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Anatomia humana


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Reservados todos os direitos de publicação, em língua portuguesa, à
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Av. Jerônimo de Ornelas, 670 – Santana
90040-340 – Porto Alegre – RS
Fone: (51) 3027-7000 Fax: (51) 3027-7070
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer
formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição na Web
e outros), sem permissão expressa da Editora.
SÃO PAULO
Av. Angélica, 1.091 – Higienópolis
01227-100 – São Paulo – SP
Fone: (11) 3665-1100 Fax: (11) 3667-1333
SAC 0800 703-3444
IMPRESSO NO BRASIL
PRINTED IN BRAZIL
Obra originalmente publicada sob o título Human Anatomy, 6th Edition
ISBN 9780321500427
Authorized translation from the English language edition, entitled HUMAN ANATOMY, 6th Edition by FREDERIC MARTINI; MICHAEL TIMMONS; ROBERT 
TALLITSCH, published by Pearson Education, Inc, publishing as Benjamin Cummings, Copyright © 2009. All rights reserved. No part of this book may be 
reproduced or transmitted in any form or by any means, electronic or mechanical, including photocopying, recording or by any information storage retrieval system, 
without permission from Pearson Education, Inc.
PORTUGUESE language edition published by ARTMED EDITORA S.A., Copyright © 2009.
Tradução autorizada a partir do original em língua inglesa da obra intitulada HUMAN ANATOMY, 6ª Edição de autoria de FREDERIC MARTINI; MICHAEL 
TIMMONS; ROBERT TALLITSCH, publicado por Pearson Education, Inc., sob o selo Benjamin Cummings, Copyright (c) 2009. Todos os direitos reservados. Este 
livro não poderá ser reproduzido nem em parte nem na íntegra, nem ter partes ou sua íntegra armazenado em qualquer meio, seja mecânico ou eletrônico, inclusive 
fotoreprografação, sem permissão da Pearson Education,Inc.
A edição em língua portuguesa desta obra é publicada por Artmed Editora SA, Copyright © 2009.
Capa: Mário Röhnelt
Leitura fi nal: Heloísa Stefan
Supervisão editorial: Letícia Bispo de Lima
Editoração eletrônica: Techbooks
Catalogação na publicação: Renata de Souza Borges CRB-10/1922
M386a Martini, Frederic H. 
 Anatomia humana / Frederic H. Martini, Michael J.
 Timmons, Robert B. Tallitsch ; tradução Daniella Franco Curcio.
 – 6. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2009.
 904 p. : il. color. ; 25 x 30 cm. 
 ISBN 978-85-363-1794-6
 1. Anatomia humana. I. Timmons, Michael J. II.
 Tallitsch, Robert B. III. Título. 
CDU 611
CAPÍTULO 15 • O Sistema Nervoso: O Encéfalo e os Nervos Cranianos 387
O encéfalo é, provavelmente, o mais fascinante órgão do corpo. Possui 
uma estrutura tridimensional complexa e realiza uma série desconcertan-
te de funções. Freqüentemente, o encéfalo é considerado como um com-
putador orgânico, com seus núcleos e neurônios individuais comparados 
a “chips” e “conexões”. Assim como o encéfalo, um computador recebe a 
entrada de uma enorme quantidade de informação, arquiva e processa 
essa informação, e comanda a saída de respostas apropriadas. Entretan-
to, qualquer comparação direta entre o encéfalo e um computador é ilu-
sória, porque até o mais sofisticado computador não tem a versatilidade 
e a adaptabilidade de um único neurônio. Um neurônio pode processar 
informações provenientes de até 200.000 fontes diferentes ao mesmo tem-
po, e há dezenas de bilhões de neurônios no sistema nervoso. Em vez de 
continuar citando as atividades que podem ser realizadas pelo encéfalo, é 
mais apropriado considerar este órgão incrivelmente complexo como a 
fonte de todos os nossos sonhos, paixões, planos, memórias e comporta-
mentos. Tudo o que fazemos e somos resulta de sua atividade.
O encéfalo é muito mais complexo do que a medula espinal, e pode 
responder a estímulos com grande versatilidade. Essa versatilidade resulta 
do incrível número de neurônios e redes neuronais no encéfalo e da com-
plexidade de suas interconexões. O encéfalo contém cerca de 20 bilhões 
de neurônios, cada um dos quais pode receber informação por meio de 
milhares de sinapses simultaneamente. Interações excitadoras e inibidoras 
entre as extensas redes neuronais interconectadas asseguram que a res-
posta possa variar para se adequar às mais variáveis circunstâncias. Mas 
a adaptabilidade tem um preço: a resposta não pode ser imediata, precisa 
e adaptável, tudo ao mesmo tempo. A adaptabilidade é um processo que 
exige múltiplos estádios, e cada sinapse retarda o intervalo entre o estímu-
lo e a resposta. Uma das principais funções dos reflexos espinais é fornecer 
uma resposta imediata, que pode ser refinada ou elaborada por centros de 
processamento mais versáteis, porém mais lentos, no encéfalo.
Iniciaremos agora um estudo detalhado do encéfalo. Este capítulo 
concentra a atenção sobre as principais estruturas do encéfalo e suas rela-
ções com os nervos cranianos.
Introdução à organização 
do encéfalo [Figura 15.1]
O encéfalo humano adulto (Figura 15.1) contém quase 95% do tecido 
nervoso de todo o corpo. Um encéfalo adulto médio pesa 1,4 kg e tem um 
volume de 1.350 mL. Há uma variação individual considerável, sendo o 
encéfalo masculino, em média, cerca de 10% maior do que o feminino, 
correspondendo esta diferença ao tamanho médio do corpo. Seu aspecto 
externo, relativamente homogêneo, fornece poucas pistas sobre a sua real 
complexidade e importância. O encéfalo adulto cabe facilmente em am-
bas as mãos. Um encéfalo recém-removido é acinzentado externamente e 
seus tecidos internos são rosados. Considerado como um todo, ele tem a 
consistência de um tofu mais ou menos firme ou de gelatina fria.
No início do desenvolvimento, o encéfalo se assemelha à medula es-
pinal – oco e com um estreito canal central, preenchido com líquido cere-
brospinal. Conforme o desenvolvimento avança, esse canal se subdivide e, 
em várias regiões, se expande para formar câmaras dilatadas chamadas de 
ventrículos. Apresentaremos a anatomia desses ventrículos posteriormen-
te, em outra seção.
Embriologia do encéfalo [Tabela 15.1]
O desenvolvimento do encéfalo é discutido em detalhes no Capítulo 28. 
Entretanto, uma breve revisão irá ajudá-lo a entender a estrutura e a or-
ganização do encéfalo adulto. O sistema nervoso central se inicia como 
um tubo neural oco que contém uma cavidade interna, preenchida por 
líquido, chamada de neurocele. Na quarta semana de desenvolvimento, 
três áreas do pólo cefálico do tubo neural se dilatam rapidamente devido 
à expansão da neurocele. Estas dilatações criam três vesículas encefálicas 
primárias salientes, nomeadas de acordo com sua posição: prosencéfalo 
(proso, à frente + enkephalos, cérebro) ou “cérebro anterior”; mesencéfalo 
(mesos, médio) ou “cérebro médio”; e rombencéfalo ou “cérebro poste-
rior”.
O desenvolvimento ulterior das três divisões primárias do encéfalo 
está resumido na Tabela 15.1. O prosencéfalo e o rombencéfalo depois se 
subdividem para formar as vesículas encefálicas secundárias. O prosen-
céfalo forma o telencéfalo (telos, terminal) e o diencéfalo. O telencéfalo 
forma o cérebro, os dois hemisférios cerebrais que constituem a face súpe-
ro-lateral do cérebro adulto. O diencéfalo, oco, possui um teto (o epitála-
mo), paredes (os tálamos direito e esquerdo) e um soalho (o hipotálamo). 
Na época do fechamento da extremidade anterior do tubo neural, duas 
protuberâncias secundárias, as vesículas ópticas, se salientam para fora dos 
lados do diencéfalo. Além disso, o encéfalo em desenvolvimento se curva, 
formando flexuras que marcam os limites entre os ventrículos. O mesen-
céfalo não se subdivide, mas suas paredes se espessam e a neurocele torna-
se um ducto estreito, com um diâmetro comparável ao do canal central da 
medula espinal. A parte do rombencéfalo mais próxima do mesencéfalo 
forma o metencéfalo (meta, além). A parte ventral do metencéfalo se de-
senvolve na ponte, e a parte dorsal se torna o cerebelo. A parte do romben-
céfalo mais próxima da medula espinal torna-se o mielencéfalo (myelon, 
medula), que irá formar o bulbo. Aseguir, examinaremos cada uma destas 
estruturas no encéfalo adulto.
Principais regiões e pontos de 
referência [Figura 15.1]
Há seis regiões principais no encéfalo adulto: (1) o cérebro, (2) o diencéfa-
lo, (3) o mesencéfalo, (4) a ponte, (5) o cerebelo e (6) o bulbo. Acompanhe a 
Figura 15.1 enquanto fornecemos uma visão geral de cada divisão.
O cérebro
O cérebro é a maior parte do encéfalo. Está dividido em dois grandes he-
misférios cerebrais, separados pela fissura longitudinal. A superfície do 
cérebro, o córtex cerebral, é constituída por substância cinzenta. O córtex 
cerebral é convoluto por fendas chamadas de sulcos. Esses sulcos separam 
cristas intermediárias, denominadas giros. O cérebro está conveniente-
mente dividido em lobos por meio de um número de sulcos maiores, e o 
nome dos lobos deriva dos ossos do crânio adjacentes a eles.
O processamento consciente do pensamento, as funções intelectuais, 
o armazenamento e a recuperação da memória e os padrões motores 
complexos originam-se no cérebro.
O diencéfalo
A parte profunda do encéfalo, ligada ao cérebro, é chamada de diencéfalo 
(dia, através). O diencéfalo tem três subdivisões*, e suas funções podem 
ser resumidas como se segue:
O ■ epitálamo contém uma estrutura endócrina que secreta hor-
mônios, a glândula pineal.
O ■ tálamo direito e o tálamo esquerdo são centros de processamen-
to e de retransmissão de informação sensitiva.
O soalho do diencéfalo é formado pelo ■ hipotálamo (hypos, abai-
xo), um centro de controle visceral. Uma haste estreita conecta o 
hipotálamo à hipófise (phyein, gerar). O hipotálamo contém cen-
 * N. de R.T. A Terminologia Anatômica registra, na última versão oficial, cinco divisões do 
diencéfalo: tálamo, epitálamo, subtálamo, metatálamo e hipotálamo.
388 O SISTEMA NERVOSO
CEREBELO
• Coordena padrões
 motores somáticos 
 complexos
• Regula a eferência de 
 outros centros motores 
 somáticos no encéfalo
 e na medula espinal
BULBO
• Retransmite a informação sensitiva para o
 tálamo e outras partes do tronco encefálico
• Centros autonômicos para a regulação da 
 função visceral (atividades dos sistemas 
 circulatório, respiratório e digestório)
CÉREBRO
• Processamento consciente do
 pensamento, funções intelectuais
• Armazenamento e processamento
 da memória
• Regulação consciente e subconsciente de
 contrações dos músculos esqueléticos
PONTE
• Retransmite a 
 informação sensitiva
 para o cerebelo
 e o tálamo
• Centros motores
 somáticos e viscerais
 subconscientes
MESENCÉFALO
• Processamento de
 estímulos visuais
 e auditivos
• Geração de motricidade
 reflexa somática
• Manutenção da
 consciência
DIENCÉFALO
HIPOTÁLAMO
• Centros de controle de 
 emoções, funções
 autonômicas e
 produção hormonal
TÁLAMO
• Centros de processa-
 mento e retransmissão
 de informação sensitiva
Tronco
encefálico
Giros
Sulcos
Fissuras
Medula
espinal
Hemisfério cerebral
esquerdo
Figura 15.1 Principais divisões do encéfalo.
Uma introdução às regiões encefálicas e suas principais funções.
TABELA 15.1 Desenvolvimento do encéfalo humano (Ver também Capítulo 28, págs. 747-798, para 
um resumo embriológico)
Vesículas encefálicas primárias 
(embrião de 3 semanas)
Vesículas encefálicas secundárias
(embrião de 6 semanas)
Regiões encefálicas
no recém-nascido
Prosencéfalo
Mesencéfalo
Rombencéfalo
Telencéfalo Cérebro
Diencéfalo
Mesencéfalo
Cerebelo
e ponte
Bulbo
Diencéfalo
Mesencéfalo
Metencéfalo
Mielencéfalo
396 O SISTEMA NERVOSO
O cérebro [Figuras 15.1/15.7/15.9]
O cérebro é a maior região do encéfalo, consistindo em dois hemisférios 
cerebrais, que repousam sobre o diencéfalo e o tronco encefálico. O pro-
cessamento consciente do pensamento e todas as funções intelectuais se 
originam nos hemisférios cerebrais. A maior parte do cérebro está en-
volvida no processamento de informação sensitiva e motora somática. A 
informação sensitiva somática retransmitida para o cérebro atinge nossa 
percepção consciente, e os neurônios cerebrais exercem controle direto 
(voluntário) e indireto (involuntário) sobre os neurônios motores so-
máticos. A maior parte do processamento sensitivo visceral e do controle 
motor visceral (autonômico) ocorre em outros centros do encéfalo, ge-
ralmente sem que disso tenhamos percepção consciente. As Figuras 15.1, 
pág. 388, 15.7 e 15.9 mostram uma perspectiva suplementar do cérebro e 
de suas relações com outras regiões do encéfalo.
Filamento 
terminal
Canal central
da medula 
espinal
Seio 
sagital 
superior
Córtex
cerebral
Pia-
máter
Espaço
subaracnóideo
Aracnóide-
máter
Espaço
subdural
Dura-máter 
(lâmina 
meníngea)
Granulação
aracnóidea
Granulações
aracnóideas
Seio sagital
superior
Movimento
do líquido
cerebrospinal
Dura-máter 
(lâmina 
endóstea)
Crânio
Extensão do
plexo corióideo
para o interior do
ventrículo lateral
Plexo corióideo
do terceiro
ventrículo 
Aqueduto do
mesencéfalo
Abertura lateral do
quarto ventrículo
Plexo corióideo do
quarto ventrículo
Abertura mediana do
quarto ventrículo
Aracnóide-máter
Espaço subaracnóideo
Medula 
espinal
Dura-máter
Trabécula
aracnóidea
Figura 15.6 Circulação do líquido cerebrospinal.
Secção sagital indicando os locais de formação e o trajeto da circulação do líqui-
do cerebrospinal.
Os hemisférios cerebrais [Figuras 15.7/15.9]
Uma espessa camada de córtex nervoso (substância cinzenta superficial) 
recobre os dois hemisférios cerebrais, os quais formam a face súpero-lateral 
do cérebro (Figuras 15.7 e 15.9). A superfície cortical forma uma série 
de cristas elevadas, ou giros, separados por depressões rasas chamadas de 
sulcos, ou por fendas maiores, chamadas de fissuras. Os giros aumentam 
a área da superfície dos hemisférios cerebrais e fornecem espaço para um 
número suplementar de neurônios corticais. O córtex cerebral realiza as 
mais complicadas funções nervosas, e atividades analíticas e de integração 
exigem um grande número de neurônios. O encéfalo e o crânio aumenta-
ram no curso da evolução humana, mas o córtex cerebral cresceu muito 
mais em relação ao restante do encéfalo. A área total da superfície dos 
hemisférios cerebrais, tornada plana, é de aproximadamente 2.200 cm2, 
e uma área tão grande somente pode ser alojada no crânio se estiver pre-
gueada, como um pedaço de papel amassado.
Os lobos cerebrais [Figuras 15.7/15.9]
Os dois hemisférios cerebrais estão separados por uma fissura longitu-
dinal (Figura 15.7) profunda, e cada hemisfério pode ser dividido em 
lobos, nomeados de acordo com os ossos do crânio a eles sobrejacentes 
(Figura 15.9a). Há variações no aspecto dos sulcos e giros do encéfalo 
para cada indivíduo, mas os limites entre os lobos são pontos de referência 
constantes. Uma fenda profunda, o sulco central, se estende lateralmente 
a partir da fissura longitudinal. A área anterior ao sulco central é o lobo 
frontal, e o sulco lateral marca seu limite inferior. A região inferior ao 
sulco lateral é o lobo temporal. Afastando esse lobo lateralmente (Figura 
15.9b), expõe-se o lobo insular, uma “ilha” de córtex que fica, diferente-
mente, oculta. O lobo parietal se estende posteriormente do sulco central 
ao sulco parietoccipital. A região posterior ao sulco parietoccipital é o 
lobo occipital.
Cada lobo contém áreas funcionais cujos limites são menos precisos. 
Algumas dessas áreas funcionais processam informação sensitiva, enquan-
to outras são responsáveis por comandos motores. Três pontos sobre os 
lobos cerebrais devem ser lembrados:
Cada hemisfério cerebral recebe informação sensitiva do e origina co-1. 
mandos motores para o lado oposto do corpo. O hemisfério esquerdo 
controla o lado direito, e o hemisfério direito controla o lado esquer-
do. Este cruzamento não tem significado funcional.
CAPÍTULO 15 • O Sistema Nervoso: O Encéfalo e os Nervos Cranianos 397
Veias e artérias
cerebrais recobertas
por aracnóide-máter
Fissura
longitudinal
Fissura
longitudinal
Fissura
longitudinal
Hemisférios
do cerebeloLOBO
OCCIPITAL
LOBO
PARIETAL
Hemisfério
cerebral
esquerdo
Hemisfério cerebral
direito
Hemisfério cerebral
esquerdo
Hemisfério
cerebral direito
Sulco central
Sulco
lateral
Cerebelo
Sulco
parietoccipital
Cerebelo
Ponte
Bulbo Bulbo
(a) Vista superior
(b) Vista anterior
(c) Vista posterior
LOBO
FRONTAL
LOBO
TEMPORAL
ANTERIOR
POSTERIOR
TABELA 15.2 O córtex cerebral
Região (lobo) Funções
LOBO FRONTAL
Córtex motor 
primário
Controle consciente dos músculos 
esqueléticos
LOBO PARIETAL
Córtex sensitivo 
primário
Percepção consciente de tato, 
pressão, vibração, dor, temperatura 
e sabor
LOBO OCCIPITAL
Córtex visual Percepção consciente de estímulos 
visuais
LOBO TEMPORAL
Córtex auditivo e 
olfatório
Percepção consciente de estímulos 
auditivos e olfatórios
TODOS OS LOBOS
Áreas de associação Integração e processamento de 
informação sensitiva; processamento 
e iniciação de atividades motoras
Figura 15.7 Os hemisférios cerebrais, parte I.
Os hemisférios cerebrais constituem a maior parte do encéfalo adulto. (a) Vista superior. (b) Vista anterior. (c) Vista posterior. Observe o pequeno tamanho relativo 
dos hemisférios do cerebelo.
398 O SISTEMA NERVOSO
Os dois hemisférios cerebrais têm algumas diferenças funcionais, embora 2. 
anatomicamente eles aparentem ser idênticos. Essas diferenças afetam 
primariamente funções superiores, um tema que será discutido no 
Capítulo 16.
A atribuição de uma função específica a uma determinada área do 3. 
córtex cerebral é imprecisa. Por causa dos limites maldefinidos, com 
considerável superposição, qualquer área pode exercer várias funções 
diferentes. Alguns aspectos da função cortical, como a consciência, 
não podem ser facilmente atribuídos a uma única área.
Nosso conhecimento das funções encefálicas ainda é incomple-
to, e nem toda estrutura anatômica possui uma função conhecida. No 
entanto, com base em estudos sobre a atividade metabólica e o fluxo 
sangüíneo, é evidente que todas as partes do encéfalo são utilizadas no 
indivíduo normal.
Áreas sensitivas e motoras do córtex cerebral 
[Figura 15.9b e Tabela 15.2]
O processamento consciente do pensamento e todas as funções in-
telectuais se originam nos hemisférios cerebrais. Entretanto, a maior 
parte do cérebro está envolvida no processamento de informação sen-
sitiva e motora somática. As principais áreas sensitivas e motoras do 
córtex cerebral estão demonstradas na Figura 15.9b e na Tabela 15.2. 
O sulco central separa as partes sensitiva e motora do córtex. O giro 
pré-central do lobo frontal forma a margem anterior do sulco central. 
A superfície desse giro é o córtex motor primário. Os neurônios do 
córtex motor primário comandam os movimentos voluntários, con-
trolando os neurônios motores somáticos no tronco encefálico e na 
medula espinal. Os neurônios do córtex motor primário são chamados 
de células piramidais, e a via que conduz o controle motor voluntá-
rio é conhecida como via piramidal, ou sistema piramidal, discutida 
adiante, no Capítulo 16.
O giro pós-central do lobo parietal forma a margem posterior do 
sulco central, e sua superfície contém o córtex sensitivo primário. Os 
neurônios desta área recebem informação sensitiva somática de recepto-
res de tato, pressão, dor, sabor e temperatura. Nós percebemos conscien-
temente estas sensações porque a informação sensitiva é retransmitida 
para o córtex sensitivo primário. Ao mesmo tempo, vias neuronais cola-
terais distribuem a informação para os núcleos da base e outros centros. 
Como resultado, a informação sensitiva é controlada em níveis cons-
ciente e inconsciente.
Nota clínica
Figura 15.8 Hidrocefalia.
Esta criança tem uma hidrocefalia severa, uma patologia geralmente causada 
por alteração da circulação ou reabsorção do líquido cerebrospinal. O repre-
samento de líquido cerebrospinal leva à deformação do encéfalo e à dilatação 
do crânio.
Hidrocefalia O encéfalo adulto é envolvido pelos ossos rígidos do crâ-
nio. A cavidade do crânio contém dois líquidos – sangue e líquido cere-
brospinal – e os tecidos relativamente moles do encéfalo. Por causa da 
impossibilidade de se modificar o volume total do crânio, quando o volu-
me de sangue ou de líquido cerebrospinal aumenta, o volume do encéfalo 
deve diminuir. Na hemorragia epidural ou subdural, o volume de líquido 
cerebrospinal aumenta à medida que o sangue é coletado dentro da cavi-
dade do crânio. A crescente pressão intracraniana comprime o encéfalo, 
levando a distúrbios nervosos que freqüentemente terminam em coma e 
morte.
Qualquer alteração na taxa de produção do líquido cerebrospinal é 
normalmente compensada por um aumento na taxa de reabsorção nas 
granulações aracnóideas. Se este equilíbrio for desfeito, surgem proble-
mas clínicos conforme a pressão intracraniana se altera. O volume de 
líquido cerebrospinal aumentará se a taxa de formação aumentar ou se 
a taxa de reabsorção diminuir. Em qualquer destas circunstâncias, o au-
mento do volume de líquido cerebrospinal causa compressão e deforma-
ção do encéfalo. Taxas aumentadas de formação do líquido cerebrospinal 
podem advir de TCEs, mas os problemas mais comuns se originam de 
massas, como tumores e abscessos, ou de anomalias congênitas. Estas 
patologias têm o mesmo efeito: restringem a circulação normal e a re-
absorção do líquido cerebrospinal. Por causa da contínua produção de 
líquido cerebrospinal, os ventrículos gradualmente se dilatam, deforman-
do os tecidos nervosos adjacentes e causando deterioração da função 
encefálica.
As crianças são especialmente sensíveis às alterações da pressão in-
tracraniana, porque as granulações aracnóideas não aparecem até apro-
ximadamente os 3 anos de idade. (Neste ínterim, o líquido cerebrospinal 
é reabsorvido por pequenos vasos localizados no interior do espaço su-
baracnóideo e pelo epêndima subjacente.) Assim como no adulto, se a 
pressão intracraniana se tornar anormalmente elevada, os ventrículos se 
dilatam. Porém, nas crianças, as suturas ainda não se fundiram e o crânio 
pode aumentar para acomodar o volume extra de líquido cerebrospinal. 
Este aumento resulta em um crânio enormemente dilatado, uma patologia 
chamada de hidrocefalia, ou “água na cabeça” ou ainda “cabeça d’água”. 
A hidrocefalia na infância (Figura 15.8) freqüentemente resulta de alguma 
interferência na circulação normal do líquido cerebrospinal, como um blo-
queio do aqueduto do mesencéfalo ou uma constrição na comunicação 
entre os espaços subaracnóideos das meninges encefálicas e espinais. 
As crianças não tratadas com freqüência sofrem algum grau de retardo 
mental. O tratamento bem-sucedido geralmente envolve a instalação de 
um dreno (derivação ou “shunt”), uma sonda que ultrapassa o local do 
bloqueio ou drena o excesso de líquido cerebrospinal. Em qualquer caso, 
o objetivo é a redução da pressão intracraniana. O dreno pode ser removi-
do caso (1) o crescimento ulterior do encéfalo elimine o bloqueio ou (2) a 
pressão intracraniana diminua, em conseqüência do desenvolvimento das 
granulações aracnóideas aos 3 anos de idade.
CAPÍTULO 15 • O Sistema Nervoso: O Encéfalo e os Nervos Cranianos 399
Figura 15.9 Os hemisférios cerebrais, parte II.
Lobos e áreas funcionais. (a) Vista lateral de um encéfalo intacto, após remoção da dura-máter e da aracnóide-máter, mostrando a anatomia da superfície do hemis-
fério cerebral esquerdo. (b) Principais pontos de referência anatômicos na superfície do hemisfério cerebral esquerdo. As áreas de associação estão em cores. Para 
expor o lobo insular, o sulco lateral foi afastado e aberto.
Giro pré-central
Sulco central
Giro pós-central
LOBO 
PARIETAL
LOBO TEMPORAL
LOBO OCCIPITAL
Cerebelo
Bulbo
Ponte
Sulco lateral
LOBO FRONTAL
do hemisfério
cerebral esquerdo
(a) Vista lateral de um encéfalo intacto
(b) Hemisfério cerebral esquerdo
Ramos da artéria
cerebral média emergindo
do sulco lateral
Sulco lateral
Córtex olfatório
Lobo insular
Córtex
gustativo
Área de associação motora
somática (córtex pré-motor)LOBO FRONTAL (afastado
para expor o lobo insular)
Córtex
pré-frontal
Afastador
Córtex motor primário
(giro pré-central)
Sulco central
Área de associação
sensitiva somática
Área de associação
visual
LOBO OCCIPITAL
LOBO PARIETAL
Córtex visual
Área de associação auditiva
Córtex auditivo
LOBO TEMPORAL (afastado
para mostrar o córtex olfatório)
Córtex sensitivo primário
(giro pós-central)
400 O SISTEMA NERVOSO
A informação sensitiva relativa às sensações de visão, som e odor che-
gam a outras partes do córtex cerebral. O córtex visual do lobo occipital 
recebe a informação visual, e os córtex auditivo e olfatório do lobo tempo-
ral recebem as informações relacionadas, respectivamente, com a audição e 
o olfato. O córtex gustativo se localiza na parte anterior do lobo insular e 
partes adjacentes do lobo frontal. Esta área recebe informação de receptores 
gustativos da língua e da faringe. As áreas do córtex cerebral envolvidas com 
as informações sensitivas especiais são mostradas na Figura 15.9b.
Áreas de associação [Figura 15.9b]
Cada uma das áreas sensitiva e motora do córtex está conectada a uma 
área de associação próxima (Figura 15.9b). O termo área de associação 
é usado para aquelas áreas do cérebro envolvidas com a integração de in-
formação sensitiva ou motora. Essas áreas não recebem a informação sen-
sitiva diretamente, nem originam comandos motores. Em vez disso, elas 
interpretam a aferência sensitiva vinda de outros locais do córtex cere-
bral e planejam, preparam e ajudam a coordenar a eferência motora. Por 
exemplo, a área de associação sensitiva somática permite a você com-
preender o tamanho, a forma e a textura de um objeto, e a área de asso-
ciação motora somática, ou córtex pré-motor, usa a memória de padrões 
motores aprendidos para coordenar as atividades motoras.
As diferenças funcionais entre as áreas de associação sensitiva e mo-
tora ficam bem evidentes após uma lesão cerebral focal. Por exemplo, um 
indivíduo com uma área de associação visual lesada pode ver letras per-
feitamente bem, mas é incapaz de reconhecê-las ou interpretá-las. Esta 
pessoa irá perscrutar linhas de uma página impressa e ver colunas de sím-
bolos nítidos que não têm significado algum. Alguém com lesão na área 
do córtex pré-motor, relacionado à coordenação de movimentos oculares, 
pode entender as letras e palavras escritas, mas é incapaz de ler, porque 
seus olhos não podem seguir as linhas de uma página impressa.
Centros de integração [Figura 15.9b]
Os centros de integração recebem e processam informação de diversas 
áreas de associação diferentes. Essas áreas comandam atividades motoras 
extremamente complexas e realizam funções analíticas complicadas. Por 
exemplo, o córtex pré-frontal do lobo frontal (Figura 15.9b) integra a 
informação de áreas de associação sensitivas e realiza funções intelectuais 
abstratas, como prever as conseqüências de possíveis respostas.
Estes lobos e áreas corticais são encontrados em ambos os hemisfé-
rios cerebrais. Centros de integração superiores, relacionados a processos 
complexos como linguagem, escrita, cálculo matemático e compreensão 
de relações espaciais, estão restritos ao hemisfério cerebral esquerdo ou 
direito. Esses centros e suas funções serão descritos no Capítulo 16.
A substância branca central 
[Figura 15.10 e Tabela 15.3]
A substância branca central é recoberta pela substância cinzenta do 
córtex cerebral (Figura 15.10). Ela contém fibras mielínicas que formam 
feixes que se estendem de uma área cortical para outra ou que conectam 
áreas do córtex a outras regiões do encéfalo. Esses feixes incluem (1) fibras 
de associação, tratos que interconectam áreas diferentes de córtex nervoso, 
situadas no mesmo hemisfério cerebral; (2) fibras comissurais, tratos que 
conectam os dois hemisférios cerebrais; e (3) fibras de projeção, tratos que 
Fascículos
longitudinais
(a) Vista lateral
Fibras
arqueadas
Comissura
anterior
(b) Vista anterior
Corpo caloso
Fissura
longitudinal
Fibras de 
projeção da 
cápsula interna
Figura 15.10 A substância branca central.
São mostrados os principais grupos de fibras e tratos da substância branca central. (a) Vista lateral do encéfalo, mostrando as fibras arqueadas e os fascículos longi-
tudinais. (b) Vista anterior do encéfalo, mostrando a orientação das fibras comissurais e de projeção.
TABELA 15.3 Substância branca do cérebro
Fibras/tratos Funções
Fibras de associação Interconectam áreas corticais situadas no mesmo 
hemisfério
Fibras arqueadas Interconectam giros situados em um lobo
Fascículos longitudinais Interconectam o lobo frontal com outros lobos 
cerebrais
Fibras comissurais
(comissura anterior e corpo 
caloso)
Interconectam lobos correspondentes de 
hemisférios diferentes
Fibras de projeção Conectam o córtex cerebral ao diencéfalo, tronco 
encefálico, cerebelo e medula espinal
CAPÍTULO 15 • O Sistema Nervoso: O Encéfalo e os Nervos Cranianos 401
unem o cérebro com outras regiões do encéfalo e com a medula espinal. 
Os nomes e funções dessas fibras/tratos estão resumidos na Tabela 15.3.
As fibras de associação interconectam áreas diferentes de córtex ce-
rebral situadas no mesmo hemisfério. As fibras de associação mais cur-
tas são chamadas de fibras arqueadas, porque se curvam em arco para 
passar de um giro para outro. As fibras de associação mais longas estão 
organizadas em feixes distintos. Os fascículos longitudinais conectam o 
lobo frontal aos outros lobos do mesmo hemisfério cerebral.
Uma densa faixa de fibras comissurais (commissura, cruzamento) 
permite a comunicação entre os dois hemisférios cerebrais. Dentre os 
principais feixes comissurais que unem os hemisférios cerebrais, incluem-
se o corpo caloso e a comissura anterior.
As fibras de projeção unem o córtex cerebral ao diencéfalo, tronco 
encefálico, cerebelo e medula espinal. Todas as fibras ascendentes e des-
cendentes devem passar pelo diencéfalo no seu trajeto para ou das áreas 
sensitivas, motoras ou de associação do córtex cerebral. Em dissecações 
macroscópicas, as fibras aferentes e eferentes são idênticas, e o conjunto 
dessas fibras é conhecido como cápsula interna.
Os núcleos da base [Figura 15.11 e Tabela 15.4]
Os núcleos da base são massas pares de substância cinzenta no interior 
dos hemisférios cerebrais2. Esses núcleos se localizam dentro de cada he-
misfério cerebral, inferiormente ao soalho do ventrículo lateral (Figura 
15.11). Eles estão encravados na substância branca central, e as fibras 
comissurais e de projeção irradiadas transitam ao redor ou entre esses 
núcleos.
O núcleo caudado tem uma cabeça maciça e uma cauda curva e es-
treita que segue a curvatura do ventrículo lateral. Na extremidade da cau-
da há um núcleo separado, o corpo amigdalóide* (amygdale, amêndoa). 
Três massas de substância cinzenta se localizam entre a superfície saliente 
do lobo insular e a parede lateral do diencéfalo. Elas são o claustro*, o 
putame e o globo pálido.
Muitos termos suplementares são utilizados para designar as subdivi-
sões anatômicas ou funcionais específicas dos núcleos da base. O putame 
e o globo pálido são freqüentemente considerados como subdivisões de 
uma estrutura maior, o núcleo lentiforme (em forma de lente), porque, 
quando expostos em dissecações macroscópicas, eles formam uma massa 
arredonda mais ou menos compacta (Figura 15.11b,c,d). O termo corpo 
estriado é algumas vezes usado para se referir aos núcleos caudado e lenti-
forme ou ao núcleo caudado e putame. A tabela 15.4 resume estas relações 
e as funções dos núcleos da base.
Funções dos núcleos da base
Os núcleos da base estão envolvidos com (1) o controle subconsciente 
e a integração do tono dos músculos esqueléticos; (2) a coordenação de 
padrões motores aprendidos; e (3) o processamento, a integração e a re-
transmissão de informação do córtex cerebral ao tálamo. Sob condições 
normais, esses núcleos não iniciam movimentos individuais. Mas, uma 
vez que o movimento esteja em andamento, os núcleos da base regulamseu padrão e ritmo genéricos, especialmente para movimentos do tron-
co e dos músculos proximais dos membros. (Este sistema será discutido 
adiante, no Capítulo 16.) Algumas funções atribuídas especificamente a 
cada núcleo da base são mostradas a seguir.
Núcleo caudado e putame Quando uma pessoa está caminhando, o nú-
cleo caudado e o putame controlam as fases cíclicas dos movimentos dos 
2 Também já foram chamados de núcleos cerebrais ou gânglios da base.
* N. de R.T. Na Terminologia Anatômica oficial, o corpo amigdalóide e o claustro não estão 
entre os núcleos da base, mas pertencem à parte basilar do telencéfalo, uma nova seção in-
cluída na versão atual.
membros superiores e inferiores que ocorrem entre o momento em que 
a decisão “começar a andar” é feita e o momento em que a ordem “parar 
de andar” é dada.
Claustro e corpo amigdalóide O claustro parece estar envolvido no 
processamento de informação visual em nível subconsciente. Evidências 
sugerem que ele age na focalização da atenção em padrões específicos ou 
características relevantes. O corpo amigdalóide é um importante compo-
nente do sistema límbico e será discutido na próxima seção. As funções dos 
outros núcleos da base são pouco compreendidas.
Globo pálido O globo pálido controla e regula o tono muscular, parti-
cularmente dos músculos apendiculares, a fim de colocar o corpo em po-
sição de se preparar para realizar um movimento voluntário. Por exemplo, 
quando você decide pegar um objeto, o globo pálido posiciona o ombro 
e estabiliza o braço enquanto você conscientemente alcança e segura o 
objeto com o antebraço, o punho e a mão.
O sistema límbico [Figuras 
15.11/15.12/15.15 e Tabela 15.5]
O sistema límbico (limbus, limite) compreende núcleos e tratos situados 
ao longo do limite entre o cérebro e o diencéfalo. As funções do sistema 
límbico incluem (1) a instituição de estados emocionais e impulsos com-
portamentais a eles relacionados; (2) a ligação das funções intelectuais, 
conscientes, do córtex cerebral com as funções inconscientes e autonô-
micas de outras partes do encéfalo; e (3) a facilitação de armazenamento 
e recuperação da memória. Esse sistema é um grupo mais funcional de 
estruturas do que anatômico, e nele estão incluídos componentes do cére-
bro, diencéfalo e mesencéfalo (Tabela 15.5).
O corpo amigdalóide (Figuras 15.11a,d e 15.12) parece atuar como 
um centro de integração entre o sistema límbico, o cérebro e vários siste-
mas sensitivos. O lobo límbico do hemisfério cerebral consiste em giros 
e estruturas mais profundas, adjacentes ao diencéfalo. O giro do cíngulo 
(cingulum, cinto) se situa superiormente ao corpo caloso. O giro dentado 
e o próximo giro para-hipocampal encobrem um núcleo subjacente, o 
hipocampo, que se localiza profundamente no lobo temporal (ver Figu-
ras 15.11b e 15.12a,b). Os antigos anatomistas achavam este núcleo pare-
cido com um cavalo-marinho (hippocampus); ele desempenha um papel 
essencial na aprendizagem e no armazenamento da memória remota (de 
longo prazo).
O fórnice (fornix, arco) (Figura 15.15) é um trato de substância 
branca que conecta o hipocampo ao hipotálamo. A partir do hipocampo, 
o fórnice se curva medial e superiormente, abaixo do corpo caloso, e en-
tão forma um arco com curvatura anterior que termina no hipotálamo. 
Muitas das fibras terminam nos corpos mamilares (mammilla, mama), 
núcleos salientes no soalho do hipotálamo. Os corpos mamilares contêm 
núcleos motores que controlam movimentos reflexos associados com a 
alimentação, como mastigar, lamber e deglutir.
TABELA 15.4 Os núcleos da base
Núcleos Funções
Corpo amigdalóide Componente do sistema límbico
Claustro Desempenha papel no processamento 
subconsciente de informação visual
Núcleo caudado
Núcleo lentiforme
(putame e globo pálido)
Regulação subconsciente e mudança de comandos 
motores voluntários
402 O SISTEMA NERVOSO
Corpo amigdalóide
Núcleo
lentiforme
Cabeça do
núcleo caudado
Cauda do
núcleo caudado
Tálamo
Ventrículo
lateral Corpo caloso
Corpo amigdalóide
Comissura anterior
Extremidade do corno
temporal do ventrículo 
lateral
Cápsula interna
Sulco lateral
Septo pelúcido
Cabeça do
núcleo caudado
Claustro
Lobo insular
Putame
Núcleo
lentiforme Globo
pálido
(d) Secção coronal
(a) Vista lateral
Cabeça do
núcleo caudado
Cápsula interna
Putame
Plexo corióideo
Tálamo
Glândula pineal
Ventrículo lateral
(corno occipital)
Fórnice
Terceiro
ventrículo
Fórnice
(margem
seccionada)
Septo
pelúcido
Ventrículo lateral
(corno frontal)
Corpo caloso
(b) Secção transversal, dissecada
Figura 15.11 Os núcleos da base.
(a) Vista lateral, mostrando as posições relativas dos núcleos da base. (b) Visão 
esquemática de um encéfalo dissecado para mostrar a orientação das estruturas 
cerebrais e talâmicas. Compare a representação tridimensional vista em (a) com 
as secções transversal (c) e coronal (d,e) do encéfalo.
CAPÍTULO 15 • O Sistema Nervoso: O Encéfalo e os Nervos Cranianos 403
Figura 15.11 (continuação).
Corpo caloso
Ventrículos
laterais
Núcleo
caudado
Putame
Cápsula
interna
(e) Secção coronal
Sulco lateral
Claustro
Lobo insular
Septo pelúcido
Claustro
Globo pálido
Núcleo caudado
Corpo caloso Ventrículos
laterais
Septo
pelúcido
Fórnice
Cápsula interna
Terceiro ventrículo
Glândula pineal
Putame
Cápsula interna
Cornos occipital
e temporal dos 
ventrículos laterais
Lobo insular
Claustro
Globo pálido
Cerebelo
Tálamo
(c) Secção transversal
404 O SISTEMA NERVOSO
Muitos outros núcleos na parede (tálamo) e no soalho (hipotálamo) 
do diencéfalo fazem parte do sistema límbico. Dentre outras funções, o 
núcleo anterior do tálamo retransmite as sensações viscerais do hipo-
tálamo para o giro do cíngulo. A estimulação experimental do hipotálamo 
tem localizado muitos centros importantes, responsáveis por emoções de 
raiva, medo, dor, estímulo sexual e prazer.
A estimulação do hipotálamo também pode produzir excitação ge-
neralizada e um estado de alerta exacerbado. Esta resposta é causada pela 
disseminação do estímulo da formação reticular, uma rede interconecta-
da de núcleos do tronco encefálico, cujos núcleos dominantes se localizam 
no interior do mesencéfalo. A estimulação de partes adjacentes do hipo-
tálamo ou tálamo deprimem a atividade da formação reticular, resultando 
em letargia generalizada ou sono real.
REVISÃO DOS CONCEITOS
Cada um dos hemisférios cerebrais é subdividido em lobos. Identifique os 1. 
lobos e suas funções gerais.
O que são giros e sulcos?2. 
Cite e descreva os três principais grupos de axônios na substância branca 3. 
central.
Veja a seção de Respostas na parte final do livro.
Figura 15.12 O sistema límbico.
(a) Secção sagital do cérebro, mostrando as áreas corticais associadas com o sistema límbico. Os giros dentado e para-hipocampal são mostrados em transparência, 
de maneira que os componentes límbicos mais profundos podem ser vistos.
(b) Detalhes adicionais com relação à estrutura tridimensional do sistema límbico.
Fórnice
Fórnice
Corpo
caloso
Giro do cíngulo
(lobo límbico)
Núcleos
hipotalâmicos
Trato
olfatório
Giro do
cíngulo
Corpo
caloso
Corpo
amigdalóide
Corpo
mamilar
Glândula pineal
Corpo
mamilar
Hipocampo (no interior
 do giro dentado)
Giro 
para-hipocampal
(lobo límbico)
Lobo temporal
(a) (b)
Hipocampo (no interior
do giro dentado)
Giro
para-hipocampal
Tálamo
Hipotálamo
Núcleo anterior
do tálamo
Aderência
intertalâmica
Sulco
central
TABELA 15.5 O sistema límbico
FUNÇÕES Processamento de memórias, criação de estados emocionais, 
comportamentos e impulsos associados
COMPONENTES CEREBRAIS
Áreas corticais
Núcleos
Tratos
Lobo límbico (giro do cíngulo, giro dentado e giro para-hipocampal)
Hipocampo, corpo amigdalóide
Fórnice
COMPONENTES DIENCEFÁLICOS
Tálamo
Hipotálamo
Núcleo anterior
Centros relacionados com emoções, apetites (sede, fome) e 
comportamentos associados (Tabela 15.7)
OUTROS COMPONENTES
Formação reticular Rede de núcleos interconectados por todo o tronco encefálicoCAPÍTULO 15 • O Sistema Nervoso: O Encéfalo e os Nervos Cranianos 405
O diencéfalo 
[Figuras 15.1/15.11b,c/15.12/15.15/15.16]
O diencéfalo conecta os hemisférios cerebrais ao tronco encefálico. Ele 
consiste em epitálamo, tálamos esquerdo e direito e hipotálamo*. As Figu-
ras 15.1, 15.11b,c, 15.12 e 15.15 mostram a posição do diencéfalo e suas 
relações com outros pontos de referência no encéfalo.
O epitálamo [Figura 15.15a]
O epitálamo constitui o teto do terceiro ventrículo (Figura 15.15a). Sua 
parte anterior, membranosa, contém uma extensa área de plexo corióideo 
que se projeta, através do forame interventricular, no interior dos ventrí-
culos laterais. A parte posterior do epitálamo contém a glândula pineal, 
uma estrutura endócrina que secreta o hormônio melatonina. A mela-
tonina está envolvida na regulação do ritmo circadiano (ciclo dia-noite), 
com possíveis efeitos secundários na função reprodutora. (O papel da me-
latonina será descrito no Capítulo 19.)
O tálamo [Figuras 15.11b/15.12/15.13/15.15]
A maior parte do tecido nervoso no diencéfalo está concentrada nos tála-
mos esquerdo e direito. Estes dois corpos ovais formam as paredes do 
diencéfalo e circundam o terceiro ventrículo (Figuras 15.11b e 15.15). 
Os núcleos do tálamo são centros de comutação e retransmissão de vias 
sensitivas e motoras. A informação sensitiva ascendente, vinda da medula 
espinal (exceto a proveniente dos tratos espinocerebelares) e dos nervos 
cranianos (exceto o nervo olfatório), é processada nos núcleos do tála-
mo antes que seja retransmitida para o cérebro ou tronco encefálico. O 
tálamo é, portanto, o ponto final da via de retransmissão da informação 
sensitiva ascendente que será projetada no córtex sensitivo primário. Ele 
atua como um filtro de informação, passando adiante apenas uma peque-
na parte da informação sensitiva que nele chega. O tálamo também atua 
como uma estação de retransmissão que coordena a atividade motora em 
níveis consciente e subconsciente.
Os dois tálamos estão separados pelo terceiro ventrículo. Visto em 
uma secção sagital mediana, o tálamo se estende da comissura anterior 
à base inferior da glândula pineal (Figura 15.15a). De cada tálamo, uma 
projeção tubular medial de substância cinzenta, a aderência intertalâ-
mica, ou massa intermédia, se salienta no interior do terceiro ventrículo 
 * N. de R.T. A Terminologia Anatômica oficial registra atualmente cinco divisões do dien-
céfalo: tálamo, epitálamo, subtálamo, metatálamo e hipotálamo.
Sistema
límbico
Aferência
auditiva
Aferência
visual
Núcleos
da base
Cerebelo
Áreas de associação
do córtex cerebral
Grupo
anterior
Grupo medial
Grupo
posterior
Pulvinar
Grupo lateral
(a)
(b)
Corpo
geniculado
lateral
Corpo
geniculado
medial
Aferência
sensitiva
geral
Lobo parietal e
giro do cíngulo
Lobos
frontais
G r u p o
v e n t r a l
Lobo
frontal
Lobo parietal
Lobo
occipital
Figura 15.13 O tálamo.
(a) Vista lateral do encéfalo, mostrando as posições das principais estruturas 
talâmicas. Áreas funcionais do córtex cerebral também estão indicadas, com 
cores correspondentes àquelas dos núcleos do tálamo associados. (b) Vista au-
mentada dos núcleos do tálamo do lado esquerdo. A cor de cada núcleo ou grupo 
de núcleos acompanha a cor da área cortical associada. Os quadros fornecem 
exemplos de tipos de aferência sensitiva retransmitidos aos núcleos da base e 
córtex cerebral ou indicam a existência de importantes vias de retroalimentação 
(feedback) envolvidas com estados emocionais, aprendizagem e memória.
TABELA 15.6 O tálamo
Estrutura/núcleos Funções
GRUPO ANTERIOR Parte do sistema límbico
GRUPO MEDIAL Integra informação sensitiva e outras informações que chegam ao tálamo e hipotálamo e as projeta para os lobos frontais dos hemisférios cerebrais
GRUPO VENTRAL Projeta informação sensitiva ao córtex sensitivo primário do lobo parietal; retransmite informação do cerebelo e dos núcleos da base para as 
áreas motoras do córtex cerebral
GRUPO POSTERIOR
Pulvinar
Corpo geniculado lateral
Corpo geniculado medial
Integra informação sensitiva e a projeta para as áreas de associação do córtex cerebral
Projeta informação visual para o córtex visual do lobo occipital
Projeta informação auditiva para o córtex auditivo do lobo temporal
GRUPO LATERAL Forma vias de retroalimentação envolvendo o giro do cíngulo (estados emocionais) e o lobo parietal (integração de informação sensitiva)
406 O SISTEMA NERVOSO
(Figura 15.12a). Em cerca de 70% da população, as duas aderências inter-
talâmicas se fundem na linha mediana, interconectando os dois tálamos.
Cada tálamo se salienta lateralmente, afastando-se do terceiro ven-
trículo e, anteriormente, em direção ao cérebro (Figuras 15.11b,c, 15.12, 
15.14 e 15.15b). A margem lateral de cada tálamo é determinada pelas 
fibras da cápsula interna. Encravada no interior de cada tálamo, há uma 
massa esferóide composta de vários núcleos do tálamo interconectados.
Funções dos núcleos do tálamo [Figura 15.13 e Tabela 15.6]
Os núcleos do tálamo estão primariamente relacionados à retransmissão 
da informação sensitiva para os núcleos da base e córtex cerebral. Os cin-
co principais grupos de núcleos do tálamo, indicados na Figura 15.13 e 
na Tabela 15.6, são (1) o grupo anterior, (2) o grupo medial, (3) o grupo 
ventral, (4) o grupo posterior e (5) o grupo lateral.
Os 1. núcleos anteriores fazem parte do sistema límbico, desempe-
nhando papel em emoções, memória e aprendizagem. Eles retransmi-
tem informação do hipotálamo e hipocampo para o giro do cíngulo.
Os 2. núcleos mediais fornecem uma percepção consciente de estados 
emocionais, conectando os núcleos da base e centros de emoção no 
hipotálamo com o córtex pré-frontal do cérebro. Esses núcleos tam-
bém integram a informação sensitiva que chega a outras partes do 
tálamo para retransmiti-la aos lobos frontais.
Os 3. núcleos ventrais retransmitem informação para e dos núcleos da 
base e córtex cerebral. Dois destes núcleos (ventral anterior e ventral 
lateral) retransmitem informação relacionada aos comandos motores 
somáticos, dos núcleos da base e cerebelo ao córtex motor primário 
e córtex pré-motor. Eles fazem parte de uma via de retroalimentação 
(feedback) que auxilia a planejar um movimento e depois a refiná-lo. O 
núcleo ventral posterior retransmite informação sensitiva relacionada a 
tato, pressão, dor, temperatura e propriocepção da medula espinal e do 
tronco encefálico para o córtex sensitivo primário do lobo parietal.
Os 4. núcleos posteriores incluem os núcleos do pulvinar e os corpos 
geniculados. O pulvinar integra informação sensitiva e a projeta nas 
áreas de associação do córtex cerebral. O corpo geniculado lateral 
(genicula, pequeno joelho) de cada tálamo recebe informação visual 
dos olhos, trazida pelo trato óptico. As fibras eferentes se projetam 
no córtex visual e também descendem para o mesencéfalo. O corpo 
geniculado medial retransmite informação auditiva dos receptores 
especializados da orelha interna para o córtex auditivo.
Os 5. núcleos laterais são estações de retransmissão, em vias de retro-
alimentação, que regulam a atividade no giro do cíngulo e lobo pa-
rietal. Portanto, eles afetam os estados emocionais e a integração de 
informação sensitiva.
O hipotálamo [Figuras 15.14/15.15a]
O hipotálamo contém centros envolvidos em emoções e processos vis-
cerais que afetam o cérebro, assim como outros componentes do tronco 
encefálico. Ele também controla uma diversidade de funções autonômi-
cas e faz a ligação entre os sistemas nervoso e endócrino. O hipotálamo, 
que forma o soalho do terceiro ventrículo, se estende da área superior ao 
quiasma óptico, onde os tratos ópticos vindos dos olhos alcançam o cé-
rebro, às margens posteriores dos corpos mamilares (Figura 15.14). (Os 
corpos mamilares foram apresentados na discussão sobre o sistema lím-
bico, na pág. 401.) Posteriormente ao quiasma óptico, o infundíbulo (in-
fundibulum, túnel) se estende inferiormente, conectando o hipotálamo 
à hipófise.No indivíduo vivo, o diafragma da sela (pág. 391) envolve o 
infundíbulo quando este penetra na fossa hipofisial do esfenóide.
Visto em secção sagital mediana (Figuras 15.14 e 15.15a), o soalho do 
hipotálamo, entre o infundíbulo e os corpos mamilares, constitui o túber 
cinéreo (tuber, inchaço), uma área que contém núcleos envolvidos com o 
controle da função hipofisária.
Funções do hipotálamo [Figura 15.14b e Tabela 15.7]
O hipotálamo contém uma diversidade de importantes centros de con-
trole e de integração, além daqueles associados ao sistema límbico. Estes 
centros e suas funções estão resumidos na Figura 15.14b e na Tabela 
15.7. Os centros hipotalâmicos estão continuamente recebendo infor-
mação sensitiva do cérebro, do tronco encefálico e da medula espinal. 
Os neurônios hipotalâmicos detectam e respondem às alterações na 
composição do líquido cerebrospinal e do líquido intersticial; eles tam-
bém respondem a estímulos provenientes do sangue circulante, devido 
à grande permeabilidade dos capilares nesta região. As funções hipotalâ-
micas incluem:
Controle subconsciente das contrações dos músculos esqueléticos1. : Pela 
estimulação de centros apropriados em outras partes do encéfalo, os 
núcleos hipotalâmicos comandam padrões motores somáticos asso-
ciados com emoções de raiva, prazer, dor e estímulo sexual.
Controle da função autonômica2. : Os centros hipotalâmicos regulam e 
coordenam as atividades dos centros autonômicos, em outras partes 
do tronco encefálico, relacionados com a regulação da freqüência car-
díaca, pressão sangüínea, respiração e funções digestivas.
Coordenação de atividades dos sistemas nervoso e endócrino3. : A maior 
parte do controle regulador é exercido por meio de estimulação ou 
inibição de células endócrinas na adeno-hipófise.
Secreção de hormônios4. : O hipotálamo secreta dois hormônios: (1) 
hormônio antidiurético, produzido pelo núcleo supra-óptico, que 
restringe a perda de água nos rins, e (2) oxitocina, produzida pelo 
núcleo paraventricular, que estimula a contração da musculatura 
lisa no útero e na próstata e das células mioepiteliais na glândula ma-
mária. Os dois hormônios são levados, por transporte axonal, até o 
infundíbulo, para então serem liberados na circulação geral na neuro-
hipófise.
Instituição de impulsos emocionais e comportamentais5. : Centros hipo-
talâmicos específicos produzem sensações que levam a alterações nos 
padrões de comportamento voluntário ou involuntário. Por exemplo, 
a estimulação do centro da sede produz o desejo de beber.
Coordenação entre funções voluntárias e autonômicas6. : Quando você 
enfrenta uma situação de estresse, as freqüências cardíaca e respira-
tória aceleram e seu corpo se prepara para a emergência. Estes ajustes 
autonômicos são realizados porque atividades cerebrais são reguladas 
pelo hipotálamo. O sistema nervoso autônomo (SNA) é uma divisão 
do sistema nervoso periférico*. l pág. 341 O SNA consiste em duas 
partes: (1) simpática e (2) parassimpática. A parte simpática estimula 
o metabolismo dos tecidos, aumenta o estado de alerta e prepara o 
corpo para responder às emergências; a parte parassimpática estimu-
la as atividades sedentárias e conserva a energia corporal. Essas partes 
e suas relações serão discutidas no Capítulo 17.
Regulação da temperatura corporal7. : A área pré-óptica do hipotálamo 
controla as respostas fisiológicas frente a alterações da temperatura 
corporal. Dessa maneira, coordena as atividades de outros centros do 
SNC e regula outros sistemas fisiológicos.
Controle de ritmos circadianos8. : O núcleo supra-quiasmático coorde-
na os ciclos de atividade diária relacionados ao ritmo circadiano (ci-
clo dia-noite). Esse núcleo recebe aferência direta da retina do olho, 
e sua eferência regula as atividades de outros núcleos hipotalâmicos, 
glândula pineal e formação reticular.
 * N. de R.T. Na realidade, o SNA também tem componentes no SNC, fazendo parte dos 
dois sistemas.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
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