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Os fatores climáticos são fundamentais para a diferenciação dos tipos climáticos no Planeta Terra. Nesta aula, trataremos dos fatores altitude, relevo, cobertura vegetal e correntes marinhas, para compreender como eles influenciam os diferentes elementos climáticos. Discutiremos a formação dos efeitos de El Niño e La Niña no clima mundial. Altitude é a distância vertical medida entre um determinado ponto e o nível médio do ar. A altitude influencia determinantemente a temperatura, a pressão e a precipitação de um lugar. O relevo está associado a diferenciação das encostas quanto à localização do sol e da circulação dos ventos e contribui para a distribuição da temperatura, umidade e precipitação. As correntes marítimas, de acordo com suas condições termodinâmicas podem influenciar no arranjo climático, na umidade, na precipitação e na temperatura. • Examinar os efeitos dos fatores altitude e relevo na diferenciação do clima; • Analisar a influência da cobertura vegetal nos elementos climáticos; • Identificar e compreender a dinâmica e a importância das correntes marítimas quentes e frias; A altitude influencia o clima, sobretudo através da pressão atmosférica. Sabe-se que a pressão do ar é responsável pelo aumento das temperaturas. Assim, quanto maior a pressão, mais quente fica; quanto menor a pressão, mais frio. A redução da temperatura forma nuvens. Com isto: • A nebulosidade tem forte variação com a altitude e também contribui para a variação da temperatura. • O aumento da altitude provoca um aumento da nebulosidade e uma redução da insolação, o que reduz a radiação solar que influencia na temperatura. A luz solar propaga-se para o espaço, em todas as direções e em quantidades de energia elevadíssimas (radiação solar), mas só uma pequena parte atinge a superfície da Terra. A quantidade de energia solar na superfície da terra varia de lugar para lugar. Há uma distribuição desigual desta energia. No caso da temperatura, quanto maior a altitude, menor a temperatura, uma vez que os raios solares, que aquecem a atmosfera, são absorvidos pela superfície terrestre. Quanto mais longe do nível do mar, menor é a temperatura. De acordo com Torres e Machado (2008), em média, a temperatura do ar diminui aproximadamente 0,6ºC a cada 100 metros de altitude. A redução da temperatura por causa de elevada altitude ocorre, também, porque o ar se torna rarefeito. Isso quer dizer que a concentração de gases e umidade é menor, reduzindo a retenção de calor na alta atmosfera. Quanto maior a altitude, menos intensa será a irradiação. Climatologia Climatologia – https://brasilescola.uol.com.br/quimica/pressao-atmosferica.htm Comparação das temperaturas das cidades paulistas de Santos, localizadas ao nível do mar, e Campos do Jordão, a 1.630m de altitude. As temperaturas nas áreas mais elevadas são menores do que nas perto do nível do mar (Figura 1). Figura 1 – Comparação das normais climatológicas de temperaturas de Santos (SP) e Campos do Jordão (SP). Fonte: Dados adquiridos com o INMET. Elaborado pela autora. A nebulosidade tem forte variação com a altitude e contribui para a variação da temperatura. O aumento da altitude provoca um aumento da nebulosidade e uma redução da insolação, o que reduz a radiação solar que influencia a temperatura. Observe a Figura 2, que demonstra a variação da nebulosidade e insolação nas cidades no litoral do Rio de Janeiro, e de Teresópolis (RJ), a quase 900m de altitude. A nebulosidade é maior na capital serrana, o que resulta em menor insolação. Ocorre o contrário, no centro carioca. Figura 2 – Comparação das normais climatológicas de insolação e nebulosidade do Rio de Janeiro (RJ) e de Teresópolis (RJ). Fonte: Dados adquiridos com o INMET. Elaborado pela autora. De forma geral, o Brasil não conta com um relevo muito acentuado, fruto de constante processo erosivo, ao longo de milhões de anos, mas no trecho brasileiro mais a leste, entre as regiões Sudeste e Sul, a Serra Geral está situada sobre um relevo mais acidentado, com altitudes que podem alcançar milhares de metros (Figura 3). Figura 3 – Distribuição das altitudes no Brasil. Fonte: Guia Geográfico. Mapa Físico do Brasil (2017). Exemplos de áreas elevadas: De acordo com Correa (2017), o Parque Nacional do Itatiaia, no Sul Fluminense, registrou em julho, as 3h da madrugada, a temperatura mais baixa do ano, quando os termômetros assinalaram -8,7°C, na estação meteorológica do Posto Marcão, localizada a 2.469 metros de altitude. Na Serra Gaúcha, é comum a formação de geada. Em julho de 2016, a Serra Gaúcha registrou baixas temperaturas, como foi o caso do município de Serafina Corrêa (RS), onde os termômetros marcavam -4,2°C por volta das 6h (Nagel, 2016). No que se refere ao relevo, é bom destacar que as montanhas dificultam o deslocamento de massas de ar, influenciando a umidade e a pluviosidade local. Em centros urbanos localizados entre montanhas pode fazer mais calor do que em outro local próximo que não sofra este fator climático. Isso ocorre porque o vento tem mais dificuldade para dispersar o ar quente em áreas cercadas por montanhas. Observe o gráfico (Figura 4) com a comparação das temperaturas nas cidades paulistas de Bananal (na Serra do Mar) e Taubaté (no Médio Vale do Paraíba), onde o relevo é mais plano e os ventos circulação com certa liberdade, contribuindo para amenização das temperaturas. Figura 4 – Comparação das normais climatológicas de intensidade dos ventos de Taubaté e Bananal. Fonte: Dados adquiridos com o INMET. Mapa adaptado de Google Maps. Elaborado pela autora. As montanhas também podem ser barreiras para a chegada de massas de ar úmidas em determinadas regiões, deixando-as mais secas. Observe o gráfico com a comparação das precipitações nas cidades paulistas de Santos, no litoral, e Taubaté, no Médio Vale do Paraíba, onde o total pluviométrico é bem menor do que na cidade oceânica. Figura 5 – Comparação das normais climatológicas de intensidade dos ventos de Taubaté e Santos. Fonte: Dados adquiridos com o INMET. Mapa adaptado de Google Maps. Elaborado pela autora. O relevo é um fator que influência no clima, pois a sua atuação pode servir como barreira holográfica para massas de ar e também devido a variação de altitude que vai influenciar diretamente na pressão atmosférica. Dessa forma, o relevo pode influenciar tanto na umidade quanto na temperatura, sendo um fator condicionante dos climas locais Com isto: • A altitude das montanhas influencia na temperatura, umidade, nebulosidade e precipitação. • As montanhas dificultam o deslocamento de massas de ar, influenciando a umidade e a pluviosidade local. • Em mesma altitude, centros urbanos entre montanhas tem temperatura diferente daquela a sota-vento. As montanhas também podem ser barreiras para a chegada de massas de ar úmidas em determinadas regiões, deixando-as mais secas. Há estreita relação entre a diversidade e distribuição vegetal, e os elementos do clima, como precipitação, temperatura, umidade, insolação, radiação solar e ventos. Sadourny (1994) afirma “entre o clima e a vegetação existe uma estreita Simbiose” (p.56). Além do clima, outros aspectos que influenciam a distribuição e diversidade do vegetal, como o tipo de solo e altitude. Mas, claramente, o clima é o principal determinante da variedade de espécies, sobretudo no que se refere à quantidade de chuva. A grande variedade vegetacional na faixa intertropical influencia e é influenciado pela forte evapotranspiração, umidade do ar e precipitação. As matas influem na temperatura, especialmente nas máximas, que são mais moderadas em função da sombra que proporcionam, do calor que absorvem e da evaporaçãoda água que transpiram (TORRES e MACHADO, 2008). As densas florestas da Amazônia brasileira retêm grande quantidade de umidade. A transpiração das folhas chega a representar 50% do volume de água transferido dos solos para a atmosfera (BRANCO, 1988). Essa transpiração ocorre pelas folhas, que levam a água do solo para o ar. Quanto maior o tamanho da folha do vegetal, maior é a sua capacidade de transferência. De acordo com Nobre (2014), a água, ao evaporar, resfria a folha e o ambiente. Mas, a transpiração nas plantas é muito mais importante que isso. A transpiração promove a sucção pelas raízes e o fluxo ao longo do tronco, até as folhas, da água do solo, que carrega consigo nutrientes; permite que a folha abra seus microportais para a atmosfera (estômatos), por onde sai o vapor, mas também por onde entra o adubo gasoso mais essencial, o CO2. Os odores produzidos pelas plantas, os gases orgânicos que desempenham muitos papéis no funcionamento da atmosfera e das chuvas, saem junto com a água transpirada. Locais mais próximos de densa vegetação, como é o caso da Amazônia, apresentam maiores índices de umidade absoluta no ar, do que áreas com outros usos, como urbanização ou com pecuária extensiva. A densa vegetação também pode reduzir a incidência dos raios solares no solo, através as copas das árvores e várias camadas de extratos vegetais, resultando na redução da insolação. O gráfico da Figura 6, mostra a comparação de insolação de duas cidades amazônicas. Benjamim Constante é uma pequena cidade e a maior parte do seu território está recoberto pela floresta ombrófila densa. A capital Manaus já foi desmatada, com o crescimento urbano-industrial. A insolação é maior na capital amazonense. Figura 6 – Comparação das normais climatológicas de insolação entre Benjamim Constant e Manaus, no Estado do Amazonas. Fonte: Dados adquiridos com o INMET. Elaborado pela autora. Nos grandes centros urbanos existem muitas construções, ou seja, muito concreto e asfalto, fatores que aumentam a retenção do calor. As áreas verdes costumam ser pequenas e poucas, em função do adensamento urbano. Com grande quantidade de veículos automotores, a poluição do ar também é elevada. Esses elementos favorecem a formação de ilhas de calor, alterando o clima das grandes cidades. A urbanização tende a elevar a temperatura média anual de uma determinada região. Além da umidade, a vegetação também é influenciada pela temperatura, ou seja, existe vegetal que gosta de índices térmicos mais elevados, como é o caso de cana-de-açúcar e do café, e há estrutura florística que se adapta melhor a baixas temperaturas, como cevada e trigo. Com as árvores não é diferente. A floresta Ombrófila Densa prefere áreas tropicais. Ex: Figueira A floresta Ombrófila Mista assenta-se melhor em climas mais amenos como por exemplo: pinheiro-do- paraná. Você já parou para pensar na relação vegetação, temperatura e altitude? A temperatura diminui com a altitude, o que resulta na diferenciação de vegetação, ao longo de uma encosta (Figura 7). Figura 7 – Mudanças dos tipos vegetais com a altitude. Para Torres e Machado (2008), a presença de vegetação aumenta a quantidade de húmus e da umidade do solo. O húmus é derivado da decomposição das folhas e funciona como material aglutinante, gelatinoso, produzindo a agregação das pequenas partículas de argila, facilitando a penetração da água. A influência da vegetação sobre o clima acontece de diferentes formas, influenciando tanto no albedo quanto na umidade e nas variações de temperatura. Isso significa dizer que alterar a cobertura vegetal de um dado local é também propiciar alterações climáticas no local da intervenção e também em outras partes do planeta. As formações vegetais possuem a importante função de absorver parte da energia solar que incide sobre a superfície terrestre. Assim, quando o grau de reflexão é maior (o que chamamos de albedo), maior tende a ser o impacto do efeito estufa, pois haverá mais radiação disseminando-se e retornando para a atmosfera. Dessa forma, áreas mais abertas, com menor presença de vegetação, tendem a absorver mais calor, provocando o aumento das temperaturas. Portanto: • Há estreita relação entre a diversidade e distribuição vegetal e os elementos do clima, como precipitação., temperatura, umidade, insolação, radiação solar e ventos. • O clima é o principal determinante da variedade de espécies, sobretudo no que se refere a quantidade de chuva. Centros urbanos: • Desmatamento; • Construções; • Retenção de calor; • Veículos automotores; • Ilhas de calor; • Pouca nebulosidade.; As águas dos oceanos podem armazenar grande quantidade de energia solar. Só que diferente do continente, os oceanos liberam essa energia para o ar muito lentamente, o que faz com que essa enorme massa-d’água se transforma em um importante regulador do clima e dos fenômenos meteorológicos. A faixa intertropical recebe mais radiação solar, mas, essa região não sofre um aquecimento contínuo, por período indefinido. E nas regiões polares não se tornam progressivamente mais frias por causa da movimentação das correntes marítimas ou oceânicas. As correntes oceânicas são os deslocamentos massas de água, como se fossem rios, dentro dos grandes oceanos e mares. Elas podem ser classificadas em frias ou quentes, dependendo da sua origem, em ambiente polar ou tropical, respectivamente, e causam grande influência na temperatura e precipitação dos continentes (Figura 8). Figura 8 – Distribuição das correntes marinhas no planeta terra. Fonte: BRITO (2017). Os fluxos aquosos conduzem calor para os polos e vice-versa, contribuindo para a regulação das temperaturas do planeta. Na maioria das vezes, essas correntes são geradas pelos ventos, que transferem energia para os metros superiores dos oceanos, colocando a água em movimento e transportando energia e calor de um lugar para outro do oceano. De acordo com Miller (1982), pode-se dizer que, em linhas gerais, no globo, tem-se um vasto movimento de leste a oeste na zona equatorial compensado por um movimento no sentido inverso na zona temperada, completando a circulação por um movimento em direção ao polo nas bordas orientais dos continentes e outro em direção ao Equador, ao longo das costas ocidentais dos continentes. O resultado é que nas baixas latitudes, há um aquecimento das costas orientais dos continentes e um resfriamento das costas ocidentais. Além da temperatura, é importante considerar a salinidade. Locais onde a evaporação é grande, sobre mais sal na água, por isso as correntes formadas nessas regiões são mais salinas, ou seja, mais densas, por isso correm em áreas mais profundas, do que aquelas correntes geradas em áreas com forte precipitação. Na aula 5, estudamos as faixas de AP e BP no globo terrestre e sabemos que perto do Equador é um local de BP, e perto da latitude 30º, seja para norte ou para sul, há centros de AP. Figura 9 – Esquema geral representativo da combinação dos processos extrínsecos na salinidade da água. Fonte: Adaptado de Strahler (1982). Há ainda a considerar dois tipos de forças que modificam a direção das correntes: As correntes formadas em ambientes quentes levam a forte evaporação e condensação, provocando chuvas abundantes, e as correntes que conduzem águas de baixa temperatura estabilizam o ar, sendo responsáveis por áreas mais secas. Existem correntes que têm importância mundial, como é o caso da corrente do Golfo e de Humboldt (Figura 10). Figura 10 – Correntes de Humboldt e do Golfo. Fonte: Hansen (2017). A corrente do Golfo se origina no Atlântico Norte, na faixa intertropical e se desloca pela costa norte-americana, ultrapassao Oceano Atlântico e alcança a costa da Noruega, na Europa Setentrional. Ela é responsável pelo transporte de água quente a altas latitudes, amenizando o clima do norte europeu ocidental. Outra corrente muito discutida é a corrente fria de Humboldt, que corre pela costa pacífica da América do Sul, sobretudo no Chile, interferindo no clima local e principal responsável pelo desenvolvimento do Deserto do Atacama. As baixas temperaturas da corrente de Humboldt (ou do Peru) levam baixa umidade para a costa, fazendo com que o ambiente ao redor fique seco e atraia toda a umidade das áreas circunvizinhas, inclusive do continente próximo, na costa chilena. Aliado a outros fatores climáticos, é nesse lugar que se formou o deserto mais seco do planeta, o Deserto do Atacama, no Chile (Figura 11). Figura 11 – Esquema ilustrativo com localização e fatores contribuintes para a formação do Deserto do Atacama. Fonte: Adaptado de Sene & Moreira (2017) e do Google Maps. As principais correntes marítimas que atuam no território brasileiro são as correntes quentes da Guiana e do Brasil, originadas da corrente da Guiné e a corrente fria das Malvinas (ou corrente das Falklands). Figura 12 – Esquema ilustrativo com localização das correntes que influenciam o território brasileiro. No Oceano Atlântico, a corrente que sai da Antártica passa pela costa africana, com o nome de corrente de Benguela e sofre progressivo aquecimento, transformando-se na corrente Sul Equatorial, quente, que flui de leste a oeste. Ao encontrar a costa Nordeste do Brasil, bifurca-se, originando dois fluxos superficiais quentes, a corrente do Brasil, que corre na direção sul, e a corrente das Guianas, que segue para Noroeste, em direção ao Caribe. Em direção ao Nordeste e Sudeste, a corrente do Brasil: Oriunda também da corrente Sul Equatorial, o fluxo da corrente das Guianas tem características muito semelhantes à corrente do Brasil, mas desloca- se para a Região Norte e contribui para a formação da corrente do Golfo. Na porção sul brasileira, vindo da Argentina e Uruguai, chega a corrente das Malvinas (Falklands) oriunda das massas aquosas geladas da Antártica. Da mistura entre as correntes das Malvinas (frias) e do Brasil (quentes) é criada a Água Central do Atlântico Sul, de menor temperatura, estabelecendo um fenômeno denominado de Convergência Subtropical. Esse novo fluxo corre a grandes profundidades, mas pode chegar à superfície em diversos locais próximos à costa do Brasil (Cabo Frio- RJ e Cabo de Santa Marta-SC). A subida à superfície recebe o nome de ressurgência e ocorre, principalmente, no verão, devido aos ventos provenientes de Nordeste, levando águas muito frias para o litoral. Vieira, Matschinske e Alves (2017) informam que no litoral fluminense onde ocorre a ressurgência, a temperatura da água diminui até a 14ºC, mesmo nos meses quentes de verão. O fenômeno é responsável pelo enclave fitogeográfico das caatingas de Macaé- Cabo Frio (AB’SABER, 2003), onde a corrente fria ajuda na manutenção de caatinga rodeada pela Mata Atlântica. Chove pouquíssimo nessa região e a vegetação precisou se adaptar à pouca umidade no solo. A corrente Sul-Equatorial do oceano Atlântico, que se movimenta no sentido leste-oeste na altura do equador, bifurca-se ao alcançar a costa nordestina brasileira. A que se desvia para o norte, é denominada corrente das Guianas, e a que se volta para o sul, corrente do Brasil. Esta, ao se encontrar com a das Malvinas, afasta-se da costa, fluindo em direção leste A corrente marinha do Brasil juntamente com a corrente das Malvinas, acaba influenciando num fenômeno conhecido como Ressurgência. Fonte: Master Drive Fonte: Adaptado do Google Maps. Elaborado pela autora. O afloramento ou ressurgência é um fenômeno oceanográfico que consiste na subida de águas subsuperficiais, mais frias, muitas vezes ricas em nutrientes, para camadas superficiais no oceano. A maior disponibilidade em regiões de afloramento resulta em altos níveis de produtividade primária e produção pesqueira. Esse fenômeno faz com que na hora em que se aproximarem uma da outra, a corrente que está abaixo cheia de nutrientes, ela fique dura com os ventos que estão no litoral, faça com que empurre a corrente que está acima, permitindo que essa que esteja em baixo ressurja na superfície É importante observar que os oceanos e a atmosfera vivem um processo de interatividade permanente. Na Figura 13, há o destaque para o movimento do vento, na Costa pacífica da América do Sul. O vento é para oeste, normalmente. Aproveitando que o vento empurra as camadas superficiais do oceano, a corrente de Humboldt emerge na região, levando grande quantidade de plâncton, que atrai muitos peixes, fato que faz do Peru um dos principais produtores de pescado em escala mundial. Figura 13 – Esquema com circulação geral e corrente de Humboldt. Fonte: Destruidores do ENEM. Os pescadores do Peru observaram um anormal aquecimento de sua costa, anualmente, perto do Natal e chamaram o fenômeno de El Niño, uma vez que essa ressurgência resulta em acréscimo de peixe na superfície marítima (Figura 14). Figura 14 – Movimentação da água, no Oceano Pacífico, sob efeito de El Niño. Essa anomalia climática é uma forte alteração do sistema oceano-atmosfera na faixa tropical do Oceano Pacífico, influenciando o clima de todo o planeta. O El Niño altera o padrão dos ventos alísios, enfraquecendo-o, resultando em mudanças na circulação geral da atmosfera. Imagine o que isso causa nos padrões de transporte de umidade, e nas variações de distribuição de chuva em regiões tropicais e de latitudes médias e altas. Em algumas regiões do globo também são observados aumento ou queda de temperatura (Brasil, 2017). Os impactos do El Niño no Brasil são variados, afinal, o país tem vasto território e grande diversidade climática. O fenômeno pode produzir fortes estiagens na normalmente chuvosa Amazônia e causar enchentes na Região Sul. Podemos definir o El Niño como um fenômeno atmosférico-oceânico que provoca o aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico tropical, influenciando bastante a distribuição da temperatura da superfície da água e, consequentemente, o clima de várias regiões do mundo. O fenômeno foi percebido pela primeira vez, por pescadores da costa oeste da América do Sul. Devido ao fato do El Niño ocorrer no final do ano, esses pescadores deram o nome de “El Niño” em referência ao menino Jesus, principal figura do Natal. Fonte: Elaborado pela autora com o uso do Google Maps. Normalmente, os ventos alísios sopram com certa intensidade na costa oeste da América do Sul, provocando a ressurgência de águas profundas, mais frias e carregadas de nutrientes. O El Niño faz com que esses ventos soprem em uma intensidade menor, causando a ressurgência de águas mais quentes. Essas águas podem causar significativas mudanças climáticas em vários países. O clima é influenciado por uma gama muito ampla e variada de elementos, sendo sensível a alterações de cada um deles. Temperatura, pressão, massas de ar, regime de chuvas, latitude, altitude, vegetação, relevo e muitos outros fenômenos e fatores estão interligados entre si, influenciando-se mutualmente. No entanto, alguns acontecimentos climáticos são classificados como anomalias, representando alterações no sistema atmosférico e provocando mudanças em várias partes do planeta. ▪ Região Norte – redução das chuvas nas porções leste e norte da Floresta Amazônica, caracterizando algumas estiagens cíclicas para a região da floresta e aumento de problemas com as queimadas ▪ Região Centro-Oeste – aumento das chuvas durante o verão e elevação intensiva das temperaturas na segunda metade do ano,quando já faz muito calor. ▪ Região Nordeste – secas severas nas áreas centrais e norte da região Nordeste, afetando, principalmente, a região conhecida como Polígono das Secas, que passa a viver crises dramáticas relativas à escassez hídrica. ▪ Sudeste – Aumento das temperaturas durante o inverno e intensificação do regime de chuvas. ▪ Sul – Manifestação de chuvas torrenciais, muito acima das médias históricas para a região, além da intensificação das temperaturas. O La Niña é um fenômeno exatamente inverso. Ela representa um esfriamento anormal das águas do oceano Pacífico em virtude do aumento da força dos ventos alísios. No Brasil, o La Niña provoca os efeitos opostos, com a intensificação das chuvas na Amazônia, no Nordeste e em partes do Sudeste. Além disso, o La Niña provoca a queda das temperaturas na América do Norte e na Europa. Fonte: Mundo Educação. Os eventos climáticos anômalos do Pacífico são cíclicos, ou seja, repetem-se durante um determinado tempo, podendo manifestar-se a cada três ou até sete anos. O El Niño, no entanto, vem sendo mais comum que o La Niña em razão dos eventos climáticos globais e também da Oscilação Decadal do Pacífico, um comportamento igualmente cíclico de variações das águas do maior oceano do mundo e que dura, em média, 20 anos. https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/la-nina.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/oscilacao-decadal-pacifico.htm https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/oscilacao-decadal-pacifico.htm Questão 01 - Altitude é a distância vertical medida entre um determinado ponto e o nível médio do mar. É um importante fator climático que pode influenciar principalmente quais elementos do clima? a) Temperatura e pressão atmosférica. b) Precipitação e tipos de ventos. c) Maritimidade e continentalidade. d) Correntes marinhas e relevo. e) Vegetação e massas de ar. Questão 02 - Há estreita relação entre a diversidade e distribuição vegetal e os elementos do clima, como precipitação, temperatura, umidade, insolação, radiação solar e ventos. Na estrutura da planta, qual o principal componente responsável pela evapotranspiração do vegetal? a) Tronco. b) Raízes. c) Folhas. d) Flores. e) Frutos. Questão 03 – Leia o texto: “O Deserto do Atacama está localizado no norte do Chile, abrangendo áreas também do Peru, tendo cerca de 200 quilômetros de extensão, caracterizando-se como o deserto mais seco e elevado do planeta. Ambas as condições estão completamente ligadas, já que a aridez provocada pela falta de chuvas do Atacama se dá por conta da sua altitude, impedindo que as nuvens carregadas cheguem à região. Outro culpado poderia ser a Cordilheira dos Andes, que se transforma em uma barreira para os ventos úmidos do oceano até o deserto.” SOARES DE JESUS, Fernando. Deserto do Atacama, o deserto mais seco do mundo. Além das causas explicitadas no texto, as correntes marítimas contribuem para a manutenção de baixa umidade do Deserto do Atacama. Qual a principal corrente responsável pela pequena pluviosidade desse deserto? a) Corrente das Guianas. b) Corrente do Golfo. c) Correntes das Malvinas. d) Correntes de Humboldt. e) Correntes do Brasil. Questão 04 - De acordo com seus conhecimentos sobre os fatores que influenciam o clima dos diversos lugares do planeta, é correto afirmar que: a) Quanto maior a latitude, maiores são as médias térmicas anuais. b) Quanto menor a altitude, menor a temperatura. c) As massas de ar são enormes bolsões de ar que se mantém estáticas na superfície da terra. d) A maior ou menor proximidade de grandes quantidades de água exerce forte influência no comportamento da umidade relativa do ar, no entanto, não há influência na temperatura. e) O relevo influi na temperatura e na umidade do ar, ao facilitar ou dificultar a circulação de massas de ar. Questão 05 - Observe a imagem a seguir: Visão do Monte Everest. O fator determinante para o clima da área retratada pela imagem é: a) A latitude. b) A continentalidade. c) As massas de ar. d) O albedo. e) A altitude. Questão 06 - Leia o texto a seguir: Desmatamento da Amazônia interfere no ciclo das chuvas. Estudo mostra que o impacto da destruição da floresta pode alterar o clima do Brasil e de países vizinhos. Nos últimos 30 anos, o Brasil já teve 600 mil quilômetros quadrados de terras desmatadas. Adaptado de: ANBA, 20/03/2009. O impacto do desmatamento da Amazônia sobre o regime de chuvas se dá pela seguinte questão: a) Aumento médio das temperaturas. b) Contenção das reservas hídricas subterrâneas. c) Diminuição da emissão de umidade para a atmosfera. d) Intensificação da convergência das massas de ar. e) Aumento das anomalias climáticas cíclicas Questão 07 (UFMA) - Leia o texto abaixo: Clima é a sucessão habitual dos estados do tempo meteorológico. A grande variação climática no planeta é resultante da interação dos fatores climáticos, que são os responsáveis pela grande heterogeneidade climática da Terra e estão diretamente relacionados com a geografia de cada porção da superfície terrestre. Em qual das alternativas a seguir há APENAS fatores climáticos, isto é, aqueles que contribuem para determinar as condições climáticas de uma região do globo? a) Correntes marítimas, temperatura do ar, umidade relativa do ar e grau geotérmico. b) Temperatura do ar, pressão, altitude, hidrografia e massas de ar. c) Hidrografia, correntes marítimas, latitude e relevo. d) Altitude, massas de ar, maritimidade e latitude. e) Temperatura do ar, umidade relativa do ar, insolação e grau geotérmico. Questão 08 (UEL – 2006) - Sobre os desdobramentos do fenômeno El Niño no território brasileiro, considere as afirmativas a seguir. I. No Hemisfério Sul a atuação do fenômeno El Niño eleva a frequência e a intensidade das frentes frias que avançam sobre as regiões Sudeste e Nordeste durante os períodos de primavera e verão. II. Algumas culturas agrícolas das regiões Sul e Sudeste são beneficiadas com o fenômeno que propicia um inverno com temperaturas acima da média, diminuindo as geadas. III. Na região Amazônica, a ocorrência do fenômeno El Niño acentua a estação seca e contribui com o aumento do risco de incêndios causados pelo uso das queimadas na agropecuária. IV. A região brasileira mais afetada pelo fenômeno El Niño é a Centro-Oeste, onde prolongados períodos de secas atingem o Mato Grosso do Sul. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e II. b) II e III. c) III e IV. d) I, II e IV e) I, III e IV.