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P R O F . D I Ó G E N E S P A I V A INFECÇÕES DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES (PARTE 2) Estratégia MED 2Prof. Diógenes Paiva |Infecções de Vias Aéreas Superiores - Parte 2OTORRINOLARINGOLOGIA PROF. DIÓGENES PAIVA INTRODUÇÃO @estrategiamed /estrategiamed Estratégia Med t.me/estrategiamed Fale, Estrategista! Tudo bem? Passaremos agora pelo resumo do tema que tem mais questões na otorrinolaringologia: as infecções das vias aéreas superiores. Como faremos isso? Mostrarei a você em cada patologia e conceito aquilo que as bancas já cobraram sobre o assunto, mas lembre-se: isso é um resumo e, se você quiser se aprofundar e garantir pontos que podem ser valiosos, veja nosso livro digital. Vamos lá? Neste livro, falarei sobre dois frequentes tipos de IVAS nas provas de Residência: as otites e laringites. Além disso, também estudaremos as linfadenites que podem acompanhar várias IVAS, bem como manifestar-se de forma isolada. @ dr.diogenespaiva https://www.instagram.com/dr.diogenespaiva/ https://www.instagram.com/dr.diogenespaiva/ Estratégia MED 3Prof. Diógenes Paiva |Infecções de Vias Aéreas Superiores - Parte 2OTORRINOLARINGOLOGIA As otites foram o segundo tema mais cobrado das IVAS, as laringites vêm em seguida, com 13%. Porém, veja que juntas elas são mais prevalentes do que as faringites e as rinossinusites, justificando sua atenção para garantir pontos preciosos em sua aprovação. IVAS NOS ÚLTIMOS 10 ANOS Faringites O�tes Laringites Rinossinusites Linfadenites 33% 24% 13% 25% 5% Estratégia MED Prof. Diógenes Paiva | Resumo Estratégico| 2023 4 OTORRINOLARINGOLOGIA Infecções de Vias Aéreas Superiores - Parte 2 SUMÁRIO 1.0 OTITES 5 1.1 OTITE EXTERNA 5 1.2 CERUME 7 1.3 OTITE MÉDIA AGUDA 7 1.4 COMPLICAÇÕES DA OTITE MÉDIA AGUDA 11 1.4.1 MASTOIDITE 11 1.5 OTITE MÉDIA SEROSA (COM EFUSÃO) 12 1.6 OTITE MÉDIA CRÔNICA 13 2.0 LARINGITES 14 2.1 LARINGITE/LARINGOTRAQUEÍTE VIRAL (CRUPE) 14 2.2 EPIGLOTITE 16 2.3 TRAQUEÍTE/LARINGOTRAQUEÍTE BACTERIANA 17 2.4 LARINGITE ESTRIDULOSA 19 3.0 LARINGOMALÁCIA 20 4.0 LINFADENITES CERVICAIS 21 5.0 LISTA DE QUESTÕES 23 6.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 24 7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 25 Estratégia MED Prof. Diógenes Paiva | Resumo Estratégico| 2023 5 OTORRINOLARINGOLOGIA Infecções de Vias Aéreas Superiores - Parte 2 CAPÍTULO 1.0 OTITES O�te externa O�te média aguda O�te média crônica O�te média serosa OTITE NAS PROVAS 80% 11% 5% 4% Conforme já apresentado acima, as otites foram o terceiro tema mais cobrado nas provas, sendo a otite média aguda o assunto predileto dos examinadores, necessitando que você saiba todos os principais detalhes sobre os assuntos descritos a seguir. 1.1 OTITE EXTERNA a. Etiologia e epidemiologia Otite externa refere-se à inflamação do pavilhão auricular e do conduto auditivo externo. Doenças infecciosas, alérgicas e dermatológicas podem levar à otite externa, mas a infecção bacteriana é a causa mais comum. Pode ocorrer em todas as faixas etárias, mas a frequência de consultas por essa patologia é maior na infância e diminui com a idade. Essa IVA é mais provável no verão, sendo descrita nos enunciados a associação de crianças em colônias de férias e/ou que passaram o dia inteiro na piscina. A etiologia foi o principal assunto cobrado sobre o tema, sendo os principais agentes causadores por ordem de frequência: Pseudomonas aeruginosa, S. epidermidis e S. aureus. b. Apresentação clínica O principal sintoma clínico associado à otite externa é uma otalgia que piora à manipulação do pavilhão auricular ou conduto auditivo. Além disso, esses pacientes apresentam-se, na maioria das vezes, com queixas restritas ao conduto auditivo externo, sem apresentar febre nem outros sintomas nas vias aéreas superiores. O exame físico pode ser prejudicado pela dor à manipulação do pavilhão auricular, do tragus ou do conduto auditivo externo. Mas, frequentemente revela edema e hiperemia da pele do conduto, podendo estar associada à já referida secreção purulenta. Estratégia MED Prof. Diógenes Paiva | Curso Extensivo | 2023 6 OTORRINOLARINGOLOGIA Infecções de Vias Aéreas Superiores - Parte 2 c. Diagnóstico e tratamento O tratamento das infecções leves a moderadas é com preparações tópicas à base de antibiótico, corticoide e analgésico. O diagnóstico de otite externa é clínico, baseado nos sinais e sintomas descritos acima, sem exames complementares. d. Otite externa maligna a) Etiologia e epidemiologia A otite externa maligna (ou necrotizante) é uma infecção invasiva do conduto auditivo externo que pode se estender à base do crânio. Ocorre, geralmente, em pacientes idosos e portadores de diabetes mellitus. A bactéria mais identificada nesse tipo de otite é a Pseudomonas aeruginosa, a mesma que também é mais prevalente nas otites externas comuns. b) Apresentação clínica A otite externa maligna diferencia-se clinicamente das demais otites externas por apresentar uma dor intensa que não responde às medicações tópicas padrão. O tratamento é feito de forma empírica com ciprofloxacino, associado a outro beta-lactâmico com cobertura anti-pseudomonas, sem papel para antibióticos tópicos. Estratégia MED Prof. Diógenes Paiva | Resumo Estratégico| 2023 7 OTORRINOLARINGOLOGIA Infecções de Vias Aéreas Superiores - Parte 2 1.2 CERUME Fonte: Shutterstock A principal sintomatologia da rolha de cerume é o desenvolvimento de uma hipoacusia na ausência de otalgia e o principal fator predisponente para formação de cerume impactado é o uso de cotonete. O tratamento é feio através da aplicação de soluções emolientes e, após verificação da fluidez do cerume dentro de 15 minutos ou após alguns dias de uso, lavagem otológica. Mas, existem outras condições que são contraindicações à lavagem otológica, já cobradas em provas anteriores, sendo estas: • Otite aguda (externa ou média). • História pregressa ou atual de perfuração timpânica (pois a entrada de água na orelha média pode predispor ao desenvolvimento de otite média). • História de cirurgia otológica pregressa (pois a lavagem poderia romper um “neotímpano” criado cirurgicamente). • Paciente não cooperativo (pois a agitação durante a lavagem pode levar a trauma do conduto). 1.3 OTITE MÉDIA AGUDA E�ologia e epidemiologia Apresentação clínica Tratamento Diagnós�co Complicações OTITE MÉDIA AGUDA 30% 51% 5% 7% 7% Agora, sim, respire fundo! Começaremos a estudar o líder disparado entre as otites nas provas de Residência: a otite média aguda (OMA). Essa é a principal causa de prescrição de antibiótico na infância, sendo um relevante motivo de consulta em urgências. No gráfico acima, trouxe a distribuição dos tópicos sobre esse importante assunto. Nele, vemos que os detalhes do tratamento correspondem a aproximadamente metade das questões, sendo imprescindível o conhecimento desses detalhes para um bom desempenho nas provas de pediatria. a. Etiologia e Epidemiologia Aproximadamente 35% das infecções respiratórias agudas evoluem com otite média aguda (OMA), sendo mais prevalente entre seis e 24 meses. Embora possa acontecer em todas as idades, a maioria dos casos ocorre até os dois anos. Além disso, nessa faixa etária ocorre um predomínio de acometimento bilateral. O sexo masculino é acometido com uma maior frequência. Rinites e rinossinusites infecciosas são importantes fatores predisponentes. Por isso, é comum nos enunciados o relato de sintomas nasais associados ou antecedendo a OMA. Estratégia MED Prof. Diógenes Paiva | Curso Extensivo | 2023 8 OTORRINOLARINGOLOGIA Infecções de Vias Aéreas Superiores - Parte 2 Fonte: Shutterstock Questionamentos sobre quais as bactérias mais frequentes são recorrentes em várias provas. As OMAs são causadas por um “trio parada dura”, o mesmo responsável pela maior parte das rinossinusites bacterianas: Guarde o “pódio” acima, pois foram questões recorrentes (e fáceis) de provas anteriores.Você, como aluno do Estratégia MED, não pode errar esse tipo de questão de forma alguma. b. Apresentação Clínica Como já relatado anteriormente, boa parte dos casos de OMA podem ser precedidos por IVAS, justificando a associação de rinorreia, obstrução nasal e febre baixa. Otalgia associada à febre de intensidade moderada a alta são os principais sintomas clínicos que devem levantar a suspeita dessa infecção. Lactentes e crianças pequenas, que não conseguem descrever os sintomas, podem apresentar: recusa alimentar, prostração, irritabilidade e quadro de choro persistente. O exame físico é o que “carimbará” o diagnóstico na maioria dos enunciados, pois febre e sintomas nasais podem ocorrer nas mais diversas IVAS. Um sinal verificado à otoscopia, que é fundamental para fechar o diagnóstico de OMA, é o abaulamento da membrana timpânica. Apenas hiperemia de membrana timpânica, mesmo com os demais sintomas, não é suficiente para o diagnóstico. Não “coma essa isca”! OMA quase sempre (mas não em todos os casos) tem abaulamento da membrana timpânica. Estratégia MED Prof. Diógenes Paiva | Resumo Estratégico| 2023 9 OTORRINOLARINGOLOGIA Infecções de Vias Aéreas Superiores - Parte 2 Fonte: Shutterstock c. Diagnóstico O diagnóstico é totalmente clínico na maioria dos casos de OMA, baseado nos sintomas associados à identificação do abaulamento da membrana timpânica à otoscopia. d. Tratamento Esse é o principal tópico deste livro abordado em provas anteriores, por isso fique atento e memorize todas as informações que descreverei agora. O tratamento da OMA, apesar de não apresentar uma grande variedade de opções, contempla vários detalhes sobre dosagens, tipos de drogas e de grupos que devem, ou não, ser tratados farmacologicamente. Essas infecções, mesmo em casos que apresentam diagnóstico clínico de etiologia bacteriana, podem evoluir de forma autorresolutiva. Contudo, alguns grupos de pacientes podem se beneficiar do tratamento expectante, conforme as descrições da tabela a seguir, baseada nas recomendações da Academia Americana de Pediatria (2013): QUANDO UTILIZAR ANTIBIÓTICOS NA OTITE MÉDIA AGUDA CRIANÇAS < 6 MESES Tratamento imediato em todos os casos 6 MESES A DOIS ANOS OBSERVAÇÃO ANTIBIÓTICO - Unilateral - Sintomas leves (otalgia < 48h e temperatura < 39 ºC) Pela alta taxa de falha em alguns pacientes = tratamento com antibiótico > DOIS ANOS (24 MESES) OBSERVAÇÃO ANTIBIÓTICO Imunocompetentes Sem anormalidades craniofaciais Sinais e sintomas leves Sem otorreia Cuidadores entendendo riscos/ benefícios Pareçam tóxicas Otalgia persistente > 48h Febre > 39 ºC OMA bilateral Otorreia Acesso incerto ao sistema de saúde Estratégia MED Prof. Diógenes Paiva | Curso Extensivo | 2023 10 OTORRINOLARINGOLOGIA Infecções de Vias Aéreas Superiores - Parte 2 Em relação à utilização dos antibióticos, devemos seguir as orientações da tabela abaixo: ANTIBIÓTICOS NA OTITE MÉDIA AGUDA Primeira escolha: Sem uso de terapia betalactâmica recente Sem conjuntivite purulenta associada Sem histórico recorrente de OMA Amoxicilina 90 mg/kg/dia < 2 anos por 10 dias > 2 anos 5 a 7 dias Primeira escolha: Com uso de terapia betalactâmica recente e/ou Conjuntivite purulenta associada e/ou Histórico recorrente de OMA Amoxicilina-Clavulanato Concomitância com conjuntivite aumenta a probabilidade de infecção por H. influenzae não tipável 90 mg/kg/dia < 2 anos por 10 dias > 2 anos 5 a 7 dias Alergia à penicilina Axetilcefuroxima (cefalosporina de segunda geração) Clindamicina Ceftriaxona (reservado para complicações ou resistências) Não utilizar Azitromicina e claritromicina (resistência ao Streptococcus) Sulfametoxazol-Trimetoprim (resistência ao Streptococcus) Quinolonas em crianças Algumas observações ainda devem ser feitas em relação ao tratamento, por já terem sido avaliadas em provas anteriores. Inicialmente, temos que nos atentar à dose da amoxicilina no tratamento da OMA. Ela é utilizada em outras situações em sua dose padrão de 45-50 mg/kg/dia. Mas, na OMA, para garantirmos que terá uma maior penetração na orelha média, devemos utilizar a dose dobrada de 90 mg/kg/dia, mesmo nos casos em que foi associado o ácido clavulânico. Estratégia MED Prof. Diógenes Paiva | Resumo Estratégico| 2023 11 OTORRINOLARINGOLOGIA Infecções de Vias Aéreas Superiores - Parte 2 1.4 COMPLICAÇÕES DA OTITE MÉDIA AGUDA 1.4.1 MASTOIDITE Essa é a complicação da OMA mais verificada na prática clínica e mais abordada nas provas de Residência. Pode ser oriunda de uma OMA em que o paciente foi submetido a um tratamento irregular com antibiótico, ou quando este foi utilizado com uma dose insuficiente. É desencadeada por uma extensão da secreção purulenta da orelha média para as células ósseas da mastoide, levando a uma osteíte importante nessa região, que justifica o quadro clínico. Pela proximidade da mastoide com a meninge e o sistema nervoso central, essa complicação deve ser prontamente suspeitada e tratada para evitar acometimentos centrais de maior gravidade. a. Apresentação clínica A mastoidite pode apresentar-se como uma OMA já tratada que apresentou melhora parcial dos sintomas, mas evoluiu com recidiva e intensificação do quadro clínico anterior. Além disso, pode ocorrer uma progressão direta de uma OMA para uma mastoidite, sem o referido “alívio” da sintomatologia. Os sinais clínicos mais característicos são: • Aumento de volume/abaulamento retroauricular. • Presença de sinais flogísticos (hiperemia, calor). • Dor à palpação e à percussão. • Deslocamento/Protrusão anterior do pavilhão auricular. b. Diagnóstico O diagnóstico é clínico na maioria das vezes, devendo ser suspeitado em pacientes que apresentem os sinais e sintomas característicos descritos anteriormente. Os exames de imagem não são necessários para o diagnóstico, mas podem ajudar a confirmar os casos de otite média aguda de difícil controle, que ainda não apresentaram os sinais clínicos característicos da mastoidite. c. Tratamento Uma das alternativas mais descritas para tentar induzir ao erro nas questões de mastoidite, é tomar uma conduta mais conservadora do que a doença exige. Esse “alívio” na intensidade da conduta adequada tanto pode ser sugerido através da mudança de antibiótico via oral que já vinha sendo usado para uma OMA quanto dando alta do atendimento para reavaliação posterior com ou sem exames. A mastoidite é uma complicação grave e potencialmente letal, devendo ser manejada de imediato com internação hospitalar e início de antibioticoterapia empírica no momento da suspeita diagnóstica. Outras complicações são a labirintite e meningite. Os detalhes estão descritos no livro completo. Estratégia MED Prof. Diógenes Paiva | Curso Extensivo | 2023 12 OTORRINOLARINGOLOGIA Infecções de Vias Aéreas Superiores - Parte 2 1.5 OTITE MÉDIA SEROSA (COM EFUSÃO) A otite média aguda serosa, ou com efusão (OME), é definida pela presença de efusão na orelha média sem sinais agudos de infecção. Esta pode ocorrer após um quadro de OMA, mas também ocorre independentemente dessa infecção, quando na vigência de disfunção da tuba auditiva. Vários fatores de risco para OMA que também podem causar essa otite estão descritos no livro completo. a. Apresentação clínica O principal sintoma clínico decorrente da OME é uma hipoacusia condutiva. Porém, boa parte dos pacientes não consegue verbalizar essa queixa ou ainda estão em fase de aprendizagem da fala. Essa sensação se manifestou nos enunciados de forma direta ou indireta, através de: atraso na fala, sensação de orelha entupida, dificuldade de ouvir e piora no rendimento escolar. Em semelhança com a OMA, temos uma maior presença de acometimento bilateral nos pacientes com OME até os dois anos. Mas, como diferença, não verificamos febre nem otalgia na OME, sintomas comuns na OMA. A OME apresenta, de forma característica, àotoscopia, uma membrana timpânica retraída, com mobilidade reduzida, podendo ainda apresentar algumas áreas amareladas. A membrana timpânica nessa patologia geralmente é translúcida e apresenta um líquido incolor associado a múltiplas bolhas na orelha média. b. Diagnóstico O diagnóstico é feito com base nos sintomas descritos, associado à realização de uma otoscopia simples para verificação do derrame na orelha média. Dentre os exames audiológicos que auxiliam no diagnóstico, podemos lançar mão da audiometria, capaz de mostrar perda auditiva condutiva, e da timpanometria. Por fim, como a hipertrofia da adenoide também é fator de risco para OME, deve ser investigada nesses pacientes. A investigação pode ser por radiografia do cavum ou da endoscopia nasal. c. Tratamento A base do tratamento para resolução “definitiva” da OME é a realização da miringoplastia/miringotomia com introdução do tubo de ventilação. Com a miringotomia, podemos fazer a aspiração da secreção acumulada na orelha média, que adquire um aspecto de cola, ou glue. Após a perfuração e drenagem, podemos inserir o famoso tubo de ventilação, uma pequena válvula de silicone que manterá uma comunicação aérea entre a orelha média e o ouvido externo. Podemos, também, fazer uma vigilância sem intervenção em alguns pacientes. Fonte: Shutterstock Estratégia MED Prof. Diógenes Paiva | Resumo Estratégico| 2023 13 OTORRINOLARINGOLOGIA Infecções de Vias Aéreas Superiores - Parte 2 A decisão entre a conduta expectante e cirurgia depende de características clínicas da criança, associadas a características dos exames audiológicos. • Crianças com problemas na fala, linguagem e aprendizado devem ser encaminhadas de forma precoce para avaliação auditiva. Caso se confirme uma perda condutiva, é indicada a utilização do tubo de ventilação (TV). • Crianças com diagnóstico de OME, mas sem alterações na fala nem no aprendizado, podem ser submetidas à avaliação auditiva apenas se a otite persistir por três meses. Após esse período, deve ser realizada nova avaliação e, caso persista, realizar exames audiológicos além de verificação do estado da membrana timpânica. Esses resultados auxiliarão na decisão sobre utilizar ou não o TV. 1.6 OTITE MÉDIA CRÔNICA Tema pouco recorrente, sendo ainda menos cobrado que a otite média por efusão. Descreverei agora as características do principal tipo de OMC, a colesteatomatosa, com os detalhes abordados em provas anteriores. a. Definições e etiologia A otite média crônica (OMC) é definida como uma infecção recorrente do ouvido médio e das células da mastoide, na presença, ou não, de perfuração detectável da membrana timpânica. Esse tipo de otite se relaciona a uma coleção epitelial queratinizada e descamativa (escamas epidérmicas), que se desenvolve na orelha média e pode ocorrer secundária a uma perfuração da membrana timpânica. Além disso, também desenvolve-se de forma primária através de uma retração da membrana. Na ilustração abaixo, à esquerda em miniatura, temos a representação da anatomia normal da orelha média. À direita, a formação do tecido de granulação decorrente do colesteatoma. b. Apresentação clínica No quadro clínico da OMC supurativa e da OMC colesteatomatosa, há a presença marcante de uma otorreia fétida, que diferentemente da OMA não vem acompanhada por otalgia. Quando o colesteatoma é a etiologia, geralmente otorreia apresenta-se com períodos mais prolongados de duração, menores intervalos de recorrência e maior tendência à bilateralidade. c. Tratamento O tratamento definitivo para todos os tipos de otite média crônica supurativa e colesteatomatosa é cirúrgico, através da timpanomastoidectomia. Estratégia MED Prof. Diógenes Paiva | Curso Extensivo | 2023 14 OTORRINOLARINGOLOGIA Infecções de Vias Aéreas Superiores - Parte 2 CAPÍTULO 2.0 LARINGITES Laringite viral Laringotraqueíte bacteriana Epiglo�te Laringinte estridulosa Laringomalácia LARINGITES E LARINGOMALÁCIA 49% 20% 9% 9% 13% E�ologia e epidemiologia Apresentação clínica Diagnós�co Tratamento LARINGITE VIRAL (CRUPE) 40%36% 17%7% Iniciaremos, agora, o estudo do quarto tipo de IVAS mais frequente nas provas, as famosas laringites. Manifestam- se clinicamente com estridor em boa parte dos casos, sendo importante o diagnóstico diferencial com outras patologias frequentes nas provas, que também abordarei aqui neste livro. Pelo gráfico acima, mantendo o compromisso com a engenharia reversa, temos que a laringite viral/crupe foi responsável por metade das questões sobre esse assunto, sendo importante o conhecimento de detalhes referente ao quadro clínico e ao tratamento. Vamos, então, começar por esse tipo peculiar de laringite. 2.1 LARINGITE/LARINGOTRAQUEÍTE VIRAL (CRUPE) Pelo gráfico abaixo, vemos que etiologia/epidemiologia e tratamento foram os temas preferidos em questões anteriores. As de etiologia foram questões fáceis, descrevendo o quadro clínico padrão e solicitando o agente mais comum. As de tratamento são mais “complexas”, pois necessitam do conhecimento da gravidade da doença para a seleção da terapêutica adequada. Mas, são sintomas que caracterizam a laringite viral e estarão descritos em conjunto na maioria dos enunciados: • Rouquidão/disfonia. • Tosse rouca/ladrante/“de cachorro”. • Estridor/ruído inspiratório. Guarde esse nome na memória, pois várias questões exigiram apenas isso. b. Apresentação clínica Como a maioria das etiologias é viral, apesar do tropismo específico de cada vírus por cada órgão acometido, é frequente vermos no início um quadro de sintomas comuns a várias infecções virais das vias aéreas superiores, como febre baixa, tosse discreta e coriza hialina. Mas, estou aqui para descomplicar tudo para você, e trazer prontinho o mais importante que caiu sobre esses temas. a. Etiologia e epidemiologia A maioria das laringotraqueobronquites é causada pelo vírus Parainfluenzae, sendo mais frequente no outono e no inverno. Estratégia MED Prof. Diógenes Paiva | Resumo Estratégico| 2023 15 OTORRINOLARINGOLOGIA Infecções de Vias Aéreas Superiores - Parte 2 A tosse tende a ser intensa e a disfonia pode não se manifestar apenas na fala, mas também através de um “choro rouco”. A laringite viral apresenta uma classificação clínica que auxiliará na propedêutica a ser escolhida, sendo classificada como: • Leve: não apresenta estridor em repouso (embora o estridor possa estar presente quando agitado ou chorando) nem retrações na parede torácica. Porém, pode apresentar tosse ladrante, grito rouco e retrações subdiafragmáticas. • Moderada: estridor em repouso associado a retrações leves na parede torácica. Podem apresentar outros sintomas ou sinais de dificuldade respiratória, mas com pouca ou nenhuma agitação. • Grave: estridor significativo em repouso, retrações são graves (incluindo a retração do esterno), aparência ansiosa, agitada, pálida e cansada. A maioria das crianças com laringite viral NÃO apresenta sintomas intensos que levem à obstrução progressiva das vias aéreas. A apresentação mais comum na prática clínica é a forma leve, sem necessidade de internação hospitalar. Diferentemente de outras IVAS, o crupe apresenta resolução de sintomas em um tempo curto, sendo geralmente três dias necessários para sua resolução. c. Diagnóstico Em semelhança com a maior parte das IVAS, o diagnóstico deve ser realizado com base na suspeita clínica, sem a obrigatoriedade de outros exames complementares para instituição da terapêutica adequada. A laringoscopia direta pode auxiliar no diagnóstico, bem como a radiografia de tórax, que é capaz de mostrar o sinal da “ponta do lápis” ou “em torre”. Porém, tanto eles como o hemograma não são essenciais ao diagnóstico. d. Tratamento Agora, comentarei o tema mais cobrado sobre laringite viral/ crupe. O tratamento deve ser realizado baseando-se na classificação descritaanteriormente, orientada pela presença e intensidade dos sinais e sintomas clínicos. DIAGNÓSTICO DE LARINGITE VIRAL (CRUPE) LEVE Boa melhora dos sintomas MODERADO GRAVE Dose única de dexametasona (0,15 a 0,6mg/kg) ou predinisona 1mg/kg via oral Alta domiciliar se tolerar fluidos via oral com orientação de retorno se piora dos sintomas Observar por 4 a 6 horas. Após dar alta domiciliar se tolerar ingestão de flúidos via oral, antitérmicos, retorno para atendimentos se recidiva dos sintomas. Alta com Antitérmicos, hidratação oral ou IV e as mesmas orientações dos quadros leves Observar por 4 a 6 horas Encaminhar para UTI pediátrica Repetir nebulização com epinefrina Fazer nebulização com epinefrina racêmica ou adrenalina Dar uma dose única de dexametasona 0,6 mg/kg via oral, IV (se o paciente estiver com acessor) ou IM Minimizar o desconforto/ansiedade. Administrar ar ou oxigênio umidificados se necessário Minimizar o desconforto/ansiedade. Administrar: oxigênio umidificado + dexamenatona IM + nebulização com epinefrina racêmica ou adrenalina Sim Não Estratégia MED Prof. Diógenes Paiva | Curso Extensivo | 2023 16 OTORRINOLARINGOLOGIA Infecções de Vias Aéreas Superiores - Parte 2 2.2 EPIGLOTITE Esse foi o segundo tipo de laringite mais frequente nas provas, porém pouco prevalente em relação à laringite viral, visto ser menos predominante também na prática clínica atualmente, pelo advento da vacinação. a. Etiologia e epidemiologia O termo epiglotite refere-se a uma inflamação na epiglote e na supraglote adjacente, que pela sua localização, pode levar a desconforto respiratório importante por obstrução das vias aéreas superiores. Pode ser causada por uma variedade de bactérias, fungos ou vírus. Porém, em crianças saudáveis e em questões de prova, a epiglotite é de etiologia bacteriana causada pelo Haemophilus influenzae tipo B. A vacinação completa tem um papel importante na prevenção dessa infecção, pois a vacina pentavalente, que faz parte do calendário básico vacinal, desenvolve imunidade contra a referida bactéria. Em crianças com epiglotite, verificamos um início abruto e uma rápida progressão de: • Disfagia • Sialorreia • Angústia respiratória (dispneia) • Febre alta • Sinais de Toxemia b. Apresentação clínica Diferentemente da laringite viral, a disfonia e a tosse rouca ou ladrante não são essenciais ao diagnóstico. Embora alguns pacientes apresentem sintomas antecedentes do trato respiratório superior, o período desde o início do desenvolvimento dos sintomas até a hospitalização é frequentemente < 12 horas pela gravidade da infecção. Estratégia MED Prof. Diógenes Paiva | Resumo Estratégico| 2023 17 OTORRINOLARINGOLOGIA Infecções de Vias Aéreas Superiores - Parte 2 Os pacientes apresentam-se frequentemente sentados, com o tronco e o queixo inclinados para frente e o pescoço hiperestendido em uma posição denominada tripé (também demonstrada na figura acima). Essa posição é um esforço para maximizar o diâmetro das vias aéreas obstruídas. c. Diagnóstico O diagnóstico deve ser puramente clínico em pacientes imunizados ou não. Nenhum exame complementar deve retardar a instituição imediata do tratamento adequado. Nem a tentativa de visibilização direta ou indireta da epiglote, através de laringoscopia ou exames de imagem deve ser realizada ou retardar o manejo inicial com as vias aéreas. d. Tratamento Começarei a descrição do tratamento de forma simples e direta, para não deixar dúvidas: Na suspeita de epiglotite, devemos providenciar a intubação orotraqueal precoce! Independentemente da gravidade da doença no momento do diagnóstico, a deterioração pode ocorrer rapidamente. Com o paciente já intubado, sempre que possível, deve-se colher uma cultura antes da administração do antibiótico. Considerando os patógenos mais comuns, o tratamento antimicrobiano de escolha é empírico, utilizando cefalosporina de terceira geração (ceftriaxona ou cefotaxima). Agora, descreverei causas menos frequentes de estridor, mas presentes em provas anteriores, abordando apenas os pontos centrais. Maiores detalhes sobre esses assuntos estão na versão completa deste livro. 2.3 TRAQUEÍTE/LARINGOTRAQUEÍTE BACTERIANA a. Etiologia e epidemiologia A traqueíte bacteriana é uma infecção exsudativa invasiva dos tecidos moles da traqueia, que acomete a laringe subglótica e a árvore brônquica superior. O Staphylococcus aureus é a bactéria causadora mais comum dessa patologia, seguida pelo S. pneumoniae, S. pyogenes e M. catarrhalis. b. Apresentação clínica Diferentemente da epiglotite, que apresenta um início súbito dos sintomas, evoluindo rapidamente para desconforto respiratório, a laringotraqueíte bacteriana geralmente evolui de um quadro prévio de laringite viral que apresentava disfonia e tosse ladrante. Porém, na laringotraqueíte bacteriana, ocorre uma intensificação desse quadro clínico prévio, através de uma evolução clínica mais insidiosa do que a verificada anteriormente na epiglotite. Estratégia MED Prof. Diógenes Paiva | Curso Extensivo | 2023 18 OTORRINOLARINGOLOGIA Infecções de Vias Aéreas Superiores - Parte 2 Os sinais e sintomas clínicos cobrados em questões anteriores foram: • Febre alta. • Tosse. • Dispneia intensa. • Estridor ins- e expiratório (bifásico) em repouso (mas pode apresentar só inspiratório). • Sinais de toxemia. • Secreção purulenta em oro e nasofaringe. • Tiragem subcostal e de fúrcula. TRAQUEÍTE Estratégia MED Prof. Diógenes Paiva | Resumo Estratégico| 2023 19 OTORRINOLARINGOLOGIA Infecções de Vias Aéreas Superiores - Parte 2 c. Diagnóstico O diagnóstico é feito de forma presuntiva, através da apresentação clínica e da característica insidiosa de sua apresentação. Geralmente, são pacientes com febre alta, aparência tóxica, dispneia e má resposta ao tratamento com adrenalina nebulizada (fazendo diagnóstico diferencial importante com a laringite viral). Enunciados anteriores também já descreveram piora ou refratariedade dos sintomas após uso da dexametasona. d. Tratamento O manejo inicial, em casos suspeitos, faz-se através do suporte respiratório adequado, com avaliação da necessidade de intubação, que, no entanto, não é obrigatório como na epiglotite. Dependendo da gravidade do caso, deve-se associar a hidratação venosa e a administração de antibioticoterapia empírica. Os antibióticos mais utilizados são: vancomicina associada a ceftriaxona, ou ampicilina/sulbactam. Por fim, pelo risco de piora do quadro respiratório, esses pacientes são manejados preferencialmente na UTI pediátrica. 2.4 LARINGITE ESTRIDULOSA A laringite estridulosa (ou laringite espasmódica) apresenta uma diferença crucial em relação às demais citadas anteriormente: não é desencadeada por agentes infecciosos. Porém, pela semelhança de seus sintomas com os da crupe viral, também pode ser chamado de crupe espasmódico. Os sintomas relatados nas provas anteriores em relação a laringite estridulosa foram: • Estridor inspiratório (ou inspiração ruidosa). • Tosse seca ou “metálica”. • Dispneia com aumento do esforço respiratório. • Ausência de febre. a. Apresentação clínica Pode manifestar-se como crises que ocorrem de forma súbita e noturna, apresentando-se totalmente assintomática no intervalo entre elas. O enunciado pode, ainda, apresentar a associação do estridor com uma coriza ou tosse leve diurna que cedeu e, à noite, de forma súbita, apresentou o quadro clínico descrito acima. Essa preponderância noturna é um importante fator na diferenciação entre esta forma de dispneia e as demais, que se apresentam de maneira contínua e diuturna. b. Diagnóstico e tratamento O diagnóstico é puramente clínico e, como o processo de obstrução das vias aéreas é flutuante, no momento do atendimento, os sintomas podem estar ausentes. O tratamento é através de nebulização com ar ou oxigênio umidificados. Apesar de os sintomas serem“assustadores” para os pais, geralmente, já se resolveram espontaneamente quando os pacientes chegam ao pronto atendimento. Podem ocorrer por dois ou três noites seguidas e apresentar um grande período intercrises assintomático. Também pode manifestar melhora com a utilização de adrenalina racêmica, conforme descrito no tópico anterior. Estratégia MED Prof. Diógenes Paiva | Curso Extensivo | 2023 20 OTORRINOLARINGOLOGIA Infecções de Vias Aéreas Superiores - Parte 2 CAPÍTULO 3.0 LARINGOMALÁCIA Essa é uma causa congênita de estridor, sendo a causa não infecciosa mais comum nas provas de Residência. A principal suspeita deve ser em pacientes com história de estridor intermitente desde o nascimento. Revisaremos, agora, os principais detalhes abordados. a. Etiologia Essa patologia é causada por uma imaturidade do arcabouço É a principal causa de estridor em crianças com idade inferior a 30 meses e a segunda causa mais prevalente nas provas de Residência, ficando atrás apenas da laringite viral (crupe). b. Apresentação clínica A principal manifestação clínica dessa entidade é uma respiração ruidosa ou estridor inspiratório que começou após o nascimento e ocorre de forma intermitente em pacientes previamente hígidos. cartilaginoso da laringe de recém-nascidos e lactentes, levando a uma oclusão das vias aéreas superiores. Na figura abaixo, temos, à esquerda, como ocorre a passagem de ar normal das vias aéreas superiores até a traqueia e, à direita, a obstrução que ocorre na laringomalácia, causando um turbilhonamento no fluxo aéreo. Os fatores que podem levar à piora desse estridor cobrados em provas anteriores foram: • Amamentação ou choro. • Agitação. • Durante processos infecciosos virais das vias aéreas superiores. Estratégia MED Prof. Diógenes Paiva | Resumo Estratégico| 2023 21 OTORRINOLARINGOLOGIA Infecções de Vias Aéreas Superiores - Parte 2 Se o choro for fraco, pode melhorar o estridor. Mas, essa melhora dificilmente é notada pelo barulho do choro. O estridor da laringomalácia pode, também, causar dificuldade de alimentação, pela necessidade de deglutição em uma via aérea já obstruída. Em relação à posição, esses pacientes apresentam melhora em decúbito ventral (prono). Retrações e deformidades torácicas definitivas podem ocorrer em virtude do repetido esforço respiratório Uma característica importante, que ajuda a diferenciar essa patologia das outras causas de estridor, é a ausência de sintomas e sintomas relacionados a processos infeciosos. Nos enunciados das questões anteriores, isso foi reforçado pela descrição de ausência de: febre, prostração, adinamia, vômitos, náuseas e diarreia. c. Diagnóstico e tratamento O diagnóstico é clínico, baseado em sinais e sintomas sugestivos, e confirmado através de uma Fonte: Shutterstock laringoscopia com ótica flexível. O manejo da laringomalácia depende da gravidade, mostrando-se, na maioria das crianças, com sintomas leves, pouco risco e apresentando resolução espontânea. Maiores detalhes sobre etiologia e tratamento estão no livro completo. CAPÍTULO 4.0 LINFADENITES CERVICAIS Conforme apresentado nas estatísticas anteriores, esse tema é menos prevalente que as outras IVAS. O que mais caiu foi diferenciar as características do linfonodo inflamatório/reacional (o mais comum da infância), com os atípicos (neoplásicos ou com infecções bacterianas). Aprenda essas diferenças básicas e acertará quase tudo o que já caiu. a. Linfonodos atípicos/neoplásicos Fonte: Shutterstock Linfonodos de consistência endurecida associados à perda de peso, manifestam grande chance de etiologia maligna, devendo apresentar investigação direcionada para essa suspeita. Além disso, a presença de linfonodomegalia generalizada associada à febre por mais de sete dias, palidez cutâneo mucosa, hepato ou esplenomegalia devem levantar a suspeita de doença linfoproliferativa. Ambas as situações descritas são indicativas de biópsia. b. Linfadenite reacional Estratégia MED Prof. Diógenes Paiva | Curso Extensivo | 2023 22 OTORRINOLARINGOLOGIA Infecções de Vias Aéreas Superiores - Parte 2 Na prática clínica, é a causa mais comum de aumento de linfonodos cervicais, sendo a maioria das linfonodomegalias cervicais em reacionais a causas infecciosas. Como as linfonodomegalias entram no diagnóstico diferencial das massas cervicais, podemos considerar que a identificação dessas massas em crianças ou adolescentes também apresentam, em sua maioria, origem infecciosa ou inflamatória. São de forma característica: bilaterais, simétricos, consistência fibroelástica, lisos e móveis. A regressão dos linfonodos inflamatórios/reacionais ocorre de forma espontânea, sem a necessidade de utilização de nenhum medicamento para esse fim, dentro de um intervalo médio de 12 semanas. c. Linfadenite (ou adenite) cervical Esse termo se refere aos quadros em que ocorrem infecções bacterianas agudas diretamente nos linfonodos cervicais. Apresenta o S. aureus e o estreptococo beta hemolítico do grupo A como os principais responsáveis, podendo também ser causada por anaeróbios da cavidade oral. Os sinais e sintomas desenvolvem-se de forma progressiva após quatro ou cinco dias do início da infecção, os principais já cobrados nas provas anteriores foram: • Aumento de volume unilateral (na reacional é bilateral) • Febre • Dor local • Calor e rubor • Sem pontos de flutuação (importante para diagnóstico diferencial com abscesso cervical) O diagnóstico é feito através da suspeita clínica e não é obrigatória a solicitação de nenhum exame complementar para iniciar a terapêutica adequada. Em relação ao tratamento, o primeiro ponto importante é que, diferentemente das linfonodomegalias reacionais/inflamatórias que apresentam melhora espontânea, esses casos indicam obrigatoriamente a instituição de antibioticoterapia, não sendo indicado apenas acompanhamento com observação clínica. Baseando-se nas bactérias mais comuns que desencadeiam essas infecções, podemos fazer uso de uma cefalosporina de primeira geração (cefalexina) de forma empírica. Maiores detalhes sobre as características diferenciais das linfonodomegalias estão no livro completo. Baixe na Google Play Baixe na App Store Aponte a câmera do seu celular para o QR Code ou busque na sua loja de apps. Baixe o app Estratégia MED Preparei uma lista exclusiva de questões com os temas dessa aula! Acesse nosso banco de questões e resolva uma lista elaborada por mim, pensada para a sua aprovação. Lembrando que você pode estudar online ou imprimir as listas sempre que quiser. Resolva questões pelo computador Copie o link abaixo e cole no seu navegador para acessar o site Resolva questões pelo app Aponte a câmera do seu celular para o QR Code abaixo e acesse o app Estratégia MED Prof. Diógenes Paiva | Resumo Estratégico| 2023 23 OTORRINOLARINGOLOGIA Infecções de Vias Aéreas Superiores - Parte 2 https://bit.ly/3793Nog https://bit.ly/3793Nog https://bit.ly/3793Nog Estratégia MED Prof. Diógenes Paiva | Resumo Estratégico| 2023 24 OTORRINOLARINGOLOGIA Infecções de Vias Aéreas Superiores - Parte 2 CAPÍTULO 6.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Laura A Goguen, MD. External otitis: Treatment. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https://www.uptodate. com (Acessed on April 09, 2020) 2. Laura A Goguen, MD. External otitis: Pathogenesis, clinical features, and diagnosis. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https://www.uptodate.com (Acessed on April 09, 2020) 3. Jennifer Rubin Grandis, MDVictor L Yu, MD. Malignant (necrotizing) external otitis. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https://www.uptodate.com (Acessed on April 09, 2020) 4. Stephen Pelton, MDPaula Tähtinen, MD, PhD. Acute otitis media in children: Epidemiology, microbiology, and complications. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https://www. uptodate.com (Acessed on April 09, 2020). 5. Ellen R Wald,MD. Acute otitis media in children: Clinical manifestations and diagnosis. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https://www.uptodate.com (Acessed on April 09, 2020). 6. Stephen Pelton, MD. Acute otitis media in children: Treatment. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https://www. uptodate.com (Acessed on April 09, 2020). 7. Jessica Levi, MDRobert C O'Reilly, MD. Chronic suppurative otitis media (CSOM): Clinical features and diagnosis. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https://www.uptodate. com (Acessed on April 09, 2020). 8. Ellen R Wald, MD. Acute mastoiditis in children: Clinical features and diagnosis. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https://www.uptodate.com (Acessed on April 09, 2020). 9. Ellen R Wald, MD. Acute mastoiditis in children: Treatment and prevention. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https://www.uptodate.com (Acessed on April 09, 2020). 10. Stephen Pelton, MDTal Marom, MD. Otitis media with effusion (serous otitis media) in children: Clinical features and diagnosis. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https://www. uptodate.com (Acessed on April 09, 2020). 11. Stephen Pelton, MDTal Marom, MD. Otitis media with effusion (serous otitis media) in children: Management. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https://www.uptodate. com (Acessed on April 09, 2020). 12. Charles R Woods, MD, MS. Croup: Clinical features, evaluation, and diagnosis. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https://www.uptodate.com (Acessed on April 09, 2020). 13. Charles R Woods, MD, MS. Management of croup. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https://www.uptodate. com (Acessed on April 09, 2020 14. Glenn C Isaacson, MD, FAAP. Congenital anomalies of the larynx. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https:// www.uptodate.com (Acessed on April 09, 2020). 15. C Mary Healy, MD. Cervical lymphadenitis in children: Diagnostic approach and initial management. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https://www.uptodate. com (Acessed on April 09, 2020). 16. Kenneth L McClain, MD, PhD. Peripheral lymphadenopathy in children: Etiology. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https://www.uptodate.com (Acessed on April 09, 2020). 17. Robert L Ferrer, MD, MPH. Evaluation of peripheral lymphadenopathy in adults. Post TW, ed. UpToDate. Waltham, MA: Uptodate Inc. https://www.uptodate.com (Acessed on April 09, 2020). 18. CHAMMAS, Maria Cristina et al. Linfonodos cervicais: um dilema para o ultra-sonografista. Radiol Bras, São Paulo, v.37, n.5, p.357-364, Oct. 2004. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S010039842004000500010&lng=en&nrm=iso>. access on 30 June 2020. https://doi.org/10.1590/S0100- 39842004000500010. https://doi.org/10.1590/S0100-39842004000500010 https://doi.org/10.1590/S0100-39842004000500010 Estratégia MED Prof. Diógenes Paiva | Curso Extensivo | 2023 25 OTORRINOLARINGOLOGIA Infecções de Vias Aéreas Superiores - Parte 2 CAPÍTULO 7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro(a) estrategista, parabéns por finalizar mais este importante resumo, que abordou como "carro chefe" as famosas otites, muito frequentes nas provas de pediatria bem como clinica médica. Você verá que, após esta atenta revisão, estará bem preparado para enfrentar minha lista de questões selecionadas sobre este tema, retiradas de provas anteriores. Não deixe de fazer as questões, assistir aos comentários quando persistirem dúvidas, e contatar-me no fórum de dúvidas para outros esclarecimentos. Estou junto com você nesta caminhada, vamos lá! Estratégia MED Prof. Diógenes Paiva | Resumo Estratégico| 2023 26 OTORRINOLARINGOLOGIA Infecções de Vias Aéreas Superiores - Parte 2 1.0 Otites 1.1 Otite Externa 1.2 Cerume 1.3 Otite média aguda 1.4 Complicações da otite média aguda 1.4.1 Mastoidite 1.5 Otite média serosa (com efusão) 1.6 Otite média crônica 2.0 Laringites 2.1 Laringite/laringotraqueíte viral (crupe) 2.2 Epiglotite 2.3 Traqueíte/laringotraqueíte bacteriana 2.4 Laringite estridulosa 3.0 Laringomalácia 4.0 Linfadenites cervicais 5.0 LISTA DE QUESTÕES 6.0 Referências BIBLIOGRÁFICAS 7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS