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FISIOPATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA II Aula 1: Patologia das Glândulas Anexas VESÍCULA BILIAR A vesícula biliar é um órgão que se situa juntamente ao fígado, cuja função é armazenar a bile, produzida no fígado, que vai ser liberada depois das refeições para ajudar na digestão de gorduras. Entre as refeições, a parede da vesícula absorve a parte líquida da bile fazendo com que esta se torne mais concentrada. Esse é o processo da formação da litíase biliar, também conhecida como cálculo biliar ou “pedra na vesícula”. LITÍASE BILIAR A litíase biliar é um depósito de cristais no interior da vesícula biliar ou nas vias biliares. Quando os cálculos biliares se localizam na vesícula biliar é chamado de colelitíase. Quando se localizam nas vias biliares é chamado de coledocolitíase. TIPOS DE CÁLCULOS Há 3 tipos de cálculos biliares: • Cálculo de colesterol • Cálculo de bilirrubinato de cálcio • Cálculo marrom FATORES DE RISCO Obesidade • Dieta rica em gorduras e carboidratos e pobre em fibras • Falta de exercício • Hipertensão arterial • Tabagismo • Perda rápida de peso • Períodos longos de jejum • Uso de hormônios e contraceptivos • Idade acima de 40 anos • Sexo feminino • Litíase em familiares • Gravidez • Diabetes • Anemia hemolítica: destruição das células vermelhas (hemácias) • Cirrose do fígado SINTOMAS Os sintomas que podem ocorrer incluem: Dor que vai e volta Pode ser aguda, provocar cólicas ou ser entorpece nte Pode irradiar para as costas Costuma ocorrer poucos minutos após a refeição Febre Amarelam ento da pele e da parte branca do olhos (icterícia) Inchaço abdominal Fezes com cor de argila Náusea e vômitos. DIAGNÓSTICO TRATAMENTO Emprega-se medicamentos como analgésicos e anti-inflamatórios para ajudar o paciente a suportar o episódio de cólica O tratamento mais comum é a colecistectomia. Esta pode ser feita por via clássica ou via laparoscópica, senda que esta última a mais recomendada já que tem uma recuperação mais fácil e é menos dolorosa. Em algumas condições em que o cálculo é constituído apenas por colesterol, pode ser feito o uso de medicamentos que o diluem. Entretanto, o cálculo pode voltar já que a vesícula continua presente. Nos indivíduos com dores intermitentes pode indicar a redução da ingestão de alimentos gordurosos. Nos indivíduos assintomáticos, a retirada cirúrgica da vesícula (colecistectomia) não é indicada. Dietoterapia 1. Os cálculos biliares são mais prevalentes em dietas ocidentalizadas? 2. pobres em fibras e com alto teor de lipídeos? 3. O consumo de grandes quantidades de proteínas e gordura animais, sobretudo gordura saturada, e a falta de fibras dietéticas promovem o desenvolvimento de cálculos biliares? 4. Os indivíduos que consomem carboidratos refinados correm um risco 60% maior de desenvolver cálculos biliares em comparação com os que consomem mais fibras, em particular fibras insolúveis? 5. Por conseguinte, as dietas à base de vegetais podem reduzir o risco de colelitíase? Na colecistite, a dietoterapia inclui uma dieta rica em fibras, com baixo teor de lipídeos e à base de vegetais para prevenir as concentrações da vesícula biliar. Dietoterapia Após a retirada cirúrgica da vesícula biliar, a alimentação oral pode evoluir para uma dieta regular, de acordo com a tolerância do indivíduo. Na ausência da vesícula biliar, a bile é secretada diretamente pelo fígado no intestino. O sistema biliar sofre dilatação, formando uma “bolsa simulada” com o decorrer do tempo, de modo a permitir que a bile fique retida de modo semelhante à vesícula biliar original. ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS PREFERIR: •Ingerir 2,0 L/dia a 2,5 L/dia •Consumir alimentos ricos em fibras •Leite desnatado, queijos brancos, ricota ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS PREFERIR: •Independente do tipo de cálculo, aumentar o consumo de limonada (fonte de citrato – inibidor de litogênese) bem como os ricos magnésio (folhosos verde-escuro, figo, peixes, oleaginosas) •Na litíase de ácido úrico: alimentos com baixo teor de purinas •Consumir de cinco a seis refeições diárias em intervalos de 3 em 3 horas ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS EVITAR •Sal: menos que 4g/dia •Gorduras (<25%/dia): leite integral, bacon, linguiça, carne bovina gorda, frituras e salgadinhos) •Excesso de proteína e purinas (sardinha, fígado e molho de carnes) •Carboidratos simples (açúcar, doces concentrados, tortas e balas) •Bebidas alcoólicas, chocolate, chá-preto e refrigerantes à base de cola •Consumo de produtos industrializados, em conserva e embutidos. CONDUTA A orientação nutricional deve buscar o componente predominante da dieta que esteja associado à presença dos cálculos; Entretanto, como não há apenas uma causa, outros fatores da dieta devem também sofre intervenção, como: aumento hortaliças controlar no consumo de fluidos, fibras, frutas e a ingestão de sódio, lipídios, açúcares simples, proteínas, bebidas alcoólicas e purinas. PREVENÇÃO Uma pessoa pode reduzir o risco do desenvolvimento de cálculos biliares se ela seguir algumas medidas recomendadas, como: Não pular as refeições; Manter um peso saudável. A obesidade e o excesso de peso aumenta o risco de cálculos biliares. O ideal é reduzir a quantidade de calorias ingeridas e praticar atividade; Se precisar perder peso, o correto é fazê-lo lentamente. Colecistite •A inflamação da vesícula biliar é conhecida como colecistite e pode ser crônica ou aguda. A colecistite é habitualmente causada por cálculos biliares que obstruem os ductos biliares (colecistite acalculosa), levando ao retorno da bile. •A colecistite aguda sem cálculos (colecistite acalculosa) pode ocorrer em pacientes em estado crítico, ou quando a vesícula biliar e a bile estão estagnadas. •A colecistite crônica é uma inflamação duradoura da vesícula biliar. É causada por episódios leves e repetidos de colecistite aguda, levando ao espessamento das paredes da vesícula biliar. Colecistite •O consumo de alimentos ricos em lipídeos pode agravar os sintomas da colecistite devido à necessidade de bile para digerir esses alimentos. •A colecistite crônica ocorre mais frequentemente nas mulheres do que nos homens, e a incidência aumenta depois dos 40 anos de idade. Dietoterapia Colecistite aguda: Na crise aguda, suspende-se a alimentação oral. A NP pode estar indicada se o paciente estiver desnutrido e se houver previsão de que não irá se alimentar por via oral por um período de tempo prolongado. Quando os alimentos são retomados, recomenda-se uma dieta com baixo teor de lipídeos para diminuir a estimulação da vesícula biliar. Pode-se administrar uma fórmula com baixo teor de lipídeos hidrolisados ou uma dieta oral com baixo teor de lipídeos, consistindo em 30 a 45 g de lipídeos por dia. Dietoterapia Colecistite crônica: Os pacientes com condições crônicas podem necessitar de uma dieta com baixo teor de lipídeos em longo prazo, contendo 25% a 30% das energia total sob a forma de lipídeos; Uma limitação mais rigorosa não é desejável, visto que a presença de lipídeos no intestino é importante para a estimulação e drenagem do sistema biliar; O grau de intolerância alimentar varia amplamente entre indivíduos com distúrbios da vesícula biliar; muitos queixam-se de alimentos que causam flatulência e distensão. REFERÊNCIAS AUGUSTO, A. L. P. et al. Terapia Nutricional. São Paulo: Atheneu, 2002. MAZZUCCHI, E; SROUGI, M. O que há de novo no diagnóstico e tratamento da litíase urinária? Revista da Associação Médica Brasileira, v. 55, n. 6, p. 723-728, 2009. MAHAN, L. Kathleen; ESCOTT-STUMP, Sylvia. Krause. Alimentos, nutrição e dietoterapia. 14. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018. cap. 14 (p: 383-410). PANCREOPATIAS PANCREATITE É uma doença caracterizada por uma inflamação do pâncreas, a qual surge quando as enzimas pancreáticas normalmente utilizados na digestãodos alimentos,são ativadas inadequadamente no interior das células acinares. Introdução - Secreção e liberação para o sangue dos hormônios insulina e glucagon, fundamentais na regulação da glicemia. - Secreção de enzimas digestivas, que participam na digestão de proteínas, carboidratos e lipídeos. O pâncreas é um órgão do aparelho digestivo localizado atrás do estômago e que desempenha duas funções fundamentais: TIPOS Pancreatite Crônica, quando a inflamação persiste durante anos. Pancreatite Aguda, de duração relativamente curta; Causas PANCREATITE Alcoolismo crônico Trauma, infecções virais. Hipertrigliceridemia Cálculos Biliares SINTOMAS DA PANCREATITE AGUDA • A pancreatite aguda caracteriza-se por dor intensa na região superior do abdome que irradia para o dorso (costas),que se agrava com a ingestão de alimentos, sobretudo gorduras; • Náuseas e vômitos • Em alguns casos pode surgir febre e sudorese, aumento na frequência cardíaca (taquicardia) e icterícia (coloração amarela dos olhos e pele). sintomas da pancreatite crônica Crises recorrentes de dor epigástrica de longa duração que pode se erradiar para as costas. A dor pode ser precipitada pelas refeições; Náuseas, vômitos, diarréia associados tornam difícil a manutenção do estado nutricional adequado; Risco aumentado de desenvolver desnutrição proteico-calórica; Diabetes devido à destruição de células produtoras de insulina. complicações A pancreatite pode afetar a função de vários órgãos como o coração (hipotensão e falência cardíaca), o rim (insuficiência renal) e o pulmão (insuficiência respiratória). Pode causar diabetes, acumulação de líquido intra-abdominal (ascite) e formação de cistos ou abcessos no pâncreas. OBJETIVOS DO TRATAMENTO PANCREATITE AGUDA OBJETIVO: “ Pâncreas em repouso” Inflamação Administração: Soros e Analgésicos OBS: Não é permitido a ingestão de alimentos. CUIDADOS NA pancreatite CRÔNICA Uma maneira de melhorar o estado nutricional e metabólico dos doentes, é aconselhável a administração de enzimas pancreáticas juntamente com as refeições, bem como insulina quando existe diabetes. É fundamental a abstinência alcoólica. Pancreatite Aguda Grave múltiplos órgãos. líquido, pseudocistos, necrose pancreática e infecção ou falência de frequentemente desenvolvem complicações, como acúmulo de PAG está associada a morbidade e mortalidade significativas. Esses pacientes A pancreatite aguda grave (PAG) resulta em um estado hipermetabólico e catabólico, com alterações metabólicas imediatas no pâncreas, bem como em órgãos distantes. As demandas metabólicas assemelham-se às da sepse. Tratamento nutricional Suspender alimentação oral e enteral Fornecer líquidos Intra Venosa (NP) Se a nutrição oral não puder ser iniciada em 5 a 7 dias, começar a terapia Nutricional. Para os casos menos graves de pancreatite aguda prolongada , a NE pode ser iniciada. Para a pancreatite aguda grave, a NP pode ser iniciada. PANCREATITE AGUDA: Tratamento nutricional Tratamento nutricional Suplementar com vitaminas lipossolúveis e vitamina B12. Fornecer a dieta oral como na fase aguda NE pode ser usada quando a dieta oral é inadequada / Suplementar com enzimas pancreáticas. PANCREATITE CRÔNICA Tratamento nutricional Calorias aumentadas. Alimentos facilmente digeríveis; Dieta de baixo teor de gorduras; Seis refeições pequenas e Ingestão proteica adequada; Uma vez iniciada a nutrição oral, fornecer: REFERÊNCIAS KRAUSE:Alimentos, nutrição e dietoterapia.Rio de Janeiro:Elsevier,2018. GOMES.R.R,LOGRADO.M.L.H.Cuidado nutricional na pancreatite aguda em pacientes internados em um hospital público.Com.Ciências Saúde,2012. CASO CLÍNICO PACIENTE A.R.J., SEXO MASCULINO, 30 ANOS, MOTORISTA, CHEGOU NO CONSULTÓRIO MÉDICO COM DOR ABDOMINAL, E FOI DIAGNOSTICADO COM LITÍASE BILIAR, APÓS A CONSULTA FOI ENCAMINHADO PARA A CONSULTA NUTRICIONAL. DADOS ANTROPOMETRICOS: PESO: 70 kg ALTURA: 175 cm a) Realize a consulta nutricional: quais passos você enquanto nutricionista deve adotar? b) Realize a prescrição nutricional para esse paciente (cardápio qualitativo) c) Forneça orientações nutricionais para esse paciente. CASO CLÍNICO PACIENTE A.R.J., SEXO FEMININO, 40 ANOS, DONA DE CASA, CHEGOU NO CONSULTÓRIO MÉDICO COM DOR ABDOMINAL, E FOI DIAGNOSTICADO COM PANCREATITE AGUDA, APÓS A CONSULTA FOI ENCAMINHADO PARA A CONSULTA NUTRICIONAL. DADOS ANTROPOMETRICOS: PESO: 68 kg ALTURA: 155 cm a) Realize a consulta nutricional: quais passos você enquanto nutricionista deve adotar? b) Realize a prescrição nutricional para esse paciente (cardápio qualitativo) c) Forneça orientações nutricionais para esse paciente. Slide 1 Slide 2: VESÍCULA BILIAR Slide 3 Slide 4: TIPOS DE CÁLCULOS Slide 5: FATORES DE RISCO Slide 6: SINTOMAS Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12: Dietoterapia Slide 13: Dietoterapia Slide 14: ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS Slide 15: ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS Slide 16: ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS Slide 17: A orientação nutricional deve buscar o componente predominante da dieta que esteja associado à presença dos cálculos; Entretanto, como não há apenas uma causa, outros Slide 18: PREVENÇÃO Slide 19: Colecistite Slide 20: Colecistite Slide 21: Dietoterapia Slide 22: Dietoterapia Slide 23: REFERÊNCIAS Slide 24: PANCREOPATIAS Slide 25 Slide 26: Introdução Slide 27 Slide 28 Slide 29: TIPOS Slide 30: Causas Slide 31 Slide 32: SINTOMAS DA PANCREATITE AGUDA Slide 33: sintomas da pancreatite crônica Slide 34: complicações Slide 35 Slide 36: OBJETIVOS DO TRATAMENTO Slide 37: CUIDADOS NA pancreatite CRÔNICA Slide 38: Pancreatite Aguda Grave Slide 39: Tratamento nutricional Slide 40: Tratamento nutricional Slide 41: Tratamento nutricional Slide 42: Tratamento nutricional Slide 43: REFERÊNCIAS Slide 44: CASO CLÍNICO Slide 45: CASO CLÍNICO
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