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Economia para Engenharia Prof. Dr. Eduardo Aquino Hübler eduardo.hubler@ifsc.edu.br IFSC – CAMPUS ITAJAÍ SEMESTRE: 2020-2 Tópicos Introdutórios à Macroeconomia Prof. Dr. Eduardo Aquino Hübler eduardo.hubler@ifsc.edu.br O conceito de Economia Etimologicamente, a palavra “Economia” deriva do grego oikonomía (de oikos, casa; nomos, Lei) Define-se Economia como: A Ciência Social que estuda de que maneira a sociedade decide (escolhe) a alocação de recursos produtivos (fatores de produção) escassos na produção de bens e serviços, de modo a satisfazer necessidades humanas. Problema de escassez: recursos limitados contrapondo-se a necessidades humanas ilimitadas O Ambiente Empresarial Economia Internacional Economia nacional ou regional Empresa Ambiente político Ambiente tecnológico Ambiente social Ambiente econômico Ambiente legal O Ambiente Empresarial: o custo Brasil O Ambiente Empresarial: o custo Brasil O Ambiente Empresarial: o custo Brasil Problemas Econômicos Fundamentais Análise Custo/Benefício ✓ O que produzir? ✓ Como produzir? ✓ Para quem produzir? ✓ Quanto produzir? Preço Macroeconomia e seus instrumentos Os principais instrumentos para atingir objetivos tais como permitir à economia operar a pleno emprego, com baixas taxas de inflação, com distribuição de renda justa e com desenvolvimento (além de crescimento econômico) são: I. Política Fiscal; II. Política Monetária; III.Política Cambial; IV.Política Comercial; Problemas Econômicos Fundamentais Políticas Governamentais Macroeconomia e seus instrumentos A Macroeconomia estuda a Economia como um todo, analisando a determinação e o comportamento de grandes agregados, tais como: ✓ Estoque de moeda (Base monetária e Meios de Pagamento); ✓ Renda e produto nacionais (PIB e PNB): Os ciclos de Pleno emprego, Recessão, Depressão e Estagnação; ✓ Nível geral de preços (IPCA): Inflação, Deflação, Estabilidade; ✓ Emprego e desemprego; ✓ Taxas de juros (SELIC); ✓ Balanço de pagamentos e; ✓ Taxa de câmbio. O enfoque da Macroeconomia é, basicamente, de curto prazo (ou conjuntural), focado em aspectos como desemprego e inflação. A parte da Economia que foca em questões de longo prazo é denominada de Teoria do Desenvolvimento Econômico, preocupada com a trajetória decorrida por dada Economia, dedicando-se a questões estruturais, fatores institucionais, sociais, tecnológicos, tais como qualificação da mão de obra, progresso tecnológico, qualidade de vida, distribuição de renda etc. Macroeconomia e seus instrumentos Os objetivos da Política Macroeconômica são: ✓ Alto nível de emprego (conjuntural); ✓ Distribuição de renda socialmente justa (estrutural); ✓ Estabilidade de preço (conjuntural); ✓ Crescimento econômico (estrutural) Macroeconomia e seus instrumentos Macroeconomia: conceitos fundamentais Por Base Monetária entende-se o agregado monetário básico que possui poder multiplicador. Inclui o papel-moeda emitido pelo Governo em poder do público e o volume de reservas mantidos pelos bancos comerciais. Assim, corresponde a toda moeda física disponível, exceto a que ficou retida no caixa das Autoridades Monetárias, mais as reservas bancárias dos bancos comerciais mantidas no BACEN (Pyndick, 2000; Certifiquei, 2020) Fonte: Certifiquei (2020) B = PMPP + R Onde: B = base monetária PMPP = moeda física disponível (papel-moeda e moeda metálica) em poder do público R = reservas bancarias dos bancos comerciais mantidas no Banco Central (BACEN) Macroeconomia: conceitos fundamentais O Banco Central, autoridade monetária, tende a controlar a Base Monetária por meio do controle da emissão de moeda e pelo controle sobre as reservas bancárias mantidas pelos bancos por meio do depósito compulsório. O Depósito Compulsório é a reserva obrigatória recolhida dos depósitos bancários, conforme percentual fixado pelo Banco Central do Brasil (BCB), com a finalidade de restringir ou de alimentar o processo de expansão dos meios de pagamento. O principal objetivo do Depósito Compulsório é evitar a multiplicação descontrolada da moeda escritural. No passado, foi considerado como instrumento de política monetária, mas paulatinamente passou a ser visto como instrumento de preservação da estabilidade financeira. Fonte: Certifiquei; BCB (2020) Macroeconomia: conceitos fundamentais Uma das formas que o Banco Central (BC) tem para interferir na oferta de moeda em uma economia é por meio do multiplicador bancário (depósito compulsório). Os bancos têm o poder de criar moeda escritural, isto é, de emprestar recursos na economia. O volume de tais empréstimos, legalmente, depende da exigência de reserva bancária que o BC determine que os bancos mantenham. O banco não pode emprestar todo o recurso que dispõe, devendo manter uma parte em forma de compulsório, gerando estabilidade ao sistema e provendo liquidez aos resgates solicitados ao banco. A definição do compulsório é de responsabilidade do BC e, quanto maior o percentual, menos o banco poderá emprestar, portanto, menor será a oferta de moeda líquida na economia. Fonte: Certifiquei; BCB (2020) Macroeconomia: conceitos fundamentais A Moeda escritural é o nome que se dá ao uso dos depósitos bancários como meio de pagamento. É representada pelos depósitos à vista nas instituições financeiras monetárias (bancos), e que se encontrem à livre disposição dos seus depositantes. Fazem parte dos meios de pagamento da economia e permitem a realização de transações sem necessidade da utilização de moeda (papel- moeda ou moeda metálica). Com o surgimento dos serviços de compensação bancária e de transferências (diretas ou por meio de cheques) entre contas correntes dos depositantes. Com isso os depósitos à vista passaram a ter valor de moeda - a chamada "moeda escritural". Fonte: Wikipedia (2020) Macroeconomia: conceitos fundamentais A Moeda escritural cumpre satisfatoriamente o papel de meio de troca, diferenciando-se do papel-moeda apenas por não ter curso forçado, sendo portanto uma moeda fiduciária, pois seu valor é devido apenas à confiança depositada no banco emissor. Seu principal meio de movimentação hoje em dia são: ➢ Cheques ➢ Cartões eletrônicos ➢ Transferências de crédito ➢ Ordens de pagamento ➢ Transferências eletrônicas disponíveis (TEDs) ➢ Documentos de crédito (DOCs); ➢ PIX ➢ Documentos (boletos) de cobrança/pagamento. Fonte: BC (2020) Macroeconomia: conceitos fundamentais Já os Meios de Pagamento consistem na totalidade de haveres em posse do setor não bancário e que podem ser utilizados a qualquer momento, seja para liquidação de dívidas, especificamente em moeda nacional. É o total de ativos com liquidez imediata em posse do setor não bancário. Fonte: Certifiquei; BCB (2020) M = PMPP + DV Onde: M = volume dos meios de pagamentos PMPP = moeda física disponível (papel-moeda e moeda metálica) em poder do público DV = moeda escritural em poder das instituições financeiras comerciais Macroeconomia: conceitos fundamentais Macroeconomia: conceitos fundamentais Por Produto Interno Bruto (PIB) entende-se toda produção cuja renda é gerada dentro dos limites territoriais do País. Fonte: Certifiquei (2020) Y = C + I + G + XL Onde: Y = PIB (Produto Agregado = Renda Agregada = Demanda Agregada) C = Consumo das famílias I = Investimento produtivo G = Gastos governamentais X = Exportações M = Importações Y = C + I + G + X - M Ou XL (Exportações liquidas) Macroeconomia: conceitos básicos O PIB pode ser calculado sob três óticas: 1. Ótica da produção (produto agregado ou oferta agregada): apresenta o PIB pela ótica dos setores produtivos, isto é, indústria, agropecuária e serviços, além dos subsetores. Para seu cálculo, soma-se o valor adicionado a qualquer bem em cada etapa de sua produção ou, de outra maneira, somando o valor de todos os bens finais produzidos naquela economia.2. Ótica da despesa (demanda agregada): apresenta o PIB pela ótica do gasto, isto é, consumo das famílias, consumo do setor público, investimentos produtivos e variações nos estoques e volume líquido produzido no Brasil e consumido pelo exterior (exportações menos importações) 3. Ótica da renda (renda agregada): todo o valor adicionado acaba nas mãos de alguém, seja de um trabalhador (salário), de um empresário (lucro) ou do governo (impostos). Na ótica da renda, temos que o PIB é calculado a partir da soma desses fatores. Y (Renda Agregada) = C (consumo) + S (poupança) Fonte: Certifiquei (2020) Macroeconomia: conceitos fundamentais Taxa de crescimento do PIB trimestral brasileiro Crescimento acumulado em 4 trimestres: Fonte: analisemacro.com.br/IBGE (2018) Tripé Macroeconômico Superávit primário (LRF) Regime de Metas de Inflação Câmbio Flutuante Nova Matriz Econômica (NME) Controle de Preços Subsídios a setores Aumento do Gasto Público Interferência Estatal na Economia Evolução do PIB brasileiro desde 1900 (em R$ bilhões/2019) Fonte: Gallo/Barsadoinvestidor (2020) 1901-1910 Crescimento: 51,4% 1911-1920 Crescimento: 51,5% 1921-1930 Crescimento: 55,4% 1941-1950 Crescimento: 77,3% 1951-1960 Crescimento: 103,9% 1961-1970 Crescimento: 82% 1971-1980 Crescimento: 128,8% 1981-1990 Crescimento: 16,9% 1991-2000 Crescimento: 29,4% 2001-2010 Crescimento: 43,6% 2011-2020 Crescimento: 1,9% PIB brasileiro: Produtos mais exportados (por Estado) Fonte: MICES/Economistavisual (2020) Macroeconomia: conceitos fundamentais Já o Produto Nacional Bruto (PNB) diz respeito à produção cuja renda é de propriedade dos residentes, independente de essa ter sido gerada internamente ou em outro país. Fonte: Certifiquei (2020) Onde: PNB = produto nacional bruto PIB = produto interno bruto RLEE = renda liquida enviada ao exterior PNB = PIB - RLEE Macroeconomia: conceitos fundamentais Macroeconomia e seus conceitos básicos A Recessão é um período em que ocorre um declínio na taxa de crescimento econômico de uma região ou país. Resulta na diminuição da produção e do trabalho, dos salários e dos benefícios das empresas. ✓ Do ponto de vista dos empresários, recessão significa restringir as importações, produzir menos e aumentar a capacidade ociosa. ✓ Para o consumidor, significa restrição de crédito, juros altos e desestímulo para as compras. ✓ Para o trabalhador, significa baixos salários e desemprego. Tecnicamente, para uma economia de um país entre em recessão são necessários 2 trimestres consecutivos em queda no PIB, se o PIB crescer um pouco, pode-se até tratar-se de estagnação econômica e não de recessão. Embora caracterizada por uma redução expressiva das atividades comerciais e industriais, a recessão é considerada como uma fase econômica normal, sendo bem menos severa que uma DEPRESSÃO. A Depressão pode ocorrer após a recessão e envolve não só a redução nos níveis de produção e lucros dos empresários, mas também, o comprometimento do emprego e renda dos trabalhadores, bem como, do poder aquisitivo da população. É um longo período caracterizado por numerosas falências de empresas, crescimento anormal do desemprego, escassez de crédito, baixos níveis de produção e investimento, redução das transações comerciais, alta volatilidade do câmbio, com deflação ou hiperinflação e crise de confiança generalizada. ✓ A Depressão é mais severa que a Recessão, sendo esta última considerada como uma fase declinante normal do ciclo econômico. ✓ Uma regra usual para se definir a Depressão é a redução drástica (cerca de 10% do PIB) ou uma prolongada Recessão (três ou quatro anos).[1] Já a Estagnação ocorre quando um país não consegue atingir um nível de crescimento econômico compatível com seu potencial instalado. Isso não se dá apenas quando há baixo crescimento do PIB, mas também, por exemplo, quando o crescimento do PIB está abaixo do crescimento populacional. Macroeconomia e seus conceitos básicos https://pt.wikipedia.org/wiki/Depress%C3%A3o_(economia)#cite_note-Eslake-1 Macroeconomia: conceitos fundamentais Ciclos econômicos São alternâncias que acontecem na economia entre períodos fortes e de crescimento, com períodos de baixa e de recessão econômica. Este conceito é tratado por diferentes economistas desde o século XVIII como forma de explicar os motivos das crises econômicas, levando em consideração o comportamento dos mercados. A teoria por trás dos ciclos econômicos busca entender os motivos que levam as economias a crescerem com flutuações e não pela tendência que deveriam seguir. Os ciclos econômicos são perturbações na economia, onde existem altas e baixas que circulam em torno de um equilíbrio de estabilidade. Fonte: Dicionário Financeiro (2020) Macroeconomia: conceitos fundamentais Ciclos econômicos A ciência macroeconômica explica que existe uma tendência de crescimento constante do Produto Interno Bruto (PIB) no longo prazo, mas em prazos menores existem os crescimentos e as recessões. Fonte: Suno (2020) Expansão Boom Recessão Depressão Macroeconomia: conceitos fundamentais Ciclos econômicos Para alguns economistas, um intenso período de alta pode indicar um período de recessão mais à frente, quando o preço dos ativos e as concessões de crédito caem drasticamente. Segundo a escola monetarista de economia, que tem em John Maynard Keynes seu idealizador, os ciclos econômicos estão diretamente ligados ao ciclo de crédito. Fases dos ciclos econômicos A partir de um período de crescimento econômico, os ciclos podem ser caracterizados pela atividade agregada da economia através das fases: ✓Expansão Quando a demanda agregada é elevada, as empresas possuem lucros altos e aumentam a produção. Normalmente as taxas de juros estão num patamar baixo o que posteriormente pode estimular pressões inflacionárias. ✓Boom (pico da expansão) Este é o ponto mais alto que a economia chega, onde a oferta agregada apresenta excessos. Nesses picos normalmente acontecem desequilíbrios econômicos tais como aumento da inflação e necessidade de elevação da taxa de juros. Fonte: Suno (2020) Macroeconomia: conceitos fundamentais ✓Contração (fase inicial da recessão) Ocorre quando é percebida uma diminuição da atividade econômica e as taxas de desemprego se encontram em tendência de elevação constante. ✓Recessão (crise macroeconômica) Fase em que as empresas têm lucros muito baixos e o desemprego é alto. Acontece quando é atingido o ponto mais forte da crise macroeconômica, caracterizado por alto desemprego, sobras relevantes de capacidade instalada e taxas de juros elevadas. Fonte: Suno/Dicionário Financeiro (2020) Macroeconomia: conceitos fundamentais Tipos de Ciclos econômicos: Os ciclos de uma economia não possuem uma periodicidade regular. Alguns períodos de crescimento predominam por muito tempo e outros passam de maneira rápida. Ciclos longos de Kondratiev: estudados pelo economista russo Nikolai Kondratiev (1892-1938) e são formados por períodos longos que levam de 40 a 60 anos, sendo explicados como parte das revoluções tecnológicas que marcam com intensidade o mundo capitalista, ocasionando crescimentos e crises. Fonte: Dicionário Financeiro (2020) Macroeconomia: conceitos fundamentais Ciclos de 7 a 11 anos de Juglar: desenvolvido por Clément Juglar (1819-1905), que estudou ciclos de longo prazo, que levam de 7 a 11 anos, em média, no Reino Unido no século XIX. Este ciclo relaciona as altas e baixas do PIB com os gastos de investimentos, inflação e flutuações no mercado de trabalho. Ciclos de 2 a 4 anos de Kitchin: analisados pelo estatístico Joseph Kitchin (1861- 1932), são relacionados com ciclos de negócios das empresas de uma economia. Esta teoria leva em consideração as alterações que as empresas fazem em seus estoques conforme se alteram a procura, os preços de fornecedores ou das taxas de juros em empréstimos. Fonte: Dicionário Financeiro(2020) Ondas de inovação: um século e meio de INOVAÇÕES que conduziram a economia nos U.S Impulsionado por um fluxo constante de avanços tecnológicos, os Estados Unidos registraram uma notável expansão do crescimento econômico de forma estável que ultrapassa os 2%aa por mais de um século. De 1870 a 2007 Cresc. Médio PIB = 2,1%aa 1876 Telefone 1882 Rede Elétrica 1899 Aspirina 1929 Penicilina 1906 Modelo T 1903 Avião 1927 Televisão 1939 Computador 1942 Reator Nuclear 1947 Transistor 1946 Microondas 1958 Laser 1961 Robô Industrial 1971 Email 1989 Internet 2010 Tablet 1895 Motor a Diesel 2007 Iphone Distribuição de Renda e Desigualdade Numericamente, o Índice de Gini varia de zero a um (alguns apresentam de zero a cem). O valor zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda. O valor um (ou cem) está no extremo oposto, isto é, uma só pessoa detém toda a riqueza (extrema desigualdade) O Índice de Gini, criado pelo matemático italiano Conrado Gini, em 1912, é um instrumento para medir o grau de concentração de renda em determinado grupo. Fonte: RDH/ONU (2016) Fonte: Relatório Oxfam (2018) Distribuição de Renda e Desigualdade Distribuição de Renda: mapa da desigualdade no Brasil Fonte: Relatório Oxfam (2018) Distribuição de Renda e IDH Fonte: OCDE (2018) O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mede a qualidade de vida da população mundial com base em 3 parâmetros: grau de escolaridade, longevidade e renda. Distribuição de Renda e IDH Fonte: OCDE (2018) Política Fiscal Trata de todos os instrumentos de que o governo dispõe para arrecadar tributos (política tributária), observado o princípio da anterioridade, e controlar suas despesas (política de gastos). Quando as receitas não financeiras são maiores que as despesas não financeiras (ambas se referem àquelas que não envolvem juros, correções e amortizações de dívidas do passado), então dizemos que as contas públicas apresentaram superávit primário. Se ocorrer o contrário, ou seja, quando as receitas não financeiras são menores que as despesas não financeiras, então as contas públicas apresentaram déficit primário. Receita Primária = Superávit Primário Déficit Primário Fonte: Certifiquei (2020) Quando o superávit primário é suficiente para cobrir também os juros reais da dívida, ou seja, os juros nominais descontada a inflação, então teremos o chamado superávit operacional. Já quando o governo faz superávit primário, atende aos serviços (juros, correção monetária e cambial) da dívida, tendo ainda excedente de caixa para investimentos, ai dizemos que houve um superávit nominal. Da mesma forma, se o saldo for negativo, ou seja, não foi possível atender aos juros reais da dívida, então teremos o chamado déficit operacional. Da mesma forma, se o saldo for negativo, houve o denominado déficit nominal. Fonte: Certifiquei (2020) Política Fiscal A Dívida Externa é aquela realizada no exterior, em moeda estrangeira, e que nela deve ser paga, decorrente de empréstimos à juros mediante contratos com entidades financeiras ou emissão de títulos públicos. A moeda só pode ser obtida por meio de exportações, endividamento externo e investimento estrangeiro. Pode ser: ✓ Pública: contraída com governos e empresas estatais; ✓ Privada: contraída com empresas privadas, mediante aval governamental Fonte: Certifiquei (2020) Política Fiscal A Dívida Interna é a soma dos débitos assumidos pelo Governo junto aos Bancos, empresas e pessoas residentes no país e no exterior, sendo paga em Reais. Via de regra, é derivada de títulos públicos negociados no mercado financeiro. Tendo por base dados da Secretaria do Tesouro Nacional, a estrutura de credores da dívida interna brasileira é composta por: ➢ Bancos (49%) ➢ Empresas não financeiras (6%) ➢ Fundos de Pensão (17%) ➢ Fundos de Investimentos (27%) ➢ Outros (1%) Fonte: Certifiquei (2020) Política Fiscal Política Fiscal Política Fiscal: Incidência dos Impostos Sobre o Total Arrecadado Fonte: OTEMPO. Disponível em https://www.otempo.com.br/economia/na-contramao- do-mundo-brasil-tributa-mais-o-consumo-1.1329469 Acesso: 05/2019 Política Fiscal: Incidência dos Impostos Conclusão: no Brasil, a carga tributaria se concentra, sobre tudo, sobre o consumo, sendo assim injusta e geradora de desigualdade https://www.otempo.com.br/economia/na-contramao-do-mundo-brasil-tributa-mais-o-consumo-1.1329469 TRIBUTO é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Política Fiscal: o que é tributo e quais são? A tributação (ou carga tributária) pode ter origem Federal, Estadual e Municipal. Fonte: www.portaltributario.com.br Nos termos do artigo 145 da nossa Constituição Federal e do artigo 5º do CTN, tributos são: a) Impostos: Segundo o artigo 16º do CTN, é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. b) Taxas: cobradas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição c) Contribuição de melhoria: decorrente de obras públicas. Política Fiscal: o que é tributo e quais são? Fonte: CTN e www.portaltributario.com.br Entre impostos, taxas e contribuições, nos âmbitos federal, estadual e municipal, temos mais de 93 tributos. Política Fiscal: o que é tributo e quais são? Fonte: www.portaltributario.com.br São Impostos Federais: 1. Imposto sobre a Exportação (IE) 2. Imposto sobre a Importação (II) 3. Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) 4. Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR - pessoa física e jurídica) 5. Imposto sobre Operações de Crédito (IOF) 6. Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) 7. Programa de Integração Social (PIS) e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) Entre impostos, taxas e contribuições, nos âmbitos federal, estadual e municipal, temos mais de 93 tributos. Política Fiscal: o que é tributo e quais são? Fonte: www.portaltributario.com.br São Contribuições Federais: 1. Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico. Incide sobre petróleo e gás natural e seus derivados, e sobre álcool combustível (CIDE) 2. Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social. Cobrado das empresas (COFINS) 3. Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira. É descontada a cada entrada e saída de dinheiro das contas bancárias (CPMF) 4. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) 5. Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. Percentual do salário de cada trabalhador com carteira assinada depositado pela empresa (FGTS) 6. Instituto Nacional do Seguro Social. Percentual do salário de cada empregado cobrado da empresa (cerca de 28% – varia segundo o ramo de atuação) e do trabalhador (8%) para assistência à saúde (INSS) Entre impostos, taxas e contribuições, nos âmbitos federal, estadual e municipal, temos mais de 93 tributos. Política Fiscal: o que é tributo e quais são? Fonte: www.portaltributario.com.br São Impostos Estaduais: 1. Imposto sobre Circulação de Mercadorias. Incide também sobre o transporte interestadual e intermunicipal e telefonia (ICMS) 2. Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) 3. Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação. Incide sobre herança (ITCMD) Entre impostos, taxas e contribuições, nos âmbitos federal, estadual e municipal, temos mais de 93 tributos. Política Fiscal: o que é tributo e quais são? Fonte: www.portaltributario.com.br São Impostos Municipais: 1. Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) 2.Imposto Sobre Serviços. Cobrado das empresas (ISS) 3. Imposto sobre Transmissão de Bens Inter Vivos. Incide sobre a mudança de propriedade de imóveis (ITBI) Para conhecer as demais contribuições e taxas integram a carga tributaria nacional, consulte http://www.portaltributario.com.br/tributos.htm http://www.portaltributario.com.br/tributos.htm Política Fiscal: incidência tributária sobre o consumo de energia elétrica Dados de 05/2019 Estrutura tarifária Conjunto de tarifas aplicáveis às componentes de consumo de energia elétrica e/ou demanda de potência ativas de acordo com a modalidade de fornecimento. Estrutura Tarifária: Participação média dos componentes Política Fiscal: incidência tributária sobre o setor elétrico Política Fiscal: incidência tributária sobre a gasolina A Estrutura Básica do Sistema Elétrico Brasileiro Política Fiscal: incidência tributária sobre o setor elétrico Participação Setorial no Consumo de Eletricidade Política Fiscal: incidência tributária sobre o consumo de energia elétrica A Matriz Elétrica Mundial IEA (2018) A Matriz Elétrica Brasileira Custo Brasil: Tarifas residenciais pelo mundo Política Fiscal: incidência tributária sobre o consumo de energia elétrica Tarifas residenciais no Brasil em comparação com outros países: perdas na Transmissão e Distribuição Política Fiscal: incidência tributária sobre o consumo de energia elétrica Tarifas de energia elétrica industrial dos BRICs – Brasil, Rússia, Índia e China (R$/MWh) Países Tarifa média (R$/MWh) PAÍSES TARIFA MÉDIA (R$/MWH) Brasil 329,0 Índia 188,1 China 142,4 Rússia 91,5 Média de Rússia, Índia, China 140,7 Política Fiscal: incidência tributária sobre o consumo de energia elétrica ENCARGOS SETORIAIS são aquelas despesas do exercício que normalmente devem ser contabilizadas somente quando pagas ou creditadas na forma da lei é que esse fato se dará, o que deve ocorrer total ou parcialmente em períodos subsequentes ao da competência ou do mês em que ela se iniciou. Política Fiscal: incidência tributária sobre o consumo de energia elétrica • COSIP – Contribuição para Custeio da Iluminação Pública (6% em média) Art. 3º. A COSIP tem como fato gerador os serviços de iluminação pública e terá por base de cálculo o seu custo final (obs: é um tributo municipal). • COFINS – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social • Referência: 01/2016 COFINS: 6,30% • Referência: 09/2018 COFINS: 1.64% • Referência: 08/2019 COFINS: 7.60% São tributos... Política Fiscal: incidência tributária sobre o consumo de energia elétrica • PIS/PASEP – Programa de Integração Social/Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público Alíquotas: Referência: 12/2015 PIS: 0.79% Referência: 01/2016 PIS: 1,37% Referência: 09/2018 PIS: 0.41% Referência: 08/2019 PIS: 1.65% São tributos... Política Fiscal: incidência tributária sobre o consumo de energia elétrica • ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e Comunicação Classe ICMS: Classe Residencial: Primeiros 150 kWh 12% Classe Residencial Acima de 150 kWh 25% Classe Rural: Primeiros 500 kWh 12% Classe Rural Acima de 500 kWh 25% Demais Classes 25% São tributos... Política Fiscal: incidência tributária sobre o consumo de energia elétrica • CFURH – Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos; • ESS – Encargo de Serviços do Sistema: representa um encargo destinado à cobertura dos custos dos serviços do sistema; • CDE – Conta de Desenvolvimento Energético: prover recursos para: i) o desenvolvimento energético dos Estados; ii) a competitividade da energia produzida a partir de fontes eólica, pequenas centrais hidrelétricas, biomassa, gás natural e carvão mineral, nas áreas atendidas pelos sistemas elétricos interligados; iii) promover a universalização do serviço de energia elétrica em todo o território nacional. (CAIU PARA 25% EM 2013); São encargos setoriais... Política Fiscal: incidência tributária sobre o consumo de energia elétrica • EER – Encargos de Energia de Reserva: representa todos os custos decorrentes da contratação da energia de reserva, entendida como aquela destinada a aumentar a segurança no fornecimento de energia elétrica ao SIN, proveniente de usinas especialmente contratadas mediante leilões para este fim, incluindo os custos administrativos, financeiros e tributários, que são rateados entre os usuários finais de energia elétrica do SIN. • ONS – Taxa do Operador Nacional do Sistema: custeio das atividades do ONS, que tem como missão coordenar e controlar a operação dos sistemas elétricos interligados, bem como administrar e coordenar a prestação dos serviços de transmissão de energia elétrica; São encargos setoriais... Política Fiscal: incidência tributária sobre o consumo de energia elétrica • TFSEE – Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica: valor anual é estabelecido pela ANEEL com a finalidade de constituir sua receita, para a cobertura do custeio de suas atividades (0,4% do benefício econômico). • PROINFA – Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica: tem o objetivo de aumentar a participação de fontes alternativas renováveis na produção de energia elétrica no país, tais como: energia eólica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas. São encargos setoriais... Política Fiscal: incidência tributária sobre o consumo de energia elétrica • PEE – Investimentos em Pesquisas e Desenvolvimento e Eficiência Energética: empresas são obrigadas a aplicar, anualmente, o montante de, no mínimo, 0,75% (setenta e cinco centésimos por cento) de sua receita operacional líquida em pesquisa e desenvolvimento do setor elétrico e, no mínimo, 0,25% (vinte e cinco centésimos por cento) em programas de eficiência energética no uso final. • RGR – Reserva Global de Reversão: finalidade de prover recursos para reversão e/ou encampação dos serviços públicos de energia elétrica, como também para financiar a expansão e melhoria desses serviços (2,5% do investimento, limitado a 3% da receita); São encargos setoriais... A partir de janeiro de 2013, o fluxo de recursos da RGR foi direcionado aos pagamentos decorrentes das renovações das concessões que venceram em 2015 e 2017. A cobrança desse encargo deveria ter sido extinta em 2002, mas foi prorrogada para 2010 e, posteriormente, novamente prorrogada para 2035. Política Fiscal: incidência tributária sobre o consumo de energia elétrica Fatura de Energia Elétrica - Residencial Tarifa monômia: tarifa de fornecimento de energia elétrica constituída por preços aplicáveis unicamente ao consumo de energia elétrica ativa. Política Fiscal: incidência tributária sobre o consumo de energia elétrica Fatura de Energia Elétrica - Residencial Política Fiscal: incidência tributária sobre o consumo de energia elétrica O sistema de bandeiras iniciou em 2015 0,015 0,040 0,060 Política Fiscal: incidência tributária sobre o consumo de energia elétrica Conta de Eletricidade - Industrial Tarifa binômia: conjunto de tarifas de fornecimento constituído por preços aplicáveis ao - Consumo de energia elétrica ativa e; - A demanda faturável. Política Fiscal: incidência tributária sobre o consumo de energia elétrica a) Horário de ponta (P): período definido pela Celesc e composto por até 3 (três) horas diárias consecutivas (CELESC = 18:30 ÀS 21:30), exceção feita aos sábados, domingos, terça-feira de carnaval, sexta-feira da Paixão, “Corpus Christi”, dia de finados e os demais feriados definidos por lei federal, considerando as características do seu sistema elétrico. b) Horário fora de ponta (F): período composto pelo conjunto das horas diárias consecutivas e complementares àquelas definidas no horário de ponta. Definições úteis Política Fiscal: incidência tributária sobre o consumo de energia elétrica d) Período seco (S): períodode 7 (sete) meses consecutivos, compreendendo os fornecimentos abrangidos pelas leituras de maio a novembro. c) Período úmido (U): período de 5 (cinco) meses consecutivos, compreendendo os fornecimentos abrangidos pelas leituras de dezembro de um ano a abril do ano seguinte. Definições úteis Política Fiscal: incidência tributária sobre o consumo de energia elétrica ESTRUTURA TARIFÁRIA – Industrial: conceitos • Demanda Média das potências elétricas ativas ou reativas, solicitadas ao sistema elétrico pela carga instalada em operação na unidade consumidora, durante um intervalo de tempo especificado. •Energia elétrica ATIVA Energia elétrica que pode ser convertida em outra forma de energia, expressa em quilowatts hora (kWh). •Energia elétrica REATIVA Energia elétrica que circula continuamente entre os diversos campos elétricos e magnéticos de um sistema de corrente alternada, sem produzir trabalho, expressa em quilovolt ampere reativo hora (kVArh) Política Fiscal: incidência tributária sobre o consumo de energia elétrica ESTRUTURA TARIFÁRIA – Industrial: Tipos Estrutura caracterizada pela aplicação de tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica e de demanda de potência, de acordo com as horas de utilização do dia e dos períodos do ano. • Horo-sazonal OU Estrutura caracterizada pela aplicação de tarifas de consumo de energia elétrica e/ou demanda de potência independentemente das horas de utilização do dia e dos períodos do ano. • Convencional Política Fiscal: incidência tributária sobre o consumo de energia elétrica ESTRUTURA TARIFÁRIA HORO-SAZONAL a) Tarifa Azul: modalidade estruturada para aplicação de tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica, de acordo com as horas de utilização do dia e os períodos do ano e de tarifas diferenciadas de demanda de potência de acordo com as horas de utilização do dia. b) Tarifa Verde: modalidade estruturada para aplicação de tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica, de acordo com as horas de utilização do dia e os períodos do ano, e de uma única tarifa de demanda de potência. Modalidades tarifárias: Política Fiscal: incidência tributária sobre o consumo de energia elétrica Microempresas Uma pequena padaria de bairro que possua cerca de 5 a 7 empregados com produção essencialmente diurna, consome aproximadamente 4,7 mil kWh/mês. Esse consumo representa uma conta de energia elétrica da ordem de R$ 2,2 mil/mês, contra um valor médio da ordem de R$ 0,6 mil/mês de uma padaria similar na Argentina, país que fornece 30% do trigo ao Brasil. Ao final de um ano, a diferença (R$ 19,2 mil) permitiria a padaria brasileira adquirir seis balanças etiquetadoras (com capacidade para 30 kg) ou, ainda, comprar dois fornos elétricos de última geração e uma máquina para fatiar frios. A aquisição desses equipamentos permitiria uma expansão da capacidade produtiva desta padaria, propiciando um crescimento do negócio e redução do custo final de pães e frios. Política Fiscal: incidência tributária sobre o consumo de energia elétrica - Exemplos Pequenas empresas China e Índia, países do grupo dos BRICs, são os dois maiores exportadores de têxteis para o Brasil. Entre 2009 e 2010, os têxteis importados da China cresceram 56,9% e, da Índia, 86,6%. Uma confecção de roupas com cerca de 60 empregados e produção essencialmente diurna, que consuma aproximadamente 36,3 mil kWh/mês, possui uma conta de energia elétrica da ordem de R$ 15 mil/mês, contra um valor médio da ordem de R$ 7 mil/mês de uma confecção similar nesses dois países. Em um ano, somente a diferença na conta de energia (R$ 96 mil) permitiria a empresa brasileira adquirir duas máquinas de bordado, de uma cabeça e 12 agulhas, ou contratar dois estilistas para atuar na criação e desenvolvimento de peças. Ambas as possibilidades aumentariam o valor agregado dos produtos brasileiros frente aos internacionais, ajudando a criar diferenciais de competitividade no mercado interno e externo. Política Fiscal: incidência tributária sobre o consumo de energia elétrica - Exemplos Médias empresas Uma metalúrgica, com 200 empregados, que consuma aproximadamente 173,5 mil kWh/mês, possui uma conta de energia elétrica de R$ 69 mil/mês, contra um valor médio de R$ 47 mil/mês de uma metalúrgica similar no Japão. Em um ano, a diferença no custo de energia (R$ 264 mil) permitiria a empresa brasileira adquirir um torno sob comando numérico (controlado por computador) ou de uma máquina de corte de chapas, a laser ou a plasma, utilizadas em processos de usinagem. Além de permitirem sensíveis ganhos de produtividade, a nova geração desses equipamentos oferece redução do consumo de energia entre 15% e 20%, o que elevaria a competitividade no mercado interno e externo. Política Fiscal: incidência tributária sobre o consumo de energia elétrica - Exemplos Política Monetária Trata da atuação do governo sobre a quantidade de moeda e títulos públicos existentes na economia. São instrumentos de política monetária: ❖ Controle de emissões: BC controla, por força de Lei, o volume de moeda em circulação; ❖ Depósitos compulsórios: bancos comerciais são obrigados a depositar no BC um percentual determinado sobre os depósitos à vista; ❖ Operações com mercado aberto (Open Market): consiste na compra e venda de títulos públicos ou obrigações do Governo; ❖ Operações de redesconto: liberação de recursos aos bancos comerciais, pelo BC, por meio de empréstimo ou desconto de títulos O Sistema Financeiro Nacional (SFN) O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é formado por um conjunto de entidades e instituições que promovem a intermediação financeira, isto é, o encontro entre credores e tomadores de recursos. É por meio do sistema financeiro que as pessoas, as empresas e o governo circulam a maior parte dos seus ativos, pagam suas dívidas e realizam seus investimentos. O SFN é organizado por: ➢ Agentes normativos (que determinam regras gerais para o bom funcionamento do sistema); ➢ Supervisores (trabalham para que os integrantes do sistema financeiro sigam as regras definidas pelos órgãos normativos) e; ➢ Operadores (instituições que ofertam serviços financeiros, no papel de intermediários). O Sistema Financeiro Nacional (SFN) Política Monetária Mês SELIC CDI POUPANÇA IPCA IGPM Jan +0,53 +0,49 +0,37 +0,32 +0,01 Fev +0,48 +0,54 +0,37 +0,43 +0,88 Mar +0,47 +0,52 +0,37 +0,75 +1,26 Abr +0,52 +0,49 +0,37 +0,57 +0,92 Mai +0,54 +0,49 +0,37 +0,13 +0,45 Jun +0,47 +0,54 +0,37 +0,01 +0,80 Jul +0,57 +0,57 +0,34 +0,23 +0,40 Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o indicador oficial, calculado pelo IBGE, responsável por medir a variação dos preços de produtos e serviços para o consumidor final Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) é calculado pelo FGV. Utilizado para correções de alugueis e energia elétrica INFLAÇÃO Desde 05/2012, a rentabilidade da poupança varia conforme a SELIC. Quando a SELIC está acima de 8,5%aa, a poupança rende 0,5%am mais TR (Taxa Referencial). Quando a SELIC está em 8,5%, ou abaixo disso, a rentabilidade diminui e passa a ser de 70% da SELIC, mais TR... Política Monetária: impactos Fonte: Barsa do Investidor Política Monetária: impactos 85% do dinheiro do brasileiro depende da Taxa SELIC (e do CDI!!!) Política Monetária: impactos Exemplos de Investimentos de Renda Fixa pós-fixados vinculados ao CDI e Inflação (IPCA) e um exemplo de investimento em Renda Fixa pré-fixado Aplicações financeiras pós-fixadas são aquelas expressas em função de um indicador (CDI, IPCA...) Aplicações financeiras pré-fixadas são aquelas que tem um percentual definido já no momento da operação. Quando há inflação em uma dada economia, torna-se fundamental distinguir a taxa de juros nominal da taxa de juros real. Nesse sentido, a taxa de juros nominal mede o preço pago ao poupador por sua decisão de poupar, ou seja de transferir o consumo presente para o consumo futuro.Já taxa de juros real mede o retorno de uma aplicação em termos de quantidades de ativos, ou seja, já descontada a taxa de inflação (a oficial é o IPCA). Em síntese, a taxa de juros nominal é aquela taxa que vem declarada, explícita, quando da efetivação dada operação financeira. Política Monetária: impactos Período Taxa SELIC Nominal (i) IPCA Ref. Dez. (π) Taxa SELIC Real (r) 01/08/2019 6,00% 3,75% 07/02/2018 6,65% 2,95% 11/01/2017 12,90% 6,29% 20/01/2016 14,15% 10,67% 21/01/2015 12,15% 6,41% 15/01/2014 10,40% 5,91% 16/01/2013 7,12% 5,84% Taxa SELIC nominal e real – 2013/2019 (ao ano) Política Monetária: impactos A relação entre a taxa nominal de juros, a taxa real e a inflação é dada pela Equação de Fischer r = (1 + i) (1 + π) - 1 Onde: i = taxa nominal de juros r = taxa real de juros π = taxa de inflação esperada Período Taxa SELIC Nominal (i) IPCA Ref. Dez. (π) Taxa SELIC Real (r) 01/08/2019 6,00% 3,75% 2,17% 07/02/2018 6,65% 2,95% 3,59% 11/01/2017 12,90% 6,29% 6,22% 20/01/2016 14,15% 10,67% 3,13% 21/01/2015 12,15% 6,41% 5,39% 15/01/2014 10,40% 5,91% 4,24% 16/01/2013 7,12% 5,84% 1,21% Taxa SELIC nominal e real – 2013/2019 (ao ano) Política Monetária: impactos A relação entre a taxa nominal de juros, a taxa real e a inflação é dada pela Equação de Fischer r = (1 + i) (1 + π) - 1 Onde: i = taxa nominal de juros r = taxa real de juros π = taxa de inflação esperada Política Monetária: impactos Juros Reais consiste na diferença entre os taxa básica de juros (SELIC) nominal e a inflação (IPCA) projetada para 12 meses. Ou seja, é quanto um investimento rende acima da inflação. Política Monetária: impactos Spread Bancário é a diferença entre os juros que o banco cobra ao emprestar e a taxa que ele mesmo paga ao captar dinheiro (taxa cobrada – taxa paga). A Taxa Paga é a remuneração que os bancos oferecem aos aplicadores em títulos de emissão do banco, como: ❖ Certificado de Depósito Bancário (CDB) ❖ Recibo de Depósito Bancário (RDB) ❖ Letras de Crédito Imobiliário (LCI) ❖ Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) ❖ Letras de Câmbio (LC) ❖ Debêntures Fonte: Suno (2019) Política Monetária: impactos Já a Taxa Cobrada são os juros que os devedores das instituições devem pagar sempre que contraem empréstimos e financiamentos. Exemplos de operações de crédito: ❖ Parcelamento do cartão de crédito ❖ Crédito Consignado ❖ Financiamento Imobiliário ❖ Financiamento de Veículo ❖ Capital de giro para empresas ❖ Antecipação de recebíveis Fonte: Suno (2019) Política Monetária: impactos O valor do Spread Bancário varia de acordo com cada operação, dependendo dos riscos envolvidos e, normalmente, é mais alto para pessoas físicas do que para as empresas. O Brasil é famoso por ter um dos maiores spreads bancários do mundo. (IPEA) Em junho/2019, a taxa média do cheque especial foi de 322,23% aa, apesar do juros básicos (SELIC) estarem em sua mínima histórica. (Banco Central) De 2007 a 2011 a taxa média foi de 159,9% aa e, de 2012 a 2018, a taxa média de juros sobre cheque especial foi de 155,7% aa Fonte: Suno Research Política Monetária: impactos De acordo com os dados divulgado pelo Banco Mundial, o spread médio no mundo era de 5,74%, em 2017. Como destaque aparece o Brasil na primeira colocação, com um spread que ultrapassa 38% ao ano, mais do que o dobro do segundo colocado. (Fonte: Suno Research) Política Monetária: impactos Ao mesmo tempo em que tem o segundo maior spread bancário do mundo (atrás apenas de Madagáscar), o Brasil está entre os piores países em termos de recuperação judicial de crédito. Segundo dados do Banco Mundial, por aqui, apenas US$ 0,13 são recuperados de cada US$ 1 emprestado - a metodologia do banco considera o valor recuperado quando há execução de dívidas. A média mundial está em US$ 0,34 por US$ 1. No Japão, país com o menor spread do mundo, são recuperados US$ 0,92 a cada US$ 1. Fonte: Correio Braziliense Política Monetária: impacto sobre JUROS ▪ No âmbito das taxas de juros cobradas dos consumidores quando do uso de créditos rotativos ou financiamentos bancários deve-se atentar ao conceito de Juros. ▪ Conforme sua incidência, são definidos juros Simples ou Compostos. ▪ A noção basilar de Juros remete ao fato de que a maioria das pessoas prefere consumir bens no presente e não no futuro. ▪ Em outras palavras, havendo uma preferência temporal para consumir, as pessoas querem uma recompensa pela abstinência. Esse prêmio para que não haja consumo é chamado de Juros. ▪ Os Juros também podem ser entendidos como sendo o custo do crédito ou a remuneração do capital aplicado; ▪ Assim, a taxa de Juros mede o custo da unidade de capital no período de tempo a que se refere a taxa (a.d, a.m, a.a) e, além da taxa pura, incorpora também o fator risco. Política Monetária: impacto sobre JUROS ▪ Quando o regime de capitalização é de Juros (J) simples, a taxa de remuneração (i) pelo capital inicial (C), também chamado de Principal, é diretamente proporcional ao seu valor e ao tempo de aplicação (n); ▪ Dessa forma, a notação para cálculo de juros simples é: J = CinOnde: J = Juros ($) C = Capital Inicial (Principal) i = Taxa de Juros n = tempo (prazo) C = J in i = J Cn n = J Ci A partir da fórmula básica acima, podemos deduzir os demais valores por meio de transformação algébrica Política Monetária: impacto sobre JUROS ▪ Por Montante, no regime de capitalização de juros simples, define-se o principal aplicado à taxa i, pelo prazo de n períodos, como sendo a soma de capital mais juros incidentes. ▪ Dessa forma, a notação para cálculo do Montante, em juros simples é: M = C(1+in) Onde: M = Montante ($) C = Capital Inicial (Principal) i = Taxa de Juros n = tempo (prazo) C = M 1+(in) i = (M/C) - 1 n n = (M/C) - 1 i Política Monetária: impacto sobre JUROS ▪ O regime de capitalização de Juros COMPOSTOS tem grande importância financeira por retratar melhor a realidade; ▪ O juro gerado pela aplicação será incorporado à mesma passando a participar da geração de juros no período seguinte: ▪ Dessa forma, consideramos que os juros foram capitalizados e a notação para cálculo de juros compostos é: C = C (1+i) Onde: J = Juros ($) C = Capital Inicial (Principal) i = Taxa de Juros n = tempo (prazo) 0 n n Política Monetária: impacto sobre JUROS Política Monetária: impacto sobre JUROS n Juros Simples Juros Compostos Juros por período Montante Juros por período Montante 1 1000 x 0,20 = 200 1.200 1.000 x 0,20 = 200 1.200 2 1000 x 0,20 = 200 1.400 1.200 x 0,20 = 240 1.440 3 1000 x 0,20 = 200 1.600 1.440 x 0,20 = 288 1.728 4 1000 x 0,20 = 200 1.800 1.728 x 0,20 = 346 2.074 Onde: J = 200 (inicial) C = 1.000 (un.) i = 20% (0,20) n = tempo (prazo) Linear Exponencial Política Monetária: impacto sobre JUROS Política Monetária: impacto sobre JUROS Política Cambial: conceitos fundamentais O chamado tripé macroeconômico brasileiro é composto pelos seguintes componentes fundamentais: - A Lei de Responsabilidade Fiscal (meta fiscal); - O sistema de metas de inflação e; - O regime de câmbio flutuante Esse tripé foi estabelecido pelo então Ministro da Economia Armínio Fraga, por meio do Decreto n.º 3088, de 21 de junho de 1999 e uma mudança substancial na condução da política macroeconômica envolveu a mudança do regime de câmbio fixo para o regime de câmbio flutuante. Nesse sentido, quando da implantação do Plano Real, entre 1993 e 1994, o regime cambial adotado era o de câmbio fixo, onde US$ 1,00 correspondia a R$ 0,84, no que era conhecido como “âncora cambial”. Tal politica cambial foi determinante para o êxito do plano que visava a estabilização da nossa economia. Cabe destacar que, em 1993, a inflação brasileira alcançou inacreditáveis 2700% aa, naquilo que era definida como hiperinflação. Política Cambial: conceitos fundamentais Assim, oficialmenteo Real tornou-se a moeda brasileira no dia 1º de julho de 1994, durante o governo de Itamar Franco, que tinha como ministro da fazenda Fernando Henrique Cardoso, sendo que a principal meta da nova moeda era conter a hiperinflação. Contudo, a sobrevalorização do Real frente ao Dólar, de forma considerada artificial, por meio da intervenção do Banco Central, gerou um desequilíbrio na balança de pagamentos e uma nova política cambial necessitou ser adotada. Desde então, o regime cambial brasileiro é o de câmbio flutuante, onde a taxa se ajusta de modo a equilibrar o mercado de divisas. O princípio básico desse regime é um mercado de divisas do tipo concorrência perfeita, sem intervenções do BC, de modo que qualquer desequilíbrio seja prontamente eliminado pelo mecanismo de preço. Devido a essa característica, o Balanço de Pagamentos está sempre em equilíbrio e o BC possui maior liberdade na condução da política monetária. Como pontos negativos, temos a instabilidade em virtude da maior volatilidade do câmbio e a desestabilização dos fluxos comerciais Política Cambial: conceitos fundamentais Câmbio Fixo Câmbio Flutuante Regimes Cambiais Dirty Floating Minibandas cambiais Modalidade de câmbio flutuante com intensa atuação do Banco Central para mantê-lo estabilizado Modalidade de câmbio flutuante onde os limites para sua flutuação são definidos pelo Banco Central Política Cambial: conceitos fundamentais Câmbio Fixo Câmbio Flutuante Características ✓ BC define a taxa; ✓ BC é obrigado a disponibilizar as reservas cambiais ✓ Mercado define a taxa; ✓ BC não compromete as reservas cambiais Vantagens ✓ Controle da inflação em função dos custos das importações; ✓ Política monetária descolada do câmbio; ✓ Reservas cambiais protegidas de ataques especulativos Desvantagens ✓ As reservas cambiais ficam sujeitas e ataques especulativos; ✓ Política monetária dependente das reservas cambiais ✓ Taxa de câmbio sujeita à volatilidade dos mercados nacional e internacional; ✓ Pressão inflacionária em função da desvalorização da moeda
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