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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE CARATINGA – FUNEC CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA – UNEC NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD ENTOMOLOGIA AGRÍCOLA Douglas Silva Parreira NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 2 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola CAPÍTULO 1. A ORIGEM E A IMPORTÂNCIA DOS INSETOS COMO PRAGA DAS PLANTAS CULTIVAS 1.1 INTRODUÇÃO O reino animal é constituído por mais de 1.200.000 espécies de seres vivos, sendo que 96,6% são invertebrados (970.000 espécies pertencem ao Ramo Artrópode) e 3,4% vertebrados. A superclasse Hexapoda é formada em mais de 99,5% pela classe Insecta. Cerca de 950.000 espécies de insetos são conhecidas, ou seja, representam 75% dos animais (25% são coleópteros). É o maior grupo de animais que habita a terra. Podem ser úteis como as abelhas e bicho-da-seda (polinizadores) e nocivos como os fitófagos e os vetores de doenças para o homem. Os fósseis indicam que os insetos surgiram a mais de 380 milhões de anos (Período Carbonífero). Adaptaram-se de tal forma que o homem (que surgiu a 1 milhão de anos), com toda sua inteligência não conseguiu exterminá-los, numa luta desde os primeiros cultivos. Nessa guerra interminável, o homem evoluiu bastante, aprendendo a conhecer o ini- migo, suas características, seus hábitos, seu comportamento, visando meios racionais e econô- micos e protegendo os seus aliados (os inimigos naturais das pragas). Para o controle de pragas ou doenças em qualquer cultura, é preciso que haja uma razão de ordem econômica. Todo agricultor tem a sua lavoura como negócio e não como obra filan- trópica. Assim tudo que afeta a produtividade da lavoura é motivo de preocupação por parte dos lavradores que chegam, às vezes, ao exagero, tomando medidas antieconômicas visando a solução do problema, porém com isso, prejudicando o meio ambiente e contaminando alimen- tos. Embora seja do conhecimento de todos que as plantas necessitam de folhas para uma boa produção, esse conceito deve ser estudado para cada espécie vegetal e segundo sua fase de crescimento. Na fase inicial do desenvolvimento, o rendimento ou a produção de matéria seca é baixa, devido ao pequeno valor de índice de área foliar, crescendo à medida que a folhagem aumenta em volume, devido ao maior aproveitamento da luz. Entretanto, com o aumento do sombreamento, a taxa de assimilação aparente diminui (ganho de produtos de fotossíntese). Desta forma deve-se levar em consideração o que se pretende explorar de uma cultura. Em se AULA 1 NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 3 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola tratando de massa vegetal como fumo, hortaliças ou erva-mate, quanto maior a área foliar, me- lhor. Já para a produção de flores, frutos ou raízes, deve-se pesquisar a relação ideal entre área foliar e a produção, isto é, conhecer o mínimo de folhas que permite a máxima produção de frutos ou raízes (tubérculos). As plantas produzem muito mais flores e frutos para a garantia da sobrevivência da espécie. Assim, admite-se que a perda normal que a planta sofre pode ser consumida pela praga, pois nesse caso não haveria prejuízo para o agricultor. Infelizmente as pragas não se limitam a consumir o que não é aproveitado; motivo pelo qual, surgem os pro- blemas com elas relacionadas. 1.2 OS INSETOS COMO PRAGAS DAS PLANTAS CULTIVADAS Praga agrícola ou florestal compreende uma população de organismos capazes de causar danos às plantas, seus produtos e subprodutos. O dano pode afetar o rendimento do produto ou sua qualidade, através do consumo direto dos tecidos ou órgãos da planta, frutos ou sementes, sucção de seiva, transmissão de doenças, competição por espaço e por nutrientes. Além disso, deve-se considerar o custo do controle destas pragas. O menor rendimento das colheitas, o valor depreciado dos produtos pelo efeito do dano causado pelas pragas, aliado ao custo das medidas de controle, significam para o agricultor uma redução importante em seus lucros. Por praga agrícola entende-se ainda: População de organismos que são capazes de re- duzir a quantidade ou a qualidade dos alimentos, rações, forragens, fibras, flores, madeiras; durante a produção, colheita, processamento, armazenagem, transporte ou uso. Na agricultura, o conceito de inseto-praga está diretamente relacionado com os efeitos econômicos produzidos pela sua alimentação nas plantas. Um só inseto jamais poderá produzir um dano que compense a sua eliminação da cultura. Apenas quando a densidade populacional atinge determinada população, é que eles irão consumir uma quantidade de alimento que pro- duzirá um prejuízo para a planta explorada pelo homem. O termo praga pode ser caracterizado no sentido numérico (densidade populacional), onde uma determinada população do inseto se evidencia com seus estragos, afetando a produ- ção. Isto quer dizer que o fato de serem observados danos nas diferentes partes vegetais, não significa que a produção foi ou será afetada. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 4 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola 1.3 PRINCIPAIS GRUPOS DE ORGANISMOS PRAGAS a) vertebrados: aves e pequenos mamíferos, como os coelhos, lebres e ratos, que devoram talos, folhagens, frutos, consomem sementes recém germinadas, frutos e grãos; b) moluscos: caracóis que consumem folhagem; c) artrópodos: insetos e ácaros em suas diferentes fases; d) fungos, bactérias, protozoários e vírus: causam doenças que deterioram os tecidos externos e internos das plantas, reduzem sua capacidade reprodutiva ou prejudicam a qualidade e con- servação dos frutos; e) nematóides: sugam conteúdo celular, debilitando a planta. Dentro da classe insecta encontram-se a maioria das pragas agrícolas pertencem às or- dens Coleoptera, Lepidoptera, Hemiptera, Hymenoptera, Isoptera, Orthoptera, Diptera e Thysa- noptera. 1.4 FATORES DE ORIGEM DAS PRAGAS 1) Fatores econômicos a) Monocultura: proporciona ao inseto o alimento abundante pela quebra do ambiente natural, b) Uso inadequado dos inseticidas químicos: usar produtos não seletivos aos inimigos naturais, redução ou aumento da dose recomendada; selecionando populações de pragas resistentes, c) Técnicas culturais inadequadas. E surgimento de novas técnicas de cultivo como o plantio direto que favorece pragas que vivem no solo, d) Armazenamento impróprio: não realizar a limpeza ou tratamento de produto que vem do campo pouco depois de já armazenado, e) Comércio: favorece a disseminação pelo transporte de mudas e sementes infestadas. Também insetos são transportados para áreas exóticas; f) Melhoramento genético. A seleção de variedades mais produtivas reduz a rusticidade das plantas, g) Introdução involuntária: introdução de espécies de plantas e insetos exóticas em novas regi- ões. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 5 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola 2) Fatores ambientais Os fatores climáticos como temperatura e umidade do ar ou solo podem afetar a biologia das pragas e seus inimigos naturais; podendotambém afetar o crescimento vegetal, deixando as plantas mais suscetíveis as populações e insetos. BIBLIOGRAFIA CIOCIOLA, A. I.; SOUZA, B.; MOINO JÚNIOR, A. Controle biológico de Insetos. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 37p. GALLO, D et al. Entomologia Agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920p. MOINO JÚNIOR, A. Introdução ao manejo integrado de pragas. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 20p. MORAES, J. C.; Uso de resistência de plantas no manejo de insetos. UFLA/FAEPE, 2000. 23p. PARRA, J. R. P.; OLIVEIRA, H. N.; PINTO, A. S. Guia ilustrativo de pragas e insetos benéfi- cos dos citros. Piracicaba, 2003. 140p. PARRA, J. R. P.; BOTELHO, P. S. M.; CORRÊA-FERREIRA, B. S.; BENTO, J. M. S. Con- trole biológico no Brasil: Parasitoides e Predadores. São Paulo: Manole, 2002. 635p. RIGITANO, R. L. O.; CARVALHO, G. A. Toxicologia e Seletividade de Inseticidas. UFLA/FAEPE, 2000. 72p. SOUZA, B.; CARVALHO, C. F. Bases morfológicas para o reconhecimento de insetos-praga e inimigos naturais. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 80p. Vá no tópico, MATERIAL COMPLEMENTAR em sua sala virtual e acesse os slides da aula 01 – Introdução a Entomologia Agrícola. Vá no tópico, VÍDEO AULA em sua sala virtual e acesse a vídeo aula 01 – In- trodução a Entomologia Agrícola NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 6 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola CAPÍTULO 2. MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS 2.1 INTRODUÇÃO Nos últimos anos, mudou-se o conceito de controle de pragas, que deixou de ser feito por meio de aplicações sistemáticas de produtos químicos em culturas de importância agrí- cola, tomando-se por base calendários. A aplicação era baseada apenas no poder residual dos produtos e sem a preocupação de saber se a praga visada tinha atingido um nível de pudesse causar prejuízos à cultura. Essas aplicações desordenadas foram determinantes para ocorrên- cia de muitos problemas sérios como: a) Resistência de pragas a diversos pesticidas; b) Aparecimento de pragas até então consideradas secundárias; c) Ressurgência de pragas; d) Efeitos adversos sobre inimigos naturais das pragas, sobre abelhas e outros polinizado- res, peixes e animais silvestres; e) Efeitos tóxicos prejudiciais dos produtos químicos ao homem no momento da aplica- ção ou por meio de resíduos deixados nos produtos consumidos posteriormente. Como consequência surgiu um novo conceito de controle de pragas “o Manejo Inte- grado Pragas (MIP)” visando à minimização de todos esses problemas. O termo MIP é conhecido como o controle de insetos com bases ecológicas e que que evolve qualquer tipo de problema que limite a produção agrícola decorrente da competição interespecífica (patógenos, insetos, nematoides, plantas daninhas, etc). Esse novo conceito é muito amplo, sendo um somatório de tecnologias (conhecimentos) em várias áreas (entomologia, fitotecnia, fisiologia vegetal, matemática, economia, ciências da computação) formando um pacote tecnológico dinâmico, que prevê uma estrutura objetiva para tomadas de decisões com o emprego de novos métodos de controle de pragas. Dessa maneira, O MIP é definido como: Sistema de decisão para uso de táticas de con- trole, isoladamente ou associadas harmoniosamente, numa estratégia de manejo baseada em análises de custo/benefício que levam em conta o interesse e/ou impacto nos produtores, soci- edade e ambiente.” Deve-se estabelecer, ainda, que não é o uso de vários métodos de controle AULA 2 NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 7 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola que caracteriza um sistema de manejo, mas sim a relação do método (ou métodos) dentro dos preceitos ecológico, econômicos e sociais que são a base do manejo de pragas. 2.2 IMPLEMENTAÇÃO DE PROGRAMAS DE MIP As principais etapas para a elaboração de um programa de manejo de pragas em uma cultura incluem: 1. Reconhecimento das pragas mais importantes (praga-chave). - Identificação taxonômica - Bionomia da prgas-chave (biologia, hábitos, hospedeiros, inimigos naturais etc.). 2. Avaliação dos inimigos naturais (mortalidade natural no agroecossistema). - Técnica de criação (nutrição) de inimigos naturais para liberação; Técnicas de produção de patógenos. 3. Estudo de fatores climáticos que afetam a dinâmica populacional da praga e seus inimigos naturais. 4. Determinação dos níveis de dano econômico e de controle. - Fenologia da planta; Prejuízos da prga, custo do controle e preço da produção. 5. Avaliação populacional (amostragem). 6. Avaliação do(s) método(s) mais adequado(s) para incorporar num programa de manejo. 2.2 AVALIAÇÃO DO AGROECOSSISTEMA O primeiro passo para a implementação deu um programa de MIP em uma cultura está na identificação do problema, ou seja, no reconhecimento do agente casual de um determi- nado sintoma na planta. A avaliação do agroecossistema nada mais é que conhecer a sua lavoura e as principais pragas agrícolas que podem prejudicá-la. O conhecimento da lavoura e das pragas permite que você identifique em qual mo- mento da plantação uma praga pode causar mais prejuízos. Assim, você saberá quando ficar em alerta, além de poder tomar medidas preventivas. Identificar corretamente o estádio de suas plantas também é fundamental para que os métodos de controle, especialmente o químico, sejam feitos no momento certo, de forma que as pragas não causem danos à lavoura. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 8 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola Reconhecer as principais pragas da cultura, conhecendo seus hábitos e seus respectivos inimigos naturais também é essencial. Algumas perguntas podem ser feitas para evitar erros no controle. Por exemplo, “a la- garta tende a ficar escondida embaixo das folhas durante o dia?” Ou então “é um inseto com hábito subterrâneo, que fica no solo?” Uma clorose nas folhas, por exemplo, pode ser devida ao ataque de um inseto que se alimenta de seiva, doença causada por um fitopatógeno, deficiência nutricional ou ação fitotó- xica de um herbicida. Dessa maneira, você conhecerá os hábitos da praga para procurar na lavoura e entenderá quais são os melhores métodos de controle que poderá utilizar. Portanto, o reconhecimento das pragas chaves de uma cultura é fundamental para um programa de MIP. O MIP é uma forma de ecologia aplicada; portanto requer conhecimentos de princípios ecológicos, principalmente aqueles relacionados com a dinâmica de populações. Procure saber quais são os inimigos naturais da praga para poder verificar se eles estão presentes na sua lavoura. Isso colabora com o manejo sem necessidade de custos. A preserva- ção, ou mesmo o incremento da ação de agentes de controle natural de pragas, tem sido funda- mental no MIP. Outro ponto importante: as condições climáticas são vitais para ter uma ideia da infes- tação. Em geral, temperaturas mais altas aceleram o ciclo de vida dos insetos, fazendo com que se tenha mais gerações em uma safra, podendo prejudicar ainda mais sua lavoura. Vá no tópico, MATERIAL COMPLEMENTAR em sua sala virtual e acesse os slides 02 da aula sobre Manejo Integrado de Pragas Vá no tópico, VÍDEO AULA em sua sala virtual e acesse a vídeo aula 02 – In- trodução ao manejo Integrado de Pragas. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEADPágina | 9 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola BIBLIOGRAFIA CIOCIOLA, A. I.; SOUZA, B.; MOINO JÚNIOR, A. Controle biológico de Insetos. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 37p. GALLO, D et al. Entomologia Agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920p. MOINO JÚNIOR, A. Introdução ao manejo integrado de pragas. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 20p. MORAES, J. C.; Uso de resistência de plantas no manejo de insetos. UFLA/FAEPE, 2000. 23p. PARRA, J. R. P.; OLIVEIRA, H. N.; PINTO, A. S. Guia ilustrativo de pragas e insetos benéfi- cos dos citros. Piracicaba, 2003. 140p. PARRA, J. R. P.; BOTELHO, P. S. M.; CORRÊA-FERREIRA, B. S.; BENTO, J. M. S. Con- trole biológico no Brasil: Parasitoides e Predadores. São Paulo: Manole, 2002. 635p. RIGITANO, R. L. O.; CARVALHO, G. A. Toxicologia e Seletividade de Inseticidas. UFLA/FAEPE, 2000. 72p. SOUZA, B.; CARVALHO, C. F. Bases morfológicas para o reconhecimento de insetos-praga e inimigos naturais. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 80p. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 10 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola CAPÍTULO 3. MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS – TOMADA DE DE- CISÃO 3.1 DETERMINAÇÃO DOS NÍVEIS DE DANO ECONÔMICO E DE CONTROLE A condição de praga para uma população de insetos em uma cultura depende de sua densidade populacional e da injúria ocasionada na planta. Muitas vezes a injúria na planta (por exemplo desfolha) não acarreta danos qualitativos ou quantitativos à produção. Nessas condi- ções as pragas são conhecidas como indiretas. Muitas plantas podem tolerar um nível signifi- cativo de injúrias no sistema foliar (por exemplo, a cultura da soja) sem afetar a produção, devido à sua capacidade de compensação. Por outro lado, danos causados por algumas pragas nos produtos que são objeto de comercialização afetam diretamente a produção. É o caso de danos nos frutos ocasionados pelas moscas-das-frutas, por exemplo, que são tidas como pragas diretas. Na ausência de mudanças permanentes no ambiente, pode-se definir o nível de equilí- brio (NE) de uma população de inseto que representa a sua densidade médias durante um longo período de tempo (Figura 3.1). Dentro do conceito mais moderno, uma espécie é considerada como praga se em curto espaço de tempo é capaz de multiplicar rapidamente e atingir um nível populacional que causa danos econômicos à cultura. Nessas condições, a adoção de medidas de controle de uma deter- minada praga torna-se econômica quando a densidade populacional causa perdas maiores do que o custo de controle. Sendo assim, define-se como nível de dano econômico (NDE) a den- sidade populacional da praga que causa prejuízos à cultura iguais ao custo de adoção de medidas de controle, ou seja, a menor densidade populacional capaz de causar perdas econômicas (Fi- gura 3.1). Assim, o NDE, ou seja, a porcentagem de perda mínima na produção a partir da qual o controle da praga se torna econômico, pode ser calculado a partir da seguinte fórmula: Formula: NDE = Ct x 100 V Ct = custo de controle por unidade (p. ex.: R$/ha) V = valor da produção por unidade de produção (p. ex.: R$/ha) AULA 3 NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 11 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola Se o valor de produção de uma determinada cultura é de R$ 1.000,00 e o custo da aplicação de um inseticida para controle dessa praga é de R$ 100,00, o NDE será de 10%. Portanto, nessas condições, a adoção de medidas de controle se justificaria economicamente somente quando a densidade populacional da praga atingisse um nível sificiente para perda de 10% na produção. O NDE não será o mesmo para diferentes espécies de insetos numa mesma cultura ou para uma determinada espécie em cultura distintas. Esse nível depende também de condições ambientais, tais como tipo de solo ou chuva, pois esses fatores podem afetar o vigor da planta e a compensação no crescimento. Na maioria dos casos, as medidas de controle são adotadas antes que a densidade da prga atinja o NDE, pois é necessario um certo período de tempo para que as medidas de controle se tornem efetivas. Portanto, a densidade populacional em que medidas de controle devem ser adotadas para impedir que a população atinja o NDE é denominado nível de controle ou de ação (NC) (Figura 3.1). Figura 3.1. Flutuação populacional de uma determinada praga no decorrer do tempo para (a) espécies que não atingem a posição de praga; (b) pragas ocasionais e (c) pragas severas. ↓ adoção de medidas de controle NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 12 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola O NDE não considera a influência de fatores como inimigos naturais e resistência a inseticidas, que poderiam afetar a dinâmica populacional da praga. No entanto, o mérito do conceito de NDE está na sua simplicidade. 3.2 AMOSTRAGEM DE INSETOS Dentro do MIP, o monitoramento é a base para que, depois, seja feita a tomada de deci- são. Ele deve ser feito regularmente para que se conheça a densidade populacional ou nível de danos de uma praga na lavoura (Figura 3.2). Figura 3.2. Tomada de decisão num pro- grama de Manejo Integrado de Pragas. A amostragem depende basicamente dos seguintes componentes: a) Pessoal: é o conhecimento que o entomologista deve ter sobre a cultura, as pragas e seus inimigos naturais, e as técnicas para efetuar a amostragem. É o trabalho desen- volvido pelo inspetor de pragas (pragueiro). b) Mecânico: São os aparelhos utilizados para a amostragem (vide slide MIP). c) Econômico: refere-se ao custo da amostragem e à vantagem ou não da sua execu- ção. d) Estatístico: é justamente o componente que dá a precisão da amostragem. Para seu desenvolvimento deve-se estabelecer o plano de amostragem, que consta de: - tamanho da amostra: numero de amostras a ser obtido por unidade de área. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 13 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola - unidade de amostra: número de observações a serem feitas por amostra. Com exemplo (Tabela 3.1), são definidos o tamanho e a unidade de amostra para as pragas de soja. Tabela 3.1. Amostragem das pragas da soja. Área (ha) Tamanho da amostra (pontos) Unidade da amostra Lagartas e percevejos Broca-da-axila 01-10 6 Uma amostragem com pano por ponto Examinar 10 plan- tas por ponto 11-30 8 31-100 10 - tipo de caminhamento: é a maneira de se deslocar em campo para realizar o levan- tamento. Varia de acordo com cada cultura e tipo de amostragem (Figura 3.3). Figura 3.3. Tipos de caminhamento para amostragem de insetos. - tipos de amostragem: são as maneiras de conduzir uma amostragem. Os principais tipos são: convencional, sequencial, biológica e por sensoriamento remoto. 1. Amostragem convencional. Baseia-se em um número fixo de amostras a serem colhi- das por unidade de área. Para isso, são preparadas fichas com o número fixo de amostras e, depois de calculada a % de infestação, compara-se com os níveis de ação já conheci- dos (Figura 3.4). 2. Amostragemsequencial. É um tipo de amostragem em que o número de amostras é variável em contraposição à amostragem convencional, em que o número de amostras é fixo. A amostragem sequencial não tem a preocupação de estimar os parâmetros po- NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 14 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola pulacionais, mas aplica uma hipótese previamente testada sobre eles para definir as clas- ses distintas sobre os resultados acumulados das unidades amostrais examinadas (Figura 3.5). Portanto a amostragem sequencial leva sempre a 3 conclusões: - aceitar a hipótese de não controlar a praga; - aceitar a hipótese de controlar a praga; ou - continuar amostrando até que as hipóteses anteriores sejam tomadas. Figura 3.4. Ficha para amostragem convencional em citros. Planta Amostra 1% Talhão MIP acima de 1.000 plantas N° % 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Ferrugem F r u t o 1 Observações/Anotações 2 3 Leprose Fruto 1 2 Ramo 1 2 Mancha Leprose Ác. Predador Ác. Branco Cigarrinha CVC Mosca das Frutas Bicho Furão Joaninha Lixeiro Ortésia Escama Farinha 1 2 3 4 Coch. Pardinha Coch. Preta Parlatória Pragas e I.N. Chaves (inventario) Inspeção H. Inicio: Término: Figura 3.5. Ficha de amostragem sequencial para ácaro-da- falsa-ferrugem em citros. A m o s tr a Amostragem sequencial % de Não- =Infestação Ácaro-da-falsa-ferrugem 90% 80% N° T a b e la T a b e la T a b e la T a b e la 1 0 2 1 3 1 4 2 5 3 6 3 7 4 8 5 9 5 10 9 12 7 6 11 11 10 12 7 P u lv e ri z a r 12 12 11 13 8 13 13 12 14 9 14 14 12 15 10 15 15 13 16 11 15 16 14 17 12 16 17 15 18 13 17 18 16 19 13 18 19 17 20 14 19 20 18 21 15 20 21 19 22 16 20 22 20 23 17 21 23 21 24 18 22 24 22 25 18 23 25 23 26 19 24 26 24 27 20 25 27 25 28 21 26 28 26 28 22 26 29 27 29 23 27 30 28 30 23 28 31 29 31 24 29 32 29 32 25 30 33 30 33 26 31 34 31 34 27 31 35 28 32 36 29 33 37 29 34 38 30 35 39 31 36 NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 15 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola Como isso a amostragem sequencial tem uma considerável economia de tempo e traba- lho (em média de 30%), para tirar uma conclusão em relação à amostragem convencional, desde o plano de amostragem sequencial seja bem feito e preciso, caso contrário, os riscos serão muito grandes. 3. Amostragem Biológica a) Dieta artificial. Baseia-se em parâmetros biológicos para a determinar a época de ataque de uma praga para seu controle. b) Feromônios. Existem várias armadilhas de feromônio no comércio para monitora- mento de pragas c) Iscas. A utilização de iscas para levantamento de insetos também é comum para várias pragas. 4. Amostragem por sensoriamento remoto. É a técnica que se baseia na agricultura de precisão, utilizando satélites sensores. Com o sensoriamento remoto pode-se reconhecer a presença de uma determinada praga a distância, por meio de sensores que detectam a energia radiante desse objeto e a transforma numa forma nominal de interpretação visual ou automática. O processo consta de diversas etapas (Figura 3.6). Figura 3.6. Etapas de sensoriamento remoto. Para o caso de pragas, a resolução pode variar de 5 a 30 m, dependendo do satélite utilizado, embora nem sempre seja a precisão adequada. Entretanto, é um processo que, em determinadas circunstâncias, facilita o levantamento, principalmente em grandes áreas e altas infestações de uma praga. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 16 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola BIBLIOGRAFIA CIOCIOLA, A. I.; SOUZA, B.; MOINO JÚNIOR, A. Controle biológico de Insetos. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 37p. GALLO, D et al. Entomologia Agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920p. MOINO JÚNIOR, A. Introdução ao manejo integrado de pragas. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 20p. MORAES, J. C.; Uso de resistência de plantas no manejo de insetos. UFLA/FAEPE, 2000. 23p. PARRA, J. R. P.; OLIVEIRA, H. N.; PINTO, A. S. Guia ilustrativo de pragas e insetos benéfi- cos dos citros. Piracicaba, 2003. 140p. PARRA, J. R. P.; BOTELHO, P. S. M.; CORRÊA-FERREIRA, B. S.; BENTO, J. M. S. Con- trole biológico no Brasil: Parasitoides e Predadores. São Paulo: Manole, 2002. 635p. RIGITANO, R. L. O.; CARVALHO, G. A. Toxicologia e Seletividade de Inseticidas. UFLA/FAEPE, 2000. 72p. SOUZA, B.; CARVALHO, C. F. Bases morfológicas para o reconhecimento de insetos-praga e inimigos naturais. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 80p. Vá no tópico, VÍDEO AULA em sua sala virtual e acesse a vídeo aula 03 e 04 sobre Manejo Integrado de Pragas – Tomada de Decisão Vá no tópico, MATERIAL COMPLEMENTAR em sua sala virtual e acesse os slides da aula 02 sobre Manejo Integrado de Pragas NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 17 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola CAPÍTULO 4. MÉTODOS DE CONTROLE LEGISLATIVO 4.1 INTRODUÇÃO É um método de controle que se baseia em leis, decretos e portarias, quer sejam federais ou estaduais e que obrigam o cumprimento de medidas de controle, tais como: a) Serviço quarentenário: previne a entrada de pragas exóticas e impede a disseminação/dis- persão de pragas nativas. Esse serviço é executado pelo Serviço de Defesa Sanitária Vegetal, órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), cujos técnicos inspe- cionam portos, aeroportos e fronteiras, procurando tratar, destruir ou impedir a entrada de ve- getais e animais atacados, por meio da aplicação do período de quarentena. Esse serviço tam- bém atua em casos de exportação de produtos agrícolas e florestais que contém pragas. Do ponto de vista quarentenário, uma praga é qualquer espécie, raça ou biótipo de ve- getais, animais ou agentes patogênicos, nocivos para os vegetais ou produtos vegetais. A iden- tificação de uma praga quarentenária é baseada em critérios estabelecidos pela FAO, tais como: presença ou ausência da praga em área de risco, sua distribuição, importância econômica e se é ou não controlada oficialmente. É classificada em: - Praga quarentenária A1. De importância econômica potencial para a área de risco e onde ainda não se encontra presente. - Praga quarentenária A2. De importância econômica potencial para a área de risco e onde ainda não se encontra amplamente disseminada e está sendo oficialmente controlada. - Praga quarentenária regional A2. Apresenta disseminação localizada e está submetida a controle oficial por um ou mais países da região. Os países legislam sobre o tipo de tratamento quarentenário que deve ser aplicado para determinado produto agrícola, a fim de eliminar a praga quarentenária e permitir a importância do. Esses tratamentos quarentenários consistem em: Fumigação. Aplicação de brometo de metila (32g/m3 durante 2h). Tratamento a frio. Emprego de câmara com temperaturas baixas, na qual as frutas permanecerão por determinado tempo, dependendo da praga a ser eliminada. Tratamento a quente. Emprego de vapor d’água ou hidrotermia. AULA 4 NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEADPágina | 18 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola Irradiação. Emprego de raios gama de Cobalto (60Co) ou Césio (137Cs) ou raiso de elétron com a energia de radiação até 10 MeV. A dose média é até 100 Krad. Além de controlar a infestação da praga, também melhora a qualidade e aumenta a conservação de frutos, pelo retardamento do amadurecimento e redução da contaminação microbiana nos frutos. b) Medidas obrigatórias: são medidas baseadas em leis, que obrigam o agricultor ao controle de determinadas pragas, consideradas limitantes para as culturas. Como exemplo, pode-se citar a Instrução Normativa (IN), instituída pelo MAPA, Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) (IN no 24, de 15 de abril de 2003), que regulamenta o cultivo de tomate para processamento industrial em todo o Brasil, mediante calendário de plantio anual, também conhecido como vazio sanitário do tomateiro, a qual prevê um período de 60 a 120 dias consecutivos, livres de cultivo de tomate, bem como exige a adoção de uma série de medidas fitossanitárias para con- trole da mosca-branca Bemisia tabaci biótipo B (Hemiptera: Aleyrodidade) e das viroses por ela transmitidas. c) Lei dos agrotóxicos: refere-se à Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazena- mento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins e dá outras providências. Esta Lei tem por finalidade, portanto, controlar a fabricação, a formulação, o comércio e o uso adequados, em termos de toxicidade, segurança, eficiência e idoneidade dos inseticidas, além de obrigar o uso do Receituário Agronômico para qualquer atividade envolvendo o uso desses produtos. Quanto ao Receituário Agronômico, trata-se de uma prescrição e orientação técnica para utili- zação de agrotóxico ou afim, emitida por profissional legalmente habilitado. Tem como obje- tivo maximizar a eficiência no controle de pragas fazendo o uso mais racional possível desses produtos. Vá no tópico, MATERIAL COMPLEMENTAR em sua sala virtual e acesse os slides da aula 03 sobre Método de Controle Legislativo NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 19 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola BIBLIOGRAFIA CIOCIOLA, A. I.; SOUZA, B.; MOINO JÚNIOR, A. Controle biológico de Insetos. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 37p. GALLO, D et al. Entomologia Agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920p. MOINO JÚNIOR, A. Introdução ao manejo integrado de pragas. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 20p. MORAES, J. C.; Uso de resistência de plantas no manejo de insetos. UFLA/FAEPE, 2000. 23p. PARRA, J. R. P.; OLIVEIRA, H. N.; PINTO, A. S. Guia ilustrativo de pragas e insetos benéfi- cos dos citros. Piracicaba, 2003. 140p. PARRA, J. R. P.; BOTELHO, P. S. M.; CORRÊA-FERREIRA, B. S.; BENTO, J. M. S. Con- trole biológico no Brasil: Parasitoides e Predadores. São Paulo: Manole, 2002. 635p. RIGITANO, R. L. O.; CARVALHO, G. A. Toxicologia e Seletividade de Inseticidas. UFLA/FAEPE, 2000. 72p. SOUZA, B.; CARVALHO, C. F. Bases morfológicas para o reconhecimento de insetos-praga e inimigos naturais. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 80p. Vá no tópico, VÍDEO AULA em sua sala virtual e acesse a vídeo aula 05 – Métodos de Controle de Pragas e 06 Método de Controle Legisla- tivo. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 20 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola CAPÍTULO 5. MÉTODOS DE CONTROLE CULTURAL E MECÂNICO 5.1 INTRODUÇÃO O controle cultural será baseado, principalmente, nos conceitos ecológicos e biológicos das pragas. Por isso, é importante que você conheça a dinâmica da sua área antes mesmo de decidir por esse tipo de controle. Embora seja muito importante realizar o controle cultural, mesmo em condições em que você ainda não sabe se a praga realmente estará na sua cultura, é fundamental que você conheça o histórico das pragas que acometeram os plantios anteriores. Isso é recomendado que seja feito pelo fato de que algumas práticas desse método exigem mais mão-de-obra e podem gerar custos desnecessários. Ao decidir por este método, priorize as práticas mais essenciais visando o ma- nejo correto. Alguns exemplos de práticas essenciais para implementar o controle cultural: 5.1.1 ROTAÇÃO DE CULTURAS Consiste no plantio alternado, em anos sucessivos, de culturas que não sejam hospedei- ras das mesmas pragas, reduzindo, dessa forma, suas populações. É recomendada principal- mente para controle de pragas específicas de determinadas plantas. 5.1.2 ARAÇÃO DO SOLO Utilizada para a destruição de larvas e pupas de insetos que normalmente se desenvol- vem no solo. Pode ser empregada, por exemplo, para a destruição de pupas da lagarta-do-es- piga-do- milho, da mosca-das-frutas, etc. O objetivo desse processo é expor esses insetos aos raios solares (ação física) ou a implementos agrícolas (ação mecânica). 5.1.3 ÉPOCA DE PLANTIO E COLHEITA Para algumas pragas, às vezes uma simples antecipação ou atraso do plantio ou co- lheita causa uma diminuição considerável no ataque. Por exemplo: antecipação da época de AULA 5 NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 21 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola plantio de algodão para o controle da lagarta-rosada; antecipação da época de colheita do mi- lho para controle do gorgulho, e antecipação do plantio do sorgo para controle da mosca-do- sorgo. 5.1.4 DESTRUIÇÃO DE RESTOS DE CULTURA Nesse caso, o objetivo é destruir o substrato que pode atuar como hospedeiro interme- diário de pragas como Helicoverpa zea (Bod.), que posteriormente poderão atacar as culturas de tomate e algodão. 5.1.5 CULTURA NO LIMPO Consiste na retirada da vegetação espontânea (ervas daninhas) próximo e dentro da área de cultivo com o objetivo de reduzir a infestação de certas pragas devido a destruição de seu abrigo. Um exemplo dessa influência foi constatado na cultura de figueira, ao comparar a in- festação da broca-dos-ramos a diferentes distâncias do mato. Entretanto, às vezes ocorre o con- trário, como é o caso dos pulgões, cuja infestação é menor nas proximidades do mato, porque este fornece abrigo e favorece a sobrevivência de inimigos naturais. 5.1.6 PODA Empregada em plantas perenes como meio de controle de certas pragas, como brocas, cochonilhas, etc. Ébastante útil em fruticultura. 5.1.7 ADUBAÇÃO E IRRIGAÇÃO Nesse caso, parte-se do princípio de que uma planta equilibrada nutricionalmente apre- senta maior resistência ao ataque de pragas. Da mesma forma, a irrigação por aspersão pode contribuir para a redução da população de pequenos insetos, como pulgões, tripés, etc., elimi- nados por lavagem. 5.1.8 PLANTIO DIRETO O Sistema de plantio Direto tem sido considerado a melhor prática conservacionista do solo, melhorando a estrutura do solo, sua condutividade hidráulica, melhorando o desenvolvi- mento das plantas cultivadas. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEADPágina | 22 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola 5.2 MÉTODO DE CONTROLE MECÂNICO São medidas utilizada em casos específicos como, por exemplo: controle o curuquerê- da-couve em pequenas hortas por meio do esmagamento de ovos e catação de lagartas, catação manual de bichos-cestos em cafezal; esmagamento de brocas de ramos e tronco em frutíferas como figueira; corte de lagartas em fumo e mandioca com tesouras; formação de barreiras ou sulcos contra ataque do curuquerê-dos-capinzais e gafanhotos em surtos graves. BIBLIOGRAFIA CIOCIOLA, A. I.; SOUZA, B.; MOINO JÚNIOR, A. Controle biológico de Insetos. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 37p. GALLO, D et al. Entomologia Agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920p. MOINO JÚNIOR, A. Introdução ao manejo integrado de pragas. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 20p. MORAES, J. C.; Uso de resistência de plantas no manejo de insetos. UFLA/FAEPE, 2000. 23p. PARRA, J. R. P.; OLIVEIRA, H. N.; PINTO, A. S. Guia ilustrativo de pragas e insetos benéfi- cos dos citros. Piracicaba, 2003. 140p. PARRA, J. R. P.; BOTELHO, P. S. M.; CORRÊA-FERREIRA, B. S.; BENTO, J. M. S. Con- trole biológico no Brasil: Parasitoides e Predadores. São Paulo: Manole, 2002. 635p. RIGITANO, R. L. O.; CARVALHO, G. A. Toxicologia e Seletividade de Inseticidas. UFLA/FAEPE, 2000. 72p. SOUZA, B.; CARVALHO, C. F. Bases morfológicas para o reconhecimento de insetos-praga e inimigos naturais. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 80p. Vá no tópico, VÍDEO AULA em sua sala virtual e acesse as vídeo aulas 07 e 08 – Métodos de Controle Mecânico e Cultural de Pragas Vá no tópico, MATERIAL COMPLEMENTAR em sua sala virtual e acesse os slides da aula 04 e 05 sobre Métodos de Controle Mecânico e Cultural de Pragas NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 23 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola CAPÍTULO 6. MÉTODOS DE CONTROLE FÍSICO 6.1 PROCESSOS GERAIS 1) Fogo. Tem uso restrito no controle de pragas; entretanto torna-se necessário quando o controle químico é antieconômico, ou como complemento de outros métodos de con- trole. 2) Drenagem. Empregada em caos especiais, como em pântanos, para controlar gorgu- lhos-aquáticos em cultura de arroz irrigado. 3) Inundação. Também empregada em arroz para controlar certas pragas, como, por exemplo, o pão-de-galinha. 4) Temperatura. Alta (mais de 50ºC) ou baixa (menos de 5ºC), para matar ou paralisar as atividades de algumas pragas. É um método muito empregado para controle de pragas de produtos armazenados. 6.2 PROCESSOS DE RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA A radiação solar é originada de intensas reações nucleares que se processam no Sol, atravessam o espaço sideral e chegam à Terra rapidamente, por meio de ondas eletromagnéticas de várias frequências, desde as ondas de rádio de baixa energia e curtíssimo comprimento de onda que causa efeitos químicos e ionização de átomos. As faixas de espectro que têm sido usadas para controle de insetos são as radiações ultravioletas (UV), luminosa, infravermelha (IV) e sonora (Figura 1). Figura 1. Espectro de emissão do Sol. AULA 6 NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 24 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola Entre os insetos, existem aqueles que são diurnos e, portanto, estão sujeitos à ação de ondas curtas, e os noturnos, que são afetados por ondas longas. Insetos diurnos. A manifestação da radiação solar durante o dia é por meio da cor do substrato. As cores percebidas pelos insetos não são as mesmas percebidas pelo homem, pois eles detec- tam o IV e o UV, o que o homem não consegue. Dessa forma, as reações dos insetos às dife- rentes cores são de atratividade ou repelência, o que permite que sejam usados como estratégia de controle. Exemplo 1: Cor como repelente para controle de pulgão. O pulgão Myzus persicae é repelido por radiação ultravioleta ao pousar numa superfície. Em virtude disso, pode ser usada a palha de arroz em cobertura morta nos canteiros de plantas como superfícies refletivas de ultravioleta. Exemplo 2: Cor como atraente para controle de mosca-branca e mosca-minadora. A cor amarelo-ouro atrai adultos desses insetos. Assim a utilização de superfícies amarelas impreg- nadas com substância adesiva, para atrair e capturas adultos no campo. Insetos noturnos. 1. Infravermelho. A radiação de onda longa emitida durante a noite é na faixa do infra- vermelho distante, e os insetos a detectam através dos olhos compostos e das antenas. Isso possibilita a utilização de cultivares resistentes de milho justamente por emitirem certos comprimentos de onda de IV desfavoráveis à praga (Figura 2). Figura 2. Espectro da emissão de infravermelh por duas plantas de mi- lho: A- Suscetível e B- Resistente ao ataque de Helicoverpa zea. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 25 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola O infravermelho também é usado na detecção de pragas em plantas por meio do senso- riamento remoto. 2. Luz visível. A luz visível exerce influência sobre os insetos de duas formas: afetando su desenvolvimento por meio do fotoperíodo ou afetando seu comportamento por meio do comprimento de onda. Dessa forma, os insetos podem ser atraidos ou repelidos por uma fonte luminosa e apresentar reações diderentes. Eles reagem mais aos comprimentos de onda de luz ultravioleta e verde e menos à luz amarela e vermelha. Armadilhas luminosa. São aparelhos destinados a atrair e capturar insetos de vôo noturno fototrópicos positivos. Para insetos de recintos fechados, usam-se armadilhas luminosas de eletrocussão, como a armadilha da Fulmínia para a mosca-domestica. As lâmpadas são geralmente fluorescentes, de comprimento de onda específico de 15 ou 20 W (F15T8BL) ou de mercúrio de luz mista (Dualux – LM 160 – 220 V). No Brasil, o emprego de armadilhas luminosas é generalisado para estudos de levantamentos populacionais de insetos, coletas e controle de pragas. 3. Som. As ondas sonoras só caminham com a vibração de partículas, ao contrário das ondas luminosas, que não necessitam de um material para sua propagação. O som apresenta diferentes faixas de frequência (medidas por uma unidade denominada hertz), sendo que algumas destas não dão ouvidas pelo homem. Assim a frequência ultrapassa 20.000 hz ou 20 khz, o som é denominado de ultra-som, não sendo percebido pelo ouvido humano, que só capta sons compreendidos entre 20 e 20.000 hz. O som pode ser empregado no controle do inseto sob duas formas: - por meio do aquecimento e ressonância provocados pela intensa energia empregada. É restrita a ambientes confinados na prevenção de alimentos em armazéns, tratamento de madeiras de fácil trasnporte sujeitas ao ataque de insetos. - por meio de frequências diversas, atuando como atraente ou repelente, afetando portanto o comportamento dos insetos, mas não sendo diretamente fatal a eles. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 26 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola BIBLIOGRAFIACIOCIOLA, A. I.; SOUZA, B.; MOINO JÚNIOR, A. Controle biológico de Insetos. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 37p. GALLO, D et al. Entomologia Agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920p. MOINO JÚNIOR, A. Introdução ao manejo integrado de pragas. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 20p. MORAES, J. C.; Uso de resistência de plantas no manejo de insetos. UFLA/FAEPE, 2000. 23p. PARRA, J. R. P.; OLIVEIRA, H. N.; PINTO, A. S. Guia ilustrativo de pragas e insetos benéfi- cos dos citros. Piracicaba, 2003. 140p. PARRA, J. R. P.; BOTELHO, P. S. M.; CORRÊA-FERREIRA, B. S.; BENTO, J. M. S. Con- trole biológico no Brasil: Parasitoides e Predadores. São Paulo: Manole, 2002. 635p. RIGITANO, R. L. O.; CARVALHO, G. A. Toxicologia e Seletividade de Inseticidas. UFLA/FAEPE, 2000. 72p. SOUZA, B.; CARVALHO, C. F. Bases morfológicas para o reconhecimento de insetos-praga e inimigos naturais. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 80p. Vá no tópico, VÍDEO AULAS em sua sala virtual e acesse a vídeo aula 09 – Métodos de Controle Físico. Vá no tópico, MATERIAL COMPLEMENTAR em sua sala virtual e acesse os slides da aula 6 sobre Métodos de Controle Físico. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 27 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola CAPÍTULO 7. MÉTODOS DE CONTROLE POR COMPORTAMENTO 7.1 INTRODUÇÃO São métodos que se baseiam nos estudos de fisiologia dos insetos. As principais vanta- gens desses métodos em relação ao controle químico convencional são: a) Não apresentam riscos de intoxicação para o home e os animais domésticos; b) Não apresentam resíduos tóxicos; c) Evitam desequilíbrios biológicos. 7.2 CONTROLE COM HORMÔNIOS Os principais grupos de hormônios de insetos são: 1) Hormônios endócrinos. Produzidos por glândulas sem canal e liberados na hemo- linfa para causar uma reação específica em outra parte do corpo. Ex.:ecdsõnio, hor- mônio juvenil etc. 2) Neurormônios. Secretados e liberados por células do tecido nervoso, que causam integração por ação hormonal, e não nervosa. Ex.: acetilcolina. 3) Feromônios. Liberados no exterior do corpo do inseto, agindo na comunicação en- tre indivíduos da mesma espécie e não no organismo individualmente. Ex.: Feromô- nios sexuais, de alarme etc. O uso de hormônios é considerado uma nova geração de inseticidas contra os quais os insetos não podem adquirir resistência. Para aplicação deste controle, é fundamental conhecer a fisiologia dos insetos, onde as células neuro - secretoras produzem glândulas protoráxicas liberando os hormônios que interferem na formação da actina, ecdise, juvenil, eclosão e bursi- cônio e o balanço destes hormônios mostrará se o inseto vai sofrer ecdise ou metamorfose, por isso é indicado para este tipo de controle trabalhar com substâncias que emitem ou inibem a produção destes hormônios, pois o desequilíbrio na produção destes hormônios pode ser fatal a vida dos insetos. Um exemplo de hormônio utilizado é a acetilcolina, a qual age no sistema nervoso dos insetos e os feromônios que causam diversas reações aos insetos dependendo do seu tipo e apresenta resultados eficazes principalmente no controle do besouro broqueador do Pinus (COSTA et al., 2008). AULA 7 NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 28 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola Feromônios são substâncias biológicas ativas excretadas para o exterior por um indiví- duo e recebidas por um outro indivíduo da mesma espécie, provocando uma reação específica a determinado comportamento dependendo do tipo e funções empregadas. Os fatores físico- químicos e bioecológicos associados à produção, emissão e recepção dos feromônios acabam tornando este estudo bastante complexo devido a maneira simultânea que as substâncias podem atuar, ou seja, provocando diferentes tipos de comportamento na mesma espécie: agregação e acasalamento. 7.2.1 UTILIZAÇÃO DE FEROMÔNIOS EM PROGRAMAS DE MANEJO INTE- GRADO DE PRAGAS Monitoramento populacional de pragas. Permite a detecção do início da população da praga, orientando de forma segura a definição da época adequada de controle. São utilizadas armadilhas que contêm o feromônio e stick (substãncia aderente) para aprisionar os insetos. A armadilha mais comum para lepidópteros é a do tipo delta. 7.2.1.1 CONTROLE 1. Coleta massal. Consiste na coleta por meio de armadilhas adesivas que contêm feromô- nio, de 90% ou mais dos machos presentes na área, diminuindo assim os acasalamentos e, consequentemente, a população da praga na geração seguinte. 2. Confundimento. Consiste no emprego de altas doses do feromônio, distribuídas no campo em formulações apropriadas para desorientar e impedir o acasalamento dos in- setos. 7.3 ATRAENTES E REPELENTES Controle com atraentes e repelentes: Neste caso são utilizadas substâncias atrativas que podem ser substâncias nutritivas a planta como ácidos graxos, terpenos, fenóis, alcalóides e oléos essênciais. Por exemplo, no controle das formigas saúvas são utilizados atrativos como bagaço de laranja e armadilhas com álcool para escolitídeos. A manipulação de produtos natu- rais principalmente de origem vegetal com efeitos atrativos, repelentes, estimuladores, fagoini- bidores, inseticidas e quimioesterilizantes é uma alternativa efetiva para controle de certos in- setos-praga e vem sendo amplamente pesquisadas. O estudo destas substâncias de plantas me- NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 29 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola dicinais visa compreender o mecanismo de ação, para sintetizá-las em laboratório e obter mo- léculas análogas ativas e menos tóxicas produzindo plantas resistentes por meio da engenharia genética. As plantas inseticidas podem ser empregas por meio de pós, extratos e óleos. Uma alternativa de controle vem ganhando destaque com intuito de minimizar o uso de químicos através de produtos oriundos de extrato vegetais, onde vem detectando-se através de BIBLIOGRAFIA CIOCIOLA, A. I.; SOUZA, B.; MOINO JÚNIOR, A. Controle biológico de Insetos. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 37p. GALLO, D et al. Entomologia Agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920p. MOINO JÚNIOR, A. Introdução ao manejo integrado de pragas. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 20p. MORAES, J. C.; Uso de resistência de plantas no manejo de insetos. UFLA/FAEPE, 2000. 23p. PARRA, J. R. P.; OLIVEIRA, H. N.; PINTO, A. S. Guia ilustrativo de pragas e insetos benéfi- cos dos citros. Piracicaba, 2003. 140p. PARRA, J. R. P.; BOTELHO, P. S. M.; CORRÊA-FERREIRA, B. S.; BENTO, J. M. S. Con- trole biológico no Brasil: Parasitoides e Predadores. São Paulo: Manole, 2002. 635p. RIGITANO, R. L. O.; CARVALHO, G. A. Toxicologia e Seletividade de Inseticidas. UFLA/FAEPE, 2000. 72p. SOUZA, B.; CARVALHO, C. F. Bases morfológicas para o reconhecimento de insetos-praga e inimigos naturais. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 80p. Vá no tópico, VÍDEO AULAS em sua sala virtual e acesse a vídeo aula 10 – Métodos de Controle por Comportamento. Vá no tópico, MATERIAL COMPLEMENTAR em sua sala virtual e acesse os slides da aula 7 sobre Métodos de Controle por Comporta- mento. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 30 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGADISCIPLINA: Entomologia Agrícola CAPÍTULO 8. MÉTODOS DE CONTROLE COM O USO DE PLANTAS RESISTENTES 8.1 INTRODUÇÃO O controle de insetos-praga pela utilização de plantas resistentes é considerado um dos principais métodos de manejo da população de insetos fitófagos e enquadra-se perfeitamente nas estratégias básicas do MIP, isto é, prevenir os danos ocasionados por esses organismos. Uma planta resistente é aquela que devido a sua constituição genotípica, sofre menos danos que outras da mesma espécie quando cultivadas as mesmas condições edafo-climáticas. Dessa forma a resistência é hereditária, sendo passada para os descendentes, e relativa, pois a mesma só tem significado quando se comparam dois ou mais genótipos. O uso de variedades resistentes, como única tática de manejo, é mais interessante quando o nível de controle do inseto-praga é alto e pequena população residual deste não conseguirá ocasionar perdas econômicas à cultura. Por outro lado, essa técnica pode ser perfeitamente in- tegrada a outras táticas. Além disso, podem-se destacar quatro características positivas do cul- tivo de plantas resistentes no manejo integrado de pragas: a) Planta resistente é específica, visando geralmente a uma única praga-chave. Portanto, é uma tática de baixo impacto ambiental; b) Planta resistente é cumulativa, isto é, uma redução na população do inseto-praga prova- velmente resultará em baixas taxas de fecundidade e, consequentemente, diminui o po- tencial reprodutivo das gerações futuras; c) A resistência é persistente. Contudo, em alguns casos, principalmente quando a herança é monogênica, podem-se selecionar biótipos e a resistência ser quebrada; d) O cultivo de variedades resistentes a insetos-praga é compatível com outras técnicas de manejo e mantém a qualidade do ambiente; por isso, requer pouco, ou nenhuma altera- ção nos tratos culturais ou equipamentos especiais, a não ser o gasto com as sementes (ou outro material propagativo) resistentes. 8.2 GRAUS DE RESISTÊNCIA Um genótipo (variedade, cultivar ou híbrido) é considerado resistente ao inseto-praga sempre em relação a outro genótipo. Por isso essa característica é qualitativa. AULA 8 NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 31 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola Assim, tornou-se necessário o estabelecimento de um padrão para se proceder às com- parações. Esse padrão foi denominado de “Graus de Resistência” (Tabela 1). Tabela 1. Graus de resistência de plantas a insetos. Grau de Resistência Sigla Tipo de Dano Imunidade -- Conceito teórico, pois na prática há planta que seja imune a insetos. Altamente Resistente AR Quando o dano causado pelo inseto-praga é muito menor que a média. Resistência Moderada RM Quando o dano causado pelo inseto-praga é menor que a média. Suscetível S Quando o dano causado pelo inseto-praga é igual a média. Altamente Suscetível AS Quando o dano causado pelo inseto=praga é maior que a média. 8.3 CAUSAS DA RESISTÊNCIA As causas da resistência de uma planta ao inseto-praga podem ser divididas em físicas, químicas e morfológicas. 8.3.1 CAUSAS FÍSICAS Nesse caso está envolvida a emissão de ondas eletromagnéticas. É importante ressaltar que o termo “físicas” nada tem a ver com o uso de força bruta, quando um inseto, por exemplo, é esmagado (neste caso o método de controle do inseto é dito como mecânico). A cor da folha (ou todas as partes do vegetal) é um tipo de causa física e o exemplo mais clássico é o algodoeiro de folhas ocre (cor vermelha ferruginosa) resistente ao bicudo Anthonomus grandis. 8.3.2 CAUSA QUÍMICAS São substâncias químicas que atuam no comportamento e/ou no metabolismo do inseto. Também podemos as impropriedades nutricionais, ou seja, a baixa qualidade alimentar da planta. a) Alguns glicosídeos, alcaloides, terpenos, fenóis e óleos essenciais, produzidos pelo me- tabolismo secundário das plantas e com função de defesa, podem atuar como (por exem- plo) repelentes aos insetos protegendo as plantas, ou, pelo menos, reduzindo as injúrias. b) Alguns alcaloides, taninos e enzimas causam, por outro lado, um efeito adverso na bio- logia do inseto, diminuindo o peso, aumentando o ciclo e a mortalidade na fase jovem, etc, reduzindo o seu potencial reprodutivo e a longevidade. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 32 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola c) Ocorrem impropriedades nutricionais pela ausência ou desequilíbrio de nutrientes es- senciais ou não aos insetos-praga. 8.3.3 CAUSAS MORFOLÓGICAS Essas causas estão relacionadas basicamente com os tipos de epiderme, dimensões e disposição das estruturas. Quanto maior a dureza da epiderme, por exemplo, maior será a resis- tência dessa planta. 8.4 MECANISMOS DE RESISTÊNCIA Os mecanismos ou tipos de resistência são classificados em não-preferência (ou antixe- nose), antibiose e tolerância. 8.4.1 NÃO-PREFERÊNCIA Mecanismo de resistência no qual a planta é menos utilizada pelo inseto para oviposição, alimentação e/ou abrigo. Nesse mecanismo estão envolvidas substâncias químicas com ativi- dades de alomônios (substâncias de defesa da planta ao ataque do inseto-praga) e de cairomô- nios (substâncias que beneficiam o inseto-praga na localização da planta hospedeira). 8.4.2 ANTIBIOSE Nesse tipo de resistência o inseto alimenta-se normalmente da planta, porém as substân- cias químicas de defesa presentes no vegetal ocasionam um efeito adverso na sua biologia, isto é, pode ocorrer redução no peso, aumento do ciclo biológico, aumento de mortalidade, etc. 8.4.3 TOLERÂNCIA No mecanismo tolerância, a planta suporta o ataque do inseto-praga pela regeneração de tecidos destruídos, emissão de novos ramos ou perfilho, etc. Nesse caso a densidade do inseto-praga não será alterada pela ação direta da planta e o equilíbrio populacional será alcançado pela competição intra e interespecífica (disponibilidade de alimentos e presença de inimigos naturais. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 33 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola 8.5 PESEUDO-RESISTÊNCIA Há casos de resistência que não são genéticos, isto é, as características de resistência não passaram para os descendentes e, no caso, são denominados de pseudo-resistência (falsa resistência). a) Evasão hospedeira (ou Assicronismo fenológico) – ocorre quando a planta passa pela fase suscetível (ou período crítico) numa época de baixa densidade populacional do in- seto-praga. b) Escape – a planta, no campo, não é atacada simplesmente devido ao acaso. c) Resistência induzida – quando a resistência é devido a condições especiais da planta ou meio ambiente. Os principais exemplos estão relacionados com adubações equilibra- das, irrigação, etc. BIBLIOGRAFIA CIOCIOLA, A. I.; SOUZA, B.; MOINO JÚNIOR, A. Controle biológico de Insetos. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 37p. GALLO, D et al. Entomologia Agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920p. MOINO JÚNIOR, A. Introdução ao manejo integrado de pragas. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 20p. MORAES, J. C.; Uso de resistência de plantas no manejo de insetos. UFLA/FAEPE, 2000. 23p. PARRA, J. R. P.; OLIVEIRA, H. N.; PINTO, A. S. Guia ilustrativo de pragas e insetos benéfi- cos dos citros. Piracicaba, 2003. 140p.PARRA, J. R. P.; BOTELHO, P. S. M.; CORRÊA-FERREIRA, B. S.; BENTO, J. M. S. Con- trole biológico no Brasil: Parasitoides e Predadores. São Paulo: Manole, 2002. 635p. Vá no tópico, VÍDEO AULAS em sua sala virtual e acesse às vídeos aulas 11, 12 e 13. Vá no tópico, MATERIAL COMPLEMENTAR em sua sala virtual e acesse os slides da aula 8 sobre Métodos de Controle com o uso de Plantas Resistentes. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 34 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola RIGITANO, R. L. O.; CARVALHO, G. A. Toxicologia e Seletividade de Inseticidas. UFLA/FAEPE, 2000. 72p. SOUZA, B.; CARVALHO, C. F. Bases morfológicas para o reconhecimento de insetos-praga e inimigos naturais. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 80p. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 35 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola CAPÍTULO 9. MÉTODOS DE CONTROLE AUTOCIDA 9.1 INTRODUÇÃO O emprego da técnica do inseto estéril e a manipulação genética de pragas têm por ob- jetivo reduzir o potencial reprodutivo das pragas. As pragas são utilizadas contra os membros da mesma espécie; por isso, essa técnica tem sido conhecida como controle autocida. A técnica foi idealizada em 1937, pelo entomologista Edward F. Knipling para o con- trole da mosca varejeira, Cochliomyia hominivorax (Coquerel) (Diptera: Calliphoridae), a qual era um sério problema para a bovinocultura e animais silvestres no sudoeste dos Estados Unidos e , que em 19933, passou a ser encontrada na região sudeste dos EUA. Uma vez que esse inseto não era exótico, buscou-se eliminar rapidamente a infestação inicial e manter o controle rígido da circulação das boiadas dentro e próximo às áreas infestadas. No entanto, a erradicação ficou comprometida devido à impossibilidade de controle de animais silvestres, hospedeiros princi- pais dessa praga. No final da década de 30, foi proposto pelo Dr. Knipling (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) o uso de machos estéreis de C. hominivorax, visando ao controle ou até mesmo à erradicação da praga. Em 1955, o Dr. Knipling propôs o conceito de insetos estéreis para controlar populações de pragas de importância agrícola, também considerado um tipo de controle autocida ou genético, no qual a praga é utilizada para seu próprio controle e que serviu como modelo para controle de insetos de importância em saúde pública. A TIE ou Técnica do Insetos Estéreo é definida como “método de controle de pragas usando liberações inundativas de insetos estéreis em grandes áreas visando reduzir a fertilidade de uma população selvagem da mesma espécie. Ou seja, a TIE se baseia na criação massiva da praga em meio artificial, esterilizando por radiação e liberação de grandes números de insetos estéreis, para que a cópula com indivíduos selvagens resulte em gerações inviáveis, reduzindo o potencial reprodutivo das populações e, quando feitas liberações constantes, chegar à erradi- cação da praga. Para garantir a viabilização de um programa de erradicação de um inseto-praga, a apli- cação da TIE deve ser realizada principalmente em regiões onde existe isolamento geográfico, sendo efetiva quando aplicada em grandes áreas, tendo em vista a população total da praga e AULA 9 NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 36 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola não em pequenos talhões ou propriedades rurais isoladamente. Barreiras fitossanitárias devem ser realizadas, devido ao risco de reinfestações em regiões sem isolamento. 9.2 PROCEDIMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, um inseto estéril e definido como “um inseto, resultado de um tratamento apropriado, que é incapaz de produzir proles viáveis”. A esterilização dos insetos pode ser feita tanto física como quimicamente. A esteriliza- ção física é feita com radiações ionizantes. A esterilização química, em certos casos, pode ser mais vantajosa, pois o produto químico esterilizante pode ser aplicado em condições naturais, o que não ocorre com o processo físico. Os produtos químicos podem agir de vários modos: a) Impedindo a formação de óvulo e espermatozoides; b) Matando as células reprodutoras depois de serem produzidas; ou c) Danificando o material genético, impedindo o desenvolvimento da progênie. 9.2.1 QUIMIOESTERILIZANTES Atualmente, já são conhecidos cerca de 300 compostos de ação esterilizante, mas todos são bastante tóxicos e perigosos. Testes realizados em ambiente restrito com Anthonomus gran- dis, esterilizado pelo ofalato, mostram 100% de eficiência. A mosca-das-frutas, Anastrepha ludens, foi controlada em 1954, no sul da Califórnia, esterilizando-se as pupas com a substância química conhecida por Tepa a 5¢, embora a técnica de controle empregada fosse a mesma usada para a esterilização física. O princípio poderá ter aplicação prática, principalmente em casos de erradicação de pragas, pois tem capacidade de atingir 100% de controle, o que não se obtém com inseticidas, embora tenha efeito retardado e só se manifesta a partir da segunda geração. Os principais quimioseterilizantes são: a) Alquilantes como Tepa (óxido-tris-1-aziridinil-fosfina) e Afolato (hexahidro-hexa- quis-1-aziridinil-triazotrifosforina), esterelizantes de machos; b) Busulfan (tetrametileno-bis-1,4-metilsulfonato); c) Antimetabólitos (5-flurouracil) e ácido 5-fluorootico, esterilizantes de machos e fê- meas; d) Triazinas como hemel (tris-2,4,6-dimetil-S-triazina); e) Uréias (2-imidazolidinone) e tiouréia de etileno. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 37 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola 9.2.2 RADIAÇÃO IONIZANTE O emprego de insetos estéreis visando ao controle e erradicação da população de ptagas constitui um dos processos mais recentes. Entretanto, a esterilização dos insetos usando radiação ionizantehavia sido costatada, desde 1916, como emprego de raios X no besouro-do- fumo, Lasioderma serricone, que colocou ovos inférteis. A esterilizaqção pode ser causada devido às seguintes condições: a) Infecundidade das fêmeas; b) Aspermia ou inatividade nos machos; c) Incapacidade de acasalar d) Mutação letal dominante nas células reprodutivas dos machos ou das fêmeas. Dessas condições, a que se apresenta mais viável e á mutação letal dominante nas células reprodutivas. Mas, quando os insetos são submetidos à radiação ionizante, podem ocorrer combinações dessas situações. Por exmplo, fêmas irradiadas podem produzir inicialmente ovvos com mutações letais dominantes ou, no final ovos férteis; os machos irradiados comumente transmitem mutações letais dominantes no início do acasalamento e, no final, ficam com aspermia. Para pesquisas com esterilização, comumente são empregados os seguintes tipos de radiações: a) Radiação de forma de energia, produzida pelos raios X e gama (γ); b) Radiações em forma de partículas, produzidas pelos raiso alfa (α), beta (β), neutrôns acelerados e elétrons acelerados. Embora as radiações energéticas tenham maior capacidade de penetração; destas empregam-se apemas os raios gama; os elétrons acelerados também são bastante utilizados. Os isótopos maisutilizados como fonte de radiação gama são o Cobalto 60 (60Co), com uma meia- vida de 5,3 anos, e o Césio 137(137Cs), com uma meia-vida de 30 anos. As radiações gama obtidas do 60Co permitem o tratamento de uma maior quantidade do material irradiado por um determinado período, sendo mais econômica que os raios X, e apenas um pouco menos eficiente em relação a resultados biológicos obtidos com estes; entretanto, devido ao baixo custo, os elétrons acelerados vêm sendo preferidos. As radiações ionizantes podem ser empregadas de duas maneiras no controle dos insetos: por meio de esterilização total ou da técnica do inseto estéril. A esterilização total consiste na aplicação direta dos raios sobre a população dos insetos, por um período de tempo NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 38 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola preestabelecido, que permite sua esterilização total. Tal processo é mais utilzado para pragas de produtos armazenados. 9.3.TÉCNICA DO INSETO ESTÉRIL Consiste na liberação de machos e fêmeas esterelizados num ecossistema definido, permitindo sua competição com outros indivíduos da população natural de uma mesma espécie. ATIE é bastante complexa, exigindo estudos básicos sobre o comportamento do inseto visado. As limitações do seu emprego estão ligadas proncipalmente à dependência direta do domínio de técnias de criação massal de insetos e controle de qualidade dos insetos liberados, de modo que estes devem ser competitivos com os indivíduos da população natural para o acasalamento. Portanto, o sucesso da TIE depende das seguintes condições: 1. A esterilização não pode afetar o comportamento do macho, principalmente quanto à atividade sexual. Os machos estéries, quando liberados, devem competir em igualdade de condições em relação aos machos normais; 2. Como a técnica requer um número muito grande de insetos, há necessidade de um método econômico e simples para a sua criação massal, deve ser assegurada a criação contínua dos insetos durante o período previsto para a erradicação da praga. Quando se deseja apenas a diminuição da sua população na natureza, essa produção deve ser permante. 3. Os insetos estéreis liberados devem ter boa capacidade de dispersão. Essa efici~encia pode ainda ser aumentada fazendo a liberação por avião ou helicóptero; 4. A praga a ser eliminada deve estar com baixa densidade populacional. 5. A população estéril não pde produzir danos; caso contráros, o processo não é viável; 6. A TIE que vise à erradicação da praga só pode ser empregada quando atua sobre todo ecossistema, que pode incluir áreas geográficas definidas pelo clima, nesse caso limitante à praga, como vales, ilhas, etc. 7. Fiscalização permanente para evitar reinfestação na área erradicada. 8. Um completo estudo da biologia e ecologia do inseto visado é imprescindível, quando se deseja erradicá-lo por esse método, pois o desconhecimento de um dos dadosrealcionados com o ciclo da espécie pode comprometer toda a estratégia adotada; 9. O planejamento de ser econômico, considerando inclusive a possibilidade de reinfestação. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 39 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola 10. É preciso assegurar a continuidade do programa durante várias gerações da praga; qualquer interrupção pode anualr todo o trabalho desenvolvido. BIBLIOGRAFIA CIOCIOLA, A. I.; SOUZA, B.; MOINO JÚNIOR, A. Controle biológico de Insetos. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 37p. GALLO, D et al. Entomologia Agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920p. MOINO JÚNIOR, A. Introdução ao manejo integrado de pragas. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 20p. MORAES, J. C.; Uso de resistência de plantas no manejo de insetos. UFLA/FAEPE, 2000. 23p. PARRA, J. R. P.; OLIVEIRA, H. N.; PINTO, A. S. Guia ilustrativo de pragas e insetos benéfi- cos dos citros. Piracicaba, 2003. 140p. PARRA, J. R. P.; BOTELHO, P. S. M.; CORRÊA-FERREIRA, B. S.; BENTO, J. M. S. Con- trole biológico no Brasil: Parasitoides e Predadores. São Paulo: Manole, 2002. 635p. RIGITANO, R. L. O.; CARVALHO, G. A. Toxicologia e Seletividade de Inseticidas. UFLA/FAEPE, 2000. 72p. SOUZA, B.; CARVALHO, C. F. Bases morfológicas para o reconhecimento de insetos-praga e inimigos naturais. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 80p. Vá no tópico, VÍDEO AULAS em sua sala virtual e acesse às vídeos aulas 14 e 15. Vá no tópico, MATERIAL COMPLEMENTAR em sua sala virtual e acesse os slides da aula 9 sobre Métodos de Controle Autocida. NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 40 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola CAPÍTULO 10. MÉTODOS DE CONTROLE BIOLÓGICO 10.1 INTRODUÇÃO O Controle Biológico é um vasto campo de estudos, baseado no fenômeno natural de muitas espécies viverem e se alimentarem de outros organismos, cujas populações são regula- das, e às vezes erradicadas de um ecossistema. Estas espécies são denominadas inimigos natu- rais e Linnaeus, em 1760, já afirmava que todo organismo tem seu inimigo natural. É, portanto, o aspecto mais importante no qual se deve focalizar a proteção das culturas agrícolas e flores- tais. Assim, Controle Biológico pode ser definido, de forma simples, como um fenômeno natu- ral que consiste na regulação do número de plantas e animais por inimigos naturais, os quais se constituem nos agentes de mortalidade biótica. Harry Scott Smith, em 1919, foi o primeiro entomologista a usar a expressão “Controle Biológico”, para designar o uso de inimigos naturais no controle de insetos-praga. Posterior- mente, esta expressão foi usada para designar todas as formas de controle, alternativas aos pro- dutos químicos, que envolvessem métodos biológicos, tais como o uso de variedades resisten- tes, rotação de culturas, antecipação ou retardamento das épocas de plantio e colheita, queima de restos de culturas, destruição de ramos e frutos atacados, liberação de machos estéreis, uso de atraentes e repelentes, uso de feromônios e de armadilhas. Entretanto, esta denominação para técnicas diversas não é unanimemente aceita pelos especialistas da área, que consideram o Controle Biológico como uma ciência que trata da ação de inimigos naturais na regulação das populações de seus hospedeiros (no caso de parasitoides e patógenos) e suas presas (no caso de predadores), sejam eles insetos-praga, ácaros ou ervas daninhas. o controle biológico é um fenômeno dinâmico que sofre influência de fatores climáticos, da disponibilidade de alimentos e da competição, assim como de aspectos independentes e de- pendentes da densidade. Ele deve ser considerado, nos dias de hoje, como um componente de programas inter e multidisciplinares de Manejo Integrado de Pragas (MIP), ao lado de outras medidas de controle de insetos e/ou ácaros. Por outro lado, é o alicerce de programas modernos de controle de pragas, juntamente com o nível de controle, amostragem e taxonomia, pois os inimigos naturais mantêm as pragas em equilíbrio, sendo um dos responsáveis pela mortalidade natural no agroecossistema. AULA 10 NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 41 Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com GRADUAÇÃO UNEC / EAD CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA DISCIPLINA: Entomologia Agrícola 10.2 EVOLUÇÃO
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