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Aula 07 - Conteúdo Online - Fatores climáticos - Altitude, vegetação e mar

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Os fatores climáticos são fundamentais para a 
diferenciação dos tipos climáticos no Planeta Terra. 
Nesta aula, trataremos dos fatores altitude, relevo, 
cobertura vegetal e correntes marinhas, para 
compreender como eles influenciam os diferentes 
elementos climáticos. Discutiremos a formação dos 
efeitos de El Niño e La Niña no clima mundial. 
Altitude é a distância vertical medida entre um 
determinado ponto e o nível médio do ar. A altitude 
influencia determinantemente a temperatura, a 
pressão e a precipitação de um lugar. 
O relevo está associado a diferenciação das 
encostas quanto à localização do sol e da circulação 
dos ventos e contribui para a distribuição da 
temperatura, umidade e precipitação. 
As correntes marítimas, de acordo com suas 
condições termodinâmicas podem influenciar no 
arranjo climático, na umidade, na precipitação e na 
temperatura. 
• Examinar os efeitos dos fatores altitude e 
relevo na diferenciação do clima; 
• Analisar a influência da cobertura vegetal nos 
elementos climáticos; 
• Identificar e compreender a dinâmica e a 
importância das correntes marítimas quentes 
e frias; 
A altitude influencia o clima, sobretudo através 
da pressão atmosférica. Sabe-se que a pressão do ar 
é responsável pelo aumento das temperaturas. Assim, 
quanto maior a pressão, mais quente fica; quanto 
menor a pressão, mais frio. 
 
 
 
 
A redução da temperatura forma nuvens. Com 
isto: 
• A nebulosidade tem forte variação com a 
altitude e também contribui para a variação 
da temperatura. 
• O aumento da altitude provoca um aumento 
da nebulosidade e uma redução da insolação, 
o que reduz a radiação solar que influencia 
na temperatura. 
A luz solar propaga-se para o espaço, em todas as 
direções e em quantidades de energia elevadíssimas 
(radiação solar), mas só uma pequena parte atinge a 
superfície da Terra. 
 
A quantidade de energia solar na superfície da 
terra varia de lugar para lugar. Há uma distribuição 
desigual desta energia. 
No caso da temperatura, quanto maior a 
altitude, menor a temperatura, uma vez que os raios 
solares, que aquecem a atmosfera, são absorvidos 
pela superfície terrestre. Quanto mais longe do nível 
do mar, menor é a temperatura. 
De acordo com Torres e Machado (2008), em 
média, a temperatura do ar diminui aproximadamente 
0,6ºC a cada 100 metros de altitude. 
A redução da temperatura por causa de 
elevada altitude ocorre, também, porque o ar se torna 
rarefeito. Isso quer dizer que a concentração de gases 
e umidade é menor, reduzindo a retenção de calor 
na alta atmosfera. Quanto maior a altitude, menos 
intensa será a irradiação. 
Climatologia Climatologia 
–
https://brasilescola.uol.com.br/quimica/pressao-atmosferica.htm
Comparação das temperaturas das cidades 
paulistas de Santos, localizadas ao nível do mar, e 
Campos do Jordão, a 1.630m de altitude. As 
temperaturas nas áreas mais elevadas são menores 
do que nas perto do nível do mar (Figura 1). 
Figura 1 – Comparação das normais climatológicas de temperaturas de 
Santos (SP) e Campos do Jordão (SP). 
 
Fonte: Dados adquiridos com o INMET. Elaborado pela autora. 
A nebulosidade tem forte variação com a 
altitude e contribui para a variação da temperatura. O 
aumento da altitude provoca um aumento da 
nebulosidade e uma redução da insolação, o que 
reduz a radiação solar que influencia a temperatura. 
Observe a Figura 2, que demonstra a variação 
da nebulosidade e insolação nas cidades no litoral do 
Rio de Janeiro, e de Teresópolis (RJ), a quase 900m 
de altitude. A nebulosidade é maior na capital serrana, 
o que resulta em menor insolação. Ocorre o 
contrário, no centro carioca. 
Figura 2 – Comparação das normais climatológicas de insolação e 
nebulosidade do Rio de Janeiro (RJ) e de Teresópolis (RJ). 
 
Fonte: Dados adquiridos com o INMET. Elaborado pela autora. 
De forma geral, o Brasil não conta com um 
relevo muito acentuado, fruto de constante processo 
erosivo, ao longo de milhões de anos, mas no trecho 
brasileiro mais a leste, entre as regiões Sudeste e Sul, 
a Serra Geral está situada sobre um relevo mais 
acidentado, com altitudes que podem alcançar 
milhares de metros (Figura 3). 
Figura 3 – Distribuição das altitudes no Brasil. 
 
Fonte: Guia Geográfico. Mapa Físico do Brasil (2017). 
Exemplos de áreas elevadas: 
 
De acordo com Correa (2017), o Parque 
Nacional do Itatiaia, no Sul Fluminense, registrou em 
julho, as 3h da madrugada, a temperatura mais baixa 
do ano, quando os termômetros assinalaram -8,7°C, 
na estação meteorológica do Posto Marcão, localizada 
a 2.469 metros de altitude. 
Na Serra Gaúcha, é comum a formação de 
geada. Em julho de 2016, a Serra Gaúcha registrou 
baixas temperaturas, como foi o caso do município 
de Serafina Corrêa (RS), onde os termômetros 
marcavam -4,2°C por volta das 6h (Nagel, 2016). 
No que se refere ao relevo, é bom destacar 
que as montanhas dificultam o deslocamento de 
massas de ar, influenciando a umidade e a pluviosidade 
local. Em centros urbanos localizados entre montanhas 
pode fazer mais calor do que em outro local próximo 
que não sofra este fator climático. Isso ocorre porque 
o vento tem mais dificuldade para dispersar o ar 
quente em áreas cercadas por montanhas. 
Observe o gráfico (Figura 4) com a 
comparação das temperaturas nas cidades paulistas 
de Bananal (na Serra do Mar) e Taubaté (no Médio 
Vale do Paraíba), onde o relevo é mais plano e os 
ventos circulação com certa liberdade, contribuindo 
para amenização das temperaturas. 
Figura 4 – Comparação das normais climatológicas de intensidade dos 
ventos de Taubaté e Bananal. 
 
Fonte: Dados adquiridos com o INMET. Mapa adaptado de Google Maps. 
Elaborado pela autora. 
As montanhas também podem ser barreiras 
para a chegada de massas de ar úmidas em 
determinadas regiões, deixando-as mais secas. 
Observe o gráfico com a comparação das 
precipitações nas cidades paulistas de Santos, no 
litoral, e Taubaté, no Médio Vale do Paraíba, onde o 
total pluviométrico é bem menor do que na cidade 
oceânica. 
Figura 5 – Comparação das normais climatológicas de intensidade dos 
ventos de Taubaté e Santos. 
 
Fonte: Dados adquiridos com o INMET. Mapa adaptado de Google Maps. 
Elaborado pela autora. 
O relevo é um fator que influência no clima, 
pois a sua atuação pode servir como barreira 
holográfica para massas de ar e também devido a 
variação de altitude que vai influenciar diretamente 
na pressão atmosférica. Dessa forma, o relevo pode 
influenciar tanto na umidade quanto na temperatura, 
sendo um fator condicionante dos climas locais 
Com isto: 
• A altitude das montanhas influencia na 
temperatura, umidade, nebulosidade e 
precipitação. 
• As montanhas dificultam o deslocamento de 
massas de ar, influenciando a umidade e a 
pluviosidade local. 
• Em mesma altitude, centros urbanos entre 
montanhas tem temperatura diferente 
daquela a sota-vento. 
As montanhas também podem ser barreiras 
para a chegada de massas de ar úmidas em 
determinadas regiões, deixando-as mais secas. 
 
Há estreita relação entre a diversidade e 
distribuição vegetal, e os elementos do clima, como 
precipitação, temperatura, umidade, insolação, 
radiação solar e ventos. Sadourny (1994) afirma “entre 
o clima e a vegetação existe uma estreita Simbiose” 
(p.56). 
Além do clima, outros aspectos que influenciam 
a distribuição e diversidade do vegetal, como o tipo 
de solo e altitude. Mas, claramente, o clima é o 
principal determinante da variedade de espécies, 
sobretudo no que se refere à quantidade de chuva. 
A grande variedade vegetacional na faixa 
intertropical influencia e é influenciado pela forte 
evapotranspiração, umidade do ar e precipitação. 
As matas influem na temperatura, 
especialmente nas máximas, que são mais moderadas 
em função da sombra que proporcionam, do calor 
que absorvem e da evaporaçãoda água que 
transpiram (TORRES e MACHADO, 2008). 
As densas florestas da Amazônia brasileira 
retêm grande quantidade de umidade. A transpiração 
das folhas chega a representar 50% do volume de 
água transferido dos solos para a atmosfera 
(BRANCO, 1988). Essa transpiração ocorre pelas folhas, 
que levam a água do solo para o ar. Quanto maior o 
tamanho da folha do vegetal, maior é a sua capacidade 
de transferência. 
 
De acordo com Nobre (2014), a água, ao 
evaporar, resfria a folha e o ambiente. Mas, a 
transpiração nas plantas é muito mais importante que 
isso. 
A transpiração promove a sucção pelas raízes 
e o fluxo ao longo do tronco, até as folhas, da água 
do solo, que carrega consigo nutrientes; permite que 
a folha abra seus microportais para a atmosfera 
(estômatos), por onde sai o vapor, mas também por 
onde entra o adubo gasoso mais essencial, o CO2. Os 
odores produzidos pelas plantas, os gases orgânicos 
que desempenham muitos papéis no funcionamento 
da atmosfera e das chuvas, saem junto com a água 
transpirada. 
 
 
Locais mais próximos de densa vegetação, 
como é o caso da Amazônia, apresentam maiores 
índices de umidade absoluta no ar, do que áreas com 
outros usos, como urbanização ou com pecuária 
extensiva. 
A densa vegetação também pode reduzir a 
incidência dos raios solares no solo, através as copas 
das árvores e várias camadas de extratos vegetais, 
resultando na redução da insolação. 
O gráfico da Figura 6, mostra a comparação 
de insolação de duas cidades amazônicas. Benjamim 
Constante é uma pequena cidade e a maior parte do 
seu território está recoberto pela floresta ombrófila 
densa. A capital Manaus já foi desmatada, com o 
crescimento urbano-industrial. A insolação é maior na 
capital amazonense. 
Figura 6 – Comparação das normais climatológicas de insolação entre 
Benjamim Constant e Manaus, no Estado do Amazonas. 
 
 
 
Fonte: Dados adquiridos com o INMET. Elaborado pela autora. 
Nos grandes centros urbanos existem muitas 
construções, ou seja, muito concreto e asfalto, fatores 
que aumentam a retenção do calor. As áreas verdes 
costumam ser pequenas e poucas, em função do 
adensamento urbano. Com grande quantidade de 
veículos automotores, a poluição do ar também é 
elevada. 
Esses elementos favorecem a formação de 
ilhas de calor, alterando o clima das grandes cidades. 
A urbanização tende a elevar a temperatura média 
anual de uma determinada região. 
Além da umidade, a vegetação também é 
influenciada pela temperatura, ou seja, existe vegetal 
que gosta de índices térmicos mais elevados, como é 
o caso de cana-de-açúcar e do café, e há estrutura 
florística que se adapta melhor a baixas temperaturas, 
como cevada e trigo. Com as árvores não é diferente. 
A floresta Ombrófila Densa prefere áreas tropicais. 
Ex: Figueira 
 
A floresta Ombrófila Mista assenta-se melhor em 
climas mais amenos como por exemplo: pinheiro-do-
paraná. 
 
Você já parou para pensar na relação 
vegetação, temperatura e altitude? A temperatura 
diminui com a altitude, o que resulta na diferenciação 
de vegetação, ao longo de uma encosta (Figura 7). 
Figura 7 – Mudanças dos tipos vegetais com a altitude. 
 
Para Torres e Machado (2008), a presença de 
vegetação aumenta a quantidade de húmus e da 
umidade do solo. O húmus é derivado da 
decomposição das folhas e funciona como material 
aglutinante, gelatinoso, produzindo a agregação das 
pequenas partículas de argila, facilitando a penetração 
da água. 
 
A influência da vegetação sobre o clima 
acontece de diferentes formas, influenciando tanto no 
albedo quanto na umidade e nas variações de 
temperatura. Isso significa dizer que alterar a 
cobertura vegetal de um dado local é também 
propiciar alterações climáticas no local da intervenção 
e também em outras partes do planeta. 
As formações vegetais possuem a importante 
função de absorver parte da energia solar que incide 
sobre a superfície terrestre. Assim, quando o grau de 
reflexão é maior (o que chamamos de albedo), maior 
tende a ser o impacto do efeito estufa, pois haverá 
mais radiação disseminando-se e retornando para a 
atmosfera. Dessa forma, áreas mais abertas, com 
menor presença de vegetação, tendem a absorver 
mais calor, provocando o aumento das temperaturas. 
Portanto: 
• Há estreita relação entre a diversidade e 
distribuição vegetal e os elementos do clima, 
como precipitação., temperatura, umidade, 
insolação, radiação solar e ventos. 
• O clima é o principal determinante da 
variedade de espécies, sobretudo no que se 
refere a quantidade de chuva. 
 
 
 
Centros urbanos: 
• Desmatamento; 
 
• Construções; 
• Retenção de calor; 
• Veículos automotores; 
• Ilhas de calor; 
• Pouca nebulosidade.; 
As águas dos oceanos podem armazenar 
grande quantidade de energia solar. Só que diferente 
do continente, os oceanos liberam essa energia para 
o ar muito lentamente, o que faz com que essa 
enorme massa-d’água se transforma em um 
importante regulador do clima e dos fenômenos 
meteorológicos. 
A faixa intertropical recebe mais radiação solar, 
mas, essa região não sofre um aquecimento 
contínuo, por período indefinido. E nas regiões polares 
não se tornam progressivamente mais frias por causa 
da movimentação das correntes marítimas ou 
oceânicas. 
As correntes oceânicas são os deslocamentos 
massas de água, como se fossem rios, dentro dos 
grandes oceanos e mares. Elas podem ser 
classificadas em frias ou quentes, dependendo da sua 
origem, em ambiente polar ou tropical, 
respectivamente, e causam grande influência na 
temperatura e precipitação dos continentes (Figura 
8). 
Figura 8 – Distribuição das correntes marinhas no planeta terra. 
 
Fonte: BRITO (2017). 
Os fluxos aquosos conduzem calor para os 
polos e vice-versa, contribuindo para a regulação das 
temperaturas do planeta. Na maioria das vezes, essas 
correntes são geradas pelos ventos, que transferem 
energia para os metros superiores dos oceanos, 
colocando a água em movimento e transportando 
energia e calor de um lugar para outro do oceano. 
De acordo com Miller (1982), pode-se dizer que, 
em linhas gerais, no globo, tem-se um vasto 
movimento de leste a oeste na zona equatorial 
compensado por um movimento no sentido inverso 
na zona temperada, completando a circulação por um 
movimento em direção ao polo nas bordas orientais 
dos continentes e outro em direção ao Equador, ao 
longo das costas ocidentais dos continentes. 
O resultado é que nas baixas latitudes, há um 
aquecimento das costas orientais dos continentes e 
um resfriamento das costas ocidentais. 
Além da temperatura, é importante considerar 
a salinidade. Locais onde a evaporação é grande, 
sobre mais sal na água, por isso as correntes 
formadas nessas regiões são mais salinas, ou seja, 
mais densas, por isso correm em áreas mais 
profundas, do que aquelas correntes geradas em 
áreas com forte precipitação. 
Na aula 5, estudamos as faixas de AP e BP no 
globo terrestre e sabemos que perto do Equador é 
um local de BP, e perto da latitude 30º, seja para norte 
ou para sul, há centros de AP. 
Figura 9 – Esquema geral representativo da combinação dos processos 
extrínsecos na salinidade da água. 
 
Fonte: Adaptado de Strahler (1982). 
Há ainda a considerar dois tipos de forças que 
modificam a direção das correntes: 
 
 
As correntes formadas em ambientes quentes 
levam a forte evaporação e condensação, 
provocando chuvas abundantes, e as correntes que 
conduzem águas de baixa temperatura estabilizam o 
ar, sendo responsáveis por áreas mais secas. 
Existem correntes que têm importância 
mundial, como é o caso da corrente do Golfo e de 
Humboldt (Figura 10). 
Figura 10 – Correntes de Humboldt e do Golfo. 
 
Fonte: Hansen (2017). 
A corrente do Golfo se origina no Atlântico 
Norte, na faixa intertropical e se desloca pela costa 
norte-americana, ultrapassao Oceano Atlântico e 
alcança a costa da Noruega, na Europa Setentrional. 
Ela é responsável pelo transporte de água quente a 
altas latitudes, amenizando o clima do norte europeu 
ocidental. 
Outra corrente muito discutida é a corrente fria 
de Humboldt, que corre pela costa pacífica da 
América do Sul, sobretudo no Chile, interferindo no 
clima local e principal responsável pelo 
desenvolvimento do Deserto do Atacama. 
As baixas temperaturas da corrente de 
Humboldt (ou do Peru) levam baixa umidade para a 
costa, fazendo com que o ambiente ao redor fique 
seco e atraia toda a umidade das áreas circunvizinhas, 
inclusive do continente próximo, na costa chilena. 
Aliado a outros fatores climáticos, é nesse lugar que 
se formou o deserto mais seco do planeta, o Deserto 
do Atacama, no Chile (Figura 11). 
Figura 11 – Esquema ilustrativo com localização e fatores contribuintes 
para a formação do Deserto do Atacama. 
 
Fonte: Adaptado de Sene & Moreira (2017) e do Google Maps. 
As principais correntes marítimas que atuam 
no território brasileiro são as correntes quentes da 
Guiana e do Brasil, originadas da corrente da Guiné e 
a corrente fria das Malvinas (ou corrente das 
Falklands). 
Figura 12 – Esquema ilustrativo com localização das correntes que 
influenciam o território brasileiro. 
 
 
No Oceano Atlântico, a corrente que sai da 
Antártica passa pela costa africana, com o nome de 
corrente de Benguela e sofre progressivo 
aquecimento, transformando-se na corrente Sul 
Equatorial, quente, que flui de leste a oeste. Ao 
encontrar a costa Nordeste do Brasil, bifurca-se, 
originando dois fluxos superficiais quentes, a corrente 
do Brasil, que corre na direção sul, e a corrente das 
Guianas, que segue para Noroeste, em direção ao 
Caribe. 
Em direção ao Nordeste e Sudeste, a corrente 
do Brasil: 
 
Oriunda também da corrente Sul Equatorial, o 
fluxo da corrente das Guianas tem características 
muito semelhantes à corrente do Brasil, mas desloca-
se para a Região Norte e contribui para a formação 
da corrente do Golfo. Na porção sul brasileira, vindo 
da Argentina e Uruguai, chega a corrente das 
Malvinas (Falklands) oriunda das massas aquosas 
geladas da Antártica. 
Da mistura entre as correntes das Malvinas 
(frias) e do Brasil (quentes) é criada a Água Central do 
Atlântico Sul, de menor temperatura, estabelecendo 
um fenômeno denominado de Convergência 
Subtropical. 
Esse novo fluxo corre a grandes 
profundidades, mas pode chegar à superfície em 
diversos locais próximos à costa do Brasil (Cabo Frio-
RJ e Cabo de Santa Marta-SC). A subida à superfície 
recebe o nome de ressurgência e ocorre, 
principalmente, no verão, devido aos ventos 
provenientes de Nordeste, levando águas muito frias 
para o litoral. 
Vieira, Matschinske e Alves (2017) informam 
que no litoral fluminense onde ocorre a ressurgência, 
a temperatura da água diminui até a 14ºC, mesmo nos 
meses quentes de verão. O fenômeno é responsável 
pelo enclave fitogeográfico das caatingas de Macaé-
Cabo Frio (AB’SABER, 2003), onde a corrente fria 
ajuda na manutenção de caatinga rodeada pela Mata 
Atlântica. Chove pouquíssimo nessa região e a 
vegetação precisou se adaptar à pouca umidade no 
solo. 
A corrente Sul-Equatorial do oceano Atlântico, 
que se movimenta no sentido leste-oeste na altura do 
equador, bifurca-se ao alcançar a costa nordestina 
brasileira. A que se desvia para o norte, é denominada 
corrente das Guianas, e a que se volta para o sul, 
corrente do Brasil. Esta, ao se encontrar com a das 
Malvinas, afasta-se da costa, fluindo em direção leste 
A corrente marinha do Brasil juntamente com 
a corrente das Malvinas, acaba influenciando num 
fenômeno conhecido como Ressurgência. 
 
Fonte: Master Drive 
Fonte: Adaptado do Google Maps. Elaborado pela autora. 
 
O afloramento ou ressurgência é um 
fenômeno oceanográfico que consiste na subida de 
águas subsuperficiais, mais frias, muitas vezes ricas em 
nutrientes, para camadas superficiais no oceano. A 
maior disponibilidade em regiões de afloramento 
resulta em altos níveis de produtividade primária e 
produção pesqueira. 
Esse fenômeno faz com que na hora em que 
se aproximarem uma da outra, a corrente que está 
abaixo cheia de nutrientes, ela fique dura com os 
ventos que estão no litoral, faça com que empurre a 
corrente que está acima, permitindo que essa que 
esteja em baixo ressurja na superfície 
É importante observar que os oceanos e a 
atmosfera vivem um processo de interatividade 
permanente. Na Figura 13, há o destaque para o 
movimento do vento, na Costa pacífica da América 
do Sul. 
O vento é para oeste, normalmente. 
Aproveitando que o vento empurra as camadas 
superficiais do oceano, a corrente de Humboldt 
emerge na região, levando grande quantidade de 
plâncton, que atrai muitos peixes, fato que faz do Peru 
um dos principais produtores de pescado em escala 
mundial. 
Figura 13 – Esquema com circulação geral e corrente de Humboldt. 
 
Fonte: Destruidores do ENEM. 
Os pescadores do Peru observaram um 
anormal aquecimento de sua costa, anualmente, perto 
do Natal e chamaram o fenômeno de El Niño, uma 
vez que essa ressurgência resulta em acréscimo de 
peixe na superfície marítima (Figura 14). 
Figura 14 – Movimentação da água, no Oceano Pacífico, sob efeito de El 
Niño. 
 
 
Essa anomalia climática é uma forte alteração 
do sistema oceano-atmosfera na faixa tropical do 
Oceano Pacífico, influenciando o clima de todo o 
planeta. 
O El Niño altera o padrão dos ventos alísios, 
enfraquecendo-o, resultando em mudanças na 
circulação geral da atmosfera. 
Imagine o que isso causa nos padrões de 
transporte de umidade, e nas variações de distribuição 
de chuva em regiões tropicais e de latitudes médias 
e altas. Em algumas regiões do globo também são 
observados aumento ou queda de temperatura 
(Brasil, 2017). 
Os impactos do El Niño no Brasil são variados, 
afinal, o país tem vasto território e grande diversidade 
climática. O fenômeno pode produzir fortes estiagens 
na normalmente chuvosa Amazônia e causar 
enchentes na Região Sul. 
Podemos definir o El Niño como um fenômeno 
atmosférico-oceânico que provoca o aquecimento 
anormal das águas do Oceano Pacífico tropical, 
influenciando bastante a distribuição da temperatura 
da superfície da água e, consequentemente, o clima 
de várias regiões do mundo. O fenômeno foi 
percebido pela primeira vez, por pescadores da costa 
oeste da América do Sul. Devido ao fato do El Niño 
ocorrer no final do ano, esses pescadores deram o 
nome de “El Niño” em referência ao menino Jesus, 
principal figura do Natal. 
Fonte: Elaborado pela autora com o uso do Google Maps. 
 
Normalmente, os ventos alísios sopram com 
certa intensidade na costa oeste da América do Sul, 
provocando a ressurgência de águas profundas, mais 
frias e carregadas de nutrientes. O El Niño faz com 
que esses ventos soprem em uma intensidade 
menor, causando a ressurgência de águas mais 
quentes. Essas águas podem causar 
significativas mudanças climáticas em vários países. 
 
O clima é influenciado por uma gama muito 
ampla e variada de elementos, sendo sensível a 
alterações de cada um deles. Temperatura, pressão, 
massas de ar, regime de chuvas, latitude, altitude, 
vegetação, relevo e muitos outros fenômenos e 
fatores estão interligados entre si, influenciando-se 
mutualmente. No entanto, alguns acontecimentos 
climáticos são classificados como anomalias, 
representando alterações no sistema atmosférico e 
provocando mudanças em várias partes do planeta. 
▪ Região Norte – redução das chuvas nas 
porções leste e norte da Floresta Amazônica, 
caracterizando algumas estiagens cíclicas 
para a região da floresta e aumento de 
problemas com as queimadas 
▪ Região Centro-Oeste – aumento das chuvas 
durante o verão e elevação intensiva das 
temperaturas na segunda metade do ano,quando já faz muito calor. 
▪ Região Nordeste – secas severas nas áreas 
centrais e norte da região Nordeste, 
afetando, principalmente, a região conhecida 
como Polígono das Secas, que passa a viver 
crises dramáticas relativas à escassez hídrica. 
▪ Sudeste – Aumento das temperaturas 
durante o inverno e intensificação do regime 
de chuvas. 
▪ Sul – Manifestação de chuvas torrenciais, 
muito acima das médias históricas para a 
região, além da intensificação das 
temperaturas. 
O La Niña é um fenômeno exatamente inverso. 
Ela representa um esfriamento anormal das águas do 
oceano Pacífico em virtude do aumento da força dos 
ventos alísios. No Brasil, o La Niña provoca os efeitos 
opostos, com a intensificação das chuvas na 
Amazônia, no Nordeste e em partes do Sudeste. 
Além disso, o La Niña provoca a queda das 
temperaturas na América do Norte e na Europa. 
 
Fonte: Mundo Educação. 
Os eventos climáticos anômalos do Pacífico são 
cíclicos, ou seja, repetem-se durante um determinado 
tempo, podendo manifestar-se a cada três ou até 
sete anos. O El Niño, no entanto, vem sendo mais 
comum que o La Niña em razão dos eventos 
climáticos globais e também da Oscilação Decadal do 
Pacífico, um comportamento igualmente cíclico de 
variações das águas do maior oceano do mundo e 
que dura, em média, 20 anos. 
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/la-nina.htm
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/oscilacao-decadal-pacifico.htm
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Questão 01 - Altitude é a distância vertical medida 
entre um determinado ponto e o nível médio do mar. 
É um importante fator climático que pode influenciar 
principalmente quais elementos do clima? 
a) Temperatura e pressão atmosférica. 
b) Precipitação e tipos de ventos. 
c) Maritimidade e continentalidade. 
d) Correntes marinhas e relevo. 
e) Vegetação e massas de ar. 
Questão 02 - Há estreita relação entre a diversidade 
e distribuição vegetal e os elementos do clima, como 
precipitação, temperatura, umidade, insolação, 
radiação solar e ventos. Na estrutura da planta, qual o 
principal componente responsável pela 
evapotranspiração do vegetal? 
a) Tronco. 
b) Raízes. 
c) Folhas. 
d) Flores. 
e) Frutos. 
Questão 03 – Leia o texto: 
“O Deserto do Atacama está localizado no norte do 
Chile, abrangendo áreas também do Peru, tendo 
cerca de 200 quilômetros de extensão, 
caracterizando-se como o deserto mais seco e 
elevado do planeta. Ambas as condições estão 
completamente ligadas, já que a aridez provocada 
pela falta de chuvas do Atacama se dá por conta da 
sua altitude, impedindo que as nuvens carregadas 
cheguem à região. Outro culpado poderia ser a 
Cordilheira dos Andes, que se transforma em uma 
barreira para os ventos úmidos do oceano até o 
deserto.” 
SOARES DE JESUS, Fernando. Deserto do 
Atacama, o deserto mais seco do mundo. 
Além das causas explicitadas no texto, as 
correntes marítimas contribuem para a manutenção 
de baixa umidade do Deserto do Atacama. Qual a 
principal corrente responsável pela pequena 
pluviosidade desse deserto? 
a) Corrente das Guianas. 
b) Corrente do Golfo. 
c) Correntes das Malvinas. 
d) Correntes de Humboldt. 
e) Correntes do Brasil. 
Questão 04 - De acordo com seus conhecimentos 
sobre os fatores que influenciam o clima dos diversos 
lugares do planeta, é correto afirmar que: 
a) Quanto maior a latitude, maiores são as 
médias térmicas anuais. 
b) Quanto menor a altitude, menor a 
temperatura. 
c) As massas de ar são enormes bolsões de ar 
que se mantém estáticas na superfície da 
terra. 
d) A maior ou menor proximidade de grandes 
quantidades de água exerce forte influência 
no comportamento da umidade relativa do ar, 
no entanto, não há influência na temperatura. 
e) O relevo influi na temperatura e na umidade 
do ar, ao facilitar ou dificultar a circulação de 
massas de ar. 
Questão 05 - Observe a imagem a seguir: 
 
Visão do Monte Everest. 
O fator determinante para o clima da área 
retratada pela imagem é: 
a) A latitude. 
b) A continentalidade. 
c) As massas de ar. 
d) O albedo. 
e) A altitude. 
Questão 06 - Leia o texto a seguir: 
Desmatamento da Amazônia interfere no ciclo das 
chuvas. 
Estudo mostra que o impacto da destruição da 
floresta pode alterar o clima do Brasil e de países 
vizinhos. Nos últimos 30 anos, o Brasil já teve 600 mil 
quilômetros quadrados de terras desmatadas. 
Adaptado de: ANBA, 20/03/2009. 
O impacto do desmatamento da Amazônia 
sobre o regime de chuvas se dá pela seguinte 
questão: 
a) Aumento médio das temperaturas. 
b) Contenção das reservas hídricas 
subterrâneas. 
c) Diminuição da emissão de umidade para a 
atmosfera. 
d) Intensificação da convergência das massas de 
ar. 
e) Aumento das anomalias climáticas cíclicas 
Questão 07 (UFMA) - Leia o texto abaixo: 
Clima é a sucessão habitual dos estados do tempo 
meteorológico. A grande variação climática no planeta 
é resultante da interação dos fatores climáticos, que 
são os responsáveis pela grande heterogeneidade 
climática da Terra e estão diretamente relacionados 
com a geografia de cada porção da superfície 
terrestre. 
Em qual das alternativas a seguir há APENAS 
fatores climáticos, isto é, aqueles que contribuem para 
determinar as condições climáticas de uma região do 
globo? 
a) Correntes marítimas, temperatura do ar, 
umidade relativa do ar e grau geotérmico. 
b) Temperatura do ar, pressão, altitude, 
hidrografia e massas de ar. 
c) Hidrografia, correntes marítimas, latitude e 
relevo. 
d) Altitude, massas de ar, maritimidade e latitude. 
e) Temperatura do ar, umidade relativa do ar, 
insolação e grau geotérmico. 
Questão 08 (UEL – 2006) - Sobre os 
desdobramentos do fenômeno El Niño no território 
brasileiro, considere as afirmativas a seguir. 
I. No Hemisfério Sul a atuação do fenômeno 
El Niño eleva a frequência e a intensidade 
das frentes frias que avançam sobre as 
regiões Sudeste e Nordeste durante os 
períodos de primavera e verão. 
II. Algumas culturas agrícolas das regiões Sul e 
Sudeste são beneficiadas com o fenômeno 
que propicia um inverno com temperaturas 
acima da média, diminuindo as geadas. 
III. Na região Amazônica, a ocorrência do 
fenômeno El Niño acentua a estação seca e 
contribui com o aumento do risco de 
incêndios causados pelo uso das queimadas 
na agropecuária. 
IV. A região brasileira mais afetada pelo 
fenômeno El Niño é a Centro-Oeste, onde 
prolongados períodos de secas atingem o 
Mato Grosso do Sul. 
Estão corretas apenas as afirmativas: 
a) I e II. 
b) II e III. 
c) III e IV. 
d) I, II e IV 
e) I, III e IV.