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PROVAS MICROBIOLOGIA - ATM 271 Ambas P1 e P2 prof Dulce 4. Existe uma molécula bacteriana que é capaz de induzir processos inflamatórios... respostas febris, em mamíferos. Explique onde é encontrara esta molécula na célula bacteriana, apontando se tanto bactérias Gram negativas como bactérias Gram positivas a possuem em suas estruturas. (Há um espaço, caso queira utilizar para esquematizar algum desenho estrutural que facilite a explicação). _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ Amolecula bacterianaque évapay de induzirresportar febrie um mamíferos éo PS ( lipopolisavarideo), que tem endatati mar in sua parte lipídica. O LPs urána amada xierna acho que vi da membana externa da parede velular de bactérias isso ésuficiente gram-negativas. Bactériasgram-positivas não possuem hes,suaParede beber granderealmentepode depicogliene eI molicular que Kambemsão rapazes de desencadear uma resporta inflamatória, como as toxinas exfoliativas produzidas por Staphylococcus aurells DLPS fem 3 partes:dipidiot, que éresponsivel por ancorar a molicula na camada externa da membrana externa da bacteriai porcasdeestardeMental(meceraquiumatelae e dosaacarentegeneradooquevespafeelpelaintere pécies bacterianas. O LP5 ireconhecido pelo S.I como um sinal de perigo e desencadeiauma forteresposta inflamatória, a accio do Los no org. pode levar a vintomas como febre, au mento da produção de vitorinas inflamatórias, queda da PA u(ID I 80 PARTE I Fundamentos de microbiologia fímbrias da bactéria Neisseria gonorrhoeae, o agente causador da gonorreia, auxiliam o micróbio na colonização das membranas mucosas. Uma vez que a colonização ocorre, as bactérias podem causar doença. As fímbrias de E. coli O157 permitem a adesão dessa bactéria ao revestimento do intestino delgado, onde causa uma diarreia aquosa severa. Quando as fímbrias estão ausentes (devido à mutação genética), a colonização pode não ocorrer, e nenhuma doença aparece. Os pili (singular: pilus) normalmente são mais longos que as fímbrias, e há apenas um ou dois por célula. Os pili estão en- volvidos na motilidade celular e na transferência de DNA. Em um tipo de motilidade, chamada de motilidade pulsante,* um pilus é estendido pela adição de subunidades de pilina, faz con- tato com uma superfície ou com outra célula e, então, se retrai (força de deslocamento) à medida que as subunidades de pilina vão sendo desmontadas. Esse modelo é denominado modelo do gancho atracado da motilidade pulsante e resulta em movimen- tos curtos, abruptos e intermitentes. A motilidade pulsante tem sido observada em Pseudomonas aeruginosa, Neisseria gonorrhoeae e em algumas linhagens de E. coli. O outro tipo de motilidade associada aos pili é a motilidade por deslizamento, o movimento suave de deslizamento das mixobactérias. Embo- ra o mecanismo exato seja desconhecido para a maioria das mi- xobactérias, algumas utilizam a retração do pilus. A motilidade por deslizamento fornece uma maneira para os micróbios viaja- rem nos ambientes com baixo conteúdo de água, como os bio- filmes e o solo. Alguns pili são utilizados para agregar as bactérias e faci- litar a transferência de DNA entre elas, um processo chamado de conjugação. Esses pili são chamados de pili de conjugação (sexuais) (ver pp. 228-229 ou a Figura 8.27a, p. 229). Nesse pro- cesso, o pilus de conjugação de uma bactéria, chamada de célula F!, conecta-se ao receptor na superfície de outra bactéria de sua própria espécie ou de espécies diferentes. As duas células estabe- lecem contato físico, e o DNA da célula F! é transferido para a outra célula. O DNA compartilhado pode adicionar uma nova função à célula receptora, como a resistência a um antibiótico ou a habilidade de degradar o seu meio com mais eficiência. TESTE SEU CONHECIMENTO ✓ Por que as cápsulas bacterianas possuem importância médica? 4-3 ✓ Como as bactérias se locomovem? 4-4 A parede celular OBJETIVOS DO APRENDIZADO 4-5 Comparar e diferenciar as paredes celulares de bac- térias gram-positivas e gram-negativas, bactérias acidorresistentes, arqueias e micoplasmas. 4-6 Comparar e diferenciar arqueias e micoplasmas. 4-7 Diferenciar protoplasto, esferoplasto e forma L. A parede celular da célula bacteriana é uma estrutura complexa e semirrígida responsável pela forma da célula. Quase todos os procariotos possuem uma parede celular que circunda a frágil membrana plasmática (citoplasmática) e a protege, bem como ao interior da célula, de alterações adversas no meio externo (ver Figura 4.6). A principal função da parede celular é prevenir a rup- tura das células bacterianas quando a pressão da água dentro da célula é maior que fora dela (ver Figura 4.18d, p. 89). Ela também ajuda a manter a forma de uma bactéria e serve como ponto de ancoragem para os flagelos. À medida que o volume de uma célula bacteriana aumenta, sua membrana plasmáti- ca e parede celular se estendem, conforme necessário. Clini- camente, a parede celular é importante, pois contribui para a capacidade de algumas espécies causarem doenças e também por ser o local de ação de alguns antibióticos. Além disso, a composição química da parede celular é usada para diferenciar os principais tipos de bactérias. Embora as células de alguns eucariotos, incluindo plantas, algas e fungos, tenham paredes celulares, suas paredes diferem quimicamente daquelas dos procariotos, sendo mais simples es- truturalmente e menos rígidas. Composição e características A parede celular bacteriana é composta de uma rede macromo- lecular, denominada peptideoglicano (também conhecida como mureína), que está presente isoladamente ou em combinação com outras substâncias. O peptideoglicano consiste em um dis- sacarídeo repetitivo ligado por polipeptídeos para formar uma rede que circunda e protege toda a célula. A porção dissacarídica é composta por monossacarídeos, denominados N-acetilglicosa- mina (NAG), e ácido N-acetilmurâmico (NAM) (de murus, sig- nificando parede), que estão relacionados à glicose. As fórmulas estruturais de NAG e NAM são mostradas na Figura 4.12. Os vários componentes do peptideoglicano se organizam, formando a parede celular (Figura 4.13a). Moléculas alternadas de NAM e NAG são ligadas em filas de 10 a 65 açúcares para formar um “esqueleto” de carboidratos (a porção glicano do pep- tideoglicano). As filas adjacentes são ligadas por polipeptídeos * N. de T. O termo em inglês “twitching” não possui tradução exata em português; por isso, optou-se por um termo já utilizado por outros au- tores na literatura. Fímbrias TEM 1 !m Figura 4.11 Fímbrias. As fímbrias parecem cerdas nesta célula de E. coli, que está começando a se dividir. Por que as fímbrias são necessárias para a colonização? ↳ CAPÍTULO 4 Anatomia funcional de células procarióticas e eucarióticas 81 (a porção peptídica do peptideoglicano). Embora a estruturada ligação polipeptídica possa variar, ela sempre inclui cadeias late- rais de tetrapeptídeos, as quais consistem em quatro aminoácidos ligados ao NAM no esqueleto. Os aminoácidos ocorrem em um padrão alternado de formas d e l (ver Figura 2.13, p. 40). Esse padrão é único, pois os aminoácidos encontrados em outras proteínas exibem formas l. Cadeias laterais paralelas de tetra- peptídeos podem ser ligadas diretamente umas às outras ou uni- das por uma ponte cruzada peptídica, consistindo em uma cadeia curta de aminoácidos. A penicilina interfere com a interligação final das filei- ras de peptideoglicanos através das pontes cruzadas peptídicas (ver Figura 4.13a). Por isso, a parede celular fica muito enfraque- cida e a célula sofre lise, uma destruição causada pela ruptura da membrana plasmática e pela perda de citoplasma. Paredes celulares de gram-positivas Na maioria das bactérias gram-positivas, a parede celular consis- te em muitas camadas de peptideoglicano, formando uma estru- tura rígida e espessa (Figura 4.13b). Em contrapartida, as paredes celulares de gram-negativas contêm somente uma camada fina de peptideoglicano (Figura 4.13c). O espaço entre a parede ce- lular e a membrana plasmática de uma bactéria gram-positiva é o espaço periplasmático. Ele contém a camada granular, a qual é composta de ácido lipoteicoico. Além disso, as paredes celulares das bactérias gram-positivas contêm ácidos teicoicos, que consis- tem principalmente em um álcool (como o glicerol ou ribitol) e fosfato. Existem duas classes de ácidos teicoicos: o ácido lipotei- coico, que atravessa a camada de peptideoglicano e está ligado à membrana plasmática, e o ácido teicoico da parede, o qual está ligado à camada de peptideoglicano. Devido à sua carga negativa (proveniente dos grupos fosfato), os ácidos teicoicos podem se ligar e regular o movimento de cátions (íons positivos) para den- tro e para fora da célula. Eles também podem assumir um papel no crescimento celular, impedindo a ruptura extensa da parede e a possível lise celular. Por fim, os ácidos teicoicos fornecem boa parte da especificidade antigênica da parede e, portanto, tornam possível identificar bactérias gram-positivas utilizando determi- nados testes laboratoriais (ver Capítulo 10). Da mesma forma, a parede celular dos estreptococos gram-positivos é recoberta com vários polissacarídeos, os quais permitem que eles sejam agrupa- dos em tipos clinicamente significativos. Paredes celulares de gram-negativas As paredes celulares das bactérias gram-negativas consistem em uma ou poucas camadas de peptideoglicano e uma membrana externa (ver Figura 4.13c). O peptideoglicano está ligado a lipo- proteínas na membrana externa e está localizado no periplasma (fluido semelhante a um gel no espaço periplasmático de bac- térias gram-negativas), a região entre a membrana externa e a membrana plasmática. O periplasma contém uma alta con- centração de enzimas de degradação e proteínas de transporte. As paredes celulares gram-negativas não contêm ácidos teicoi- cos. Como as paredes celulares das bactérias gram-negativas contêm somente uma pequena quantidade de peptideoglicano, são mais suscetíveis ao rompimento mecânico. A membrana externa da célula gram-negativa consis- te em lipopolissacarídeos (LPS), lipoproteínas e fosfolipídeos (ver Figura 4.13c). A membrana externa tem várias funções especializadas. Sua forte carga negativa é um fator importan- te na evasão da fagocitose e nas ações do complemento (causa lise de células e promove a fagocitose), dois componentes das defesas do hospedeiro (discutidos em detalhes no Capítulo 16). A membrana externa também fornece uma barreira contra a ação de detergentes, metais pesados, sais biliares, determinados corantes, antibióticos (p. ex., penicilina) e enzimas digestórias como a lisozima. No entanto, a membrana externa não fornece uma bar- reira para todas as substâncias do ambiente, pois os nutrientes devem atravessá-la para garantir o metabolismo celular. Parte da permeabilidade da membrana externa é devida a proteínas na membrana, denominadas porinas, que formam canais. As po- rinas permitem a passagem de moléculas, como nucleotídeos, dissacarídeos, peptídeos, aminoácidos, vitamina B12 e ferro. O lipopolissacarídeo (LPS) da membrana externa é uma molécula grande e complexa que contém lipídeos e carboidra- tos e que consiste em três componentes: (1) lipídeo A, (2) um cerne polissacarídeo e (3) um polissacarídeo O. O lipídeo A é a porção lipídica do LPS e está embebido na parede superior da membrana externa. Quando bactérias gram-negativas mor- rem, elas liberam lipídeo A, que funciona como endotoxina (Capítulo 15). O lipídeo A é responsável pelos sintomas asso- ciados a infecções por bactérias gram-negativas, como febre, dilatação de vasos sanguíneos, choque e formação de coágulos sanguíneos. O cerne polissacarídico é ligado ao lipídeo A e contém açúcares incomuns. Seu papel é estrutural – fornecer estabilidade. O polissacarídeo O se estende para fora do cerne polissacarídico e é composto por moléculas de açúcar. O po- lissacarídeo O funciona como antígeno, sendo útil para dife- renciar espécies de bactérias gram-negativas. Por exemplo, o patógeno alimentar E. coli O157:H7 é diferenciado dos outros sorovares por certos exames laboratoriais que procuram pelos antígenos específicos. Esse papel é comparável ao dos ácidos teicoicos nas células gram-positivas. CH2OH OH H H O H NH H O CH2OH H H O H H O C CH3 O O NH C CH3 O O HC CH3 C O OH N-acetilglicosamina (NAG) N-acetilmurâmico (NAM) Figura 4.12 N-acetilglicosamina (NAG) e ácido N-acetilmurâmico (NAM) unidos como no peptideoglicano. As áreas douradas mos- tram as diferenças entre as duas moléculas. A ligação entre elas é cha- mada de ligação "-1,4. Que tipo de moléculas são estas: carboidratos, lipídeos ou proteínas? 82 PARTE I Fundamentos de microbiologia Cadeia lateral tetrapeptídica Ponte cruzada peptídica Esqueleto de carboidrato N-acetilmurâmico (NAM) Cadeia lateral de aminoácido Ponte cruzada de aminoácido (a) Estrutura do peptideoglicano em bactérias gram-positivas Proteína Membrana plasmática Parede celular Ácido teicoico da parede Ácido lipoteicoico Camada granular Peptideoglicano (c) Parede celular gram-negativa (b) Parede celular gram-positiva Lipopolissacarídeo Membrana externa Peptideoglicano Membrana plasmática Parede celular Polissacarídeo O Cerne polissacarídico Lipídeo A Proteína porina Fosfolipídeo Lipoproteína Periplasma Proteína Lipídeo A Cerne polissacarídico Polissacarídeo O Ligação peptídica NAG NAG NAM Partes do LPS N-acetilglicosamina (NAG) Figura 4.13 Paredes celulares bacterianas. (a) A estrutura do peptideoglicano em bactérias gram-positivas. Juntos, o esqueleto de carboi- drato (porção glicano) e as cadeias laterais tetrapeptídicas (porção peptídica) compõem o peptideoglicano. A frequência de pontes cruzadas peptídicas e o número de aminoácidos nessas pontes variam de acordo com a espécie de bactéria. As pequenas setas indicam onde a penicilina interfere com a ligação das fileiras de peptideoglicano por pontes cruzadas peptídicas. (b) Uma parede celular gram-positiva. (c) Uma parede celular gram-negativa. Quais são as principais diferenças estruturais entre as paredes celulares de gram-positivas e gram-negativas? PROVAS MICROBIOLOGIA - ATM 271 Ambas P1 e P2 prof Dulce 5. Micro-organismos bacterianos são classificados em diferentes categorias em termos de termofilia, como psicrófilos, psicotróficos, mesófilos, termófilos e hipertermófilos. Explique,sob conceitos microbiológicos, a importância de se acondicionar alimentos em ambientes refrigerados (geladeira 4 a 8 graus), considerando os micro organismos alvo e os riscos que se pretende minimizar, ou mesmo eliminar. (Há um espaço, caso queira utilizar para esquematizar algum desenho estrutural que facilite a explicação __________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ Acondicionaralimentosum geladeira favorece a não decomposição de matériaorgânica. Mirroorganismos consomem tecidoscom sub trato, produzindo um produto com alteraçõesorganotivas,não quanto mais decompostoum ambiente,maior a quantidade de W microorganismos . as micro organismosalvo são os merófilos, que - sao os que voarem na faixa de 10%-50°C a, a temperatura média do corpo humano usanessa faixa (aproximadaments 37.C). Consequentemente, são os mesofilos que vauram a maioriadas inferosno hu mano. Atemperatura de uma geladeira (4.(-6.C) não vána faixa de Temperatura de crescimento de mesofilos, então, acondicionar alimentos na geladeiraretarda ou para w vescimento desses microorganismos, um pedindo sua multiplicação. Porém, armazenar alimentosum geladeira não é suficiente para garantirque não chaja uma possível doença infecciosa trans mitida por alimentos porque os pricrotófilos (crescem entre0-30) podem se desennolwer mesmo de maneira denta a existem pricrotróficos, como a Salmonella a a Dieseria, que podem a estabilizar na temperatura humana (mesmo assim, é importanteacondicionar esses alimentosna geladeira poisa velocidade de crescimentodiminuil Alémdisso, armazenamentoradequado Também éimportantepara não chauer contaminaçãocruzada. I I 150 PARTE I Fundamentos de microbiologia Fatores necessários para o crescimento OBJETIVOS DO APRENDIZADO 6-1 Classificar os micróbios em cinco grupos com base em sua faixa de temperatura preferida. 6-2 Identificar como e por que o pH dos meios de cultura é controlado. 6-3 Explicar a importância da pressão osmótica para o crescimento microbiano. 6-4 Indicar uma utilização para cada um dos quatro elementos (carbono, nitrogênio, enxofre e fósforo) necessários em grandes quantidades para o cresci- mento microbiano. 6-5 Explicar como os micróbios são classificados com base em suas necessidades de oxigênio. 6-6 Identificar as maneiras pelas quais os aeróbios pre- vinem os danos causados pelas formas tóxicas do oxigênio. Os fatores necessários para o crescimento microbia- no podem ser divididos em duas categorias prin- cipais: físicos e químicos. Os fatores físicos incluem temperatura, pH e pressão osmótica. Os fatores químicos in- cluem fontes de carbono, nitrogênio, enxofre, fósforo, oxigênio, elementos-traço e fatores orgânicos de crescimento. Fatores físicos Temperatura A maioria dos microrganismos cresce bem nas temperaturas ideais para os seres humanos. Contudo, certas bactérias são ca- pazes de crescer em extremos de temperatura que certamente impediriam a sobrevivência de quase todos os organismos eu- carióticos. Os microrganismos são classificados em três grupos principais, com base na faixa de temperatura que eles preferem: psicrófilos (micróbios que gostam de frio), mesófilos (micró- bios que gostam de temperaturas moderadas) e termófilos (mi- cróbios que gostam de calor). A maioria das bactérias cresce em uma faixa limitada de temperatura, e há somente 30°C de dife- rença entre as temperaturas máxima e mínima de crescimento. Elas crescem pouco nas temperaturas extremas, considerando sua faixa ideal. Cada espécie bacteriana cresce a temperaturas mínima, ótima e máxima específicas. A temperatura mínima de cresci- mento é a menor temperatura na qual a espécie pode crescer. A temperatura ótima de crescimento é a temperatura na qual a espécie cresce melhor. A temperatura máxima de crescimento é a maior temperatura na qual o crescimento é possível. Repre- sentando graficamente a resposta de crescimento ao longo de um intervalo de temperatura, podemos observar que a temperatura ótima de crescimento se encontra geralmente próxima à parte superior da faixa; acima dessa temperatura, a velocidade de cres- cimento cai rapidamente (Figura 6.1). Isso ocorre provavelmen- te porque a temperatura elevada inativou os sistemas enzimáti- cos necessários da célula. As faixas e as temperaturas máximas de crescimento que definem as bactérias como psicrófilas, mesófilas ou termófilas ASM: a sobrevivência e o crescimento de qualquer microrganismo em um determinado ambiente dependem de suas características metabólicas. Caso clínico: brilhando no escuro Reginald MacGruder, pesquisador do Centers for Disease Con- trol and Prevention (CDC), em Atlanta, na Georgia, tem um mistério nas mãos. No início do ano, ele estava envolvido no recall de uma solução de heparina intravenosa que foi acusada de causar infecções sanguíneas por Pseudomonas fluorescens em pacientes de quatro Estados diferentes. Aparentemente, tudo estava sob controle, mas agora, três meses após o recall, 19 pacientes de dois outros Estados desenvolveram as mes- mas infecções sanguíneas por P. fluorescens. Isso não faz sen- tido para o Dr. MacGruder; como essa infecção poderia estar reaparecendo tão cedo após o recall? Será que outro lote de heparina poderia estar contaminado? O que é P. fluorescens? Leia mais para descobrir. 150 162 170 172 Ve lo ci da de d e cr es ci m en to – 10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 Temperatura (°C) Psicrófilos Psicrotróficos Mesófilos Termófilos Hipertermófilos Figura 6.1 Velocidades de crescimento carac- terísticas de diferentes tipos de microrganis- mos em resposta à temperatura. O pico da curva representa o crescimento ótimo (reprodu- ção mais rápida). Observe que a velocidade de crescimento decresce rápido para temperaturas apenas um pouco acima do ótimo. Nos extremos da faixa de temperatura, a velocidade de repro- dução é muito menor que a velocidade na tem- peratura ótima. Por que é difícil definir psicrófilos, mesófi- los e termófilos? I CAPÍTULO 6 Crescimento microbiano 151 não estão determinadas de maneira rígida. Os psicrófilos, por exemplo, foram inicialmente considerados microrganismos capazes de crescer a 0°C. Contudo, existem dois grupos mui- to diferentes capazes de crescer nessa temperatura. Um grupo composto somente por psicrófilos pode crescer a 0°C, porém temperatura ótima de crescimento de aproximadamente 15°C. A maioria desses microrganismos é tão sensível a temperaturas mais altas que não poderá crescer mesmo em uma temperatura ambiente amena (25°C). Encontrados essencialmente nas pro- fundezas dos oceanos ou em certas regiões polares, esses micror- ganismos raramente causam problemas na preservação de ali- mentos. O outro grupo que pode crescer a 0°C tem temperaturas ótimas de crescimento mais elevadas, geralmente de 20 a 30°C, e não pode crescer em temperaturas acima de 40°C. Os organis- mos desse tipo são mais comuns que os psicrófilos e são os mais prováveis de serem encontrados na deteriora- ção de alimentos em baixa temperatura, pois crescem muito bem em temperaturas utilizadas em refrigera- dores. Utilizaremos o termo psicrotróficos, preferido pelos microbiologistas de alimentos, para esse grupo de microrganismos deteriorantes. A refrigeraçãoé o método mais comum de pre- servação dos alimentos nos domicílios. Esse método tem como base o princípio de que as velocidades de re- produção microbiana decrescem em baixas temperatu- ras. Embora os microrganismos sobrevivam mesmo em temperaturas próximas do congelamento (podem apre- sentar dormência total), eles gradualmente diminuem seu número. Algumas espécies diminuem mais rapida- mente do que outras. Os psicrotróficos, na verdade, não crescem bem em temperaturas baixas, exceto quando comparados com outros microrganismos; contudo, em determinado período, eles são capazes de deteriorar lentamente o alimento. Essa deterioração pode tomar a forma de micélio fúngico, limo na superfície do alimen- to ou alterações de sabor ou cor nos alimentos. A tem- peratura dentro de um refrigerador bem ajustado retar- dará muito o crescimento da maioria dos organismos deteriorantes, impedindo totalmente o crescimento da maior parte das bactérias patogênicas. A Figura 6.2 ilustra a importância das temperaturas baixas para im- pedir o crescimento de organismos deteriorantes e pa- togênicos. Quando grandes porções de alimentos pre- cisam ser refrigeradas, é importante recordar que uma grande quantidade de comida quente resfria em uma velocidade relativamente baixa (Figura 6.3). Os mesófilos, com temperatura ótima de cresci- mento de 25 a 40°C, são os microrganismos mais co- muns. Os organismos que se adaptaram a viver dentro dos corpos de animais geralmente têm uma temperatura ótima próxima daquela de seus hospedeiros. A temperatura ótima para a maioria das bactérias patogênicas é de cerca de 37°C, e as es- °F °C As temperaturas nesta faixa destroem a maioria dos micróbios, as temperaturas inferiores levam mais tempo. Crescimento bacteriano muito lento. Muitas bactérias sobrevivem; algumas podem crescer. Temperaturas de refrigeração; podem permitir o crescimento lento de bactérias deteriorantes, poucos patógenos. Nenhum crescimento significativo em temperaturas abaixo do congelamento. Rápido crescimento de bactérias; algumas podem produzir toxinas. 260 240 220 200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 – 20 130 – 30 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 – 10 – 20 Zona de perigo Figura 6.2 Temperaturas de preservação de alimentos. As baixas tempera- turas reduzem as velocidades de reprodução microbiana, sendo esse o princípio básico da refrigeração. Sempre há alguma exceção para as respostas às tempe- raturas mostradas aqui; por exemplo, certas bactérias crescem bem em tempe- raturas elevadas que matariam a maioria das bactérias, e algumas podem, na verdade viver em temperaturas bem abaixo do nível de congelamento. Qual bactéria teoricamente teria mais probabilidade de crescer na temperatura de um refrigerador: um patógeno humano intestinal ou um patógeno de plantas transmissível pelo solo? Figura 6.3 Efeito da quantidade de alimento em relação à velo- cidade de resfriamento e sua probabilidade de deterioração em um refrigerador. Observe, neste exemplo, que a panela de arroz com profundidade de 5 cm resfriou abaixo da faixa de temperatura de incubação de Bacillus cereus em cerca de 1 hora, ao passo que a panela de arroz com profundidade de 15 cm permaneceu nessa faixa de temperatura durante cerca de 5 horas. Considerando-se uma panela rasa e um pote fundo com o mesmo volume, qual vai resfriar mais rápido? Por quê? 80 70 60 50 40 30 20 10 0 – 10 1 2 3 4 5 6 7 8 Horas Te m pe ra tu ra (º C ) 15 cm de profundidade 5 cm de profundidade A faixa mais escura mostra o intervalo aproximado de temperatura no qual Bacillus cereus se multiplica no arroz. 43°C 15°C Ar do refrigerador 0 152 PARTE I Fundamentos de microbiologia tufas para culturas clínicas, em geral, são ajustadas nessa tempe- ratura. Os mesófilos incluem a maioria dos organismos deterio- rantes e patogênicos. Os termófilos são microrganismos capazes de crescer em temperaturas altas. Muitos desses organismos têm uma tempe- ratura ótima de crescimento de 50 a 60°C, aproximadamente a temperatura da água que sai das torneiras de água quente. Essas temperaturas também podem ser encontradas no solo exposto ao sol e em águas termais, como as fontes termais. De manei- ra extraordinária, muitos termófilos não conseguem crescer em temperaturas abaixo de 45°C. Os endósporos formados por bac- térias termófilas são anormalmente resistentes à temperatura e podem sobreviver ao tratamento térmico convencional aplica- do aos alimentos enlatados. Embora temperaturas elevadas de estocagem possam causar a germinação e o crescimento desses endósporos, levando à deterioração do alimento, essas bactérias termófilas não são consideradas um problema de saúde pública. Os termófilos são importantes em pilhas de compostagem or- gânica (ver Figura 27.8, p. 779), nas quais a temperatura pode alcançar rapidamente 50 a 60°C. Alguns microrganismos membros das arqueias (p. 4) têm uma temperatura ótima de crescimento de 80°C ou mais. Esses organismos são chamados de hipertermófilos, ou, em alguns casos, termófilos extremos. A maioria desses organis- mos vive em fontes termais associadas à atividade vulcânica; o enxofre normalmente é importante na sua atividade metabó- lica. A temperatura mais alta conhecida para crescimento bac- teriano e replicação é de cerca de 121°C perto de respiradouros hidrotermais abissais. Ver quadro Aplicações da microbiologia “A vida no extremo”. A enorme pressão nas profundezas dos oceanos evita que a água ferva mesmo em temperaturas bem acima de 100°C. pH Lembre-se de nossa discussão, no Capítulo 2 (pp. 33-34), de que o pH refere-se à acidez ou alcalinidade de uma solução. A maioria das bactérias cresce melhor em uma faixa estreita de pH próxi- ma da neutralidade, entre pH 6,5 e 7,5. Poucas bactérias cres- cem em pH ácido abaixo de 4. Por essa razão, muitos alimentos, como o chucrute, os picles e muitos queijos, são protegidos da deterioração pelos ácidos produzidos pela fermentação bacte- riana. Todavia, algumas bactérias, chamadas de acidófilas, são extraordinariamente tolerantes à acidez. Um tipo de bactéria quimioautotrófica, encontrada na água de drenagem das minas de carvão e que oxida enxofre para formar ácido sulfúrico, pode sobreviver em pH 1. Os fungos e as leveduras crescem em uma faixa maior de pH que as bactérias, mas o pH ótimo dos fungos e das leveduras geralmente é menor que o bacteriano, entre pH 5 e 6. A alcalinidade também inibe o crescimento microbiano, mas raramente é utilizada para preservar os alimentos. Quando bactérias são cultivadas no laboratório, elas com frequência produzem ácidos que, algumas vezes, interferem com o seu próprio crescimento. Para neutralizar os ácidos e manter o pH apropriado, tampões químicos são incluídos no meio de cultura. As peptonas e os aminoácidos atuam como tampões em alguns meios, e muitos meios também contêm sais de fosfato. Os sais de fosfato têm a vantagem de exibir o seu efeito de tampão na faixa de pH de crescimento da maioria das bactérias. Também não são tóxicos; de fato, eles fornecem fósforo, um nutriente essencial. Pressão osmótica Os microrganismos obtêm a maioria dos seus nutrientes em solução da água presente no seu meio ambiente. Portanto, eles requerem água para seu crescimento, sendo que sua composição é de 80 a 90% de água. Pressões osmóticas elevadas têm como efeito remover a água necessária para a célula. Quando uma cé- lula microbiana está em uma solução cuja concentração de solu- tos é mais elevada que dentro da célula (ambiente hipertônico), a água atravessa a membrana celular para o meio com a concen- tração mais elevada de soluto. (Ver a discussão sobre osmose no Capítulo 4, pp. 88-89, e na Figura 4.18 os três tipos de soluções ambientais que uma célula pode encontrar.) Essa perda osmótica de água causa plasmólise, ou o encolhimento do citoplasma da célula (Figura 6.4). O crescimento da célula é inibido à medida que a mem- branaplasmática se afasta da parede celular. Portanto, a adição Membrana plasmática Parece celular Citoplasma NaCl 0,85% (a) Célula em solução isotônica. Nestas condições, a concentração de soluto na célula é equivalente à concentração de soluto do cloreto de sódio 0,85% (NaCl). NaCl 10% (b) Célula plasmolisada em solução hipertônica. Se a concentração dos solutos, como o NaCl, for maior no meio circundante do que no interior da célula (o meio é hipertônico), a água tende a deixar a célula. O crescimento da célula é inibido. H2O Membrana plasmática Citoplasma Figura 6.4 Plasmólise. Por que a pressão osmótica é um fator importante no crescimento microbiano? PROVAS MICROBIOLOGIA - ATM 271 Ambas P1 e P2 prof Dulce 2. Menino de 2 anos de idade, frequentador diário de creche comunitária, com história de vómito e diarreia nas últimas 24 horas. Apresentava-se apático e letárgico, apesar da mãe referir que normalmente era uma criança esperta e alegre. Ao exame físico mostrou-se moderadamente desidratado, com temperatura de 37.5°C. Os exames de ouvido, nariz e garganta foram normais, bem como a ausculta pulmonar. Foi verificado abdômen flácido e sensibilidade moderada em baixo ventre. A pediatra solicitou hemograma, ureia, eletrólitos, urocultura e coprocultura. Como são conhecidos os tipos de Escherichia coli que causam gastroenterites? Qual(is) o(s) tipo(s) provavelmente envolvido(s) neste caso? Justifique sua consideração. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ METEC E EPEC (E. Goli enteropatogênica), EIEC (E. Goli anteroimmasiva), EAEC/E. Goli anteroagregativa), EHEC(E. Gdi antero. Chemorrágica) a ETEC (E.Goi enterooxigênica). O tipoprovavelmenteanvolvido aETEC,poisnomito, diarreia, pouca ou nenhuma febre, desidrataçãoe pouca das ésintoma tologiaTípica de uma inferçãopor ETEC e a duraçãodos sintomas fam bem condiz com esse Tipo, que tambéméa mais frequente causa de diaria infantil. EPEC criancas 1 ano EIEC - causa fezes com Dangue(quenão foicitada) a vausa febre altadas forte EAEC - fezes com sangue EHEC fezes com rangue e dos abdominal forte S CAPÍTULO 25 Doenças microbianas do sistema digestório 719 Essas infecções oferecem risco à vida e exigem antibiotico- terapia precoce para o sucesso do tratamento. Gastrenterite por Escherichia coli Um dos microrganismos mais prolíficos no trato intestinal dos seres humanos é Escherichia coli. Por ser tão comum e tão fa- cilmente cultivável, os microbiologistas com frequência a con- sideram um tipo de animal de estimação de laboratório. Essas E. coli normalmente são inofensivas, porém certas linhagens podem ser patogênicas. Elementos genéticos móveis podem transformar a bactéria E. coli em um patógeno altamente adap- tado, capaz de causar uma variedade de doenças. Algumas li- nhagens patogênicas secretoras de toxina são bem adaptadas à invasão das células epiteliais intestinais, causando gastrenterite por E. coli. Outros locais, como o trato urinário, a corrente san- guínea e o sistema nervoso central, também podem ser afeta- dos. Oito variedades patogênicas (patovares) de E. coli foram bem caracterizadas; discutiremos cinco desses patovares cau- sadores de diarreia. E. coli enteropatogênica (EPEC, de enteropathogenic E. coli) é a principal causa de diarreia nos países em desenvol- vimento e é potencialmente fatal em lactentes. À medida que as bactérias se fixam à parede intestinal, elas eliminam as micro- vilosidades circundantes e estimulam a actina da célula hospe- deira a formar pedestais sob seu sítio de fixação (Figura 25.11). As bactérias EPEC secretam várias proteínas efetoras, as quais são translocadas para as células hospedeiras, algumas contri- buindo para a diarreia. E. coli enteroinvasiva (EIEC, de enteroinvasive E. coli) é considerada, de forma geral, quase um “sinônimo” de Shigella – ela tem os mesmos mecanismos patogênicos. A EIEC conse- gue acesso à submucosa do trato intestinal através das células M (ver Figura 25.7), da mesma forma que Shigella. Essa invasão re- sulta em inflamação, febre e em disenteria semelhante à causada por Shigella. E. coli enteroagregativa (EAEC, de enteroaggregative E. coli) é um grupo de coliformes encontrado apenas em seres humanos. Esse grupo é assim denominado devido às suas ca- racterísticas de crescimento, em que as bactérias formam uma configuração de “tijolos empilhados” em células de cultura de tecidos. As EAEC não são invasivas, mas produzem uma entero- toxina que causa diarreia aquosa. Nos últimos anos, linhagens de E. coli entero-hemorrá- gica (EHEC, de enterohemorrhagic E. coli) têm causado diversos surtos de doença grave nos Estados Unidos. O principal fator de virulência dessas bactérias é uma toxina do tipo Shiga. As toxinas Shiga constituem uma família de toxinas que estão intimamente relacionadas. Algumas linhagens de E. coli que produzem toxi- nas do tipo Shiga são chamadas de E. coli produtoras de toxina Shiga (STEC, de Shiga-toxin-producing E. coli). A verdadeira to- xina Shiga é produzida somente por Shigella dysenteriae. A maio- ria dos surtos ocorre devido à EHEC sorotipo O157:H7. Outras linhagens menos conhecidas incluem a O121 e a O104:H21. (Ver p. 299 para obter uma explicação sobre esta nomenclatura numérica.) Como a toxina é liberada em consequência da lise celular, a antibioticoterapia pode agravar os danos ao provocar a liberação de mais toxina. As criações de gado, as quais não são afetadas pelo pató- geno, são o principal reservatório; as infecções são dissemina- das por água ou alimentos contaminados. Atualmente, 2 a 3% do gado doméstico carreia STEC, a qual contamina a carcaça no momento do abate. Existem exigências para a testagem da carne moída para a presença dessa linhagem de E. coli, principalmente se ela é destinada à exportação. Vegetais folhosos também podem ser contaminados, muitas vezes pelo escoamento de rejeitos de confinamentos. Alimentos ingeridos não são a única fonte de in- fecção; alguns casos têm sido associados com a visita de crianças a fazendas e zoológicos. Estima-se que a dosagem infecciosa seja bem pequena, provavelmente muito menor que 100 bactérias. Em seres humanos, as toxinas Shiga frequentemente cau- sam apenas uma diarreia autolimitada, mas em cerca de 6% das pessoas infectadas, elas produzem uma inflamação do colo (a porção final do intestino grosso que termina logo acima do reto) envolvendo um sangramento profuso, chamada de colitehemorrágica. Diferentemente da Shigella, estas bactérias E. coli não invadem a parede intestinal (ver Figura 25.7), mas, em vez disso, elas liberam a toxina no lúmen (espaço) intestinal. Outra complicação perigosa é a síndrome hemolítico-urêmica (HUS, de hemolytic uremic syndrome). Caracterizada por sangue na urina, frequentemente levando à insuficiência renal, a HUS ocorre quando os rins são afetados pela toxina. Cerca de 5 a 10% das crian- ças pequenas que foram infectadas progridem para esse estágio, que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 5%. Os cuidados desses pacientes envolvem principalmente a reidratação intravenosa e o monitoramento cuidadoso dos eletrólitos séricos. Alguns sobrevi- ventes da HUS podem exigir diálise renal ou mesmo transplantes. Estima-se que 200 a 500 óbitos ocorram anualmente. MEV 0,5 !m Figura 25.11 Formação de um pedestal por uma E. coli entero-he- morrágica (EHEC) O157:H7. As bactérias EHEC (em roxo) aderem-se à parede epitelial, destruindo a superfície das microvilosidades e cau- sando a formação de projeções semelhantes a pedestais (em amare- lo), sobre as quais elas se apoiam. A função dessas estruturas ricas em actina ainda não está elucidada, mas elas podem facilitar a dissemina- ção das bactérias para as células vizinhas. A adesão é um fator de patogenicidade de um micróbio? E 722 PARTE IV Microrganismos e doenças humanas Devido à atenção que esse patógeno tem atraído, os pes- quisadores vêm trabalhando, com certo sucesso, no desenvol- vimento de métodos rápidos para sua detecção em alimentos, sem a necessidade de utilizar métodos de cultura muito demo- rados. Recomenda-se que os laboratórios de saúde pública tes- tem rotineiramente para STEC. Um método padrão consiste na utilização de meios que diferenciem essas bactérias pela sua incapacidade de fermentar o sorbitol. Todas as colônias sorbitol- -negativas devem ser posteriormente testadas por um proces- so chamado de eletroforese em gel de campo pulsado (PFGE, de pulsed-field gel electrophoresis), uma técnica de fingerprinting de DNA que realiza a subtipagem de bactérias. Nos Estados Unidos, os dados são adicionados a uma plataforma de banco de dados nacional denominada PulseNet database, onde as informações epidemiológicas podem ser comparadas. Vacinas que reduzem significativamente os números de bactérias O157: H7 no gado foram licenciadas, mas não se sabe se o uso desses imunoterápicos será generalizado. Um grupo patogênico de E. coli, denominado E. coli en- terotoxigênica (ETEC, de enterotoxigenic E. coli) secreta ente- rotoxinas que causam diarreia. A doença é frequentemente fatal para crianças com idade inferior a 5 anos. Uma das enterotoxi- nas produzidas por ETEC assemelha-se à toxina do cólera em função. As bactérias ETEC não são invasivas e permanecem no lúmen intestinal. Diarreia dos viajantes Há muito se diz que “viajar expande a mente e relaxa os intesti- nos”, o que posteriormente leva a uma condição popularmente conhecida como diarreia do viajante. A causa bacteriana mais comum é ETEC; o segundo isolado mais frequente é EAEC. A diarreia do viajante também pode ser causada por outros patógenos gastrintestinais, como Salmonella, Shigella e Cam- pylobacter – bem como por vários patógenos bacterianos não identificados, vírus e protozoários parasitos. Na verdade, na maioria dos casos, o agente causador nunca é identificado, e a quimioterapia nem chega a ser administrada. Uma vez que seja contraída, o melhor tratamento é a reidratação oral, recomen- dada para todas as diarreias. Em casos graves, antimicrobianos podem ser necessários. A prescrição de antibióticos pode ofe- recer alguma proteção; outra opção consiste na administração de preparações contendo bismuto, como Pepto-Bismol, mas a melhor orientação para áreas de risco consiste na prevenção da infecção. Gastrenterite por Campylobacter Campylobacter são bactérias gram-negativas, microaerófilas, curvadas em espiral, que emergiram como a principal causa de doenças transmissíveis por alimentos nos Estados Unidos. Elas se adaptam bem ao ambiente intestinal de hospedeiros animais, sobretudo de aves. O cultivo de Campylobacter requer condições de baixa tensão de oxigênio e alta tensão de dióxido de carbo- no, desenvolvidas em sistemas especiais. A temperatura ótima de crescimento das bactérias, de cerca de 42°C, aproxima-se daquela de seus hospedeiros animais, mas as bactérias não se multiplicam nos alimentos. Quase todos os frangos à venda em varejos estão contaminados com Campylobacter. Além disso, cerca 60% do gado excreta o organismo nas fezes e no leite, po- rém a carne vermelha à venda tem menos probabilidade de estar contaminada. Estima-se que ocorram mais de 2 milhões de casos de gas- trenterite por Campylobacter nos Estados Unidos anualmente, geralmente causados por C. jejuni. A dose infecciosa é inferior a 1 milhão de bactérias. Clinicamente, ela é caracterizada por fe- bre, cólica abdominal e diarreia ou disenteria. Normalmente, a recuperação ocorre dentro de uma semana. Uma complicação rara da infecção por Campylobacter é que ela está associada, em cerca de 1 a cada 1.000 casos, à doença neurológica denominada síndrome de Guillain-Barré, uma para- lisia temporária. Aparentemente, uma molécula de superfície da bactéria assemelha-se a um componente lipídico do tecido ner- voso e desencadeia uma resposta autoimune. Úlcera péptica por Helicobacter Em 1982, um médico na Austrália cultivou uma bactéria espira- lada, microaerófila, observada no tecido biopsiado de pacientes com úlceras de estômago. Hoje chamada de Helicobacter pylori, é amplamente aceito que esse micróbio é o responsável pela maio- ria dos casos de úlcera péptica. Essa síndrome inclui úlceras gás- tricas e duodenais. (O duodeno é a primeira porção do intestino delgado.) Cerca de 30 a 50% da população nos países desenvol- vidos se tornam infectados; a taxa de infecção é maior em outros lugares. Apenas cerca de 15% dos infectados desenvolvem úlcera; portanto, certos fatores do hospedeiro provavelmente estão en- volvidos. Por exemplo, pessoas que possuem o tipo sanguíneo O são mais suscetíveis, o que também é verdadeiro para o cólera (ver p. 522.) O H. pylori também é considerado uma bactéria car- cinogênica. O câncer gástrico se desenvolve em cerca de 3% das pessoas infectadas por essa bactéria. A mucosa do estômago contém células que secretam suco gástrico contendo enzimas proteolíticas e ácido clorídrico, que ativa essas enzimas. Outras células especializadas produzem uma camada de muco que protege o próprio estômago da digestão. Se essa defesa é rompida, uma inflamação do estômago (gastrite) ocorre. Essa inflamação pode, então, progredir para uma área ul- cerada (Figura 25.12). Por meio de uma interessante adaptação, o H. pylori pode crescer no ambiente altamente ácido do estôma- go, que é letal para a maioria dos microrganismos. H. pylori pro- duz grandes quantidades de uma urease especialmente eficiente, enzima que converte a ureia no composto alcalino amônia, re- sultando em um pH localmente elevado na área de crescimento. A erradicação do H. pylori com antimicrobianos geral- mente leva ao desaparecimento das úlceras pépticas. Vários an- tibióticos, geralmente administrados em combinação, demons- traram ser efetivos. O subsalicilato de bismuto (Pepto-Bismol) também é efetivo, sendo frequentemente parte do regime medi- camentoso. Quando as bactérias são eliminadas com sucesso, a taxa de recorrência da úlcera é de apenas 2 a 4% ao ano. A rein- fecção pode resultar de várias fontes ambientais, mas é menos provável em áreas com altos padrões de saneamento; na verdade, existem evidências de que a infecção por H. pylori esteja desapa- recendo lentamente nos países desenvolvidos. Os testes diagnósticos mais confiáveis requerem a biópsia de tecido e a cultura do organismo. Uma abordagem diagnós- tica interessante é o teste de depuração respiratória da ureia. O paciente deglute ureiamarcada radioativamente, se o teste for e PROVAS MICROBIOLOGIA - ATM 271 Ambas P1 e P2 prof Dulce 4. Mulher, 31 anos de idade, negra, natural de Abaetetuba - PA, procedente do Pronto Socorro Municipal do Guamá PA, doméstica, com escolaridade de 1-3 anos. Admitida no Hospital Universitário João de Barros Barreto em Belém-PA com tosse seca, febre e dispnéia Grau 1 (Escala de Dispnéia do MRC Modificada), referindo que o quadro perdurava há, aproximadamente, 2 meses. Havia sido internada no Hospital Ophir Loyola 3 meses antes, em virtude de quadro convulsivo, cefaléia holocraniana de forte intensidade, associado à hemiplegia à esquerda. O lavado brônquico mostrou além de bacilos Gram negativos e cocos Gram positivos (compatível com microbiota daquele sítio), com ausência de BAAR e presença de leveduras encapsuladas. Frente ao resultado laboratorial, descrito, qual o agente patogênico compatível com o achado apresentado. Descreva a forma de transmissão do agente, apontando como este micro-organismo infecta o hospedeiro susceptível, bem como a forma de infecção. A referência de cefaléia holocraniana de forte intensidade, estaria compatível com os achados laboratoriais? _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ PROVAS MICROBIOLOGIA - ATM 271 Ambas P1 e P2 prof Dulce 5. Em um processo infeccioso, podendo ser bacteriano ou fúngico, aponte 5 fatores de virulência e suas ações no processo infeccioso. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ · 1. capsula protegem as bactériaspatogenicas contra a pagocitose pelas ilulas do hospedeiro. Impede que a vilula fagocitiva se ligue a bateria 1. Parede celular ↳ proteina M: faz o intermédio da aderência da bactérine ascélulas epiteliais do hospedeiro e auxiliana resistênciada bactériaafa gocitose pelos leucócitos ↳ dipídeo ceroso (ácido micólico:confere resistênciaiadigestão por fagócitos a permiteque a bactériase multiplique no interiordesses fagocitor 3. Exoenzimas e substancias relacionadas:digestão do material entre var células a induz a formação vou a degradaçãode coágulos sanguiness. ↳ coagulases:icoagula fibrinogênio no sangue i w converte em fibrina, que protege a bactéria da fagoritos a a isola de outras defesas ↳ einases:degradam fibrina, digerindo coágulo ↳ hialuronidase:hidrolisa ác. hialurônico necrose de ferimentosinfectados a auxílio na dispersão ↳ volagenase:facilita disseminaçãoda gangrena gasosa, queba colágeno ↳ protease IgA:destruição deI um tipo de audiolima ↳. Kotimas que degradam membranas:mortede fagócitos a auxílio para as batt. ↳reaparem dos fagossomo para o citoplasma ↳ aucocidinas ↳ hemolisimas 3. Plasmideo:podem transportar informaçõesque determinam apatogenicidade ↳ neurotolina dutânica ↳ anterdiotina termoabil ↳ unterdotina urafilocócica D 6. Conversão lisoginica:mudança nas caras, de um microlio devidoà presença de um profago - vil. Last. Se toma imune a novas inferties ↳genes de baueriófagos contribuem pipatogenicidade CAPÍTULO 15 Mecanismos microbianos de patogenicidade 421 várias camadas e podem ser constituídos por diversos tipos de microrganismos. Os biofilmes representam outro método de aderência muito importante, pois são resistentes a desinfetantes e antibióticos. Essa característica é significativa, principalmente quando os biofilmes colonizam estruturas como dentes, cateteres médicos, endopróteses expansíveis, válvulas cardíacas, próteses e lentes de contato. A placa dentária é, na verdade, um biofil- me que se mineralizou ao longo do tempo, criando aquilo que é conhecido como tártaro. Estima-se que os biofilmes estejam envolvidos em cerca de 65% de todas as infecções bacterianas em seres humanos. As linhagens enteropatogênicas de E. coli (responsáveis por doenças gastrintestinais) possuem adesinas nas fímbrias que se aderem apenas a tipos específicos de células em certasregiões do intestino delgado. Após a aderência, Shigella e E. coli indu- zem a endocitose mediada por receptor como um veículo para penetrarem nas células do hospedeiro e, então, multiplicarem- -se em seu interior (ver Figura 25.7, página 714). O Treponema pallidum, o agente causador da sífilis, utiliza sua extremida- de afilada como gancho para se fixar às células do hospedeiro. A Listeria monocytogenes, que causa meningite, aborto espontâ- neo e nascimento de bebês natimortos, produz uma adesina para um receptor específico nas células do hospedeiro. A Neisseria gonorrhoeae, o agente causador da gonorreia, também apresenta fímbrias com adesinas, que permitem sua adesão a células que possuam os receptores apropriados em locais como trato uroge- nital, olhos e faringe. O Staphylococcus aureus, que causa infec- ções de pele, liga-se à pele através de um mecanismo de aderên- cia semelhante à adsorção viral (ver Capítulo 13). TESTE SEU CONHECIMENTO ✓ Liste três portas de entrada e descreva como os microrganis- mos utilizam cada uma delas. 15-1 ✓ A DL50 da toxina botulínica é de 0,03 ng/kg; a DL50 da toxina de Salmonella é de 12 mg/kg. Qual das duas é a toxina mais potente? 15-2 ✓ Como um fármaco que se liga à manose das células humanas afeta uma bactéria patogênica? 15-3 Como os patógenos bacterianos ultrapassam as defesas do hospedeiro OBJETIVOS DO APRENDIZADO 15-4 Explicar como as cápsulas e os componentes da pare- de celular contribuem para a patogenicidade. 15-5 Comparar os efeitos das coagulases, cinases, da hialu- ronidase e da colagenase. 15-6 Definir e apresentar um exemplo de variação antigê- nica. 15-7 Descrever como as bactérias utilizam o citoesqueleto celular para entrar na célula. Embora alguns patógenos possam causar dano quando na super- fície dos tecidos, a maioria precisa entrar nos tecidos para causar doenças. Nesta seção, consideraremos diversos fatores que con- tribuem para a capacidade das bactérias de invadir o hospedeiro. Cápsulas Lembre-se de que, como visto no Capítulo 4, algumas bactérias produzem substâncias no glicocálice que formam cápsulas ao re- dor de sua parede celular; essa propriedade aumenta a virulência das espécies. A cápsula resiste às defesas do hospedeiro por impe- dir a fagocitose, o processo utilizado por certas células do orga- nismo para englobar e destruir microrganismos (ver Capítulo 16, p. 452). A natureza química da cápsula parece impedir que a célula fagocítica se ligue à bactéria. Entretanto, o corpo humano pode produzir anticorpos contra a cápsula e, quando esses anticorpos estiverem presentes na superfície da cápsula, as bactérias encapsu- ladas são facilmente destruídas por fagocitose. Uma bactéria que deve a sua virulência à presença de uma cápsula polissacarídica é o Streptococcus pneumoniae, o agen- te causador da pneumonia pneumocócica (ver Figura 24.11, p. 689). Linhagens dessa bactéria que têm cápsulas são virulen- tas, porém linhagens que não apresentam cápsulas não são viru- lentas, uma vez que são suscetíveis à fagocitose. Outras bactérias que produzem cápsulas relacionadas à virulência são Klebsiella pneumoniae, o agente causador da pneumonia bacteriana; Haemophilus influenzae, que causa pneumonia e meningite em crianças; Bacillus anthracis, a causa do antraz; e Yersinia pestis, o agente causador da peste. Lembre-se de que as cápsulas não são a única causa da virulência. Muitas bactérias não patogênicas também possuem cápsulas, e a virulência de alguns patógenos não está relacionada à presença de uma cápsula. Componentes da parede celular A parede celular de certas bactérias contém substâncias quími- cas que contribuem para a virulência. Por exemplo, Streptococ- cus pyogenes produz uma proteína resistente ao calor e à acidez, chamada de proteína M (ver Figura 21.6, p. 585). Essa proteína é encontrada tanto na superfície celular quanto nas fímbrias. Essa proteína faz o intermédio da aderência da bactéria às célu- las epiteliais do hospedeiro e auxilia na resistência da bactéria à fagocitose pelos leucócitos. Dessa forma, a proteína M aumen- ta a virulência do microrganismo. A imunidade ao S. pyogenes depende da produção pelo organismo de anticorpos específicos contra a proteína M. A bactéria Neisseria gonorrhoeae cresce no interior das células epiteliais e dos leucócitos humanos. Essas bactérias usam suas fímbrias e outras proteínas externas, de- nominadas Opa, para aderir às células do hospedeiro. Após a aderência através das proteínas Opa e pelas fímbrias, as células do hospedeiro captam as bactérias. (As bactérias que produzem Opa formam colônias opacas em meio de cultura.) O lipídeo ce- roso (ácido micólico) que constitui a parede celular de Mycobac- terium tuberculosis também aumenta a virulência do organismo, conferindo resistência à digestão por fagócitos e permitindo até mesmo que a bactéria se multiplique no interior desses fagócitos. Enzimas Os microbiologistas acreditam que a virulência de algumas bactérias é auxiliada pela produção de enzimas extracelulares B A 422 PARTE III Interação entre micróbio e hospedeiro (exoenzimas) e substâncias relacionadas. Essas substâncias químicas podem digerir o material entre as células e induzir a formação ou a degradação de coágulos sanguíneos, entre ou- tras funções. As coagulases são enzimas bacterianas que coagulam o fibrinogênio no sangue. O fibrinogênio, proteína plasmáti- ca produzida no fígado, é convertido em fibrina pela ação das coagulases, gerando a malha que forma o coágulo sanguíneo. Os coágulos de fibrina podem proteger a bactéria da fagocitose e isolá-la de outras defesas do hospedeiro. As coagulases são pro- duzidas por alguns membros do gênero Staphylococcus, podendo estar envolvidas no processo de isolamento de abscessos produ- zidos por estafilococos. Contudo, alguns estafilococos que não produzem coagulases ainda podem ser virulentos. Nesses casos, as cápsulas podem ser mais importantes para a sua virulência. As cinases bacterianas são enzimas que degradam a fi- brina e, assim, digerem coágulos formados pelo organismo para isolar uma infecção. Uma das cinases mais conhecidas é a fibri- nolisina (estreptoquinase), produzida por estreptococos, como o Streptococcus pyogenes. Ver quadro Aplicações da microbiologia. Outra cinase, a estafilocinase, é produzida por Staphylococcus aureus. A hialuronidase é outra enzima secretada por certas bac- térias, como os estreptococos. Ela hidrolisa o ácido hialurônico, Streptococcus: prejudicial ou benéfico? Louie, homem de 56 anos, acorda no meio da noite com queimação no peito. Está sofrendo um infarto do miocárdio. Louie é levado às pressas para o hospital, onde sua família é comunicada que ele tem um bloqueio em uma de suas artérias coronárias. A principal causa de infartos do miocárdio consiste em coágulos sanguíneos que bloqueiam o fluxo de sangue nas artérias coronárias (Figura A). O médico de Louie administra a enzima estreptoquinase para digerir o bloqueio. Ashley, um bebê de 4 meses de idade, tem apresentado nos últimos 4 dias sintomas semelhantes aos da gripe, incluin- do cansaço e febre baixa intermitente. Agora, a sua perna esquerda encontra-se vermelha e inchada, e nenhuma perfuração ou arra- nhadura é visível. Seus pais a levam ao pediatra, que solicita a internação de Ashley e a administração de antibióticos intravenosos. Apesar da terapia antibió- tica, após 2 dias a área ficou escura e apareceram vesículas preenchidas por fluido (Figura B). O tecido danificado está bloqueando o fluxo sanguíneo para a sua perna esquerda. Ashley sofre uma fasciotomia (remoção do tecido conec- tivo sobre os músculos) em sua perna afetada. Ela possui fasceíte necrosante causada por Streptococcus pyogenes. A destruição tecidual por S. pyogenes pode ocorrer em uma velocidade de cerca de 2 cm de tecido por hora – muito mais rápido do que o crescimento da bactéria. Uma das enzimas responsáveis pela rápida disseminaçãoé a estreptoquinase. As linhagens que produzem estreptoquinase digerem os coágulos de fibrina que o corpo utiliza para isolar uma infecção. O que Louie e Ashley têm em comum? Tanto Louie quanto Ashley foram afetados pela estreptoquinase. Louie teve uma expe- riência positiva: a enzima foi utilizada para hidrolisar o coágulo sanguíneo que estava bloqueando a artéria que conduz o fluxo para o coração. Ashley, no entanto, foi afetada negativamente: a estreptoquinase produzida pela bactéria S. pyogenes destruiu parte do tecido de sua perna esquerda. Normalmente, o corpo produz uma enzima, denominada plasmina, que degrada os coágulos desneces- sários. A estreptoquinase degrada o precursor corporal da plasmina, o plasminogênio (Figura C). Na década de 1950, médicos relataram o sucesso do uso da estreptoquinase no tra- tamento de bloqueios de artérias coronárias. A estreptoquinase tornou-se a terapia suporte para a digestão de coágulos sanguíneos quando a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos aprovou o seu uso, em 1982. A estreptoquinase é produzida comer- cialmente a partir da bactéria Streptococcus equisimilis H46A. A enzima precisa ser puri- ficada para assegurar a ausência de toxinas. O isolamento do gene da estreptoquinase também permitiu a produção da enzima por bactérias E. coli recombinantes. APLICAÇÕES DA MICROBIOLOGIA Coágulo sanguíneo Estreptoquinase Plasminogênio Plasmina Degradação da fibrina Figura C Mecanismo de ação da estreptoqui- nase. Figura B Fasceíte necrosante. Artéria coronária bloqueada Figura A Imagem de raio X de artérias coronárias. CAPÍTULO 15 Mecanismos microbianos de patogenicidade 423 tipo de polissacarídeo que une certas células do corpo, parti- cularmente em tecidos conectivos. Acredita-se que essa ação digestória esteja envolvida na necrose de ferimentos infectados e que ela auxilie na dispersão do microrganismo a partir de seu sítio inicial de infecção. A hialuronidase também é produzida por alguns clostrídios que causam gangrena gasosa. Para o uso terapêutico, a hialuronidase pode ser misturada a um fármaco para promover a disseminação do fármaco por um tecido do corpo. Outra enzima, a colagenase, produzida por diversas espé- cies de Clostridium, facilita a disseminação da gangrena gasosa. A colagenase quebra a proteína colágeno, que forma os tecidos conectivos de músculos e de outros órgãos e tecidos. Como defesa contra a aderência de patógenos a super- fícies mucosas, o organismo produz uma classe de anticorpos, chamados de IgA. Entretanto, alguns patógenos possuem a ca- pacidade de produzir enzimas, chamadas de proteases IgA, que podem destruir esses anticorpos. A bactéria N. gonorrhoeae tem essa habilidade, assim como a N. meningitidis, o agente causador da meningite meningocócica, e outros micróbios que infectam o sistema nervoso central. Variação antigênica A imunidade adaptativa refere-se às respostas de defesa especí- ficas do corpo a uma infecção ou a antígenos (ver Capítulo 17). Na presença de antígenos, o organismo produz proteínas, de- nominadas anticorpos, que se ligam aos antígenos e os tornam inativos ou os destroem. No entanto, alguns patógenos podem alterar seus antígenos de superfície por meio de um processo de- nominado variação antigênica. Assim, quando o corpo monta uma resposta imune contra o patógeno, ele já alterou seus antí- genos de forma a não ser mais reconhecido e afetado pelos anti- corpos. Alguns micróbios podem ativar genes alternativos, o que resulta em mudanças antigênicas. A N. gonorrhoeae, por exem- plo, tem em seu genoma diversas cópias do gene codificador da proteína Opa, resultando em células que apresentam diferentes antígenos que são expressos ao longo do tempo. Uma grande variedade de microrganismos é capaz de apre- sentar variação antigênica. Exemplos incluem o vírus influenza, o agente causador da gripe; Neisseria gonorrhoeae, o agente causa- dor da gonorreia; e Trypanosoma brucei gambiense, o agente cau- sador da tripanossomíase africana (doença do sono). Ver Figura 22.16, página 629. Penetração no citoesqueleto das células do hospedeiro Como previamente mencionado, os microrganismos aderem-se às células dos hospedeiros através de adesinas. Essa interação de- sencadeia cascatas de sinalização no hospedeiro, as quais ativam fatores que resultam na entrada de algumas bactérias na célula. O mecanismo é fornecido pelo citoesqueleto da célula hospe- deira. O citoplasma eucariótico tem uma estrutura interna com- plexa (o citoesqueleto), que consiste em filamentos proteicos, chamados de microfilamentos, filamentos intermediários e mi- crotúbulos (ver Capítulo 4). Um dos principais componentes do citoesqueleto é uma proteína denominada actina, utilizada por alguns micróbios para entrar na célula hospedeira e por outros para se movimentar entre as diferentes células do hospedeiro. Linhagens de Salmonella e E. coli entram em contato com a membrana plasmática das células do hospedeiro. Isso cau- sa uma alteração drástica na membrana no ponto de contato. Os micróbios produzem proteínas de superfície, chamadas de invasinas, que causam o rearranjo dos filamentos de actina do citoesqueleto celular próximos ao ponto de contato bacteriano. Por exemplo, quando S. typhimurium entra em contato com a célula hospedeira, as invasinas do micróbio tornam a aparência da membrana plasmática semelhante a uma gota que se espalha ao atingir uma superfície sólida. Esse efeito, chamado de enru- gamento da membrana, é o resultado da desorganização do cito- esqueleto da célula hospedeira (Figura 15.2). O microrganismo mergulha em uma das dobras da membrana e é englobado pela célula hospedeira. Uma vez dentro da célula hospedeira, certas bactérias, como espécies de Shigella e Listeria, podem utilizar a actina para propelir-se através do citoplasma da célula e de uma célu- la hospedeira para outra. A condensação da actina em uma das extremidades da bactéria a propele pelo citoplasma. As bactérias também entram em contato com as junções de membrana, que compõem uma rede de transporte entre as células hospedeiras. As bactérias usam uma glicoproteína, denominada caderina, que conecta as junções, a fim de se mover de uma célula à outra. O estudo das numerosas interações entre os micróbios e o citoesqueleto da célula hospedeira é uma área muito intensa de investigação sobre os mecanismos de virulência. TESTE SEU CONHECIMENTO ✓ Qual função a cápsula e a proteína M têm em comum? 15-4 ✓ Você esperaria que uma bactéria produzisse coagulase e ci- nase simultaneamente? 15-5 ✓ Muitas vacinas garantem anos de proteção contra uma doença. Por que a vacina contra a gripe (influenza) não ofere- ce mais do que alguns meses de proteção? 15-6 ✓ Como a bactéria E. coli causa o enrugamento da membrana plasmática? 15-7 Enrugamento da membrana plasmática da célula hospedeira Salmonella typhimurium 1,5 !mSEM Flagelos Figura 15.2 Salmonella invadindo as células epiteliais do intesti- no em razão do enrugamento da membrana plasmática. O que são invasinas? 28. reencha as lacunas do texto abaixo e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. O método de coloração usado com freqüência na bacteriologia é o de Gram, que auxilia na classificação das bactérias de acordo com suas características morfo-tintorias, em ___________ ou ___________, formando assim dois grupos: os que não se descoram sob a ação do álcool e que fixam o(a) ___________ e as que se descoram sob a ação do álcool fixando o(a) ___________. 29. Considerando que Staphylococcus epidermidis esta presente predominantemente na microbiota de pele, e é a principal causa de infecção associado à cateter venoso central. Qual seria melhor descrição para este micro-organismo, quando visto ao microscópio óptico. 30. Entre os medicamentos prescritos e dispensados no âmbito da farmácia hospitalar estão os antibióticos. Nesse grupo, destaca-se aclasse dos beta lactâmicos (como penicilinas e cefalosporinas), cujo mecanismo de ação geral é apresentado na figura. E, considerando o mecanismo de ação, conclui se que eles são mais efetivos quando as células bacterianas: 31. Todos os agentes antimicrobianos citados a seguir atuam ao inibir a síntese da parede celular, exceto: 32. No operon lac durante o controle da expressão genética em procariotas, se a lactose estiver presente, acontece: 33. Qual das seguintes é uma característica diferencial das células procarióticas? 34. Associe as duas colunas, estabelecendo relação entre os conhecimentos gerais e específicos sobre os mecanismos de ação dos antibióticos e os agentes quimioterápicos sintéticos. 1. Cefalosporinas. 2. Sulfonamidas. 3. Tetraciclinas. 4. Clorafenicol. ( ) São antibióticos bacteriostáticos que são capazes de inibir uma variedade de bactérias interferindo em uma reação bioquímica particular, que é essencial para a sobrevivência da bactéria, denominado ácido para aminobenzóico (PABA). Por se assemelhar ao PABA, as enzimas da bactéria são enganadas e isso resulta em uma inibição competitiva da atividade da enzima. ( ) São antibióticos bacteriostático que apresentam amplo espectro de ação contra bactérias gram-positivas e gram-negativas, por inibirem a síntese de proteínas, combinando-se com a subunidade 30 S, impedindo que as moléculas de aminoácidos tRNA se liguem ao complexo mRNA-ribossomo. ( ) Ainda é o antibiótico de escolha para a febre tifoide e, em decorrência das graves reações tóxicas, o seu uso sistêmico deve ser limitado apenas a infecções muito graves, incapazes de serem controladas por outros antibióticos. É usado topicamente para infecções da conjuntiva e blefarites causada por Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Streptococcus hemolyticus. Inibe a síntese de proteínas, devido ao bloqueio específico dos ribossomas bacterianos, na subunidade 50S e é um bacteriostático. ( ) São antibióticos que possuem um anel β-lactâmico em sua estrutura molecular e são ativos contra bactérias gram- positivas e gram-negativas, produtoras de penicilinase, que causam infecções respiratórias, intestinal e urinária. Esse antibiótico afeta a síntese dos componentes dos peptideoglicano da parede celular bacteriana, tendo um efeito bactericida. A sequência CORRETA dessa associação é: 35. Quanto à curva de crescimento bacteriano, podemos afirmar 36. Qual das temperaturas a seguir causaria a morte de um mesofílico? 37. A associação correta entre a classificação e a figura é: 38. De acordo com o gráfico apresentado abaixo, como deve ser classificado o responda: 39. A deterioração de alimentos refrigerados pode efetivamente ocorrer, mas devido à atividade de microrganismos 40. 41. 42. 43. 44. 45. 47. 48. Em 03.10.22, paciente 68 anos, feminino, procedente de Capão do Leão/RS foi atendida no UBS da cidade. Relata que há 2 dias iniciou quadro de dor lombar à direita associada a disúria, polaciúria, febre e eliminação de urina escurecida. Também refere náuseas e vômitos + prostração e diminuição do apetite. Em seu prontuário há o resultado de urocultura positivo (105 UFC) para Escherichia coli à 11 meses. Solicitado coleta e exame de urocultura, cujo resultado parcial foi apresentado na foto. A partir deste resultado, podemos afirma: 49. A partir do resultado parcial apresentado, de uma urocultura em andamento, assine a alternativa que apresenta corretamente possíveis micro organismos compatíveis com este resulta 50. Qual das afirmações a seguir é verdadeira? 51. Assinale a opção que apresenta a sequência correta de eventos que ocorrem na interação entre microrganismos patogênicos e hospedeiros. 52. Entre os grupos de micro-organismos listados abaixo, assinale a alternativa em que todos podem produzir endotoxinas 53. Na natureza os micro-organismos raramente vivem em colônias isoladas de uma única espécie, como vemos em laboratório. Mais frequentemente estes micro-organismos vivem em comunidades chamadas de biofilmes. Assim é INCORRETO afirmar que: 54. Ano: 2017 Banca: CONSULPLAN Órgão: TRF - 2ª REGIÃO Prova: CONSULPLAN - 2017 - TRF - 2ª REGIÃO - Analista Judiciário - Odontologia A agressão aos tecidos perirradiculares pode resultar de uma ação direta ou indireta dos micro-organismos. O dano aos tecidos causados diretamente por bactérias é dependente de seus fatores de virulência. Esses fatores incluem enzimas, produtos metabólicos e exotoxinas. Qual dos fatores de virulência relacionados é uma enzima? 55. Entre os grupos de micro-organismos listados abaixo, assinale a alternativa em que todos podem produzir endotoxinas 56. Com relação aos mecanismos de ação das toxinas do tipo AB, analise as afirmativas abaixo. I. A toxina diftérica catalisa a transferência de ADP-ribose do NAD para o fator de elongação 2 (EF-2), inibindo a síntese protéica. II. A toxina Pertussis possui cinco subunidades B, das quais a subunidade S2 está envolvida na ligação a um receptor glicolipídico em células respiratórias ciliadas e a subunidade S3 se liga a glicolipídios em fagócitos. III. A toxina colérica se liga ao receptor gangliosídeo GM1 na superfície dos enterócitos por meio das subunidades B e o fragmento A1, ativado pela redução da ponte dissulfeto da subunidade A, promove a ADP-ribosilação da proteína GS. Assinale: 57. A respeito das toxinas do tipo A/B é correto afirmar 58. Considerando o relato a seguir, podemos suspeitar que: 59. Quanto às seguintes associaçoes apresentadas, referentes à toxinas bacterianas, assinale a alternativa que coindidam: toxina, espécie produtora, mecanismo de ação 60. A respeito da toxina tetânica é incorreto afirmar 61. Assinale a alternativa que apresenta a toxina que não é produzida por Staphylococcus aureus toxigênicos 62. A pesquisa de micro-organismos indicadores em alimentos é feita na avaliação de sua qualidade microbiológica como uma alternativa às dificuldades encontradas na detecção de micro-organismos patogênicos. Quanto a este grupo microbiano, marque a alternativa INCORRETA: 63. Em processo de doença diarreica aguda sem a presença de sangue e muco nas fezes, qual micro-organismo pode ser descartado da hipótese diagnóstica? 64. Em processo de doença diarreica aguda com a presença de sangue e muco nas fezes, qual micro-organismo pode ser incluído na hipótese diagnóstica? 65. Conhecida como Diarréia do viajante e uma causa muito importante de diarréia em lactentes de paises desenvolvidos; Algumas cepas produzem uma exotoxina termolábil (LT) que ativa a adenil-ciclase e outras produzem a enterotoxina termoestável (ST) que ativa a guanilil-ciclase. Estas são características de Escherichia coli: 66. O estudo das micobactérias apresenta grande importância em medicina humana. No gênero Mycobacterium, incluem-se os agentes da tuberculose (M. tuberculosis, M. bovis e M. avium) e da hanseníase (M. leprae). Em relação a esse gênero, assinale a alternativa incorreta, ou caso considere não haver alternativas incorretas entre A a D, assinale a alternativa E. 67. A coloração de Ziehl-Neelsen é o método mais rápido para a detecção de micobactérias em amostras clínicas. Ao analisar a lâmina no microscópio, com aumento de 100x, foram observados de 165 bacilos em 50 campos analisados. O resultado estará indicando: Presença de BAAR. 68. PB, 23 anos, feminina, refere tosse e febre há 1 mês. Procurou Centro de Saúde onde foi tratada com antibiótico uma semana sem melhora do quadro. Hoje veio ao PS por piora. Informou estar amamentando filho de 3 meses de idade. BAAR escarro: ++. Considerando a bacterioscopia indicada para o diagnóstico, de acordo com o resultado apresentado, qual a contagem real observada neste exame?
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