Ferramentas para o Controle de Obras

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04/09/2023, 16:59 Descomplica | Controle De Obras
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O
Ferramentas para o Controle de Obras
cronograma é uma ferramenta imprescindível para o
gerenciamento de uma obra. Apesar de ser um dos produtos do
planejamento, ele é essencial para um efetivo controle da obra
ao longo de sua execução. O cronograma é um instrumento
para o planejamento e controle, no qual representa graficamente o plano
de execução da obra contendo todas as fases da mesma.
No início do século XX, o norte-americano Henry Gantt inseriu a utilização
do cronograma em barras como ferramenta de controle de produção. Em
sua homenagem, a utilização desse recurso gráfico para visualizar as
atividades com seus dados de início e fim ficou conhecido como
Cronograma de Gantt ou Diagrama de Gantt. Essa ferramenta é um
gráfico simples, no qual, à esquerda tem-se as atividades e à direita, uma
barra com escala de tempo. O comprimento dessa barra representa a
duração da atividade, além de possibilitar enxergar as datas de início e fim
(MATTOS, 2010).
Segundo Dias (2011), podem ser adicionados ao cronograma pontos
importantes, chamados de marcos. Um marco é um instante particular
que pode identificar o início ou o final de uma etapa do projeto, ou ainda, o
cumprimento de algum requisito contratual. Esses pontos, possuem
duração zero, ou seja, servem apenas para fins de referência e controle.
O cronograma pode ser dividido em:
•
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Cronograma Físico – Demonstra a previsão e o avanço físico da obra
na unidade de tempo, permitindo maior acompanhamento, controle,
avaliação e intervenções, quando necessárias.
•
Cronograma Financeiro – Converte a demonstração física em termos
monetários, está relacionado à parte financeira da obra. Vale ressaltar
que o cronograma financeiro, depende do cronograma físico para ser
elaborado de forma completa e efetiva.
•
Cronograma Físico-Financeiro – Está relacionado aos dois
cronogramas anteriores. Frequentemente, as planilhas, softwares ou
ferramentas englobam ambos os casos de forma a sistematizar e
correlacionar a elaboração e relação entre esses cronogramas.
É muito comum que estes cronogramas se apresentem de forma visual e
através de porcentagens, ou ainda, através de programas e aplicativos, de
forma a dinamizar seu uso e facilitar sua interpretação.
Ao calcular ou estimar a duração das atividades que irão compor o
cronograma, mesmo utilizando métodos consolidados, há uma margem
de variação associada. A abordagem probabilística considera a existência
de três durações: uma otimista, uma pessimista e uma mais provável. É a
conhecida estimativa de três pontos. Essa técnica permite ao gestor
trabalhar com parâmetros estatísticos para avaliar o grau de confiabilidade
do prazo total estipulado para o projeto. Sobre essas três durações:
•
Duração Otimista – É aquela atividade que terá todas as condições
para sua realização, considerando o melhor cenário disponível.
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•
Duração Pessimista - É aquela atividade que ocorre quando existem
adversidades, considera um cenário ruim.
•
Duração Mais Provável - É aquela atividade cuja ocorrência é mais
plausível considerando as circunstâncias na qual ela ocorre. Sua
duração é aquela que, teoricamente, ocorreria mais comumente caso a
atividade fosse repetida diversas vezes.
Provavelmente, a duração mais provável será a melhor resposta na
maioria dos casos, ela é baseada na experiência ou em registros de
projetos passados (MATTOS, 2010).
O fator tempo, aparece bastante ao falarmos sobre planejamento,
cronograma e duração de atividades. No entanto, planejar considerando
apenas esse fato pode não atender as reais situações da obra. Por
exemplo, é comum duas atividades ocorrem simultaneamente na obra,
mas e se a quantidade de recursos necessários não conseguir atender a
realização simultânea dessas atividades? Logo, podemos deduzir que o
fator recursos pode restringir o planejamento. Podemos considerar
recursos, sejam eles materiais ou equipamentos, como os insumos base
para a realização de uma atividade, considerando também os recursos
humanos. A noção sobre a alocação de recursos é muito relevante para o
planejamento, pois será um fator importante para aumentar a
confiabilidade do planejamento e minimizar as chances de ocorrer
conflitos entre as atividades que irão demandar os mesmos recursos
limitados naquele espaço de tempo. Essa alocação pode ser tanto
qualitativa (pedreiro, servente, escavadeira, perfil metálico) quanto
quantitativa (05 pedreiros, 03 serventes, 02 escavadeiras, 60t de perfil
metálico). Portanto, é preciso bastante atenção a essa relação entre os
recursos, as atividades e a duração das mesmas.
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Uma ferramenta bastante útil para a gestão dos recursos é o histograma,
ele é um recurso gráfico que através de colunas representa a quantidade
de recursos por unidade de tempo. Há altos e baixos no histograma,
devido a variação de demanda dos recursos ao longo do tempo, logo, o
gestor pode alterar a ordem de algumas atividades para suavizar as
flutuações do histograma, caso seja vantajoso para o projeto.
Os projetos na construção, no geral, são longos e complexos, repletos de
muitas atividades atreladas a diversos recursos e somas altíssimas de
dinheiro. Para o gestor acompanhar o avanço da obra ao longo do tempo,
é necessário utilizar parâmetros que coloquem o avanço da obra na
mesma linguagem, no mesmo referencial, por exemplo, trabalho (homem-
hora) ou custo. Pois seria muito difícil avaliar o avanço da obra, em termos
de quantitativos, através de parâmetros diferentes (por exemplo, m² de
alvenaria, m³ de concreto, toneladas de aço e etc.). Claro que essas
considerações são para o acompanhamento, pelo gestor, da evolução do
projeto de forma global, considerando uma visão sistemática geral do
projeto.
Essa evolução da obra, não ocorre de forma linear, geralmente, possui um
comportamento lento-rápido-lento. O nível de atividade de um projeto
típico assemelha-se a uma distribuição normal, ou seja, uma curva de
Gauss, na qual começa em ritmo lento, com poucas atividades
simultâneas; passa progressivamente a um ritmo mais intenso, com várias
atividades ocorrendo paralelamente; e, quando o projeto se aproxima do
fim, a quantidade de trabalho começa a decrescer. Esse mesmo
comportamento é observado em relação ao custo ao longo da obra. Logo,
se considerarmos o trabalho acumulado e o custo acumulado e plotarmos
isso em um gráfico em função do tempo, a curva apresentará a forma
aproximada de uma letra “S”. A curva S reflete o progresso lento-rápido-
lento do projeto, dependendo da sequência de atividades e de sua
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quantidade de trabalho e custos acumulados, além da duração total do
projeto.
Dentre as diversas atividades que ocorrem na obra, muitas delas são, em
algum nível, repetitivas, ou seja, um núcleo de atividades é executado
sucessivas vezes. A linha de balanço, também chamada de diagrama
tempo-caminho ou diagrama espaço-tempo, é uma técnica de
planejamento desenvolvida para esse tipo de obra. Devido aos ciclos de
produção, as atividades repetitivas podem ser representadas por uma reta
traçada em um gráfico tempo-progresso, a inclinaçãoda reta mostra o
ritmo com que a atividade avança. Significa dizer que essa linha ilustra
graficamente o ritmo de produção de uma atividade, ao plotar a grandeza
tempo na abscisa do gráfico e a quantidade de unidades produzidas na
ordenada. Quanto mais íngreme a reta, maior sua produtividade.
Nos últimos anos, têm-se intensificado na construção civil a busca por
melhorias contínuas a fim de atender às demandas crescentes
considerando os recursos limitados. Nesse contexto, a filosofia de
produção para a construção civil chamada Lean Construction tem
ganhado espaço. Apresentada por Koskela (1992), a principal diretriz do
Lean Construction é a entrega do produto maximizando o valor e
minimizando o desperdício, para isso, é necessário considerar a
construção como um fluxo. A abordagem do Lean Construction envolve
desde os princípios do pensamento clean para o ambiente de construção
até a adoção de ferramentas, como o ciclo PDCA – até a finalização do
projeto. O objetivo central, é aumentar a performance dos projetos de
construção civil e, ao mesmo tempo, minimizar os desperdícios.
 
 
Atividade Extra
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•
Aprenda a fazer um cronograma com Gráfico de Gantt no Excel:
Link de acesso para o vídeo “Como fazer Cronograma em Excel com
Gráfico de Gantt”: https://www.youtube.com/watch?v=4mUUgnpW0Wk
 
•
Conheça mais sobre o Lean Construction:
SOUZA, B. S; CABETTE, R. E. S. Gerenciamento da construção civil:
estudo da aplicação da “lean construction” no Brasil. São Paulo:
Revista de Gestão e Tecnologia, 2014.
 
 
Referência Bibliográfica
 
DIAS, P. R. V. Engenharia de Custos: metodologia de orçamentação
para obras civis. 9ª ed. Rio de Janeiro: Sindicato dos Editores de Livros,
2011.
KOSKELA, L. Application of the new production philosophy in
Construction (CIFE Technical Report, No. 72). Salford: Center for
Integrated Facility Engineering, 1992.
MATTOS, A. D. Planejamento e controle de obras. São Paulo: Pini,
2010.
https://www.youtube.com/watch?v=4mUUgnpW0Wk
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FORMOSO, T. C. Planejamento e controle da produção em empresas
de construção. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, 2001.
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