsiva porque, diferentemente das alternativas anteriores que partem inicialmente de 
variáveis, objetivos, tipos de decisão e outros, ela se situa e desenvolve a partir de preocupações, proposições 
ou controvérsias em relação ao objetivo da avaliação, seja ele um programa, projeto, curso ou outro foco de 
atenção. Ela é construtivista em substituição ao modelo científico, que tem caracterizado, de um modo geral, as 
avaliações mais prestigiadas neste século. 
Neste sentido, Souza diz que a finalidade da avaliação, de acordo com a quarta geração, é fornecer, sobre 
o processo pedagógico, informações que permitam aos agentes escolares decidir sobre as intervenções e 
redirecionamentos que se fizerem necessários em face do projeto educativo, definido coletivamente, e com-
prometido com a garantia da aprendizagem do aluno. Converte-se, então, em um instrumento referencial e de 
apoio às definições de natureza pedagógica, administrativa e estrutural, que se concretiza por meio de relações 
partilhadas e cooperativas.
Funções do Processo Avaliativo
As funções da avaliação são: de diagnóstico, de verificação e de apreciação.
1. Função diagnóstica: a primeira abordagem, de acordo com Miras e Solé11, contemplada pela avaliação 
diagnóstica (ou inicial), é a que proporciona informações acerca das capacidades do aluno antes de iniciar 
um processo de ensino/aprendizagem, ou ainda, segundo Bloom, Hastings e Madaus, busca a determinação 
da presença ou ausência de habilidades e pré-requisitos, bem como a identificação das causas de repetidas 
dificuldades na aprendizagem.
A avaliação diagnóstica pretende averiguar a posição do aluno face a novas aprendizagens que lhe vão ser 
propostas e a aprendizagens anteriores que servem de base àquelas, no sentido de obviar as dificuldades fu-
turas e, emcertos casos, de resolver situações presentes.
2. Função formativa: a segunda função á a avaliação formativa que, conforme Haydt, permite constatar se 
os alunos estão, de fato, atingindo os objetivos pretendidos, verificando a compatibilidade entre tais objetivos e 
os resultados efetivamente alcançados durante o desenvolvimento das atividades propostas.
Representa o principal meio através do qual o estudante passa a conhecer seus erros e acertos, assim, 
maior estímulo para um estudo sistemático dos conteúdos.
Outro aspecto é o da orientação fornecida por este tipo de avaliação, tanto ao estudo do aluno como ao tra-
balho do professor, principalmente através de mecanismos de feedback.
Estes mecanismos permitem que o professor detecte e identifique deficiências na forma de ensinar, possibi-
litando reformulações no seu trabalho didático, visando aperfeiçoa-lo. 
Para Bloom, Hastings e Madaus, a avaliação formativa visa informar o professor e o aluno sobre o rendimen-
to da aprendizagem no decorrer das atividades escolares e a localização das deficiências na organização do 
ensino para possibilitar correção e recuperação.
A avaliação formativa pretende determinar a posição do aluno ao longo de uma unidade de ensino, no sen-
tido de identificar dificuldades e de lhes dar solução.
3. Função somativa: tem como objetivo, segundo Miras e Solé determinar o grau de domínio do aluno em 
uma área de aprendizagem, o que permite outorgar uma qualificação que, por sua vez, pode ser utilizada como 
um sinal de credibilidade da aprendizagem realizada.
Pode ser chamada também de função creditativa. Também tem o propósito de classificar os alunos ao final 
de um período de aprendizagem, de acordo com os níveis de aproveitamento.
11 MIRAS, M., SOLÉ, I. A Evolução da Aprendizagem e a Evolução do Processo de Ensino e Aprendizagem in COLL, C., PALACIOS, J., MARCHESI, A. Desenvolvi-
mento psicológico e educação: psicologia da educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
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A avaliação somativa pretende ajuizar do progresso realizado pelo aluno no final de uma unidade 
de aprendizagem, no sentido de aferir resultados já colhidos por avaliações do tipo formativa e obter 
indicadores que permitem aperfeiçoar o processo de ensino. Corresponde a um balanço final, a uma 
visão de conjunto relativamente a um todo sobre o qual, até aí, só haviam sido feitos juízos parcelares.
Objetivos da Avaliação
Na visão de Miras e Solé, os objetivos da avaliação são traçados em torno de duas possibilidades: emissão 
de “um juízo sobre uma pessoa, um fenômeno, uma situação ou um objeto, em função de distintos critérios”, e 
“obtenção de informações úteis para tomar alguma decisão”.
Para Nérici, a avaliação é uma etapa de um procedimento maior que incluiria uma verificação prévia. A ava-
liação, para este autor, é o processo de ajuizamento, apreciação, julgamento ou valorização do que o educando 
revelou ter aprendido durante um período de estudo ou de desenvolvimento do processo ensino/aprendizagem.
Para outros autores, a avaliação pode ser considerada como um método de adquirir e processar evidências 
necessárias para melhorar o ensino e a aprendizagem, incluindo uma grande variedade de evidências que vão 
além do exame usual de ‘papel e lápis’.
É ainda um auxílio para classificar os objetivos significativos e as metas educacionais, um processo para 
determinar em que medida os alunos estão se desenvolvendo dos modos desejados, um sistema de controle 
da qualidade, pelo qual pode ser determinada etapa por etapa do processo ensino/aprendizagem, a efetividade 
ou não do processo e, em caso negativo, que mudança devem ser feitas para garantir sua efetividade.
Modelo Tradicional de Avaliação X Modelo Mais Adequado
Gadotti diz que a avaliação é essencial à educação, inerente e indissociável enquanto concebida como pro-
blematização, questionamento, reflexão, sobre a ação.
Entende-se que a avaliação não pode morrer, ela se faz necessária para que possamos refletir, questionar 
e transformar nossas ações. 
O mito da avaliação é decorrente de sua caminhada histórica, sendo que seus fantasmas ainda se apresen-
tam como forma de controle e de autoritarismo por diversas gerações. Acreditar em um processo avaliativo mais 
eficaz é o mesmo que cumprir sua função didático-pedagógica de auxiliar e melhorar o ensino/aprendizagem.
A forma como se avalia, segundo Luckesi, é crucial para a concretização do projeto educacional. É ela que 
sinaliza aos alunos o que o professor e a escola valorizam. O autor, na tabela 1, traça uma comparação entre 
a concepção tradicional de avaliação com uma mais adequada a objetivos contemporâneos, relacionando-as 
com as implicações de sua adoção.
Tabela 1 - Comparação entre a concepção tradicional de avaliação com uma mais adequada
Modelo tradicional de avaliação Modelo adequado
Foco na promoção - o alvo dos alunos é a promoção. 
Nas primeiras aulas, se discutem as regras e os modos 
pelos quais as notas serão obtidas para a promoção de 
uma série para outra. 
Implicação - as notas vão sendo observadas e registra-
das. Não importa como elas foram obtidas, nem por qual 
processo o aluno passou. 
Foco na aprendizagem - o alvo do aluno deve ser a apren-
dizagem e o que de proveitoso e prazeroso dela obtém. 
Implicação - neste contexto, a avaliação deve ser um au-
xílio para se saber quais objetivos foram atingidos, quais 
ainda faltam e quais as interferências do professor que po-
dem ajudar o aluno. 
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Foco nas provas - são utilizadas como objeto de pres-
são psicológica, sob pretexto de serem um ‘elemento mo-
tivador da aprendizagem’, seguindo ainda a sugestão de 
Comenius em sua Didática Magna criada no século XVII. 
É comum ver professores utilizando ameaças como “Es-
tudem! Caso contrário, vocês poderão se dar mal no dia 
da prova!” ou “Fiquem quietos! Prestem atenção! O dia da 
prova vem aí e vocês verão o que vai acontecer...”
Implicação - as provas são utilizadas como um fator ne-
gativo de motivação. Os alunos estudam pela ameaça da 
prova, não pelo que a aprendizagem pode lhes trazer de 
proveitoso e prazeroso. Estimula o desenvolvimento da 
submissão e de hábitos de comportamento físico tenso 
(estresse). 
 Foco nas competências - o desenvolvimento das 
competências previstas no projeto educacional devem ser 
a meta em comum dos professores. 
Implicação - a avaliação deixa de ser somente um ob-
jeto de certificação da consecução de objetivos, mas tam-
bém se torna necessária como instrumento de diagnóstico 
e acompanhamento do processo de aprendizagem. Neste 
ponto, modelos que indicam passos para a progressão na 
aprendizagem, como a Taxionomia dos Objetivos Educacio-
nais de Benjamin Bloom, auxiliam muito a prática da avalia-
ção e a orientação dos alunos. 
Os estabelecimentos de ensino estão centrados nos 
resultados das provas e exames - eles se preocupam 
com as notas que demonstram o quadro global dos alu-
nos, para a promoção ou reprovação. 
Implicação - o processo educativo permanece oculto. A 
leitura das médias tende a ser ingênua (não se buscam os 
reais motivos para discrepâncias em determinadas disci-
plinas).
Estabelecimentos de ensino centrados na qualidade - 
os estabelecimentos de ensino devem preocupar-se com o 
presente e o futuro do aluno, especialmente com relação à 
sua inclusão social (percepção do mundo, criatividade, em-
pregabilidade, interação, posicionamento, criticidade). 
Implicação - o foco da escola passa a ser o resultado de 
seu ensino para o aluno e não mais a média do aluno na 
escola.
O sistema social se contenta com as notas - as notas 
são suficientes para os quadros estatísticos. Resultados 
dentro da normalidade são bem vistos, não importando a 
qualidade e os parâmetros para sua obtenção (salvo nos 
casos de exames como o ENEM que, de certa forma, ava-
liam e “certificam” os diferentes grupos

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