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LUIZA CAROLINA RAPOSO RESENDE BEZERRA TURMA: 3108A02 R.A.: 7075320 · Atividade Prática Supervisionada- Direito Processual do Trabalho 1- Não, o magistrado não agiu corretamente ao distribuir o ônus da rova ao Reclamante. Para que haja enquadramento do trabalhador na hipótese prevista no art. 62, I, CLT além das exigências formais de anotação de não sujeição a horário de trabalho deve ser demonstrada a efetiva ausência de controle e fiscalização de cumprimento de horário, devido a atividade externa, que como observado no caso em tela, não correspondia a realidade (uma vez que o autor mandava e-mails confirmando horários de chegada e saída de cada cliente). A teoria sobre a inversão do ônus da prova no Processo do Trabalho visa equilibrar a relação trabalhista, transferindo-se assim, o ônus da prova que seria do empregado ao empregador. Assim, por se tratar de fato extintivo do direito vindicado, o ônus da prova que o autor exercia atividade externa incompatível com a fixação de jornada de trabalho, na forma do art. 62,I,CLT deveria ter sido distribuído a Reclamada. 2- Ao analisar o caso concreto, deve-se destacar que o protesto solicitado pelo patrono do Reclamante tem o fim de evitar que o juiz escute o depoimento da testemunha arrolada pela Reclamada, já que esta possui interesse na causa por exercer cargo diretor e para que não haja preclusão. No mais, é de suma importância ressaltar que o protesto registrado em ata de audiência gera elementos para caracterizar nulidade, cerceamento de defesa e conservar ou preservar direitos preexistentes. Nota-se que o princípio invocado no caso em tela é o da Irrecorribilidade das Decisões Interlocutórias; por fim, conforme o artigo 795 da CLT: As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argui-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos. 3- O advogado da Reclamada deve abordar que o Reclamante preenche os requisitos do artigo 62, inciso I da CLT, logo não há o que se falar em pagamento de horas extras. Ademais, conforme o artigo 482, alínea "c" da CLT, a Justa Causa foi aplicada de forma correta. 4- A medida utilizada pelo Reclamante, no que tange a omissão da sentença, é opor Embargos de Declaração, com prazo de 05 dias úteis. Caso seja acolhido o presente recurso, o Juiz "a quo" deve isentar o Reclamante em pagamento de custas processuais. Caso a medida do Reclamante seja negada em relação a omissão, este deverá interpor Recurso Ordinário, no prazo de 08 dias após a publicação da decisão que rejeitou o Embargos de Declaração. Quanto aos pressupostos genéricos, são eles: legitimidade das partes, interesse recursal, tempestividade, regularidade formal, depósito recursal, preparo das custas e inexistência de fato extintivo ou impedidtivo do poder de recorrer. Entretanto, não há de se falar em depósito recursal e custas processuais quando o Reclamante for beneficiário da Justiça Gratuita. 5- A medida cabível seria interpor o Agravo de Instrumento, nos termos do artigo 897,"b" da CLT. O Agravo será julgado no Tribunal que seria competente para conhecer do recurso denegado, no caso o TRT (artigo 897, §4, CLT). O Objetivo do Agravo de Instrumento é simplesmente impugnar decisão de inadmissão de outros recursos, quando proferioda pelo juízo a quo. 6- O correto seria interpor recurso de revista, conforme artigo 896, I da CLT. No mais, o recurso de revista será apreciado pelo TRT, uma vez que precisa respeitar os requisitos de admissibilidade. Caso os requisitos apresentados permaneçam em harmonia, será remetido ao TST.
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