Prévia do material em texto
USO DOS MATERIAIS: 1. ORIGEM: Classificados de acordo com o modo de obtenção: ● NATURAIS: encontrados na natureza, pronto para ser usado (em alguns casos fazem tratamento simplificado como uma lavagem ou redução de tamanho) – Exemplo: areia, pedra e madeira ● ARTIFICIAIS: por processos industriais – Exemplo: tijolos, aço e telhas ● COMBINADOS: combina o material natural e artificial – Exemplo: concreto e argamassa. Classificados pela sua função: ● VEDAÇÃO: sem função estrutural, serve para isolar e fechar os ambientes inserido – Exemplo: tijolos de vedação e vidros. ● PROTEÇÃO: proteger e aumentar a durabilidade e a vida útil da edificação – Exemplo: tintas e impermeabilizantes ● ESTRUTURAL: suportam as cargas e demais esforços atuantes na estrutura – Exemplo: madeira, aço e concreto 2. PROPRIEDADES GERAIS: São qualidades exteriores que caracterizam e distinguem os materiais, identificando perante o seu comportamento com agentes exteriores: ● EXTENSÃO: propriedade que possuem os corpos de ocupar um lugar no espaço ● MASSA: quantidade de matéria, sendo sempre constante (a onde estiver) ● PESO: força que é atraída para o centro da Terra ● VOLUME: espaço ocupado ● MASSA ESPECÍFICA: relação entre massa e volume ● PESO ESPECÍFICO: relação entre peso e volume ● DENSIDADE: relação da sua própria massa e a massa do volume de água ● POROSIDADE: espaços dentro da massa ● PERMEABILIDADE: capacidade de atravessar líquidos e gases ● TRABALHICIDADE: capacidade de trabalhar com mínimo de força. Influência: DUREZA: resistência de serem sarrados: → Brandas: serrada facilmente com serrote (ex: tufos vulcânicos) → Semiduras: serrada fácil com maquita e difícil com serrote (ex: calcário compacto) → Duras: somente com maquita (mármore) → Duríssima: difícil com maquita, fácil com serra diamantada (ex: granito) FRATURA: refere à forma e ao aspecto da superfície de fragmentação da rocha HOMOGENIDADE: mesma propriedade em diversas amostras, sendo homogêneo. ● TENACIDADE: resistência ao choque ● MALEALIDADE/ PLASTIFICIDADE: permite que o corpo mude de forma, submetido a uma tensão ● DUCTIBILIDADE: grau de deformação que o material suporta ● DESGASTE: perda de qualidade ou dimensões com uso contínuo ● CONDUTIBILIDADE TÉRMICA E ELÉTRICA: velocidade de transmissão de calor ● GELIVIDADE: a água filtrada transforma em gelo ● HIGROSCOPICIDADE: absorve a água por capilaridade ● ELASTICIDADE: tendencia de retornar a forma original após um esforço ● ESTÉTICA: aparência para revestimento ou acabamento. Relaciona: TEXTURA ESTRUTURA: relaciona homogeneidade ou heterogeneidade COLORAÇÃO: finalidade decorativa 3. ESFORÇOS MECÂNICOS: ● COMPRESSÃO: encurtamento de tamanho ● TRAÇÃO: alongamento de tamanho ● FLEXÃO: deforma na perpendicular ● TORÇÃO: esforço feito em giro ● CISALHAMENTO: provoca ruptura ROCHAS: TIPO CONCEITO APLICAÇÃO FOTO: GRANITO ● Homogeneidade ● Isotropia ● Resistência a compressão Bloco de fundação, muros, calçamentos, agregados para concreto, piso, parede, tampos de pia, lavatórios, bancadas, mesas e acabamentos. BASALTO ● Coloração de cinza-escuro a preto ● Tonalidade de vermelho-marrom por causa do dióxido de ferro ● Elevada resistência ● Maior dureza Agregado asfáltico, agregado para concreto, lastros de ferrovias, alvenarias e calçadas. DIORITO ● Características físico mecânica e uso semelhante ao do granito ● “Granito-preto” Mesma aplicação que o granito e arte mortuária ARENITO ● Muito usado em mosaico ● Razoável resistência de risco Revestimento de piso e parede CALCÁRIO E DOLOMITOS ● Composta por 50% de materiais carbonáticos (calcita ou dolomita) ● Dolomitos é muito usado como brita e agregado pra concreto por ser duro que calcário Matéria prima para indústrias cimenteiras, de cal, vidreira, siderúrgica, corretor de solos, agregado. ARDÓSIA ● Boa resistência mecânica e isolante térmico Telhas, pisos, tampos, bancadas QUARTIZO ● Duras ● Alta resistência à britagem e corte ● Resistência a alterações intempérica e hidrotermais ● Cor branca, vermelha, amarela Revestimento, pisos e calçamentos MÁRMORE ● Granulação variada ● Cor branca, rosada, cinzenta ou esverdeado Revestimentos de ambientes internos, pisos, paredes, lavatórios, lareiras, mesas, balcões, tampos e acabamentos. GNAISSES ● Derivado do granito, granulometria média a grossa ● Elevada resistência ● Apropriada para a maioria dos propósitos na engenharia Rocha ornamental, agregado e pavimentação AGREGADOS: Definimos como um material particulado, incoesivo, de atividade química praticamente nula, constituído de partículas que cobrem partículas. Ou seja, é um material granuloso e inerte, entrando na composição de argamassas e concretos, contribuindo para o aumento de resistência mecânica e redução de custo de obra em que foi usado. A maioria deles já é encontrado na natureza, como a areia, seixos e pedras britadas. Alguma delas passaram por um processo de beneficiamento (as britas são um tipo de rocha, que foram extraídas de uma jazida, e passa por diversos processos de beneficiamento pra chegar no tamanho adequado). Mas ainda podemos encontrar também subprodutos industriais que são usados como agregados, como escória de alto-forno (resultante da fabricação de ferro gusa e alguns materiais reciclados), porém, a resistência é menos significativa. 1. CLASSIFICAÇÃO: De acordo com a NBR 7211, classificamos de acordo com seus grãos, assim de acordo com seu tamanho: 1. AGREGADO MIÚDO: grãos em sua maioria passam pela peneira ABNT 4,75 mm e ficam retidos na peneira de malha 150 μm. – exemplo: areia 2. AGREGADO GRAÚDO: grãos passam pela peneira de malha nominal 75 mm e ficam retidos na peneira ABNT 4,75 m – exemplo: cascalho e britas 1. AGREGADO MIÚDO: A) AREIA Originado de fonte natural como leitos de rios, depósitos eólios, bancos e cavas ou de processos artificiais como a britagem. Usado em preparo de argamassa, concreto betuminoso, concreto de cimento Portland, pavimentos rodoviários, base de paralelepípedos, confecção de filtros para tratamento de água e efluentes, e etc. Classificamos de acordo com seus grãos: 〉 Areia Fina: de 0,075 a 0,42 mm 〉 Areia Média: de 0,42 a 1,2 mm 〉 Areia Grossa: de 1,2 a 2,4 mm 2. AGREGADO GRAÚDO: A) PEDRA BRITA: Originado da britagem ou diminuição de rocha maior (basalto, granito, gnaisse...). O processo de britagem, da origem a diferentes tamanhos de pedras, sendo usadas em diversas aplicações. Após a pedra receber o processo de britagem, pode receber diferentes nomes: 〉 BRITA 〉 RACHÃO 〉 BICA CORRIDA 〉 PEDRA BRITADA 〉 PÓ DE PEDRA 〉 AREIA DE BRITA 〉 FÍLER 〉 RESTOLHO Principais aplicações: 〉 CONCRETO DE CIMENTO 〉 CONCRETO ASFÁLTICO: uso de mistura de diversos agregados comerciais 〉 ARGAMASSA DE ENCHIMENTO: areia de brita e pó de pedra. 〉 CORREÇÃO DE SOLOS: uso de proporções de pó de pedra para diminuir a plasticidade 〉 ATERRO: uso de restolho 〉 PAVIMENTOS RODOVIÁRIOS 〉 LASTRO DE ESTRADA DE FERRO B) CASCALHO: É um sedimento que vem dos rios, seus grãos tem diâmetro maior que 5 mm, podendo chegar até a 10 mm. Seus grãos são de forma arredondada devido ao atrito causado pelo movimento das águas. Os concretos que tem o cascalho como agregado, apresenta maior trabalhabilidade, que os preparados com brita. C) ARGILA EXPANDIDA: Considerada como leve por causa do peso, seu processo é obtido pela matéria-prima da argila. Quando exposta a altas temperaturas, que promovem a expansão de gases, fazendo com que o material se transforme em grãos porosos de variados diâmetros. Argila expandida é utilizada principalmente como agregado leve para concreto (concreto de enchimento) com resistência de até 30Mpa. Placas de concreto com este tipo de agregado servem como isolantes térmicos e acústicos. Também é muito utilizada para fins ornamentais em jardins. D) ESCÓRIA DE ALTO FORNO: Resultantes da produção de ferro gusa em altos-fornos, constituída basicamentede compostos oxigenados de ferro, silício e alumínio. Dependendo do modo de resfriamento resultam diferentes tipos de escórias, que resultam diferentes tamanhos de agregados. Podem ser empregados em bases de estradas, asfaltos e agregado para concreto. A principal utilização da escória granulada é a fabricação de cimento Portland MATERIAL CERÂMICO: 1. ARGILA COMO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO: Começou a ser usada pela sua abundância, custo reduzido e que, na presença da água pode ser moldado facilmente, e secando e endurecendo na presença do calor. Foi surgido produtos cerâmicos por causa da escassez de rochas. O uso dele como elemento construtivo chegou no Brasil de diversas formas. Na colonização técnica como taipa-de-pilão, que foi uma fusão indígena e portuguesa que veio para soma, usando um forro de madeira e compacta a terra. Com a fusão de técnicas de terra crua por todo o território nacional, formou-se também um grande acervo histórico cultural, constituído por edificações. Como o Acre, onde os tijolos cerâmicos são utilizados em algumas cidades como material para a pavimentação de ruas, em função da pouca disponibilidade de rochas próprias para esse fim na região. Com o surgimento do concreto, a função do tijolo como material estrutural foi parcialmente esquecida, sendo o material utilizado principalmente com a função de vedação. Apesar disso, os produtos cerâmicos continuam sendo muito utilizados na construção civil pela sua razoável resistência mecânica e durabilidade, além do custo acessível e das qualidades estéticas Para classifica-la, segue a estrutura dos minerais (estrutura laminar, que têm seus minerais arranjados em lâminas, usado na fabricação de produtos cerâmicos e estrutura foliácela). De acordo com sua estrutura laminar: ● CAOLINITA: mais puras (+argila -areia), usadas em porcelanas, materiais refratários e cerâmicas sanitárias. ● MONTMORILONITA: material muito absorvente é pouco utilizada sozinha, é aplicado a caolinita para corrigir a plasticidade ● MICÁCEAS: usa na fabricação de tijolos Para classificar de acordo com o seu emprego: ● FUSÍVEIS: deformam a temperaturas menores de 1200ºC. Utilizadas na fabricação de tijolos e telhas, grés, cimento, materiais sanitários. ● INFUSÍVEIS: resistentes a temperaturas elevadas. Utilizadas para a fabricação de porcelanas ● REFRATÁRIAS: não deformam a temperaturas da ordem de 1500°C e possuem baixa condutibilidade térmica, sendo utilizadas para aplicações onde o material deva resistir ao calor, como na construção e revestimentos de fornos. Suas características de acordo com seu comportamento como material de construção: ● PLASTICIDADE: deformação sem romper e conserva a sua forma. No caso das argilas, quanto mais água, maior será sua plasticidade (se passar do ponto, fica um líquido viscoso). Então quanto mais pura a argila, mais plástica é a sua mistura com água; e quanto maior a temperatura, menor a plasticidade pois a quantidade de água é reduzida ● AÇÃO DO CALOR: a ação do calor pode ocasionar variação na densidade, porosidade, dureza, resistência, plasticidade, textura, condutibilidade térmica, desidratação e formação de novos compostos. ● RETRAÇÃO E DILATAÇÃO: a caolinita se dilata de modo regular e argilas micáceas dilatam-se progressivamente ● POROSIDADE: (permeabilidade) quanto maior a porosidade maior a absorção de água e menor a massa específica, a condutibilidade térmica, a resistência mecânica e a resistência à abrasão. Facilidade de líquidos e gases de circularem pelo material. A porosidade das argilas depende dos seus constituintes, da forma, tamanho e posição das partículas (argilas de grãos grossos são mais permeáveis que as de grãos finos) e dos processos de fabricação ● COMPOSIÇÃO E IMPUREZAS: alguns constituintes presentes nas argilas podem melhorar suas propriedades, enquanto alguns podem ocasionar defeitos aos produtos. Os produtos são extraídos das jazidas, desagregados e separados de acordo com a granulometria. A fim de eliminar ou reduzir as impurezas, a argila pode passar por processos de purificação, como uma lavagem ou peneiramento e de natureza química. Resumo do processo: São usados produtos na construção: tijolo cerâmico maciço, bloco cerâmico (tijolo furado), telhas, manilhas, ladrilha, azulejo (cerâmica ou porcelanato), pastilha, aparelho sanitário e cerâmica refratária TIJOLO MACIÇO: É mais utilizado na execução de muros, alvenarias portantes e nas primeiras fiadas de alvenarias comuns. Embora seja utilizado em alguns locais para a execução de fundações, esse uso não é recomendado pois a umidade presente no solo pode deteriorar o material. Normalmente é fabricado por processos de prensagem, secado e queimado a fim de adquirir as propriedades compatíveis com seu uso. BLOCO CERÂMICO (TIJOLO FURADO): Normalmente são moldados por extrusão e possuem furos ao longo do seu comprimento que podem ser prismáticos ou cilíndricos. São classificados num primeiro momento como blocos de vedação ou estruturais. No caso os de vedação é usado em fechamento de vãos e a única carga que suporta é seu peso próprio, usados em paredes internas e externas dos mais diferentes tipos de edificações. Quanto ao número de furos podem possuir quatro, seis, oito ou nove furos. Quanto à resistência à compressão podem ser classificados em comuns e especiais LADRILHOS E PISOS CERÂMICOS: Obtidos por processos de extrusão ou prensagem, podem apresentar uma face esmaltada, que é revestida com uma camada vítrea conferindo um aspecto brilhoso ao material e uma face porosa, também chamada de tardoz ou face de assentamento. A peça pode ser esmaltada (do tipo polido ou não polido) ou não esmaltado, sendo que um lado fica exposta e outra é destinada ao assentamento (camada que tem contato com a argamassa, e deve possuir rugosidade pra facilitar a aderência). Em geral, os revestimentos cerâmicos possuem algumas características principais que auxiliam na escolha do material mais adequado a cada caso, entre as quais podemos destacar: a absorção de água, o método de fabricação, a resistência à abrasão, a facilidade de limpeza e a resistência a agentes químicos. A absorção de água é uma característica que está relacionada à porosidade e à permeabilidade do material. Quanto menor a absorção de água maior é a resistência do revestimento cerâmico contra quebra, fissuração da camada esmaltada, descolamento, entre outras patologias. Essa caraterística é muito importante em locais onde exista o risco de choques e variações de temperatura e umidade. A execução de um revestimento com peças de elevada porosidade em um ambiente úmido possivelmente levará ao surgimento de patologias, entre as quais podemos destacar o descolamento das peças. A resistência à abrasão é outra caraterística importante dos revestimentos cerâmicos, definida como a resistência ao desgaste superficial do revestimento, consequência do tráfego de pessoas e objetos sobre o material. O desgaste por abrasão pode ser causado por objetos de grande porte como pneus de veículos e por objeto de pequeno porte como grãos de areia. Tabela de resistência a abrasão: GRUPO RESISTÊNCIA USO RECOMENDADO 0 Uso em parede PEI-1 Baixo Banheiro e dormitório PEI-2 Médio Ambiente sem ligação externa PEI-3 Médio alto Cozinha, corredores, hall residencial, sacada e quintal PEI-4 Alto Área comercial, hotel, salão de venda, show rooms PEI-5 Altíssimo Área pública ou de grande circulação: shopping centers, aeroporto... Critérios para escola do revestimento cerâmico: Uso Residencial Ambiente interno ● Banheiros e quartos de dormir: PEI 1, absorção entre 0 e 10%; ● Ambientes sem portas para fora: PEI 2; ● Ambientes com portas para fora PEI 3. Ambiente externo ● PEI 4; ● Facilidade de limpeza; ● Baixa expansão por umidade. Uso público Ambiente interno ● PEI 4; ● Facilidade de limpeza Ambiente externo ● PEI 5; ● Baixa absorção de água e alta resistência mecânica. Uso industrial ● Baixa absorção de água; ● EspessuraGrande; ● PEI 5; ● Elevada resistência a produtos químicos AZULEJO: Revestimento de áreas molhadas e fabricados a partir de uma argila quase isenta de óxido de ferro, o que confere ao material a coloração branca. PASTILHA: São comercializadas coladas em uma folha de papel com maior dimensão, o que facilita seu assentamento. O papel é facilmente retirado por lavagem após o término do assentamento TELHAS: Usado em qualquer tipo de edificação, não há um custo barato por ter engradamento de madeira de lei. Mas proporcionam conforto térmico e estética (beleza) na construção. Uma boa telha oferece encaixes precisos, evitando a infiltração de água, vento, resistência e intemperes. A decisão para escolha do tipo de telha é relativa ao seu objetivo, chuva, neve, temperaturas médias, tipologia da construção, vão, disponibilidade de materiais, mão-de-obra local e o modo que o material será usado. Por esse fato, usamos muito a telha cerâmica, pois ela se acostuma rapidamente no tipo de clima tropical. Características: ● Regularidade de forma e dimensões. ● Arestas finas e superfícies sem rugosidades (para facilitar o escoamento das águas). ● Homogeneidade de massa, com ausência de trincas, fendas, etc ● Cozimento parelho ● Fraca absorção de água e elevada impermeabilidade. ● Peso reduzido ● Resistência mecânica à flexão adequada, mesmo em condições saturada de água. Seus tipos: → TELHA COLONIAL: cujo nome é uma referência à sua chegada no Brasil, vindas como lastro no fundo dos navios, são telhas também de uso bastante generalizado. Muitas vezes, as telhas coloniais necessitam ser presas ao engradamento, amarradas por um arame pela capa (nunca pela bica), em função da inclinação do telhado. São sempre melhor fixadas recebendo argamassa no sentido do caimento da água. No Brasil, existe ainda um grande número de telhas semelhantes às coloniais, com nomes diversificados. A paulistinha, a carioquinha e a cantuária são exemplos disso. → TELHA ROMANA: proporciona uma forma compacta e excelente encaixe, oferecendo diversas tonalidades de cor e variações de acabamento. Permite maior estabilidade sobre o ripamento melhorado e qualidade técnica do produto. É muito popular na arquitetura romana, brasileira e portuguesa. No Brasil é usado por baixo custo, forma atraente e diversidade. Necessita inclinação mínima de 30%. → TELHA FRANCESA: por causa da sua inclinação da sua forma, exige uma inclinação maior que as demais telhas, gerando maior gasto com madeira no seu travamento do telhado. São praticamente planas, exigindo inclinação maior que 36% → TELHA PLAN: design simples e enxuto, facilitando o encaixe sobre ripamentos e diminuindo o tampo de obra AGLOMERANTE: Os aglomerantes são definidos como produtos empregados na construção civil para fixar ou aglomerar outros materiais entre si. Geralmente são materiais em forma de pó, também chamados de pulverulentos que, misturados com a água, formam uma pasta capaz de endurecer por simples secagem ou devido à ocorrência de reações químicas. Existem alguns termos para definir a mistura de um aglomerante com materiais específicos. Entre os mais conhecidos podemos citar: PASTA = MISTURA DE AGLOMERANTE + ÁGUA ARGAMASSA = MISTURA DE AGLOMERANTE + AGREGADO MIÚDO + ÁGUA CONCRETO = AGLOMERANTE + AGREGADO MIÚDO + AGREGADO GRAÚDO + ÁGUA Podem ser divididos em diferentes classes de acordo com sua composição e mecanismo de endurecimento: Podemos classificar de acordo com o seu endurecimento: ● AGLOMERANTES QUIMICAMENTE INERTES: seu endurecimento ocorre devido à secagem do material – Exemplo: argila ● AGLOMERANTE QUIMICAMENTE ATIVO: seu endurecimento se dá por meio de reações químicas, divido em 2 grupos: AGLOMERANTE AÉREO: conservam suas propriedades e processam seu endurecimento somente na presença de ar – Exemplo: gesso e cal AGLOMERANTE HIDRÁULICO: caracterizados por conservarem suas propriedades em presença de ar e água, mas seu endurecimento ocorre sob influência exclusiva da água – Exemplo: cimento. Classificamos sua composição: ● AGLOMERANTE SIMPLES: formados por apenas um produto com pequenas adições de outros componentes (normalmente não passa de 5% do peso do material) com o objetivo de melhorar algumas características do produto final – Exemplo: cimento Portland comum ● AGLOMERANTE MISTO: mistura de 2 ou mais aglomerantes simples – Exemplo: cimento e cal ● AGLOMERANTE COM ADIÇÃO: compostos por um aglomerante simples com adições em quantidades superiores, com o objetivo de conferir propriedades especiais ao aglomerante, como menor permeabilidade, menor calor de hidratação, menor retração, entre outras ● AGLOMERANTE COMPOSTO: mistura de subprodutos industriais ou produtos de baixo custo com aglomerante simples, resultando em um aglomerante com custo de produção relativamente mais baixo e com propriedades específicas – Exemplo: cimento Pozolâmico (cimento Portland + Pozolana) Classificamos de acordo com a sua pega, que significa que a pasta não pode mais ser manuseada, e terminando essa fase, inicia o endurecimento. De acordo com o tempo que o aglomerante desenvolve a pega na pasta, podemos classificar: ● AGLOMERANTE DE PEGA RÁPIDA: quando a pasta inicia sua solidificação num intervalo de tempo inferior a 30 minutos. ● AGLOMERANTE DE PEGA SEMIRRÁPIDA: quando a pasta inicia sua solidificação num intervalo de tempo entre 30 a 60 minutos. ● AGLOMERANTE DE PEGA NORMAL: quando a solidificação da pasta ocorre num intervalo de tempo entre 60 minutos e 6 horas. AGLOMERANTES AÉREOS: GESSO: Obtido a partir da eliminação parcial ou total da água de cristalização contida em uma rocha natural chamada gipsita, que ocorre na natureza em camadas estratificadas. A obtenção ocorre por meio de 3 etapas: a extração da rocha, a diminuição de tamanho da mesma por processos de trituração e a queima do material e por fim, a calcinação. Quanto a sua propriedade: ● PEGA: entre 15 a 20 minutos. A temperatura da água pode ser como um acelerador ou retardador (quanto maior a temperatura da água, mais rápido o material reage). E quanto maior a quantidade de água adicionada, maior será a porosidade e menor a resistência. ● RESISTÊNCIA: as pastas de gesso, depois de endurecidas, atingem resistência à compressão entre 5 e 15 Mpa. ● ADERÊNCIA: boa aderência a tijolos, pedra e ferro, mas desaconselhável em superfície metálica pelo risco de corrosão e madeira por falta de aderência. Tem excelentes propriedades de isolamento térmico, acústico’, resistência ao fogo e impermeabilidade do ar. O gesso, como material de construção, é um pó branco, de elevada finura, comercializado principalmente em sacos de 50 kg, com o nome de gesso, estuque ou gesso-molde. No Brasil, o gesso é um material relativamente escasso, sendo pouco empregado como aglomerante e mais utilizado em fins ornamentais. Usado principalmente como material de acabamento em interiores, para obtenção de superfícies lisas, podendo substituir a massa corrida e a massa fina. Nesse caso, pode ser utilizado puro (apenas misturado com água) ou em misturas com areias, sob forma de argamassas Atualmente, o gesso é empregado em larga escala no formato de placas, as chamadas paredes leves ou drywall. Essas placas são utilizadas em forros, divisórias, para dar acabamento em uma parede de alvenaria bruta ou em mal estado, ou para melhorar os índices de vedações térmicos ou acústicos do ambiente em que for empregado Por ser um aglomerante aéreo, não se presta para a aplicação em ambientes externos devido à baixa resistência em presença da água. CAL AÉREA: Obtida a partir da calcinação da rocha calcária, composta principalmente por óxidos de cálcio e pequenas quantidades de impurezas como óxidos de magnésio, sílica, óxidos de ferro e óxidos de alumínio. O processo de fabricação consiste resumidamente na extração da rocha e queima (calcinação). O produto da queima é chamado de cal viva ou virgem (a obtenção dela é obtida por:) 𝐶𝑎𝐶𝑜 3𝐶𝑎𝑂 + 𝐶𝑂 2 O produto resultante dessa calcinação é formado por óxido de cálcio (CaO), mas também pode ser usada como um aglomerante, a cal precisa ser transformada em hidróxido (consegue se adicionar água, e essa adição é chamada de extinção). Expressa pela expressão química por: 𝐶𝑎 + 𝐻 2 𝑂 𝐶𝑎 𝑂𝐻 2( ) + 𝐶𝐴𝐿𝑂𝑅 A cal viva ou virgem normalmente apresenta-se em forma de grãos de grande tamanho e estrutura porosa ou em pó. Já a cal hidratada é encontrada em forma de flocos ou em pó. Ambas apresentam a coloração branca As caraterísticas da rocha de origem influenciam diretamente a composição química da cal. Quanto à composição, a cal pode ser classificada em: ● CAL CÁLCICA: composta por no mínimo 75% de óxidos de cálcio (CaO) - Caraterística a maior capacidade de sustentação da areia ● CAL MAGNESIANA: possui no mínimo 20% de óxidos de magnésio (MgO) em sua composição - Quando utilizada em argamassas, esse tipo de cal dá origem a misturas mais trabalháveis Quanto a classificação da cal de acordo com o seu rendimento: ● CAL GORDA: possui rendimento superior a 1,82 – Exemplo: calcita ● CAL MAGRA: rendimento inferior de 1,82 – Exemplo: cal magra Após a adição de água, a mistura é deixada em repouso em um processo conhecido como envelhecimento da pasta, este período varia de acordo com o formato do material: ● CAL EM PEDRA: período varia de 7 a 10 dias para cálcica e 2 semanas para cal magnesiana ● CAL EM PÓ: período de envelhecimento mínimo é de 24h Após o processo de extinção, a cal é utilizada na composição de argamassas sendo misturada em proporções adequadas com cimento e areia A cal hidratada difere da virgem por seu processo de hidratação ser feito em usina. A cal viva é moída e pulverizada e o material moído é misturado com uma quantidade exata de água. Após, a cal hidratada é separada da não hidratada e de impurezas, por processos diversos. A cal hidratada possui como vantagens: → a maior facilidade de manuseio → transporte a armazenamento → maior segurança, principalmente quanto a queimaduras, pois o produto encontra-se pronto para ser usado, eliminando as operações de extinção e envelhecimento Quanto as desvantagens: → menor rendimento → menor capacidade de sustentação da areia → as misturas onde é empregada resultam em argamassa menos trabalháveis A cal hidratada pode ser encontrada no mercado geralmente em 3 tipos de material: ● CH-I: cal hidratada (tipo I) ● CH-II: cal hidratada comum (tipo II) ● CH-III: cal hidratada com carbonatos (tipo III) Quanto a sua utilização: → Argamassa de assentamento e revestimento → Pintura → Mistura asfáltica → Estabilização dos solos → Fabricação de sílico-calcário → Indústria metalúrgica AGLOMERANTE HIDRÁULICO: São produtos que possuem a característica de conservarem suas propriedades aglomerantes em presença de ar e água, mas seu endurecimento ocorre sob influência exclusiva da água CIMENTO: Produzido a partir de uma mistura de rocha calcária e argila. A calcinação dessa mistura dá origem ao clínquer, um produto de natureza granulosa. Seus constituintes fundamentais (95%): → Cal (CaO) → Sílica (SiO2) → Aluminita (Al2O3) → Óxido de ferro (Fe2O3) → Magnésia (MgO) – proporção máxima de 5% → Impurezas A mistura dessas matérias-primas e a exposição à temperatura de fusão dão origem ao clínquer. Como consequência ocorrem combinações químicas que resultam na formação dos seguintes compostos (influenciando a propriedade): ● SILICATO TRI CÁLCICO (C3S): esse componente contribui para a resistência da pasta em todas as idades. Ao ser misturado com a água, sofre reações químicas (hidratação). Durante a hidratação há liberação de calor (calor de hidratação). É um dos componentes que mais libera calor durante as reações de hidratação do cimento. ● SILICATO BICÁLCIO (C2S): contribui para o endurecimento da pasta em idades avançadas e contribui pouco para a liberação de calor na hidratação do cimento. ● ALUMINATO TRICÁLCICO (C3A): contribui para a resistência no primeiro dia, para a rapidez de pega e é o componente que mais libera calor na reação de hidratação; ● FERRO ALUMINATO DE CÁLCIO (C4AFE): apresenta pouca influência nas caraterísticas da pasta. Quanto a adições: ● ESCÓRIA: 〉 aparência semelhante de areia grossa 〉 Subproduto alto-forno e produção de aço 〉 Característica ligante hidráulico 〉 Eleva durabilidade de concreto (em dosagem adequadas) ● POZOLANA: 〉 elevado teor de sílica SiO2 〉 Ligante hidráulico complementar ao clínquer (reações pozolâmicas) 〉 Concretos mais impermeáveis 〉 Originalmente: argilas contendo cinzas vulcânicas, encontradas na Itália 〉 Atualmente: pozolanas ativadas artificialmente e subproduto industriais como cinzas volantes, provenientes da queima de carvão mineral. ● FÍLER: 〉 Composto basicamente de carbonato de calcário (CaCO3), encontrado abundante na natureza 〉 Elemento de preenchimento, capaz de penetrar nos interstícios dos demais partículas e agir como lubrificante, tornando o produto mais plástico e não prejudicando a atuação dos demais elementos CLÍNQUER + GESSO = CP I (PURO) CLÍNQUER + GESSO + FÍLER = CP II-F CLÍNQUER + GESSO + ESCÓRIA = CP II-E CLÍNQUER + GESSO + POZOLANA = CP II-Z Quanto ao seu tipo: TIPOS SEGUINDO A ABNT: NOME PORTLAND SIGLA CLÍNQUER + GIPSITA COMPOSIÇÃO (%) NBR USO ESCÓRIA POZOLANA CALCÁRIO COMUM CP I 100 0 5732 Geral CP I-S 95 a 99 1 a 5 COMPOSTO CP II-E 56 a 94 6 a 34 6 a 14 0 a 10 1157 GeralCP II-Z 76 a 94 0 0 0 a 10 CP II-F 90 a 94 0 15 a 50 6 a 10 ALTO FORNO CP III 25 a 65 35 a 70 0 0 a 5 5735 Geral, concreto massa, água, do mar, e meios agressivos POZOLÂMICO CP IV 45 a 85 0 15 a 50 0 a 5 5736 Geral, concreto massa, água do mar, meio agressivo e agressivo reativo ALTA RESISTÊNCIA CP V-ARI 95 a 100 0 0 0 a 5 5733 Pré-moldado, túneis e concreto protendido RS Ambiente agressivo e água do mar BRANCOS Estético, reboco, rejuntes BRANCO ESTRUTURA Piso, monumentos, fins arquitetônicos BAIXO CALOR Obras de concreto ARGAMASSA: Com propriedades de aderência e endurecimento, obtidos a partir da mistura homogênea de um ou mais aglomerantes, agregado miúdo (areia) e água, podendo conter ainda aditivos e adições minerais. Seus principais usos no assentamento de alvenarias e nas etapas de revestimento, como emboço, reboco ou reboco de camada única de paredes e tetos, além de contrapisos para regularização de pisos e ainda no assentamento e rejuntamento de revestimentos de cerâmica e pedra. Classificação de acordo com seu critério: CRITÉRIO DE CLASSIFAÇÃO: TIPOS: Natureza do aglomerante ● Argamassa Aérea ● Argamassa hidráulica Tipo aglomerante ● Argamassa de cal ● Argamassa de cimento ● Argamassa de cimento e cal ● Argamassa de gesso ● Argamassa de cal e gesso Número de aglomerante ● Argamassa simples ● Argamassa mista Consistência ● Argamassa seca ● Argamassa plástica ● Argamassa fluida Plasticidade ● Argamassa pobre ou magra ● Argamassa média ou cheia ● Argamassa rica ou gorda Densidade da massa ● Argamassa leve ● Argamassa pesada ● Argamassa normal Forma de preparo ou fornecimento ● Argamassa preparada em obra ● Mistura semipronta ● Argamassa industrializada ● Argamassa dosada em central Classificamos também de acordo com a sua função: FUNÇÃO TIPOS Construção de alvenarias ● Argamassa de assentamento (elevação alvenaria) ● Argamassa de fixação (ou encunhamento) Revestimento de paredes e tetos ● Argamassa de chapisco ● Argamassa de emboço ● Argamassa de reboco ● Argamassa de camada única ● Argamassa para revestimento decorativo monocamada Revestimento piso ● Argamassa contrapiso ● Argamassa de alta resistência para piso Revestimento cerâmico ● Argamassa de assentamento de peças cerâmicas – colante ● Argamassa rejuntamento Recuperação de estrutura ● Argamassa de reparo Tipos: ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO DE ALVENARIA: Utilizada para a elevação de paredes e muros de tijolos ou blocos, também chamados de unidades de alvenaria.As principais funções das juntas de argamassa na alvenaria são: 〉 unir as unidades de alvenaria de forma a constituir um elemento monolítico, contribuindo na resistência aos esforços laterais 〉 distribuir as cargas atuantes uniformemente na parede por toda a área resistente dos blocos 〉 selar as juntas garantindo a estanqueidade da parede à penetração de água das chuvas 〉 absorver as deformações naturais, como as de origem térmica e as de retração por secagem (origem higroscópica), a que a alvenaria estiver sujeita Quanto a suas propriedades: 〉 trabalhabilidade (consistência e plasticidade adequadas ao processo de execução, além de uma elevada retenção de água) 〉 aderência 〉 resistência mecânica 〉 capacidade de absorver deformações Interação entre a argamassa de assentamento e os blocos de alvenaria: Unidade de alvenaria Argamassa 1. Argamassa é colocada sobre a unidade de baixo: 2. A unidade de cima é colocada: 3. Com o passar do tempo ocorre hidratação do cimento: Ensaio de tração direta: ARGAMASSA DE REVESTIMENTO: Utilizada para revestir paredes, muros e tetos, os quais, geralmente, recebem acabamentos como pintura, revestimentos cerâmicos, laminados, etc. Principais funções: 〉 Proteger contra a ação do intemperismo a alvenaria e estrutura, no caso dos revestimentos externos 〉 Integrar o sistema de vedação dos edifícios, contribuindo com o isolamento térmico (30%), acústico (50%) e estanqueidade à água (70-100%), segurança a fogo e resistência ao desgaste. 〉 Regularizar a superfície dos elementos de vedação e servir como base para acabamentos decorativos (contribui para a estética). Propriedades essenciais ao bom desempenho: ● TRABALHABILIDADE: determina a facilidade com que elas podem ser misturadas, transportadas, aplicadas, consolidadas e acabadas, em uma condição homogênea. Especialmente consistência, plasticidade e adesão inicial. Normalmente, o único jeito de corrigir a trabalhabilidade é adicionando mais ou menos água, podendo classificar em seca, plástica ou fluída. ● RETRAÇÃO: a pasta, se possui alta relação água/aglomerante, retrai ao perder a água em excesso de sua composição ● ADERÊNCIA: resistência e a extensão do contato entre a argamassa e uma base (geralmente representada não só pela alvenaria – tijolos, blocos cerâmicos, bloco de concreto... – como também estrutura de concreto moldado. Desse modo, não pode falar da aderência da argamassa sem especificar em que material ela está aplicada, porque a aderência depende da interação dos materiais. Fatores que exercem influência na aderência de argamassa sobre base porosa: ● PERMEABILIDADE À ÁGUA ● RESISTÊNCIA MECÂNICA, PRINCIPALMENTE A SUPERFICIAL ● CAPACIDADE DE ABSORVER DEFORMAÇÕES O revestimento de argamassa pode ser constituído por várias camadas com características com funções específicas: ● CHAPISCO: camada de preparo da base, aplicada de forma contínua ou descontínua, com finalidade de uniformizar a superfície quanto à absorção e melhorar a aderência do revestimento ● EMBOÇO: camada de revestimento executada para cobrir e regularizar a base, propiciando uma superfície que permita receber outra camada, de reboco ou de revestimento decorativo (por exemplo, cerâmica) ● REBOCO: camada de revestimento utilizada para cobrimento do emboço, propiciando uma superfície que permita receber o revestimento decorativo (por exemplo, pintura) ou que se constitua no acabamento final ● CAMADA ÚNICA: revestimento de um único tipo de argamassa aplicado à base, sobre o qual é aplicada uma camada decorativa, como, por exemplo, a pintura. Também chamado popularmente de “massa única” ou “reboco paulista” é atualmente a alternativa mais empregada no Brasil. Quanto ao limite de resistência de aderência de trações para revestimentos de argamassa de parede (emboço e camada única), segundo a NBR 13 749: LOCAL ACABAMENTO Ra (Mpa) Interna Pintura base para reboco ≥0, 20 Cerâmica ou laminado ≥0, 30 Externa Pintura base para reboco ≥0, 30 Cerâmica ≥0, 30 → REVESTIMENTO DECORATIVO MONOCAMADA (OU MONOCAPA) – RDM: Aplicado em uma única camada, que faz, simultaneamente, a função de regularização e decorativa, muito utilizado na Europa RESUMO: TIPO DA ARGAMASSA FUNÇÃO PRINCIPAIS REQUISITOS/ PROPRIEDADES ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO DE ALVENARIA (ELEVAÇÃO) ● Unir as unidades de alvenaria e ajuda-las a resistir aos esforços laterais ● Distribuir uniformemente as cargas atuantes na parede por toda área resistente dos blocos. ● Absorver deformações naturais a que a alvenaria estiver sujeita ● Selar as juntas ● Trabalhabilidade (consistência, plasticidade e retenção de água) ● Aderência ● Capacidade de absorver deformações ● Resistência mecânica CHAPISCO ● Garantir aderência entre base e o revestimento de argamassa ● Contribuir com a estanqueidade da vedação ● Aderência EMBOÇO E CAMADA ÚNICA ● Proteger a alvenaria e a estrutura contra a ação do intemperismo ● Interagir o sistema de vedação dos edifícios contribuindo com diversas funções (estanqueidade, etc) ● Regularizar a superfície dos elementos de vedação e servir como base para acabamentos decorativos ● Trabalhabilidade (consistência, plasticidade e adesão inicial) ● Baixa retração ● Baixa permeabilidade a água ● Capacidade de absorver deformações ● Resistência mecânica CONTRAPISO ● Regularizar a superfície para receber acabamentos (piso) ● Aderência ● Resistência mecânica ARGAMASSA COLANTE (ASSENTAMENT O DE REVESTIMENTO CERÂMICO) ● “Colar” a peça cerâmica ao substrato ● Absorver deformações naturais a que o sistema de revestimento cerâmico estiver sujeito ● Trabalhabilidade (retenção de água, tempo em aberto, deslizamento e adesão inicial) ● Capacidade de absorver deformações (flexibilidade) – principalmente fachadas ARGAMASSA DE REJUNTAMENTO (DAS JUNTAS DE ASSENTAMENTO DAS PEÇAS CERÂMICAS) ● Vedar as juntas ● Permitir a substituição das peças cerâmicas ● Ajustar os defeitos de alinhamento ● Absorver pequenas deformações do sistema ● Trabalhabilidade (consistência, plasticidade e adesão inicial) ● Baixa retração ● Aderência ● Capacidade de absorver deformações (flexibilidade) – principalmente para fachadas ARGAMASSA DE REPARO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ● Reconstituição geométrica de elementos estruturais em processo de recuperação ● Trabalhabilidade ● Aderência ao concreto e armadura originais ● Baixa retração ● Resistência mecânica ● Baixa permeabilidade e absorção de água (durabilidade) CONCRETO: É um produto resultante do endurecimento de uma mistura, em determinadas proporções de cimento, agregado miúdo, agregado graúdo e água. As funções da PASTA (cimento + água) são: 〉 dar impermeabilidade ao concreto 〉 dar trabalhabilidade ao concreto 〉 envolver os grãos 〉 preencher os vazios entre os grãos As funções do AGREGADO são 〉 reduzir o custo do concreto 〉 reduzir as variações no volume (diminuição das retrações) 〉 contribuir com grãos com resistência superior ao da pasta Tipos: CONCRETO SIMPLES OU HIDRÁULICO: Preparado com cimento, agregado graúdo, agregado miúdo e água. Tem grande resistência aos esforços de compressão, mas pequena resistência aos esforços de tração Podem ser classificadas de acordo com as propriedades dos aglomerantes: ● Comum ● Moderado calor de hidratação ● Alta resistência inicial ● Resistentes à água sulfatadas ● Baixo calor de hidratação Quanto o tipo de agregado: ● LEVES: quando executa com agregado leve – Exemplo: pérola de isopor, argila expandida e etc ● PESADOS: quando executa com agregado pesado – Exemplo: minério de barita, magnetita, limonita. ● NORMAIS: executado com agregados normais – Exemplo: areias quartzosas, britas graníticas. CONCRETO ARMADO: Possui elevada resistência, tanto aos esforços de tração como aos de compressão. Além do cimento, agregado graúdo, agregado miúdo e água, utiliza-se armadura ou ferragem (barras de aço) CONCRETO MAGRO: É um concreto simples com reduzido teor de cimento. É mais econômico,mas deve ser usado quando não for exigido tanta resistência e impermeabilidade. Exemplos: Contrapisos e bases de fundações e pavimentos CONCRETO PROTENDIDO: É o concreto onde, através da tração dos cabos de aço, é introduzido pretensões de tal grandeza e distribuição, que as tensões de tração resultantes do carregamento são neutralizadas a um nível ou grau desejado. CONCRETO ESPECIAIS: → CONCRETO LEVES: São porosos, aerados ou celulares, com agregados leves ou com agregados sem finos. Caracterizados pela baixa massa específica aparente em relação aos concretos normais ou tradicionais. Nas construções possuem baixo peso próprio e elevado isolamento térmico (melhorado com acréscimo da porosidade). Usado para concreto cuja massa é menor que 1800 kg/m³ → CONCRETO COM ADITIVOS: Concretos que faz uso de plastificantes, incorporadores de ar, super plastificantes, aceleradores ou retardadores de pega e endurecimento. O uso de plastificantes possibilita a redução da água para uma mesma trabalhabilidade, aumentando a resistência, ou a redução do teor de cimento, mantendo a resistência no mesmo valor. As bolhas de ar incorporado ao concreto atuam como um agregado fino adicional, que possui coeficiente de atrito nulo em relação aos grãos rígidos vizinhos, melhorando a plasticidade e a trabalhabilidade do concreto fresco. → CONCRETO MASSA: Utilizado em peças de grandes dimensões (barragens), sem armadura, caracterizado por baixos consumos de cimento, agregados de elevado diâmetro máximo, e com geração de baixa quantidade de calor de hidratação. → CONCRETO INJETADOS OU COLOIDAIS: Obtido a partir da injeção de com uma argamassa, de modo a preencher os vazios de um agregado graúdo, colocado anteriormente nas formas → CONCRETO À VACUO: A quantidade de água utilizada para misturar e adensar o concreto é maior do que a necessária para a hidratação do aglomerante. Para facilitar o lançamento emprega-se o teor de água adequado à trabalhabilidade desejada e posterior elimina-se a água em excesso, com relação às necessidades das reações químicas. → CONCRETO REFRATÁRIO: Suporta elevadas temperaturas ou mudanças térmicas, onde as características próprias levam a um comportamento adequado naquelas temperaturas. → CONCRETO CICLÓPICOS: Concreto simples que contém pedra de mão. → CONCRETO PROJETADO: Concreto transportado pneumaticamente através de uma mangueira e projetado sobre uma superfície a uma alta velocidade → CONCRETO DE ALTA RESISTÊNCIA: Resistência à compressão é superior a 40 MPa e peso normal de 2.400 kg/m³ → CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO: Conseguido através da atuação da micros sílica na microestrutura do concreto. Com o uso da micros sílica o concreto passa a ter: maior resistência à compressão, porosidade próxima de zero, maior resistência à abrasão e à corrosão química, maior adesão a outras superfícies de concreto e melhor aderência com o aço, dentre outras vantagens Classificamos o concreto por: 1. Consistência: ● FRACAMENTE PLÁSTICO: abatimento de tronco de cone (Slump) menor que 5 cm ● MEDIANAMENTE PLÁSTICO: Slump maior que 5 cm e menor que 15 cm ● FORTEMENTE PLÁSTICO: Slump maior que 15 cm 2. Processo de mistura, transporte e lançamento: ● Manual ● Mecânico 3. Quanto ao processo de adensamento: ● Manual ● Mecânico (vibração, pervibração, centrifugação e jateamento) 4. Destino: ● Estrutural ● Secundário 5. Processo de dosagem: ● Experimental ● Empírica 6. Textura: ● GORDO: quando possui elevado teor de argamassa ● MAGRO: quando possui baixo teor de argamassa ● RICO: quando possui elevado teor de cimento ● POBRE: quando possui baixo teor de cimento 7. Propriedades: CONCRETO FRESCO: 〉 TRABALHABILIDADE: é uma propriedade qualitativa que identifica a maior ou menor aptidão para ser aplicado com determinada finalidade, sem perda de sua homogeneidade. A consistência é um dos principais fatores que influenciam. Compreende duas propriedades essenciais: consistência ou fluidez, que é a função da quantidade de água adicionada no concreto, e a coesão que é a medida da facilidade de desempenar e julgamento visual da resistência à segregação Fatores que afetam de determinam a trabalhabilidade são: a) Fatores internos: ▪ Consistência: função da relação água/ materiais secos (umidade do concreto) ▪ Granulometria: distribuição dos agregados e proporção relativa entre eles ▪ Traço: proporção relativa entre cimento e agregados ▪ Forma dos grãos dos agregados ▪ Tipo e finura do cimento b) Fatore externos: ▪ Tipo de aplicação (finalidade) ▪ Tipo mistura (manual ou mecânica) ▪ Tipo de transporte (calhas, bombas, etc.), lançamento, adensamento e dimensões peças. 〉 EXSUDAÇÃO: forma particular de segregação, onde a água da mistura tende a elevar-se à superfície do concreto recentemente lançado. Fenômeno causado pela incapacidade de os constituintes sólidos do concreto fixarem toda água da mistura, depende muito das propriedades do cimento. O resultado é o topo de cada camada de concreto tornar-se muito úmido e, se a água é impedida de evaporar pela camada que lhe é superposta, podendo resultar em uma camada de concreto poroso, fraco e de pouca durabilidade. Provoca: ▪ enfraquecimento da aderência pasta-agregado e pasta-armadura ▪ aumento da permeabilidade ▪ formação da nata de cimento na superfície do concreto, precisando remove-la ao executar concretagem de nova etapa CONCRETO ENDURECIDO: 〉 MASSA ESPECÍFICA: massa do volume, incluindo os vazios. Varia principalmente com tipo de agregado utilizado. Valores usuais: ● Concreto não armado: 2300kg/m³ ● Concreto armado: 2500kg/m³ 〉 RESISTÊNCIA AOS ESFORÇOS MECÂNICOS: o concreto é um material que resiste bem aos esforços de compressão e mal aos de tração. Resiste mal ao cisalhamento devido as tensões de distensão que se verificam nos planos inclinados. Os fatores que afetam: ● Relação água/cimento ● Idade ● Forma e graduação dos agregados ● Tipo de cimento ● Forma e dimensões do corpo-de-prova ● Velocidade de aplicação de carga de ensaio ● Duração da carga Fatores a serem controlados na produção: ● ÁGUA CIMENTO: quando se deseja atingir uma determinada resistência. O excesso água colocado na mistura para que se obtenha uma consistência necessária ao processo de mistura, lançamento e adensamento ocasiona, após o endurecimento, vazios na pasta de cimento. Quanto maior o volume de vazios, menor será a resistência do material. ● IDADE DO CONCRETO: a resistência do concreto progride com a idade, devido ao processo de hidratação do cimento que se processa ao longo do tempo ● FORMA E GRADUAÇÃO DOS AGREGADOS: os concretos confeccionados com seixos rolados tendem a ser menos resistentes do que aqueles confeccionados com pedra britada, possuindo o mesmo fator água/cimento, devido a menor aderência pasta/agregado. Concretos confeccionados com britas de menor diâmetro tendem a gerar concretos mais resistentes, mantida a relação água/cimento ● TIPO DE CIMENTO: a composição química do cimento influencia na resistência, adicionando escória e pozolanas por exemplo. ● FORMA E DIMENSÕES DO CORPO DE PROVA: para o ensaio de resistência à compressão do concreto, utiliza-se o corpo-de-prova cilíndrico de 15cm de diâmetro por 30cm de altura. ● VELOCIDADE E APLICAÇÃO DA CARGA: Quando se aplica velocidades maiores a tendência é gerara valores de resistências mais elevados. Em velocidades mais baixas existe um tempo maior para propagação de fissuras que ocorrem durante o carregamento, levando o corpo-de-prova ao colapso em níveis de carga inferiores ● DURAÇÃO DA CARGA: nas cargas de curta duração o concreto resiste a maiores níveis de carga, devido a velocidade da propagação das fissuras ● RESISTÊNCIA A TRAÇÃO: propriedade de difícil determinação direta. Sua importância está ligada a alguns tipos de aplicação (exemplo dos pavimentos de concreto), devido a resistência à tração ser desprezada para efeito de cálculo. ● PERMEABILIDADE E ABSORÇÃO: o concreto é um material poroso.A interconexão de vazios de água ou ar poderá tornar o concreto permeável. As razões da porosidade são: ▪ Usar uma quantidade de água superior à que precisa hidratar o aglomerante, esta água ao evaporar, deixa vazios ▪ Com a combinação química diminuem os volumes absolutos do cimento e água que entram em reação ▪ Durante o amassamento ocorre incorporação ar na massa. ● DEFORMAÇÃO: as variações de volume dos concretos são devido aos fatores: ▪ Retração autógena ▪ Retração plástica ▪ Retração hidráulica irreversível ▪ Retração hidráulico reversível ▪ Dilatação e retração térmica