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FISIOPATOLOGIA RENAL Laura Barroso Viana 4º período - Medicina Insuficiência renal é a incapacidade do rim de manter a homeostase corporal. É um órgão extremamente vascularizado, com o metabolismo “intenso” e alguns distúrbios podem levar a essa disfunção. Os rins não conseguem retirar da corrente sanguínea os produtos finais do metabolismo e regular a homeostasia dos líquidos, eletrólitos e PH dos líquidos extracelulares. A Lesão renal aguda é um declínio rápido da função renal, aumentando os níveis sanguíneos das escórias nitrogenadas e causam distúrbios hidroeletrolíticos. A lesão renal aguda pode ser reversível quando os fatores desencadeantes podem ser revertidos ou eliminados antes que tenha ocorrido lesão irreversível do rim. A taxa de mortalidade varia de 40 a 90%, se sobrepondo a outros distúrbios fatais (choque, sepse) e comorbidades (DM, problemas respiratórios, etc), sendo mais comum em idosos. Critérios de diagnóstico: RIFLE, AKIN e KDIGO. RIFLE inclui cinco categorias para IRA: risco, lesão, falência, perda e doença renal em estágio terminal. Semelhante ao AKIN, mas adiciona a categoria “perda” para pacientes que necessitam de terapia de substituição renal por mais de 4 semanas e “doença renal em estágio terminal” para aqueles que necessitam de terapia de substituição renal por mais de 3 meses. AKIN é um sistema de classificação baseado nas mudanças da creatinina sérica e no débito urinário. Define 3 estágios de IRA com base na variação percentual da creatinina sérica em relação ao valor basal ou no Débito urinário. KDIGO combina elementos do AKIN e do RIFLE. É o mais recente, que utiliza débito urinário e escória nitrogenada. Porém, em certas complicações, pode não ter uma certa eficácia. Um exemplo é a Insuficiência pós renal, que pode não ser tão acurada com este método, e até mesmo ser imprecisa. Anormalidades funcional ou estrutural: Aumento da creatinina sérica 0,3 mg/Dl ou mais em 48h OU 1,5 vezes ou mais o valor basal em 7 dias Débito urinário inferior a 0,5 Ml/Kg/h por mais de 6 horas Classificação Da IR: Pode ser causada por vários tipos de distúrbios, inclusive a redução do fluxo sanguíneo sem lesão isquêmica; lesão isquêmica, tóxica ou obstrutiva dos túbulos renais; e obstrução das vias urinárias distais. As causas são classificadas em pré-renais, intrarrenais e pós-renais. Em conjunto, as causas pré-renais e intrarrenais são responsáveis por 80 a 95% dos casos de insuficiência renal aguda. Pré-renal: ocorre ANTES do rim. Caracteriza-se por redução acentuada do fluxo sanguíneo, normalmente ocasionada por redução do volume total, intravascular, ou redução do volume arterial efetivo. Neste caso, há vasoconstrição da arteríola eferente e vasodilatação da aferente. No início, a TFG se mantém razoável e pode ser responsiva ou não ao volume sanguíneo. Causa mais comum: Hipoperfusão do rim, e pode estar associada ao uso de alguns medicamentos (Inibidores da ECA, BRA, Anti-inflamatório não hormonal), Depleção grave do volume vascular (hemorragias) e outras causas comuns são o Choque ou hipovolemia. 60 a 70% de casos na comunidade. Os rins recebem cerca de 20 a 25% do DC. Esse volume é essencial para que os glomérulos removam as escórias metabólicas e regulem os líquidos e os eletrólitos do corpo. À Medida que o fluxo renal diminui, há redução da TFG, quantidades de sódio e outras substancias filtradas pelo glomérulo diminuem e a necessidade de mecanismos dependentes de energia para reabsorver substâncias é reduzida. À medida que a TFG e o débito urinário se aproximam-se de 0, o consumo de oxigênio pelos rins aproxima-se do que é necessário para manter as células tubulares renais vivas. Quando o fluxo sanguíneo cai abaixo desse nível, ocorrem alterações isquêmicas. Redução aguda do débito urinário e elevação do nível de ureia em comparação ao de creatinina. TFG baixa oferece mais tempo para que partículas pequenas (Ex: ureia) sejam reabsorvidas para o sangue. Renal ou Intrínseca: Resulta dos distúrbios que causam lesões das estruturas existentes dentro do rim, ou seja, o rim pode estar com algum problema que esteja associado à uma doença intrínseca glomerular, ou a doença causada pelo pré-renal se não tratada adequadamente, pode evoluir para doença renal intrínseca, ou necrose tubular aguda, que envolve vasculatura, néfron ou túbulos. Possíveis causas: Contraste, drogas nefrotóxicas, antibióticos... 25 a 40% de casos Glomerulopatias, nefrite, lesões tubulares que pode ser por isquemia, inflamação, sepse... Pós-renal: Normalmente ocorre por obstrução do fluxo urinário bilateral ou unilateral com rim único. Pode ocorrer no ureter (cálculos e estenose), na bexiga (bexigoma) e uretra. Causa mais comum é a hiperplasia de próstata, mas também pode ter tumores que causam essa obstrução. 5 a 10% de casos O volume de urina fica maior e não pode ser excretado em consequência da obstrução, fazendo com que a pressão seja transmitida em sentido inverso aos túbulos e néfrons, que por fim, são lesados. A pressão na cápsula de Bowman fica aumentada, ficando maior do que o gradiente de pressão aguenta e consequentemente o rim não consegue filtrar, reduzindo a TFG. A pós e pré-renal possuem um prognóstico melhor, tratando adequadamente se consegue recuperar a função renal do paciente. Lesão ou necrose tubular aguda: destruição das células do epitélio tubular com supressão súbita da função renal. Causada por sepse, isquemia, obstrução tubular, etc. A NTA isquêmica ocorre nos pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos de grande porte, hipovolemia grave ou sepse. A sepse causa isquemia porque desencadeia uma combinação de vasodilatação sistêmica e hipoperfusão intrarrenal, e acarreta a formação de toxinas. A NTA nefrotóxica complica a administração de alguns fármacos e outros agentes nefrotóxicos. Estes, causam lesão tubular porque induzem diferentes combinações de vasoconstrição renal, lesão direta túbulos renais ou obstrução intralobular. A evolução da NTA pode ocorrer em 3 fases: 1. Início: se estende por horas ou dias. Intervalo decorrido entre a instalação do evento desencadeante e o desenvolvimento da lesão tubular. 2. Fase de manutenção: Redução acentuada da TFG, causando retenção súbita de metabólitos endógenos (ureia, potássio, creatinina). O débito urinário alcança níveis mais baixos neste ponto. A retenção de líquidos causa edema e intoxicação hídrica. 3. Fase de recuperação: reparação dos tecidos renais. Aumento gradativo do débito urinário e redução da creatinina sérica. Manifestações Clínicas: Diminuição da produção de urina, embora, ocasionalmente, a urina permaneça normal, retenção de líquidos, causando inchaço nas pernas, tornozelos ou pés, sonolência, falta de fome, Falta de ar, fadiga, confusão, náusea, vômitos e azotemia (é o indicador mais comum de LRA, sendo a acumulação de escórias nitrogenadas (ureia, ácido úrico, creatinina) no sangue e redução da TFG). Sinais Clínicos de uremia: 1. Soluço 2. Náuseas e vômitos 3. Sangramento do TGI 4. Alteração neurológica (porque libera muita ureia) 5. Tamponamento pericárdico Achados cardiovasculares: 1. Congestão pulmonar 2. Edema 3. Hipertensão arterial 4. Arritmias Achados respiratórios: 1. Taquipneia e hiperventilação (por causa da acidose, começa a hiperventilar para compensar) Diagnóstico Etiológico: História clínica Exame físico detalhado (PA, estado de hidratação, sinais de edema, IC, etc) Exames Complementares: Punho percussão da loja renal: o examinador deve colocar a mão espalmada sobre o ângulo costovertebral e aplicar um golpe com a superfície ulnar de seu punho, usando uma força suficiente para produzir uma vibração perceptível, porém, indolor. Em casosde desconforto doloroso, diremos que o Sinal de Giordano é positivo, sendo sugestivo de pielonefrite. Palpação do rim direito Palpação do rim esquerdo Solicitar hemograma, ureia, creatinina, sódio, albumina, potássio, cloro, EAS Ultrassom dos rins Biópsia renal Tomografia computadorizada ou ressonância magnética Prevenção: Controlar a dieta: evitar o excesso de sal, carne vermelha e gorduras Evitar excesso de peso Fazer exercícios regularmente Não fumar Controlar a PA a/ ou diabetes. Diálise
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