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Audiência de conciliação e mediação

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Ana Luiza Bittencourt 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
Audiência de conciliação e mediação 
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o 
juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser 
citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. 
§ 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de mediação, 
observando o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de organização judiciária. 
§ 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses 
da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes. 
§ 3º A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado. 
§ 4º A audiência não será realizada: 
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; 
II - quando não se admitir a autocomposição. 
§ 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, 
apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência. 
§ 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes. 
§ 7º A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei. 
§ 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório 
à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou 
do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. 
§ 9º As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. 
§ 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e 
transigir. 
§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença. 
§ 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo 
de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
- É preciso ter, no mínimo, 30 DIAS de distância entre o despacho da citação e a audiência de conciliação. 
- É preciso que a citação seja feita em até 20 DIAS antes da audiência de conciliação, assim o réu pode se preparar. 
 Petição Inicial 
 
 Despacho (cite-se) 
 
 Citação 
 
 Aud. conc./mediação 
30 dias entre o despacho e a data da aud. 
20 dias da citação até a aud. 
10 dias: réu pode 
manifestar 
DESINTERESSE na 
aud. 
- Em até 10 DIAS antes da audiência de conciliação o réu pode manifestar seu desinteresse na audiência de conciliação 
(assim essa etapa é pulada do processo) e inicia o prazo de contestação do réu. 
OBSERVAÇÕES: 
● Art. 3º e 139 do CPC: a audiência de conciliação deve sempre ser estimulada. 
● O advogado DEVE comparecer em audiências de conciliação ou mediação de seu cliente (art. 335, §9º e 10º do 
CPC + art. 23, CED OAB); 
● É possível haver mais de uma audiência de conciliação e mediação ao longo do processo (art. 335, §2º); o único 
requisito é que entre uma audiência e outra não pode haver mais de 2 meses de intervalo. 
● Essa audiência serve para tentar acordo, portanto, não é momento de produção de provas e nem de defesa do 
réu. 
● Ambas as partes devem comparecer com advogado. 
● É possível que uma das partes envie um representante com poderes para tanto. 
● É vedado pelo estatuto da OAB que o advogado atue como representante da parte e advogado ao mesmo tempo. 
NÃO COMPARECIMENTO INJUSTIFICADO: 
- Ato atentatório à dignidade de justiça; 
- Multa de ATÉ 2% da vantagem econômica pretendida OU do valor da causa, a qual será revertida em favor da UNIÃO 
(se for justiça federal) ou ESTADO (se for justiça estadual). 
HIPÓTESES DE NÃO REALIZAÇÃO: 
1. Desinteresse de ambas as partes 
2. Quando o caso não admitir a autocomposição: ex.: ação de interdição. 
QUANDO HÁ ACORDO: é homologado e o processo é extinto. 
QUANDO NÃO HÁ ACORDO: a partir do dia da audiência (ou seja, dia útil seguinte) inicia-se o início do prazo de 
contestação de 15 dias. 
Obs.: no juizado especial a contestação deve ser apresentada no dia da audiência de conciliação no caso de não haver 
acordo. 
ATENÇÃO AO PRAZO DE LITISCONSÓRCIO: 
● CASO SEM AUDIÊNCIA (art. 231, parágrafo primeiro): o prazo para contestação começa no 1º dia útil depois da 
última da data de citação. 
Ex.: A x Médico x Hospital: médico foi citado dia 10/5 e hospital foi citado dia 20/5. Assim, o prazo para contestação 
dos réus se inicia no dia 21/5 (caso em que não cabe audiência de conciliação e mediação). 
 
● CASO COM AUDIÊNCIA + DESISTÊNCIA: todo manifestaram que não querem a audiência de conciliação e 
mediação. Assim, o prazo para contestação começa da data que protocolou ou manifestou o desinteresse na 
conciliação. No caso de se manifestarem em dias diferentes (art. 235, §1º): o prazo para cada um dos réus se inicia 
no dia útil seguinte do dia que cada um manifestou seu desinteresse. 
Ex.: A x Médico x Hospital: médico manifesta tem desinteresse em audiência de conciliação no dia 10/5 e hospital 
manifesta desinteresse no dia 20/5. Assim, o prazo para médico apresentar contestação se inicia no dia 11/5 e o 
prazo para o hospital no dia 21/5. 
DOS CONCILIADORES E MEDIADORES JUDICIAIS 
Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de 
sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar 
e estimular a autocomposição. 
§ 1º A composição e a organização dos centros serão definidas pelo respectivo tribunal, observadas as normas do 
Conselho Nacional de Justiça. 
§ 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, 
poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação 
para que as partes conciliem. 
§ 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará 
aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo 
restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos. 
CONCILIADOR: preferência em casos SEM VÍNCULO ANTERIOR, podendo o conciliador sugerir solução. Ex.: relações 
de consumo. 
MEDIADOR: preferência em casos nos quais as partes TINHAM VÍNCULO ANTERIOR (e provavelmente vão continuar 
tendo o vínculo depois); foco no fortalecimento das relações. As partes vão continuar lidando com essa situação 
depois, por isso, elas próprias devem tentar encontrar as soluções, podendo o mediador apenas facilitar o diálogo. 
Ex.: direito de família. 
 
Art. 166. A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência, da imparcialidade, da 
autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada. 
§ 1º A confidencialidade estende-se a todas as informações produzidas no curso do procedimento, cujo teor não 
poderá ser utilizado para fim diverso daquele previsto por expressa deliberação das partes. 
§ 2º Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o mediador, assim como os membros de suas 
equipes, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliação ou da mediação. 
§ 3º Admite-se a aplicação de técnicas negociais, com o objetivo de proporcionar ambiente favorável à 
autocomposição. 
§ 4º A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre autonomia dos interessados, inclusive no que diz 
respeito à definição das regras procedimentais. 
PRINCÍPIOS: 
● Independência:a mediação e a conciliação não precisam ter interferência do juiz. É uma fase particular do 
processo. 
● Imparcialidade 
● Autonomia da vontade: só participam se quiserem (mas devem comparecer). 
● Confidencialidade: tudo que é discutido ali não pode ser usado como prova depois. 
● Oralidade: mais uma conversa do que um procedimento formal. 
● Informalidade: não existe um passo a passo rígido. 
● Decisão informada: as partes têm que assinar e fazer o acordo cientes de suas obrigações (aqui observa-se a 
importância de um advogado para prestar assessoria). 
 
Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de conciliação e mediação serão inscritos em cadastro 
nacional e em cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, que manterá registro de profissionais 
habilitados, com indicação de sua área profissional. 
§ 1º Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de curso realizado por entidade credenciada, conforme 
parâmetro curricular definido pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça, o conciliador 
ou o mediador, com o respectivo certificado, poderá requerer sua inscrição no cadastro nacional e no cadastro de 
tribunal de justiça ou de tribunal regional federal. 
§ 2º Efetivado o registro, que poderá ser precedido de concurso público, o tribunal remeterá ao diretor do foro da 
comarca, seção ou subseção judiciária onde atuará o conciliador ou o mediador os dados necessários para que seu 
nome passe a constar da respectiva lista, a ser observada na distribuição alternada e aleatória, respeitado o princípio 
da igualdade dentro da mesma área de atuação profissional. 
 
 
§ 3º Do credenciamento das câmaras e do cadastro de conciliadores e mediadores constarão todos os dados relevantes 
para a sua atuação, tais como o número de processos de que participou, o sucesso ou insucesso da atividade, a matéria 
sobre a qual versou a controvérsia, bem como outros dados que o tribunal julgar relevantes. 
§ 4º Os dados colhidos na forma do § 3º serão classificados sistematicamente pelo tribunal, que os publicará, ao menos 
anualmente, para conhecimento da população e para fins estatísticos e de avaliação da conciliação, da mediação, das 
câmaras privadas de conciliação e de mediação, dos conciliadores e dos mediadores. 
§ 5º Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na forma do caput, se advogados, estarão impedidos de 
exercer a advocacia nos juízos em que desempenhem suas funções. 
§ 6º O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliadores e mediadores, a ser preenchido por 
concurso público de provas e títulos, observadas as disposições deste Capítulo. 
Art. 168. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o mediador ou a câmara privada de conciliação 
e de mediação. 
§ 1º O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não estar cadastrado no tribunal. 
§ 2º Inexistindo acordo quanto à escolha do mediador ou conciliador, haverá distribuição entre aqueles cadastrados 
no registro do tribunal, observada a respectiva formação. 
§ 3º Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de um mediador ou conciliador. 
Art. 169. Ressalvada a hipótese do art. 167, § 6º, o conciliador e o mediador receberão pelo seu trabalho remuneração 
prevista em tabela fixada pelo tribunal, conforme parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça. 
§ 1º A mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho voluntário, observada a legislação pertinente e a 
regulamentação do tribunal. 
§ 2º Os tribunais determinarão o percentual de audiências não remuneradas que deverão ser suportadas pelas câmaras 
privadas de conciliação e mediação, com o fim de atender aos processos em que deferida gratuidade da justiça, como 
contrapartida de seu credenciamento. 
Art. 170. No caso de impedimento, o conciliador ou mediador o comunicará imediatamente, de preferência por meio 
eletrônico, e devolverá os autos ao juiz do processo ou ao coordenador do centro judiciário de solução de conflitos, 
devendo este realizar nova distribuição. 
Parágrafo único. Se a causa de impedimento for apurada quando já iniciado o procedimento, a atividade será 
interrompida, lavrando-se ata com relatório do ocorrido e solicitação de distribuição para novo conciliador ou 
mediador. 
Art. 171. No caso de impossibilidade temporária do exercício da função, o conciliador ou mediador informará o fato ao 
centro, preferencialmente por meio eletrônico, para que, durante o período em que perdurar a impossibilidade, não 
haja novas distribuições 
Art. 172. O conciliador e o mediador ficam impedidos, pelo prazo de 1 (um) ano, contado do término da última 
audiência em que atuaram, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes. 
Art. 173. Será excluído do cadastro de conciliadores e mediadores aquele que: 
I - agir com dolo ou culpa na condução da conciliação ou da mediação sob sua responsabilidade ou violar qualquer 
dos deveres decorrentes do art. 166, §§ 1º e 2º; 
II - atuar em procedimento de mediação ou conciliação, apesar de impedido ou suspeito. 
§ 1º Os casos previstos neste artigo serão apurados em processo administrativo. 
§ 2º O juiz do processo ou o juiz coordenador do centro de conciliação e mediação, se houver, verificando atuação 
inadequada do mediador ou conciliador, poderá afastá-lo de suas atividades por até 180 (cento e oitenta) dias, por 
decisão fundamentada, informando o fato imediatamente ao tribunal para instauração do respectivo processo 
administrativo. 
Art. 174. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criarão câmaras de mediação e conciliação, com 
atribuições relacionadas à solução consensual de conflitos no âmbito administrativo, tais como: 
I - dirimir conflitos envolvendo órgãos e entidades da administração pública; 
II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de conciliação, no âmbito da administração 
pública; 
III - promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta. 
Art. 175. As disposições desta Seção não excluem outras formas de conciliação e mediação extrajudiciais vinculadas a 
órgãos institucionais ou realizadas por intermédio de profissionais independentes, que poderão ser regulamentadas 
por lei específica. 
Parágrafo único. Os dispositivos desta Seção aplicam-se, no que couber, às câmaras privadas de conciliação e 
mediação.

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